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GEOMORFOLOGIA GERAL Curso de Licenciatura em Geografia Turno Noturno Maria Naíse de Oliveira Peixoto Departamento de Geografia/UFRJ naise@ufrj.br NEQUAT- Núcleo de Estudos do Quaternário & Tecnógeno Bloco G, sala 24 INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS (IGEO) - DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA GEOMORFOLOGIA GERAL (IGG 235) e TRABALHO DE CAMPO DE GEOGRAFIA FÍSICA (IGGX03) Ano/Período: 2018/2 – Noturno Professora Maria Naíse de Oliveira Peixoto Bibliografia Geral: CASSETI, V. GEOMORFOLOGIA. 2005. Disponível em: <http://www.funape.org.br/geomorfologia/> Manual Técnico de Geomorfologia/IBGE. Rio de Janeiro: IBGE. 2009 (2ª edição). BIERMAN, P.R. & MONTGOMERY, D.R. KEY CONCEPTS IN GEOMORPHOLOGY. New York: Freeman. 2014. 494 p. SCHEFFERS, A.; MAY, S.M.; KELLETAT, D.H. LANDFORMS OF THE WORLD WITH GOOGLE EARTH - UNDERSTANDING OUR ENVIRONMENT. New York: Springer. 2015. 391p. INTRODUÇÃO Perspectivas da Geomorfologia. Conceitos-chave: processos endógenos e exógenos; sistemas geomorfológicos. Fatores endógenos e exógenos: fontes de energia. CHRISTOPHERSON, R. W. O PLANETA DINÂMICO. In: GEOSSISTEMAS – UMA INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA FÍSICA. Porto Alegre: Bookman. (7ª Ed.) 2012. (Cap. 11, p.321-355). [TEXTO 1] II- PERSPECTIVA DESCRITIVA-GEOMÉTRICA – Descrição das formas de relevo Visão em planta; visão em perfil; formas básicas de encostas, topos, vales. Bacias de drenagem; elementos geométricos e geomórficos de cabeceiras de drenagem. NEQUAT – IGEO/UFRJ. DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DO RELEVO. (Apostila). CHRISTOFOLETTI, A. A ANÁLISE DE BACIAS HIDROGRÁFICAS. In: GEOMORFOLOGIA. Edgard Blucher: São Paulo. 1980.(Cap 4, p. 102-127). Bibliografia Básica: III- PERSPECTIVA MORFOESTRUTURAL – Processos endógenos e formas de relevo Geomorfologia global e tectônica. Deformações das rochas. Relevo associado a dobras e falhas; relevo associado à atividade ígnea. Controles litoestruturais no desenvolvimento da drenagem. CHRISTOPHERSON, R.W. TECTÔNICA, TERREMOTOS E VULCANISMO. In: GEOSSISTEMAS – UMA INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA FÍSICA. Porto Alegre: Bookman. (7ª Ed.) 2012. (Cap. 12, p.357-397). [TEXTO 2] NEQUAT – IGEO/UFRJ. ORGANIZAÇÃO DA REDE DE DRENAGEM. (Apostila 2 – arquivo digital) Complementar: PRESS, F; SIEVER, R.; GROTZINGER, J.; JORDAN, T.H. A EVOLUÇÃO DOS CONTINENTES. In: PARA ENTENDER A TERRA. Porto Alegre: Bookman. (4ª Ed.) 2006. (Cap. 20, p.499-524). CHRISTOPHERSON, R. W. SISTEMAS E GEOFORMAS FLUVIAIS. In: GEOSSISTEMAS – UMA INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA FÍSICA. Porto Alegre: Bookman. (7ª Ed.) 2012. (Cap.14, p. 429- 465). PENHA, H.M. PROCESSOS ENDOGENÉTICOS E FORMAS DE RELEVO. In: GUERRA, A.J.T. & CUNHA, S.B. (orgs.) 1994. GEOMORFOLOGIA, UMA ATUALIZAÇÃO DE BASES E CONCEITOS. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. (Cap. 2, p. 51-92). UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Fonte: Press & Siever (2000) Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Como vemos e descrevemos a sformas de relevo… Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Acervo: NEQUAT/UFRJ UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Formas de Relevo Feições específicas que alcançam seus formatos pela atuação de diferentes processos que ocorrem na superfície terrestre … UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Natureza da Geomorfologia • Definição – vem do Grego: • geo – Terra • morphos – Forma • logos – Estudo/Descrição/Conhecimento – é o estudo científico das FORMAS DE RELEVO e dos PROCESSOS que as criaram – hoje inclui feições submarinas e de outros planetas (ex. Lua, Marte, Plutão) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto • íntima relação entre: PROCESSOS x RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS x FORMAS RESULTANTES • no entanto, nem sempre podemos compreender as formas do relevo através apenas da análise do tipo e da intensidade dos processos que atuam hoje • torna-se necessário, também, considerar os eventos do passado que deixaram registros nas formas do relevo • as paisagens geomorfológicas “contam histórias” que podem ser “lidas” se usarmos o conhecimento e as ferramentas apropriadas UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Relações com outras Disciplinas Summerfield (1991, table 1.1) Importância da Geomorfologia a – enchentes (Montana) b – represamento de drenagem após deslizamento (Alasca) c – deslizamento na Regíão Serrana do RJ em 2011 (Brasil) d – erosão costeira (Alasca) e – queda de blocos no Yosemite (Califórnia) f – escarpa de falha expondo blocos antes soterrados (Owens valley, Califórnia) Habitamos na superfície da Terra e a sua natureza dinâmica moldou as paisagens geomorfológicas onde vivemos, com as quais interagimos UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto A Geomorfologia nos dá ferramentas de análise da importância relativa (TAXAS) dos processos formadores do relevo D. Montgomery, Univ. Washington UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Processos Endogenéticos e Exogenéticos As formas de relevo, em qualquer instante ao longo de sua evolução, representam a resultante do balanço entre Processos Endogenéticos (internos) Processos Exogenéticos (externos) X UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Processos Endogenéticos • Geralmente resultam na: CONSTRUÇÃO (CRIAÇÃO) DE ELEVAÇÃO (RELEVO) (criam montanhas e elevam a topografia acima do nível do mar) • Englobam a ação da: – Tectônica – Vulcanismo – Isostasia • Ocorrem no interior da Terra • Estudos associados à MORFOTECTÔNICA (formas diretamente associadas à atuação da tectônica) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Processos Exogenéticos • Englobam a ação de AGENTES: – Água • Transporte em encostas • Transporte em rios (fluvial) • Transporte marinho – Gelo – Vento • Em geral, causam a remoção de material, levando à redução da altitude (elevação) e do relevo (diferença de altitude) • Exceções ocorrem em locais de deposição (agradação) • Causam a DENUDAÇÃO do relevo • Processos controlados pela energia solar e pelo gradiente de T entre os polos e o Equador UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Denudação Total (perda total de massa resultante da atuação dos processos intempéricos e erosivos) Mecânica (material sólido) Geoquímica (material dissolvido) Também chamada de EROSÃO + Tendem a levar à DESTRUIÇÃO DO RELEVO UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Exemplo de Denudação Mecânica: Dissecação Fluvial UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Exemplo de Denudação Química: Formação de Relevo Cárstico Detritos (solo, rochas, etc.) Depressões Rio Nascente SumidouroCavernas Lençol Freático Sumidouro UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Os estudos na Geomorfologia precisam analisar a interação entre os sistemas que interagem na superfície da Terra (e perto dela) - Geosfera - Hidrosfera - Biosfera - Antroposfera … UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Processos endógenos + exógenos e construção do relevo terrestre Fonte: Press& Siever (2000) Soerguimento e construção de montanhas Intemperismo, erosão e deposição Press & Siever (2000) Formas de Relevo = ∑ processos geomorfológicos ao longo do tempo Processo geomorfológico é função de inputs de energia no sistema geomorfológico ocorre quando E > R = T energia (E) agentes internos agentes externos meio ou substrato E > R ? ∑ processos ao longo do tempo (elaboração das formas)SIM NÃO não há mudança na forma Desecadeamento do processo geomorfológico, isto é, mudança nas condições de ajuste/equilíbrio mudança da forma F e e d b a c k ( re tr o a li m e n ta ç ã o ) UFRJ – Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Principais processos responsáveis pela geração e evolução das formas de relevo Dinâmica interna Dinâmica externa E > R = T Formação e deformações dos materiais da superfície terrestre Retrabalhamento dos materiais e remodelamento da superfície terrestre Arranjo espacial dos diferentes tipos de rochas + Estruturas geológicas Eventos tectônicos + “Eventos climáticos” • dependentes das estruturas / litologias herdadas • dependentes dos novos materiais e estruturas gerados Mudanças nas Formas Litosfera UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto • CRESCIMENTO E A EVOLUÇÃO DAS MASSAS CONTINENTAIS • MODIFICAÇÕES NOS TERRENOS CONTINENTAIS RELAÇÃO COM O CICLO DAS ROCHAS RELAÇÃO COM AS TRANSFORMAÇÕES DO RELEVO NAS ESCALAS CONTINENTAL, REGIONAL E LOCAL UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Tectônica de Placas e a construção do arcabouço lito-estrutural dos diferentes continentes evolução do relevo Arranjo espacial das rochas Controles e processos da evolução continental Controles litoestrutu- rais do relevo UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto ESTRUTURAÇÃO GEOLÓGICA MECANISMOS DE EVOLUÇÃO DE ÁREAS CONTINENTAIS E OCEÂNICAS CONTROLE BÁSICO: MOVIMENTAÇÃO DA CROSTA LITOLOGIAS (tipos de rochas) e ESTRUTURAS GEOLÓGICAS PROCESSOS INTEMPÉRICOS FORMAS DE RELEVO E PROCESSOS E FORMAÇÃO DOS SOLOS GEOMORFOLÓGICOS DINÂMICA CLIMÁTICA Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Pete W. Sloss, NOAA-NESDIS-NGDC PLACAS TECTÔNICAS ATUAISPLACAS TECTÔNICAS ATUAIS Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Pete W. Sloss, NOAA-NESDIS-NGDC Press & Siever (2000) DISTRIBUIÇÃO DAS ROCHAS NA CROSTA TERRESTRE PROPORÇÃO EM RELAÇÃO À ÁREA DA SUPERFÍCIE TERRESTRE PROPORÇÃO EM RELAÇÃO AO VOLUME DA CROSTA ÍGNEAS SEDIMENTARES METAMÓRFICAS Distribuição espacial dos diferentes tipos de rochas resulta dos processos tectônicos que agiram na crosta terrestre, desde o Arqueano até o presente, responsáveis pela formação e evolução dos continentes e oceanos. NÍVEL DO MAR o UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto MOVIMENTAÇÃO DA CROSTA TERRESTRE LATERAL (TECTÔNICA DE PLACAS) VERTICAL (EPIROGÊNESE) Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto POR QUE ? EVOLUÇÃO INICIAL DO PLANETA TERRA: PROCESSOS DE DIFERENCIAÇÃO Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Press & Siever (2000) De onde vem a força para movimentar as placas tectônicas? Correntes de Convecção UFRJ – Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Os três tipos de margens de placas tectônicas: 1. Divergentes 2. Convergentes 3. Transcorrentes Press & Siever (2000) Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto • CRESCIMENTO E A EVOLUÇÃO DAS MASSAS CONTINENTAIS • MODIFICAÇÕES NOS TERRENOS CONTINENTAIS RELAÇÃO COM O CICLO DAS ROCHAS RELAÇÃO COM AS TRANSFORMAÇÕES DO RELEVO EM DIFERENTES ESCALAS : CONTINENTAL, REGIONAL E LOCAL UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Pete W. Sloss, NOAA-NESDIS-NGDC PLACAS TECTÔNICAS ATUAISPLACAS TECTÔNICAS ATUAIS Press & Siever (2000) UFRJ – Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Press & Siever, 2000. MARGEM DIVERGENTE - Margem passiva: modelo de formação do Oceano Atlântico UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Peter W. Sloss, NOAA-NESDIS-NGDC Iceland is Iceland is being pulled being pulled apart as it sits apart as it sits astride the Midastride the Mid-- Atlantic Ridge.Atlantic Ridge. Gudmundur E. Sigvaldason, Nordic Volcanological Institute Islândia, situada sobre a Cordilheira Meso- Oceânica, sendo “partida”. Cadeia Meso-Oceânica Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto MARGEM CONVERGENTE Margem ativa: modelo de formação de orogenias – cadeias montanhosas. UFRJ - Geomorfologia Geral Press et al. (2006) Gudmundar E. Sigvaldason John Sheldon Falha de Santo André, California (EUA). Press & Siever (2000) MARGEM TRANSCORRENTE UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Astenosfera Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Fusão de rochas na crosta profunda e manto superior Cristalização (solidificação do magma) Intemperismo e erosão de rochas expostas à superfície Deposição, soterramento e litificação Rochas sob altas temperaturas e pressões na crosta profunda e manto superior Recristalização de novos minerais ÍGNEAS SEDIMENTARES METAMÓRFICAS Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Subducção nas margens convergentes causa fusão parcial da crosta, formando magma O magma emerge do manto nas margens divergentes. FORMAÇÃO DE ROCHAS ÍGNEAS Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Fig. 3.2 Extrusive Basalt Intrusive Granite BASALTO ROCHA ÍGNEA EXTRUSIVA GRANITO ROCHA ÍGNEA INTRUSIVA Fenômenos magmáticos = relacionados à gênese, evolução e solidificação do material em fusão do interior da Terra; resultam em rochas ígneas intrusivas ou plutônicas (ao se consolidar na crosta) e extrusivas ou vulcânicas (quando o material em fusão extravasa à superfície). Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto ATIVIDADE ÍGNEA Envolve o movimento do magma ou de rochas em estado sólido, porém submetidas a lento processo de deformação*, em direção à superfície terrestre. * movimento relacionado ao fluxo de calor geotérmico Erupção de lava basáltica do vulcão Mauna Loa (Havaí) em 1984, formando rios de lava. (Foto: U.S. Geological Survey) Fluxo piroclástico descendo uma das encostas do vulcão Santa Helena em maio de 1980. UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto a) Extrusiva (vulcanismo) = erupção do magma como lava (fluido) ou como material fragmentado atirado ao ar por explosões vulcânicas. Atividade predominantemente construtiva quando ligada à elaboração de cones vulcânicos (VULCANISMO DE ERUPÇÃO CENTRAL). Monte Rainier, localizado na costa oeste dos Estados Unidos, perto de Seattle, Washington. Vulcão ativo monitorado intensamente devido ao seu histórico de atividades e à proximidade de grandes cidades. (Foto:USGS) Monte Fuji, Japão. Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto VULCANISMO DE ERUPÇÃOCENTRAL b) Estrato-vulcões a) Vulcões em escudo Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Vulcões em escudo Erupção do Kilauea, Havaí, típico vulcão em escudo. Note as grandes dimensões e os flancos bem suaves deste vulcão, ativo continuamente desde 1983. Na parte superior direita observa-se a erupção pelo conduto chamado Puu Oo. Já no canto esquerdo observa-se o vapor de água gerado pela encontro da lava com a água do mar. (Foto: USGS) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Estrato-vulcões Visão do Vesúvio ao longe (a) e foto de detalhe do interior de sua cratera (b). Note a intercalação de camadas registrando sucessivas fases de deposição. (Foto: Nelson Fernandes). a b UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Caldeiras Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Islândia (erupção em 1783). VULCANISMO FISSURAL Press & Siever (2000) Erupções também podem produzir extensos lençóis de lava ou de material fragmentado (VULCANISMO FISSURAL); neste caso, não resultam, por si só, em “formas construtivas”; o relevo resultante vai depender da atuação diferencial dos processos erosivos em função da constituição litológica das rochas adjacentes e daquelas produzidas neste processo. UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Press & Siever (2000) Tipos de erupção vulcânica: função da temperatura, composição do magma e pressão. • produção de formas distintas de aparelhos e feições vulcânicas • reflexo do ambiente geotectônico 1. Magma básico: deriva do material do manto (maior % de minerais ferro- magnesianos e menor % de SiO2); associa-se a margens divergentes ou hot spots. 2. Magmas ácido (riolítico) e intermediário (andesítico): requerem o envolvimento de material crustal (maior % SiO2); associam-se a zonas de subducção peri- continentais ou rifts intra-placa continentais. Press & Siever (2000) Magma invade as rachaduras Magma desagrega fragmentos de rocha; a maioria funde lentamente, mas alguns são preservados Magma funde as paredes da rocha encaixante UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Composição Mineralógica de Rochas Ígneas Teores de SiO2 Ácida SiO2> 65% Intermediária 52%< SiO2< 65% Básica 45%< SiO2< 52% Ultra- básica SiO2< 45% Índice de cor Ocorrência Leucrática Mesocrática Melanocrática Extrusiva (afanítica) Riolito Traquito Andesito Basalto --------- Intrusiva (fanerítica) Granito Sienito Diorito Gabro Peridotito Extrusiva Intrusiva Basalto Gabro Riolito Granito UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto * O volume de extravasamento de magma em erupções submarinas é muito superior ao verificado nos continentes ! Tipos principais de atividade vulcânica: 1. Vulcanismo de arco de ilhas e de orogenias de margens continentais, associado à convergência de placas tectônicas; 2. Derrames basálticos continentais = vastos lençóis de lavas basálticas formados nos continentes, em vários episódios no passado geológico; 3. Vulcanismo associado à formação de crosta oceânica nas cordilheiras meso-oceânicas; * 4. Vulcanismo no interior de bacias oceânicas, associados a hot spots; * 5. Derrames basálticos sobre grandes extensões do assoalho oceânico. * Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Importância do vulcanismo para a configuração do relevo terrestre: • construção do assoalho oceânico margens divergentes; • construção de arcos de ilhas margens convergentes; • construção de elevações no assoalho oceânico margens transformantes ou hot spots; • construção de formas de relevo cônicas/dômicas associadas: a cadeias de montanhas orogenias ligadas a margens convergentes; a zonas de “rift valleys” estágio inicial de abertura dos continentes, em margens divergentes. UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto VULCANISMO NO MUNDO - relação marcante com a TECTÔNICA DE PLACAS: concentração ao longo das margens convergentes e divergentes, sendo os mais notáveis concentrados ao longo das zonas de subducção, e extremamente relacionados à alta sismicidade aí existente. Vulcanismo intra-placa - geralmente associado a hot spots* ou à formação de rift valleys. Obs.:“Rheidity” (Reologia) = o período de tempo requerido para um sólido fluir (“rheid flow”) Ex.: gelo algumas semanas sal cerca de um ano rochas ígneas centenas de anos (quando a grandes profundidades e temperaturas), ou dezenas e milhares de anos (quando mais próximas à superfície) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Fig. 3.2 Intrusive Granite Press & Siever (2000) GRANITO ROCHA ÍGNEA INTRUSIVA b) Intrusiva (plutonismo): envolve o movimento de corpos rochosos em direção à superfície terrestre, formando intrusões ou plútons ao se introduzirem na crosta; estes corpos podem estar fundidos ou não: no caso de serem sólidos, movimentam-se muito lentamente, a elevadas temperaturas e pressões, sob a forma de material plástico (“rheid flow”). Abaixo do seu ponto de fusão, o material deforma-se como fluido viscoso durante o tempo de aplicação de uma tensão (força) com magnitude de ordem de, no mínimo, três vezes aquela da deformação elástica sob condições similares. As intrusões ígneas afetam o relevo de duas maneiras: 1. Soerguimento e deformação dos estratos sedimentares existentes, durante a intrusão (“emplacement”). 2. As rochas ígneas intrusionadas são, geralmente, mais resistentes à erosão que as rochas encaixantes freqüentemente produzem relevos proeminentes quando expostas à superfície; podem, também, no entanto, produzir relevos negativos (depressões) quando são constituídas por minerais menos resistentes que os das rochas encaixantes. Tipos de intrusões (plútons) - variam em tamanho, forma, relação com a rocha encaixante (concordante/discordante) e composição: •Massas subjacentes •Corpos tabulares •Chaminés Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto • Batólitos = grandes massas de rochas plutônicas de forma irregular, mostrando aumento da largura com profundidades crescentes; são discordantes (ao menos em parte), e possuem extensões superficiais (afloramentos) de, no mínimo, 100Km2. Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto • Batólitos = freqüentemente apresentam composição granítica. • Originam-se em profundidade e sobem lentamente em direção à superfície da crosta (diapirismo), processo que dura milhões de anos e envolve tanto o “afastamento” lateral dos estratos sobrejacentes, como sua reincorporação parcial à massa de rocha em ascensão. • Processos tectônicos ao longo de margens continentais de subducção levam freqüentemente à formação de grandes massas de batólitos graníticos, que têm grande importância na orogênese, pois freqüentemente ficam subjacentes e suportam os setores mais elevados das orogenias de margens continentais. UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Padrão morfológico geral resultante: feições dômicas ou anelares, devido ao fato de as intrusões geralemente deformarem as encaixantes na periferia do plúton, e, no caso de rochas sedimentares (onde a deformação é mais evidente) gerarem também metamorfismo de contato.Plútons de constituição alcalina: apresentam menor proporção de descontinuidades internas formam relevos positivos, porém sem as características morfológicas interioranas dos maciços graníticos. Exs: Maciços de Gericinó-Mendanha (Baixada Fluminense), Itatiaia (Serra da Mantiqueira). IBGE (1994) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Plútons básicos: tendem a formar relevos rebaixados quando envolvidos por rochas quartzosas (gnaisses ou mesmo granitos mais antigos) estrutura anelar semelhante a uma cratera de impacto. IBGE (1994) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Stock e batólito no Cráton do Amazonas - intrusões do Proterozóico Médio Geologia do Brasil - DNPM (1981) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto • Intrusões tabulares •Diques (discordantes) •Sills (concordantes) Press & Siever (2000) • Chaminés: preenchimento de condutos vulcânicos (necks) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Diques: # formam relevos deprimidos, quando básicos adaptação da drenagem; # formam relevos salientes quando formados por litologias mais resistentes. Exs: pegmatitos gerando a formação de “altos” no NE brasileiro; diques graníticos formando cornijas protetoras aos agentes erosivos, como a Pedra da Gávea, na cidade do Rio de Janeiro, ou formando pontões escalonados, como na Serra dos Órgãos Casseti (1994) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto VOLTANDO... UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto • CRESCIMENTO E A EVOLUÇÃO DAS MASSAS CONTINENTAIS • MODIFICAÇÕES NOS TERRENOS CONTINENTAIS RELAÇÃO COM O CICLO DAS ROCHAS RELAÇÃO COM AS TRANSFORMAÇÕES DO RELEVO NAS ESCALAS CONTINENTAL, REGIONAL E LOCAL UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto ADIÇÃO DE NOVO MATERIAL CRUSTAL DIRETAMENTE ÀS MARGENS DAS PLACAS CONTINENTAIS ATIVAS MECANISMOS DE CRESCIMENTO CONTINENTAL ADIÇÃO MAGMÁTICA ACRESÇÃO CONTINENTAL ACRESÇÃO DE FRAGMENTOS DA CROSTA DE BAIXA DENSIDADE AOS CONTINENTES DURANTE O MOVIMENTO DAS PLACAS. Terrenos acrescidos = grandes fragmentos de crosta que contêm em seu interior rochas de origem comum e com as mesmas características, geralmente transportadas por grandes distâncias pelos movimentos das placas. Limites entre terrenos são quase sempre grandes falhas. UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto MECANISMOS DE ACRESÇÃO CONTINENTAL 1. Transferência de fragmentos de uma placa em subducção para uma placa cavalgante, em geral quando são pouco densos para serem subduzidos. Fragmentos podem ser pequenos pedaços de continente (“microcontinentes”) ou seções espessadas da crosta oceânica (grandes montes submarinos, planaltos oceânicos). 2. Fechamento de um mar que separa um arco de ilha de um continente. Press et al. (2006) MECANISMOS DE ACRESÇÃO CONTINENTAL 3. Transporte de terrenos lateralmente ao longo de margens continentais por falhamento direcional. 4. Sutura de duas margens continentais por colisão continente- continente e individualização com posterior fragmentação dessa zona por rifteamento continental. Press et al. (2006) OROGENIA = Processo de construção de montanhas envolvendo dobramentos, falhamentos, magmatismo e metamorfismo – a maioria ligada à convergência de placas. 1. Continente cavalgando sobre placa oceânica em subducção – caso da orogenia dos Andes. 2. Continentes colidindo – intenso dobramento e falhamento que pode se estender a centenas de km da colisão. a) Formação de falhas de cavalgamento de baixo ângulo – empilhamento na parte superior da crosta como múltiplas camadas de cavalgamentos, deformando e metamorfizando as rochas que contêm. MODIFICAÇÕES NOS TERRENOS CONTINENTAIS OROGENIA EPIROGENIA Press et al. (2006) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Press et al. (2006) b) Descolamento de lascas de depósitos sedimentares da Plataforma Continental empurradas para cima do continente. c) Compressão da crosta e aumento considerável de sua espessura, causando a fusão das rochas da crosta inferior fusão gera grande quantidade de magma granítico, que ascende para formar extensos batólitos na crosta superior. Press et al. (2006) A convergência de placas causa deformação, soerguimento e metamorfismo regional. FORMAÇÃO DE ROCHAS METAMÓRFICAS Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto DOMÍNIOS GEOTECTÔNICOS E FORMAÇÃO DE ROCHAS METAMÓRFICAS Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto EPIROGENIA = Movimentos ascendentes e descendentes graduais de amplas regiões da crosta, sem dobramento ou falhamento significativos. 1. Movimentos descendentes – formação de seqüência de sedimentos relativamente subhorizontais. 2. Movimentos ascendentes – erosão e lacunas no registro sedimentar (discordâncias); pode causar a exposição das rochas do embasamento. CAUSAS: (a) Recuperação isostática glacial devido ao derretimento das geleiras – processo rápido em termos geológicos. MODIFICAÇÕES NOS TERRENOS CONTINENTAIS OROGENIA EPIROGENIA Press et al. (2006) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto CAUSAS: (b) Aquecimento e (c) resfriamento da litosfera continental – escalas de tempo mais longas. aquecimento expansão das rochas diminuição da densidade elevação da superfície esfriamento aumento da densidade afundamento criação de bacia sedimentar UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Press et al. (2006) EPIROGENIA esfriamento após rifteamento aumento da densidade afundamento criação de bacias sedimentares costeiras (d) Resfriamento da litosfera oceânica UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Press et al. (2006) Subsidência nas margens passivas (riftes) permite a deposição, soterramento e litificação de sedimentos Do intemperismo para rochas sedimentares FORMAÇÃO DE ROCHAS SEDIMENTARES UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Press et al. (2006) Fonte: Press & Siever, 2000. PROCESSOS E AMBIENTES DEPOSICIONAIS DIVERSIFICADOS Fonte: Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Press et al. (2006)
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