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4- Interpretacao da Lei Penal

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INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL: 
CONCEITO:
Consiste em extrair o significado e a extensão da norma em relação à realidade; 
É uma operação lógico-jurídica que se dirige a descobrir a vontade da lei em função de todo o ordenamento jurídico e das normas superiores de cultura, a fim de aplicá-las aos casos concretos da vida real. 
É necessária a interpretação da lei para explicar-lhe o significado, justo pensamento, a sua real vontade e a sua ratio legis.
ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO:
QUANTO AO SUJEITO QUE FAZ:
AUTÊNTICA (legislativa): próprio órgão que emana: Art. 327 do CP. Tem força obrigatória.
DOUTRINÁRIA: é feito pelos escritores do direito;
JUDICIAL: que deriva dos órgãos judiciários – não tem força obrigatória.
Qual o objeto da interpretação judicial? 
R. Busca a vontade da lei e não do legislador. O precedente não tem força obrigatória – para cada caso o magistrado deve fazer nova apreciação.
O intérprete judicial para descobrir a vontade da lei deve empregar os métodos gramatical e teleológico, para se chegar a um resultado declarativo, extensivo e restritivo. 
QUANTO AOS MEIOS EMPREGADOS:
GRAMATICAL OU LITERAL: 
Aflorar a vontade da lei – recorrer o que dizem as palavras. Porém, não é suficiente, é preciso perquirir-lhe a finalidade. 
LÓGICA OU TELEOLÓGICA:
É a intenção objetivada na lei.
Às vezes a simples perquirição gramatical não é suficiente para exteriorizar a extensão e compreensão da norma, sendo necessário a pesquisa mais profunda, mais rica em subjetividade que indique qual a real finalidade de sua elaboração. – a ratio legis. Ex. a revogada lei 9.437/97 e seu decreto lei 2.222/97, que proíbem o uso de armas de fogo. A princípio a intenção do legislador foi o controle das armas de fogo, mas tem-se que perquirir o perigo que cada arma possuir, individualmente. 
ACÓRDÃO: 
“139029108 – PENAL E PROCESSUAL PENAL – POSSE DE ARMA DE FOGO DE FABRICAÇÃO CASEIRA – POTENCIALIDADE LESIVA – LAUDO PERICIAL – AUSÊNCIA – MATERIALIDADE – INCONFIGURAÇÃO – A posse de arma de fogo, garrucha de fabricação caseira, só configura crime desde que comprovada a sua potencialidade lesiva através de exame pericial conducente à própria materialidade delitiva. Recurso a que se dá provimento. (TJMG – ACr 000.245.802-4/00 – 1ª C.Crim. – Rel. Des. Tibagy Salles – J. 07.05.2002).
QUANTO AO RESULTADO:
DECLARATIVA:
Não é ampliativo nem restringido. O seu significado está na letra da lei. 
A dúvida se resolve pela correspondência entre a letra e a vontade da lei sem conferir à fórmula um sentido mais amplo ou mais restrito;
O art. 141 CP, a pena é aumentada de 1/3 se o fato é cometido na presença de várias pessoas – superior a duas – porque se o texto quisesse se referir a duas, teria feito - art. 155 CP. 
RESTRITIVA:
Às vezes a linguagem diz mais do que a pretendida pela sua vontade – assim, deve-se restringir ao alcance da lei até seu sentido real. 
Art. 28 do CP, diz que não exclui a imputabilidade a paixão, a embriaguez – porém a embriaguez patológica exclui. Assim, deve-se excluir a patológica, do contrário entraria em choque com o art. 26 do CP. 
EXTENSIVA:
A lei disse menos do que queria dizer.
Quando o caso requer que seja ampliado o alcance da palavra da lei para que a letra corresponda a vontade do texto.
Ex. art. 130 do CP. Incrimina não só a situação de perigo como também a situação de dano efetivo. Ex. art. 235 do CP: bigamia e poligamia.
CRITÉRIOS DE INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA E EXTENSIVA:
É possível em matéria de lei penal. Porém é necessária a formulação de critérios que o permitam. Segundo Frederico Marques, toda interpretação é declarativa, se gramaticalmente o texto se estende ou se restringe em virtude da interpretação sistemática guiada pela teleologia da norma, do ponto de vista jurídico há sempre a delimitação exata dos imperativos cristalizados nas proporções formuladas pelo legislador. Porem, o intérprete não altera o preceito para amplia-la ou restringi-la, além ou aquém de seu conteúdo real; apenas amplia ou restringe o seu significado aparente, que se revela insuficientemente ou excessivo em relação ao pensamento fiel da disposição.
PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO REO EM MATÉRIA DE INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL:
Os sistemas de interpretação não constituem fórmulas mágicas capazes de dissipar todas as dúvidas surgidas no entendimento dos textos. Existem casos rebeldes, nos quais, apesar da inteligente aplicação dos métodos interpretativos, permanecem dúvidas, podendo, abrir três caminhos ao intérprete:
admitir que a dúvida deva ser resolvida contra o agente ( in dúbio pro societas);
admitir que seja resolvida contra o agente ou contra a sociedade, segundo o livre convencimento do intérprete;
resolver a questão da forma mais favorável ao agente ( in dúbio pro reo).
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA:
Trata-se de uma hipótese de interpretação extensiva;
É permitida toda vez que uma cláusula genérica se segue a uma fórmula casuística, devendo entender-se que aquela só compreende os casos análogos aos mencionados por esta. Ex. art. 121, § 2º, IV, CP e art. 157, caput; 171, caput.
 
ANALOGIA:
É uma forma de auto-integração da norma;
Em seu emprego, o intérprete parte da própria lei para elaborar a regra concernente ao caso não previsto pela legislação.
REQUISITOS DE OPERAÇÃO MENTAL:
que o fato considerado não tenha sido regulado pelo legislador;
este, no entanto, regulou situação que oferece relação de coincidência, de identidade com o caso regulado;
 o ponto comum às duas situações (a regulada e a não prevista) constitui o ponto determinante na implantação do princípio referente à situação considerada pelo julgador. 
	Ex: o art. 128 do CP praticado por parteira e caso de gravidez resultante de estupro para beneficiar a parteira.
ANALOGIA – INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA – INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA:
A diferença está na vontade de lei;
Na analogia: não há vontade da lei em regular o caso;
Na interpretação extensiva: há vontade da lei prever o caso mas o texto diz menos que o desejado.

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