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12/02/2015 1 FORMAÇÃO DOS CONTRATOS Direito Civil III Wesley Monteiro Formação dos Contratos O direito moderno admite o princípio solus consensus obligat, ou seja, os contratos são, em regra, consensuais (isto é, formam-se pelo simples consenso). Excepcionalmente, ele (consenso) não é suficiente para a formação do contrato, exigindo- se, ainda, em alguns casos, a tradição (contratos reais) ou solenidades especiais (contratos solenes). Formação dos Contratos Para sua formação, os contratos requerem a convergência de, no mínimo, duas vontades coincidentes; ou consentimento; proposta ou policitação (declaração que parte do proponente ou policitante) e aceitação (que parte do aceitante ou oblato). Formação dos Contratos Negociações preliminares: tratativas, conversas prévias, debates, “puntuação” (acordos parciais), são prévios à formação dos contratos; o contrato não é obrigatório, até porque ainda não existe enquanto tal; No entanto, podem surgir responsabilidade para os participantes dessas negociações: responsabilidade pré-contratual; p. ex., violação dos deveres de lealdade e informação, ou, ainda, rompimento injustificado das tratativas; Proposta Conceito: É a firme declaração receptícia de vontade dirigida à pessoa com a qual pretendem alguém celebrar um contrato, ou ao público Orlando Gomes Como afirmava Clóvis Beviláqua, na formação dos contratos destacam-se “momentos da elaboração interna ou meramente psychica, e momentos de elaboração externa” (Direito das obrigações, p. 164). Nesse primeiro momento, a vontade é mera reserva mental (CC/2002, art. 110) e não gera efeitos jurídicos, o que só vai acontecer quando ela se deixa conhecer, por meio da declaração. Essa primeira declaração, com o intuito de celebrar um contrato, é denominada proposta. 12/02/2015 2 A proposta há de ser SÉRIA, INEQUÍVOCA, PRECISA e COMPLETA. O conteúdo da proposta deve denotar a intenção de celebrar o contrato. As declarações que visem simplesmente à aproximação e o “convite a fazer oferta” não configuram oferta. Segundo Caio Mário, a proposta se distingue das tratativas por ser declaração de vontade decisiva na formação do contrato. Segundo Darcy Bessone, a proposta (digna desse nome) é séria, obrigante e definitiva, ou não será proposta. A oferta pode ser feita a pessoa indeterminada (oferta ao público), valendo, nesse caso, como proposta e não como “convite a fazer oferta” (CC, art. 429). A proposta é obrigatória, no prazo da resposta, salvo se o contrário resultar de seus próprios termos, da natureza do negócio (v., quanto à formalidade da proposta, o art. 759, relativo ao contrato de seguro), ou das circunstâncias do caso (art. 427 do Código Civil). Significa dizer que, uma vez formulada (ressalvadas as exceções previstas em Lei), a proposta vincula o proponente e, portanto, obriga a realização do contrato, caso haja aceitação eficaz (isto é, tempestiva e não seguida de retratação). O que são “ausentes” e “presentes”? A definição de “ausente” é aquela dos arts. 22 e ss.? NÃO. O ausente, aqui, é aquele que não pode declarar sua vontade direta e imediatamente. Portanto, quando há comunicação telefônica, há proposta e aceitação entre presentes (CC, art. 428, I). E via internet? Se houver possibilidade de manifestação simultânea, a proposta é entre presentes. Se não (por e-mail, por exemplo), será entre ausentes. sem prazo: deve ser imediatamente aceita, sob pena de perder a eficácia (art. 428, I); Proposta a presente com prazo: é obrigatória durante o prazo assinado. 12/02/2015 3 sem prazo: perde a validade se a resposta não chegar ao proponente em prazo razoável (“prazo moral”) (art. 428, II); Proposta a ausente - com prazo: é obrigatória durante o prazo, não se formando o contrato se a aceitação for expedida depois de vencido; a que se segue a retratação: a proposta deixa de ser obrigatória se antes dela, ou juntamente com ela, chega ao conhecimento do oblato a retratação. Aceitação É a aquiescência a uma proposta. Pode exteriorizar-se por declaração ou pela prática de atos (p. ex., pelo início do cumprimento ou por atos de apropriação, como quem recebe um livro que não encomendou e inicia sua leitura ou se comporta como seu dono), ou, até mesmo, pelo silêncio (“silêncio circunstanciado” ou “silêncio conclusivo”, CC, arts. 107, 111 e 432). Aceitação É possível, portanto, a formação de contrato pelo comportamento do oblato (Larenz). Existem os exemplos dos “comportamentos sociais típicos”, como no caso do contrato de transporte público. Nesse caso, a formação do contrato se dá pela utilização efetiva da prestação prometida genericamente. O mesmo se dá no contrato de mandato, em que a aceitação pode resultar do início do cumprimento (CC/2002, art. 659). Aceitação A aceitação apenas terá o efeito de formar o contrato se for plena. Proposta e aceitação, segundo Orlando Gomes, devem ser perfeitamente coincidentes, sob pena de não se formar o contrato. Dissenso manifesto (impede a formação do contrato, plano da existência) vs. Dissenso Oculto (revela vício da vontade, invalidando o contato – plano da validade). Aceitação Se a aceitação contém modificações, restrições ou adições em relação ao que foi proposto, é de se entender que houve contraproposta (CC/2002, art. 431). A aceitação vincula quando manifestada tempestivamente. A aceitação tardia pode ser considerada pelo proponente, que não está a tanto obrigado (também nesse caso, trata-se de contraproposta, nos termos do art. 431). Observar, ainda, a regra do art. 430, no que diz respeito à aceitação que, embora expedida a tempo, chega tardiamente ao conhecimento do proponente. O oblato também pode retratar-se da aceitação, desde que a retratação chegue antes dela ou com ela. Momento da formação do contrato Nos contratos entre ausentes, ou nas propostas a presentes com a concessão de prazo para aceitação, surge a necessidade de definir o MOMENTO em que o contrato foi formado. Teoria da informação (ou cognição): considera perfeito o contrato quando o proponente toma efetivo conhecimento da aceitação; 12/02/2015 4 Momento da formação do contrato Teoria da declaração (ou agnição): Teoria da declaração propriamente dita: considera formado o contrato no momento em que o oblato declara a vontade de aceitar a proposta; Teoria da expedição: considera formado o contrato no momento em que a aceitação é expedida; Teoria da recepção: considera formado o contrato no momento em que o proponente recebe a aceitação e já está em condições de conhecê-la. Momento da formação do contrato Mas, afinal, qual seria a teoria adotada pelo nosso direito positivo? CLÓVIS BEVILÁQUA, autor do projeto do Código Civil de 1916 era, nitidamente, adepto da sub-teoria da expedição, por reputá-la “a mais razoável e a mais jurídica”. Por isso, boa parte da doutrina brasileira, debruçando-se sobre o art. 1086 do Código revogado, concluía tratar-se de dispositivo afinado com o pensamento de BEVILÁQUA: Lugar da celebração do contrato Diz o Código que o contrato se considera celebrado no lugar em que foi proposto. Para efeito de Direito Internacional Privado, no entanto, é de se observar a regra da Lei 9, § 2º, da LICC, segundo a qual as obrigações resultantes do contrato reputam-se constituídas no lugar em que residir o proponente. De qualquer sorte, se a obrigação houver de ser cumprida no Brasil, a competência será do Judiciário brasileiro, nos termos do art. 88, II, do CPC. CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS Classificação dos contratos a) Quanto à Natureza da Obrigação. a.1) Contratos Unilaterais, Bilaterais ou Plurilaterais - na medida em que o contrato implique em direitos e obrigações para ambos os contratantes ou apenas para um deles, será bilateral(ex.: compra e venda) ou unilateral (ex.: depósito), podendo se falar em contrato plurilateral (ou multi-lateral), na medida em que haja mais de dois contratantes com obrigações (contrato de constituição de uma sociedade ou de um condomínio); Classificação dos contratos Nessa linha, quando o contrato estabelecer apenas uma via de mão única, com as partes em posição estática de credor e devedor, pelo fato de se estabelecer uma prestação pecuniária apenas para uma das partes, como na doação simples, falar-se-á em contrato unilateral. Já no contrato bilateral (ou no plurilateral), tem-se a prestação simultânea de prestações para todos os contratantes, pela dependência recíproca das obrigações (sendo uma a causa de ser da outra), o que é chamado de SINALAGMA. 12/02/2015 5 REPERCURSSÕES PRÁTICAS a) Somente nos contratos bilaterais é aplicável a exceptio non adimplet contractus ( art. 476 do CC/02), consistente na regra de que, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação pode exigir o implemento da prestação do outro. b) Somente nos contratos bilaterais é aplicável a teoria da condição resolutiva tácita, segundo a qual o descumprimento culposo por uma das partes constitui justa causa para a resolução do contrato, uma vez que, se um é a causa do outro, deixando-se de cumprir o primeiro, perderia o sentido o cumprimento do segundo. REPERCURSSÕES PRÁTICAS c) Somente nos contrato bilaterais é aplicável a disciplina dos vícios redibitórios (art. 441 do CC/02). Classificação dos contratos a.2) Contratos Onerosos ou Gratuitos – Quando a um benefício recebido corresponder um sacrifício patrimonial (ex: compra e venda), fala-se em contrato oneroso. Quando, porém, fica estabelecido que somente uma das partes auferirá benefício, enquanto a outra arcará com toda obrigação, fala-se em contrato gratuito ou benéfico (ex: doação pura (sem encargo) e comodato). Classificação dos contratos a.3) Contratos Comutativos ou Aleatórios. Quando as obrigações se equivalem, conhecendo os contratantes, ab initio, as suas respectivas prestações, como, por exemplo, na compra e venda ou no contrato individual de emprego, fala-se em um contrato comutativo. Já quando a obrigação de uma das partes somente puder ser exigida em função de coisas ou fatos futuros, cujo risco da não ocorrência for assumido pelo outro contratante, fala- se em contrato aleatório, previsto nos arts. 458/461, como é o caso, por exemplo, do contratos de seguro, jogo e aposta, bem como como o contrato de constituição de renda. Classificação dos contratos Sub-divisão dos Contratos Aleatórios: a) Contrato de Compra de Coisa Futura, com Assunção de Risco pela Existência (emptio spei): nessa primeira espécie, prevista expressamente no art. 458, o contratante assume o risco de não vir a ganhar coisa alguma, deixando à sorte propriamente dita o resultado da sua contratação.Ex: Contrato no qual alguém adquire a safra futura de um fazendeiro, assumindo o risco de nada receber se o vendedor nada colher .Ex: Aquele que adquire o produto do lança na rede que o pescador está na iminência de fazer. Mesmo que o pescador nada apanhe, ele tem direito ao preço integral se agiu com habitual diligência. . Classificação dos contratos b) Contrato de Compra de Coisa Futura, sem Assunção de Risco pela Existência (emptio rei speratae): nessa segunda hipótese, prevista no art. 459, CC-02 (art.1.119, CC-16)12, não há a assunção total de riscos pelo contratante, tendo em vista que o alienante se comprometeu a que alguma coisa fosse entregue. No exemplo anterior, se o pescador nada conseguiu ao lançar a rede, deve restituir o preço pactuado, o que não fará se conseguir um ou dois peixes, mesmo que o habitual fosse pescar dezenas. Ex: A pequena Marina ao depositar fichas numa máquina eletrônica de prêmios, pode ser contemplada com um brinquedo da moda ou simplesmente um prêmio de consolação. . 12/02/2015 6 Classificação dos contratos c) Contrato de Compra de Coisa Presente, mas Exposta a Risco assumido pelo Contratante: a última modalidade codificada é a que versa sobre a venda de coisa atual sujeita a riscos, prevista nos art.460.Ex: compra de mercadoria embargada, sem notícia do seu estado atual, em que o adquirente assume o risco de elas chegarem ao seu destino ou não, devendo pagar o preço, mesmo na hipótese de perecimento. Classificação dos contratos a.4) Contratos Paritários ou por Adesão - Na hipótese das partes estarem em iguais condições de negociação, estabelecendo livremente as cláusulas contratuais, na fase de puntuação, fala-se na existência de um contrato paritário, diferentemente do contrato de adesão, que pode ser conceituado simplesmente como o contrato onde um dos pactuantes pré- determina (ou seja, impõe) as cláusulas do negócio jurídico Classificação dos contratos a.5) Contratos Evolutivos - Classificação proposta pelo Prof. ARNOLDO WALD, para se referir a figuras contratuais, próprias do Direito Administrativo, em que é estabelecida a equação financeira do contrato, impondo-se a compensação de eventuais alterações sofridas no curso do contrato, pelo que o mesmo viria com cláusulas estáticas, propriamente contratuais, e outras dinâmicas, impostas por lei. Classificação dos contratos b) Classificação dos Contratos quanto à Disciplina Jurídica (civis, comerciais, trabalhistas, consumeristas e administrativos). Classificação dos contratos c) Classificação dos Contratos quanto à Forma. c.1) Solenes ou Não-Solenes - Quanto à imprescindibilidade de uma forma específica para a validade da estipulação contratual; Ex: contratos constitutivos ou translativos de direitos reais sobre imóveis acima do valor consignado em lei ( negócios ad solemnitatem) Classificação dos contratos c.2) Consensuais ou Reais - Em relação à maneira (forma) pela qual o negócio jurídico é considerado ultimado, ainda nesta classificação quanto à forma, os contratos podem ser consensuais, se concretizados com a simples declaração de vontade, ou reais, na medida que exijam a entrega da coisa, para que se reputem existentes. São exemplos todos aqueles não solenes, ou seja, que a ordem jurídica não exija nenhuma forma especial: Compra e venda de bem móvel, locação, parceria rural, mandato, transporte e emprego. São exemplos de contratos reais o comodato, o mútuo, o depósito e o penhor. 12/02/2015 7 Classificação dos contratos d) Classificação dos Contratos quanto à Designação (nominados e inominados) - pode-se falar na existência de contratos nominados e contratos inominados, na medida em que tenham terminologia ou nomenclatura definida e prevista expressamente em lei ou, em caso contrário, sejam apenas fruto da criatividade humana. Classificação dos contratos e) Classificação dos Contratos quanto à Pessoa do Contratante. e.1) Pessoais ou Impessoais – Quanto à importância da pessoa do contratante para a celebração e produção de efeitos do contrato, podem tais negócios jurídicos ser classificados em contratos pessoais ou contratos impessoais. Classificação dos contratos Os primeiros, também chamados de personalíssimos, são os realizados intuitu personae, ou seja, celebrados em função da pessoa do contratante, que tem influência decisiva para o consentimento do outro, para quem interessa que a prestação seja cumprida por ele próprio, pelas suas características particulares (habilidade, experiência, técnica, idoneidade etc). Nessas circunstâncias, é razoável se afirmar, inclusive, que a pessoa do contratante torna-se um elemento causal do contrato (ex: contrato de emprego). Já os contratos impessoais são aqueles em que somente interessa o resultado da atividade contratada, independentemente de quem seja a pessoa que irá realizá-la. Classificação dos contratos Ex: contrato de prestação de serviços, em que se pactue uma obrigaçãode se fazer infungível (encomendar um quadro feito por um pintor famoso), em que não será possível a atribuição de tal mister para terceiros, ainda que às custas do devedor reticente. Ex: Se contrata uma sociedade empresária para reformar um prédio, pouco me importa se o pedreiro resposável será o empregado João ou o empregado José, desde que a prestação seja cumprida da forma como pactuada. Classificação dos contratos e.2) Individuais ou Coletivos - Tem-se como parâmetro também o número de sujeitos envolvidos/atingidos. No contrato individual, sua concepção tradicional se refere a uma estipulação entre pessoas determinadas, ainda que em número elevado, mas consideradas individualmente. Já no contrato coletivo, também chamado de contrato normativo, tem-se uma transubjetivização da avença, alcançando grupos não individualizados, reunidos por uma relação jurídica ou de fato. Ex: Sua mais importante espécie é a convenção coletiva e na área trabalhista é o acordo coletivo de trabalho. Classificação dos contratos f) Classificação dos Contratos quanto ao Tempo. f.1) Instantâneos (execução imediata ou execução diferida) - Por contratos instantâneos, compreendam-se as relações jurídicas contratuais cujos efeitos são produzidos de uma só vez (ex: compra e venda a vista de bens móveis, em que o contrato se consuma com a tradição da coisa). 12/02/2015 8 Classificação dos contratos Tal produção concentrada de efeitos, porém, pode se dar ipso facto à avença ou em data posterior à celebração (em função da inserção de um termo limitador da sua eficácia), subdividindo-se, assim, tal classificação em contratos instantâneos de execução imediata ou de execução diferida. Tal subclassificação também tem interesse prático, tendo em vista que, nos contratos de execução diferida, é aplicável a teoria da imprevisão, por dependerem de circunstâncias futuras, o que, por óbvio, inexiste nos contratos de execução imediata. Classificação dos contratos f.2) De duração (determinada ou indeterminada) - Já os contratos de duração, também chamados de contratos de trato sucessivo, execução continuada ou débito permanente, são aqueles que se cumprem por meio de atos reiterados, como, por exemplo, o contrato de prestação de serviços, compra e venda a prazo e o contrato de emprego. Tal duração pode ser determinada ou indeterminada, na medida em que haja ou não previsão expressa de termo final ou condição resolutiva a limitar a eficácia do contrato. Classificação dos contratos g) Classificação dos Contratos quanto à Disciplina Legal Específica (típicos e atípicos) - Quando há uma previsão legal da disciplina de determinada figura contratual, estaremos diante de um contrato típico; na situação inversa, ou seja, em que o contrato não esteja disciplinado/regulado pelo Direito Positivo, vislumbraremos um contrato atípico. Classificação dos contratos h) Classificação pelo Motivo Determinante do Negócio (causais e abstratos) - Classificação (lembrada por SILVIO RODRIGUES), que toma, por base, o motivo determinante do negócio, para dividi-los em contratos causais e contratos abstratos. Os primeiros estão vinculados à causa que os determinou, podendo ser declarados inválidos, se a mesma for considerada inexistente, ilícita ou imoral. Já os contratos abstratos seriam aqueles cuja força decorre da sua própria forma, independentemente da causa que o estipulou. Seriam os exemplos dos títulos de crédito em geral, como um cheque. Classificação dos contratos i) Classificação pela Função Econômica (de troca, associativos, de prevenção de riscos, de crédito e de atividade) a) de troca: caracterizado pela permuta de utilidades econômicas, como, por exemplo, a compra e venda. b) associativos: caracterizado pela coincidência de fins, como é o caso da sociedade e da parceria; Classificação dos contratos c) de prevenção de riscos: caracterizado pela assunção de riscos por parte de um dos contratantes, resguardando a possibilidade de dano futuro e eventual, como nos contratos de seguro, capitalização e constituição de renda; d) de crédito: caracterizado pela obtenção de um bem para ser restituído posteriormente, calcada na confiança dos contratantes e no interesse de obtenção de uma utilidade econômica em tal transferência. É a hipótese típica do mútuo feneratício (a juros); 12/02/2015 9 Classificação dos contratos e) de atividade: caracterizado pela prestação de uma conduta de fato, mediante a qual se conseguirá uma utilidade econômica. Como exemplos, podem ser lembrados os contratos de emprego, prestação de serviços, empreitada, mandato, agência e corretagem. Classificação dos contratos j) Contratos Reciprocamente Considerados j.1. Classificação quanto à Relação de Dependência (principais e acessórios) - Os contratos principais são os que têm existência autônoma, independentemente de outro. Por exceção, existem determinadas relações contratuais cuja existência jurídica pressupõe a de outros contratos, a qual servem. É o caso típico da fiança, caução, penhor, hipoteca e anticrese. Classificação dos contratos j.2. Classificação quanto à Definitividade (preliminares e definitivos) - Por fim, quanto à definitivamente, podem ser os contratos ser classificados em preliminares e definitivos. Os contratos preliminares (ou pactum de contrahendo), exceção no nosso ordenamento jurídico, nada mais são do que negócios jurídicos que têm por finalidade justamente a celebração de um contrato definitivo.
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