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Tipos de fundações e métodos
construtivos
TIPOS DE FUNDAÇÕES
AUTOR(A): PROF. GUSTAVO GREGORUTI DOS SANTOS
Ao longo das ultimas décadas, o setor da construção civil vem evoluindo no mundo todo. Com o avanço de
novas técnicas empregadas, passsamos da era do descobrimento da polia, alavanca e roda, para uma época
que são construídos edifícios como o Burj Khalifa Bin Zayid com 828 metros de altura, situada na cidade de
Dubai nos Emirados Àrabes Unidos e a  Torre de Gidá com 1.008 metros  de altura, atualmente em
construção com previsão de conclusão em 2020, localizada em Gidá na Arábia Saudita.
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Legenda: CONSTRUçãO DO EDIFíCIO BURJ KHALIFA BIN ZAYID, MAIOR PRéDIO EXISTENTE NA
ATUALIDADE
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E também por construções de obras com subsolos mais profundos, sejam obras como o metrô com
profundidades de 69 m (Futura Estação Higienópolis - Mackenzie da linha 6 - Laranja), ou construções de
subsolos de edifícios como a Torre Matarazzo e Shopping São Paulo, ambas localizadas no local da antiga
Mansão Matarazzo na Av. Paulista com sete subsolos.
Partindo do principio de construir obras cada vez maiores e mais profundas, ocorre a necessidade da
engenharia geotécnica em acompanhar esse avanço com estudos mais aprofundados sobre o solo e as
tecnologias empregadas tanto para fundações quanto para contenções.
FUNDAÇÃO.
Fundação é um elemento estrutural que transmite para o terreno as ações provenientes da estrutura. Uma
fundação deve transferir e distribuir de maneira igual e segura as ações da superestrutura ao solo, de modo
que não cause recalques diferenciais prejudiciais ao sistema estrutural, ou ruptura do solo.
O estudo e a definição das fundação compreendem preliminarmente a análise das sondagens e estudo das
cargas atuantes na estrutura.
A fundação para uma residência térrea pode ser profunda em um local com terreno de baixa resistência, ao
mesmo tempo ela pode ser superficial para construção de um edifício localizado em região com solo de boa
resistência.
As fundações são classificadas conforme a transferência das cargas da estrutura para o solo onde ela se
apoia, sendo entre Fundações Superficiais (Diretas ou Rasas) e Fundações Profundas.
As fundações superficiais, compreendem os blocos (que são diferentes dos blocos de fundações), alicerces,
sapatas e radier. As fundações profundas compreendem as estacas e os tubulões.
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS.
As fundações superficiais, também conhecidas como fundações rasas ou diretas,  transmitem a carga
proveniente da estrutura diretamente ao solo pela sua base de apoio.
Estas são executadas em escavações superficiais, com profundidades máxima de 3,0m onde    (h =
altura da fundação e b = base da fundação)
A transmissão das cargas provenientes da estrutura para o solo é feita considerando apenas o apoio da peça
sobre a camada do solo, sendo desprezada qualquer outra forma de transferência de cargas.
Entre as fundações superficiais temos:
BLOCO: se trata de um elemento de fundação de concreto simples, dimensionado de maneira que as tensões
de tração nele resultantes possam ser resistidas pelo concreto, sem necessidade de armadura (VELLOSO e
LOPES, 2010).
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ALICERCES:  são também denominados de blocos corridos e são utilizados na construção de pequenas
residências, suportando as cargas provenientes das paredes resistêntes, podendo ser de concreto, alvenaria
ou de pedra (MELHADO et al, 2002);
GRELHA: é um elemento de fundação constituído por conjunto de vigas que se cruzam nos pilares (este
fundação não é citada na norma NBR 6122/2010) (VELLOSO e LOPES, 2010)
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SAPATA:  elemento de fundação superficial de concreto armado, dimensionada de modo que as  tensões de
tração nele resultantes sejam resistidas por armadura especialmente disposta para este fim, sendo assim as
sapatas acabam possuindo alturas inferiores aos blocos de fundação por não necessitar do peso próprio
para combater a tração (VELLOSO e LOPES, 2010)
SAPATA CORRIDA: é uma sapata sujeita a ação de uma carga distribuída linearmente ou de pilares em um
mesmo alinhamento (as vezes chamada de baldrame ou de viga de fundação) (VELLOSO e LOPES, 2010).
SAPATA ASSOCIADA: se trata de uma sapata que recebe mais de um pilar (VELLOSO e LOPES, 2010); 
RADIER: elemento de fundação superficial que recebe parte ou todos os pilares de uma estrutura (VELLOSO
e LOPES, 2010).
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FUNDAÇÕES PROFUNDAS.
A principal distinção entre fundações profundas e rasas é feita segundo critério (arbitrário) de que uma
fundação profunda é aquela cujo mecanismo de ruptura de base não surgisse na superfície do terreno.
Como os mecanismos de ruptura de base atingem, acima dela, tipicamente duas vezes sua menor dimensão,
a norma NBR6122 (Projeto e Execução de Fundações) determinou que fundações profundas são aquelas
cujas bases estão implantadas a uma profundidade superior a duas vezes sua menor dimensão, e a pelo
menos 3 m de profundidade (HACHICH et al, 1998)
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A fundação profunda transmite a carga ao terreno pela ponta (resistência de ponta), por sua superfície
lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação das duas. A profundidade deste tipo de fundação é
superior ao dobro da menor dimensão projetada em planta, sendo no minímo com 3,0 metros de
profundidade (VELLOSO e LOPES, 2010). 
Estas fundações são utilizadas geralmente em projetos de grandes estruturas verticais que precisam
transmitir maiores cargas ao terreno e na existencia de camadas superficiais de solo pobres ou fracas.
As fundações profundas podem ser dimensionadas com estruturas de madeira, concreto, aço ou mista, e
podem ser classificadas como de deslocamento (estacas cravadas), sem deslocamento (estaca raiz) ou de
substituição (estaca escavada).
As estacas classificadas como de deslocamento são aquelas que provocam o deslocamento do subsolo
durante a cravação, ja as estacas de substituição, o solo é escavado para que seja realizada a concretagem in
loco da estaca.
Entre as tipologias de fundações profundas temos as estacas e os tubulões. 
Os tubulões são executados em escavações a céu aberto ou sob ar-comprimido.
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Entre as estacas mais utilizadas temos: 
brocas
madeiras
metálicas
pré-moldadas
strauss
franki
hélice contínua / Segmentada
Escavada / Estacão
Raiz
Hollow Auger
Barrete
Mega
ESTACA BROCA:  São estacas com pequenas profundidades (4,0 m a 5,0 m), diâmetro entre 20 a 40
centímetros, executadas manualmente com auxilio de trado em terrenos coesivos, acima do N.A.
Devido a sua pouca profundidade e ao processo precário sem grandes controles, estas fundações são
estimadas para cargas de até 7 tf por estaca, sendo usualmente adotada 5 tf por estaca.
Concluída a escavação e a limpeza do furo da broca, retirando qualquer camada de solo mole, ou solto
existente no fundo da estaca, a concretagem deve ser realizada com utilização de pilão ou vibrador para
adensar e eliminar vazios que possam ocorrer no concreto durante o lançamento do mesmo. Posterior a
concretagem, é instalada a armação enquanto o concreto encontra-se fluido.
Este tipo de fundação é normalmente utilizado em casas térreas e muros de divisas até muros de arrimo, em
que o terreno suporte pouco peso superficialmente.
ESTACA BROCA
HTTP://WWW.BRASIL.GERADORDEPRECOS.INFO/OBRA_NOVA/FUNDACOES/PROFUNDAS/ESTACAS_MOL
DADAS__IN_LOCO_/CPI106_ESTACA_TIPO_BROCA_ESCAVADA_COM_TRAD.HTML
ESTACA DE MADEIRA:  são constituídas por troncos de árvores, sendo os troncos retilíneos maisindicados,
que tem uma preparação das extremidades (topo e ponta)  para cravação, limpeza da superfície lateral e,
caso sejam utilizadas em obras permanentes, um tratamento com produtos preservativos (VELLOSO e
LOPES, 2010). 
Objeto disponível na plataforma
Informação:
Estaca broca
Demonstrar o processo executivo da estaca broca
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No Brasil são utilizada em obras provisórias, sendo ja muito utilizadas em obras permanentes no passado.
Ja nos Estados Unidos e Europa, as estacas de madeira são amplamente empregadas em obras permanentes
(VELLOSO e LOPES, 2010).
Segundo Rebello (2008), a estaca de madeira tem contra si a questão de deterioração, principalmente em
locais onde há variação do nível da água. Algumas espécies de fungo desenvolvem-se bem neste tipo de
ambiente. Portanto, a madeira em geral, e a estaca em particular, podem permanecer íntegras se
permanecerem totalmente submersas ou em terreno sem umidade.
“A cravação das estacas pode ser feita por  percussão, prensagem ou vibração, sendo a definição do
equipamento variando conforme as dimensões da estaca, tipo e resistência do solo, condições das
edificações limítrofes, características especifícas de projeto e peculiaridades no local da obra (TECGEO,
s.d.).
O seu diâmetro varia aproximadamente entre 15 a 40 centímetros e o comprimento de 5 a 12 metros.
Segundo Velloso e Lopes (2010), na norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 6122 –
projeto e execução de fundações, há as seguintes prescrições a serem adotadas.
“A ponta e o topo devem ter diâmetros maiores que 15 e 25 cm respectivamente, e um segmento de reta
ligando os centros das seções de ponta e topo deve estar integralmente no interior da estaca” (VELLOSO e
LOPES, 2010)
Os topos das estacas (parte superior da estaca) devem ser protegidos por amortecedores adequados
 reduzindo danos durante a cravação. Caso ocorra algum dano na cabeça da estaca, a parte afetada deve ser
cortada. Se houver a necessidade da estaca engastar ou atravessar camadas resistentes, as pontas devem
ser protegidas por ponteiras de aço (VELLOSO e LOPES, 2010).
Conforme Velloso e Lopes (2010), como ordem de grandeza de cargas admissíveis, para orientação na
elaboração de estudos e projetos, recomendam-se que os valores da tabela abaixo, sejam válidos para
estacas com um comprimento cravado mínimo de 5 m e a camada resistente na qual esteja implantada a
estaca seja areia compacta ou argila rija ao longo de uma espessura suficiente.
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Madeira
Penetração na camada resistente (m)
Carga admissível (kN) 
Diâmetro da ponta (cm)
15 20 25 30 35
3 100 150 200 300 400
4 150 200 300 400 500
5 - 300 400 500 600
Pré-moldada de concreto
Penetração na camada resistente (m)
Lado da seção (cm)
20 25 30 35 40
3 200 250 350 450 550
4 250 350 450 600 700
5 - 400 550 700 850
6 - - 650 800 1000
ESTACAS METÁLICAS:  ou estacas de aço são encontradas em diversas formas, desde perfis (laminados ou
soldados) a tubos (de chapa calandrada e soldada ou sem costura). Entre os perfis laminados estão os
trilhos, utilizados em geral, depois de retirados das ferrovias (trilhos usados). Os perfis podem ser usados
isolados ou associados (duplos ou triplos) (VELLOSO e LOPES, 2010)
As estacas de aço são utilizadas tanto nas fundações quanto para contenção de escavação.
Estas estacas são empregadas, principalmente, em situação em que a utilização de estacas de concreto não
é adequada (REBELLO, 2008)
As principais vantagens das estacas metálicas são:
São fabricadas com seções transversais de várias formas e dimensões, o que permite uma adaptação bem
ajustada a cada caso;
Possuem facilidade em cravação evitando choques ou vibrações e possuem boa resistência;
Facilidade no transporte, corte e emenda. Não possuem dificuldade aos ajustes de comprimento no
canteiro, pois os pedaços cortados podem ser aproveitados no prolongamento de outras estacas;
Podem ser cravados próximo à divisa devido à baixa vibração do terreno.
Como desvantagem, podemos citar:
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Alto custo quando comparada às estacas pré-moldadas, estacas strauss, porem atualmente tem se
demonstrado com condições de concorrências com estas estacas eliminando perdas, quebras, diminuindo
o custo global das fundações no empreendimento. (VELLOSO e LOPES, 2010).
Corrosão: a corrosão causada pelo solo em estacas metálicas é, em geral, muito pequena e pode ser
desprezada quando o aço está em contato com solo natural, de forma que qualquer proteção ou pintura
pode ser dispensada. Porem, em caso de obras marítimas, deve-se considerar separadamente a corrosão no
solo, na água e na atmosfera (VELLOSO e LOPES, 2010).
Quanto ao solo, valem as considerações feitas para obras em terra (VELLOSO e LOPES, 2010);
Quanto à água, em estacas de aço que são totalmente imersas em água, a corrosão deve ser
avaliada, e deve-se considerar 3 opções, sendo elas Adotando nenhuma medida de proteção,
aceitando a redução de espessura de metal. Outra medida é na aplicação de pinturas de proteção na
parte da estaca acima da superfície do terreno. E por ultimo adota-se uma espessura de aço
majorada para aumentar o tempo de vida requerido (VELLOSO e LOPES, 2010)
Quanto a corrosão atmosférica, ela pode variar muito de caso para caso. No trecho ao ar livre, a
proteção por pintura não oferece dificuldades (VELLOSO e LOPES, 2010)
Segundo a NBR 6122, as estacas metálicas permanentemente enterradas, independentemente da situação
do lençol freático, podem dispensar tratamento especial desde que seja descontada uma espessura de
sacrifício como indicado abaixo.
CLASSE DO SOLO ESPESSURA DE SACRIFÍCIO (MM)
Solo naturais e aterros controlados 1,0
Argila orgânica 1,5
Solos Turfosos 3,0
Aterros não controlados 2,0
Solos contaminados 3,2
 
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ESTACA PRÉ-MOLDADA:  de todos os materiais de construção, o concreto é aquele que melhor se presta à
confecção de estacas em particular das pré-moldadas pelo controle da qualidade que se pode exercer tanto
na confecção quanto na cravação (HACHICH et al, 1998)
As estacas pré-moldadas são moldadas em canteiro (obras de grande extensões, onde possuem um bom
espaço para fabricação e armazenagem deste tipo de fundação, como exemplo podemos citar obras
rodoviárias) ou usina (na grande maioria das obras, são utilizadas estacas fabricadas por usinas) e podem
ser classificadas, quanto à forma de confecção sendo por concreto vibrado, concreto centrifugado, quanto a
armadura podem ser concreto armado ou concreto protendido.
As estacas pré-moldadas podem ser encontradas nas seções quadradas, circulares, vazadas, sextavadas,
octagonal, estrela, entre outras seções. Abaixo segue esses exemplos citados.
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Legenda: SEçõES DAS ESTACAS PRé-MOLDADAS.
Como decorrência de problemas como transporte, ao ser içada e ao ser cravada por bate-estacas, a estaca
pré-moldada têm limitações de comprimento, ou seja, em uma obra, aonde a profundidade estabelecia por
sondagem seja grande, há a necessidade de se ter um estoque de estacas pré-moldadas na obra para se dar
continuidade no serviço de cravação.
O processo de cravação mais utilizado é o de cravação dinâmica, onde o bate-estaca utilizado é o de
gravidade. Este tipo de cravação promove um  elevado nível de vibração, que pode causar problemas na
estrutura da estaca ou em mesmo nas edificações vizinhas (BARROS, 2003).
•VANTAGENS:
Permite uma boa fiscalização durante a concretagem;
Permite a moldagem de corpos de prova para verificação da resistência à compressão (durante a
fabricação, normalmenterealizado pelas empresas responsáveis pela fabricação das estacas)
Permite a emenda de uma peça na outra;
•DESVANTAGENS:
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Tempo de cura normal do concreto de 21 dias (desvantagem para usina onde a estaca é fabricada);
Não ultrapassa camada de solo resistente (N/30 > 15);
O transporte dentro da obra;
A cabeça da estaca pode quebrar caso não haja um material elástico entre o martelo e o concreto durante a
cravação
Grande vibração durante a cravação.
A quebra excessiva de estacas geram custos adicionais na obra, alem de atrasos no cronograma.
ESTACA STRAUSS:  a estaca Strauss é uma fundação de concreto moldada  in loco (simples ou armado),
executada com revestimento metálico recuperável
Equipamento é composto por um tripé, guincho acoplado a motor a explosão ou elétrico, sonda de
percussão com válvula para  retirada de terra na sua extremidade inferior, soquete de 300 kg, tubos de aço
para revestimento da estaca com comprimento de 2,0 a 3,0m rosqueáveis entre si.
Conforme ABNT NBR 6122 (2010), o processo executivo se inicia com a escavação de um poço, utilizando o
soquete, com 1,0 a 2,0 m de comprimento, por onde é colocado um segmento de revestimento com coroa na
ponta. Posteriormente, a escavação do poço prossegue através de repetidos golpes de sonda e quando
necessário adição de água para amolecer e facilitar a escavação do solo.
È importante mencionar que o revestimento da estaca com camisa metálica, deve ser simultâneo à
escavação do solo evitando desmoronamento do fuste e possível estrangulamento do fuste.Concluída a
perfuração, é realizada a limpeza da cota de ponta da estaca, retirando toda camada de lama e água
presente no local com auxilio de piteira.
A concretagem da estaca ocorre com o lançamento do concreto através de funil no interior do revestimento,
em quantidade suficiente para se ter uma coluna de aproximadamente 1,0m , que deve ser apiloado para
formar a ponta da estaca. Continuando-se a execução da estaca, o concreto é lançado e apiloado com a
simultânea retirada do revestimento (ABNT, NBR 6122, 2010)
Concluída a concretagem e a retirada dos tubos de revestimento, ocorre a instalação da armação quando
necessário.
VANTAGENS
Fator custo/benefício
Não gera vibrações no solo suficientes para danificar edificações vizinhas. No entanto, é
sempre recomendado realizar laudo pericial em todas as edificações no entorno da obra para evitar
futuras reclamações sem fundamentos de vizinhos que querem se aproveitar da situação (ESCOLA
ENGENHARIA, s.d.)
.
DESVANTAGENS
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Produz muita lama.
Baixa Capacidade de carga. Uma estaca Strauss pode ter até metade da capacidade de carga de uma estaca
pré moldada (ESCOLA ENGENHARIA, S.D.)
Apresenta dificuldade para escavar solo mole de areia fofa por causa do estrangulamento do fuste
(ESCOLA ENGENHARIA, S.D.).
ESTACA FRANKI:  estaca executada mecanicamente, utilizando um bate-estaca. Este bate-estaca é
composto de uma torre metálica da qual é lançado um peso, denominado pilão, cuja função é cravar a
estaca no solo. No caso da Franki, o bate-estaca é usado para a cravação de um tubo metálico através do
atrito obtido pela introdução de um material granular ou um concreto bastante seco com a parede do tubo.
O volume de concreto seco é denominado bucha. (REBELLO, 2008)
Os diâmetros utilizados por este tipo de fundação são, 300 mm, 350 mm, 400 mm, 450 mm, 500 mm, 520
mm, 600 mm, e 700 mm, podendo atingir até 30 m de profundidade. 
A profundidade da estaca determinado em projeto é verificada “in-loco” pela nega, que é tirada com 10
golpes de 1 m e 1 golpe de 5 m de altura de queda.
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Após a obtenção e verificação da nega, estando a estaca aprovada, o tubo de revestimento é levantado por
alguns centímetros e se mantém imóvel pelos cabos do Bate-Estaca, a bucha que se encontra na
extremidade da estaca é expulsa por golpes do pilão. Posteriormente, é lançado concreto seco para
formação da base alargada que será executada através de golpes do bate estaca. Durante a formação da
base, os últimos 150 l de concretos devem ser executados com uma energia mínima de 250 tfm para as
estacas com diâmetro até 450 mm e 500 tfm para as estacas com diâmetros superiores a 450 mm.
(BALBINO, s.d.)
Ao se concluir a base, a armação com barras longitudinais e estribo espiral soldado é instalada e inicia-se a
concretagem do fuste apiloando-se o concreto com a retirada simultânea do tubo de revestimento, evitando
a entrada de água ou estrangulamento desta com entrada de camada de solo.(BALBINO, s.d.)
VANTAGENS
Maior capacidade de carga
Penetram em um terreno mais resistente
DESVANTAGENS
Causam MUITA vibração
ESTACA HÉLICE CONTÍNUA / HELICÉ SEGMENTADA: 
tipo de fundação  moldada in loco e executada por meio de trado helicoidal contínuo e injeção de concreto
pela própria haste do trado. A execução da estaca hélice contínua pode ser dividida em três fases:
perfuração, concretagem simultânea à extração da hélice do terreno, e instalação da armação.
A perfuração consiste na introdução da hélice no terreno por meio de movimento rotacional, com um
torque apropriado para que a hélice vença a resistência do solo, alcançando a profundidade determinada
em projeto”. A perfuração é contínua sem que em nenhum momento a hélice seja retirada da perfuração.
A hélice possui em sua extremidade inferior dentes, que permitem cortar o terreno facilitando sua
penetração no solo, e de uma tampa destinada a impedir a entrada de solo no tubo central durante a
escavação, e permitir a saída de concreto durante a concretagem.
Atingindo o comprimento estipulado no projeto de fundações, inicia-se a concretagem, com
“slump  aproximadamente de 20 e o  consumo de cimento é de 400 kg/m³, através de bombeamento do
concreto pelo interior da haste da hélice, que é retirada sem girar ou girada lentamente no mesmo sentido
da perfuração, simultaneamente ao lançamento do concreto.
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Tanto a velocidade de extração quanto a de execução da hélice do terreno como a pressão de injeção do
concreto devem ser constante.
A concretagem deve ser realizada de velocidade igual à velocidade de retirada da hélice, para que não haja
espaço vazio, o qual pode ocorrer estrangulamento do fuste.
A estaca hélice tem sua armadura instaladas após a concretagem.
Sua produtividade esta relacionada a disponibilidade de concreto e a resistência do subsolo no local da
obra, podendo chegar a uma produção superior de 40 estacas por dia (média em produção de 30
estacas/dia), fora este fator, realiza trabalho tanto em solos coesivos como arenosos, na presença ou não de
lençol freático, ou seja, em qualquer tipo de solo, exceto solo com matacões, e durante sua execução, a
perfuratriz não produz vibrações.
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ESTACA ESCAVADA / ESTACÃO:  caracterizam-se por serem moldadas no local após a escavação do solo,
com utilização de lama bentonítica para estabilizar as paredes internas quando necessário. São executadas
através de torres metálicas, apoiadas em chassis metálicos ou acopladas a caminhões,  em sua extremidade
inferior, tem acoplada a ferramenta de perfuração, cujo tipo variará em função da natureza do terreno a
perfurar: trado, caçamba ou coroa.
  O diâmetro das perfuratrizes varia de 0,30 a 2,50 metros, podendo-se executar desde estacas de pequena
profundidade com equipamento de pequeno porte até grandes profundidades com equipamento de torre
para 27 metros.
Vantagens das Estacas Escavadas
Conhecimento imediato e real de todas as camadas de solo atravessadas o que possibilita uma segura
avaliação dacapacidade de carga da estaca, através a coleta de amostro do subsolo e eventual exame em
laboratório se necessário (ESCOLA ENGENHARIA, s.d);
Não gera vibração, pois a escavação se faz por rotação (ESCOLA ENGENHARIA, s.d);
Condições de resistir a cargas elevadas e atingirem grande profundidades (ESCOLA ENGENHARIA,
s.d);
Possibilidade de se executar estacas mesmo em presença de nível d’água, com uso de revestimento
metálico (ESCOLA ENGENHARIA, s.d);
Grande mobilidade, versatilidade e produtividade (ESCOLA ENGENHARIA, s.d);;
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ESTACA RAIZ:  é uma estaca moldada in loco, em que a perfuração rotativa ou rotopercussiva é revestida
integralmente, em solo, por meio de segmentos de tubo metálicos (revestimento) os quais são introduzidos
à medida que a perfuração avança no terreno. A estaca raiz é armada integralmente e preenchida por uma
argamassa de cimento e areia. (ABNT NBR 6122, 2010).
Essas estacas tem particularidades que permitem sua utilização em casos em que os demais tipos de estacas
não podem ser empregados:
Não produzem choques nem vibrações;
Ha ferramentas que permitem executá-las através de obstáculos tais como blocos de rocha ou peças
de concreto;
Os equipamentos são, em geral, de pequeno porte, o que possibilita o trabalho em ambientes
restritos.
Podem ser executadas na vertical ou em qualquer inclinação.
O processo executivo de uma estaca tipo raiz é composto basicamente de quatro fases consecutivas;
perfuração, instalação da armadura, preenchimento com argamassa e remoção do revestimento e aplicação
de golpes de ar comprimido (MARAGON, s.d.)
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ESTACA HOLLOW AUGER:  são estacas moldadas  in loco executadas a “seco” (sem utilização de água ou ar
comprimido) através de perfuratrizes rotativas utilizando revestimento dotado de abas helicoidais ao longo
de todo o furo, de modo a garantir a integridade de seu fuste. Após a sua perfuração a estaca é armada e
preenchida com argamassa fluida.
Vantagens
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Não há a necessidade de água para a perfuração.
Utiliza equipamentos de pequeno porte, garantindo acesso a lugares restritos e em alguns casos
pode-se trabalhar com equipamento movido à motor  elétrico, eliminando-se  problemas  na
exaustão de gases do motor à diesel.
Possibilita análise do solo em sua  respectiva  profundidade, pois seu sistema  de perfuração  permite
trazer a superfície o material perfurado.
Economia nas atividades indiretas do canteiro, tais como: limpeza, energia elétrica, água e etc.
Desvantagens
Sistema incapaz de perfuração em terrenos com a presença de rocha, matacões e/ou concreto.
Profundidade limitada em terrenos com SPT alto.
Revestimentos de tubos limitada aos diâmetros nominais de 250 milímetros  e 310 milímetros. 
ESTACA BARRETE:  são estacas de secção retangular para grandes cargas derivadas de um ou mais painéis
de parede diafragma.
Cada painel tem espessura variando de 0,30m a 1,5m e largura de 2,5m a 3,2m.
 Vantagens
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Conhecimento imediato e real de todas as camadas de solo atravessadas durante a escavação;
Não gera vibração;
Gradual adaptação da estaca às condições físicas do terreno, com sensível incremento do atributo lateral;
Possibilidade de atingir grandes profundidades (até 70 m);
Possibilidade de executar a estaca em praticamente todos os tipos de terreno, com nível de água ou não, e
atravessar matacões com a aplicação de ferramentas especiais ;
redução no volume de concreto nos blocos de coroamento.
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ESTACA MEGA (ESTACA PRENSADA):  são constituídas por elementos pré-moldados de concreto, ou por
elementos metálicos (perfis ou tubos de aço), cravados por prensagem (com auxílio de macacos
hidráulicos). São conhecidas no Brasil como "estacas tipo Mega“ ou como “estacas de reação" (porque
requerem um sistema de reação para os macacos) (VELLOSO e LOPES, 2010).
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Inicialmente idealizadas para reforço de fundações, também podem ser utilizadas como fundações normais,
onde há necessidade de evitar vibrações.
Para a cravação dessas estacas emprega-se uma plataforma com sobrecarga ou a própria estrutura como
reação. No último caso, é necessário, antes de mais nada, que o terreno possa suportar uma certa carga uma
vez que, inicialmente, a construção será assente sobre fundação superficial constituída pelos blocos de
coroamento, com os furos previstos para a passagem das estacas. (VELLOSO e LOPES, 2010).
TUBULÕES A CÉU ABERTO:  são fundações profundas as quais transmitem a carga da estrutura para o
subsolo através do contato da base com o solo de apoio, ou seja, o atrito lateral é desconsiderado nesse tipo
de fundação profunda.
Este tipo de fundação profunda é composta de um cilindro vertical de concreto denominado de fuste, e
podendo ou não apresentar uma base alargada. (REBELLO, 2008).
O tubulão é recomendado para terrenos com boa resistência, e consequentemente suportam uma elevada
carga.
A escavação dos tubulões a céu aberto podem ser executadas manualmente, ou com utilização de
equipamentos de perfuração mecânica, porem para ser considerado tubulão, é necessário a entrada de um
funcionário (poceiro) dentro do tubulão para realizar o alargamento da base.
O Tubulão pode ser escavado em terreno plano ou entaludado, porem sua cota deverá manter-se a mesma,
ou manter um ângulo de 45º com o tubulão mais próximo.
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TUBULÃO A AR-COMPRIMIDO: durante a escavação do tubulão, ao atingir o nível d’água, tem-se de revestir
a escavação e utilizar ar comprimido para que a escavação possa atingir a cota de apoio projetada sem a
interferência do lençol freático.
Este tipo de fundação é recomendada para projetos de cargas elevadas, e quando a escavação ultrapassa o
nível do lençol freático, ou quando realizado dentro de represas. As principais obras que utilizam esse tipo
de fundação são pontes e viadutos.
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Para possibilitar a introdução de ar-comprimido na escavação, o tubulão deve ser revestido (o revestimento
pode ser de concreto ou metálico) com diâmetro interno do tubulão superior a 90cm para possibilitar o
trabalho de funcionários, e em seu topo, haver uma campânula na qual o ar-comprimido  será introduzido e
mantido para permitir a execução do serviço em ambiente seco, expulsando toda água presente no local.
A pressão do tubulão varia com a profundidade dentro do lençol freático, a cada metro de coluna d’água, a
pressão aumenta 100 gramas, sendo o limite para descompressão de 3 kgf/cm³
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ATIVIDADE
As fundações superficiais, também conhecidas como fundações rasas ou
diretas são aquelas em que  a carga da estrutura é transmitida
diretamente ao solo pela base da fundação. Assinale abaixo a
alternativa incorreta referente à fundações superficiais.
A. São executadas em valas inferiores a 3,0m de altura, onde h>b
B. Blocos, alicerces, grelha são exemplos de fundações rasas
C. A transmissão das cargas provenientes da estrutura para o solo é feita considerando apenas o apoio
da peça sobre a camada de solo
D. O terreno tento uma boa resistência superficial, se a estrutura não for muito pesada, há uma grande
possibilidade de se executar fundações superficiais no local 
ATIVIDADE
Sabe-se que Fundação é o elemento estrutural que transmite para o
terreno as ações provenientes da estrutura. Uma fundação deve
transferir e distribuir de maneira igual e segura as ações da
superestrutura ao solo, de modo que nãocause recalques diferenciais
prejudiciais ao sistema estrutural, ou ruptura do solo. Para analise e
definição da tipologia da fundação a ser executada em um
empreendimento, assinale abaixo a alternativa correta. 
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A. Para definição de uma fundação, precisa-se saber em que profundidade encontra-se a rocha
B. O estudo e a definição de uma fundação compreende a análise do solos e estudos das cargas
provenientes da estrutura.
C. As fundações serão sempre profundas em edificios de grande porte.
D. Em residencias, as fundações sempre serão rasas, independetemente do tipo de solo encontrado no
terreno.
ATIVIDADE FINAL
Sabe-se que as fundações são responsaveis por transmitir a carga da
estrutura para o terreno. Elas são divididas em fundações superficiais e
profundas. Analisando o perfil de um terreno, e as cargas de uma
estrutura, foi definido pelo projetista que as fundações a serem
executadas deveriam ser profundas. Adotando que o nível do lençol
freático encontra-se há 2,0m de profundidade, o perfil do subsolo é
basicamente arenoso, escolha qual tipo de fundação mais adequada
para esta obra.
A. Tubulão a céu aberto
B. Estaca escavada
C. Estaca Strauss
D. Estaca pré-moldada
REFERÊNCIA
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Construção Civil, 2003
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