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Sistema Esquelético: Anatomia Macroscópica Fotografia de microscopia electrónica de varrimento colorida de trabéculas ósseas. Sem esqueleto, o corpo parecer-se- -ia com uma boneca de trapos mal cheia. Sem o esqueleto não tería- mos uma estrutura que ajudasse a manter a forma, nem poderíamos mo- ver-nos grande coisa. A maioria dos músculos actua sobre os ossos para pro- duzir movimento, exercendo com frequência uma força considerável sobre eles. Por isso, sem esqueleto, os músculos seriam incapazes de mover o cor- po. Os ossos humanos são muito fortes e capazes de resistir a forças de com- pressão e de flexão tremendas. E, no entanto, em cada ano que passa dois mi- lhões de americanos conseguem quebrar um osso. O sistema esquelético inclui os ossos, cartilagens, ligamentos e tendões. No entanto, para o estudo da anatomia macroscópica estudam-se ossos secos e preparados. Isto permite ver com clareza os acidentes principais de cada osso isoladamente, sem obstrução pelos tecidos moles associados, como é o caso dos músculos, tendões, ligamentos, cartilagens, nervos e vasos sanguíneos. Por isso, no entanto, é fácil esquecer as importantes relações entre ossos e tecidos moles e o facto de que os ossos vivos têm tecidos moles, como o periósteo (ver o capítulo 6). Este capítulo inclui o estudo de considerações gerais (206), avançando depois para a discussão das duas categorias de ossos: o esqueleto axial (208), que inclui a cabeça óssea, o osso hióide, a coluna vertebral e a caixa torácica (costelas e esterno) e o esqueleto apendicular (233), que consiste nos mem- bros e respectivas cinturas. 7 C A P Í T U L O Pa rt e 2 S up or te e M ov im en to Parte 2 Suporte e Movimento206 pessoa e diminui com a idade à medida que vários ossos se vão fundindo. Muitos dos acidentes anatómicos ósseos estão listados no quadro 7.2. A maioria destes acidentes ósseos estabelece as rela- ções entre ossos e tecidos moles adjacentes. Se um osso apresen- tar um tubérculo (saliência arredondada) ou uma apófise (pro- longamento), é porque provavelmente durante a vida estava in- serido, nesse tubérculo ou nessa apófise, um ligamento ou um Considerações Gerais Objectivo ■ Enumerar os ossos do corpo. ■ Definir os termos anatómicos gerais que descrevem os acidentes do osso. No adulto o esqueleto é constituído por 206 ossos (qua- dro 7.1 e figura 7.1) mas o número real é variável de pessoa para Quadro 7.1 Ossos Número Ossos Número Número e Nome dos Ossos Listados por Categoria Esqueleto Apendicular Cintura Escapular(*) Omoplata (Escápula) Clavícula Membro Superior Úmero Rádio Cúbito (Ulna) Ossos do Carpo Metacárpicos Falanges Total (membro superior) Cintura Pélvica Osso Coxal Membro Inferior Fémur Tíbia Perónio (Fíbula) Rótula (Patela) Ossos do Tarso Metatársicos Falanges Total (cintura pélvica e membro inferior) Total do esqueleto apendicular Total do esqueleto axial Total do esqueleto apendicular Total de ossos Esqueleto Axial Cabeça óssea Crânio (neurocrânio) Pares Parietal Temporal Ímpares Frontal Etmóide Esfenóide Occipital Face (viscerocrânio) Pares Maxilar Superior (Maxila) Malar (Osso zigomático) Palatino Únguis (Osso lacrimal) Nasal Corneto Inferior (Concha nasal inferior) Ímpares Vómer Maxilar Inferior (Mandíbula) Total (cabeça óssea) Ossos Associados ao Crânio Ossinhos do ouvido Martelo Bigorna Estribo Osso Hióide Total (ossos associados) Coluna Vertebral Vértebras cervicais Vértebras torácicas ou dorsais Vértebras lombares Sacro Cóccix Total (coluna vertebral) Caixa Torácica Costelas Esterno Total (caixa torácica) Total (esqueleto axial) 2 2 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 1 1 22 2 2 2 1 7 7 12 5 1 1 26 24 1 25 80 2 2 2 2 2 16 10 28 64 2 2 2 2 2 14 10 28 62 126 80 126 206 (*) A cintura escapular é considerada por numerosos dos autores como fazendo parte integrante do membro superior, o mesmo sucedendo com a cintura pélvica, parte integrante do membro inferior (NR). Capítulo 7 Sistema Esquelético: Anatomia Macroscópica 207 tendão. Se um osso tem uma superfície articular lisa, essa su- perfície constituiu parte de uma articulação e esteve coberta por cartilagem articular. Se o osso tiver um buraco (foramen), este estava ocupado por algo, como um nervo ou vaso sanguíneo. Alguns ossos contêm cavidades cheias de ar revestidas por uma membrana mucosa, chamadas seios. Estes ossos são compostos apenas por osso compacto, translúcido e fino como papel, com pouco ou nenhum centro esponjoso (ver o capítulo 6). Figura 7.1 O Esqueleto Completo (Não se apresenta em posição anatómica.) Cúbito Rádio O. carpo Metacárpicos Falanges O. coxal Fémur Rótula Tíbia Perónio O. tarso Metatársicos Falanges Anterior Posterior Esqueleto Axial Cabeça óssea Coluna vertebral Mandíbula Costelas Sacro Cóccix Esqueleto Apendicular Clavícula Omoplata Úmero Esqueleto Axial Cabeça óssea Coluna vertebral Mandíbula Esterno Costelas Sacro Parte 2 Suporte e Movimento208 A cabeça óssea, ou caveira (cranium) protege o encéfalo; suporta os órgãos da visão, da audição, do olfacto e do paladar; e fornece alicerces para as estruturas responsáveis pela entrada do ar, alimentos e água para o organismo. Quando o esqueleto é desarticulado, a mandíbula separa-se com facilidade da cabeça óssea, que permanece intacta. Para separar os outros ossos uns dos outros é necessário um esforço considerável. Por esta razão, é mais conveniente pensar na cabeça, com excepção da mandí- bula, como uma unidade isolada. A parte superior do crânio é habitualmente cortada e retirada para revelar o seu interior. O exterior e o interior do crânio apresentam bordos, linhas, apófises e lâminas. Estas estruturas são importantes para a inserção de músculos, ou para os ossos da cabeça se articularem entre si. No quadro 7.3 são enumerados alguns acidentes do crânio intacto. Vista Superior do Crânio O crânio parece muito simples quando visto de cima. Se obser- var o crânio por cima, apenas vê quatro ossos: o osso frontal, os dois ossos parietais e uma pequena parte do osso occipital. Os dois parietais (que são ossos pares) unem-se na linha média pela sutura sagital e unem-se ao osso frontal pela sutura coronal (figura 7.2). Vista Posterior do Crânio Os ossos parietais e occipital são as principais estruturas obser- váveis numa vista posterior (figura 7.3). Os parietais unem-se ao osso occipital pela sutura lambdática (cuja forma se asse- melha à letra grega lambda). Ocasionalmente formam-se ao lon- go da sutura lambdática pequenos ossos supranumerários, cha- mados ossos wormianos. E X E R C Í C I O Explique a razão de ser dos nomes das suturas sagital e coronal. Termo Descrição Termos Anatómicos Gerais para Diversas Estruturas Ósseas Quadro 7.2 Corpo Parte principal Cabeça Extremidade alargada (muitas vezes arredondada) Colo Constrição (entre a cabeça e o corpo) Bordo ou Margem Limite, lado, aresta Ângulo Curvatura muito acentuada; ângulo Ramo Ramificação do corpo (para lá do ângulo) Côndilo Superfície articular lisa arredondada (ovóide) Faceta Superfície articular pequena e lisa Saliências Linha ou línea Saliência linear pouco pronunciada Crista Saliência linear mais acentuada Espinha Saliência muito acentuada Prolongamentos Apófise Prolongamento proeminente Tubérculo Apófise pequena e redonda Tuberosidade Apófise com o feitio de uma maçaneta; ou protuberância habitualmente maior do que o tubérculo Trocânter Tuberosidades da extremidade superior do fémur Epicôndilo Perto ou acima de um côndilo Língula Apófise achatada, com feitio de língua Gancho Apófise em forma de gancho Corno Apófise em formade corno Aberturas Foramen, buraco Orifício Canal ou meato Túnel Fissura, fenda, hiato Fenda Seio ou labirinto Cavidade Depressões Fossa Escavação não alongada Chanfradura Entalhe Fóvea Pequena fenda alargada Ranhura, sulco, goteira Depressão alongada Na superfície posterior do occipital encontra-se uma pro- tuberância occipital exterior (ver a figura 7.3). Pode ser palpada através dos tegumentos na base da cabeça e varia consideravel- mente de tamanho de indivíduo para indivíduo. Na protube- rância occipital exterior insere-se o ligamento da nuca (liga- mento cervical posterior), ligamento elástico que se estende ao longo do pescoço e ajuda a manter a cabeça erecta puxando para trás a região occipital da cabeça. As linhas curvas occipitais são um conjunto de pequenas saliências que se estendem late- ralmente a partir da protuberância e são os pontos de inserção para diversos músculos do pescoço. Osso de Inca Os ossos que se encontram no meio das suturas são habitualmente pequenos e bilaterais e parecem ser determinados geneticamente. Pode formar-se um osso de grandes dimensões, na linha média, na junção das suturas lambdática e sagital, chamado osso de Inca. Este osso era comum nos crânios dos Incas e está ainda presente nos seus descen- dentes andinos. 1. Quantos ossos existem, em média, no esqueleto de um adulto? 2. Como é que as protuberâncias, prolongamentos e abertu- ras ósseas se relacionam com os tecidos moles? Esqueleto Axial O esqueleto axial divide-se em cabeça óssea, osso hióide, colu- na vertebral e caixa torácica. O esqueleto axial forma o eixo ver- tical do corpo. Protege também o encéfalo, a medula espinhal e os órgãos vitais alojados no tórax. Cabeça Óssea Objectivo ■ Enumerar os acidentes ósseos do crânio mais importantes, observados de vários ângulos. ■ Enumerar e descrever os ossos do neurocrânio e do viscerocrânio. Capítulo 7 Sistema Esquelético: Anatomia Macroscópica 209 Quadro 7.3 Apófises e Outros Acidentes da Cabeça Osso Onde se Acidente Encontra o Acidente Descrição Acidentes Exteriores Ângulo Apófise coronoideia Apófise estiloideia Apófise mastoideia Apófise palatina Asas pterigoideias (interna e externa) Bordo Alveolar Cavidade glenoideia ou fossa mandibular Côndilo mandibular Côndilo occipital Eminência mentoniana ou mento Gancho pterigoideu Lâmina horizontal Linhas curvas occipitais Linhas curvas temporais Ramos Acidentes Interiores da Cabeça Crista galli Rochedo (pars petrosa) Sela turca Mandíbula (maxilar inferior) Mandíbula (maxilar inferior) Temporal Temporal Maxila (maxilar superior) Esfenóide Mandíbula (maxilar inferior), maxilas (maxilares superiores) Temporal Mandíbula (maxilar inferior) Occipital Mandíbula (maxilar inferior) Esfenóide Palatino Occipital Parietal Mandíbula (maxilar inferior) Etmóide Temporal Esfenóide “Canto” posterior e inferior da mandíbula Local de inserção do músculo temporal Local de inserção para três músculos (para a língua, faringe e osso hióide) e diversos ligamentos Saliência posterior ao pavilhão auricular; local de inserção de diversos músculos que movem a cabeça Dois terços anteriores do palato duro Apófises ósseas na face inferior do esfenóide; a asa pterigoideia externa é o local de inserção para dois músculos da mastigação Bordo da mandíbula e das maxilas, que apresenta cavidades (alvéolos) que contêm os dentes Depressão onde a mandíbula se articula com a cabeça óssea Região da mandíbula que se articula com o crânio Ponto de articulação entre a cabeça e a coluna vertebral Queixo (assemelha-se a um joelho dobrado) Saliência em forma de gancho, na extremidade inferior da asa pterigoideia interna, em torno da qual passa o tendão de um dos músculos peri- estafilinos; importante ponto de referência dentário Terço posterior do palato duro Pontos de inserção para diversos músculos posteriores do pescoço (músculos da nuca) Onde se insere o músculo temporal, que cerra a mandíbula Porção da mandíbula situada acima do ângulo Apófise situada na parte anterior do pavimento da caixa craniana onde se fixa um desdobramento dos invólucros de tecido conjuntivo do encéfalo (duramáter), chamado foice do cérebro Parte espessa e interior do temporal; contém o ouvido médio e o ouvido interno e os ossinhos do ouvido Estrutura óssea que se assemelha a uma sela e onde se localiza a hipófise Osso frontal Osso parietal Linha curva temporal inferior Linha curva temporal superior Bossa parietal Osso occipital Sutura coronal Sutura sagital Sutura lambdática Figura 7.2 Crânio Visto de Cima Parte 2 Suporte e Movimento210 Figura 7.3 Vista Posterior do Crânio Osso parietal Osso occipital Linha curva occipital superiorOsso temporal Apófise mastoideia Arcada zigomática Asa pterigoideia externa Asa pterigoideia interna Gancho (apófise unciforme) da apófise pterigoideia Palato duro Lâmina horizontal do osso palatino Apófise palatina do osso maxilar (maxila) Sutura lambdática Protuberância occipital externa (exterior) Linha curva occipital inferior Côndilo occipital Apófise estiloideia Septo nasal Sutura sagital Linhas Curvas Occipitais O ligamento cervical posterior (ligamento da nuca) e os músculos do pescoço do ser humano não são tão fortes como as estruturas compará- veis de outros animais; por isso a parte posterior da cabeça e as linhas curvas são muito menos salientes do que noutros animais. A localiza- ção do buraco occipital humano permite que a cabeça se equilibre acima da coluna vertebral e mantenha a posição erecta. Por essa razão, a cabeça humana exige, para manter esse equilíbrio, relativamente à cabeça de outros animais, incluindo outros primatas, como é o caso do chimpanzé, cujos crânios não estão equilibrados sobre a coluna vertebral, um menor esforço ligamentar e muscular. A presença de linhas curvas occipitais pequenas nos hominídeos (que são animais com uma posição verticalizada como a dos humanos) expressa esta diminuição da musculatura e é uma forma de os paleontologistas concluírem pela provável posição verticalizada dos hominídeos. do temporal é um grande buraco, o meato (abertura do canal) auditivo externo, que transmite as ondas sonoras ao tímpa- no. O pavilhão auricular (orelha) rodeia o meato. Logo atrás e abaixo do meato auditivo externo há uma grande saliência inferior, a apófise mastoideia (de masto, mama; semelhante a uma mama). Esta apófise pode ser vista e palpada como uma proeminência logo atrás da orelha. A apófise não é constituída por osso sólido, mas está cheia de cavidades designadas por cé- lulas pneumáticas mastoideias, que estão em conexão com o ouvido médio. Inserem-se na apófise mastoideia importantes músculos envolvidos na rotação da cabeça. As linhas curvas temporais superior e inferior, pontos de inserção do músculo temporal, um dos mais importantes da mastigação, desenvol- vem-se em arco sobre a superfície externa do parietal. Linhas Curvas Temporais As linhas curvas temporais são importantes para os antropólogos porque uma linha curva temporal espessa sugere um músculo temporal forte, que movimenta uma mandíbula pesada. Num gorila macho, os músculos temporais são tão grandes que as linhas curvas temporais de ambos os lados da cabeça se encontram na linha mediana da cabeça formando uma espessa crista sagital. Nos seres humanos as linhas curvas temporais são muito mais pequenas. Vista Lateral do Crânio O osso parietal e a escama do osso temporal formam uma grande parte da superfície lateral da cabeça (figura 7.4). O termo temporal significa relacionado com o tempo, e o nome tem origem no facto de o cabelo nesta região ser o que embranquece com maior precocidade, indicando a passagem do tempo. Uma sutura escamosa une estes ossos. Um importante acidenteCapítulo 7 Sistema Esquelético: Anatomia Macroscópica 211 A superfície externa da grande asa do esfenóide (esfenóide, em forma de cunha) está imediatamente adiante do osso tem- poral (ver a figura 7.4). Embora pareça que se trata de dois os- sos, um de cada lado da cabeça, o esfenóide é de facto um único osso que atravessa todo o crânio. Anteriormente ao esfenóide Linha curva temporal superior Sutura coronal Linha curva temporal inferior Osso parietal Osso temporal Osso occipital Sutura escamosa Sutura lambdática Côndilo mandibular Meato auditivo externo Apófise estiloideia Apófise zigomática do temporal Apófise temporal do osso malar Arcada zigomática Ângulo da mandíbula Osso frontal Buraco supra-orbitário Arcada supra-orbitária Esfenóide (grande asa) Osso nasal Osso lacrimal Malar Maxilar (maxila) Mandíbula Canal lácrimo-nasal Buraco infraorbitário Apófise coronoideia da mandíbula Ramo da mandíbula Buraco mentoniano Eminência mentoniana (mento; genu) Apófise mastoideia está o osso malar (ou zigomático, em forma de canga), que se pode ver e palpar facilmente na maçã do rosto (figura 7.5). A arcada zigomática consiste na reunião de apófises dos ossos temporal e malar, formando uma ponte sobre o lado do crânio (ver a figura 7.4). A arcada zigomática é facilmente palpada na parte lateral da face, e os músculos inferiores e superiores à arcada podem palpar-se quando os maxilares se abrem e fecham (ver a figura 7.5). A maxila ou maxilar (maxilar superior)(*) é anterior e infe- rior ao malar, com o qual se articula. A mandíbula (maxilar infe- rior) é inferior à maxila e articula-se posteriormente com o osso temporal (ver a figura 7.4). A mandíbula consiste em duas porções principais: o corpo, que se estende de diante para trás, e o ramo que se estende do ângulo para cima, na direcção do temporal. A extremidade superior do ramo apresenta uma apófise articular, que forma um côndilo o qual se articula com a cavidade glenoideia (fossa mandibular) do osso temporal, e a apófise coronoideia (em forma de bico de corvo), na qual se insere o poderoso músculo temporal, um dos músculos da mastigação. O bordo alveolar da maxila contém os dentes superiores (arcada dentária superior) e o bordo alveolar da mandíbula contém os dentes inferiores (arcada dentária inferior). Vista Frontal do Crânio As principais estruturas da cabeça que se vêem de frente são o frontal (a testa), o malar (região malar ou maçã do rosto), as Figura 7.5 Vista Lateral dos Pontos de Referência Ósseos da Face Osso frontal Arcada supra-orbitária Arcada zigomática Osso nasal Maxila Mento Osso malar Apófise mastoideia Ângulo da mandíbula Mandíbula (*) Designação clássica. Em Anatomia estão ainda em uso os termos maxilar superior (para o maxilar) e inferior (para a mandíbula) (NT.). Figura 7.4 Vista Lateral Direita do Crânio Parte 2 Suporte e Movimento212 maxilas (os maxilares superiores) e a mandíbula (maxilar infe- rior) (figura 7.6). Os dentes, muito evidentes nesta vista, são estudados no capítulo 24. Muitos dos ossos da face podem ser facilmente palpados através da pele (figura 7.7). Nesta vista as aberturas mais evidentes da cabeça são as órbitas e as fossas nasais. As órbitas são fossas cónicas com os vértices ou ápexes dirigidos para trás (ver as figuras 7.6 e 7.8). Chamam-se órbitas por causa da rotação dos olhos dentro des- tas cavidades. Os ossos que formam as órbitas dão protecção aos olhos e fornecem os pontos de inserção dos músculos que os movem. A maior porção de cada globo ocular está dentro da órbita, e a porção visível do exterior é relativamente pequena. Cada órbita contém vasos sanguíneos, nervos e gordura, bem como o globo ocular e os músculos que o movem. Os ossos que formam a órbita estão enumerados no quadro 7.4. Osso frontal Osso parietal Buraco supra-orbitário Fossa orbitária do osso frontal Fenda esfenoidal Osso lacrimal Buraco infra-orbitário Corneto inferior Corneto médio Espinha nasal anterior Linha oblíqua externa da mandíbula Buraco mentoniano Sínfise mentoniana (sínfise mandibular) Osso esfenóide (grande asa) Sutura coronal Glabela Arcada supra-orbitária Osso temporal Osso nasal Arcada infra-orbitária Osso malar Lâmina vertical do osso etmóide Vómer Fossas nasais Maxila Rebordo alveolar Corpo da mandíbula Septo nasal Mento Figura 7.6 Vista Frontal do Crânio Figura 7.7 Vista Anterior dos Pontos de Referência Ósseos da Face Glabela Arcada supra- -orbitária Osso malar Maxilar Osso frontal Mento (eminência mentoniana) Ponto Fraco da Órbita O canto supero-externo da órbita, onde se unem os ossos malar e frontal, é um ponto fraco da cabeça, facilmente fracturado com uma pancada forte nesta região da cabeça. O osso tende a afundar-se para dentro da órbita, provocando uma lesão difícil de reparar. A órbita tem diversas aberturas, através das quais as estru- turas comunicam entre esta e outras cavidades. O canal lacri- mal passa da órbita para a cavidade nasal, através do canal lácrimo-nasal, e dá passagem às lágrimas, dos olhos para a fossa nasal respectiva. O nervo óptico, que transmite o sentido da visão, passa do olho para a cavidade craniana através do bu- raco óptico, situado no ápex posterior da órbita. Duas fen- das (superior e inferior) na região posterior da órbita consti- tuem aberturas pelas quais os nervos e vasos comunicam com estruturas da órbita ou passam para a face. Capítulo 7 Sistema Esquelético: Anatomia Macroscópica 213 Pequena asa do esfenóide Fenda esfenoidal Grande asa do esfenóide Osso palatino Osso malar Fenda esfeno-maxilar Goteira infra-orbitária Buraco infra-orbitário Maxilar Abertura do canal lácrimo-nasal Osso lacrimal Osso etmóide Buracos etmoidais anterior e posterior Buraco óptico Osso frontal Buraco supra-orbitário Osso Parte da Órbita Ossos que Constituem a Órbita (ver as figuras 7.6 e 7.8) Quadro 7.4 Frontal Tecto Esfenóide Tecto e parede lateral (externa) Malar Parede lateral (externa) Maxila Pavimento Lacrimal Parede medial (interna) Etmóide Parede medial (interna) Palatino Parede medial (interna) Osso Parte da Cavidade Nasal Ossos que Formam a Cavidade Nasal (ver as figuras 7.6 e 7.9) Quadro 7.5 Frontal Tecto Nasal Tecto Esfenóide Tecto Etmóide Tecto, septo e parede lateral (externa) Corneto inferior Parede lateral (externa) Lacrimal Parede lateral (externa) Maxila Pavimento Palatino Pavimento e parede lateral (externa) Vómer Septo As fossas nasais (cavidade nasal) (quadro 7.5 e figura 7.9; ver a figura 7.6) têm uma abertura em forma de pêra que se abre adiante, estando divididas em metades direita e esquerda por um septo (parede) nasal. A parte óssea do septo nasal consiste prin- cipalmente no vómer e lâmina perpendicular do etmóide. A parte anterior do septo nasal é formada por cartilagem hialina. A parte externa do nariz, formada principalmente por car- tilagem hialina, está quase de todo ausente no esqueleto seco e é principalmente representada pelos ossos nasais e apófises frontais (apófises montantes) dos maxilares, que formam o dorso do nariz. E X E R C Í C I O Um traumatismo directo do nariz pode levar à sua fractura. Enumere um mínimo de três ossos que possam estar partidos. A parede externa das fossas nasais apresenta três saliências ósseas, os cornetos nasais (semelhantes a uma concha), que estão orientados para baixo (ver a figura 7.9). O corneto inferior é um osso separado, enquanto que o médio e o superior são prolonga- Desvio do Septo Nasal O septo nasal localiza-se habitualmente no plano sagital mediano até a pessoa atingir os 7 anos de idade. A partir dessa idade tem tendênciaa desviar-se ou a fazer uma ligeira saliência para um ou para outro lado. O septo pode desviar-se anormalmente no parto ou, mais frequentemen- te, em consequência de um traumatismo. O desvio pode ser suficiente- mente grave para bloquear a cavidade nasal de um dos lados e interferir com a respiração normal. Desvios acentuados exigem reparação cirúrgica. Figura 7.8 Ossos da Órbita Direita Parte 2 Suporte e Movimento214 mentos do etmóide. Os cornetos contribuem para aumentar a área da superfície das fossas nasais, pelo que facilitam a humidificação, remoção de partículas e aquecimento do ar inalado. Vários ossos associados à cavidade nasal (fossas nasais) con- têm grandes cavidades chamadas seios perinasais, ou paranasais, que se abrem na cavidade nasal (figura 7.10). Os seios diminuem o peso do crânio e actuam como câmaras de ressonância durante a emissão da voz. Compare a voz normal com a de uma pessoa que, estando constipada, tem os seios “entupidos”. Os seios são designa- dos pelos ossos onde se localizam: seios frontais, maxilares, etmoidais e esfenoidais. Interior da Caixa Craniana A cavidade craniana é a cavidade da cabeça óssea ocupada pelo encéfalo. Pode ser visualizada cortando a calote (calvaria), que é a porção superior abobadada do crânio. Removida a calo- te, pode ver-se o pavimento da cavidade craniana (figura 7.11). Este pavimento pode dividir-se esquematicamente nas fossas an- terior, média e posterior, as quais se formam à medida que o neurocrânio em desenvolvimento se adapta à forma do encé- falo. Uma apófise, a apófise crista galli (crista de galo), localiza-se na linha média da fossa anterior. A apófise crista galli é um Osso frontal Seio frontal Osso nasal Cartilagem da asa do nariz (segmento externo) Cartilagem da asa do nariz (segmento interno) Dente incisivo lateral Apófise palatina da maxila Lâmina horizontal do osso palatino Corneto inferior Lâmina vertical do osso palatino Asa pterigoideia interna Osso esfenóide Seio esfenoidal Corneto médio Corneto superior Recesso olfactivo Osso lacrimal Osso maxilar superior (maxila) Parte do osso etmóide Osso frontal Seio frontal Osso nasal Lâmina perpendicular do etmóide Cartilagem do septo Vómer Cartilagem da asa do nariz (segmento interno) Espinha nasal anterior Septo nasal Lâmina horizontal do osso palatino Apófise palatina da maxila Canal incisivo ou palatino anterior Dente incisivo central Osso esfenóide Seio esfenoidal Buracos olfactivos Lâmina crivada Apófise crista galli (a) (b) Figura 7.9 Ossos das Fossas Nasais (a) Septo nasal visto da fossa nasal esquerda. (b) Parede nasal externa (lateral) direita vista do interior da cavidade nasal (o septo nasal foi removido). Capítulo 7 Sistema Esquelético: Anatomia Macroscópica 215 ponto de inserção de uma das meninges, membrana de tecido conjuntivo espesso que envolve e protege o encéfalo (ver o capí- tulo 13). De cada lado da apófise crista galli está uma goteira para o bulbo olfactivo, que recebe os nervos olfactivos do sen- tido do olfacto. O pavimento de cada goteira olfactiva é for- mado pela lâmina crivada do etmóide (em forma de crivo). Os nervos olfactivos estendem-se da base do crânio para o tecto da cavidade nasal através de perfurações na lâmina, seme- lhantes aos furos de uma peneira, que se chamam buracos ol- factivos (ver a figura 7.9a e o capítulo 15). O corpo do esfenóide forma uma saliência central no pavi- mento da cavidade craniana. Esta saliência está modificada numa Figura 7.10 Seios Paranasais (a) Vista lateral. (b) Vista frontal. (c) Radiografia falsamente colorida do seio frontal. Seio frontal Seio frontal Seios etmoidais Seio esfenoidal Seio maxilar Seio frontal Seios etmoidais Seio esfenoidal Seio maxilar (a) (b) (c) Fractura da Lâmina Crivada A lâmina crivada do etmóide pode ser fracturada, por exemplo, num acidente de automóvel que não esteja equipado com airbags, se o nariz do condutor embater no volante. Neste caso, o líquido cefalorraquidiano da cavidade craniana pode passar para o nariz pela fractura. Esta perda de líquido é um sinal de alarme que exige imediata atenção médica, pois o risco de infecção é muito elevado. Parte 2 Suporte e Movimento216 estrutura semelhante a uma sela, a sela turca, que é ocupada pela hipófise. De cada lado e ligeiramente atrás da sela turca fica o ro- chedo (porção petrosa) do osso temporal, que é uma saliência ós- sea espessa e oca que contém o ouvido médio e o ouvido interno. O importante buraco occipital (foramen magnum), atra- vés do qual o encéfalo e a medula espinhal se continuam um com o outro, localiza-se na fossa posterior. Os outros buracos do crânio e as estruturas que os atravessam são enumerados no quadro 7.6. Vista Inferior do Crânio Vista de baixo, com a mandíbula removida, a base do crânio é complexa, com numerosos buracos e superfícies com funções especializadas (figura 7.12). O buraco occipital atravessa o osso occipital logo atrás do centro da base do crânio. Os côndilos occipitais apresentam as superfícies lisas que constituem os pon- tos de articulação entre o crânio e a coluna vertebral e locali- zam-se junto aos bordos laterais e anteriores do buraco occipital. Os principais pontos de entrada e saída dos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro podem ser observados nesta vista. O sangue chega ao encéfalo através das artérias carótidas internas, que pas- sam através dos canais carotidianos, e das artérias vertebrais, que passam através do buraco occipital. Imediatamente após a sua en- trada no canal carotidiano, a artéria carótida interna flecte-se medialmente (ou seja, internamente, para a linha média) quase 90º, continua a percorrer o canal carotídeo, flecte-se novamente quase 90º e entra na cavidade craniana por cima do buraco lácero ante- rior (foramen lacerum). Uma lâmina delgada de osso separa o canal carotídeo do ouvido médio. Por isso é possível a uma pessoa ouvir a sua própria pulsação, quando por exemplo está assustada ou depois de correr. A maior parte do sangue deixa o encéfalo pelas veias jugulares internas, que saem através dos buracos láceros pos- teriores (foramen jugular), localizados lateralmente em relação aos côndilos occipitais. Duas apófises estiloideias (em forma de estilete ou apa- ro) longas e pontiagudas projectam-se do pavimento do tempo- ral (ver as figuras 7.4 e 7.12). Em cada uma destas apófises inse- rem-se três músculos envolvidos no movimento da língua, osso hióide e faringe. A cavidade glenoideia (fossa mandibular), onde a mandíbula se articula com o crânio, é anterior à apófise mastoideia, na base da arcada zigomática. A abertura posterior da cavidade nasal é limitada de cada lado por saliências verticais do esfenóide, pertencentes à apófise pterigoideia (em forma de asa), a qual se divide em duas lâmi- nas verticais chamadas asas, interna e externa. Os músculos pteri- goideus interno e externo, que colaboram no movimento da man- díbula, inserem-se na asa externa (ver o capítulo 10). O vómer forma a porção posterior do septo nasal e pode observar-se entre as asas internas das apófises pterigoideias na linha mediana da cavidade nasal. O palato duro, ou palato ósseo, forma o pavimento das fossas nasais e é constituído por quatro ossos unidos por sutu- ras; as apófises palatinas dos dois ossos maxilares formam os dois terços anteriores do palato, e as lâminas horizontais dos dois os- sos palatinos formam o seu terço posterior. Os tecidos do palato mole ou véu do paladar estendem-se para trás a partir do palato duro ou ósseo. O palato duro e o palato mole separam as fossas nasais da boca, permitindo ao ser humano comer e respirar ao mesmo tempo. Figura 7.11 Pavimento da Cavidade Craniana A calote craniana foi removida e o pavimento é visto de cima.Fossa anterior Goteira olfactiva Pequena asa Grande asa Osso esfenóide Buraco grande redondo Buraco lácero anterior Fossa média Meato auditivo interno Buraco occipital (foramen magnum) Osso parietal Seios frontais Crista galli Lâmina crivada Osso etmóide Osso frontal Buraco ou canal óptico Sela turca Buraco oval Buraco pequeno redondo Canal carotídeo Buraco lácero posterior (foramen jugular) Buraco condiliano anterior (canal do grande hipoglosso) Fossa posterior Osso occipital Escama Rochedo Osso temporal Capítulo 7 Sistema Esquelético: Anatomia Macroscópica 217 Quadro 7.6 Buracos, Fendas e Canais Ósseos do Crânio (ver as figuras 7.11 e 7.12) Abertura Osso que Contém a Abertura Estruturas que Passam pelas Aberturas Lábio Leporino e Fenda Palatina Durante o desenvolvimento embrionário, os ossos da face não se chegam por vezes a unir. Se os maxilares não se formarem normalmente surge o lábio leporino (lábio fendido do coelho), e a fenda palatina resulta da não união das apófises palatinas dos maxilares. A fenda palatina produz uma abertura entre as fossas nasais e a cavidade bucal, dificultando o comer e o beber, e o falar distintamente. No recém-nascido pode ser inserido um palato artificial na boca, até poder ser feita a sua reparação. O lábio leporino ocorre aproximadamente em um em cada 1000 nascimentos e é mais comum no sexo masculino do que no sexo feminino. A fenda palatina ocorre cerca de uma vez em cada 2500 nascimentos e é mais comum no sexo feminino do que no masculino. Ambas as situações podem coexistir na mesma pessoa. Buraco esfeno-palatino Buraco estilo-mastoideu Buracos etmoidais anterior e posterior Buraco grande redondo (foramen rotundum) Buraco infra-orbitário Buraco lácero anterior (foramen lacerum) Buraco lácero posterior (foramen jugular) Buraco mentoniano Buraco occipital (foramen magnum) Buraco óptico Buraco oval (foramen ovale) Buraco e canal palatino posterior Buraco pequeno redondo (foramen spinosum) Buraco (foramen) zigomático-facial Buraco (foramen) zigomático-temporal Canal carotídeo Canal condiliano anterior (canal do grande hipoglosso) Canal lacrimo-nasal Canal palatino anterior (canal e buraco incisivo) Canal vidiano (canal pterigoideu) Chanfradura supra-orbitária Fenda esfenoidal (fissura orbitária superior) Fenda esfeno-maxilar Meato auditivo externo Meato auditivo interno Orifício do canal dentário inferior (foramen mandibular) Orifícios dos nervos olfactivos Entre o palatino e o esfenóide Temporal Entre o frontal e o etmóide Esfenóide Maxilar inferior Entre o temporal, o occipital e o esfenóide Entre o temporal e o occipital Mandíbula Occipital Esfenóide Esfenóide Palatino Esfenóide Malar Malar Temporal Occipital Entre o lacrimal e o maxilar superior Entre os dois maxilares superiores Esfenóide Frontal Esfenóide Entre o esfenóide e o maxilar superior Temporal Temporal Mandíbula Etmóide Nervo e vasos esfeno-palatinos (nervo naso-palatino e vasos esfeno- palatinos) Nervo facial Nervos etmoidais anterior e posterior Ramo maxilar do trigémeo (nervo maxilar superior) Nervo infra-orbitário No osso vivo este orifício está preenchido por cartilagem; a artéria carótida interna e o canal vidiano cruzam a sua face superior mas não passam através dele Veia jugular interna, nervo glossofaríngeo, nervo vago e nervo espinhal (acessório) Nervo mentoniano Medula espinhal, nervos espinhais (acessório) e artérias vertebrais Nervo óptico e artéria oftálmica Ramo mandibular do nervo trigémeo (nervo maxilar inferior) Nervos palatinos Artéria meníngea média Ramo lácrimo-palpebral do nervo zigomático (nervo zigomático-facial) Ramo têmporo-malar do nervo zigomático (nervo zigomático-temporal) Artéria carótida interna, e plexo nervoso simpático peri-carotídeo Nervo grande hipoglosso Canal lacrimo-nasal (vias lacrimais) Nervo esfeno-palatino interno (incisivo) Nervos simpáticos e parassimpáticos para a face Nervo e vasos supra-orbitários Nervo motor ocular comum (óculo-motor), nervo patético (troclear), ramo oftálmico do trigémeo (oftálmico), nervo motor ocular externo (abducens) e veias oftálmicas Nervo e vasos infra-orbitários (nervo maxilar superior) e o seu ramo orbitário (nervo zigomático) Ondas sonoras a caminho da membrana do tímpano Nervo facial e nervo estato-acústico (vestibulo-coclear, auditivo) Nervo dentário inferior (nervo alveolar inferior) destinado aos dentes da mandíbula Nervos olfactivos 3. Enumere as partes constituintes do esqueleto axial e as suas funções. 4. Indique os sete ossos que formam a órbita. 5. Descreva os ossos e cartilagens que formam o septo nasal. 6. O que é um seio? Quais as funções dos seios? Diga a localização dos seios paranasais. 7. Nomeie os ossos que formam o palato duro. Qual é a função do palato duro? 8. Através de que buraco é que o encéfalo se continua com a medula espinhal? Indique os buracos que contêm nervos para os sentidos da visão (nervo óptico), olfacto (nervos olfactivos) e ouvido (estato-acústico). 9. Indique os buracos através dos quais os principais vasos sanguíneos entram e saem do crânio. Parte 2 Suporte e Movimento218 10. Enumere os locais em que os seguintes músculos se inserem no crânio: músculos do pescoço, da faringe, da mastigação, da expressão facial, e músculos que movi- mentam os globos oculares. 11. Designe os ossos do neurocrânio e do viscerocrânio. Quais as funções desempenhadas por cada grupo? Ossos da Cabeça A cabeça óssea, ou cranium (skull), compõe-se de 22 ossos dis- tintos (ver o quadro 7.1 e a figura 7.13). Além disso o crânio contém seis ossículos auditivos (ossinhos do ouvido), com funções na audição (ver o capítulo 15). Cada osso temporal contém um conjunto de ossinhos do ouvido, o martelo, a bigor- na e o estribo, que não podem ser observados sem abrir o tem- poral. Os restantes 22 ossos da cabeça dividem-se em duas por- ções: o neurocrânio e o viscerocrânio. O neurocrânio, ou caixa craniana, (crânio propriamente dito), consiste em oito ossos que envolvem e protegem directamente o encéfalo. São os ossos pa- res, parietais e temporais, e os ossos ímpares, frontal, etmóide, esfenóide e occipital. Os 14 ossos do viscerocrânio, ou ossos da face formam a estrutura da face, na parte anterior da cabeça. São: os maxilares (dois), mandíbula (uma), malares ou zigomático (dois), palati- nos (dois), nasais (dois), lacrimais (dois), cornetos inferiores (dois), mandíbula (um) e vómer (um). Os ossos frontal e etmói- de, que fazem parte do neurocrânio, contribuem também para a face. A mandíbula é habitualmente descrita como sendo um osso da face, embora não faça parte integrante do cranium. Os ossos da face dão protecção aos principais órgãos dos sentidos nela localizados, como os olhos, nariz e língua. Os ossos da face também fornecem pontos de inserção para os músculos envolvidos na mastigação, expressão facial e movimentos ocula- res. As mandíbulas (mandíbula propriamente dita e maxilares) possuem saliências alveolares que contêm cavidades alveolares que são encaixes para os dentes. Os ossos da face e tecidos moles associados determinam a apresentação facial própria de cada indivíduo. Figura 7.12 Vista Inferior do Crânio Buraco palatino anterior Osso zigomático (malar) Buraco palatino posterior Fenda esfeno-maxilar Asa pterigoideia externa Asa pterigoideia interna Grande asa do esfenóide Buraco oval Buraco pequeno redondo Meato auditivo externo Buraco lácero posterior Côndilo occipital Fosseta incisiva Maxila (maxilar superior) Palato duro Apófise palatina do osso maxilar Lâmina horizontal do osso palatino Vómer Apófise unciformeda asa pterigoideia interna Apófise temporal do osso malar Apófise zigomática do osso temporal Arcada zigomática Buraco lácero anterior Apófise estiloideia Cavidade glenoideia Canal carotídeo Buraco estilomastoideu Apófise mastoideia Osso temporal Osso occipital Linha curva occipital inferior Linha curva occipital superior Buraco occipital Protuberância occipital exterior Osso esfenóide Capítulo 7 Sistema Esquelético: Anatomia Macroscópica 219 (a) Pontos de referência nesta figura: Bossa parietal: a maior largura da cabeça é a que une as duas bossas parietais. Linhas curvas temporais superior e inferior: zona de inserção do músculo temporal. Características especiais: Forma a parede lateral do crânio. Bossa parietal Linha curva temporal superior Linha curva temporal inferior Osso parietal direito (vista lateral) Porção escamosa Apófise zigomática Cavidade glenoideia Meato auditivo externo Apófise estilóideia Pontos de referência nesta figura: Apófise estiloideia: dá inserção a músculos da língua, da faringe e do osso hióide. Apófise mastoideia: ponto de inserção para os músculos que movem a cabeça e para um músculo proveniente do osso hióide. Apófise zigomática: integra a ponte óssea que se dirige da maçã do rosto até imediatamente adiante da orelha; inserção de um músculo que move a mandíbula. Cavidade glenoideia (fossa mandibular): um ponto de articulação entre a mandíbula e o crânio. Escama do osso temporal (porção escamosa): porção achatada e lateral (externa) do temporal. Meato auditivo externo: canal auditivo externo; transmite o som ao ouvido. Pontos de referência em outras figuras: Buraco estilo-mastoideu: buraco pelo qual o nervo facial (VII par craniano) sai da caixa craniana (figura 7.12). Buraco lácero posterior (foramen jugular): buraco pelo qual a veia jugular interna sai da caixa craniana (figuras 7.11 e 7.12). Canal carotídeo: canal através do qual a artéria carótida interna entra na caixa craniana (figuras 7.11 e 7.12). Fossa craniana média: depressão no pavimento da caixa craniana formada pelos lobos temporais do cérebro (figura 7.11). Meato auditivo interno: buraco pelo qual os nervos facial (VII par craniano) e estato-acústico (VIII par craniano) penetram na porção petrosa do temporal (figura 7.11). Rochedo (porção petrosa): porção espessa, "rochosa", do temporal (figura 7.11). Características especiais: Contém o ouvido médio e o ouvido interno; contém as células pneumáticas mastoideias; lugar onde a mandíbula se articula com o resto do crânio. Apófise mastoideia Temporal direito (vista lateral) (b) Buraco supra-orbitário Fossa orbitária Espinha nasal Glabela Arcada supra-orbitária Apófise zigomática Pontos de referência nesta figura: Apófise zigomática: liga com o osso malar; ajuda a formar o bordo externo da órbita. Arcada supra-orbitária: forma o bordo ântero-superior da órbita. Buraco supra-orbitário: abertura pela qual os nervos e vasos sanguíneos saem do crânio para a pele de fronte. Espinha nasal: parte superior do septo nasal. Fossa orbitária: tecto da órbita. Glabela: área entre as arcadas supra-orbitárias. Características especiais: Forma a testa e o tecto da órbita; contém os seios frontais. Osso frontal (visto de frente e ligeiramente de cima) Temporal direito Frontal (c) Figura 7.13 Ossos do Crânio (a) Osso parietal direito, visto lateralmente. (b) Osso temporal direito, visto lateralmente. (c) Osso frontal, visto de frente e ligeiramente de cima. Parte 2 Suporte e Movimento220 Fenda esfenoidal Grande asa Pequena asa Buraco grande redondo Buraco oval Buraco pequeno redondo Goteira carotídea Sela turca Buraco óptico (vista superior) Pontos de referência nesta figura: Asa pterigoideia externa: ponto de inserção para os músculos da mastigação. Asa pterigoideia interna: paredes póstero-laterais das fossas nasais. Buraco oval: abertura pela qual um ramo do trigémeo (V par craniano) sai da caixa craniana. Buraco grande redondo: abertura pela qual um ramo do trigémeo (V par craniano) sai da caixa craniana. Buraco pequeno redondo: abertura pela qual uma artéria principal para as meninges (membranas que envolvem o encéfalo) entra na caixa craniana. Buraco óptico: abertura pela qual o nervo óptico (II par craniano) passa da órbita para a caixa craniana. Canal vidiano (canal pterigoideu): abertura pela qual nervos e vasos sanguíneos saem da caixa craniana. Corpo: parte mais espessa do osso. Fenda esfenoidal: abertura pela qual nervos e vasos sanguíneos saem da caixa craniana para a órbita. Gancho pterigoideu: apófise em torno da qual passa o tendão de um músculo para o palato mole. Grande asa: forma o pavimento da fossa craniana média; é atravessada por diversos buracos. Pequena asa do esfenóide: bordo superior da fenda esfenoidal. Sela turca: fossa que contém a hipófise. Características especiais: Contém os seios esfenoidais. Grande asa Pequena asa Buraco grande redondo Canal vidiano Gancho pterigoideu Asa pterigoideia interna Asa pterigoideia externa Fenda esfenoidal (vista posterior) Corpo Osso esfenóide(d) Côndilo Buraco occipital Linha curva occipital inferior Linha curva occipital superior Protuberância occipital exterior Anterior Pontos de referência nesta figura: Buraco occipital: abertura em torno do ponto de união entre o encéfalo e a medula espinhal. Côndilo: ponto de articulação entre a cabeça óssea e a primeira vértebra. Linha curva occipital inferior: ponto de inserção para músculos do pescoço. Linha curva occipital superior: ponto de inserção para músculos do pescoço. Protuberância occipital exterior: ponto de inserção para um ligamento forte (ligamento cervical comum) na parte posterior do pescoço. Pontos de referência em outras figuras: Buraco condiliano anterior (canal do hipoglosso): abertura por onde passa o nervo grande hipoglosso (XII par craniano) (figura 7.11). Fossa craniana posterior: depressão posterior na caixa craniana, formada pelo cerebelo (figura 7.11). Características especiais: Forma parte da base do crânio. Posterior Osso occipital (vista inferior) Osso esfenóide Osso occipital Figura 7.13 (continuação) (d) Esfenóide, vista superior e posterior. (e) Occipital, vista inferior. (e) Capítulo 7 Sistema Esquelético: Anatomia Macroscópica 221 Crista galli Lâmina crivada Face externa das massas laterais (parede da órbita) Seios etmoidais Lâmina perpendicular Células etmoidais Lâmina perpendicular Crista galli Face externa das massas laterais (parede da órbita) Corneto nasal superior Corneto nasal médio Face externa das massas laterais (parede da órbita) Corneto nasal médio Crista galli Seios etmoidais Lâmina perpendicular Anterior Posterior (vista superior) (vista lateral) AnteriorPosterior (vista anterior) Pontos de referência nesta figura: Apófise crista galli: inserção das meninges (membranas que envolvem o encéfalo). Corneto médio: saliência que se estende para dentro da cavidade nasal; aumenta a área da sua superfície, ajuda a aquecer e a humedecer o ar nas fossas nasais. Corneto superior: saliência que se estende para as fossas nasais; aumenta a área de superfície, ajuda a aquecer e a humedecer o ar. Face externa das massas laterais (os planum, ou lâmina papirácea, ou lâmina orbitária): forma a parede interna da órbita. Lâmina crivada: contém numerosas aberturas pelas quais os ramos do nervo olfactivo (I par craniano) entram na caixa craniana provenientes das fossas nasais. Lâmina vertical: forma parte do septo nasal. Seios etmoidais: espaços no interiordo osso; reduzem o peso da cabeça. Pontos de referência em outras figuras: Buracos etmoidais: aberturas por onde passam nervos e vasos sanguíneos da órbita para a cavidade nasal (figura 7.8). Características especiais: Forma parte do septo nasal e parte das paredes laterais e tecto das fossas nasais; os nervos do olfacto passam através da lâmina crivada; contém os seios etmoidais, ou células etmoidais. Osso etmóide(f) Apófise frontal Bordo infra-orbitário Buraco zigomático-facial Pontos de referência nesta figura: Apófise frontal (ou ângulo superior do malar, também chamada apófise orbitária do malar): conexão com o osso frontal; ajuda a formar o bordo lateral da órbita. Apófise temporal (ou ângulo posterior): ajuda a formar a saliência óssea que se dirige da maçã do rosto até imediatamente adiante da orelha. Bordo infra-orbitário: saliência que forma o bordo inferior da órbita. Buraco zigomático-facial: abertura por onde um nervo e vasos sanguíneos saem da órbita para a face. Características especiais: Forma a proeminência da região malar e a parede ântero-lateral da órbita. Apófise temporal Osso malar (zigomático) direito (vista lateral) Etmóide Osso malar (zigomático) Figura 7.13 (continuação) (f) Etmóide, vista superior, lateral e anterior. (g) Malar direito, vista lateral. (g) Parte 2 Suporte e Movimento222 Apófise frontal Canal incisivo Incisivos Canino Pré-molares Molares Cavidade alveolar Apófise palatina Seio maxilar Apófise frontal Buraco infra-orbitário Espinha nasal anterior Cavidade alveolar Incisivos Canino Pré-molares Molares Tuberosidade Apófise zigomática Superfície orbitária Chanfradura para o osso lacrimal (vista lateral) (vista interna) Pontos de referência nesta figura: Apófise frontal (ou apófise montante): forma os lados do dorso do nariz. Apófise palatina: forma os dois terços anteriores do palato duro. Apófise zigomática: conexão com o osso malar; ajuda a formar o bordo inferior da órbita. Buraco infra-orbitário: abertura pela qual saem um nervo e vasos sanguíneos da órbita para a face. Canal incisivo: abertura pela qual sai um nervo da cavidade nasal para o tecto da cavidade bucal. Cavidades alveolares: cavidades que contêm os dentes; fazem saliência, bem observável na figura. Espinha nasal anterior: forma parte do septo nasal. Seio maxilar: cavidade no osso que ajuda a reduzir o peso da cabeça. Superfície orbitária: forma o pavimento da órbita. Tuberosidade: saliência localizada atrás da raiz do último molar superior. Características especiais: Contém o seio maxilar; contém os dentes superiores. Maxila direita (h) Pontos de referência nesta figura: Lâmina horizontal: forma o terço posterior do palato duro. Lâmina vertical: forma parte da parede externa da respectiva fossa nasal. Características especiais: Contribui para a formação de parte do palato duro e de uma pequena parte da parede da órbita. Lâmina horizontal Lâmina vertical (vista anterior) Lâmina vertical Lâmina horizontal (vista interna) Osso palatino direito Maxila direita Osso palatino direito. Figura 7.13 (continuação) (h) Maxila direita, vista interna e lateral. (i) Osso Palatino direito, vista interna e anterior. (i) Capítulo 7 Sistema Esquelético: Anatomia Macroscópica 223 Osso lacrimal (únguis) Canal lácrimo-nasal Características especiais: Forma uma pequena porção da parede da órbita. Osso lacrimal direito (vista ântero-lateral)(j) (k) Côndilo mandibular Apófise articular Ramo da mandíbula Orifício do canal dentário inferior (foramen mandibular) Ângulo Alvéolos dentários Corpo Molares Pré-molares Canino Incisivos Chanfradura sigmoideia (incisura mandibular) Apófise coronoideia Pontos de referência nesta figura: Ângulo: Canto entre o corpo e o ramo. Apófise alveolar: saliência que contém os dentes, nos alvéolos dentários. Apófise articular: prolongamento que contém o côndilo mandibular. Apófise coronoideia: inserção para um músculo da mastigação. Buraco mentoniano: abertura pela qual um nervo e vasos sanguíneos saem da mandíbula para a pele do queixo. Chanfradura sigmoideia (incisura mandibular): depressão entre a apófise condiliana e a apófise coronoideia. Côndilo mandibular: ponto de articulação entre a mandíbula e o resto da cabeça óssea. Corpo: porção principal e horizontal do osso. Orifício do canal dentário inferior (foramen mandibular): abertura pela qual entram no osso nervos e vasos sanguíneos para os dentes inferiores. Ramo: porção importante e quase vertical do osso. Características especiais: é o único osso representado nesta figura que se move livremente em relação ao resto da cabeça óssea; dá suporte de fixação aos dentes inferiores. Chanfradura sigmóideia (incisura mandibular) Apófise coronoideia Molares Pré-molares Côndilo mandibular Apófise articular Ângulo Corpo Alvéolos dentários Buraco mentoniano Canino Incisivos Ramo da mandíbula (vista interna) (vista lateral) Metade direita da mandíbula Osso lacrimal direi- to Osso nasal direito Figura 7.13 (continuação) (j) Osso lacrimal direito, vista lateral. (k) Osso nasal direito, vista lateral. (l) Metade direita da mandíbula, vistas interna e externa. Metade direita da mandí- bula (l) Osso nasal Características especiais: Forma o dorso do nariz. Osso nasal direito (vista lateral) Parte 2 Suporte e Movimento224 Osso Hióide O osso hióide (figura 7.14), que é impar, é muitas vezes consi- derado parte do viscerocrânio porque tem uma origem embrio- nária comum com os ossos da face, mas não constitui, no entan- to, parte da cabeça óssea do adulto (ver o quadro 7.1). Não tem ligação óssea directa ao crânio mas une-se a ele por músculos e Lâmina vertical Asas Asas Lâmina vertical Pontos de referência nesta figura: Asa: zona de articulação entre o vómer e o esfenóide. Lâmina vertical: forma parte do septo nasal. Características especiais: Forma a maior parte do septo nasal posterior. (vista anterior) (vista lateral) Vómer(m) Vómer Figura 7.13 (continuação) (m) Vómer, vista anterior e lateral. Figura 7.14 Osso Hióide Vista anterior e lateral, do lado esquerdo. Grande corno Pequeno corno Corpo Grande corno Pequeno corno Corpo (vista anterior) (vista lateral) (do lado esquerdo) Pontos de referência nesta figura: Corpo: porção principal do osso. Grande corno: ponto de inserção para músculos e ligamentos. Pequeno corno: ponto de inserção para músculos e ligamentos. Características especiais: É um dos poucos ossos que não se articula com outro osso; liga-se ao crânio por músculos e ligamentos. Osso hióide ligamentos e “flutua” na parte superior do pescoço logo abaixo da mandíbula. No osso hióide inserem-se alguns músculos da língua e também importantes músculos do pescoço que elevam a laringe durante a fala ou a deglutição. 12. Onde se localiza o osso hióide e qual o seu papel? Capítulo 7 Sistema Esquelético: Anatomia Macroscópica 225 Coluna Vertebral Objectivos ■ Descrever o desenvolvimento das quatro maiores curvaturas da coluna vertebral. ■ Enumerar as características próprias das vértebras das regiões cervical, torácica, lombar e sagrada. A coluna vertebral, também chamada ráquis, é habitual- mente constituída por 26 ossos, que se podem dividir em cinco regiões (figura 7.15). Sete vértebras cervicais, 12 vértebras to- rácicas, cinco vértebras lombares, um sacro ou osso sagrado e um osso coccígeo formam a coluna vertebral. O embrião em de- senvolvimento tem cerca de 34 vértebras, mas as vértebras sagradas fundem-se, formando um osso único, e asquatro ou cinco vérte- bras coccígeas também se fundem habitualmente num único osso. As cinco regiões da coluna vertebral do adulto têm quatro curvaturas principais (ver a figura 7.15). Duas das curvaturas apa- recem durante o desenvolvimento embrionário e reflectem a for- ma de C do embrião e do feto no útero. Quando a criança levanta a cabeça, nos primeiros meses após o nascimento, desenvolve-se no pescoço uma curvatura secundária, convexa para diante. Mais tar- de, quando a criança aprende a sentar-se e depois a andar, a porção lombar da coluna torna-se também convexa para diante. Assim, na coluna vertebral de um adulto, a região cervical é convexa para dian- te, a região torácica é côncava para diante, a região lombar é conve- xa para diante, e as regiões sagrada e coccígea, no seu conjunto, côncavas para diante. Curvaturas Raquidianas Anormais A lordose (“rins metidos para dentro”) é um exagero da curvatura convexa da região lombar; o termo cifose (“marreca”) aplica-se ao exagero da curvatura côncava da região torácica; a escoliose é uma curvatura lateral anormal da coluna, muitas vezes acompanhada por curvaturas anormais secundárias, como a cifose (figura 7.16). Figura 7.16 Escoliose A escoliose é uma curvatura lateral anormal da coluna. A anomalia está indicada pelas setas. Figura 7.15 Coluna Vertebral Coluna completa vista do lado esquerdo. Região cervical (convexa para a frente) Região torácica (convexa para trás) Região lombar (convexa para a frente) Regiões sagrada e coccígea (convexas para trás) Primeira vértebra cervical (atlas) Segunda vértebra cervical (áxis) Sétima vértebra cervical Primeira vértebra torácica Disco intervertebral Décima segunda vértebra torácica Buracos de conjugação Primeira vértebra lombar Corpo Apófise transversa Apófise espinhosa Quinta vértebra lombar Sacro Cóccix Promontório sagrado Parte 2 Suporte e Movimento226 Discos Intervertebrais Durante a vida, os discos intervertebrais, constituídos por fibrocartilagem e localizados entre os corpos de vértebras adja- centes, proporcionam um suporte adicional e evitam que os cor- pos vertebrais façam atrito uns contra os outros (ver as figuras 7.15 e 7.17). Os discos intervertebrais são formados por um anel fibroso exterior, periférico, e por um núcleo pulposo, gelatino- so, interior. Com a idade o disco vai sendo comprimido de tal modo que diminui a distância entre vértebras e assim a altura total do indivíduo diminui também. O anel fibroso torna-se tam- bém mais fraco com a idade, e mais susceptível a herniar. Plano Geral das Vértebras A coluna vertebral desempenha cinco funções principais: (1) su- porta o peso da cabeça e do tronco; (2) protege a medula espi- nhal; (3) permite aos nervos raquidianos abandonar a medula espinhal; (4) proporciona um local de inserção muscular; e (5) permite o movimento da cabeça e do tronco. A estrutura geral da vértebra está descrita no quadro 7.7. Cada vértebra é consti- tuída por um corpo, um arco e diversas apófises (figura 7.19). A porção da vértebra que suporta o peso é um cilindro ósseo cha- mado corpo. O arco vertebral projecta-se posteriormente a partir do corpo. O arco pode dividir-se em metades direita e esquerda, e cada metade tem duas partes: o pedículo (pé), que está unido ao corpo, e a lâmina (placa fina) que se reúne com a lâmina da outra metade. O arco vertebral e a superfície posterior do corpo rodeiam uma ampla abertura, chamada buraco vertebral. Os buracos vertebrais de vértebras adjacentes associam-se para for- mar o canal vertebral, que contém a medula espinhal. Os arcos vertebrais e os corpos das vértebras protegem a medula espi- nhal. Corpo da vértebra Núcleo pulposo Anel fibroso Buraco de conjugação (buraco intervertebral) Disco intervertebral Figura 7.17 Disco Intervertebral Hérnia ou Rotura do Disco Intervertebral A hérnia ou rotura do disco intervertebral resulta da rotura do anel fibroso do disco, ou da sua protusão, com saída parcial ou completa do núcleo pulposo através do anel fibroso (figura 7.18). A parte herniada do disco pode comprimir a medula espinhal ou os nervos raquidianos, comprometendo o seu funcionamento normal e causando dor. A hérnia mais comum é a dos discos intervertebrais lombares inferiores, mas a dos discos cervicais inferiores é quase igualmente comum. Os discos herniados ou rotos podem ser reparados optando por um de diversos procedimentos. Um dos procedimentos consiste no repouso prolongado no leito, baseando-se na tendência que as partes herniadas do disco têm para retroceder e na capacidade de auto- -reparação do anel fibroso. No entanto, em muitos casos é necessária a cirurgia, com remoção do disco danificado. Para reforçar a estabilidade da coluna vertebral, insere-se por vezes um fragmento de osso coxal(*) no espaço anteriormente ocupado pelo disco, ficando as vértebras adjacen- tes fundidas através do material ósseo introduzido no espaço discal. Figura 7.18 Disco Herniado Parte do anel fibroso foi removida, de modo a revelar o núcleo pulposo no centro do disco. Apófise transversa Apófise espinhosa Raiz do nervo raquidiano comprimida no buraco de conjugação Porção herniada do disco Anel fibroso Núcleo pulposo Disco intervertebral Medula espinhal no canal vertebral (*) Hoje em dia utiliza-se igualmente material sintético (N.R.). Laminectomia e Espinha Bífida (spina bifida) Em algumas técnicas cirúrgicas de abordagem do conteúdo do canal vertebral, as vértebras atravessam-se no caminho, impedindo o acesso ao disco intervertebral. Este problema pode ser resolvido pela remoção da lâmina, processo designado por laminectomia. Por vezes as lâminas vertebrais podem não se chegar a unir, no todo ou em parte, durante o desenvolvimento, o que resulta numa situação que se designa por spina bifida (ou espinha bífida: espinha fendida). Este defeito é mais comum na região lombar. Se for grave e envolver a medula espinhal (figura 7.20), pode interferir com o normal funciona- mento nervoso abaixo do nível atingido. Figura 7.20 Espinha Bífida (Spina bifida) Esta malformação do desenvolvimento ocorre quando não há fusão das lâminas vertebrais, pelo que a vértebra deixa de formar um anel completo em redor das estruturas nervosas. Duramáter Espaço alargado cheio de líquido Corpo da primeira vértebra lombar Medula espinhal Cauda equina Músculos posteriores Arco vertebral incompleto Pele do dorso Capítulo 7 Sistema Esquelético: Anatomia Macroscópica 227 Figura 7.19 Vértebra (a) Vista superior. (b) Vista lateral de uma vértebra torácica*. (c) Fotografia de uma vista lateral de duas vértebras torácicas sobrepostas. É possível observar a relação entre a apófise articular inferior de uma vértebra e a apófise articular superior da vértebra imediatamente inferior. Podem ver-se também o buraco de conjugação e o espaço destinado ao disco. Apófise articular superior Apófise transversa Buraco vertebral ou canal raquidiano central Corpo Pedículo Lâmina Arco vertebral Apófise espinhosa Anterior Posterior Apófise transversa Chanfradura pedicular inferior da vértebra superior Espaço para o disco intervertebral Buraco de conjugação Apófise articular inferior da vértebra superior Apófise articular superior da vértebra inferior Chanfradura pedicular superior da vértebra inferior Corpos das vértebras Apófises espinhosas PosteriorAnterior (a) (c) (b) Chanfradura pedicular superior Faceta articular superior para a cabeça da costela Corpo Faceta articular inferior para a cabeça da costela Chanfradura pedicular inferior Apófise articular superior Pedículo Apófise transversa Faceta articular para o tubérculo da costela Lâmina Apófise articular inferior Apófiseespinhosa Anterior Posterior Faceta articular superior Quadro 7.7 Estrutura Descrição Estrutura Geral de Uma Vértebra (ver a figura 7.19, b e c) Corpo Com forma de cilindro; é habitualmente a parte com maiores dimensões, com superfícies achatadas que se orientam superior e inferiormente; forma a parede anterior do buraco vertebral; os discos intervertebrais localizam-se entre os corpos Buraco vertebral Buraco em cada vértebra pelo qual passa a medula espinhal; os buracos vertebrais adjacentes formam o canal vertebral Arco vertebral Forma as paredes laterais e posterior do buraco vertebral; tem diversas apófises e superfícies articulares Pedículos Um de cada lado, formando a raiz do arco; formam a parede lateral do buraco vertebral Lâminas Parte posterior do arco; formam a parede posterior do buraco vertebral Apófises transversas Apófises que se dirigem lateralmente a partir da junção da lâmina com o pedículo; local de inserção muscular Apófise espinhosa Apófise que se dirige posteriormente a partir da junção das duas lâminas; local de inserção de músculos; reforça a coluna vertebral, permitindo-lhe movimento. Apófises articulares Apófises superior e inferior que contêm facetas articulares pelas quais as vértebras se articulam umas com as outras; fortalecem a coluna vertebral e permitem os movimentos Buracos de conjugação Abertura lateral entre duas vértebras adjacentes, pela qual os nervos raquidianos saem do canal vertebral (*) O termo tradicional e ainda corrente é o de dorsal; mas, para evitar confusões com o uso do termo dorsal como posterior (ver quadro 1.1 e figura 1.10), vai entrando em uso a designa- ção de vértebra torácica (NT.). Parte 2 Suporte e Movimento228 A apófise transversa projecta-se lateralmente de cada lado do arco, implantada entre a lâmina e o pedículo, e existe uma apófise espinhosa única, implantada no ponto de junção entre as duas lâminas. As apófises espinhosas podem ser observadas e sentidas como séries de saliências que descem ao longo da linha mediana do dorso (figura 7.21). Grande parte dos movimentos da coluna vertebral é assegurada pela contracção dos músculos esqueléticos que se inserem nas apófises transversas e espinho- sas (ver o capítulo 10). Figura 7.21 Fotografia de um Indivíduo de Costas, Mostrando a Omoplata e Apófises Espinhosas Vertebrais Apófise espinhosa da sétima vértebra cervical Apófises espinhosas lombares Bordo superior da omoplata Omoplata Bordo interno da omoplata Ângulo inferior da omoplata Os nervos raquidianos saem do canal raquidiano através dos buracos de conjugação (ver as figuras 7.15 e 7.19c). Cada buraco é delimitado por chanfraduras nos pedículos de vérte- bras adjacentes. O movimento e suporte adicional da coluna vertebral tor- nam-se possíveis através das apófises articulares. Cada vértebra tem uma apófise articular superior e uma inferior de cada lado, articulando-se a apófise superior de uma vértebra com a inferior da vértebra que lhe está imediatamente acima. A so- breposição destas apófises aumenta a resistência da coluna ver- tebral. Na região de sobreposição e articulação entre as apófises articulares superior e inferior cria-se em cada apófise articular uma pequena superfície articular lisa que se designa por faceta articular. Diferenças Regionais nas Vértebras As vértebras de cada região da coluna vertebral têm caracterís- ticas específicas que tendem a esbater-se nas fronteiras entre regiões. As vértebras cervicais (ver a figura 7.15 e a figura 7.22a-d) têm corpos muito pequenos, apófises espinhosas parcialmente bífidas, e em cada apófise transversa existe um buraco trans- versário pelo qual as artérias vertebrais se dirigem para a ca- beça. Apenas as vértebras cervicais têm buracos transversá- rios. A primeira vértebra cervical chama-se atlas (ver a figura 7.22a) porque segura a cabeça, da mesma forma que, na mitolo- gia clássica, Atlas segurou o mundo. O atlas não tem corpo nem apófise espinhosa, mas tem grandes facetas articulares superiores Arco posterior Faceta articular superior Apófise espinhosa (bífida) Apófise transversa Buraco transversário Buraco vertebral Apófise odontóide Corpo Faceta articular superior Apófise espinhosa (bífida) Apófise transversa Buraco transversário Buraco vertebral Corpo Pedículo Lâmina Arco posterior Faceta articular superior (articula-se com o côndilo occipital) Faceta para a apófise odontóide Apófise transversa Buraco transversário Buraco vertebral Arco anterior Apófise odontóide Corpo da vértebra Apófise espinhosa C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 Apófise transversa Buraco transversário (d) Figura 7.22 Vértebras Cervicais (a) Atlas (primeira vértebra cervical), vista superior. (b) Áxis (segunda vértebra cervical), vista ligeiramente posterior e superior. (c) quinta vértebra cervical, vista superior. (d) Vértebras cervicais em conjunto, numa vista lateral. (a) (b) (c) Capítulo 7 Sistema Esquelético: Anatomia Macroscópica 229 onde se reúne com os côndilos occipitais na base do crânio. Esta articulação permite mover a cabeça no movimento de afirma- ção (“dizer que sim com a cabeça”) e movê-la lateralmente. A segunda vértebra cervical chama-se áxis (ver a figura 7.22b) por- que nela ocorre uma porção considerável do movimento de ro- tação tipo negação (“dizer que não com a cabeça”). O áxis tem na parte superior do seu pequeno corpo uma apófise altamente modificada que se chama apófise odontóide ou dente do áxis (em forma de dente). O dente adapta-se ao contorno do buraco vertebral alargado do atlas, o qual roda em torno desta apófise. A apófise espinhosa da sétima vértebra cervical, não bífida, é bastante pronunciada e pode muitas vezes ser palpada e vista como uma saliência entre os ombros (ver a figura 7.21). A apófise espinhosa mais proeminente nesta área é chamada vértebra proeminente. É geralmente a apófise espinhosa da sétima vér- tebra cervical, mas pode ser a sexta cervical ou mesmo a primei- ra torácica. As vértebras sagradas (ver as figuras 7.15 e 7.25) são alta- mente modificadas em comparação com as outras. Estas cinco vértebras estão fundidas num osso único chamado sacro. Golpe em Chicote O golpe em chicote (whiplash) ou golpe de coelho é uma hiper-extensão traumática das vértebras cervicais. A cabeça constitui um objecto pesado na extremidade de uma coluna flexível e pode ser hiper-estendida quando a cabeça recua bruscamente em consequência de uma súbita aceleração do corpo. É uma ocorrência comum nos acidentes de automóvel em que há um “choque traseiro”, em que o corpo é empurrado rapidamente para a frente, ficando a cabeça estacionária. As lesões que costumam resultar de acidentes deste tipo consistem na fractura das apófises espinhosas das vértebras cervicais e rotura dos discos, com rotura anterior do anel fibroso. Estas lesões podem levar a uma compres- são da medula espinhal ou de nervos raquidianos e a estiramento ou rotura dos músculos, tendões e ligamentos. As vértebras torácicas ou dorsais (ver as figuras 7.15 e 7.23) têm apófises espinhosas longas e finas que se dirigem para baixo, e apófises transversas relativamente compridas. As primeiras 10 vértebras torácicas têm nas suas apófises transversas facetas arti- culares pelas quais se articulam com as tuberosidades das coste- las. Há ainda nos bordos superior e inferior do corpo facetas adi- cionais onde se articulam as cabeças das costelas. A cabeça da maioria das costelas articula-se com a faceta articular inferior de uma vértebra e com a faceta articular superior para a cabeça da costela da vértebra imediatamente abaixo. As vértebras lombares (ver as figuras 7.15 e 7.24) têm corpos largos e espessos e apófises transversas e espinhosas for- tes e rectangulares. As apófises articulares superioresestão vira- das para a linha mediana, uma para a outra, e as apófises articu- lares inferiores olham para fora. Quando a superfície articular superior de uma vértebra lombar se articula com a superfície articular inferior de outra vértebra lombar tomam uma disposi- ção que aumenta a resistência mecânica da parte inferior da co- luna vertebral e limita a rotação das vértebras lombares. E X E R C Í C I O Porque é que as vértebras lombares são mais maciças que as vértebras cervicais? (a) (b) Figura 7.23 Vértebras Torácicas (a) Vértebra torácica, vista de cima. (b) Conjunto das vértebras torácicas, vista lateral. Variação nas Vértebras Lombares A quinta vértebra lombar ou a primeira coccígea podem fundir-se no sacro. Inversamente, a primeira vértebra sagrada pode não se fundir com o resto do sacro, o que leva à existência de seis vértebras lomba- res. Corpo Faceta articular superior Apófise espinhosa Apófise transversa Buraco vertebral Pedículo Lâmina Apófise articular superior Faceta articular para a tuberosidade da costela Faceta articular superior para a cabeça da costela Espaço para o disco intervertebral Corpo Facetas articulares para a cabeça da costela T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 Buraco de conjugação Faceta articular para a tuberosidade da costela Apófise transversa Apófise espinhosa Parte 2 Suporte e Movimento230 As apófises transversas das vértebras sagradas fundem-se para formar as asas do sacro que reúnem o sacro aos ossos pél- vicos. As apófises espinhosas das primeiras quatro vértebras sa- gradas fundem-se parcialmente para formar saliências, localiza- das na face posterior (dorsal) do sacro, cujo conjunto se designa por crista sagrada. A apófise espinhosa da quinta vértebra não se forma, deixando um hiato sagrado na extremidade inferior do sacro, local frequentemente adoptado para a administração de anestésicos(*). Os buracos de conjugação dividem-se em pos- teriores (dorsais) e anteriores (ventrais); são os buracos sagra- dos, dispostos de cada lado da linha mediana. O bordo anterior do corpo da primeira vértebra sagrada faz saliência para formar o promontório sagrado(**)(ver a figura 7.15), ponto de referên- cia que separa a cavidade abdominal da cavidade pélvica. O pro- montório sagrado pode ser palpado durante o exame vaginal e é usado como ponto de referência nas medições do estreito supe- rior da bacia. O cóccix (em forma de bico de cuco; ver as figuras 7.15 e 7.25) é a porção mais inferior da coluna vertebral e consiste ha- bitualmente em três a cinco vértebras mais ou menos fundidas que formam um triângulo, com o vértice orientado inferior- mente. As vértebras coccígeas são de tamanho muito reduzido, em comparação com as outras vértebras e não possuem buracos vertebrais nem apófises bem desenvolvidas. Figura 7.24 Vértebras Lombares (b) Vértebra lombar, vista de cima. (b) Conjunto das vértebras lombares, vista lateral. Figura 7.25 Sacro (a) Vista anterior. (b) Vista posterior. Faceta articular superior Apófise espinhosa Apófise transversa Buraco vertebralPedículo Lâmina Corpo Espaço para o disco intervertebral Corpo L1 L2 L3 L4 L5 Buraco de conjugação Apófise transversa Apófise espinhosa Asa Canal sagrado Superfície articular (zona de contacto com o osso coxal) Buracos sagrados posteriores Crista sagrada Hiato sagrado Faceta articular superior (articula-se com a quinta vértebra lombar) Cóccix Cóccix Buracos sagrados Promontório sagrado Asa (a) (b) (a) (b) (*) Da mesma forma, os espaços que separam, na linha mediana posterior (dorsal) as apófises espinhosas das últimas vértebras lombares são, com muito mais frequência, utilizados pelos médicos para puncionar com uma agulha apropriada o canal vertebral, ou as meninges. Esse procedimento designa-se punção lombar. É usado para obter amostras de líquido cefalorraquidiano e para administração de medicamentos, incluindo medicamentos anestésicos (anestesia epidural). (NR) (**) Mais precisamente, o promontório ou ângulo sacro-vertebral consiste no ângulo formado entre o sacro e a 5ª vértebra lombar. A maior ou menor abertura deste ângulo, variável de pessoa para pessoa, condiciona a posição mais ou menos vertical do sacro, que se pode reflectir nas dimensões do estreito inferior da bacia. (NR) Capítulo 7 Sistema Esquelético: Anatomia Macroscópica 231 Clavícula Fúrcula do esterno Sétima vértebra cervical Primeira vértebra torácica Costelas esternais ou verdadeiras Cartilagem costal Costelas asternais ou falsas (8-12) Manúbrio Corpo Apêndice xifoideu Esterno Costelas flutuantes 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 L1 T12 Ângulo esternal (a) Facetas articulares para o corpo das vértebras Faceta articular para a apófise transversa da vértebra Ângulo Colo Tuberosidade Cabeça Corpo Extremidade esternal (b) Cabeça da costela colocada contra a faceta articular inferior da vértebra superior e a faceta articular superior da vértebra inferior Tuberosidade da costela colocado contra a faceta articular na apófise transversa da vértebra inferior Ângulo da costela Corpo da costela (c) Figura 7.26 Caixa Torácica (a) Caixa torácica articulada vista de frente. (b) Costela típica. (c) Fotografia de duas vértebras torácicas e da extremidade proximal de uma costela, vista do lado esquerdo, mostrando a relação entre as vértebras e a cabeça e tuberosidade da costela. Parte 2 Suporte e Movimento232 Esterno O esterno tem sido descrito com tendo a forma de uma de espada. Divide-se em três partes (figura 7.26c): o manúbrio (punho) é o punho da espada, o corpo é a lâmina da espada e o apêndice xifoideu (significa espada e representa a ponta da espada). O bordo superior do manúbrio tem na linha mediana uma chan- fradura designada fúrcula esternal ou chanfradura jugular, facilmente palpável na face anterior da base do pescoço (figura 7.27). A primeira costela e a clavícula articulam-se com o ma- núbrio. O ponto em que o manúbrio se une ao corpo do esterno pode ser sentido como uma proeminência no tórax anterior que se chama o ângulo esternal (crista manúbrio-esternal, ou ân- gulo de Lewis) (ver a figura 7.26). A cartilagem da segunda cos- tela liga-se ao esterno no ângulo esternal, as terceira a sétima costelas ligam-se ao corpo do esterno e não há qualquer costela com ligação ao apêndice xifoideu. Lesões da Coluna Vertebral Como as vértebras cervicais são bastante delicadas e têm corpos pequenos, as luxações e fracturas são mais comuns nesta área do que em outras regiões da coluna. Como as vértebras lombares têm corpos robustos e suportam um peso enorme, as fracturas são menos comuns, mas as roturas dos discos intervertebrais são aqui mais comuns do que em outras regiões da coluna. O cóccix parte-se com facilidade em quedas em que a pessoa cai sentada com força sobre uma superfície sólida. 13. Descreva as quatro principais curvaturas da coluna vertebral, explicando o que as causa e quando se desen- volvem. Defina os termos lordose, cifose e escoliose. 14. Descreva as estruturas que formam os buracos vertebrais. Onde é que os nervos raquidianos saem da coluna vertebral? 15. Descreva a forma como as apófises articulares superiores e inferiores ajudam a suportar e permitem o movimento da coluna vertebral. 16. Nomeie e diga o número de cada tipo de vértebras. Descreva as características que distinguem esses diferentes tipos uns dos outros. Caixa Torácica Objectivos ■ Descrever as partes constituintes da caixa torácica e explicar o seu funcionamento A caixa torácica protege os órgãos vitais alojados no tórax e forma uma câmara semi-rígida que pode aumentar e diminuir de volume
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