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10/03/2015
1
CONTRATOS 
ATÍPICOS
“Ainda que eu haja elaborado um plano detalhadamente e todos os 
preparativos estejam em ordem, não o ponho logo em prática; aguardo o 
tempo certo”
(MOKITI OKADA)
Wesley Monteiro 
Contratos Atípicos
Por contratos típicos entendam-se aqueles que têm
previsibilidade legal, ou seja, que são regulados pelo
Direito Positivo, como a compra e venda, a doação, a
locação, o depósito, o seguro, o comodato, o mútuo etc.
São, portanto, figuras com assento na legislação em vigor.
Já os contratos atípicos, por sua vez, são aqueles não
regulados em lei, como, por exemplo, os contratos de
hospedagem, factoring e engeneering, dentre tantos
outros.
Contratos Atípicos
Segundo doutrina do grande ORLANDO GOMES, os
contratos atípicos comportam uma sub-tipificação:
a) contratos atípicos propriamente ditos – são aqueles
criados ou “inventados” pelas próprias partes, que
cuidam de celebrar um negócio jurídico inteiramente novo,
com características específicas, e sem similar no direito
positivo. São fruto da autonomia privada, limitada, como
vimos, pelos princípios superiores de índole constitucional
da função social do contrato e da dignidade da pessoa
humana (este último compreensivo da necessidade de
observância da boa-fé objetiva na relação negocial).
Contratos Atípicos
b) contratos atípicos mistos – são aqueles formados
pela conjugação de prestações típicas de outros
contratos existentes.
Resultam, pois, da fusão de elementos de outros contratos
positivados, resultando em uma figura nova, dotada de
autonomia jurídica e unidade sistêmica. É o caso do
contrato de hospedagem, que decorre da conjugação
de elementos de outros contratos como a locação, o
depósito, a compra e venda etc.
Contratos Atípicos
No que tange à disciplina jurídica dos contratos atípicos,
três soluções são sugeridas para a resolução do problema:
a) teoria da combinação – neste caso, sugere-se que,
ao interpretar o contrato atípico, deve o intérprete
decompô-lo, aplicando-se a cada uma de suas partes as
regras legais correspondentes ao contrato que lhe é similar;
Contratos Atípicos
b) teoria da absorção – aplicam-se as regras legais
correspondentes à prestação que lhe seja
preponderante (assim, se em determinado contrato atípico
prevalece a característica do depósito, aplicam-se-lhe as
regras deste último);
c) teoria da aplicação analógica – aplica-se ao contrato
atípico as regras legais do contrato que lhe seja mais
próximo (por analogia).
10/03/2015
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Contratos Atípicos
Nenhum desses critérios convence, devendo-se mencionar
a advertência de PEDRO VASCONCELOS:
“Nos contratos atípicos, o intérprete tem de contar mais
com as estipulações negociais e pode contar menos com o
direito dispositivo”. (VASCONCELOS, Pedro Pais de.
Contratos Atípicos. Almedina: Coimbra, 1995, págs. 375-
376).
Contratos Atípicos
O novo Código, por sua vez, posto não haja dedicado
seção ou capítulo específico para a sua disciplina, fez-lhe
expressa menção em seu art. 425:
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos
atípicos, observadas as normas gerais fixadas
neste Código.
Contratos Atípicos
OBS.:Não devemos confundir os contratos atípicos com a
união ou a coligação de contratos, situação em que há
pluralidade contratual. Imagine-se, por exemplo, a freqüente
situação do dono do posto de gasolina que celebra com a
indústria distribuidora vários contratos coligados entre si:
empréstimo das bombas, venda do combustível, locação de
equipamentos etc. Podem utilizar o mesmo instrumento
(documento), mas são pactuados vários negócios,
juridicamente distintos, posto unidos entre si. Vale dizer,
vários contratos são celebrados, em coligação, não
havendo, pois, um único negócio celebrado, mas sim,
vários.

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