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Aula 05 Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - Técnico Judiciário - Área Administrativa Professor: Carlos Xavier Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 137 AULA 05: Gestão de Processos. Estatística aplicada à gestão de processos Sumário 1. Palavras Iniciais. ........................................................................................................................................ 2 2. Conceitos fundamentais em gestão de processos. ..................................................................................... 3 3. O Guia BPM CBOK. ............................................................................................................................... 14 3.1. Planejamento. ...................................................................................................................................... 17 3.2. Análise. ................................................................................................................................................ 17 3.3. Desenho e modelagem. ........................................................................................................................ 18 3.4. Implementação. ................................................................................................................................... 20 3.5. Monitoramento e controle. .................................................................................................................. 20 3.6. Refinamento. ....................................................................................................................................... 20 4. Técnicas de levantamento de informações sobre processos. .................................................................. 22 4.1. Pesquisa ............................................................................................................................................... 23 4.2. Entrevistas. .......................................................................................................................................... 24 4.3. Workshops estruturados. ...................................................................................................................... 24 4.4. Videoconferência / conferência via web. ............................................................................................. 25 4.5. Observação direta. ............................................................................................................................... 25 4.6. Fazer em vez de observar. ................................................................................................................... 26 4.7. Análise de vídeo. ................................................................................................................................. 26 4.8. Simulações ........................................................................................................................................... 27 4.9. Brainstorming. ..................................................................................................................................... 27 4.10. 5W1H. ............................................................................................................................................. 29 5. Ferramentas de modelagem. .................................................................................................................... 31 5.1. Quadro branco e flip charts. ................................................................................................................ 33 5.2. Papel de flip chart e papéis adesivos. .................................................................................................. 33 5.3. Modelagem e projeção audiovisual. .................................................................................................... 34 5.4. Fluxogramas. ....................................................................................................................................... 35 5.5. BPMN (Business Process Management Notation) .............................................................................. 44 5.6. Mapofluxograma ................................................................................................................................. 50 5.7. Service Blueprinting ............................................................................................................................ 51 5.8. Mapeamento lean ................................................................................................................................ 52 5.9. SIPOC .................................................................................................................................................. 53 5.10. Diagrama de causa-efeito (Ishikawa). ............................................................................................. 54 6. 7pFQLFDV�GH�DSULPRUDPHQWR��³PHOKRULD´��GH�SURFHVVRV� ......................................................................... 56 6.1. Melhoria. ............................................................................................................................................. 56 6.1.1. Lean management. ........................................................................................................................... 57 6.1.2. Melhoria Contínua. .......................................................................................................................... 58 6.1.3. TQM. ............................................................................................................................................... 59 6.1.4. O benchmarking. ............................................................................................................................. 62 6.1.5. Seis sigma. ....................................................................................................................................... 65 6.1.6. ABC e ABM. ................................................................................................................................... 66 6.1.7. Modelo de melhoria de desempenho. .............................................................................................. 66 6.2. Reengenharia. ...................................................................................................................................... 68 6.3. Redesenho. ........................................................................................................................................... 71 7. Os processos e a ISO 9000. ..................................................................................................................... 72 Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 137 8. Noções de estatística aplicada aos processos........................................................................................... 76 8.1. Média aritmética. ................................................................................................................................. 76 8.2. Moda. ................................................................................................................................................... 77 8.3. Mediana. .............................................................................................................................................. 79 8.4. Desvio-Padrão. ....................................................................................................................................80 9. Questões Comentadas. ............................................................................................................................. 85 10. Lista de Questões. .............................................................................................................................. 118 11. Gabarito. ............................................................................................................................................ 136 12. Bibliografia Principal. ....................................................................................................................... 136 1. Palavras Iniciais. Oi pessoal! Estou de volta para estudarmos a gestão de processos. Vocês terão uma visão geral sobre o assunto, para depois entender melhor as técnicas a ele associadas e que podem ser cobradas no seu concurso. Como não encontrei muitas questões de tribunais sobre o assunto, complementei com questões aplicadas para os mais diversos órgãos! Abraço e bons estudos! Prof. Carlos Xavier www.facebook.com/professorcarlosxavier Periscope: @ProfCarlosXavier Observação importante: Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. 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Competia ao sapateiro, por exemplo, a recepção do pedido de um cliente, a medição do tamanho do seu pé, a moldagem, a seleção e compra do couro e outras matérias primas, o corte das partes, a costura, cola e outras tarefas necessárias para que o par de sapatos ficasse pronto no final do processo de produção, alinhado às necessidades do cliente que fez a encomenda. Com a revolução industrial e o surgimento das fábricas para produção em larga escala, surgiram as teorias administrativas que buscavam dar maior eficiência à organização através da superespecialização e verticalização do trabalho e da estrutura. Nessa linha vão as teorias de Taylor, Fayol, o modelo Ford de produção em massa, e o modelo burocrático de Max Weber aplicado às organizações. Sob esta perspectiva, as organizações deveriam ser compostas por GHSDUWDPHQWRV� ³IHFKDGRV´�� TXH� FXLGDYDP� FRP� FDULQKR� H� FXLGDGR� GH� VXDV� funções específicas dentro da organização. A lógica por trás disso era que se cada uma das partes organizacionais funcionasse perfeitamente, o todo também deveria funcionar de modo perfeito. No que tange ao elemento humano, a excessiva especialização tornava o trabalho monótono e repetitivo, gerando desmotivação, acomodação Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 137 e desatenção entre os funcionários, chegando a causar acidentes em ambientes de trabalho mais perigosos. Apesar disso, por muitas décadas esse modelo pareceu bom, garantindo melhorias de produtividade às organizações. Com o surgimento do fenômeno da globalização, a competição crescente, e as mudanças cada vez mais rápidas e intensas no ambiente externo, as organizações precisavam se adaptar. Os departamentos estanques e preocupados apenas com a sua área funcional já não se adequavam às demandas dos clientes, que precisavam de respostas mais rápidas e precisas às suas demandas. Como consequência disso, surgiam diversas disfunções na organização. Um exemplo típico acontece até hoje em muitas empresas quando um departamento de vendas superprodutivo procura expandir as vendas para superar ao máximo a sua meta, findando por vender mais do que o departamento de produção consegue produzir. Para o departamento de vendas, tudo está bem. O gerente de vendas diria ao presidente da empresa: ³4XDOTXHU�SUREOHPD��IDOH�FRP�R�GHSDUWDPHQWR�GH�SUodução, que não consegue SURGX]LU�R�VXILFLHQWH�´� Na verdade, o que se observa nesse caso é que este tipo de organização não está focada no cliente, mas sim nas metas específicas de cada área organizacional. De forma um tanto maldosa, chega-se a chamar essa HVWUXWXUDomR� IXQFLRQDO� GH� ³VLORV� IXQFLRQDLV´�� SRLV os departamentos seriam limitados a uma perspectiva vertical e tão obscuros que só quem está dentro sabe o que acontece por lá! Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 137 5HSUHVHQWDomR�GRV�³VLORV�YHUWLFDLV´ A noção de organização e gestão de processos surge para resolver os problemas derivados da visão verticalizada da organização. A ordem do dia passa a ser a orientação para o cliente, através de processos direcionados à satisfação de suas necessidades. Trata-se, em certa medida, de um retorno à perspectiva da oficina pré-revolução industrial: todos os processos passam a ser voltados para seus clientes (internos ou externos), sendo vistos como uma integração de diferentes atividades inter-relacionadas, de modo a agregar valor para o cliente final. A diferença, neste caso, é que os processos nas organizações modernas são conduzidos por várias pessoas que agregam valor em diferentes níveis, ao contrário da forma artesanal de produção pré- revolução industrial. Fazendo uma reflexão similar, Cury (2012) afirma que a visão vertical de uma empresa é muito restritiva, uma vez que: Diretoria de Marketing e Vendas Diretoria de Materias, Logística e Produção Diretoria de Administração e Finanças Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 137 x Não evidencia como se agrega valor aos produtos ou serviços destinados aos clientes; x As funções são muito mais importantes que os clientes e os fornecedores; e x As principais responsabilidades se perdem na lacuna entre os departamentos funcionais. Com isso, a visão horizontal (por processos) da organização ganha força frente à visão vertical. Entre as vantagens de uma abordagem por processos Davenport (apud Cury, 2012) destaca que: x Significa a adoção do ponto de vista do cliente; x Os processos são a estrutura pela qual uma organização faz o necessário para produzir valor para os seus clientes; x Em consequência, uma importante medida de um processo é a satisfação do cliente com o produto desse processo. A partir da compreensão do que foi dito, chegamos ao momento em TXH�GHYHPRV�GHILQLU� ³SURFHVVR´��([LVWHP�GLYHUVDV�GHILQLo}HV��PDV�XPD�YLVmR� mais genérica aponta que processo é uma série detarefas ou etapas que recebem insumos (tais como materiais, informações, pessoas, máquinas, e métodos), agregam-lhes valor, e produzem produtos para o cliente (tais como produto físico, informação ou serviço). Apesar de já existirem há mais tempo, os processos organizacionais só passaram a ser sistematicamente estudados a partir do sucesso do livro ³5HHQJHQKDULD��UHYROXFLRQDQGR�D�HPSUHVD�HP�IXQomR�GRV�FOLHQWHV´�GH�0LFKDHO� Hammer e James Champy, na década de 1990 (CURY, 2012). Para eles, o ³SURFHVVR�HPSUHVDULDO�p�XP�FRQMXQWR�GH�DWLYLGDGHV�FRP�uma ou mais espécies de entrada e que cria uma saída de valor para o cliente´� A ideia inicial desses autores era a de que os processos deveriam sofrer mudanças drásticas para que a organização passasse a ser dirigida em Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 137 função dos clientes. Posteriormente, percebeu-se que o termo drástico não era o mais importante, mas sim o termo processo. Sobre definições de processos, e considerando a grande variabilidade do assunto, o Guia de Gestão de Processos de Governo do GesPública afirma que: Uma visão inicial conceitua processos como XP� ³FRQMXQWR� GH� UHFXUVRV� H� DWLYLGDGHV� LQWHU- relacionadas ou interativas que transformam insumos (entradas) em serviços/produtos (saídas), sendo UHDOL]DGR� SDUD� DJUHJDU� YDORU´�� 7DPEpP� QR� kPELWR� GR� 3URJUDPD�*HV3~EOLFD��³XP�SURFHVVR�p�Xm conjunto de decisões que transformam insumos em valores gerados DR�FOLHQWH�FLGDGmR´� Uma definição de processo mais completa e DWXDO� p� GDGD� SHOD� 6(*(6�� ³FRQMXQWR� LQWHJUDGR� H� síncrono de insumos, infraestruturas, regras e transformações, que adiciona valor às pessoas que ID]HP� XVR� GRV� SURGXWRV� H�RX� VHUYLoRV� JHUDGRV´� HVVD� visão reforça a ideia de que os processos possuem o compromisso de satisfazer as necessidades dos clientes/cidadãos, exigem sincronia, transformam elementos, seguem orientações e consomem recursos. Tal é a abordagem adotada pela Sociedade para a Ciência e Design de Processos (SDPS, do inglês Society for Design and Process Science), primeira instituição científica a ser criada no tema e com a qual o MP/SEGES possui cooperação em vigor desde 2009. Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 137 Como resultado dessa longa discussão, percebe-se que os processos possuem um caráter sistêmico, possuindo entradas, processamento e saídas para os clientes, que podem ser internos ou externos à organização. Com essas definições em mente, vamos pensar em um caso prático do dia-a-dia: Quando você liga para uma lanchonete e pede um lanche para entrega em casa, o que acontece para que ele seja atendido? Vamos ter uma ideia geral das coisas que acontecem na figura que preparei a seguir: Entradas Saídas Processamento Realimentação Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 137 Perceba que existe uma sequencia de atividades executadas com foco no atendimento do pedido que você realizou. Essas atividades são realizadas de maneira inter-relacionada�� HP� YiULDV� iUHDV� WtSLFDV� GRV� DQWLJRV� ³VLORV� IXQFLRQDLV´��WDLV�FRPR�vendas, produção, finanças, entrega, contabilidade, etc. O objetivo final dessa visão de processo é o atendimento da necessidade do cliente! Note também como os insumos são utilizados ao longo do processo para atender o cliente (você!) na ponta final! Voltando à teoria... É comum encontrar autores que utilizam os termos "gestão de processos" e "gestão por processos" como sinônimos, por isso é possível que isso também aconteça na sua prova. Apesar disso, se a questão estiver focada na distinção de um termo em relação ao outro, é preciso que você saiba diferenciá-los: enquanto a gestão de processos é a aplicação de técnicas de gestão sobre os processos da organização, para planejá-los, melhorá-los e Recebimento do pedido Envio do pedido para a cozinha Preparação do lanche e embalagem Faturamento e envio do lanche para o cliente. Entrega do lanche e cobrança Fechamento do pedido e do faturamento. Insumos Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 137 controlá-los, a gestão por processos é o gerenciamento da organização com base em seus processos de forma integrada, partindo do seu macroprocesso de atendimento aos clientes até as atividades e tarefas mais detalhadas. Lembrete: você só deve dar atenção à essa distinção numa questão de prova se ela estiver falando desses elementos que diferenciam os dois conceitos!!!! Se o foco for outro (como as técnicas, por exemplo), tanto faz falar em gestão de processos ou por processos! Quanto aos processos em si, eles podem ser de diferentes tipos, não havendo uniformidade teórica a esse respeito. Partindo da visão de Gonçalves (2000) e Cury (2012), percebe-se a existência de três tipos de processos: os processos de negócio (ou de clientes, ou ainda finalísticos), processos organizacionais (ou administrativos) e processos gerenciais (ou de gerenciamento). Elaborei um quadro-resumo dos tipos de processo, para que você possa entendê-los melhor, conforme apresentado na próxima página: Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 137 Tipo de processo Características Processos de negócio, de clientes, finalísticos, primários, ponta-a-ponta ou essenciais x Representam a essência do funcionamento da organização; x Confeccionam o produto ou serviço para o cliente externo; x Caracterizam a área de atuação da organização; x São muito diferentes de uma organização para outra; x Recebem suporte de outros processos internos. x Exemplos: fabricação do produto em uma fábrica ou atendimento dos pedidos do cliente em uma empresa de serviço. Processos organizacionais, administrativo, de apoio ou de suporte x Fabricam produtos invisíveis para os clientes externos; x São essenciais ao funcionamento efetivo do negócio; x Exemplos: contas a pagar, contas a receber, recrutamento e seleção de pessoal. Processos gerenciais ou de gerenciamento x Incluem as ações que os gerentes devem tomar para apoiar os processos de negócios. x Exemplos: definição de metas, definição de preços, acompanhamento do planejamento. Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 137 Perceba que os processos de negócio são os mais importantes para a organização, constituindo o cerne de sua existência, pois eles são responsáveispelo atendimento das necessidades dos clientes, diferenciando a organização de suas concorrentes no mercado. Os processos organizacionais, por sua vez, são aqueles que dão o devido suporte e apoio para que os processos de negócio possam funcionar bem e agregar valor para os clientes. Os processos gerenciais, por sua vez, são aqueles relacionados às ações dos gerentes. Trata-se da tomada de decisões gerenciais pelos gerentes para que a organização possa seguir rumo ao futuro. Por fim, apresento outra visão, que divide os processos em: x Processos primários: são aqueles que agregam valor para o cliente e que vão de ponta-a-ponta na organização. São equivalentes aos processos de negócio ou de clientes. x Processos secundários: dão o suporte necessário para que os processos primários funcionem adequadamente. Relacionam-se com os processos de gerenciamento e administrativos. Além de entender a classificação dos tipos de processos, você deve entender ainda a decomposição do processo em diferentes níveis de detalhamento. Assim como nos casos anteriores, as definições são as mais diversas. Isto posto, os níveis de detalhamento, do maior para o menor são: macroprocessos, processos, subprocessos, atividades e tarefas. Neste sentido, é possível apresentar definições globais sobre cada um dos níveis, conforme faço a seguir: x Macroprocessos: são grandes conjuntos de atividades por meio das quais a organização cumpre a sua missão, gerando Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 137 valor para o cliente. Correspondem às grandes funções da organização, para as quais devem estar voltadas todas as suas unidades internas e descentralizadas. É possível ainda que todo o trabalho de uma empresa possa ser considerado um macroprocesso (ou megaprocesso). Em outras palavras, os macroprocessos são os processos mais amplos da organização, que geralmente englobam mais de uma função organizacional e geram impactos em diversas áreas. x Processo: é o conjunto de atividades inter-relacionadas que recebe insumos, agregando-lhes valor e produzindo saídas para clientes internos e externos; x Subprocesso: é o conjunto de atividades relacionadas que executa uma parte específica de um processo, dele recebendo insumos e para ele enviando os seus produtos. É a decomposição de processos em outros processos menores, possibilitando o seu funcionamento; x Atividades: é uma decomposição ainda mais detalhada. São as ações que acontecem dentro de um processo ou subprocesso para que ele funcione. Geralmente são realizadas por uma unidade de trabalho (pessoa, departamento, etc.) e é documentada em instruções que detalham as tarefas a serem realizadas. x Tarefas: são os menores elementos que compõem um processo, sendo o resultado da decomposição das atividades em unidades ainda mais singulares e relatam como determinado item é executado. - 9RFr� VDELD� TXH� H[LVWH� XP� ³JXLD´� SDUD� R� JHUHQFLDPHnto de processos?! É o Guia BPM CBOK, vamos estudá-lo no próximo tópico! Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 137 3. O Guia BPM CBOK. O gerenciamento de processos na administração pública brasileira utiliza as boas práticas previstas no guia Business Process Management Common Book Of Knowledge (BPM CBOK) - cujo nome pode ser traduzido como Guia para o Corpo Comum de Conhecimentos sobre Gerenciamento de Processos de Negócio. Trata-se de uma abordagem que busca identificar, desenhar, medir, monitorar, controlar e melhorar os processos de negócio nas organizações. A ideia é alinhar os processos de negócio à estratégia da organização para que ela obtenha o desempenho desejado. Atenção: Trata-se de um guia de melhores práticas, e não de uma metodologia!!! Nas palavras do Guia BPM CBOK V 3.0: Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM) é uma é uma disciplina gerencial que integra estratégias e objetivos de uma organização com expectativas e necessidades de clientes, por meio do foco em processos ponta a ponta. BPM engloba estratégias, objetivos, cultura, estruturas organizacionais, papéis, políticas, métodos e tecnologias para analisar, desenhar, implementar, gerenciar desempenho, transformar e estabelecer a governança de processos. Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 137 Para efeito de prova é importante saber quais são as áreas de conhecimento em gestão de processos, de acordo com o Guia BPM CBOK V3.0. Vejamos: 1. Gerenciamento de processos de negócio: trata-se dos conhecimentos essenciais de BMP, tipos de processos, seus componentes, ciclo de vida, etc. 2. Modelagem de processos: são o conjunto-chave de habilidades e técnicas para que as pessoas compreendam, formalizem e comuniquem os principais componentes do negócio, fornecendo uma visão geral e definições essenciais das habilidades e técnicas necessárias. 3. Análise de processos:o foco é a compreensão dos processos atuais ("as-is"), incluindo sua eficiência e eficácia face aos seus objetivos. 4. Desenho de processos: essa área diz respeito à criação do novo modelo de processos de negócio ("to-be"), de acordo com os objetivos de negócio e de desempenho dos processos, fornecendo diretrizes para tal. Inclui papéis, técnicas, princípios e boas práticas para desenho, simulação e padronização de processos, trazendo ainda considerações sobre conformidade, liderança executiva e alinhamento estratégico. 5. Gerenciamento de desempenho de processos: trata do monitoramento formal e planejado da execução de processos e acompanhamento do desempenho. 6. Transformação de processos: trata de diferentes abordagens para melhoria, redesenho, reengenharia e mudança de paradigma sobre os processos da organização. Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 137 7. Organização do gerenciamento de processos: trata dos papeis, responsabilidades e estrutura organizacional para prover suporte as organizações orientadas por processos. 8. Gerenciamento corporativo de processos: trata da maximização dos resultados de processos para garantir o alinhamento das estratégias de negócio com o foco do cliente e demais partes interessadas. 9. Tecnologias de BPM: discute tecnologias para apoiar a modelagem, análise, desenho, execução e monitoramento de processos de negócio, incluindo o conjunto de aplicações, pacote, ferramentas de desenvolvimento, infraestrutura tecnológica e armazenamento de dados e informações. Importante destacar que as áreas do conhecimento 1 e 7 apresentadas acima constituem a "perspectiva organizacional", enquanto as demais constituem as capacidades que devem ser consideradas para implementação do gerenciamento de processos de negócio, chamada de "perspectiva de processo". O gerenciamento de processos do BPM é estabelecido com base em um ciclo de vida contínuo para os processos. O Guia BPM CBOK V3.0 menciona um ciclo de vida com atividades que tipicamentesão abordadas pela literatura, incluindo: 1. Planejamento; 2. Análise; 3. Desenho e modelagem; 4. Implementação; Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 137 5. Monitoramento e controle; 6. Refinamento; O referido Guia não busca adotar uma metodologia prescritiva, por isso não detalha todo o ciclo de vida. Trago uma visão geral sobre cada uma delas com base na literatura e nas informações presentes no Guia CBOK V3.0. 3.1. Planejamento. É a primeira etapa do ciclo de gerenciamento de processos. É aqui que é desenvolvido um plano e uma estratégia dirigida aos processos da organização, estabelecendo a estratégia e o direcionamento do gerenciamento de processos. O início do plano se dá através do entendimento das estratégias e metas que são desenhadas para garantir que o cliente perceba valor nos processos de negócio da organização. A estrutura e o direcionamento dos processos centrados no cliente são baseados no plano. O planejamento deve assegurar que a abordagem de gestão dos processos integre a estratégia, as pessoas, processos e sistemas ao longo dos limites funcionais. É aqui também que são identificados os papéis e responsabilidades organizacionais de gerenciamento de processos, o patrocínio executivo, metas, expectativas quanto à medição do desempenho e as metodologias a serem utilizadas. 3.2. Análise. Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 137 Após considerar as metas e objetivos desejados, a análise dos processos busca entender os processos atuais, também chamados de AS IS (do inglês - ³FRPR�é´ - em oposição aos processos a serem implementados no IXWXUR��FKDPDGRV�GH�72�%(�³FRPR�VHUi´), no contexto das metas e objetivos desejados. Segundo o Guia de Gestão de Processos de Governo do GesPública, a análise reúne informações oriundas de planos estratégicos, modelos de processo, medições de desempenho, mudanças no ambiente externo e outros fatores, a fim de compreender os processos no escopo da organização como um todo. Nessa etapa são vistos alguns pontos como: objetivos da modelagem de negócio, ambiente do negócio que será modelado, principais stakeholders e escopo da modelagem de processos relacionados com o objetivo geral. A análise dos processos leva em conta diferentes metodologias para facilitar as atividades de identificação do contexto e de diagnóstico da situação atual, que constituem o foco desta etapa. 3.3. Desenho e modelagem. Essa etapa está voltada para o desenho intencional e cuidadoso dos processos de negócio para entrega de valor ao cliente. É no desenho que se definem as especificações dos processos de negócio, de modo que fique claro o quê, quando, onde, quem e como o trabalho será realizado. Conforme consta no Guia CBOK V3, o desenho dos processos trata da: criação de especificações para processos de negócio novos ou modificados no contexto dos objetivos de negócio, objetivos de desempenho de processos, aplicações de negócio, plataformas tecnológicas, recursos de dados, Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 137 controles financeiros e operacionais, e integração com outros processos. Tanto o desenho lógico (quais atividades são executadas no fluxo do processo) quanto o desenho físico (em quais funções e como as atividades são executadas) estão incluídos nos entregáveis. Sobre a modelagem do processo, o Guia de Gestão de Processos de Governo do GesPública afirma o seguinte (destaques feitos por mim): Já a modelagem de processo é definida como ³XP� FRQMXQWR� GH� DWLYLGDGHV� HQYROYLGDV� QD� FULDomR� GH� representações de um processo de negócio existente RX� SURSRVWR´�� WHQGR� SRU� REMHWLYR� ³FULDU� XPD� representação do processo em uma perspectiva ponta- a-ponta que o descreva de forma necessária e VXILFLHQWH�SDUD�D�WDUHID�HP�TXHVWmR´��$OWHUQDWLYDPHQWH� FKDPDGD�GH�IDVH�GH�³LGHQWLILFDomR´��D�PRGHODJHP�SRGH� VHU� WDPEpP� GHILQLGD� FRPR� ³fase onde ocorre a representação do processo presente exatamente como o mesmo se apresenta na realidade, buscando-se ao máximo não recorrer à redução ou simplificação de qualquer tipo´. O Guia CBOK ressalta, no entanto, que a modelagem de processos pode ser executada tanto para o mapeamento dos processos atuais como para o mapeamento de propostas de melhoria. (...) Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 137 Além de mapear os processos atuais e as propostas de melhoria, a modelagem requer ainda a reflexão e definição do resultado que se espera ao final do processo. 3.4. Implementação. Para a realização das atividades de implementação, subentende-se que as fases anteriores criaram e aprovaram um conjunto de especificações que podem ser executados sofrendo apenas pequenos ajustes pontuais. Deste modo, a implementação nada mais é do que a realização do desenho do processo de negócio aprovado. Ela se dá através de procedimentos e fluxos de trabalho documentados, testados e operacionais. 3.5. Monitoramento e controle. Esta etapa busca fornecer informações-chave de desempenho de processos através de métricas ligadas às metas estabelecidas e ao valor para a organização. A análise do desempenho realizada nesta etapa pode fazer com que se desenvolvam atividades de melhoria, redesenho ou reengenharia, por exemplo. 3.6. Refinamento. O refinamento se refere aos ajustes e melhorias pós-implementação de processos, tendo como base os indicadores e informações-chave de desempenho. Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 137 Estes ajustes são feitos com base nas informações obtidas por meio da medição e do monitoramento de processos de negócio. O Guia de Gestão de Processos de Governo afirma que esta etapa WDPEpP�SRGH�VHU�FKDPDGD�GH�³HQFHQDomR´��UHYHQGR�R�PRGHOR�GH�SURFHVVR�H� implantando as mudanças propostas após o estudo de variados cenários. Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 137 4. Técnicas de levantamento de informações sobre processos. Para que o analista de processos possa realizar as atividades de mapeamento e análise dos processos para posterior melhoria, em primeiro lugar, ele deve capturar informações. Neste sentido, segundo o Guia BPM CBOK, existem várias maneiras para se levantar informações. Neste sentido, algumas técnicas principais que podem ser utilizadas para isso, individualmente ou em combinação: 1. Pesquisa;* 2. Entrevista;* 3. Workshop estruturado;* 4. Conferência via web;* 5. Observaçãodireta;* 6. Fazer em vez de observar;* 7. Análise de vídeo;* 8. Simulação de atividades.* Além delas, podem ser destacadas também: 1. Brainstorming*: é uma técnica que consiste na geração de ideias a partir de um discussão sem pré-julgamentos.* 2. 5W1H*: é uma técnica de diagnóstico com base em perguntas e respostas. Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 137 3. Survey/questionários: trata-se da realização de um questionário aplicado pela organização para levantamento de informações; *As técnicas marcadas possuem detalhes importantes que serão abordados mais à frente nesta mesma aula. Alguns autores (Rotondaro, 2005; Cury, 2012) afirmam que é fundamental que o levantamento das atividades seja feito no local de trabalho e que as pessoas envolvidas sejam entrevistadas, se possível, onde trabalham. Se a prova disser isso, aceite! Vejamos mais detalhes sobre as técnicas de levantamento de informações nos próximos tópicos: 4.1. Pesquisa Trata-se de um levantamento de qualquer documentação existente sobre o processo, incluindo registros iniciais, registros de transações, auditorias, etc. Caso a documentação não esteja disponível ou esteja desatualizada, é possível a solicitação de descrições dos criadores do processo e outros stakeholders. É possível ainda o levantamento de dados por meio de feedback escrito dos stakeholders. O Guia CBOK V3.0 aponta que o levantamento de informações dessa maneira está sujeito a problemas ligados às entrevistas individuais, como maior tempo de coleta do que o previsto, falta de informações, tempo gasto para conciliar diferenças de opinião ou descrições diferentes do mesmo trabalho por pessoas diferentes. Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 137 4.2. Entrevistas. É uma forma comum de se levantar informações para análise dos processos, através da realização de entrevistas (pessoais ou remotas) com diferentes partes interessadas do processo, como seu proprietário, clientes, fornecedores, etc.. O formato presencial costuma ser preferível, pois permite uma conversa mais fluida sobre o processo. No processo de modelagem e documentação de processos de negócio, as entrevistas podem criar um sentimento de propriedade e participação nas pessoas. Apesar disso, elas podem tomar mais tempo do que os outros métodos para levantar informações. Por conta das informações levantadas, pode ser difícil de construir um fluxo de processo coeso e de mapear as várias visões sobre um processo em uma só. O uso desta técnica costuma requerer acompanhamento e, às vezes, não identifica todas as atividades para descrever um processo por completo. 4.3. Workshops estruturados. São reuniões onde um número suficiente de profissionais com conhecimento e pessoas impactadas pelo assunto são reunidas com o objetivo de desenvolver o modelo do processo por meio de suas interações. Esta técnica tem a vantagem de ser mais rápida, por reunir várias pessoas de uma só vez, além de criar um maior senso de propriedade por parte dos participantes do workshop em relação às outras técnicas. O workshop pode ainda contar com a participação de um profissional habilitado em técnicas de modelagem, que os participantes normalmente não conhecem. Apesar de suas vantagens, o guia BPM CBOK destaca que Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 137 devido à possibilidade de ocorrência de viagens e despesas, às vezes necessárias, workshops podem ser mais caros do que outros métodos. Em geral, os modelos produzidos em workshops demandam menos acompanhamento e geram uma descrição de entendimento comum de um processo mais rapidamente e com maior qualidade do que outras técnicas. 4.4. Videoconferência / conferência via web. A videoconferência é uma reunião que acontece com o uso de equipamentos de vídeo e áudio para que as pessoas em salas de reunião diferentes (remotas) possam ser vistas e ouvidas umas pelas outras como se estivessem em uma só reunião. A conferência por web nada mais é do que o uso de recursos de informática e internet para realizar conferências virtuais. Elas podem gerar os mesmos benefícios que os workshops presenciais, mas devem ser operacionalizadas com grupos menores. Quando os participantes estão muito distantes, ela pode ser mais conveniente e barata do que a realização de workshops presenciais. O uso dessas tecnologias depende da capacidade de atuação dos facilitadores da reunião, já que pode ser mais difícil controlar e gerenciar a participação individual no trabalho. 4.5. Observação direta. Trata-se da simples observação da realidade do processo, sendo uma boa maneira para documentar os procedimentos atuais. Ela possibilita a descoberta de atividades e tarefas, podendo ser efetiva ainda para identificar Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 137 variações e desvios no trabalho diário em relação ao previsto. Apesar disso, esta técnica pode não capturar as variações entre grupos e localizações, dado que ela só pode ser utilizada em uma pequena amostragem observável. O uso da observação direta para coletar informações para o mapeamento do processo e sua análise incorre no risco de a simples presença de um observador mudar o comportamento das pessoas (efeito Hawthorne) e, como consequência, dos processos, de modo que o que se observa não é o processo natural, mas sim uma versão modificada. 4.6. Fazer em vez de observar. O observador que levanta informações do processo pode preferir aprender a realizar as atividades, quando isso for viável e útil, para que se compreenda mais profundamente o processo. Além disso, ao ensinar, o executor pensa sobre os aspectos do processo que podem estar acontecendo de maneira inconsciente. Trata-se de um método normalmente utilizado para tarefas repetitivas. 4.7. Análise de vídeo. Trata-se de outra variante da observação direta. Neste caso, é feito um registro em vídeo das ações do executor para que possa ser analisado depois. Como vantagens, essa técnica costuma ser mais fácil para o executor dos trabalhos se adaptar ao equipamento de gravação do que a presença física de um observador, além de possibilitar uma narração de informações adicionais pelo próprio executor, posteriormente. Como principais problemas, Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 137 têm-se a necessidade de adquirir autorizações apropriadas para gravações e a perda de informações que acontecem fora do campo de visão da câmera. 4.8. Simulações É possível simular como as atividades são feitas durante a entrevista, observando com cuidado os comportamentos adotados, as entradas e saídas. Num workshop, é possível que as partes interessadas realizemuma representação do processo realizado, para que se assegure o correto levantamento dos insumos necessários em cada etapa e dos detalhes sobre a transferência de propriedade do processo. 4.9. Brainstorming. O brainstorming é uma técnica de auxílio à tomada de decisão e à solução de problemas, sendo utilizada também como ferramenta de qualidade, à medida que possibilita um amplo levantamento de ideias sobre determinado tema. Na aplicação específica ao mapeamento, análise e melhoria de processos, a técnica se relaciona essencialmente à geração de ideias. Podendo ser traduzida como tempestade cerebral, esta técnica consiste na reunião de grupos de pessoas que expõem seu pensamento livremente, de modo a incentivar o surgimento de novas ideias. Os seus princípios básicos são os seguintes (Chinelato Filho, 2008): 1. Inexistência de críticas - ninguém pode ser depreciado pelo que sugeriu. Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 137 2. Incentivo à ideia absurda - tal ideia pode trazer a chave da originalidade; por meio da analogia, pode-se chegar à grande solução. 3. Estímulo à quantidade - a quantidade acaba por gerar qualidade. 4. Os melhoramentos e analogias - combinando-se elementos, dando-VH�XPD�IHLomR�OyJLFD�H�UHDO�jV�³LGHLDV� DEVXUGDV´�FKHJD-se a grandes descobertas. O produto final de brainstorming é um elenco de ideias ordenado. Este mesmo autor apresenta um roteiro a ser utilizado como sequência básica para uma sessão de brainstorming: 1. O grupo precisa, antes de tudo, estar informado sobre os objetivos da sessão de brainstorming. O coordenador de cada grupo deve ter total domínio dessa metodologia. 2. O coordenador expõe o problema a ser discutido. Se necessário, divide-o em partes. Por fim, pede soluções para o problema. 3. O coordenador solicita que cada membro apresente apenas uma ideia de cada vez, e deve estimular cada LGHLD�SDUD�SURYRFDU�XPD�³UHDomR�HP�FDGHLD´� 4. Os primeiros 10 a 15 minutos da sessão devem ser destinados ao bombardeio de ideias. 5. Um relator deve anotar todas as ideias sugeridas e preparar uma lista para rediscuti-las com os participantes. 6. A etapa seguinte é a seleção de ideias que pareceram mais promissoras. Se for o caso, devem-se fazer analogias ou adotar um sentido lógico. Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 137 7. As soluções escolhidas devem ser aglutinadas, coordenadas na definição do projeto e devidamente experimentadas. Além disso, o Brainstorming pode ser classificado em dois tipos diferentes: x Brainstorming estruturado: é aquele no qual cada membro dá sua opinião a cada rodada. A grande vantagem é que os membros mais tímidos têm participação mais ativa, uma vez que possuem um momento apropriado para falar, não havendo uma completa dominância dos membros mais extrovertidos. A principal desvantagem é que há uma perda de dinamicidade em relação ao outro modelo; x Brainstorming não estruturado: neste tipo, cada pessoa pode dar sua opinião a qualquer momento, não havendo um momento específico como no modelo anterior. A grande vantagem é a maior dinamicidade do processo, pois as ideias vão se construindo umas sobre as outras. Por outro lado, por ser um método menos metódico, as pessoas tímidas e introvertidas tendem a contribuir pouco para o processo. Por isto, este modelo é ideal apenas quando todas as pessoas do grupo possuem um perfil extrovertido. 4.10. 5W1H. Difere da técnica 5W2H porque não busca informações sobre o custo daquilo que está sendo estudado, concentrando-se apenas em realizar Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 137 perguntas-chave (e obter as devidas respostas) no que diz respeito aos processos organizacionais analisados. Neste sentido, o 5W1H também é uma ferramenta muito utilizada no planejamento operacional. As perguntas a serem resolvidas sobre o problema que está sendo investigado ou sobre o processo atual ou a ser planejado são: x What ± O que deve ser executado? x Who ± Quem irá executar a tarefa? x Where ± Onde será executada a ação? x When ± Quando será executada a ação? x Why ± Por que será executada a tarefa? x How ± Como será executada a tarefa? Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 137 5. Ferramentas de modelagem. Uma vez levantadas as informações, o processo atual e o desejado poderão ser mapeados/modelados através de diferentes técnicas. Elas permitem que sejam conhecidas todas as operações que ocorrem em um determinado processo. Apesar de essas técnicas estarem colocadas em separado das que mencionamos anteriormente, o levantamento de informações pode ser visto como uma atividade intimamente ligada ao mapeamento! Tenha atenção a isso na hora da prova! Segundo Rotondaro (2005), as pessoas que vão fazer o mapeamento devem: x Entender os conceitos do processo e sistema. x Entender os elementos FEPSC (fornecedor, entrada, processo, saída, cliente) e estar aptas a aplicá-los a seu próprio processo. x Entender o que é valor para a empresa e o cliente. x Saber como usar os rendimentos obtidos nos passos do processo para identificar onde uma melhoria deve ter maior impacto. - Você, concurseiro(a) não vai fazer o mapeamento de um processo, mas vai fazer uma prova sobre o assunto! Assim, trago a sequência lógica a ser utilizada na elaboração do FEPSC segundo Rotondaro (2005): Determinar o propósito x Por que existe este processo? Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 137 x Qual é o propósito deste processo? x Qual é o resultado? Análise das saídas x Que produto faz este processo? x Quais são as saídas deste processo? x Em que ponto termina este processo? Dados dos clientes x Quem usa os produtos deste processo? x Quem são os clientes deste processo? Análise das entradas e fornecedores x De onde vem a informação ou material com o qual você trabalha? Quem são seus fornecedores? x O que eles fornecem? x Onde afetam o fluxo do processo? x Que efeito têm no processo e nos resultados? Determinar os passos do processo x O que ocorre com cada input? x Que atividades de conversão acontecem? Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 137 Uma ferramenta básica de desenho utilizada para tornar visíveis os processos levantados pelo FEPSC é o gráfico de fluxo, ou fluxograma. Ele apresenta o processo de maneira clara e objetiva, conforme discutiremos em um tópico mais adiante, dedicado aosfluxogramas. Vamos estudar os aspectos essenciais de algumas técnicas importantes para o concurso! 5.1. Quadro branco e flip charts. Trata-se de uma técnica de modelagem de processos que consiste em utilizar um quadro branco e canetas de tinta removível para desenhar o fluxo de um processo. Além disso, são utilizados flip charts (quadros utilizados para exposições didáticas que utilizam grandes blocos de papel) para capturar outras informações. Este tipo de ferramenta é bastante comum em workshops, entrevistas ou na realização e modelagem dirigida ou estruturada. Com base nas informações levantadas será utilizada uma ferramenta de desenho, modelagem ou de informação (tipicamente apoiada em tecnologia da informação) para que se possa visualizar apropriadamente o processo. 5.2. Papel de flip chart e papéis adesivos. Esta técnica de modelagem consiste em colocar nas paredes de uma sala onde se realizará o workshop vários papéis de flip chart para que os participantes coloquem papeis adesivos removíveis que representem as atividades de um processo, até que consigam rearranjar atividades em uma Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 137 sequencia acordada. Algumas vezes é necessário que haja um facilitador que ajude os participantes nesta tarefa. $OJXQV�DXWRUHV�IDODP�HP�³WpFQLFD�GR�SRVW-LW´��HQWmR�WHQKD�DWHQomR�QD� hora da prova! No final da atividade, o modelo preparado deve ser transcrito para uma ferramenta de desenho, modelagem ou de informação. 5.3. Modelagem e projeção audiovisual. O uso de ferramentas para desenho ou modelagem de forma eletrônica, projetando imagens em telas grandes para capturar e visualizar o desenvolvimento de modelos tornou-se uma prática comum hoje em dia. Alguns benefícios são: x O modelo é visível, podendo ser modificado durante o workshop; x Quando a sessão é concluída, não há necessidade de transferir o conhecimento gerado para outra ferramenta; x Muitas ferramentas permitem que os modelos gerados sejam compartilhados rápida e facilmente por e-mail ou logo após a sessão. x Adicionando videoconferências via web, é possível que pessoas em salas de reunião remotas também possam participar da sessão. Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 137 x Diversas ferramentas de modelagem atuais são baseadas em um repositório de informações que possibilitam o uso de padrões e objetos anteriormente definidos. 5.4. Fluxogramas. Esta é uma ferramenta muito utilizada para que se possa visualizar com facilidade o fluxo de ações para que determinado processo possa ser concluído. Trata-se de um gráfico que representa o fluxo ou sequencia normal de qualquer trabalho, produto, documento, informação, etc., utilizando-se de diferentes símbolos que esclarecem o que está acontecendo em cada etapa. Segundo Cury (2012), os fluxogramas possuem as seguintes vantagens: x Permitir verificar como funcionam, realmente, todos os componentes de um sistema, mecanizado ou não, facilitando a análise de sua eficácia; x Entendimento mais simples e objetivo do que o de outros métodos descritivos; x Facilitar a localização das deficiências, pela fácil visualização dos passos, transportes, operações, formulários, etc.; x Aplicação a qualquer sistema, desde o mais simples aos maios complexos; x O rápido entendimento de qualquer alteração que se proponha nos sistemas existentes, por mostrar claramente as modificações introduzidas. Os fluxogramas podem ser de diferentes tipos: Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 137 x Fluxograma vertical: é aquele construído com base em formulários padronizados para processos dentro de uma mesma área da organização. É mais apropriado a processos mais simples e que não transitam entre diferentes órgãos. x Fluxograma administrativo: se utiliza dos mesmos símbolos do fluxograma vertical, mas pode ser elaborado de forma mais livre, sem a necessidade do uso do formulário padronizado; x Fluxograma global (de colunas): é o fluxograma que possibilita a visualização de como o fluxo de trabalho passa de um órgão para outro, já que estes ficam dispostos na mesma folha, em colunas, sendo mais apropriado aos fluxos mais complexos e que envolvem diferentes órgãos. Como cada fluxograma é diferente, é fundamental que se defina a técnica a ser utilizada antes de começar o trabalho de elaboração do fluxograma, uma vez que cada uma das técnicas poderá exigir o levantamento de informações diferentes, pois diferentes atividades e símbolos são retratados em cada tipo de fluxo. Neste sentido, não há padronização 100% aceita quanto aos símbolos utilizados no fluxograma. Para Cury (2012) os símbolos básicos para o fluxograma vertical e o administrativo são: Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 137 Chinelato Filho (2008) destaca diversos símbolos como sendo bastante importantes para os fluxogramas. Deve-se preferir os símbolos padronizados do BPMN (notação de processos de negócio) quando for o caso. Destaco, nas próximas páginas, os símbolos apresentados por este autor e alguns exemplos de diferentes fluxogramas: Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 137 Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 137 Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 137 Exemplos de fluxogramas são apresentados nas próximas páginas para que você possa entendê-los melhor. Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 137 Exemplo de fluxograma vertical (CURY, 2012): Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 137 Exemplo de fluxograma administrativo (CURY, 2012): Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 137 Exemplo de fluxograma global (ChinelatoFilho, 2008) Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 137 5.5. BPMN (Business Process Management Notation) É uma notação padronizada para modelagem de processos, sendo um padrão aberto mantida pela Object Management Group que facilita a comunicação de processos para todos os envolvidos por meio de uma notação simples e flexível para abordar diferentes tipos de processos, facilitando o trabalho, em especial, dos profissionais da área de negócios e tecnologia da informação. É preciso saber diferenciar diagramas, mapas e modelos de processos. Diagramas são representações mais simples do processo, apresentando um passo inicial na configuração do processo. Mapas de processo são um refinamento do diagrama, adicionando mais detalhes como atores, eventos, etc., enquanto modelos de processo são a representações mais detalhadas do processo, com mais informações operacionais e técnicas específicas para compreender o processo em detalhes, incluindo o fluxo de informações e dando a possibilidade de simular o funcionamento do processo. Alguns conceitos fundamentais da notação que você deve entender: x Piscina (pool): é um participante de um processo, que pode ser uma organização, um cliente, um vendedor, um funcionário, um sistema, um processo maior, etc. Note, no exemplo abaixo, que a mesma piscina pode conter mais de uma raia, onde cada raia representa uma função, departamento ou participante específico. Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 137 Exemplo de Piscina (Valença, 2012) x Atividade: é um trabalho realizado que transforma insumos em produtos. Pode ser atômica (quando é uma atividade isolada - sendo chamada de tarefa) ou não atômica (sendo um conjunto de atividades, ou seja, um subprocesso). Na sua representação, um subprocesso pode aparecer de forma contraída em uma única atividade ou de forma expandida em todo o seu conjunto de atividades. Tarefas em subprocessos podem ser executadas de maneira simples (normal), sequencial (por meio de uma realização repetitiva em loops) ou em paralelo (por meio do desdobramento em tarefas que acontecem ao mesmo tempo). Veja o exemplo de laços sequenciais e paralelos onde o subprocesso B->C é desdobrado nas tarefas B1, B2, C1 e C2 de forma sequencial e de forma paralela. x Fluxo de sequência das atividades: é representado por linhas com setas que apontam a sequência a ser seguida no processo. Deve-se preferir linhas retas, realizando curvas apenas quando imprescindível à boa representação do processo. O fluxo e a dependência deve ser sempre da Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 137 esquerda para a direita, saindo sempre da esquerda da tarefa e chegando na esquerda da seguinte. Exemplo de subprocesso contraído e expandido em atividades (Valença, 2012) Exemplo de laços sequenciais e paralelos (Valença, 2012) Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 47 de 137 x Fluxo de mensagens em um processo: são representados por linhas tracejadas com setas seguindo o fluxo, apresentando ainda um símbolo específico para representar uma mensagem. Podem ser utilizados unicamente entre piscinas. x Associações: representam artefatos e anotações que ajudam a documentar o processo. Vejamos um exemplo conjunto de fluxo de mensagens e associações: Exemplo de mensagem e associações (Valença, 2012) x Eventos: representam acontecimentos ao longo do processo, podendo ser de início, intermediários ou de fim. Todo processo deve ser iniciado por um evento de início (símbolo vazio), e finalizado com um evento de fim (símbolo vazio preenchido). As principais notações de eventos a serem memorizadas para concurso são: Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 48 de 137 Principais símbolos de eventos (Valença, 2012) x Gateways: são elementos que apresentam desvios de fluxo no processo, permitindo controlar a divergência e convergência do fluxo de atividades, sendo necessários apenas para controlar o fluxo se o processo assim requerer. Sua forma básica é apresentada por um losango, que pode ser preenchido para indicar alguns tipos específicos: exclusivos (apenas um dos caminhos podem ser seguidos), inclusivos (um ou mais caminhos podem ser seguidos), paralelo (todos os caminhos são seguidos, seja para junção ou para saídas de processos), complexo (situações complexas, com múltiplas entradas e saídas para seguir, combinando diferentes gateways em um só). Para concurso, o mais importante é memorizar esses conceitos e a simbologia. Para maiores detalhes, sugiro as seguintes páginas: Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 49 de 137 o Inclusivo: https://secure.sydle.com/seed/cm/help/pt/using/modelin gAndAutomation/addDecisionToProcess/inclusive.html o Exclusivo: https://secure.sydle.com/seed/cm/help/pt/using/modelin gAndAutomation/addDecisionToProcess/exclusive.html o Paralelo: https://secure.sydle.com/seed/cm/help/pt/using/modelin gAndAutomation/addDecisionToProcess/parallel.html o Complexo: https://secure.sydle.com/seed/cm/help/pt/using/modelin gAndAutomation/addDecisionToProcess/complex.html Principais símbolos de gateways (Valença, 2012) Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 50 de 137 5.6. Mapofluxograma O mapofluxograma apresenta o fluxo de movimentação física de um determinado item com base em uma rotina produtiva preestabelecida. É como um fluxograma de como o material deverá se movimentar no espaço físico para que o processo seja desempenhado de acordo com o que está previsto no fluxograma. Assim, o mapofluxograma permite, em conjunto com o fluxograma, o estudo do processo como um todo, tanto do ponto de vista do conjunto de atividades desempenhadas como da movimentação de material no espaço físico. Exemplo de mapofluxograma: Fonte: BATISTA et al. (2006, p.4) Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 51 de 137 5.7. Service Blueprinting É uma técnica que permite retratar o processo de serviço, os pontos de contato e as evidências físicas de um serviço do ponto de vista do cliente. É uma verdadeira "impressão digital" do processo, representandoum verdadeiro mapa das transações em um processo de prestação de serviço. Segundo Frazzon et al. (2014) "O uso do Service Blueprint surgiu como uma técnica para identificação de pontos de falha no processo, porém seu uso foi expandido para a área estratégica, pois ele também permite identificar as áreas prioritárias para o cumprimento dos objetivos operacionais estratégicas da organização (GIANESI; CORREA, 1994). Assim como contribui para decisões referentes ao posicionamento estratégico da organização de serviços (SHOSTACK, 1987)". Essa ferramenta possibilita uma visualização de todo o processo de serviço em um diagrama, especialmente dos encontros de serviço com o cliente, também chamados de momentos da verdade, onde as evidências físicas da prestação de serviço são demonstradas, permitindo ainda a separação dos processos primários dos processos de apoio. Exemplo de mapeamento com Service Blueprint (FRAZZON et al., 2014, p. 12): Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 52 de 137 5.8. Mapeamento lean É o mapeamento realizado com base na técnica do just in time para o processo, seja em manufatura, seja em serviço, tentando gerar economias ao longo do processamento para um processo enxuto. Sua base é a redução de desperdícios e de custos, eliminando do processo as atividades que não agregam valor, gerando um fluxo de valor. Por isso a técnica também é conhecida como mapeamento do fluxo de valor do processo. Ribeiro et al (2010, p. 3) apresentaram uma lista de objetivos de mapeamento lean, conforme levantado por Perrersen (2009): x Fazer produtos com menos defeitos (Womack e Jones, 2003 e Womack et. al., 1990); x Fluxo de uma só peça (Liker, 2004); x Reduzir custos e aumentar valor (Bicheno, 2004); Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 53 de 137 x Foco no consumidor: alta qualidade, baixo custo, tempo reduzido - (Dennis, 2002); x Operação de produção robusta (Feld, 2001); x Redução de custo (Ohno, 1988); x Eliminação de desperdício e redução de custos (Monden, 1998); x Melhorar a qualidade e produtividade (Schonberger, 1982); x Redução de custo através de eliminação de desperdício (Shingo, 1984) Dentro desta metodologia, as atividades podem ser classificadas em três tipos Monden (1993, apud Ribeiro et. Al, 2010): x Não agrega valor e é desnecessária (NAD) x Não agrega valor, mas é necessária (NAN) x Agrega Valor (AV) 5.9. SIPOC O SIPOC (Suppliers, Inputs, Process, Outputs, Customers) é uma ferramenta que consiste na identificação clara dos elementos dos processos, incluindo o próprio processo, suas entradas e saídas, além dos clientes e fornecedores do processo. Trata-se de uma técnica utilizada antes mesmo do trabalha com o processo começar. Ela é anterior à construção de um mapa do processo ou fluxograma, pois ela identifica os fornecedores, a entrada dos insumos da empresa, todo o conjunto de atividades de processamento (tais como transporte, montagem, armazenamento, etc.), os produtos finais do processo e a destinação para os clientes. Discutindo a técnica, Lobato e Lima (2010, p. 350) apresentam os seguintes conceitos segundo Mello et. Al. (2002):"fornecedor é aquele que Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 54 de 137 propicia as entradas necessárias, podendo ser interno e externo; entrada é o que será transformado na execução do processo; processo é a representação esquemática da sequência de atividades que levam a um resultado esperado; saída é o produto ou serviço como solicitado pelo cliente; cliente é quem recebe o produto ou serviço". 5.10. Diagrama de causa-efeito (Ishikawa). O diagrama de IshikDZD�� WDPEpP� FRQKHFLGR� FRPR� JUiILFR� ³HVSLQKD� GH�SHL[H´��GLDJUDPD�GH�FDXVD�H�HIHLWR��PpWRGR��0�RX��0��p�XPD�IHUUDPHQWD� muito útil para que se possam visualizar as várias causas que levam aos efeitos (problemas) em um processo. Um diagrama deste tipo é estruturado da seguinte forma: Fonte: elaboração própria Para cada efeito podem existir diversas causas dentro de várias categorias, como método, mão de obra, matéria-prima, máquinas (4Ms), mensuração e meio ambiente (6 Ms). Efeito Causa 1 Causa 2 Causa 3 Causa 4 Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 55 de 137 Com isso, é possível ampliar a visão das possíveis causas de um problema para que se possa pensar sobre sua resolução. A fácil visualização é uma de suas grandes vantagens, pois as causas e subcausas são estruturadas de modo a formar um gráfico parecido com uma espinha de peixe. Um exemplo de diagrama deste tipo é apresentado pelo SEBRAE: Fonte: SEBRAE (2005) Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 56 de 137 6. 7pFQLFDV�GH�DSULPRUDPHQWR��³PHOKRULD´��GH�SURFHVVRV� Uma vez mapeados e analisados, os processos podem precisar de intervenções para que sejam transformados. É chegada a hora de se utilizar das diferentes metodologias para a transformação dos processos para melhor. As técnicas mais utilizadas para isso são: 1. Melhoria: são técnicas que melhoram os processos já existentes; 2. Redesenho: trata-se de redesenhar os processos observados; 3. Reengenharia: trata-se de modelar novos projetos a partir do zero. Vamos estudar cada uma delas! 6.1. Melhoria. As técnicas de melhoria partem do processo existente para melhorá- lo mediante intervenções. Elas não são excludentes uma da outra, podendo ser abordadas em conjunto. Vamos compreender a essência das mais importantes para o concurso que você vai fazer! Noções de Administração Geral e Pública p/ TRTs - TJAA Teoria e Exercícios (com videoaulas) Prof. Carlos Xavier - Aula 05 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 57 de 137 6.1.1. Lean management. Lean é uma filosofia de gerenciamento que busca a redução dos sete desperdícios (produção excessiva, tempo de espera, transporte, processamento, estoque, movimentação e refugo). Trata-se de um sinônimo do Sistema Toyota de Produção. Segundo o Guia BPM CBOK, os princípios básicos do Lean são: x Qualidade perfeita na primeira vez - busca do zero defeito, descoberta e solução de problemas na fonte x Minimização de desperdício - eliminando atividades que não agregam valor e redes de segurança, maximizando uso de recursos escassos (capital, pessoas, terra) x Melhoria contínua - reduzindo custos, melhorando qualidade, aumentando produtividade e compartilhando informação x 3URFHVVDPHQWR� ³SX[DGR´�� SURGXWRV� RX� VHUYLoRV� VmR� SX[DGRV� SHOR� FRQVXPLGRU� ILQDO� H� QmR� ³HPSXUUDGRV´� para ele prontos x Flexibilidade - produzindo diferentes misturas ou grande
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