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CASO CONCRETO I - Prática Simulada I

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CASO CONCRETO 1
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DE ITABUNA – BA
JOANA RAMOS DOS REIS, brasileira, solteira, técnica em contabilidade, portadora da carteira de identidade nº 30.758.356-2, inscrita no CPF de nº 123.745.976-70, endereço eletrônico joanarr@hotmail.com, residente e domiciliada na Rua dos Anjos, 37, Alegrete, Itabuna – BA, devidamente representada por sua advogada Isadora Luxidi Duarte Ramos, com endereço profissional constante da procuração em anexo, para fins do art. 77, V, do CPC, vem a este juízo propor
AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO
em face de JOAQUIM ALBERTO DOS SANTOS, brasileiro, casado, aposentado, portador da carteira de identidade nº 97.654.123-0, inscrito no CPF de nº 098.357.123-51, endereço eletrônico desconhecido, residente e domiciliado na Rua Abreu, 90, Alegrete, Itabuna – BA, em razão dos fatos e direito a seguir demonstrados
INTROITO
I – GRATUIDADE DE JUSTIÇA
A parte autora requer os benefícios da gratuidade de justiça por não possuir condições financeiras suficientes para arcar com os encargos processuais, inclusive as custas inciais, sem prejuízo do próprio sustento, em conformidade com o art. 98, do Código de Processo Civil.
II – OPÇÃO DA PARTE AUTORA QUANTO À REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO
A autora manifesta interesse pela realização da audiência de conciliação ou mediação.
DOS FATOS
A autora, em 20/12/2016, recebeu a notícia que seu filho Marcos, de apenas 18 anos de idade, teria sido encaminhado ilegal e equivocadamente ao presídio XXX. Imediatamente, procurou esclarecimentos e ajuda de advogado criminalista, que cobrou o valor de R$20.000,00 para atuar no caso, a fim de defender seu filho, e libertá-lo do encarceramento a que havia sido submetido.
Ao retornar à sua casa, a autora, com enorme desespero, comentou com seu vizinho, Joaquim, réu em questão, a necessidade que possuía de obter a quantia cobrada pelo nobre advogado – quantia essa que não detinha -, para que pudesse agir em defesa de seu filho Marcos.
O réu, prevalecendo sobre o desespero e a necessidade da autora, propôs que esta lhe vendesse seu automóvel, avaliado no valor de mercado de R$50.000,00, preço conhecido pelo réu, por R$20.000,00, valor bem abaixo do justo merecido. Assim, ela poderia entrar com a ação em favor da liberdade de seu filho.
Vendo-se sem alternativas, a autora optou por vender seu automóvel pelo preço oferecido pelo réu. Acontece que esta não atentou-se ou prendeu-se ao valor atualizado de seu bem, vendendo-o por preço menor em favor da extrema necessidade que enfrentava.
No dia seguinte à celebração deste negócio jurídico, antes de dirigir-se ao escritório de advogacia do advogado mencionado, a autora tomou ciência de que a avó paterna de seu filho havia contratado advogado criminalista diferente, cessando a urgência que tinha de entregar a quantia requerida por ele para que pudesse ingressar com a ação. Desta forma, não precisaria mais vender seu carro com tanta rapidez, principalmente porque seu filho havia sido solto graças ao trabalho do advogado contratado.
Diante dos novos fatos, a autora procurou o réu para desfazer o negócio jurídico, buscando reaver seu bem. O réu, por sua vez, negou-se a devolver o carro da autora, permanecendo com ele em seu domínio.
DOS FUNDAMENTOS
As circunstâncias dos fatos narrados demonstram a ocorrência clara de lesão, posto que a autora, em favor de premente necessidade, vendeu o bem em questão por valor manifestamente desproporcional ao valor de mercado, como dispõe o art. 157, do Código Civil.
Claro está que o réu aproveitou-se da necessidade da autora em conseguir a quantia requerida pelo advogado rapidamente, buscando vantagem sobre ela, principalmente por esta não possuir qualquer alternativa disponível.
Nesse sentido, a pretensão da autora encontra guarida em entendimento jurisprudencial do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, a seguir disposta:
Diante do exposto, há motivos suficientes para buscar-se a anulação do negócio jurídico celebrado pelas partes, ressaltando-se o inciso II, do art. 171, do Código Civil, mencionado in verbis:
Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
(…)
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Posto isto, requer
A) A gratuidade de justiça;
B) Designação de audiência de conciliação ou mediação;
C) A citação do réu para integrar a relação processual;
D) Que seja julgado procedente o pedido reportado na inicial
E) Que seja julgado procedente o pedido de condenação do réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios
Sejam produzidos todos os meios de prova legais e legítimos admitidos em direito.
Dá à causa o valor de R$xx.xxx,xx (xxxxxx mil reais).
Nestes termos, pede deferimento
Itabuna, 10 de janeiro de 2016
Isadora Luxidi Duarte Ramos
OAB/RJ xxxxx

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