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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO junho/2018 GRANDES VIAS EFERENTES Bancada 2 Nomes: Ana Beatriz Rizzetto Longuini Quinalhia Arthur Moufarreg da Costa Letícia Azeka Indig Luiza de Castro Antunes Northon Nairon Santos Pinto Pedro Henrique Freitas de Souza Ruan Demetrio Alencar Tenório Taíse Maria Clemente de Araújo Thales Victor Moreira da Silva 1. GENERALIDADES As grandes vias eferentes comunicam os centros suprassegmentares do sistema nervoso com os órgãos efetuadores. Elas podem ser divididas em dois grupos: vias eferentes somáticas e vias eferentes viscerais. 2. VIAS EFERENTES VISCERAIS Destinam-se ao músculo liso, ao músculo cardíaco ou às glândulas, regulando o funcionamento das vísceras e dos vasos. As áreas do sistema nervoso suprassegmentar que regulam a atividade do sistema nervoso autônomo estão no hipotálamo e no sistema límbico. Essas áreas ligam-se aos neurônios pré- ganglionares, por meio de circuitos da formação reticular, através dos tratos reticuloespinais. Além dessas vias indiretas, existem também vias diretas, hipotálamo- espinhais, entre o hipotálamo e os neurônios pré- ganglionares, tanto do tronco encefálico quanto da medula. 3. VIAS EFERENTES SOMÁTICAS São constituídas pelos músculos estriados esqueléticos e por todos os neurônios que os comandam. 3. 1. VIAS PIRAMIDAIS Responsáveis pela motricidade voluntária dos músculos cranianos e dos membros. Movimentos finos, delicados, habilidosos. 3. 1. 1. TRATOS CORTICOESPINHAIS Une o córtex cerebral aos neurônios motores da medula pelo seguinte trajeto: área 4 (giro pré-central), coroa radiada, perna posterior da cápsula interna, base do pedúnculo cerebral, base da ponte, pirâmide bulbar. Ao chegar na decussação das pirâmides o trato se divide em trato corticoespinhal anterior, que segue ventralmente pelo funículo anterior e trato corticoespinhal lateral (mais importante) que cruza a decussação (entre 75 e 90% das fibras) e segue pelos funículos laterais. Em geral, conectam-se a interneurônios, podendo, portanto, exercer atividade excitatória e inibitória e, nos primatas, também se conectam diretamente com os motoneurônios alfa e gama, o que nos dá a capacidade de executar movimentos individuais com os dedos. Fibras originárias da área somestésica do córtex exercem controle dos impulsos sensitivos. 3. 1. 2. TRATO CORTICONUCLEAR Difere do trato corticoespinhal principalmente por transmitir impulsos aos neurônios motores do tronco encefálico em vez de aos da medula, pondo sob controle voluntário os neurônios motores situados nos núcleos dos nervos cranianos. As fibras do trato córtico-nuclear se originam inferiormente na área 4, passam pelo joelho da capsula interna e descem pelo troco encefálico juntamente ao trato corticoespinhal. Exceto pelos núcleos dos nervos faciais, todas as fibras do trato córtico-nuclear são homolaterais, ou seja, a maior parte dos músculos da cabeça possuem representação nos córtex dos dois hemisférios cerebrais. 3. 2. VIAS EXTRAPIRAMIDAIS Responsável pelo movimentos automáticos, postura e regulação do tônus muscular. 3. 2. 1. TRATO RUBROESPINHAL Origina-se no núcleo rubro do mesencéfalo e acompanha o trato corticoespinhal lateral na medula; controla a motricidade dos músculos distais dos membros. Em caso de lesão no trato corticoespinhal, o rubroespinhal pode assumir os movimentos da musculatura distal sem, no entanto, restaurar os movimentos finos e delicados. 3. 2. 2. TRATO TETOESPINHAL Origina-se no colículo superior (recebe fibras do córtex visual e retina); responsável pelos reflexos visuomotores. 3. 2. 3. TRATOS VESTIBULOESPINHAIS Originam-se nos núcleos vestibulares do bulbo; mantêm a cabeça e os olhos estáveis enquanto o corpo se movimenta, auxilia na manutenção do equilíbrio e em ajustes posturais. 3. 2. 4. TRATOS RETICULOESPINHAIS Proporciona uma postura ereta, por meio de reflexos para os músculos posturais. É o mais importante dos tratos extrapiramidais do homem, relacionado a várias áreas da formação reticular com os neurônios motores. Recebe informações de várias áreas do sistema nervoso central. Há o reticuloespinhal pontino, que está envolvido com ajustes posturais da musculatura extensora do membro inferior e motricidade voluntária da musculatura axial e próxima; e o reticuloespinhal bulbar, que relaxa a musculatura extensora do membro inferior e também age na musculatura axial e proximal no movimento voluntário. 4. PLANEJAMENTO MOTOR As áreas corticais que controlam o movimento recebem informações sensoriais que possibilitam a motricidade voluntária. O objetivo do movimento é determinado pelo córtex pré-frontal, que passa sua decisão para as áreas motoras do córtex: a área motora primária (M1) e as áreas secundárias pré-motora e motora suplementar. Uma vez que o córtex pré-frontal tenha tomado a decisão de realizar o ato motor e passado as informações para as áreas motoras secundárias, a execução de um movimento é dividida em etapa de planejamento e etapa de execução. Na etapa de planejamento, as áreas motoras secundárias, em conjunto com o cerebelo e a alça esqueletomotora estriato-tálamo- cortical, estabelecem um programa motor, escolhendo quais os grupos musculares serão utilizados em função das variáveis (trajetória, velocidade, distância) do ato motor. Na etapa de execução, a área motora primária executa o programa motor através das vias eferentes somáticas. 4. 1. MODULAÇÃO DO MOVIMENTO PELOS NÚCLEOS DA BASE Há duas vias no circuito motor reguladas pelos núcleos da base: direta e indireta. Na primeira via, há estimulação para a realização do movimento e a via dopaminérgica atua excitando essa ação. No segundo, há uma inibição da facilitação do movimento e a via dopaminérgica atua inibindo tal inibição. Na primeira, o córtex estimula o puntâmen a inibir o globo pálido medial. Inibido o globo pálido medial, cessa a inibição sobre o tálamo proveniente do globo pálido medial, facilitando o movimento. Já na indireta, o puntâmen passa a inibir o globo pálido lateral que deixa de inibir o núcleo subtalâmico. Esse último estimula o globo pálido medial a inibir os núcleos talâmicos, de forma que deixa de estimular a facilitação do movimento. Dessa forma, os núcleos da base modulam o movimento. 5. PATOLOGIAS 5. 1. DOENÇA DE PARKINSON Caracterizada por três sintomas principais: tremor, rigidez, bradicineisia. Causa: disfunção na substância negra, com perda da sua modulação nas vias diretas e indiretas, resultando em aumento de inibição dos núcleos talâmicos. 5. 2. SÍNDROME DO MOTONEURÔNIO SUPERIOR Comum após AVE na cápsula interna. Ocorre uma paralisia flácida seguida de uma paralisia espática- hiperreflexia e hipertonia. Pode acometer a via corticoespinal, corticorubroespinal e corticoreticuloespinal 5. 3. SÍNDROME DO MOTONEURÔNIO INFERIOR Há a destruição do neurônio motor inferior situado na coluna anterior da medula ou em núcleos motores de nervos cranianos. Essa síndrome se caracteriza pela paralisia com perda de tônus muscular e reflexos, seguido de hipotrofia dos músculos inervados elas fibras nervosas destruídas. Ela ocorre, a título de ilustração, na paralisia infantil (poliomielite). 6. REFERÊNCIAS MACHADO, ANGELO. HAERTEL, LUCIA MACHADO. Neuroanatomia Funcional. 3ª Edição. São Paulo: Atheneu,2014. MURILO, MENESES. Neuroanatomia aplicada. 3ª edição. São Paulo: Guanabara, 2011.
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