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Propriedades Físicas de Produtos Armazenados. Aplicação. Profa Roberta Jimenez de Almeida Rigueira Departamento de Engenharia Agrícola e Meio Ambiente INTRODUÇÃO Uma noção sobre: Estrutura Composição e Propriedades físicas Estudo sobre secagem e armazenagem de grãos 2 3 ESTRUTURA E FUNÇÕES DOS GRÃOS E SEMENTES As sementes das Angiospermas Monocotiledôneas - milho, arroz, trigo. Dicotiledôneas - soja, feijão, café. são formadas basicamente: tegumento e embrião (cotilédone e eixo embrionário), e Endosperma (às vezes ausente). Do ponto de vista funcional, as sementes são compostas de: uma cobertura protetora (tegumento), um tecido meristemático (eixo embrionário), e um tecido de reserva (endospermático, cotiledonar ou perispermático). 4 ESTRUTURA E FUNÇÕES DOS GRÃOS E SEMENTES Cobertura protetora Consiste na estrutura externa que delimita a semente. 5 ESTRUTURA E FUNÇÕES DOS GRÃOS E SEMENTES Pode ser composta apenas pelo tegumento e, algumas vezes, também pelo pericarpo. Cobertura protetora Funções: a) manter unidas as partes internas da semente; b) proteger as partes internas contra choques e abrasões; c) servir como barreira à entrada de microrganismos; d) regular a velocidade de reidratação, e) regular a velocidade das trocas gasosas; e f) regular a germinação. 6 ESTRUTURA E FUNÇÕES DOS GRÃOS E SEMENTES 7 ESTRUTURA E FUNÇÕES DOS GRÃOS E SEMENTES Estrutura do fruto do cafeeiro Tecido meristemático O eixo embrionário é a parte vital da semente, pois apresenta a capacidade de se desenvolver graças ao tecido meristemático presente em suas duas extremidades. 8 ESTRUTURA E FUNÇÕES DOS GRÃOS E SEMENTES Nas dicotiledôneas, o embrião maduro é constituído pelo eixo embrionário e por duas estruturas foliares, os cotilédones. A parte do eixo situada abaixo da inserção dos cotilédones é denominada hipocótilo, enquanto a porção terminal inferior dá origem ao primórdio da raiz ou radícula. 9 ESTRUTURA E FUNÇÕES DOS GRÃOS E SEMENTES Este primórdio é representado pelo meristema apical da raiz e é revestido pela coifa. A parte do eixo acima do nó cotiledonar é formada pelo epicótilo e pela plúmula, sendo estas, por sua vez, constituída pela gema apical e pelos primórdios foliares. 10 ESTRUTURA E FUNÇÕES DOS GRÃOS E SEMENTES Nas monocotiledôneas há certa dificuldade de interpretação da morfologia do eixo embrionário. Quando observado no interior de um grão, o embrião apresenta-se justaposto ao endosperma por meio de um cotilédone maciço, denominado escutelo. 11 ESTRUTURA E FUNÇÕES DOS GRÃOS E SEMENTES 12 ESTRUTURA E FUNÇÕES DOS GRÃOS E SEMENTES Tecido de reserva O tecido de reserva das sementes pode ser constituído por endosperma, cotilédones e, em alguns casos, pelo perisperma. 13 ESTRUTURA E FUNÇÕES DOS GRÃOS E SEMENTES Localização das reservas – endosperma, cotilédones, perisperma. As principais substâncias armazenadas pelas sementes são carboidratos, lipídeos e proteínas. Amido amilácea. Lipídeos oleaginosas. Proteínas protéicas. 14 ESTRUTURA E FUNÇÕES DOS GRÃOS E SEMENTES 15 ESTRUTURA E FUNÇÕES DOS GRÃOS E SEMENTES Espécie Carboidratos (%) Lipídeos (%) Proteínas (%) Algodão 15 33 39 Amendoim 12 48 30 Arroz 65 2 16 Feijão 57 1 23 Milho 64 5 10 Soja 25 18 38 Trigo 70 2 11 Girassol 19 26 18 Sorgo 72 4 10 Mamona 0 64 18 Composição aproximada das sementes de algumas espécies de interesse econômico. O conhecimento das características físicas dos produtos agrícolas e seus princípios tem grande importância para: a construção e operação de equipamentos de secagem e armazenagem, adaptação de equipamentos já existentes, visando obter maior rendimento nas operações de processamento. 16 PROPRIEDADES FÍSICAS DOS GRÃOS Ângulo de repouso, Massa específica granular, Porosidade, Velocidade terminal, Tamanho e forma dos grãos, Propriedades térmicas, Propriedades dielétricas, e Condutividade elétrica. 17 PROPRIEDADES FÍSICAS DOS GRÃOS Ângulo máximo do talude formado pelos grãos em relação à horizontal. É altamente influenciado pelo teor de umidade, pelo tamanho, forma e constituição externa do grão. 18 ÂNGULO DE REPOUSO Aplicação: 1. Capacidade estática dos silos; 2. Capacidade de correias transportadoras; 3. Dimensionamento de moegas, dutos e rampas de descarga de grãos. 19 ÂNGULO DE REPOUSO 20 ÂNGULO DE REPOUSO Ângulo máximo do talude formado pelos grãos em relação à horizontal. 21 ÂNGULO DE REPOUSO Determinação do ângulo de repouso: 1. Um tambor provido de uma abertura no fundo, sobre o qual se eleva uma plataforma circular de raio conhecido. 2. Com uma abertura gradual do registro forma- se um cone de grãos sobre a plataforma. 3. O ângulo de repouso pode ser calculado pelo arco-tangente do quociente do dobro da altura do cone pelo diâmetro da plataforma. 22 ÂNGULO DE REPOUSO (Esquema básico de um determinador do ângulo de repouso) Ângulo de repouso = arc tg (2h/d) 23 ÂNGULO DE REPOUSO 24 ÂNGULO DE REPOUSO (Esquema básico de um determinador do ângulo de repouso) Ângulo de repouso = arc tg (2h/d) 25 ÂNGULO DE REPOUSO Ângulo máximo do talude formado pelos grãos em relação à horizontal. 26 ÂNGULO DE REPOUSO Material audiovisual Ângulo de repouso https://www.youtube.com/watch?v=fw6a-23S8BA Massa específica https://www.youtube.com/watch?v=A-thWFr0hgc Porosidade e velocidade terminal https://www.youtube.com/watch?v=rH334N_tGfg 27 Também conhecida como peso hectolitro (PH) ou densidade granular, pode ser definida como a razão entre a massa e o volume de determinada quantidade de produto. PH = massa /volume 28 MASSA ESPECÍFICA GRANULAR Aplicação: 1. Comercialização, 2. Dimensionamento de silos, 3. Dimensionamento de secadores, 4. Dimensionamento de depósitos, 5. Dimensionamento de sistemas de transportes, 6. Determinar teores de umidade, e 7. Determinar danos causados por insetos e pragas nos grãos armazenados. 29 MASSA ESPECÍFICA GRANULAR 30 MASSA ESPECÍFICA GRANULAR (Balança de Peso Hectolitro) 31 MASSA ESPECÍFICA GRANULAR (Balança de Peso Hectolitro) 32 MASSA ESPECÍFICA GRANULAR (Balança de Peso Hectolitro) 33 POROSIDADE É a relação entre o volume ocupado pelo ar existente na massa granular e o volume total ocupado por esta massa. Aplicação: 1. Dimensionamento dos ventiladores, 2. Dimensionamento dos sistemas de secagem e aeração, e 3. Na potência dos motores. 34 POROSIDADE Quando se aplica volume de ar com pressão conhecida na câmara 1, estando as válvulas 2 e 3 fechadas, ao abrir a válvula 2 a pressão é dividida para o recipiente 1 e 2, logo a diferença de pressão indica a porosidade. A porosidade será dada por = 100 (P1 – P2)/P2 35 A partir do momento em que um corpo em queda livre alcança a velocidade constante,a força do campo gravitacional é anulada, em termos, pelo efeito resultante da força de arraste, ou seja, sua aceleração é nula. velocidade terminal. VELOCIDADE TERMINAL 36 A velocidade terminal define a velocidade que se pode impor ao ar para que ele não arraste os grãos durante sua passagem em determinado processo. VELOCIDADE TERMINAL 37 Aplicação: 1. Dimensionamento de sistemas de separação e limpeza, 2. Transportadores pneumáticos, 3. Secagem, 4. Resfriamento, 5. Classificação por peso, etc. VELOCIDADE TERMINAL 38 A velocidade do ar que matem os grãos flutuando é conhecida como velocidade terminal VELOCIDADE TERMINAL (Equipamento para avaliação da velocidade terminal) homogeneizador 39 Em geral, utilizam-se três eixos para a caracterização do tamanho dos grãos: C – comprimento; L – largura; E – espessura. No caso de grãos esféricos utiliza-se apenas o diâmetro (D). TAMANHO E FORMA DOS GRÃOS 40 Eixos para a caracterização da forma e do tamanho dos grãos. TAMANHO E FORMA DOS GRÃOS E – espessura; L – largura; C – comprimento; D – diâmetro. 41 Os grãos apresentam-se nas formas esférica (soja), achatada (arroz) ou irregular (feijão). A forma pode ser descrita ou caracterizada por meio do cálculo da circularidade e esfericidade dos grãos. TAMANHO E FORMA DOS GRÃOS 42 TAMANHO E FORMA DOS GRÃOS Circularidade é a medida da agudeza dos cantos de um sólido. Pode ser expressa como sendo a razão entre a maior área projetada do objeto em posição natural de repouso com a área do menor círculo circunscrito. 43 TAMANHO E FORMA DOS GRÃOS A circularidade (C) será: C = Ap/Ac Ap - Maior área projetada do objeto em posição natural de repouso; Ac - Área do menor círculo circunscrito. 44 TAMANHO E FORMA DOS GRÃOS Esfericidade pode ser realizado a partir da relação do diâmetro do maior círculo inscrito com o diâmetro do menor círculo circunscrito na projeção do objeto em posição natural de repouso. 45 TAMANHO E FORMA DOS GRÃOS A esfericidade (E) será calculada como: E= di/dc’ E - esfericidade; di - diâmetro do maior círculo inscrito; dc'- diâmetro do menor círculo circunscrito. 46 Aplicação: 1. Dimensionamento do tamanho e da forma dos furos das peneiras dos sistemas de separação e limpeza de grãos. TAMANHO E FORMA DOS GRÃOS PROPRIEDADES TÉRMICAS 47 PROPRIEDADES TÉRMICAS 48 PROPRIEDADES TÉRMICAS 49 PROPRIEDADES TÉRMICAS 50 PROPRIEDADES TÉRMICAS As propriedades térmicas compreendem: 1. Condutividade térmica 2. Difusividade térmica 3. Calor específico 51 Condutividade térmica Taxa de calor que flui por condução a uma superfície e por unidade de tempo, quando é estabelecido um gradiente de temperatura entre esta superfície e outra paralela. Esta propriedade é variável em função do produto, teor de água e temperatura. 52 Métodos de determinação 1. Estacionário 2. Transiente 1. Estacionário Consiste na solução da equação de calor para um para um regime estacionário em placas paralelas, cilíndricas ou esferas concêntricas contendo a amostra em estudo. 53 Condutividade térmica 2. Método transiente Consiste em introduzir na amostra uma fonte linear de energia e medir o incremento de temperatura no ponto médio desta fonte. 54 Condutividade térmica Aplicação: 1. Desenvolvimento de cálculos de transferência de calor envolvidos e projetos de refrigeração e armazenamento de alimentos. 55 Condutividade térmica Difusividade térmica A difusividade térmica mede a capacidade do material de conduzir a energia térmica em relação à sua capacidade de armazená-la. Aplicação: 1. Monitoramento de temperatura em processos de secagem, aeração e resfriamento de grãos. 56 Calor específico O calor específico de um corpo é definido como a razão entre a capacidade térmica e a massa deste corpo. Capacidade térmica – razão entre o calor fornecido ao corpo e a correspondente variação de temperatura. 57 Determinação do calor específico: 1. Pela relação entre a condutividade térmica, e a massa específica e a difusividade térmica; 2. Processo de misturas; 3. Calorímetros; e 4. Bombas calorimétricas. 58 Calor específico Calorímetro – é um aparelho usado para medir a quantidade de calor que é liberado ou absorvido numa transformação física ou química. 59 Calor específico PROPRIEDADES TÉRMICAS 60 Bomba calorimétrica – é um aparelho utilizado para desencadear uma reação química, por meio de eletricidade a fim de medir o calor de combustão das substâncias. 61 Calor específico 62 Calor específico Bomba calorimétrica 63 Calor específico 64 Aplicação: 1. Desenvolvimento de cálculos de transferência de calor envolvidos e projetos de refrigeração e armazenamento de alimentos. Calor específico PROPRIEDADES DIELÉTRICAS Os condensadores são constituídos de duas placas metálicas paralelas e separadas por um material isolante chamado de dielétrico, capazes de armazenar cargas elétricas. Ao conectar estas placas a uma fonte elétrica, uma das placas adquire carga positiva e a outra, negativa, originado uma diferença de potencial. 65 As propriedades de maior interesse são: 1. Constante dielétrica, ’; 2. Constante dielétrica de perda ’’. Aplicação: 1. Processos de aquecimento dielétrico e micro-ondas. 66 PROPRIEDADES DIELÉTRICAS CONDUTIVIDADE ELÉTRICA Quando uma corrente elétrica flui através de um condutor, há uma relação direta entre a diferença de potencial do condutor e a intensidade da corrente. Razão entre a voltagem e a corrente = k Resistência do condutor 67 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA Com base neste princípio vários modelos de determinadores de umidade, para grãos e sementes, foram projetados e ainda são utilizados no comércio, indústria e conservação de alimentos. 68 Medidor Universal (Método da resistência elétrica) 69 Princípio de funcionamento: A resistência elétrica depende da pressão exercida pelos eletrodos sobre a amostra de grãos. Quanto maior a pressão exercida sobre os grãos, menor será a resistência elétrica que poderá influenciar o valor correto da umidade. 70 Medidor Universal (Método da resistência elétrica) GEHAKA (Método dielétrico) 71 Princípio de funcionamento 72 GEHAKA (Método dielétrico) Princípio de funcionamento Mede a resistência oferecida ao material à passagem de corrente elétrica, sendo mais preciso para grãos com baixo teor de água. 73 GEHAKA (Método dielétrico) 74 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA Condutivímetro de bancada Aplicação: 1. Monitoramento da qualidade dos grãos; 2. Integridade da membrana celular; e, 3. Estudo sobre o potencial elétrico dos grãos em função da sua constituição. 75 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA Ângulo de repouso, Massa específica granular, Porosidade, Velocidade terminal, Tamanho e forma dos grãos, Propriedades térmicas, Propriedades dielétricas, e Condutividade elétrica. 76 PROPRIEDADES FÍSICAS DOS GRÃOS REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA CORREA, P. C.; SILVA, J. S. Estrutura, Composição e Propriedades dos Grãos. In: Silva, J. S. Secagem e armazenagem de produtos agrícolas. Viçosa: Editora Aprenda Fácil, 2008, 2 ed. p.19-36. 77
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