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Patologia Oral - Cistos não odontogênicos

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Paolla Barboza Patologia Oral 2 2018.2 
 
Cistos
Odontogênicos
Inflamatórios
De 
desenvolvimento
Não 
odontogênicos
Cistos 
 
Definição de cisto: cavidade revestida por epitélio. 
O cisto pode ter origens diferentes: os odontogênicos são originados de remanescentes da 
odontogênese, enquanto os não odontogênicos são originados dos remanescentes da embriogênese. 
Podemos, ainda, dividir os cistos odontogênicos em inflamatórios e de desenvolvimento. 
Abaixo, um esquema simplificando a divisão: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cistos Não Odontogênicos 
 
· Cisto do ducto nasopalatino 
 
É um cisto de tecido ósseo; 
É o cisto não odontogênico mais comum da cavidade oral (1% da população); 
Origem: Acredita-se que seja de remanescentes do ducto nasopalatino (estrutura embrionária 
que liga a cavidade nasal e oral na região do canal incisivo). Por isso são encontrados dentro do 
forame incisivo; 
Tumefação na região anterior de palato duro, geralmente assintomática, associada a ápice de 
incisivos centrais superiores; 
Acomete, em maioria, homens entre 40 e 60 anos de idade; 
Deve-se fazer teste de vitalidade para descartar origem inflamatória. No cisto de 
desenvolvimento, o dente se apresenta vital; 
Radiografia: 
Lesão radiolúcida bem circunscrita na linha média da região anterior de maxila entre os ápices 
de incisivos centrais. Seu aspecto é semelhante a uma pêra invertida ou a um coração. 
 
Obs: Deve-se tomar cuidado para não confundir com o forame incisivo na radiografia, o 
forame é bem menor. 
Histopatologia: 
Epitélio de revestimento da cavidade cística é variável (pode ser encontrado mais de um 
tipo no mesmo cisto), podendo ser dos seguintes tipos: 
 - escamoso estratificado (mais comum) 
 - colunar pseudoestratificado 
 - colunar simples, podendo haver células caliciformes e cílios 
 - cúbico simples 
Obs2: Se o cisto tiver desenvolvimento mais próximo da cavidade oral, o epitélio tende a ser 
escamoso, se tiver desenvolvimento mais superiormente, próximo à cavidade nasal, tende a ter 
epitélio respiratório. 
 
Parede cística (tecido conjuntivo adjecente ao epitélio) frequentemente apresenta vasos 
sanguíneos e feixes nervosos. Em alguns casos, aparecem glandulas salivares menores e 
pequenas ilhas de cartilagem hialina. Pode haver, também, células inflamatórias crônicas 
(linfócitos, plasmócitos e histiócitos) e, raramente, agudas (neutrófilos). 
 
Tratamento e prognóstico: deve-se fazer a enucleação cirúrgica, biópsia é recomendada pois o 
diagnóstico não pode ser concluído por radiografia. 
A recidiva é rara e a transformação maligna é relatada em alguns casos escassos. 
 
· Cistonasolabial 
 
É um cisto de tecido mole; 
É um cisto raro, 
Origem: Acredita-se que seja de remanescentes epiteliais na linha de fusão dos processos 
nasais (mediano e lateral) e maxilar; outra hipótese é que seja desenvolvido pela deposição 
ectópica do epitélio do ducto nasolacrimal (devido à localização e histologia semelhantes); 
Aumento de volume do lábio superior lateral à linha média, resultando na elevação da asa do 
nariz. Pode levar ao apagamento do fundo de vestíbulo. 
Esse aumento pode ocasionar obstrução nasal; A dor é rara, exceto quando não há infecção; 
Pode haver rompimento espontânio e drenagem para a cavidade oral ou nasal; 
Ocorre principalmente em mulheres (proporção 3:1) entre 40 e 50 anos de idade; Apenas 10% 
dos casos são bilaterais; 
Radiografia: 
O cisto é de tecido mole, por isso não podem ser observados na radiografia. 
Histopatologia: 
Cavidade revestida por epitélio colunar pseudoestratificado, muitas vezes exibindo células 
caliciformes e ciliadas. Pode haver areas de epitélio cúbico ou escamoso. 
Parede cística formada por tecido conjuntivo fibroso com tecido muscular esquelético adjacente. 
Pode-se observar inflamação quando a lesão tá infectada secundáriamente. 
 
Tratamento e prognóstico: 
Remoção cirúrgica total (biópsia excisional). Muitas vezes precisa tirar parte da mucosa nasal 
pra garantir a remoção total da lesão. 
A recidiva é rara. 
 
· Cisto epidermoide 
 
Também chamado de cisto folicular (por derivarem do infundíbulo folicular); 
Origem: Estima-se que seja derivado de inflamação localizada do folículo piloso (ainda se 
discute essa origem pois esse cisto é encontrado também em cavidade oral, onde não há folículo 
piloso normalmente); 
Lesões nodulares flutuantes que podem estar ou não associados a inflamações. Em área de 
pele delgada, pode ser branca ou amarelada. Preferência na cavidade bucal é por borda e ventre 
de língua. 
São cistos raros em jovens e mais comuns em mulheres (proporção 2:1); 
Podem ser encontrados em qualquer região do corpo; 
A cavidade é preenchida por uma estrutura amarelada de odor fétido → queratina 
Diagnóstico diferencial clínico: lipoma; 
Radiografia: 
O cisto é de tecido mole, por isso não podem ser observados na radiografia; 
Histopatologia: 
Revestimento da cavidade formado por epitélio escamoso estratificado, lembrando a 
epiderme. Camada granulosa bem desenvolvida. Lúmen preenchido por ortoqueratina 
degenerada; 
Pode haver rompimento desse epitélio quando há reação inflamatória granulomatosa na 
parede cística; 
 
Tratamento e prognóstico: 
Biópsia excisional (excisão cirúrgica conservadora); 
Recidiva é incomum 
A transformação maligna já foi relatada, porém é raríssima. 
 
 
 
· Cisto dermoide 
 
Tem esse nome por ser semelhante à derme. 
Origem: remanescentes dos folhetos embrionários (ectoderma – anexos cutâneos: pele, 
glândulas sebáceas); aprisionamento de epitélio durante o fechamento do primeiro e do segundo 
arcos branquiais. 
Tumefação indolor de crescimento lento na linha média do soalho bucal, massa borrachoide ou 
pastosa que, frequentemente, retém a marca dos dedos sob pressão digital. 
Quando a lesão se desenvolve abaixo do gênio-hioideo: tumefação sublingual desloca língua 
superiormente causando dificuldade de deglutição, fonação e até de respiração. 
Quando a lesão se desenvolve acima do gênio-hioideo: muitas vezes, a tumefação 
submentoniana dá aparência de “queixo duplo”; 
Pode haver infecção secundária e drenar para a cavidade oral ou pele; 
Preferência por crianças e adultos jovens; 
Radiografia: 
O cisto é de tecido mole, por isso não podem ser observados na radiografia; 
Histopatologia: 
Cavidade revestida por epitélio escamoso estratificado ortoqueratinizado, de camada 
granulosa proeminente. Raramente pode-se encontrar epitélio colunar ciliado (epitélio 
respiratório); 
Comum encontrar queratina abundante no interior da luz do cisto; 
Parede cística composta por tecido conjuntivo fibroso, com um ou mais anexos 
cutâneos, como glândulas sebáceas, folículos pilosos e glândulas sudoríparas. 
 
Tratamento e prognóstico: 
Remoção cirúrgica (biópsia excisional); 
A recidiva é incomum; 
Relatos raros de transformação maligna → carcinoma de células escamosas. 
 
· Cisto do ducto tireoglosso 
 
Origem: remanescentes do ducto tireoglosso; 
Tumefação móvel, flutuante e indolor, localizada na linha média do pescoço, em sua maioria 
abaixo do osso hioideo. 
Mais comum em jovens, metade dos casos ocorre antes dos 20 anos de idade; 
As lesões que ocorrem na base da língua podem obstruir a laringe; 
Pode formar fístulas que vão em direção à pele ou mucosa oral (rompimento de cisto infectado 
ou sequela de cirurgia); 
Radiografia: 
O cisto é de tecido mole, por isso não podem ser observados na radiografia; 
Histopatologia: 
Revestimento cístico por epitélio escamoso estratificado ou colunar ciliado (embora epitélio 
cúbido ou até epitélio de intestino delgado possam aparecer em alguns casos). Algumas vezes, 
estão presentes vários tipos de epitélio. 
Parede cística pode conter tecido tireoideano, apesar de não ser constante. 
 
Tratamento e prognóstico: 
Remoção cirúrgica(biópsia excisional); 
Quando remove-se a porção central do osso hioide junto com uma porção muscular ao longo do 
trato tireoglosso, a taxa de recidiva é de 10%. Em tratamento menos agressivo, a recidiva pode 
ser muito mais alta; 
Transformação maligna é rara, apenas 1% dos casos. 
Epitélio escamoso estratificado 
revestindo a cavidade 
Folículos de tireóide na parede cística 
 
· Cisto linfoepitelial cervical (ou da fenda branquial) 
 
Origem: Acredita-se que seja de remanescentes epiteliais das fendas branquiais (95% do 2º arco 
branquial, outros 5% do primeiro, do terceiro e do quarto); 
Aumento de volume assintomático, de massa mole, flutuante, na região lateral do pescoço. 
Pode-se tornar sintomático quando há infecção secundária; 
Pode haver canais ou fístulas drenando muco para a pele; 
É mais comum em adultos jovens, entre 20 e 40 anos de idade; 
2/3 é encontrado no lado esquerdo do pescoço e o outro 1/3n no lado direito; 
Radiografia: 
O cisto é de tecido mole, por isso não podem ser observados na radiografia; 
Histopatologia: 
Revestimento cístico por epitélio escamoso estratificado que pode ou não ser queratinizado. 
Alguns casos podem exibir epitélio respiratório. 
Parede cística (cápsula de tecido conjuntivo) contendo tecido linfoide, muitas vezes formando 
centros germinativos. 
 
Tratamento e prognóstico: 
Remoção cirúrgica (biópsia excisional); 
Quase nunca recidiva; 
Transformação maligna é rara; 
Obs: Durante a avaliação clínica, a biópsia por aspiração com agulha fina pode ser útil para 
excluir malignidade antes da remoção cirúrgica. 
 
· Cisto linfoepitelial oral 
 
Esse cisto é muito parecido com o anterior, porém ocorre em cavidade oral. 
Lesão rara que se desenvolve dentro dos tecidos linfoides orais → Anel de Waldeyer (onde é 
encontrado muito tecido linfoide na cavidade oral), constituído por amigdalas linguais e palatinas 
e adenoides faringianas; 
Origem: obstrução das invaginações do epitélio de revestimento da mucosa em íntimo contato 
com o tecido linfoide oral (bolsas cegas ou criptas amigdalianas preenchidas por resto de 
queratina); 
Também pode se desenvolver de epitélio da mucosa de superfície ou do epitélio de glândula 
salivar que ficou retido no tecido linfóide durante a embriogênese; 
Nódulo submucoso pequeno branco ou amarelado, de superfície macia não ulcerada, que pode 
ser firme ou mole à palpação; 
Preferência por adultos jovens; 
Localização mais comum é soalho bucal, seguido por seguido por superfície ventral e margem 
lateral de língua. 
Também pode ocorrer na amígdala palatina ou palato mole. 
Todas essas regiões citadas são de tecido linfóide oral normal ou acessório; 
Diagnóstico diferencial clínico: cisto epidermóide; 
Radiografia: 
O cisto é de tecido mole, por isso não podem ser observados na radiografia; 
Histopatologia: 
Cavidade revestida por epitélio escamoso estratificado paraqueratinizado sem projeções para o 
conjuntivo. Células epiteliais descamadas preenchendo o lúmen; 
Os cistos podem comunicar-se com a mucosa de revestimento; 
Parede cística com tecido linfoide circundando ou, em alguns casos, em apenas uma parte da 
parede. Os centros germinativos podem estar presentes, mas não é sempre. 
 
Tratamento e prognóstico: 
Excisão cirúrgica com recidiva quase nula.

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