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Etapas do trabalho científico (Orientações para TCC)

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Tópicos abordados nesta unidade:
3) Etapas do trabalho científico
3.1) A definição do foco da pesquisa
3.1.1) Escolha do tema
3.1.2) Delimitação do problema
3.2) Formulação de hipóteses
3.3) Elaboração da justificativa
3.4) Elaboração dos objetivos
Estimule seu conhecimento prévio refletindo sobre as questões abaixo:
1) Um problema de pesquisa pode surgir de uma situação cotidiana?
2) Ao definir como tema o divórcio no Brasil, você conseguiria ver um problema de pesquisa?
3) Pensando em sua empresa, que tipo de problema você levantaria: de recursos humanos, de processos ou de gestão?
Esta unidade tem por objetivo nos levar a refletir sobre quais passos devemos seguir para responder às nossas perguntas científicas. Estamos falando das etapas do trabalho científico.
Muitos alunos temem essa etapa do planejamento, pois exige a seleção de um caminho em detrimento de inúmeras opções. Após a escolha feita, é bastante complexo retroceder.
Percebeu como a importância do método em seu estudo científico é enorme? Esse elemento da pesquisa determinará todo o processo, desde a possibilidade de responder à etapa da sua pergunta científica até as conclusões que você desenvolverá em seu estudo.
Assim, aqui trabalharemos com o delineamento da pesquisa e seus elementos. Para que você possa avançar com maior segurança, trabalharemos os conteúdos um a um. Ao final desta unidade, você terá um planejamento do seu TCC pronto. Nesse sentido, nossos objetivos são: compreender a estrutura de um trabalho científico e redigir os conceitos que definirão a essência do TCC.
Vamos a este novo passo!
3) Etapas do trabalho científico
A elaboração do trabalho científico é composta de algumas etapas. Na etapa de planejamento, vivenciamos um processo de preparação que compreende as diretrizes de ação e produção, e delineia todo o plano que executaremos, desde a organização até a sistematização do trabalho.
Teremos três fases, não isoladas, e que se ajustam em interseção. São elas:
- FASE DECISÓRIA - a que estamos vivenciando agora, na qual o tema e o problema são definidos.
- FASE CONSTRUTIVA - envolve a construção do plano de pesquisa, bem como sua execução.
- FASE REDACIONAL - contempla a análise dos dados e tem por finalidade organizar as ideias de modo sistematizado.
As três fases do planejamento envolvem procedimentos reflexivos e críticos, a fim de responder a questões ainda não solucionadas. Na figura a seguir, é possível visualizar as etapas do trabalho científico que resultarão em um trabalho final. Veja:
FIGURA 2 - Etapas do trabalho científico
 
Fonte: Núcleo de Educação a Distância (NEaD), Anima, 2016.
Durante a fase decisória, há um momento que antecede até mesmo o pré-projeto, em que buscamos uma aproximação maior com o campo de estudo pretendido. Chamamos essa fase de exploratória, etapa crucial do trabalho científico, pois nos permite entender um pouco mais o assunto que pretendemos estudar e nos ajuda a clarear um pouco mais nossas ideias.
 
Assim, é importante que você busque a leitura especializada, a conversa com amigos e professores com os quais tem ou teve afinidade intelectual. Que você olhe para si e se pergunte os motivos pelos quais se interessou por determinada temática. Ou seja, antes de chegar ao projeto, você precisa empreender um esforço adicional que, para Minayo (2004, p. 34), pode ser assim descrito "Quando escrevemos um projeto, estamos mapeando de forma sistemática um conjunto de recortes. Estamos definindo uma cartografia de escolhas para abordar a realidade (o que pesquisar, como, por quê)".
 
Na disciplina TCC I, você desenvolverá e constituirá o pré-projeto. Concluída essa etapa, o trabalho será acompanhado por um orientador. 
Ao longo desta unidade, procure organizar suas ideias sobre possíveis temas de interesse de pesquisa para um trabalho final do curso, seja ele a produção de um relatório de pesquisa, um artigo, um relatório técnico etc. A Internet é uma ferramenta valiosa para explorarmos nossas ideias, pois conseguimos informações sobre tudo. Mas lembre-se de buscar sites confiáveis, que tenham respaldo científico. Adquira o hábito de registrar essa busca, uma vez que poderá utilizá-las durante a redação de seu trabalho final.
 
DICA 
 
Vale a pena imprimir o material pesquisado. Sempre copie o endereço do site e anote a data da pesquisa. Isso é importante para quando tiver de fazer a referência bibliográfica.
 
 
Você pode fazer esse registro de diferentes formas, sempre observando suas características pessoais e seu jeito de estudar. Recomendamos a confecção de fichas de leitura, nas quais você deve anotar os elementos importantes encontrados. Acostume-se a fazer dois tipos diferentes: uma de apontamentos - em que você registra as ideias que teve a partir daquela leitura (elas serão muito úteis!) - e outra bibliográfica - para anotar as referências completas e uma pequena análise da obra.
 
O sistema de fichamento pode parecer antigo e, de fato, o é. Foi criado no século XVII, pelo Abade Rozier, da Academia Francesa de Ciências, mas ainda é muito útil e tem se revelado um aliado do bom pesquisador. Uma ficha de leitura permite a identificação da obra lida e a anotação de citações literais do texto. Além disso, você pode anotar críticas e pontos importantes e passíveis de discussão em seu trabalho escrito.
 
Tudo bem. Você é da geração digital e não vê sentido em fichamentos tradicionais? Utilize o bloco de notas do seu computador. Mas faça isso com ordenação e lógica. Se colocar notas de diferentes textos e/ou livros lidos de forma desorganizada e sem nenhum critério, terá muito retrabalho. Por trás da máquina, ainda existe a inteligência do homem, lembre-se disso.
 
3.1) A definição do foco de pesquisa 
 
Nesse tópico, avançaremos para a definição do foco de pesquisa, a começar pela escolha do tema, a elaboração do problema de pesquisa e a definição dos seus objetivos.
 
3.1.1) Escolha do tema 
 
Encontrar um bom campo de estudo, que mereça ser explorado e investigado, é um dos elementos mais importantes do nosso estudo.
 
Muitos alunos, quando iniciam o pré-projeto, sentem-se inseguros por considerar que não estão totalmente aptos para o desenvolvimento de um passo tão importante. Mas antes mesmo da escolha do tema do TCC, vamos encarar essa fase como um exercício.
 
Se, durante o desenvolvimento do seu pré-projeto, ou mesmo ao final da disciplina, você decidir mudar a temática, isso não será problema. O objetivo aqui é você vivenciar e conhecer todas as etapas. Contudo sua dedicação resultará em alta produtividade, pois grande parte do trabalho científico estará estruturada para que você o apresente ao seu orientador em etapa posterior.
 
Seu tema poderá ou não ser o título do seu trabalho. Ao especificar o tema, você delimita o assunto que irá pesquisar. Assim, para escolhê-lo, leve em consideração um assunto de seu interesse, uma inquietação ou uma curiosidade que seja motivante e que ofereça boas fontes de referência.
 
LEMBRE-SE 
 
Lembre-se de que você conseguirá ser mais fluente nos assuntos de que gosta.
 
 
Você também poderá encontrar inspiração nas questões profissionais que vivencia no dia a dia. Atrelar sua temática a um problema profissional que precisa de respostas também é uma boa opção. Aliás, uma pergunta dirigida a uma problemática específica é um bom caminho para encontrar o tema, já que uma investigação nada mais é que a busca por respostas.
 
Para a escolha do tema, alguns critérios devem ser observados (ROESCH, 2009). São eles:
 
- O tema deve ser relevante para a área a ser estudada, gerando informações e dados novos e atualizados.
 
- O tema deve ser viável, considerando o acesso às fontes das informações ou dos dados.
 
- A escolha do tema deve levar em consideração recursos como: tempo, custo, disponibilidade de bibliografia e de orientação (sendo de interesse tanto do pesquisador quanto do orientador do assunto).
 
Após a escolha do tema, o passo seguinte éa sua delimitação, o que significa que o tema deve passar por um processo de especificação. Para isso, "é necessário evitar a eleição de temas muito amplos ou inviáveis, que conduzem a divagações, discussões intermináveis, repetições de lugares ou 'descobertas' já superadas" (LAKATOS, 2010, p. 27). Nessa perspectiva, para delimitar seu tema, considere sempre o quanto você poderá/conseguirá fazer.
 
Na apresentação do tema, devem-se expor os elementos que se deseja investigar, conforme demonstra a figura a seguir:
FIGURA 3 - Delimitação da temática 
 
 
Fonte: Elaborado pela autora.
 
A seguir, apresentamos alguns exemplos que poderão auxiliá-lo a delimitar melhor seu tema. Na primeira coluna, os temas são redigidos de forma adequada e, na segunda, redigidos de maneira inconsistente quanto à delimitação.
 
QUADRO 1 - Exemplos de delimitação da temática 
 
 
Fonte: Elaborado pela autora.
 
A partir de agora, passaremos por uma fase muito importante, que é a definição e a delimitação do problema do estudo. Toda pesquisa inicia-se pela formulação de um problema e desenvolve-se por meio da busca de sua solução. A questão levantada deverá ser respondida por meio de uma hipótese, que será confirmada ou negada por meio do trabalho de pesquisa.
 
Para Lakatos (2010, p. 143), "o problema é uma dificuldade, teórica ou prática, no conhecimento de alguma coisa de real importância, para a qual se deve encontrar uma solução".
 
O problema deve ser especificado com clareza, concisão e objetividade. Por isso, precisamos nos esforçar para delimitá-lo, de modo que ele não seja abrangente demais, caso contrário, teremos dificuldade em conduzir as investigações e não conseguiremos chegar aos resultados desejados. Por falta de restrição do objeto de estudo, as buscas se voltarão a um campo do conhecimento muito vasto, dificultando que os objetivos sejam claramente traçados.
 
Sendo assim, nossa recomendação é que você despenda energia para a construção do problema de sua pesquisa. O investimento nessa etapa garantirá que as outras sejam mais facilmente executadas.
 
Köche (2011, p. 108) destaca que "o problema é um enunciado interrogativo que questiona sobre a possível relação que possa haver entre no mínimo 2 variáveis, pertinentes ao objeto do estudo investigado e passível de testagem ou observação empírica".
 
A forma interrogativa é a mais indicada para a apresentação da problemática da pesquisa. Veja:
 
FIGURA 4 - O problema 
 
 
Fonte: Núcleo de Educação a Distância (NEaD), Anima, 2016.
Resumindo, o problema é um dos aspectos mais importantes do seu estudo. Ele é, sim, o conhecimento que você deve buscar. É um questionamento sobre a realidade. Não deve ser uma questão de valor e sim delimitado a uma dimensão viável.
 
Rudio (2011) apresenta algumas questões que poderão ajudá-lo a verificar se seu problema de pesquisa é válido:
 
Sua pergunta é clara? A clareza aqui se refere ao modo como sua pergunta foi formulada. Para saber isso, apresente a pergunta para outras pessoas e solicite que expliquem o que se deseja investigar. Se essas pessoas necessitarem de outras informações, é porque o problema não está preciso ou conciso o suficiente.
 
Sua pergunta é factível? Exequível? Tenha em mente a necessidade de haver tempo disponível para a investigação. Verifique quanto será necessário, em termos de investimento financeiro, e até se os sujeitos/instituições que serão investigados concordarão e contribuirão com o estudo.
 
Sua pergunta é pertinente? Vale ressaltar que a pergunta deve se relacionar com o grau de profundidade que se espera alcançar. A pergunta deve refletir sua intenção em compreender os fenômenos que pretende explicar.
 
Perguntas do tipo "receita de bolo" (como fazer) não são pertinentes para uma pesquisa de cunho científico. Veja o exemplo: como aumentar o consumo de determinada marca em determinado local? Essa é uma questão relativa à prática profissional que demanda uma intervenção, uma ação concreta para aplicação de técnicas de promoção para aumentar as vendas, por exemplo (AZEVEDO, KLEIN, MACHADO, SILVA, 2015).
 
Perguntas valorativas também não geram problemas científicos. São exemplos desse tipo de perguntas todas aquelas que indagam se algo é bom ou ruim, se é certo ou errado. Essas são perguntas do campo do subjetivo e induzem o pesquisador a emitir juízo de valor.
 
Abaixo, estão algumas questões elaboradas de forma muito vaga e que, portanto, não podem ser respondidas de forma precisa, bem como questões que podem levá-lo a uma boa pesquisa.
 
QUADRO 2 - Exemplos de definição do problema de pesquisa 
 EXEMPLO
Exemplo, conforme Gil (1999, p. 58): "a classe social da mãe (x), influencia no tempo de amamentação dos filhos (y)".
O que vemos com maior frequência em TCC's é a formulação simples de hipóteses como respostas provisórias e prováveis ao problema de pesquisa e fazendo alusão muito mais à frequência com que determinado fato ocorre. Isso porque o pesquisador, ao definir seu problema, assume para si o que poderia ser sua resposta. Essas respostas possíveis (as hipóteses) são fruto da observação que o pesquisador tem em relação ao fenômeno investigado, de seu conhecimento teórico prévio sobre o tema ou até mesmo da simples intuição.
3.3) Construção da justificativa
A justificativa é um texto explicativo que reflete o porquê da sua pesquisa. Nesse momento, identificam-se as razões que o levaram ao tema, discute-se a importância dele, a fim de convencer os leitores da relevância da sua proposta. Assim, os motivos que o levaram a investigar o tema devem estar propostos na justificativa.
Seu texto da justificativa deve ser bem articulado e focado no tema delimitado, de tal maneira que os leitores venham a compreender, de forma lógica, a problemática que está inserida em seu campo de estudo. Os benefícios e as vantagens da sua pesquisa também devem ser propostos.
É exatamente nessa fase que você, de fato, "vende" a ideia e a relevância do seu estudo.
Nesse texto, devem estar claros alguns elementos, conforme apresentado no quadro a seguir.
QUADRO 3 - Pontos a se observar na redação da justificativa
Fonte: RICHARDSON, 1999. (Adaptado).
 
Os argumentos devem ser produzidos em aproximadamente dois a três parágrafos, apresentando os motivos pessoais, profissionais, científicos, sociais e/ou acadêmicos que o levaram à escolha do tema.
 
Ressalta-se ainda que o texto deve ser redigido em terceira pessoa e devem ser apresentadas algumas citações diretas ou indiretas dos principais autores da área pesquisada. Isso fortalece sua produção, demonstrando que você conhece as referências sobre o assunto. A seguir, algumas dicas sobre como elaborar a justificativa.
 
Conforme destacam Klein et al. (2015, p. 17), diversas questões devem ser respondidas na justificativa:
 
- Que resultados são visados pela pesquisa?
 
- Para quem os resultados e/ou as informações geradas pela pesquisa são interessantes ou úteis? A um setor? A uma empresa? A um tipo de profissional? A um grupo de consumidores? A uma comunidade específica? A estudiosos do assunto ou à comunidade acadêmica?
 
- Por que a pesquisa é interessante ou útil? O que ela agrega? Que tipos de decisões decisões poderão ser tomadas com mais facilidade ou segurança a partir das informações geradas pela pesquisa?
 
A pesquisa precisa ser relevante para outras pessoas/instituições, não somente para o autor. Por isso, interesses ou curiosidades pessoais não são justificativas para a realização de uma pesquisa de cunho científico.
 
3.4) Elaboração dos objetivos 
 
Os objetivos devem definir a natureza do trabalho. Lakatos e Marconi (2010, p. 140) afirmam que "toda pesquisa deve ter um objetivo determinado para saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar".
 
A base para elaboração do objetivo é o problema de pesquisa. Nesse sentido, os objetivos constituem o propósito do trabalho, ou seja, aquilo que se pretende atingir. Portanto, os objetivos da pesquisa devem corresponderàs questões propostas, isto é, devem atender a elas, respondendo-as (Klein et al., 2015).
 
O objetivo geral é o objetivo maior da pesquisa e é muito semelhante à pergunta de pesquisa, com a diferença de que deve ser formulado sempre com o verbo no infinitivo (exemplo: identificar, verificar, analisar etc.), indicando a ação a ser realizada. Os objetivos específicos são aqueles que auxiliarão no alcance do objetivo geral, são, portanto, um desdobramento do objetivo geral em partes.
 
É interessante pensar nos objetivos de trabalho como uma escada. Veja como:
 
FIGURA 5 - Como chegar aos objetivos em poucos passos 
 
 
 
Fonte: Núcleo de Educação a Distância (NEaD), Anima, 2017.
 
Assim, para atingir seu objetivo geral, você deverá galgar os degraus específicos. O geral é desmembrado em pequenos passos que devo dar ou os degraus que preciso subir para atingir o objetivo macro de meu trabalho de pesquisa. Assim ficou mais fácil, não é mesmo?
 
Durante o desenvolvimento do estudo, você deve buscar respostas para atingir os objetivos específicos e apresentá-las como resultado da pesquisa. Portanto, nunca determine uma porção de objetivos. Considere como razoável a quantidade mínima de três e a máxima de cinco objetivos específicos. Isso lhe dará fôlego de pesquisa, mas não tornará a busca por demais exaustiva.
 
Veja um exemplo abaixo:
 
QUADRO 4 - Relação entre tema, problema e objetivos de pesquisa 
 
 
Fonte: SACCOL; MACADAR; SOARES. In: SOUZA; AMAROLINDA; SACCOL (Org.), 2003, v. 01, p. 18-368.
 
As etapas da definição do tema, problema, hipóteses, construção da justificativa e objetivos de pesquisa são bastante importantes para a realização do TCC, pois serão o alicerce de todo o trabalho. Todos os enunciados construídos comporão o texto de introdução do seu trabalho final. Portanto, preocupe-se em redigi-los com clareza e coerência.
Caso você venha a modificar o escopo do seu trabalho já na etapa de elaboração do TCC, você deverá seguir as mesmas orientações para realizar a nova construção.
 
Agora, você está pronto para prosseguir em direção a outra etapa do trabalho científico: o referencial teórico.
 
Referências: GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.
 
KLEIN, Amarolinda Zanela. et al. Metodologia de Pesquisa em Administração: uma abordagem prática. São Paulo: Atlas, 2015.
 
KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e iniciação à pesquisa. 26 ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
 
LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
 
MICHALISZYN, Mario Sérgio; TOMASINI, Ricardo. Pesquisa - Orientações e normas para elaboração de projetos, monografias e artigos dientíficos. 3 ed. Petrópolis: Vozes, 2007.
 
MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa social - Teoria, método e criatividade. 23 ed. Petrópolis: Vozes, 2004.
 
PROFA. Sylvia Constant Vergara. O que é ciência?. Postado por: João Lucas Guimarães Cesário. In: Site "SlidePlayer". Disponível em: <http://slideplayer.com.br/slide/11489604/>. Acesso em: 17 jul. 2017.
 
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
 
ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de Estágio e de Pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 2009.
 
RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 39 ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
 
SACCOL, A. I. C. Z.; MACADAR, M. A. M.; SOARES, R. O. Mudanças organizacionais e sistemas ERP. In: SOUZA, Cesar Alexandre de; SACCOL, Amarolinda Zanela. (Org.). Sistemas ERP no Brasil: teoria e casos. São Paulo: Editora Atlas, 2003, v. 01, p. 18-368.
 
Fonte: Elaborado pela autora.
 
Você deverá certificar-se de que seu problema de pesquisa demonstra o foco preciso e específico dentro do tema que foi delimitado. Isso porque, quanto mais preciso for o foco, maiores são as chances de encontrar a resposta à questão proposta.
3.2) Formulação de hipóteses
É importante destacar que a definição do problema pode, muitas vezes, demandar a definição de proposições para o estudo ou hipóteses de pesquisa - ambas se referem a possíveis respostas para a questão de pesquisa apresentada.
Como chegamos a essas prováveis respostas ao nosso problema de pesquisa? Não se esqueça: você fez uma ampla consulta a diferentes materiais antes de iniciar seu projeto, não é mesmo? De posse desse conhecimento prévio, descobriu um bom problema de pesquisa.
Vamos imaginar que tenha escolhido um dos problemas listados anteriormente: "Quais fatores influenciam no alto índice de rotatividade de funcionários da empresa X?". Ao se perguntar isso, você começa a estabelecer um intenso diálogo entre a realidade investigada e seu papel como pesquisador. E se responde, internamente: Eu acredito que um dos fatores que influenciam a rotatividade de funcionários da empresa X é o descontentamento com sua política salarial.
Pronto! Você estabeleceu uma primeira hipótese, uma resposta provável, suposta e hipotética para seu problema de pesquisa.
Como respostas prováveis, tais hipóteses possuem um caráter explicativo e podem ser provadas ou refutadas. Todavia, essa solução precisa ter uma base teórica que a sustente e uma lógica, que deverão ser confirmadas ou negadas ao final de sua investigação na empresa X. Você pode ter uma ou mais hipóteses de trabalho. No caso de a hipótese ser refutada (verificada sua falsidade), haverá a necessidade de revisão ou reformulação da mesma. O que deve ficar claro para o pesquisador é que isso também representa uma descoberta e que, portanto, não invalida o seu trabalho.
Existem hipóteses que estabelecem relações entre variáveis e são mais complexas de serem estabelecidas. O significado para o que sejam essas variáveis relaciona-se com a classificação em categorias. Sexo, por exemplo, é uma variável, pois contém duas variáveis: masculino e feminino.
Assim, em boa parte das pesquisas, segundo Gil (1999, p. 58), "interessa verificar se uma variável interfere na outra ou, em outras palavras, se uma variável é causa da outra". Quando isso acontece, dizemos que entre elas foi estabelecida uma relação causal.
Essas pesquisas exigem a construção de hipóteses de relação causal, ou simplesmente hipóteses causais, que se caracterizam por envolver uma variável independente e outra dependente. Independente é a variável que se supõe influenciar outra variável, a dependente. (GIL, 1999, p. 58)
Estabelecer relações entre variáveis pode ser ou não uma exigência para o TCC, vai depender muito mais do nível de exigência demandado e poderá ser negociado entre orientando e orientador. Mas é preciso ressaltar que são muito mais comuns em nível de mestrado e doutorado. Todavia você, aluno, precisa saber reconhecer o conceito e saber que sempre que quiser identificar a relação causal em suas hipóteses, deve fazê-lo pelo uso da letra x (em itálico), para a variável independente, e da letra y (em itálico) para a variável dependente. Lembrando que a dependente sempre sofre a influência da independente.

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