Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DA PREVENÇÃO ESPECIAL (VIII EXAME) João e Maria, ambos adolescentes, com dezessete e dezesseis anos, respectivamente, resolvem realizar uma viagem para comemorar o aniversário de um ano de namoro. Como destino, o jovem casal elege Armação dos Búzios, no estado do de Janeiro, e efetua a reserva, por telefone, em uma pousada do balneário. Considerando a normativa acerca da prevenção especial contida na Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, assinale a afirmativa correta. DA PREVENÇÃO ESPECIAL A) O casal poderá hospedar‐se na pousada reservada sem quaisquer restrições, já que ambos são maiores de dezesseis anos e, portanto, relativamente capazes para a prática desse tipo de ato civil, não podendo ser exigido que estejam acompanhados dos pais ou responsáveis nem que apresentem autorização destes. • R: ERRADA. João e Maria devem ter autorização ou estar acompanhados pelos pais ou responsável, pois é proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere (Art. 82). DA PREVENÇÃO ESPECIAL B) O Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe apenas a hospedagem de crianças e adolescentes em motel, desacompanhadas de seus pais ou responsável, sendo permitida a hospedagem em hotéis ou estabelecimentos congêneres, uma vez que este são obrigados a manter regularmente o registro de entrada de seus hóspedes. • R: ERRADA. C) A proibição da legislação especial refere ‐ se apenas às crianças, na definição do ECA consideradas como as pessoas de até doze anos de idade incompletos, sendo, portanto, dispensável que os adolescentes estejam acompanhados dos pais ou responsáveis, ou, ainda, autorizados por estes para a regular hospedagem. • R: ERRADA. DA PREVENÇÃO ESPECIAL D) O titular da pousada, ou um de seus prepostos, pode, legitimamente e fundado na legislação especial que tutela a criança e o adolescente, negar ‐ se a promover a hospedagem do jovem casal, já que ambos estão desacompanhados dos pais ou responsável e desprovidos, igualmente, da autorização específica exigida pelo ECA. • R: CORRETA. Art. 82. DA PREVENÇÃO ESPECIAL (XIII EXAME) João e Joana são pais de Mila, 9 anos, e de Letícia, 8 anos. João mudou-se para Maringá depois do divórcio, e levou sua filha mais nova para morar com ele. Nas férias escolares, Letícia quer ir ao Rio de Janeiro visitar sua mãe, enquanto Mila deseja passar seus dias livres com seu pai em Maringá. Avalie as situações apresentadas a seguir e, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa correta. DA PREVENÇÃO ESPECIAL A) Letícia poderá viajar sem autorização judicial se a sua prima, Olívia, que tem 19 anos, aceitar acompanhá-la. Mila poderá viajar sem autorização, se a sua avó, Filomena, a acompanhar. • R: ERRADA. Mila poderá viajar com sua avó, sem autorização judicial, pois está acompanhada de ascendente. Mas, Letícia não poderá viajar, porque Olívia é prima. Poderia se estivesse acompanhada de ascendente ou colateral maior, até o 3º grau (tio, irmão) comprovado documentalmente o parentesco; ou se estivesse acompanhada de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável (art. 83, §1º, b). DA PREVENÇÃO ESPECIAL B) Se houver prévia e expressa autorização dos pais ou responsáveis, Letícia e Mila ficam dispensadas da autorização judicial e poderão viajar desacompanhadas dentro do território nacional. • R: ERRADA. Elas podem ficar dispensadas da autorização judicial, se estiverem acompanhadas de pessoa maior de idade, já que possuem autorização expressa dos pais ou responsável. DA PREVENÇÃO ESPECIAL C) Letícia poderá viajar desacompanhada dos pais por todo território nacional se houver autorização judicial, que poderá ser concedida pelo prazo de dois anos. Mila não precisará de autorização judicial para ir a Maringá se seu tio José aceitar acompanhá-la. • R: CORRETA. Previsão art. 83. Cabe um destaque quanto a Mila. Realmente ela não precisará de autorização judicial para ir a Maringá se seu tio José aceitar acompanha-la, pois o tio é parente colateral de 3 ̊ grau, desde que ele seja maior e o parentesco esteja comprovado documentalmente. DA PREVENÇÃO ESPECIAL D) Mila poderia aproveitar a ida de sua vizinha Maria, de 23 anos, para acompanhá-la, desde que devidamente autorizada por seus pais, enquanto Letícia não precisaria de autorização judicial se seu padrinho, Ricardo, primo do seu pai, a acompanhasse. • R: ERRADA. Mila poderia viajar nessas condições. Mas, Letícia não, pois precisaria de autorização judicial para viajar com Ricardo, pois o mesmo não é colateral até o 3º grau. MEDIDAS DE PROTEÇÃO • São aplicáveis sempre que os direitos das crianças e adolescentes forem ameaçados ou violados (art. 98): I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; III - em razão de sua conduta. Parâmetros para aplicação das medidas (art. 100): 1) as necessidades pedagógicas; 2) preferência por medidas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. MEDIDAS DE PROTEÇÃO • Princípios que regem a aplicação das medidas (§único, art. 100): - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos; - proteção integral e prioritária; - interesse superior da criança e do adolescente; - intervenção precoce e mínima pelas autoridades e instituições. - responsabilidade primária e solidária do poder público; - responsabilidade parental. MEDIDAS DE PROTEÇÃO • As medidas de proteção são (rol não taxativo - art. 101): I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade (Ex: infante em situação de rua); II - orientação, apoio e acompanhamento temporários (Ex: infante com os vínculos familiares fragilizados); III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental (Ex: infante não matriculado em escola); IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente (Ex: família sem condições financeiras); V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial (Ex: infante com alguma enfermidade sem receber tratamento); MEDIDAS DE PROTEÇÃO VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos (Ex: infante viciado em drogas); VII - acolhimento institucional (Ex: infante com os vínculos familiares fragilizados ou rompidos); VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; IX - colocação em família substituta. • As medidas protetivas poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo (Art. 99). MEDIDAS DE PROTEÇÃO ATENÇÃO: O acolhimento institucional e o familiar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade (§ 1º, art. 101). • Caberá ao Conselho Tutelar aplicar as medidas previstas nos itens I a VII (Art. 136, I). No caso dos itens VIII e IX somente o magistrado tem competência para aplicá-las. MEDIDAS DE PROTEÇÃO (XI EXAME) A interpretação e aplicação da Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) deve perseguir os objetivos de proteção integral e prioritária dos direitos das crianças e dos adolescentes, que deles são titulares. Sobre o tema, assinale a afirmativa correta. A) A aplicação das medidas específicas de proteção previstas pelo ECA pode se dar cumulativamente, devendo a autoridade competente escolher a mais adequada diante das necessidades específicasdo destinatário. • R: CORRETA. Art. 99 c/c VIII, §único, art. 100. Deve-se levar em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. MEDIDAS DE PROTEÇÃO B) Se Joana, que tem 09 anos, tiver seus direitos violados por ação ou omissão do Estado, serão cabíveis as medidas específicas de proteção previstas pelo ECA que, dependendo das circunstâncias, não deverão ser aplicadas ao mesmo tempo. • R: ERRADA. As medidas poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo (art. 99). MEDIDAS DE PROTEÇÃO C) Se Júlio, que tem 09 anos, tiver seus direitos violados por abuso ou omissão dos pais, não serão aplicáveis as medidas específicas de proteção, mas, sim, medidas destinadas aos pais ou responsável, previstas pelo ECA. • R: ERRADA. As medidas de proteção também são aplicáveis quando seus direitos são violados por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável, bem como da sociedade, do Estado ou de sua própria conduta (art. 98). MEDIDAS DE PROTEÇÃO D) As medidas específicas de proteção previstas pelo ECA devem ser aplicadas de modo a afastar uma intervenção precoce, efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida, sob pena de responsabilidade primária e solidária do poder público. • R: ERRADA. Trata-se de um princípio que a intervenção das autoridades competentes deva ser precoce, efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida (VI, §único, art. 100). DA PRÁTICA DO ATO INFRACIONAL (TJ-SC / JUIZ / 2013) Analise as proposições abaixo sobre ato infracional e assinale a alternativa correta: I. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal. • R: CORRETA. Conforme art. 103 do ECA. II. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada. • R: CORRETA. Conforme art. 107 do ECA. DA PRÁTICA DO ATO INFRACIONAL III. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada. • R: CORRETA. Conforme art. 109 do ECA. IV. São asseguradas ao adolescente, entre outras garantias, a igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa. • R: CORRETA. Conforme art. 111, II, do ECA. DA PRÁTICA DO ATO INFRACIONAL a) Somente as proposições I, II e III estão corretas. b) Somente as proposições II, III e IV estão corretas. c) Somente as proposições II e IV estão corretas. d) Somente as proposições I e II estão corretas. e) Todas as proposições estão corretas. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA Medidas socioeducativas (Art. 112 – rol exaustivo): I - advertência; II - obrigação de reparar o dano; III - prestação de serviços à comunidade; IV - liberdade assistida; V - inserção em regime de semi-liberdade; VI - internação em estabelecimento educacional; Medidas em meio aberto Medidas privativas de liberdade MEDIDA SOCIOEDUCATIVA Autoridade competente para aplicação da Medida Socioeducativa • É o Juiz da Infância e da Juventude, por se tratar de atividade tipicamente jurisdicional (art. 146 e Súm. 108 do STJ). Requisitos para aplicação da Medida Socioeducativa (Art. 114) reparação do dano prestação de serviços à comunidade liberdade assistida regime de semi-liberdade internação advertência Provas suficientes da autoria e da materialidade da infração, salvo no caso de Remissão Indícios suficientes da autoria e prova da materialidade da infração MEDIDA SOCIOEDUCATIVA É possível cumular medidas de proteção com medidas socioeducativas? • Sim, sempre que o adolescente se encontre em situação de risco (art. 112, VII). • As medidas socioeducativas poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo (art. 113). Quais os critérios para a aplicação da medida socioeducativa? • capacidade do adolescente de cumprir a medida • as circunstâncias do ato • a gravidade da infração para que se possa aferir a proporcionalidade da atuação Estatal (art. 112, §1º). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA Medida de Advertência (Art. 115) • Consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada pelo Juiz da Infância e Juventude, MP, pelo adolescente e seus pais ou responsáveis. • A competência para aplicação dessa medida é exclusiva do Juiz da Infância e da Juventude (S. 108 do STJ). • Poderá ser aplicada em sede de remissão (art. 127). • Basta haver indícios de autoria e prova da materialidade do ato infracional para se aplicar essa medida (§único, art. 114). Uma parte da doutrina alega a inconstitucionalidade desse dispositivo por ferir o princípio da presunção da inocência (art. 5º, LVII, da CF). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA Medida de Reparação do dano (Art. 116) • Será aplicada quando o ato infracional tiver reflexos patrimoniais. Então, o Juiz da Infância e da Juventude poderá determinar, se for o caso, que o adolescente: 1) restitua a coisa; 2) promova o ressarcimento do dano; ou, 3) compense o prejuízo da vítima. • Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada. • Em sede de remissão, a obrigação de reparar o dano pode ser aplicada (art. 114 c/c art. 127 do ECA). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA Prestação de serviço à comunidade X Trabalho forçado • Prestação de serviço à comunidade - consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a 6 meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, durante jornada máxima de 8 horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho (art. 117 do ECA). • Trabalho forçado - não será admitido em hipótese alguma e sob pretexto algum (art. 112, § 2º do ECA c/c art. 5º, XLVII, “c”, da CF/88). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA Medida de Liberdade Assistida (Art. 118 e 119) • É a medida mais rigorosa em meio aberto. Será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. Pode ser aplicada no âmbito da remissão. • O Juiz da Infância e da Juventude designará pessoa capacitada para acompanhar o caso (orientador), a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA • Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, entre outros: I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social; II - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho; IV - apresentar relatório do caso. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA Prazo de duração da medida • A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de 6 meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o MP e o defensor. • O ECA não prevê expressamente o prazo máximo de duração da medida. Por analogia, uma parte da doutrina entende ser o prazo de 3anos estabelecidos para as medidas de semiliberdade e internação (arts. 120, §2º, e 121, §3º do ECA). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA Medida de Semiliberdade (art. 120) • É modalidade de medida socioeducativa privativa de liberdade que possibilita a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial. • O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto. • São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade. • A medida não comporta prazo determinado. Limite máximo de aplicação são 3 anos, devendo ser reavaliada a cada 6 meses (art. 121, §2º). ATENÇÃO: Nunca poderá ser aplicada em sede de remissão, por se tratar de medida privativa de liberdade (art. 127). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA Medida de Internação (art. 121 a 125) • Medida socioeducativa mais grave, sendo modalidade de privação de liberdade que nunca poderá ser aplicada em sede de remissão. Princípios aplicados à medida de internação (art. 227, §3º, V, da CF/88 c/c art. 121 do ECA). • Brevidade (limite cronológico), excepcionalidade (limite lógico) e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento (limite ontológico). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA Realização de atividades externas • Será permitida, a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário (§1º, art. 121). Prazo de aplicação • A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada 6 meses (§2º, art. 121). • Nunca o período máximo de internação excederá a 3 anos (§3º, art. 121). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA • Atingido o limite de 3 anos, o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida (§4º, do art. 121). • A liberação será compulsória aos 21 anos de idade (Prescrição etária - § 5º, do art. 121). Essa liberação independente de decisão judicial (Res. 165/2012 do CNJ). ATENÇÃO: O Código Civil de 2002 ao reduzir a idade da capacidade civil para 18 anos não revogou o art. 121, §5º do ECA. • Desinternação - será sempre precedida de autorização judicial, ouvido o MP (§ 6º). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA Cabimento da medida de internação (Art. 122 – rol taxativo): I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa (Ex: Homicídio doloso, roubo, extorsão, estupro); • OBS: A conduta definida como tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à aplicação da internação (S. 492 do STJ). II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves (Ex: Tráfico de drogas, furto qualificado e porte ilegal de arma de fogo). • A doutrina entende crimes graves são os previstos no CP sujeitos a pena de reclusão. Os crimes cuja pena mínima cominada seja igual ou inferior a 1 ano não podem ser considerados graves. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta (Internação-sanção). • OBS: O prazo da internação-sanção não poderá ser superior a 3 meses, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal. • O STJ vem entendendo que não resta configurado o descumprimento reiterado se o adolescente descumpriu apenas uma única vez a medida socioeducativa (STJ HC 50.777/DF). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA Direitos dos adolescentes internados (art. 124): • entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público; • peticionar diretamente a qualquer autoridade; • ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada; • ser tratado com respeito e dignidade; • ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal; • habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade; • receber escolarização e profissionalização; • realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: • ter acesso aos meios de comunicação social; MEDIDA SOCIOEDUCATIVA • receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje; • manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade; • receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA Pode haver incomunicabilidade? • Em nenhum caso haverá incomunicabilidade (§ 1º, art.124). Poderá suspender a visita? • A autoridade judiciária poderá temporariamente suspender, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente (§ 2º, art. 124). REMISSÃO • Modalidades: Remissão pré-processual (art. 126 ECA) Momento Antes de iniciado o processo Concedente Ministério Público Efeitos Exclusão do Processo, impedindo que o processo seja instaurado Condições - Circunstâncias e consequências do fato, contexto social, personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional - Deverá homologada pelo Juiz da Infância e da Juventude - Não está condicionada à reparação do dano OBS Se o juiz discordar da remissão proposta pelo MP, ele, em analogia ao art. 28 do CPP, fará remessa dos autos ao PGJ (art. 181 do ECA). REMISSÃO Remissão processual (art. 126, § único ECA) Momento Depois de iniciado o processo Concedente Juiz da Ifância e da Juventude Efeitos Extinção ou Suspensão do Processo Condições Circunstâncias e consequências do fato, contexto social, personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional Não está condicionada à reparação do dano OBS Pode ser concedida até a sentença. REMISSÃO Consequências (arts. 127 e 128 do ECA) • A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade; • Não prevalece para efeito de antecedentes infracionais; • Pode incluir eventualmente a aplicação de medidas de proteção e socioeducativas, exceto a colocação em regime de semi-liberdade e a internação (Remissão imprópria). Somente o juiz poderá aplicar medida socioeducativa (S. 108 do STJ); • A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério Público. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA (FCC / DPE-PB / 2014) Com relação à medida socioeducativa aplicada a adolescente autor de ato infracional, é correto afirmar: a) No caso de ser ela a medida de advertência, esta será sempre na modalidade verbal, sem necessidade de redução de seu teor a termo. • R: ERRADA. Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada. b) Não será levada em conta a gravidade da infração praticada. • R: ERRADA. Art. 112, § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA c) Em algumas hipóteses, poderá ser determinada a imposição de trabalho forçado, se o adolescente já tiver completado dezesseis anos de idade. • R: ERRADA. Art. 112, § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado. d) A imposição do cumprimento de medida de semiliberdade se dará sempre como forma derivada de inserção em regime mais brando, não podendo o adolescente iniciar seu acompanhamento nessa modalidade. • R: ERRADA. Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA e) Levar-se-á em conta, para sua aplicação, a capacidadede o adolescente cumpri-la. • R: CORRETA. Art. 112, § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA (X EXAME) Com relação à internação, observado o que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa correta. A) Deve obedecer ao período determinado de um ano e meio, prorrogável por igual período, para atos infracionais praticados com emprego de violência. • R: ERRADA. A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada 6 meses (§ 2º, art. 121). Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a 3 anos (§ 3º). A liberação será compulsória aos 21 anos de idade (§ 5º). A internação está sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento (art. 121, caput). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA B) Deve obedecer ao período determinado de um ano, prorrogável por igual período, para atos infracionais praticados sem emprego de violência. • R: ERRADA. C) Não comporta período determinado e não pode ultrapassar o máximo de três anos, independente do emprego ou não de violência no ato infracional praticado. • R: CORRETA. Art. 121, §2º e 3º. D) Não pode ultrapassar o período máximo de três anos, quando o adolescente deverá ser colocado em liberdade com o dever de reparar o dano no caso de ato infracional com reflexos patrimoniais. • R: ERRADA. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA (VII EXAME) Joana tem 16 anos e está internada no Educandário Celeste, na cidade de Pitió, por ato infracional equiparado ao crime de tráfico de entorpecentes. O Estatuto da Criança e do Adolescente regula situações dessa natureza, consignando direitos do adolescente privado de liberdade. Diante das disposições aplicáveis ao caso de Joana, é correto afirmar que A) Joana tem direito à visitação, que deve ser respeitado na frequência mínima semanal, e não poderá ser suspenso sob pena de violação das garantias fundamentais do adolescente internado. • R: ERRADA. O direito à visita é garantido (VII), mas o juiz poderá suspendê- lo temporariamente, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente (§2º, art. 124). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO B) É expressamente garantido o direito de Joana se corresponder com seus familiares e amigos, mas é vedada a possibilidade de avistar ‐ se reservadamente com seu defensor. • R: ERRADA. Ambos os direitos são protegidos pelo ECA nos incisos VIII e III do art. 124. C) A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, exceto de pais e responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente. • R: ERRADA. Poderá ser suspensa também a visita dos pais e responsáveis (§2º, art. 124). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO D) As visitas dos pais de Joana poderão ser suspensas temporariamente, mas em tal situação permanece o seu direito de continuar internada na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais • R: CORRETA. VI, art. 124. ATENÇÃO: Em nenhum caso haverá incomunicabilidade (§1º). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO (VI EXAME) Considerando os princípios norteadores do Estatuto da Criança e do Adolescente, a prática de atos infracionais fica sujeita a medidas que têm objetivos socioeducativos. Nesse sentido, é correto afirmar que A) Se Aroldo, que tem 11 anos, subtrair para si coisa alheia pertencente a uma creche, deverá cumprir medida socioeducativa de prestação de serviços comunitários, por período não superior a um ano. • R: ERRADA. Por ser criança, o ato infracional praticado por Aroldo não estará submetido às medidas socioeducativas, mas às medidas de proteção previstas no art. 101 (art. 105). Ademais, a prestação de serviços à comunidade não pode exceder o prazo de 6 meses (art. 117). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO B) a obrigação de reparar o dano causado pelo ato infracional não é considerada medida socioeducativa, tendo em vista que o adolescente não pode ser responsabilizado civilmente. • R: ERRADA. É considerada medida socioeducativa (art. 112, III). Se o ato infracional tiver reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima (Art. 116). Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada (§único, art. 116). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO C) o acolhimento institucional e a colocação em família substituta podem ser aplicados como medidas protetivas ou socioeducativas, a depender das características dos atos infracionais praticados. • R: ERRADA. O acolhimento institucional ou familiar e a colocação em família substituta são medidas protetivas que não podem ser aplicadas quando praticado ato infracional (art. 112, VII). D) a internação, como uma das medidas socioeducativas previstas pelo ECA, não poderá exceder o período máximo de três anos, e a liberação será compulsória aos 21 anos de idade. • R: CORRETA. Art. 121, §3º e §5º. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA (EXAME 2010.3) Considerando a prática de ato infracional por criança ou adolescente, é correto afirmar que A) a prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a 1 (um) ano, em entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais. • R: ERRADA. O período não pode ser excedente a 6 meses (Art. 117), durante jornada máxima de 8h semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA B) em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima. • R: CORRETA. Consiste na obrigação de reparar o dano (art. 116). Se o adolescente não puder ressarcir, a medida poderá ser substituída por outra adequada. C) a internação, por constituir medida privativa de liberdade do menor, não poderá exceder o período de 5 (cinco) anos. • R: ERRADA. Não poderá exceder a 3 anos (§3º, art. 121). A medida não comporta prazo determinado (§2º). A liberação será compulsória aos 21 anos de idade (§5º). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA D) entre as garantias processuais garantidas ao adolescente encontra-se o direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento. Contudo, não poderá o menor ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente, devendo em todo o caso ser assistido pelos genitores. • R: ERRADA. Primeira parte está correta, prevista no inciso VI, art. 111. O adolescente tem direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade, conforme inciso V. • Também são direitos: conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio equivalente; igualdade na relação processual, e produzir todas as provas necessárias à sua defesa; defesa técnica por advogado; assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO (IV EXAME) No tocante às normas contidas no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que A) A medida socioeducativa de internação aplicada em razão do descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta ao adolescente infrator não poderá ser superior a três meses. • R:CORRETA. Art. 122, §1º. Deve ser decretada judicialmente após o devido processo legal. • ATENÇÃO: A medida de internação só poderá ser aplicada quando: I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa; II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; III- descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO B) o adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será imediatamente encaminhado ao Juiz de Direito em exercício na Vara da Infância e Juventude, que decidirá sobre a necessidade ou não de seu acautelamento provisório. • R: ERRADA. Apreendido em flagrante será encaminhado à autoridade policial competente (art. 172). Se fosse apreendido por força de ordem judicial seria, então, encaminhado à autoridade judiciária (art. 173). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO C) a concessão da remissão, que prescinde da homologação da Autoridade Judiciária, é medida que o membro do Ministério Público atribuído poderá adotar no processamento de ato infracional. • R: ERRADA. A remissão concedida pelo MP deverá ser remetida à Justiça da Infância e da Juventude competente para homologação (art. 181). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO D) ao ato infracional praticado por crianças corresponderão as seguintes medidas socioeducativas: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida e inserção em regime de semiliberdade. • R: ERRADA. Faltou a questão indicar a internação em estabelecimento educacional e qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI (art. 112). MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO (CESPE/OAB/2009.1) Acerca da medida socioeducativa de internação, prevista no ECA, assinale a opção correta. A) No processo para apuração de ato infracional de adolescente, não se exige defesa técnica por advogado. • R: ERRADA. Constitui-se como garantia processual a defesa técnica por advogado (art. 111, III). Outras garantias são: I- conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio equivalente; II- igualdade na relação processual, podendo produzir todas as provas necessárias à sua defesa; III- assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados; IV- direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente; V- direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO B) A medida socioeducativa de internação não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada 6 meses. • R: CORRETA. Art. 121, §2º. C) Comprovada a autoria e materialidade de ato infracional considerado hediondo, tal como o tráfico de entorpecentes, ao adolescente infrator deve, necessariamente, ser aplicada medida socioeducativa de internação. • R: ERRADA. Segundo a Súm. 492 do STJ, o “ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente”. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO • LEMBRE-SE: Para se aplicar a medida de internação os requisitos são (art. 122): I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa; II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. D) O adolescente que atinge os 18 anos de idade deve ser compulsoriamente liberado da medida socioeducativa de internação em razão do alcance da maioridade penal. • R: ERRADA. A liberação deve ser compulsória aos 21 anos (art. 121, § 5º). DO CONSELHO TUTELAR • É órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente (Art. 131). • Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 Conselho Tutelar, composto de 5 membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 anos, permitida 1 recondução, mediante novo processo de escolha (Art. 132). DO CONSELHO TUTELAR Principais atribuições do conselho tutelar (art. 136): • atender as crianças e adolescentes quando seus direitos estiverem ameaçados ou violados, bem como atender as crianças que cometerem atos infracionais aplicando-lhes as medidas protetivas; • atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas de responsabilização quando necessário; • promover a execução de suas decisões, podendo para tanto: a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança; b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas deliberações. DO CONSELHO TUTELAR • encaminhar ao MP notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente; • providenciar a medida protetiva estabelecida pela autoridade judiciária; • assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente; • representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos • representar ao MP para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural. DO CONSELHO TUTELAR • Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos (art. 133): I - reconhecida idoneidade moral; II - idade superior a 21 anos; III - residir no município. • É assegurado aos Conselheiro o direito a (art. 134): I - cobertura previdenciária; II – férias remuneradas + 1/3; III - licença-maternidade; IV - licença-paternidade; V - gratificação natalina.
Compartilhar