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Imunoglobulinas: estrutura, genética e fisiologia Profa: Ana Paula Peconick Imunoglobulinas INTRODUÇÃO Definição Apresentação Distribuição Linfócitos B ESTRUTURA Características gerais Classificação GENÉTICA Características Desenvolvimento de linfócitos B Rearranjo e Expressão dos genes de Igs Mudança de isótipo FISIOLOGIA Características Funções INTRODUÇÃO Imunoglobulinas (Ig) Definição • Imunoglobulinas são moléculas glicoprotéicas de origem animal, globulinas, produzidas pelos plasmócitos e que se ligam a antígenos (Ags), atuando como anticorpo (Ac). INTRODUÇÃO Definição (cont.) As imunoglobulinas derivam seu nome da descoberta de que elas migram com as proteínas globulares quando soro contendo anticorpos é colocado em um campo elétrico. INTRODUÇÃO Apresentação: Acs conectados à membrana na superfície dos linfócitos B Receptores para Ags. Acs secretados que residem na circulação, tecidos e mucosas Conectam Ags, neutralizam toxinas e evitam a disseminação de patógenos. Os Acs secretados e associados à membrana diferem na sequência de resíduos de aas. na porção carboxiterminal da região C da cadeia pesada. INTRODUÇÃO Distribuição Líquidos corporais Soro Na superfície de um número limitado de tipos celulares • Linfócitos B • Fagócitos mononucleares; células NK Tecidos linfóides • Baço • Linfonodo • Tecido linfóide associado a mucosas Medula óssea (plasmócitos produtores de Ac de longa duração) INTRODUÇÃO Linfócitos B Único tipo celular capaz de produzir moléculas de Ac. Componente celular central das respostas imunes humorias. Linfócito B imaturo • Linfócito B IgM+, IgD- da membrana recém-derivado de precursores medulares e que não prolifera e nem se diferencia em resposta a Ags. Na medula óssea. Linfócito B maduro • Linfócito B naïve funcionalmente competentes que expressam IgM e IgD e que representam o estágio final de maturação dos linfócitos B na medula óssea, e que povoam os órgãos linfóides periféricos. INTRODUÇÃO Ativação das células B Plasmócitos Ags polissacarídeos e lipídicos Ags protéicos exige sinais ativadores das células T CD4+. INTRODUÇÃO ESTRUTURA Superfamília das Igs ESTRUTURA Características Gerais Uma molécula de Ac possui uma estrutura básica simétrica composta por duas cadeias leves (L) idênticas e duas cadeias pesadas (H) idênticas. ESTRUTURA Características Gerais As cadeias pesadas e leves possuem uma região aminoterminal variável (V) que participa do reconhecimento dos Ags e de regiões carboxiterminais constantes (C). As regiões C da cadeia pesada possuem as funções efetoras ESTRUTURA Características Gerais A região C da cadeia pesada interage com outras moléculas efetoras e céls. do SI, participando, assim, como mediadora da maioria das funções efetoras dos Acs. ESTRUTURA A porção carboxiterminal das cadeias pesadas ancora os Acs ligados aos linfócitos B. Características Gerais A região V de uma cadeia pesada (VH) é justaposta com a região V da cadeia leve (VL) para formar o local de conexão de Ags. A maior parte das diferenças nas sequências entre os diversos Acs está confinada a três segmentos hipervariáveis. Regiões Determinantes de Complementariedade (CDRs) ESTRUTURA Interação Ag-Ac Os locais de ligações de Ags da maioria dos Acs são superfícies planas que podem acomodar epitopos lineares ou conformacionais das macromoléculas. Epitopo Linear Epitopo Conformacional ESTRUTURA Interação Ag-Ac O reconhecimento do Ag pelo Ac envolve uma ligação não covalente reversível. Afinidade • Força de ligação entre um único local de ligação de um Ac e um epitopo de um Ag. Avidez • Força de ligação de todos os locais a todos os epitopos disponíveis. ESTRUTURA ESTRUTURA Fragmentos proteolíticos da IgG ESTRUTURA Região de dobradiça ESTRUTURA o O estudo das Igs em face aos Ag, revela a existência de 3 tipos de determinantes antigênicos, cada um localizado em partes características da molécula de Ig: Determinantes Isotípicos Determinantes Alotípicos Determinantes Idiotípicos ESTRUTURA Isótipos Isótipos conjunto de variantes de Igs comuns a todos os membros de uma determinada espécie. o Os Isótipos dependem das Regiões Constantes tanto das cadeias pesadas como das cadeias leves. o Todos os indivíduos de uma espécie contêm o mesmo conjunto básico de genes de Regiões Constantes ESTRUTURA Alótipos Alótipos são o conjunto de variantes alélicas presentes nas populações de uma espécie. o Há pequenas diferencias (de 1 a 4 aminoácidos) que das regiões CH e CL. o Os indivíduos podem ser homozigóticos ou heterozigóticos para cada variante. Há indivíduos que para cada classe ou subclasse apresentam uma variante alélica distinta dos outros indivíduos. Ex.: IgG2 (A) e IgG2 (B) ESTRUTURA Idiótipos Idiótipos conjunto de variantes antigênicas características de cada Ac de um mesmo indivíduo. o Sequências de aminoácidos das Regiões Variáveis VH e VL ESTRUTURA Classificação Classes ou Isótipos IgA, IgD, IgE, IgG e IgM Subclasses ou Subtipos IgA1 e IgA2; IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4 (humanos) IgG1, IgG2a, IgG2b e IgG3 (camundongos) Funções efetoras diferentes Divididos com base na estrutura C das cadeias pesadas ESTRUTURA ESTRUTURA GENÉTICA Características Cadeias polipeptídicas: Cadeias Pesadas: IgH (IgA, ; IgD, δ; IgE, ε; IgG, γ; IgM, ) Cadeias Leves: Igl e Igk Três loci separados codificam as cadeias pesadas e as cadeias leves. Cada locus está em um cromossomo diferente. GENÉTICA VDJ (Variável, Diversidade, Junção) Desenvolvimento de linfócitos B Centro Germinativo Maturação da afinidade Mudança de isotipo Geração das células B de memória (Modificado de Abbas et al, 2003.) GENÉTICA Progenitores Fígado fetal: Células B-1 Medula óssea: Células B-2 Repertório extremamente diverso de Ac o Cada clone de linfócito B produz um Ac com estrutura de ligação de Ag única. o Diversidade Propriedade do repertório linfocitário, ou seja, o número total de especificidade antigênica dos linfócitos de um indivíduo. Número igualmente grande de genes? NÃO REARRANJO GENÉTICO Estágios de desenvolvimento dos linfócitos B: GENÉTICA Receptor de célula pré-B Rearranjo e expressão dos genes de Imunoglobulinas Principal evento no desenvolvimento dos linfócitos responsável pela geração de um repertório diverso. Os eventos de rearranjo do DNA não são dependentes ou influenciados pela presença de Ags. As Igs são expressas antes do encontro com os Ags GENÉTICA Geração de diversidade das células B (Rearranjo dos genes das Igs) Diversidade combinatória • Recombinação V(D)J • Um dos genes da região variável é selecionado ao acaso e unido ao segmento de DNA adjacente Novos exons. Diversidade juncional • A diversidadeé aumentada pela adição e remoção de aleatória de nucleotídeos durante a união de genes diferentes. • Entre V e D, D e J ou V e J GENÉTICA L V 1 L V n L V 2 J2 J3 J5 C J1 J4 DNA P P P E P P E L V 1 L J5 C V 2 J4 DNA Rearranjo genético V C J V C Proteína Transporte para R.E. Proteína Tradução C L V J E L V C J RNA Transcrição Transcrito primário C L V J Processamento do RNA RNA mRNA GENÉTICA Genes da cadeia leve de Ig Genes da cadeia pesada de Ig P L V1 P L Vn P L V2 D2 D3 D1 Dn C C J2 J3 J5 J1 J4 E Rearranjo DJ P L Vn P L V1 P L V2 D2 D1 C C J5 J4 E DNA Rearranjo VDJ D2 C C J5 J4 E P L V1 P L V2 DNA Transcrição D2 C C J5 J4 E L V2 RNA Transcrito primário GENÉTICA Seleção Positiva • Fenômeno voltado a identificar os linfócitos que tenham completado seu programa de rearranjo com sucesso e facilitando o comprometimento com subtipos de célula B. • Células B que expressem Ig funcionais de membrana recebem sinais de sobrevivência constitutivo. Seleção do repertório de células B madura GENÉTICA Seleção negativa • Deleção de linfócitos que expressam receptores com alta afinidade para auto-Ags. • Parcialmente responsável por manter a tolerância das células B a auto-Ags. Apoptose GENÉTICA Edição de receptor Células B imaturas que reconhecem auto-Ags com grande avidez podem ser induzidos a mudar sua especificidade. Eventos adicionais de recombinação V-J da cadeia leve (genes Rag) Nova cadeia de Ig Não reativo SELEÇÃO POSISTIVA Reativo SELEÇÃO NEGATIVA GENÉTICA GENÉTICA Mudança de isótipo Ocorre nos tecidos linfóides periféricos, em células B que estão ativadas nas bordas dos folículos, e nos CG. Em resposta à ligação a CD40 e citocinas, parte da progênie das células B que expressa IgM e IgD sofre o processo de mudança de isótipo da cadeia pesada, levando a produção de Igs de diferentes classes (Iga, IgE, IgG). Sinais do CD40 Indução do gene AID (Desaminase Induzida pela Ativação) Citocinas Induzem fatores de transcrição que identificam quais os loci da cadeia pesada serão alvos de mudança mediado por AID GENÉTICA Enzima AID Mudança de isótipo • Processo de recombinação de mudança Maturação da afinidade • Processo que leva ao aumento da afinidade dos Acs por um dado Ag à medida que a resposta humoral progride • É resultado de hipermutações somáticas em genes da Ig, seguida pela sobrevivência seletiva das céls. B produtoras de Acs com maior afinidade. GENÉTICA GENÉTICA FISIOLOGIA Síntese de Imunoglobulinas FISIOLOGIA Características relacionadas com o reconhecimento de Ags Refletem as propriedades das regiões V dos Acs. Especificidade Diversidade Amadurecimento por afinidade FISIOLOGIA Características relacionadas com as funções efetoras Alterações nos isótipos durante a resposta influenciam em como e quando as respostas irão reagir para erradicar o Ag. As funções efetoras dos Acs só são iniciadas quando esses se ligam a Ags, e não pela Ig livre. A região C das cadeias pesadas também determina a distribuição tecidual das moléculas de Ac. FISIOLOGIA Funções efetoras: Neutralização de microorganismos (mos) ou de seus produtos tóxicos; Ativação do sistema complemento; Opsonização de patógenos; Citotoxicidade celular dependente de Ac (ADCC); Hipersensibilidade imediata FISIOLOGIA FISIOLOGIA Os linfócitos B ativados proliferam e se diferenciam em células que secretam diferentes classes de Acs com funções distintas. FISIOLOGIA FISIOLOGIA Imunodiagnóstico... Dúvidas?
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