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DIREITO ADMINISTRATIVO - Administração Direta e Indireta - Prof. Paulo Eduardo Berni CONTEÚDO DA AULA: 1ª Parte: I – Administração no Estado Federal e separação de poderes; II – Centralização, descentralização e desconcentração; III – Hierarquia x tutela. CONTEÚDO DA AULA (cont.): 2ª Parte: I – Administração Pública Direta; II – Administração Pública Indireta: a) Autarquias; b) Fundações públicas; c) Empresas públicas; d) Sociedades de economia mista; III – Entes em colaboração com o Poder Público. 3ª Parte: I – Estudo dirigido. CONTEÚDO DA AULA: 1ª Parte: I – Administração no Estado Federal e separação de poderes; II – Centralização, descentralização e desconcentração; III – Hierarquia x tutela. Art. 18 CF: Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. (...) União Administração federal Presidente da República Arts. 20 a 24 CF Estado Administração estadual Governador do Estado Arts. 23 e 24 e 25 a 28 CF Distrito Federal Administração do Distrito Federal Governador do Distrito Federal Arts. 23 e 24 e 32 CF Município Administração municipal Prefeito Arts. 23 e 29 a 31 CF Separação de poderes Função Legislativa Função Jurisdicional Função Administrativa Administração pública: - Sentido objetivo: atividade, ação ou tarefa – a própria função administrativa. - Sentido subjetivo: universo de órgãos e pessoas que desempenham a função administrativa. CONTEÚDO DA AULA: 1ª Parte: I – Administração no Estado Federal e separação de poderes; II – Centralização, descentralização e desconcentração; III – Hierarquia x tutela. Dimensões da Administração Pública: - Centralização; - Descentralização; - Desconcentração. Centralização: Situação na qual a Administração executa suas tarefas diretamente, ou seja, por intermédio dos inúmeros órgãos e agentes administrativos que compõem a sua estrutura funcional. Desempenho direto das atividades públicas pelo Estado-administração. Descentralização: - Transferência de poderes de decisão em determinadas matérias a entidades dotadas de personalidade jurídica própria. Desempenho indireto das atividades públicas pelo Estado-administração. Ex.: União (Ministério dos Transportes) – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) Governo do Estado (Secretaria da Cultura) – Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa); Prefeitura de Canoas (Gabinete do Prefeito) – Instituto Canoas XXI Características da descentralização: a) atribuição de personalidade jurídica diversa da entidade matriz (no Brasil, União, Estados, Distrito Federal ou Municípios); b) atribuição ao ente descentralizado de poderes de decisão em relação a matérias específicas, bem como patrimônio próprio; c) estabelecimento de normas a respeito do controle que o poder central exercerá sobre o órgão descentralizado – tutela. Desconcentração: - Distribuição de competências de um centro para a periferia ou de escalões superiores para escalões inferiores, dentro de uma mesma entidade ou pessoa jurídica. Ex.: Presidência da República – Ministérios – Órgãos de Assessoramento – etc Governador do Estado – Secretarias – Órgãos de Assessoramento – etc Prefeito Municipal – Secretarias – Órgãos de Assessoramento – etc Órgãos – públicos ou administrativos – são unidades de atuação, integrantes de uma pessoa jurídica, formados por um conjunto de pessoas e meios materiais ordenados par a realização de uma competência. Competência – atribuição legal conferida a um órgão ou autoridade pública para a realização de determinada atividade. Procuradoria Geral do Estado (RS) Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) Lei Federal nº 10.683/2003. Lei Estadual nº 13.601/2011. Decreto Estadual nº 48.218/2011. Decreto-lei nº 200/67 Art. 4° A Administração Federal compreende: I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Emprêsas Públicas; c) Sociedades de Economia Mista. d) fundações públicas. Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade. Código Civil. Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. CONTEÚDO DA AULA: 1ª Parte: I – Administração no Estado Federal e separação de poderes; II – Centralização, descentralização e desconcentração; III – Hierarquia x tutela. Hierarquia: “Ocorre quando há diferença de posição dos órgãos no escalonamento estrutural, de tal modo que o órgão superior, nas relações com o subordinado exerce uma série de poderes aos quais o subordinado se sujeita”. MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno, p. 67. Há relação de hierarquia entre... - Órgãos da Administração Direta (Ex.: Gabinete do Ministro – Secretarias do Ministério); - Órgãos de cada entidade da Administração Indireta (Ex.: Presidente do Banco do Brasil e diferentes departamentos); Não há relação de hierarquia entre órgãos pertencentes a pessoas jurídicas distintas (Ex.: Gabinete do Ministro da Cultura e Fundação Nacional das Artes). Poderes decorrentes do Poder Hierárquico: - Dar ordens; - Controle; - Rever atos dos subordinados; - Decidir conflitos de competência entre subordinados; - Coordenação. Tutela: “Poder que assiste à Administração Central de influir sobre elas com o propósito de conformá-las ao cumprimento dos objetivos públicos em vista dos quais foram criadas, harmonizando-as com a atuação administrativa geral do Estado”. BANDEIRA DE MELLO, Curso de Direito Administrativo, p. 162. Poderes decorrentes da Tutela: - Assegurar o cumprimentos dos objetivos legais; - Coordenar as atividades da entidade com as políticas e programas do Governo; - Zelar pela eficiência administrativa; - Assegurar a autonomia administrativa, operacional e financeira. Controle hierárquico Tutela administrativa Forma-se entre órgãos situados em uma mesma pessoa jurídica. Controle exercido pelo órgão central sobre entidades dotadas de personalidade jurídica própria. O órgão superior pode rever os atos dos órgãos subordinados. A entidade descentralizada é dotada de poder próprio de decisão em matérias específicas – daí ser não ser possível ao órgão central avocar competências da entidade descentralizada. Incondicionado (não há necessidadede previsão legal). Condicionado (não se presume, realizando-se somente nos casos e formas previstos em lei). CONTEÚDO DA AULA (cont.): 2ª Parte: I – Administração Pública Direta; II – Administração Pública Indireta: a) Autarquias; b) Fundações públicas; c) Empresas públicas; d) Sociedades de economia mista; III – Entes em colaboração com o Poder Público. 3ª Parte: I – Estudo dirigido. Administração Direta: Conjunto dos órgãos que integram a estrutura de cada um dos entes políticos da Federação (União, Estados e Distrito Federal, Municípios, Legislativo e Judiciário), aos quais foi atribuída competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas do Estado. Art. 4º, inc. I, do Decreto-lei nº 200/1967: Art. 4° A Administração Federal compreende: I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. (...) Atividades-fim mais comuns Generalidade das tarefas e atribuições que lhe cabem. Ex.: intervenção, fomento e serviço público. Base legal Constituição Federal, lei, decreto. Hierarquia/tutela Hierarquia. Personalidade jurídica Somente o ente político (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Os órgãos desconcentrados (ministérios, secretarias), não. Regime de pessoal Estatutário. Necessidade de concurso público para preenchimento dos cargos. Art. 37, inc. II CF. Forma de escolha do dirigente Eleição direta (presidente, governadores e prefeitos) e os demais por escolha da chefia do poder. Resumo: CONTEÚDO DA AULA (cont.): 2ª Parte: I – Administração Pública Direta; II – Administração Pública Indireta: a) Autarquias; b) Fundações públicas; c) Empresas públicas; d) Sociedades de economia mista; III – Entes em colaboração com o Poder Público. 3ª Parte: I – Estudo dirigido. Administração Indireta: Conjunto de entidades personalizadas que, vinculadas à Administração Direta, executam atividades administrativas de modo descentralizado. Há Administração Indireta em cada um dos níveis da Administração: - Administração indireta federal; - Administração indireta estadual; - Administração indireta municipal. - São produtos da descentralização administrativa. - Reserva legal: todas as pessoas integrantes da Administração Indireta (bem como suas subsidiárias), de qualquer dos Poderes e esferas federativas, só podem ser instituídas por lei. Art. 37, inc. XIX, CF. - Princípio da especialidade: exigência de que seja consignado na lei instituidora da entidade a atividade a ser exercida de forma descentralizada. Não podem ser instituídas entidades com finalidades genéricas. - O vínculo com a Administração Direta é o de tutela (controle administrativo, supervisão ministerial). [que, do ponto de vista jurídico, é distinto do controle hierárquico, embora na prática possam se parecer.] - O poder de tutela visa: a) Assegurar o cumprimento dos objetivos legais; b) Coordenar as atividades da entidade com as políticas e programas do Governo; c) Zelar pela eficiência administrativa; d) Assegurar a autonomia administrativa, operacional e financeira. - Possuem personalidade jurídica própria (são, portanto, sujeitos de direitos e encargos por si próprias, realizando atividades e atos do mundo jurídico em seu próprio nome). - São dotadas de patrimônio, pessoal e estrutura administrativa próprios. São entes da Administração Pública Indireta: - Autarquias; - Fundações públicas; - Empresas públicas; - Sociedades de economia mista. Consórcio público (associação pública): art. 6º, inc. I e § 1º e art. 13, § 6º, todos da Lei nº 11.107/05. CONTEÚDO DA AULA (cont.): 2ª Parte: I – Administração Pública Direta; II – Administração Pública Indireta: a) Autarquias; b) Fundações públicas; c) Empresas públicas; d) Sociedades de economia mista; III – Entes em colaboração com o Poder Público. 3ª Parte: I – Estudo dirigido. Autarquias José dos Santos Carvalho Filho: “Pessoa jurídica de direito público, integrante da Administração Indireta, criada por lei para desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado”. Decreto-lei nº 200/1967: “Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. (...)” Código Civil, art. 41, inc. IV. Características principais: - Integram a Administração Pública Indireta; - Criadas por lei; - Pessoas dotadas de personalidade jurídica própria; - Submetem-se ao regime de direito público; - Não possuem finalidade lucrativa; - Desempenham funções típicas do Estado (nunca de caráter econômico), que requeiram, para sua maior eficiência, gestão administrativa e financeira descentralizada. Resumo: Atividades-fim mais comuns Atividades típicas da Administração Pública. Base legal Lei específica + regimento interno. Hierarquia/tutela Tutela. Personalidade jurídica/regime jurídico Sim, de direito público (Art. 41, inc. IV Código Civil). Regime de pessoal Em regra, estatutário. Necessidade de concurso público para preenchimento dos cargos. Art. 37, inc. II CF. Forma de escolha do dirigente Em regra, nomeação pelo Chefe do Poder Executivo. CONTEÚDO DA AULA (cont.): 2ª Parte: I – Administração Pública Direta; II – Administração Pública Indireta: a) Autarquias; b) Fundações públicas; c) Empresas públicas; d) Sociedades de economia mista; III – Entes em colaboração com o Poder Público. 3ª Parte: I – Estudo dirigido. Fundações públicas. Decreto-lei nº 200/1967: “Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: (...) IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. (...)” Características principais: - Integram a Administração Pública Indireta; - Criação por lei ou autorizada por lei; - Pessoas dotadas de personalidade jurídica própria; - Regime jurídico ???; - Não possuem finalidade lucrativa; - Desempenham atividades de assistência social, assistência médica e hospitalar, educação e ensino, pesquisa e atividades culturais. Atividades-fim mais comuns Assistência social, assistência médica e hospitalar, educação e ensino, pesquisa e atividades culturais (não lucrativa). Base legal Lei (de criação ou autorizativa). Hierarquia/tutela Tutela. Personalidade jurídica/regime jurídico Sim, de direito privado ou de direito público (de acordo com o ato que cria ou autoriza a sua criação). Regime de pessoal Celetista ou estatutário (de acordo com o regime jurídico aplicável). Necessidade de concurso público para preenchimento dos cargos. Art. 37, inc. II CF. Forma de escolha do dirigente Conforme lei criadora ou autorizadora. Resumo: CONTEÚDO DA AULA (cont.): 2ª Parte: I – Administração Pública Direta; II– Administração Pública Indireta: a) Autarquias; b) Fundações públicas; c) Empresas públicas; d) Sociedades de economia mista; III – Entes em colaboração com o Poder Público. 3ª Parte: I – Estudo dirigido. Empresas públicas. José dos Santos Carvalho Filho: “São pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta do Estado, criadas por autorização legal, sob qualquer forma jurídica adequada a sua natureza, para que o Governo exerça atividades gerais de caráter econômico ou, em certas situações, execute a prestação de serviços públicos”. Sociedades de Economia Mista. José dos Santos Carvalho Filho: “São pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta do Estado, criadas por autorização legal, sob a forma de sociedades anônimas, cujo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo, como regra, a exploração de atividades gerais de caráter econômico e, em algumas ocasiões, a prestação de serviços públicos”. Art 173 CF. “Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (...) § 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. (...)” Características principais: - Integram a Administração Pública Indireta; - Criação autorizada por lei; - Pessoas dotadas de personalidade jurídica própria; - Submetem-se ao regime de direito privado; - Desempenham atividades gerais de caráter econômico ou, em certas situações, executam a prestação de serviços públicos. Distinções entre empresas públicas e sociedades de economia mista: a) Constituição do capital: - Empresas públicas: capital exclusivamente oriundo de pessoas da Administração Pública, independentemente da esfera federativa e natureza jurídica (pública ou privada). - Sociedades de economia mista: capital formado por recursos oriundos da Administração Pública e da iniciativa privada. b) Forma jurídica: - Empresas públicas: qualquer das formas admitidas em direito (art. 5º, inc. II, Decreto-lei nª 200/1967), desde que compatíveis com as regras de direito público (ex.: não podem ser sociedades em nome coletivo ou sociedade cooperativas). - Sociedades de economia mista: sociedades anônimas (art. 5º, inc. III, Decreto-lei nª 200/1967). “Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: (...) II - Emprêsa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Govêrno seja levado a exercer por fôrça de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. (...)” “Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: (...) III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. (...)” Atividades-fim mais comuns Atividade econômica (em alguns casos prestação de serviços públicos). Base legal Lei autorizativa + estatuto social. Hierarquia/tutela Tutela. Personalidade jurídica/regime jurídico Sim, direito privado. Regime de pessoal Celetista (CLT). Necessidade de concurso público para preenchimento dos cargos. Art. 37, inc. II CF. Forma de escolha do dirigente Conforme lei autorizativa. Resumo: CONTEÚDO DA AULA (cont.): 2ª Parte: I – Administração Pública Direta; II – Administração Pública Indireta: a) Autarquias; b) Fundações públicas; c) Empresas públicas; d) Sociedades de economia mista; III – Entes em colaboração com o Poder Público. 3ª Parte: I – Estudo dirigido. Entes em colaboração com o Poder Público. Não integram a administração indireta. - Ordem dos Advogados do Brasil; - Serviços sociais autônomos; - Organizações sociais (OS) – Lei nº 9.637/98; - Organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP) – Lei nº 9.790/99. CONTEÚDO DA AULA (cont.): 2ª Parte: I – Administração Pública Direta; II – Administração Pública Indireta: a) Autarquias; b) Fundações públicas; c) Empresas públicas; d) Sociedades de economia mista; III – Entes em colaboração com o Poder Público. 3ª Parte: I – Estudo dirigido.
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