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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CURSO DE ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO ANDRE LUCAS SILVA LUIS FELIPE BENEDITO RUANI LAZZAROTTO VAGNER MARTINELLO FILTRO ATIVO PASSA-BAIXA DE SEGUNDA ORDEM ELETRÔNICA B RELATÓRIO EXERIMENTAL 10 PATO BRANCO 2013 1. Objetivos Montar um circuito de um filtro ativo passa-baixa de segunda ordem e observar o seu funcionamento em valores de frequência abaixo, acima e exatamente ao valor da frequência de corte. Também analisar analiticamente a função de transferência do circuito e pelo diagrama de bode, fazer a análise de valores de ganho e fase. 2. Materiais Utilizados - Matriz de contatos; - Fios condutores; - Multímetro; - Osciloscópio; - Gerador de funções; - Fonte de tensão; - 2 Resistores de 4,7 KΩ ½ W; - 1 Capacitores 4,7 Nf; - 1 Capacitor 2,2 nF; - 1 Resistor 100 kΩ ½ W; - 1 Circuito integrado TL084. 3. Procedimento Teórico Nesta atividade foi realizado o estudo do circuito ilustrado na figura 1: 100 kΩ 2,2 nF 4,7 kΩ Vo 4,7 kΩ 4,7 nF Figura 1: circuito do filtro passa-baixa de segunda ordem. O circuito acima é o de filtro ativo passa-baixa de segunda ordem. Um filtro passa- baixa é um filtro que permite a passagem de frequências baixas com facilidade, porém atenua (ou reduz) a amplitude das frequências acima de frequência de corte. [3] A principal diferença entre o filtro passa-baixa de primeira ordem e o de segunda ordem está na quantidade de componentes armazenadores de energia presente no circuito (no caso, os capacitores). Cada componente desse tipo irá inserir um polo na função de transferência, como será mostrado a seguir. Figura 2: circuito filtro passa-baixa. Analisando o circuito equivalente do filtro ilustrado na figura 2 (como não há corrente entrando em Vneg podemos desconsiderar o resistor), podemos tirar as seguintes equações para os nós Vx e Vneg = Vo: (I) (II) Isolando Vx de (II), temos : ( ) Substituindo em (I): (( ) ( ) ( )) (( ) ( )) (( )) (( )) E finalmente Substituindo as impedâncias “Zi”s pelas impedâncias dos componentes em transformada de Laplace temos a função de transferência para o filtro passa-alta: Z1 = R1 = 4,7k ; Z2 = R2 = 4,7k ; Z3 = = 4,7n ; Z4 = = 2,2n ( ) ( ) E a frequência de corte em Hertz é dada por: √ Substituindo os valores numéricos: Através do software MultiSim simulamos o circuito da figura 1 para obter computacionalmente as resposta do sistema e comparar com as resposta obtidas na prática. Figura 3: simulação no MultiSim Para testar o filtro simulado, configuramos o gerador de função para gerar uma onda senoidal com frequências dez vezes acima da frequência de corte, dez vezes abaixo da frequência de corte e exatamente na frequência de corte. As formas de onda resultante na saída são ilustradas nas seguintes figuras, onde a curva em azul é a entrada e a vermelha é a saída do filtro: Figura 4: Formas de onda da simulação para uma onda senoidal de 1100 Hz. Figura 5: formas de onda da simulação para uma onda senoidal de 11 kHz. Figura 6: formas de onda da simulação para uma onda senoidal de 110 kHz Pode-se notar que para a entrada de 1100 Hz que a onda de entrada não sofreu quase nenhuma atenuação. Já a onda de frequência acima da frequência de corte (110 kHz) foi bastante atenuada pelo filtro. É valido notar também a diferença de fase entre as ondas à medida que a frequência aumenta. Para a frequência de 1100 Hz (figura 4) observa-se que a diferença de fase entre entrada e a saída é de aproximadamente zero e para frequências altas (figura 6) a fase é próxima de 180º. Com isso verificamos que a topologia realmente representa um filtro de passa- baixa. 4. Procedimento Prático Utilizando uma matriz de contato, montamos o circuito da figura 1, utilizando uma tensão de alimentação de +15V e -15V para o amplificador operacional. Para gerar a onda senoidal, utilizamos um gerador de funções com 5 V de pico e uma frequência inicial de 10kHz. Após montado o circuito, variamos essa frequência para os diversos valores da tabela 1 e anotamos os valores da tensão de saída, ganho de tensão e fase da onda. Esses valores foram medidos através do osciloscópio ligado à saída e à entrada do circuito. 5. Resultados e discussões Segue agora algumas imagens capturadas do osciloscópio, com o objetivo de analisar os valores obtidos na prática para compará-los com os teóricos. Primeiramente, obtivemos o gráfico com a frequência de entrada com um valor aproximado de 20 Hz. Figura 7: 20 Hz Com esse verificamos que o circuito aparentemente apresentou uma saída esperada para frequencias baixas e portanto o circuito não apresentou defeitos para albaixas frequências. O mesmo se verifica na figura 8 onde a onda de entrada foi definida com dez vezes a frequencia de corte (1100 Hz). Nessa situação a onda de saída é a muito aproximada com a onda de entrada tanto em amplitude quanto em fase. Figura 8: 1100 Hz Na figura 9 a onda senoidal de entrada possui a mesma frequência que a frequência de corte do filtro. Nota-se que existe uma atenuação significativa na onda de saída (onda de cor azul). A onda de entrada do filtro possui um valor de pico de 11V enquanto a onda de saída possui 7.12V de pico, o filtro atuando na frequência de corte atenuou a onda em aproximadamente 35%. O esperado era 30% Figura 9: 11 kHz Na frequência de entrada um pouco acima da frequência de corte obtivemos as ondas ilustradas na figura 10. É possível ver que a amplitude da onda de saída (azul) é cerca de 70% menor que a amplitude de entrada. Figura 10: 20 kHz Nota-se também que quanto mais se aumenta a frequência, a fase entre saída e entrada também aumenta. Em 20 kHz a fase é de 130º. Foram realizados testes em outras frequências além das já citadas. Os resultados estão exibidos na tabela 1. Tabela 1: Resposta do sistema conforme a variação da frequência do sinal de entrada. Frequência (Hz) Entrada(Vpp) Saída (Vpp) Ganho Fase 20 Hz 10,4 10,6 1,019 0° 1,1KHz(FC/10) 10,6 10,4 1 9,56° 11 KHz(FC) 11 7,12 0,647 95,2° 20 KHz 10,2 2,84 0,278 130° 50KHz 10,2 0,544 0,05333 155° 110KHz(10FC) 9,92 0,122 0,0123 164° *FC: Frequência de corte. A partir dos valores da tabela é possível traçar uma aproximação do diagrama de bode do filtro passa-alta de segunda ordem. Figura 11: Diagrama de bode de ganho do filtro passa-baixa de segunda ordem Figura 12: Diagrama de bode de fase do filtro passa-baixa de segunda ordem É claro que os valores obtidos na prática possuem algumasdiscrepâncias com os valores obtidos na simulação que podem ser atribuídos a variações dos valores de resistência e capacitância dos componentes utilizados. Comparando os diagramas de bode dos filtros de primeira ordem realizados em atividades anteriores podemos perceber que agora a fase difere em aproximadamente em 180º e a inclinação da curva de ganho é de aproximadamente -40dB/dec. A partir de um ponto próximo da frequência de corte. Dessa forma podemos concluir que o circuito implementado apresentou todas as características de um filtro passa-baixa de segunda ordem. 6. Referências [1] Texas Instruments. Analysis of the Sallen-Key Architecture. 1999. Revisão set/2002. Disponível em <http://www.ti.com/lit/an/sloa024b/sloa024b.pdf>. Acessado em 16/04/2013. -50 -40 -30 -20 -10 0 10 1 10 100 1000 10000 100000 1000000 G an h o Frequência 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 1 10 100 1000 10000 100000 1000000 Fa se Frequência [2] MALVINO, Albert Paul; LEACH, Donald P. Eletrônica digital: princípios e aplicações. São Paulo: McGraw-Hill, c1988. 2 v. ISBN 0074502794 (v.1). [3] Wikipédia. Sallen–Key topology. Disponível em < http://en.wikipedia.org/wiki/Sallen%E2%80%93Key_topology>. Acessado em 16/04/2013. [4] BOYLESTAD, Robert L.; NASHELSKY, Louis. Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.
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