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Acervos Museológicos: Significados e Conservação

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MUSEOLOGIA
Prof. Gláucia Braga
Aula 5: ACERVOS MUSEOLÓGICOS
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Aula 5: ACERVOS MUSEOLÓGICOS
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
As singularidades dos objetos e acervos museológicos através dos significados a eles atribuídos – seus sentidos e expressões culturais. 
As diferenças entre os vários tipos de acervos museológicos por suas categorias e classificações.
Os diversos tipos de acervos: temporários, objetos e acervos de outras instituições. 
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Para mais informações sobre o conteúdo dessa aula, pesquise os acervos dos museus históricos e seus significados. Você pode escolhê-los no site do Instituto Brasileiro de Museus – Ibram, no endereço: www.museus.gov.br
 
Leia também o artigo “Os museus e o ensino de História”. Está disponível em:
http://www.ichs.ufop.br/perspectivas/anais/GT1603.htm
 
 MATERIAL DIDÁTICO:
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Consulte também as revistas e boletins do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan através do site:
http://docvirt.com/docreader.net/DocReader.aspx?bib=\\Acervo01\drive_nTrbs\RevIPHAN\RevIPHAN.docpro
Referências bibliográficas:
CURY, Marília Xavier. Exposição: concepção, montagem e avaliação. São Paulo: Annablume, 2005.
 
ARAS, Lina Maria Brandão de; TEIXEIRA, Maria das Graças de Souza. Os museus e o ensino da História. Disponível em: http://www.ichs.ufop.br/perspectivas/anais/GT1603.htm
Acesso em: 29/01/2014.
 
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O que são acervos museológicos
Como você viu nas aulas anteriores, a construção de uma exposição que produza uma experiência de qualidade leva em consideração diversos recursos. A seleção dos objetos é um critério fundamental, porque tem a ver diretamente com a proposta do museu de confrontar o homem com a sua realidade. Isto é, colocar o público diante do seu patrimônio cultural para questionar o seu papel na sociedade.
 
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E essa seleção dos objetos é baseada num princípio fundamental: o seu significado, ou seja, o sentido que ele possui para um grupo de pessoas ou para a sociedade como um todo. Veja bem: imagine uma caneta. É um objeto simples, como tantas outras canetas. Agora imagine a caneta que a Princesa Isabel usou para assinar a Lei Áurea, que formalizou o fim da escravidão no Brasil. Não é uma caneta qualquer. É um objeto ligado a um fato histórico, e é isso que o torna diferente de todos os outros objetos, isso é, de todas as outras canetas.
 
E por quê? Por que essa caneta possui um significado. Um sentido. Quando você vê essa caneta numa exposição, imediatamente pensa naquele episódio da história brasileira e no processo histórico que envolveu o fim da escravidão.
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 Exemplos:
 
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Geralmente esses objetos não são apresentados isoladamente. São contextualizados num tema e apresentados junto com outros objetos também significativos para potencializar as reflexões sobre o tema que o museu quer abordar. Por isso é importante conservá-los. 
 
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 Portanto, o elemento estruturador de uma exposição é o objeto museológico, e o cenário expositivo deve ser pensado para dar destaque a esse objeto e ao seu significado. O objeto é a "musa" da exposição. É o seu elemento-chave. E o acervo museológico é o conjunto desses objetos institucionalizados num museu.
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 Um objeto institucionalizado é quando ele passa a fazer parte do acervo de um museu. Significa que o objeto é registrado, catalogado e daí passa a fazer parte do acervo daquela instituição. Passa a ser um objeto musealizado, ou seja, primeiramente ele é selecionado pelo seu valor intrínseco para integrar um acervo, e depois é formalmente integrado a esse acervo pela institucionalização, isso é, pelo seu registro e catalogação como parte daquele acervo.
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Mas não apenas os objetos podem ser musealizados. Pode-se também musealizar monumentos, praças, prédios, cidades ou outras expressões da cultura consideradas significativas para um grupo social. Nesses casos, a institucionalização vai além dos museus e atingem outras instâncias institucionais, como, por exemplo, um município, um país ou até mesmo toda a humanidade. É assim que são constituídos os patrimônios culturais da humanidade. 
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Você também já deve ter ouvido essa expressão "tombamento". Um bem "tombado" – um prédio, uma praça ou um monumento – é um bem patrimonial institucionalizado, ou seja, significa que ele foi "registrado" por uma instância governamental pela sua importância, e portanto ele é protegido. Tombamento significa registro.
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O objeto musealizado é aquele que é selecionado para ser conservado num museu, e o objeto tombado é aquele que não pode ser guardado num museu – um prédio! – e por isso é tombado (registrado) como patrimônio cultural e conservado no seu próprio local. Assim também são os bens culturais imateriais, ou naturais. Não é possível guardá-los num museu, mas devem ser conservados, e por isso são registrados como patrimônio cultural, isso é, tombados. Mas o conceito de musealização, além de outros, serão tratados mais adiante.
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Objeto Musealizado - Objeto Tombado
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Como você já sabe, os objetos musealizados são as unidades que, no seu conjunto, formam um acervo. E os acervos são formados de acordo com os seus tipos. Por exemplo: móveis, armas, roupas, assessórios, carruagens, etc. formam respectivamente os acervos de mobiliário, armaria, indumentária, joalheria, meios de transporte e outros conforme a sua categoria. E o conjunto desses acervos forma um acervo maior, que é o acervo geral do museu.
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Mas os objetos por si sós, não possuem valor intrínseco, isso é, não estão ligado a alguma coisa, como foi o exemplo da caneta. O valor intrínseco de um objeto conservado num museu, ou de um acervo museológico só existe quando lhe é atribuído um sentido, isto é, quando ele possui um significado sócio histórico, ou ainda quando ele é considerado uma expressão da cultura. Ou também quando ele próprio é a expressão de um patrimônio cultural.
 
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E para que isso aconteça é preciso que sejam – tanto os objetos como os acervos – usados para transmitir o conteúdo desse significado ou dessa cultura, ou seja: os sentidos e os conhecimentos acumulados pelas gerações anteriores que são considerados importantes e devem permanecer na memória das futuras gerações.
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Assim, o museu se torna o repositório desses sentidos e conhecimentos contidos nos objetos e acervos, e as exposições são os meios usados para transmitir esses saberes e significados.
E os recursos expográficos usados para contextualizar os objetos e acervos num cenário expositivo podem ser diversos e simultâneos: ambientes, trajetos, textos, legendas, desenhos, fotografias, móveis, sons, aromas, temperaturas, luzes, máquinas, etc. formam um grande conjunto de efeitos especiais usados para explicar um conteúdo e enriquecer a experiência dos visitantes.
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Na próxima aula, vamos ver que todos os museus, independentes de suas tipologias, são construções socioculturais e históricas. Portanto, são espaços propícios à pesquisa histórica. Essa característica ressalta a importância dos
historiadores nessas instituições, pois esses profissionais estão mais aptos a associar os objetos aos fatos históricos e contextualizá-los por suas importâncias e significados no processo sócio histórico.
Do mesmo modo, as pesquisas que se realizam sobre os objetos musealizados obedecem a critérios semelhantes à pesquisa histórica acadêmica. E o conhecimento produzido é o resultado da análise histórica de fontes documentais, onde o objeto é o próprio documento.
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Tipos de acervos
Apesar de seguirem métodos acadêmicos próximos, a investigação de um conjunto de objetos – um acervo – é uma particularidade da pesquisa museológica. Num museu, os objetos são documentos. São fontes de informação, e por isso requerem condições especiais para serem selecionados, guardados, pesquisados e seus conteúdos apresentados num contexto temático para serem questionados pelo público.
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Existem vários tipos de acervos, e a cada um é dado um tratamento conforme a sua origem e o material com que são constituídos. Madeira, couro, metal e outros materiais têm tratamentos diferentes para que durem mais tempo e preservem as suas características físicas. Os acervos também podem ser vivos. Por exemplo: num jardim botânico, ou num zoológico, as plantas e os animais são conservados vivos, e assim são expostos. Mas nesse caso também podem ser conservados e expostos já não estando vivos, pela taxidermia (empalhamento).
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Acervos de origem animal, vegetal ou mineral – couro, plantas, pedras – são conservados conforme as suas naturezas, e recebem um tratamento especial para aumentar a sua durabilidade. Assim, as condições de temperatura, higiene, luz e outras variáveis climáticas são permanentemente controladas, além da própria segurança física dos objetos, principalmente quando estão sendo apresentados numa exposição.
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Conforme os acervos que têm sob sua guarda, os museus, em sua maioria, possuem laboratórios de conservação e restauração. Ali os objetos recebem tratamento adequado e são restaurados, caso sofram danos. Seja no transporte, no acondicionamento ou na própria exposição, os objetos estão sempre sujeitos à ação do homem e do tempo.
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Portanto, é através dos objetos e acervos que o público tem acesso ao conhecimento guardado e produzido pelos museus. E é através das pesquisas, das exposições, dos eventos culturais, dos programas educativos, das publicações e das informações disponibilizadas em bancos de dados que o público tem acesso a esse conhecimento.
Mas não somente ao conhecimento puro e simples. Também das fontes usadas na produção desse conhecimento – isso é, pela pesquisa sobre os próprios objetos e acervos – que fazem com que os museus desempenhem o seu papel educativo, cultural e científico. E esse é o objetivo da pesquisa museológica: promover o uso social dos seus acervos, aproximando a sociedade dos significados que eles exprimem e os conhecimentos que neles existem.
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E como os museus fazem isso? Pesquisando-os e apresentando-os principalmente nas exposições, pois é ali que essas fontes de informação – esses documentos – são mostrados num contexto temático para provocarem reflexões, tomadas de consciência e mudanças de atitude.
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NESSA AULA VOCÊ:
-Aprendeu sobre o significado dos objetos e acervos museológicos, sabe da importância de preservá-los. Para os profissionais de História, esses documentos são testemunhas de episódios relevantes dos nossos estudos. Estiveram presentes nos fatos históricos, e podem reavivar os acontecimentos e as lembranças.
 
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- Aprendeu que os objetos são musealizados por que possuem sentidos, isso é, estão ligados a um fato histórico ou a uma expressão cultural, e podem transmitir conhecimentos. Quando você visitar uma exposição em um museu ou em um centro de cultura, já vai saber que ali existe uma intenção educativa. Um desejo de transmitir informações e conhecimentos. E os objetos – entre outros recursos – são os instrumentos dessa intenção que podem levar você a se deparar com a sua própria realidade. Podem fazer você pensar sobre essa realidade. E a sua reflexão pode fazer você mudar a sua atitude em relação a muitas coisas importantes para você mesmo e para a sociedade. 
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Na próxima aula ... você:
-Na aula que vem você vai ver como os museus e centros de cultura podem apoiar os seus estudos históricos. 
 
 
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ATIVIDADES DE ESTUDO
A melhor atividade para você fazer depois dessa aula é ir com seus amigos a um museu ou um centro de cultura visitar uma exposição. Procure extrair os sentidos dos objetos expostos e os relacione com o tema. Seja crítico(a). Pense sobre o significado desse tema nesse momento atual, quero dizer, no agora. O que a mensagem da mostra tem a ver com você? Converse a respeito com seus amigos. Faça uma síntese. Escreva isso e apresente para o(a) seu (sua) professor(a). 
Consulte também a revista "Musas", no site do Instituto Brasileiro de Museus, e conheça os tratamentos dados aos diversos tipos de acervos em exposições: www.museus.gov.br
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Questões:
Questão 1: : Das proposições abaixo, pode-se afirmar que:
 
a – Desde os “gabinetes de curiosidades”, os objetos são coletados pelos seus significados sócio históricos.
 
b – Os objetos são selecionados para integrar um acervo museológico a partir de critérios pessoais. 
 
c – Os objetos possuem um sentido intrínseco, sempre.
 
d – Para integrarem um acervo museológico, os objetos devem possuir um significado atribuído por um grupo social.
 
e – Um bem cultural é considerado tombado quando se encontra deteriorado.
 
 
 
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Questão2:: Em relação aos acervos museológicos, pode-se dizer que:
 
I – São formados a partir de objetos que possuem significados comuns.
 
II – Num museu, podem existir diversos tipos de acervos.
 
III – São compostos por objetos cujos sentidos a eles atribuídos estão inter-relacionados. 
 
IV – Recebem um tratamento especial para prolongar suas integridades físicas.
 
V – São registrados e classificados de acordo com suas categorias.
 
 
a – As afirmativas I, II e IV não estão corretas.
 
b – As afirmativas III e IV estão incorretas.
 
c – As afirmativas I, III e IV estão incorretas.
 
d – Todas as afirmativas não estão incorretas.
 
e – Todas as afirmativas não estão corretas.
 
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Questão3: Os objetos musealizados possuem um significado:
 
I – Idêntico para todas as pessoas.
 
II – Intrínseco. 
 
III – Idêntico a todos os demais objetos.
 
IV – Diferenciado, conforme o que representa para um determinado grupo social.
 
V – Capaz de produzir lembranças e reflexões.
 
 
a – As afirmativas I e II não estão corretas.
 
b – As afirmativas II, III e IV estão incorretas.
 
c – As afirmativas IV e V não estão corretas.
 
d – As afirmativas II, IV e V estão corretas.
 
 
  
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Questão 4 : Em relação aos recursos expográficos, pode-se dizer que:
 
I – São utilizados para provocar deslumbramento nas pessoas.
 
II – Potencializam o discurso museológico.
 
III – Atualmente se valem das tecnologias de informação e comunicação.
 
IV – Dão destaque aos objetos e acervos. 
 
V – Agem sobre os sentidos das pessoas.
 
 
a - As afirmativas I e II estão corretas.
 
b – As afirmativas I, II e III estão corretas.
 
c – As afirmativas IV
e V estão incorretas.
 
d – As afirmativas III e V não estão corretas.
 
e – A afirmativa I está incorreta. 
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BONS ESTUDOS!!!!
 
GABARITO: 1) D – 2) D – 3) D – 4) E
 
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