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Direito Previdenciário

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RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
I – INTRODUÇÃO 
 
Não raro, vemos leigos, profissionais da comunicação e até mesmo juristas utilizando 
termos relacionados à Previdência Social, como sinônimos das definições de Seguridade 
Social e/ou Seguro Social. Embora sejam espécies de Proteção Social, há significativas e 
inconfundíveis diferenças entre os conceitos. 
 
Comumente se vê pessoas que recebem o benefício assistencial de prestação continuada 
destinado ao deficiente ou idoso,[1] acharem que estão “aposentados”, ou que estão 
recebendo uma “pensão do INSS”, [2] ou que estão “recebendo benefício da previdência 
social mesmo sem contribuir para o INSS”. Pretendemos sanar esta confusão com o 
presente texto. 
 
II - BREVE EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PROTEÇÃO SOCIAL 
 
Atrelado ao significado das expressões aqui analisadas, está a evolução histórica da forma 
de proteção social, que passou de privada (seguro civil) e facultativa à social (proteção 
pública) e compulsória. E a isso se atribui a própria evolução da sociedade – não evolução 
propriamente dita da tecnologia, mas sim dos ideais de solidariedade e proteção social. 
 
Dessa evolução social, surgiu o Seguro Social, que posteriormente foi substituído pelo 
que chamamos de Seguridade Social, que, por sua vez, se desdobrou em Assistência 
Social, Saúde e Previdência Social, formando o tripé da Proteção Social no bojo da 
Constituição Federal Brasileira de 1988. 
 
III - ASSISTÊNCIA PÚBLICA 
 
Em meados de 1600, surgiu a Assistência Pública, onde o Estado passou a amparar os 
necessitados que demonstrassem esta situação. Como bem nos ensina Marisa Ferreira dos 
Santos,[3] até então o indivíduo que se encontrasse em situação de risco detinha uma 
expectativa de direito, pois para receber auxílio da comunidade dependia da existência de 
recursos para esse fim. 
 
No entanto, com a edição do Act of Relief of the Poor (Lei dos Pobres), na Inglaterra, em 
1601, passou o Estado a ter o dever de amparar quem se encontrasse em situação de real 
necessidade. A partir dai ocorria a desvinculação do auxilio ao necessitado com a 
caridade. E, na sequência, “a preocupação com o bem-estar de seus membros levou 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
algumas categorias profissionais a constituírem caixas de auxílio, com caráter mutualista, 
que davam direito a prestações em caso de doença ou morte”. [4] 
 
IV - SEGURO PRIVADO (CIVIL) E SEGURO SOCIAL 
 
Em que pese a existência de proteção social, esta somente havia na espécie de caridade, 
onde o necessitado deveria comprovar situação de grave risco social, em nítida 
miserabilidade, colocando-o em exposição perante toda a sociedade. 
 
Assim, visando proteger o indivíduo de forma mais ampla, não somente em decorrência 
de eventos como desemprego, mutilações, doenças etc., surgem empresas privadas, com 
fins claramente lucrativos, oferecendo serviço de “seguro”. E, nesse ponto de “evolução”, 
Marisa Ferreira dos Santos afirma ter o seguro do Direito Civil fornecido as “bases para 
a criação de um novo instrumento garantidor de proteção em situações de 
necessidade”.[5] Surgiram, nesse passo, os seguros de vida, de acidentes, invalidez etc. 
 
Sendo o seguro de natureza Civil, a filiação do indivíduo às formas de proteção ali 
previstas se dava de maneira facultativa e por meio de contrato, com, evidentemente, 
expressa manifestação de vontade de quem procurava proteção em face dos eventos 
citados. 
 
Ora, se o seguro decorria de contrato e era administrado por empresas privadas, com fins 
lucrativos, evidente que somente uma minoria de abastados poderia pagar pela proteção 
securitária, o que, naquela época, exclui grande parte da população. 
 
Com efeito, a evolução social prosseguiu. Surgiu outra forma de proteção social, espécie 
ainda de Seguro, agora visando uma parcela maior da sociedade, sem prévia seleção dos 
riscos a serem protegidos. Nasce, assim, o Seguro Social, com origem atribuída à Lei do 
Seguro Doença, em 1883, como resultado da proposta elaborada por Bismarck. [6] 
 
Com essa nova visão de proteção social, surgem os primeiros passos para o ideal de 
seguro social mais abrangente, destinado não somente aos trabalhadores industriais 
(proteção somente àqueles que possuíssem vínculo de emprego), mas sim a toda 
sociedade. E, ainda, além de proteger toda sociedade, a filiação se daria de forma 
obrigatória, passando a ser visto como direito subjetivo do indivíduo. 
 
Desse modo, o Seguro (gênero) passou de Seguro Privado (espécie) para Seguro Social 
(espécie). As diferenças entre a proteção privada e a proteção social pairam, dentre outras, 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
no fato de a primeira ser facultativa, menos abrangente e prever menos cobertura de riscos 
e ventos (somente o que fora contratado pelo individuo). 
 
Embora o Seguro Social fosse mais abrangente que o Seguro Privado, sua proteção só era 
destinada aos que contribuíssem para o custeio de proteção, e se deva de forma a proteger 
os indivíduos dos riscos sociais. 
 
V - SEGURIDADE SOCIAL 
 
A Seguridade Social, por sua vez, reflete consequente evolução dos ideais anteriores de 
proteção social. Da Assistência Social ao tipo de proteção por Seguro Social, abarcando 
elementos e características de cada um, porém evoluindo e acrescendo na solidariedade 
social, surge o que conhecemos como Seguridade. 
 
Muito bem expõe Jose Afonso da silva: “A Seguridade Social constitui ‘instrumento mais 
eficiente da liberação das necessidades sociais, para garantir o bem-estar material, moral 
e espiritual de todos os indivíduos da população’”.[7] 
 
O Seguro Social, além de proteger somente os trabalhadores com vínculo de emprego, 
tinha como objeto a ocorrência de algum evento que resultasse em determinada forma de 
dano ao indivíduo. Ou seja, protegia-se o risco social (como por exemplo, a invalidez, a 
orfandade, a mutilação etc.). 
 
Diferentemente do que vem a ocorrer com a Seguridade Social, que tem como objeto a 
proteção das contingências que venha a passar o indivíduo, independentemente de 
existência de qualquer forma de dano. Desse modo, não protege o risco, mas sim a 
necessidade social. 
 
Com maestria que lhe é peculiar, a Ilustre Marisa Ferreira dos Santos [8] nos aponta como 
exemplo, no Brasil, dessa proteção da Seguridade Social – que objetiva a necessidade 
social - o benefício de salário-maternidade,[9] que é destinado à mulher que, ao dar à luz, 
“deixa de trabalhar e, por isso, não recebe remuneração; é gerada, então, a conseqüência-
necessidade que dá direito ao benefício, para suprir ausência de remuneração”.[10] Ou 
seja, há uma contingência geradora do direito ao benefício, porém sem a necessidade de 
ocorrência do dano. Ora, gravidez não gera dano. 
 
Com efeito, a Seguridade Social é uma forma de “avanço” da sociedade, decorrente do 
Seguro Social, que decorreu do Seguro Privado, que, por sua vez, evolui a partir dos ideais 
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de proteção social por meio de auxílio, caridade aos necessitados prestados pela 
comunidade – quando havia recursos para tanto. 
 
VI - SEGURIDADE SOCIAL NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 
 
No Brasil, a Seguridade Social é dividida em Previdência Social, Saúde e Assistência 
Social, sendo um conjunto integrado de ações e iniciativas dos Poderes Públicos e da 
Sociedade, conforme dicção do artigo 194 da Constituição Federal, estando elencados 
entre a Ordem Social (Título VIII), os Direitos Sociais (art. 6º) e os Princípios 
fundamentais (art. 1º, inc. III). 
 
Nessa linha conceitual, no âmbito da proteção social interna, pode-se afirmar que a 
Previdência social fornece benefícios (pagamento
em dinheiro, em regra) aos que 
contribuem para o custeio; a Saúde fornecer serviços, destinados a todos, 
independentemente de contribuição; e a Assistência Social fornece benefícios e serviços, 
também independentemente de contribuição para o custeio, porém somente aos 
necessitados. E, todos juntos, formam a Seguridade Social (proteção de toda a sociedade, 
de diversas formas). 
 
Estão assim dispostos na Constituição Federal de 1988: 
 
1) Seguridade Social (gênero): 
 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa 
dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, 
à previdência e à assistência social. 
 
 
 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e 
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (...) 
 
1.1) Saúde (espécie): 
 
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Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação. (...) 
 
1.2) Previdência Social (espécie): 
 
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter 
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio 
financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: 
 
 
 
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 
 
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
 
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
 
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; 
 
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e 
dependentes, observado o disposto no § 2º. (...) 
 
1.3) Assistência Social (espécie): 
 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de 
contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: 
 
 
 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
 
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II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
 
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
 
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de 
sua integração à vida comunitária; 
 
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência 
e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-
la provida por sua família, conforme dispuser a lei. (...) 
 
VII - CONCLUSÃO 
 
Diante do exposto, não há como utilizar as expressões Seguro Social, Seguridade Social 
e Previdência Social como sendo sinônimas de prestações de benefícios previdenciários 
aos indivíduos. Não se podendo, ainda, confundir as destinações ou prestações das 
espécies de Seguridade Social: Previdência Social, Saúde e Assistência Social. 
 
Embora seja o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS responsável pelo pagamento e 
administração tanto dos benefícios previdenciários, quanto do benefício assistencial de 
prestação continuada destinado ao idoso e ao deficiente, não se pode confundir 
Assistência Social com Previdência Social – como tem ocorrido com significativa 
frequência. 
 
PRINCÍPIOS 
Os princípios básicos da seguridade social, também chamados de objetivos, estão 
previstos no art. 194 da Constituição Federal de 1988 e seguem abaixo enumerados: 
 
- Solidariedade: nosso sistema prevê a solidariedade como orientação básica, em 
contraposição à ideia de capitalização (como acontece na previdência complementar, em 
que cada um contribui para seu próprio benefício). Isso significa dizer o Estado e toda a 
sociedade participam do financiamento a seguridade social, direta ou indiretamente, 
garantindo que as pessoas não fiquem à mercê da própria sorte diante de determinados 
problemas em suas vidas. Assim, um trabalhador que tenha pouco tempo de contribuição 
e sofra um acidente de trabalho terá garantido o pagamento de sua aposentadoria por 
invalidez mesmo tendo um número de contribuições extremamente baixo. Tal sorte só é 
possível por se tratar de um sistema solidário. 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
- Universalidade da Cobertura e do Atendimento: a universalidade da cobertura é a 
previsão que o sistema deve ter para garantir o máximo de cobertura aos eventos e fatos 
da vida que afligem as pessoas (os chamados riscos sociais), enquanto que a 
universalidade do atendimento prega que a seguridade social deve buscar atender todas 
as populações do país. Por isso, diz-se que a universidade de cobertura é objetiva (está 
relacionada às situações da vida, riscos sociais cobertos), ao passo que a universalidade 
de atendimento é subjetiva (está relacionada às pessoas, sujeitos atendidos). 
 
- Uniformidade e Equivalência dos benefícios pagos às populações urbanas e rurais: aqui 
é bom lembrar que até a CF de 1988, existiam dois regimes de previdência, o Urbano, 
através da LOPS - Lei Orgânica da Previdência Social, e o Rural, através da lei do 
FUNRURAL. Com a publicação da CF, o constituinte igualou os regimes de previdência 
das duas populações, pagando os mesmos benefícios (uniformidade) garantindo o mesmo 
valor (equivalência). 
 
- Seletividade e Distributividade na prestação de benefícios e serviços: a seletividade leva 
em consideração os riscos ou necessidades de maior abrangência social que merecerão 
cobertura da seguridade social e a definição dos benefícios e serviços adequados para 
fazerem frente a esta cobertura. Por sua vez, o princípio da distributividade visa balizar 
quais as populações poderão ter acesso a estes benefícios e serviços, na medida da 
necessidade de cada um. Quanto maior a necessidade, maior será a cobertura dos 
benefícios e serviços da seguridade social. Em resumo: a seletividade diz respeito à 
abrangência da cobertura, enquanto a distributividade diz respeito ao grau de proteção. O 
benefício de salário-família é um ótimo exemplo deste princípio, pois é destinado apenas 
aos segurados de baixa renda, conforme veremos em momento oportuno. 
 
- Irredutibilidade do valor dos benefícios: Os benefícios pagos necessitam sofrer reajustes 
periódicos, para garantir que o seu poder de compra não seja defasado pela inflação. 
 
- Equidade na forma de participação do custeio: este é o princípio do quem "pode mais" 
contribui com mais, enquanto quem "pode menos" contribui com menos. Apesar disso, 
todos terão garantidos os seus benefícios no final, apesar do financiamento diferenciado. 
Um exemplo prático disso é o empregado que contribui com 8%, 9% ou 11% de seu 
salário, mais uma contribuição do empregador de 20% sobre a folha de pagamentos, 
podendo totalizar 31% de contribuição sobre a remuneração, enquanto que a segurada 
facultativa de baixa renda contribui com 5%, tendo acesso a praticamente os mesmos 
benefícios. 
 
- Diversidade na base de financiamento: para alcançar os princípios anteriores de 
universalidade da cobertura e do atendimento, é necessário que o sistema seja financiado 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
com recursos vindos de várias fontes, que garantam sua sustentabilidade ao longo dos 
anos. Desta forma, a seguridade social é financiada com recursos de toda a sociedade, 
mediante contribuições sociais incidentes sobre os mais diversos fatos geradores,
como 
folha de pagamentos, lucro líquido, concursos de prognósticos, etc. 
 
- Caráter Democrático e Descentralizado da Administração: atualmente, o sistema é 
gerido com a chamada gestão QUADRIPARTITE, com a participação dos trabalhadores, 
dos empregadores, dos aposentados e do governo. Assim, toda a sociedade é representada 
e ajuda a formular as políticas públicas sobre a matéria em questão. 
 
- Tríplice Forma de Custeio: pela sua importância para a sociedade, a seguridade social é 
financiada pelas empresas, pelos trabalhadores e pelo próprio governo. Há aqui a 
previsão, inclusive, de que o governo cobrirá eventuais déficits apurados para o 
pagamento dos benefícios. 
 
- Prévia Fonte de Custeio: para evitar que ocorressem criações de benefícios e serviços 
que pusessem em risco a sustentabilidade do regime, o constituinte previu a necessidade 
da indicação da fonte do custeio que garantirá a existência destes novos benefícios e 
serviços. O benefício ou serviço poderá ser criado, desde que seja indicada qual será a 
sua fonte de custeio, de onde serão retirados os recursos para sua manutenção. 
 
Os BENEFICIÁRIOS da Previdência Social são as pessoas que receberão a proteção 
previdenciária do INSS (órgão gestor do regime geral de previdência social). 
 
Somente pessoas físicas podem ser beneficiárias da previdência social, pois esta tem por 
objetivo resguardar a condição econômica dos trabalhadores e de seus dependentes. 
 
Assim, os beneficiários da Previdência social são os segurados (beneficiários diretos) e 
seus dependentes (beneficiários indiretos), conforme, aliás, expressamente prevê a Lei 
8.213/91, em seu artigo 10: “Os beneficiários do Regime Geral de Previdência Social 
classificam-se como segurados e dependentes, nos termos das Seções I e II deste 
capítulo”. 
 
“Os SEGURADOS são, ao mesmo tempo, beneficiários da proteção previdenciária e 
contribuintes da previdência social, conforme o disposto nos arts. 12 e 14 da Lei 8.213/91 
e nos arts. 11 e 13 da lei 8.213/91.” (1) A proteção da Previdência para os segurados 
decorre de ato próprio, pelo exercício da atividade laborativa remunerada para os 
segurados obrigatórios, e pelo recolhimento das contribuições para os segurados 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
facultativos. Por essa razão é que se diz que são beneficiários diretos da Previdência 
social. 
 
“Os dependentes, por sua vez, não são obrigados a contribuir para a previdência social.” 
(2) São apenas beneficiários dela. Diz-se que são beneficiários indiretos justamente por 
isso, porque a proteção não decorre de ato próprio, mas da qualidade de segurado daqueles 
de quem dependem economicamente. 
 
Ex.: filho menor de 21 anos. Com o falecimento do pai, esse filho receberá pensão por 
morte (não porque era segurado da Previdência social, mas porque era dependente de 
segurado). 
 
Realizada essa breve introdução, vamos iniciar o estudo dos SEGURADOS da 
Previdência Social, no desenvolvimento. 
 
II- DESENVOLVIMENTO 
 
1) OS SEGURADOS OBRIGATÓRIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
(artigos 11 e 13 da Lei 8.213/91) 
 
Consoante ensinamento de Carlos Alberto Pereira de Castro e João Batista Lazzari, 
“Segurados obrigatórios são aqueles que contribuem compulsoriamente para a 
Seguridade Social, com direito aos benefícios pecuniários previstos para a sua categoria 
(aposentadorias, pensões, auxílios, salário-família e salário-maternidade) e aos serviços 
(reabilitação profissional e serviço social) a encargo da Previdência Social.” (3) 
 
São as pessoas físicas que exercem atividade laborativa remunerada (segurados 
obrigatórios), à exceção dos ocupantes de cargos efetivos permanentes de regime próprio 
de previdência social. 
 
Dessa vinculação do Segurado à Previdência Social nasce a obrigação contributiva para 
o Segurado e o dever de proteção (concessão de benefícios e serviços) para o ente 
segurador (INSS). 
 
O artigo 11 da Lei 8.213/91 trata dos segurados obrigatórios da Previdência Social, que 
são classificados em: 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
1- Empregado; 
 
2- Empregado Doméstico 
 
3- Contribuinte Individual; 
 
4- Trabalhador Avulso e 
 
5- Segurado Especial. 
 
1.1) São Segurados da Previdência Social, na condição de EMPREGADOS (art. 11, 
inciso I): 
 
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não 
eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor 
empregado 
 
É o conceito do artigo 3º da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), com a inclusão 
do rurícola. 
 
Assim, o segurado empregado é aquele que atenda aos seguintes requisitos: 
 
- pessoa física que preste serviço de modo personalíssimo; 
 
- em caráter não-eventual; 
 
- sob subordinação jurídica; 
 
- remuneração (o trabalho deve ser realizado por conta alheia para haver relação de 
emprego; se os frutos do trabalho ficam somente com o trabalhador, ele será considerado 
autônomo). 
 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
NÃO são requisitos da relação de emprego: 
 
Exclusividade: nada impede que um trabalhador possua duas ou mais relações de 
emprego simultaneamente, desde que haja, evidentemente, compatibilidade de horários. 
 
Trabalho no estabelecimento do empregador: Ex.: o trabalho realizado do próprio 
domicílio do empregado não afasta a relação de emprego. 
 
Trabalho diário: o serviço a ser prestado pelo empregado deve ser não-eventual, ou seja, 
habitual e permanente. Não há necessidade de ser diário. 
 
Trabalho mediante salário-fixo: nada impede que o salário seja apenas por meio de 
comissões, desde que atendidas as exigências legais (Ex: respeito ao salário mínimo). 
 
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação 
específica, presta serviço para atender à necessidade transitória de substituição de pessoal 
regular e permanente ou acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas. 
 
Trata-se do trabalhador temporário (lei 6019/74). 
 
Para ser trabalhador temporário, a contratação tem que ser realizada por uma empresa 
intermediária, sendo que o trabalhador irá prestar serviços a uma terceira empresa, em 
uma das duas situações abaixo: 
 
- para atender necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente; 
 
- acréscimo extraordinário de serviço (bastante comum no comércio, em finais de ano, 
em função do aumento de demanda). 
 
O contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com 
relação ao mesmo empregado, não pode ultrapassar três meses, salvo autorização do 
Ministério do Trabalho, sob pena de reconhecimento de vínculo direto do trabalhador 
com o tomador de serviços. 
 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como 
empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior. 
 
- o brasileiro ou o estrangeiro devem ser domiciliados no Brasil; 
 
- a contratação deve ser realizada no Brasil; 
 
- o indivíduo deve ser contratado na condição de empregado para trabalhar em sucursal 
de empresa nacional no exterior. 
 
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou repartição consular de 
carreira estrangeira e a órgãos a ela subordinados, ou membros dessas missões ou 
repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro 
amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou 
repartição consular. 
 
Assim, caso o empregado seja 1) estrangeiro sem residência permanente
no Brasil ou 2) 
brasileiro já amparado pelo regime previdenciário do país da missão diplomática ou 
consulado FICA EXCLUÍDO DA PROTEÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL DO 
REGIME GERAL. 
 
“Obviamente, ainda que excluído do RGPS nesta condição, caso venha este trabalhador 
a exercer outra atividade, poderá, em relação a esta nova função, ser segurado obrigatório 
do RGPS. Por exemplo, caso o membro da missão diplomática, ainda que estrangeiro sem 
residência permanente no país, venha a lecionar inglês em escola de idiomas será 
segurado obrigatório em razão desta atividade.” (4) 
 
 
 
 Se o empregado desenvolver atividade de doméstico para os diplomatas ou servidores de 
tais órgãos, seu enquadramento será como segurado empregado doméstico. 
 
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais 
brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá 
domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do 
domicílio; 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
Trata-se de norma supletiva (da mesma forma como o segurado identificado na alínea 
“d”), uma vez que só serão segurados se não forem abrangidos pela Previdência social 
do país da execução do trabalho. 
 
É comum que brasileiros que residam no exterior há algum tempo, e têm conhecimento 
dos costumes locais, trabalhem em embaixadas e consulados brasileiros do local em que 
moram. 
 
Mas a regra vale também para os brasileiros que residem no Brasil e vão trabalhar em 
organismos oficiais brasileiros (embaixadas e consulados) ou internacionais dos quais o 
Brasil seja membro efetivo (ONU, OEA, etc.). 
 
f) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como 
empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença 
a empresa brasileira de capital nacional. 
 
- o brasileiro ou o estrangeiro devem ter domicílio no Brasil; 
 
- a contratação deve ocorrer no Brasil; 
 
- o indivíduo deve ser contratado para trabalhar como empregado em empresa domiciliada 
no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital 
nacional. 
 
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, 
autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais. 
 
Esse dispositivo foi alterado pela Emenda Constitucional 20/98, que assim dispôs: “Ao 
servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração, bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, 
aplica-se o Regime Geral de Previdência Social” (CF, art. 40, parágrafo 13). 
 
Assim, se a pessoa ocupar, EXCLUSIVAMENTE, cargo em comissão, cargo temporário 
ou emprego público será, necessariamente, vinculada ao Regime Geral de Previdência 
Social -INSS, na condição de segurado empregado (entretanto, se a pessoa ocupante de 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
cargo em comissão for funcionária pública já amparada por Regime Próprio de 
Previdência fica fora da proteção do INSS). 
 
O parágrafo quinto do artigo 11, da Lei 8.213/91 estendeu essa norma à figura do Ministro 
de Estado, de Secretário Estadual e Municipal, sem vínculo efetivo com a União, Estado 
e Municípios. 
 
Também se incluem nesta sistemática: 
 
- os servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, mas desprovidos de RPPS (Regime 
Próprio da Previdência Social), como ocorre com a maioria dos municípios do país (CF, 
art. 40, parágrafo 12). 
 
h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado 
a RPPS (alínea introduzida pela Lei 9.506/97). 
 
“O exercício de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal é contado como 
tempo de serviço para fins previdenciários, desde que não tenha sido contado para efeitos 
de aposentadoria em outro regime” (Lei, 8.213/91, art. 55, IV). 
 
Assim, se o político não for amparado por regime próprio de previdência (Ex.: oficial de 
justiça do Estado de São Paulo eleito para deputado federal), ele será segurado obrigatório 
da Previdência Social. 
 
Essa alínea pôs fim ao IPC (Instituto de Previdência dos Congressistas), que concedia aos 
parlamentares o direito à aposentadoria após 8 anos de atividade parlamentar. Evidente 
que garantiu o direito adquirido daqueles que já haviam implementados os requisitos pelo 
IPC. 
 
Não obstante a extinção do IPC, a lei 9.506/97 criou um plano de seguro aos 
congressistas, de caráter facultativo, cujas regras de aposentação e pensão estão previstas 
no artigo 2º. 
 
i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no 
Brasil, salvo quando coberto por Regime Próprio de Previdência Social. 
 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
Como a lei não distinguiu, vale tanto para brasileiros, quanto para estrangeiros. 
 
Trata-se também de norma supletiva, porque não valerá se o empregado já for abrangido 
por regime de previdência do organismo em funcionamento no país. 
 
1.2) SEGURADOS OBRIGATÓRIOS – EMPREGADOS DOMÉSTICOS (art. 11, 
inciso II, da Lei 8213/91) 
 
 “Aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito 
residencial desta, em atividades sem fins lucrativos” 
 
- o empregador do doméstico só pode ser pessoa física ou família; 
 
- o trabalho é prestado no âmbito residencial dessa pessoa física ou família; 
 
- o empregador do doméstico não pode desenvolver atividade lucrativa com o trabalho do 
doméstico. 
 
O conceito de “âmbito residencial” da família não se restringe ao ambiente interno da 
casa. Compreende também a casa de campo, o sítio, inclusive veículos de transporte 
particular utilizados com finalidade não-lucrativa. 
 
Exemplos de empregados domésticos: babá, caseiro, cozinheiro da família, governanta, 
jardineiro, mordomo, motorista particular, piloto particular, etc. 
 
Se o serviço prestado pelo trabalhador à família for de natureza não contínua, não estará 
caracterizada a relação de emprego (Ex. diaristas). 
 
Acaso o empregador passe a tirar proveito financeiro com o trabalho do empregado 
doméstico, este deixará de qualificar-se como doméstico para integrar a espécie de 
segurado empregado. 
 
Ex.: a cozinheira da família é segurada da Previdência Social, na condição de doméstica 
(acaso a família passe a vender a comida feita pela doméstica, esta deixará de ser 
doméstica, e será considerada segurada obrigatória, na condição de empregada). 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
1.3) SEGURADO OBRIGATÓRIO – TRABALHADOR AVULSO (art. 11, VI, da Lei 
8213/91) 
 
É a pessoa que, sindicalizada ou não, presta serviços a diversas empresas, sem vínculo 
empregatício com qualquer delas, com intermediação obrigatória do órgão gestor de mão-
de-obra ou do sindicato da categoria. 
 
Também não há vínculo empregatício com o sindicato ou com o órgão gestor de mão-de-
obra. 
 
Somente haverá a figura do trabalhador avulso se o serviço for prestado com a 
INTERMEDIAÇÃO OBRIGATÓRIA DO SINDICATO (para os avulsos terrestres) ou 
do O.G.M.O. (Órgão Gestor de mão-de-obra) – (para os avulsos portuários). 
 
Se não houver essa intermediação, o trabalhador será considerado empregado do tomador 
de serviços ou, não havendo os requisitos que determinam a relação de emprego, será 
considerado perante a previdência social como contribuinte individual. 
 
Exemplos de trabalhadores avulsos: 
 
- Estivadores, conferentes de carga, amarradores de embarcação, carregadores de 
bagagem em porto (intermediação é feita pelo O.G.M.O.); 
 
- Ensacadores de café, cacau,
sal e similares (intermediação feita pelos sindicatos 
respectivos); 
 
1.4) SEGURADOS OBRIGATÓRIOS – CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS (art. 11, 
inciso V, da Lei 8213/91) 
 
Os contribuintes individuais são uma espécie de segurados obrigatórios que são muito 
distintos entre si, mas guardam algo em comum: não se enquadram como empregados, 
domésticos, trabalhadores avulsos e segurados especiais. 
 
Qualificam-se como contribuintes individuais: 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer 
título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos 
fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade 
pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas 
hipóteses dos §§ 9o e 10 deste artigo; 
 
Trata-se do produtor rural pessoa física, que exerce atividade rural ou pesqueira, 
NECESSARIAMENTE com utilização de empregados (isto porque se não houver 
empregados permanentes, será segurado especial e não contribuinte individual). 
 
Não é necessário que esse produtor rural seja o proprietário da terra, podendo ser 
possuidor ou arrendatário. 
 
O que importa é a atividade remunerada realizada. 
 
A própria atividade rural pode ser feita por meio de prepostos. 
 
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral – 
garimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de 
prepostos, com ou sem auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de 
forma não-contínua 
 
O garimpeiro, ainda que com utilização de empregados, será considerado segurado 
contribuinte individual. 
 
c) Ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de 
congregação ou de ordem religiosa 
 
Norma que trata dos padres, pastores, presbíteros e quaisquer figuras assemelhadas. 
 
d) Revogado 
 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
e) O brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial 
internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, 
salvo quando coberto por regime próprio de previdência social 
 
A diferença desta regra para a contida na alínea “e”, do inciso I, do artigo 11 (segurado 
empregado) é que lá a pessoa está a serviço da União Federal, em organismo internacional 
do qual o Brasil seja membro efetivo. 
 
Aqui, na alínea “e” do inciso V, do artigo 11 (contribuinte individual), a pessoa não está 
a serviço da União Federal, mas do próprio organismo internacional oficial do qual o 
Brasil seja membro efetivo. 
 
f) o titular de firma individual urbana ou rural (é o empresário individual, aquele que 
abre uma firma sozinho), o diretor não empregado e o membro de conselho de 
administração de sociedade anônima (órgão de deliberação composto de no mínimo três 
membros dessa sociedade composta por sócios que entram com número variável de cotas 
de igual valor, respondendo apenas pela importância dessas frações), o sócio solidário 
(quem faz parte da sociedade em nome coletivo, em que todos os sócios respondem pelas 
obrigações sociais, de forma solidária e ilimitada), o sócio de indústria (é o sócio que 
entra com o trabalho na sociedade de capital e indústria), o sócio gerente e o sócio cotista 
que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural (o sócio 
gerente é aquele que constitui fundos para o empreendimento e gerencia o negócio; o 
sócio cotista é aquele que participa do capital e a princípio não opera, apenas retirando o 
pró-labore no final do mês) , e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, 
associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou 
administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam 
remuneração; 
 
g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a 
uma ou mais empresas, sem relação de emprego; 
 
neste caso não conta com a intermediação de sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra, 
pois, do contrário, seria trabalhador avulso. 
 
h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de 
natureza urbana, com fins lucrativos ou não; 
 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
Essas duas normas (g e h) são bastante abrangentes, atingindo praticamente qualquer 
pessoa que exerça seu labor de modo eventual, sem a caracterização de vínculo 
empregatício. 
 
Temos a figura dos trabalhadores autônomos. 
 
1.5) SEGURADOS OBRIGATÓRIOS – SEGURADOS ESPECIAIS (art. 11, inciso VII, 
da Lei 8213/91) 
 
É a única espécie de segurado com definição na própria Constituição Federal, que o faz 
no artigo 195, parágrafo oitavo, da seguinte forma: 
 
O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como 
os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, 
sem empregados permanentes ... 
 
O artigo 11, inciso V, da Lei 8.213/91, conceituou o segurado especial como sendo a 
pessoa física que reside no imóvel rural (ou em aglomerado urbano ou rural próximo a 
ele ) e, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio 
eventual de terceiros, exerça a atividade de: 
 
 a) produtor: seja proprietário, possuidor, assentado, parceiro, comodatário ou 
arrendatário rurais, que explore atividade: 
 
1. agropecuária (agrícola, pastoril ou hortifrutigranjeiro) em área de até 4 (quatro) 
módulos fiscais; 
 
 2. de seringueiro ou extrativista vegetal e faça dessas atividades o principal meio de vida; 
 
b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou 
principal meio de vida; e 
 
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a 
este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, 
comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo. 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
Regime de economia familiar – atividade em que o trabalho dos membros da família é 
indispensável à própria subsistência do núcleo familiar e é exercido em condições de 
mútua dependência e colaboração, sem utilização de empregados permanentes. 
 
Eventual auxílio de terceiros – ocasional, em condições de mútua colaboração, não 
existindo subordinação nem remuneração. 
 
Não descaracteriza a condição de segurado especial o fato de qualquer dos integrantes do 
grupo familiar: 
 
- exercer atividade remunerada em período de entressafra ou do defeso, não superior a 
120 dias, corridos ou intercalados, no ano, ficando obrigado a contribuir em razão dessa 
atividade; 
 
- exercer mandato eletivo de dirigente sindical de trabalhadores rurais; 
 
- exercer atividade artesanal desenvolvida com matéria prima produzida pelo respectivo 
grupo familiar; 
 
- exercer exploração de atividade turística da propriedade rural, inclusive com 
hospedagem, por não mais de 120 dias por ano. 
 
A Constituição Federal determina, no artigo 195, parágrafo oitavo, que os segurados 
especiais contribuam sobre a comercialização da produção (se e quando a produção for 
comercializada). 
 
É certo que não ocorre comercialização da produção todos os meses, por isso não 
contribuem todos os meses. 
 
A lei, então, para não prejudicar essa espécie de segurado, determina que, ao invés de 
comprovar um número mínimo de contribuições para fazer jus a determinado benefício, 
esse segurado comprove ter efetivamente
exercício de atividade laboral de segurado 
especial pelo mesmo número de meses que a lei exigia de contribuição para os demais 
segurados. 
 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
O valor dos benefícios do segurado especial será de 1 salário-mínimo, invariavelmente. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE OS SEGURADOS OBRIGATÓRIOS 
 
1) o segurado do RGPS (regime geral de previdência social) que se aposentar, 
porém voltar a exercer atividade abrangida por esse regime, é segurado obrigatório em 
relação a essa nova atividade, ficando sujeito a contribuições. (Lei 8.213/91, art. 11, 
parágrafo terceiro). 
 
(No entanto, em relação à nova atividade não fará jus a prestação alguma da Previdência 
Social, exceto salário-família e reabilitação profissional). – Lei 8.213/91, art. 18, 
parágrafo segundo). 
 
2) Todo aquele que exercer concomitantemente mais de uma atividade sujeita 
ao RGPS é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas. (Lei 8.213/91, art. 11, 
parágrafo segundo). Ex.: uma pessoa exerce a atividade de estivador e, também, a de 
segurança de estacionamento, em horários compatíveis. 
 
3) O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar são excluídos do 
RGPS, salvo se não amparados por regimes próprios de previdência social. – Lei 
8.213/91, art. 12. (Ex.: fiscal da prefeitura concursado para ocupação de cargo efetivo, 
sendo que a prefeitura não tem regime próprio de previdência para os seus funcionários) 
 
4) Se o servidor ou o militar vierem a exercer, concomitantemente, uma ou 
mais atividades pelo RGPS, tornar-se-ão segurados obrigatórios em relação a essas 
atividades. (Ex.: Juiz de Direito que trabalhe como professor em faculdade privada. Será 
considerado segurado obrigatório do RGPS em relação ao exercício da atividade de 
professor). – Art. 12, parágrafo primeiro, da Lei 8.213/91. 
 
5) De acordo com o artigo 30 da Lei 8212/91, o responsável pelo recolhimento 
das contribuições previdenciárias: 
 
É o empregador – referentemente aos segurados empregadostrabalhadores avulsos (inciso 
I), bem como do empregado doméstico (inciso V). e 
 
O contribuinte individual é responsável pelo recolhimento de suas contribuições 
previdenciárias. 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
Embora a lei previdenciária brasileira atribuísse – e ainda hoje o faça - a condição de 
segurado obrigatório ao autônomo, não se pode perder de vista que o recolhimento da 
contribuição, no caso desses segurados, é de sua responsabilidade, e não de um terceiro, 
o que não se pode dizer do segurado obrigatório empregado, por exemplo. Por isso é que, 
em relação a este, basta a prova do exercício de atividade que o vinculasse 
obrigatoriamente ao RGPS, porque há terceiro encarregado do recolhimento das 
contribuições, paralelamente à existência de órgão – via de regra, a autarquia 
previdenciária – ao qual incumbidos os deveres de fiscalizar o cumprimento das 
obrigações previdenciárias e de exigir o referido recolhimento. Ao segurado autônomo, 
porém, conquanto seja também segurado obrigatório, incumbe provar não apenas o 
exercício da atividade, mas, obrigatoriamente, o recolhimento das contribuições 
pertinentes, sem as quais entende-se que renuncia a sua condição de segurado e, 
conseqüentemente, ao benefícios dela decorrentes. A fundamental distinção reside na 
inexistência de um intermediário na relação entre o segurado e o órgão previdenciário, a 
qual deve, então, ser mantida por opção do segurado, expressa pelo pagamento das 
contribuições. Descabe, portanto, a argumentação tendente a responsabilizar pela inércia 
do segurado o serviço de fiscalização do órgão previdenciário. (5) 
 
O segurado especial é também o responsável pelo recolhimento de suas contribuições, 
porém só o faz se e quando da comercialização da produção. 
 
2) DOS SEGURADOS FACULTATIVOS (Lei 8.213/91, art. 13) 
 
É facultado às pessoas que não exerçam atividade laborativa remunerada filiarem-se ao 
RGPS, por meio de contribuições. 
 
Idade mínima: 16 anos (art. 7, XXXIII, CF). 
 
A filiação do segurado facultativo, ao contrário do que ocorre com o segurado obrigatório, 
decorre de ato de vontade da pessoa. 
 
Podem filiar-se, dentre outros, como facultativos à Previdência Social: 
 
- dona-de-casa; 
 
- estudante; 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
- o bolsista e o estagiário que prestem serviços de acordo com a lei 11.788/08; 
 
- aquele que deixou de ser segurado obrigatório do RGPS (ex.: empregado que foi 
demitido); 
 
- presidiário que não exerce atividade remunerada, nem esteja vinculado a algum regime 
de previdência social. 
 
Não se podem filiar como facultativos: 
 
- pessoas já filiadas como seguradas obrigatórias; 
 
- pessoas já amparadas por RPPS (regimes próprios de previdência social); 
 
Quem são e quais os dependentes dos segurados da Previdência social? 
Daniela Barreto de Souza 
GOSTOU? 
2 
O dependente, segundo a visão da própria Previdência Social são os dependentes 
economicamente dos segurados[1], distinguindo esses dos dependentes para efeito do 
imposto de renda. 
Para Carlos Alberto Pereira de Castro e Joao Batista Lazzari: 
Dependentes são pessoas que, embora não 
contribuindo para a Seguridade Social, a Lei de Benefícios 
elenca como possíveis beneficiários do Regime Geral de 
Previdência Social- RGPS, fazendo jus as seguintes 
prestações: pensão por morte, auxílio – reclusão, serviço 
social e reabilitação profissional. 
O dependente, segundo a visão da própria Previdência Social são os dependentes 
economicamente dos segurados[1], distinguindo esses dos dependentes para efeito do 
imposto de renda. 
Os Dependentes por sua vez são divididos em 3 classes, esse de acordo com a 
Lei 8.213/91 em seu art. 16 e também do decreto 3048/99, sendo eles: 
- Na classe 1: o cônjuge, o companheiro (a) e o filho não emancipado, de 
qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido; 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
- Na classe 2: os pais 
- Na classe 3: o irmão não emancipado, de qualquer condição, não emancipado 
de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido, que não tenha contraído matrimónio 
ou possua união estável com pessoa do sexo oposto, esse de acordo com o Decreto 
3.265/99. 
Nesse entendimento, observamos o mencionado artigo 16 da Lei 8213/91. 
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição 
de dependentes do segurado: 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho, de qualquer condição, 
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido; 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de 
qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido; 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de 
qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência 
intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado 
judicialmente; II - os pais; 
III - o irmão, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido; 
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) 
anos ou inválido; 
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) 
anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou 
relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; IV - a pessoa designada, menor de 
21 (vinte e um) anos ou maior de 60 (sessenta) anos ou inválida. 
§ 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do
direito às prestações os das classes seguintes. 
§ 2º Equiparam-se a filho, nas condições do inciso I, mediante declaração do 
segurado: o enteado; o menor que, por determinação judicial, esteja sob a sua guarda; e o 
menor que esteja sob sua tutela e não possua condições suficientes para o próprio sustento 
e educação. 
§ 2º. O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do 
segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no 
Regulamento. 
Cumpre esclarecer que conforme entendimento do § 4º do artigo 16 da lei 
8213/91, apenas o inciso I, a sua dependência econômica para fins de da Previdência 
Social é presumida, os demais casos deve comprovar tanto a dependência econômica 
quanto a familiar. 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
Insta ressaltar, que os enteados e tutelados equiparam-se a filhos e são 
considerados dependentes. Contudo, o menor sob guarda fora excluído da relação de 
dependência previdenciária pela Lei 9.528/97[2], porem há entendimento diverso dado 
pela jurisprudência, declarando o mesmo inconstitucional nesta parte exclusiva. 
A Turma Nacional de Uniformização da Jurisprudência dos Juizados Especiais 
Federais (TNU) decidiu que o menor sob guarda tem direito à pensão por morte. A 
decisão revê posicionamento anterior da Turma e pronuncia a inconstitucionalidade da 
alteração do artigo 16, parágrafo 2º da Lei 8.213/91 (efetivada pela Lei 9.528/97), 
segundo a qual o menor sob guarda judicial não tem direito a benefícios da Previdência 
Social. O voto do juiz federal Manoel Rolim Campbell Penna, relator do processo, foi 
acatado por maioria na sessão realizada nesta segunda-feira (16), sob a presidência do 
corregedor-geral da Justiça Federal, ministro Hamilton Carvalhido. 
Dessa forma tal entendimento não é absoluto, tendo entendimento diverso em 
nossos tribunais. 
Nesse diapasão, a cessação do vinculo afetivo sem lastro em apoio financeiro 
espontâneo entre os consortes, ou decorrentes de impedimentos, não ensejará pensão por 
morte. Por isonomia, o mesmo destaque aplica- se ao cabo da união estável. 
DA CONCORRÊNCIA DOS DEPENDENTES POR CLASSES 
Cumpre salientar que havendo um dependente de primeira classe os demais 
dependentes perdem o direito a receber pensão por morte ou auxílio reclusão, frisando 
que perde o direito também, o dependente que for emancipado[3]. 
Nesse entendimento temos posicionamento do STJ[4] no RESp. 195.919 a 
respeito, senão vejamos: 
PREVIDENCIÁRIA PENSÃO por morte. Cônjuge separado judicialmente sem 
alimentos. Prova de necessidade. Súmulas 64 – TFR e 379 – STF. O cônjuge separado 
judicialmente sem alimentos, uma vez comprovado a necessidade, faz jus à pensão por 
morte do ex-marido. Recurso não conhecido. (Gilson Dipp, DJ 21/02/2000). 
Quanto à concorrência dos dependentes de uma mesma classe, concorrem em 
igualdade de condições com: 
a) O menor sob tutela somente poderá ser equiparado aos filhos do segurado 
mediante apresentação de termo de tutela. 
b) Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que mantenha união 
estável com o segurado ou segurada. 
c) E conforma acima mencionado a dependência econômica dos dependentes de 
1º Classe é presumida e a das demais deve ser comprovada. 
Neste sentido foi editada a Súmula n. 229 do extinto TFR: "A mãe do segurado 
tem direito à pensão previdenciária, em caso de morte do filho, se provada à dependência 
econômica, mesmo que não exclusiva." 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
Antes da CF/88, a Legislação Previdenciária estabelecia que o marido só poderia 
ser considerado dependente se fosse inválido. Mas a partir da CF/88, o viúvo também 
passou a ser dependente do RGPS. 
Entretanto, o INSS só concede a pensão para os cônjuges e companheiros do 
sexo masculino, no caso dos óbitos ocorridos após 5 de abril de 1991. O que poderá ser 
discutido judicialmente. 
Nesse sentido, temos a decisão da TNU[5] no qual reconhece o direito à pensão 
por morte antes de 1991: 
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. VIÚVO. ESPOSA SEGURADA 
FALECIDA ANTERIORMENTE À EDIÇÃO DA LEI Nº 8.213, DE 24/07/1991. 
INEXISTÊNCIA DE EMBASAMENTO LEGAL. PRECEDENTES DO STF. 
INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO CONHECIDO E PROVIDO. 1 ¿ O direito do 
viúvo ao recebimento de pensão por morte em decorrência do falecimento da esposa 
segurada nasceu apenas com a edição da Lei nº 8.213, de 24/07/1991, não se podendo 
aplicá-la a fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor. Precedentes do Supremo 
Tribunal Federal (AI-Agr502392/RS, STF, 1ª Turma, Relator Ministro Eros Grau, DJ de 
01/04/2005 eRE-AgR 429931/MG, STF, 2ª Turma, Relator Ministro Carlos Velloso, DJ 
de26/11/2004) 3 - Incidente de uniformização conhecido e provido.(TNU, Relator: 
JUÍZA FEDERAL DANIELE MARANHÃO COSTA, Data de Julgamento: 27/03/2006, 
Turma Nacional de Uniformização) 
Quanto a questão dos companheiros, é de se salientar que considera-se 
companheiro e companheira as pessoas que mantenham união estável, sendo que não há 
necessidade de comprovação de convivência durante o lapso de cinco anos, podendo ser 
mais ou menos tempo, desde que em qualquer caso fique comprovada a união estável. 
Quantos aos dependentes, no caso economicamente, podem se enquadra nesse 
caso os netos e avos, no qual ao provarem a dependência econômica faz jus ao 
percebimento do beneficio de pensão por morte. 
Nesse entendimento, temos jurisprudência a respeito: 
PREVIDENCIÁRIO. PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. 
BENEFÍCIO DE PENSÃO POR MORTE. AVÔ E NETO. DEPENDÊNCIA 
ECONÔMICA. VALORAÇÃO DO CONJUNTO PROBATÓRIO. OBSCURIDADE. 
INOCORRÊNCIA. I - O voto condutor do v. Acórdão embargado apreciou o conjunto 
probatório em sua inteireza, sopesando as provas constantes dos autos, segundo o 
princípio da livre convicção motivada, tendo concluído pela existência de dependência 
econômica entre o autor e seu avô falecido, ensejando o enquadramento da hipótese fática 
à expressão "menor tutelado" prevista no art. 16, § 2º da Lei n. 8.213/91, de modo a 
autorizar a concessão do benefício de pensão por morte em epígrafe. II - O v. Acórdão 
embargado não se apoiou tão somente na guarda judicial conferida ao avô do ora 
demandante, mas em todos os elementos de prova constantes dos autos, que firmaram a 
convicção no sentido de que o falecido exercia em sua plenitude o poder familiar, 
prestando a assistência material, moral e educacional ao aludido menor, como se fosse 
seu verdadeiro filho. III - Não se invocou propriamente o disposto no art. 33, § 3º, da Lei 
n. 8.069/90, tampouco se ignorou o preceituado no art. 16, § 2º, da Lei n. 8.213/91, com 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
a redação dada pela Lei n. 9.528/97, apenas lhe foi dada uma interpretação que pudesse 
amoldar a situação fática ao preceito em tela. IV - Não há obscuridade a ser sanada, apenas 
o que deseja o embargante é o novo julgamento da causa, o que não é possível em sede 
de embargos de declaração. V - Os embargos de declaração foram interpostos com notório 
propósito de prequestionamento, razão pela qual estes não têm caráter protelatório 
(Súmula nº 98 do E. STJ). VI - Embargos de declaração opostos pelo INSS rejeitados. 
(TRF-3 - AC: 32344 SP 0032344-05.2011.4.03.9999, Relator: JUIZ CONVOCADO 
RENATO BECHO, Data de Julgamento: 20/05/2014, DÉCIMA TURMA). 
Da comprovação da união estável 
De acordo com o art. 16 da Lei 8213/91 são considerados companheiros as 
seguintes pessoas: 
§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, 
mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o§ 3º do art. 
226 da Constituição Federal. 
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das 
demais
deve ser comprovada. 
Para comprovação da relação, tem-se, na jurisprudência, sido admitida qualquer 
meio de prova juridicamente válido. Assim os documentos previstos no art. 22 § 3º do 
Decreto 3.048/99 (RPS) devem ser encarados como meramente exemplificativos segundo 
entendimento doutrinário e jurisprudencial no qual segue abaixo; 
“ 
3º Para comprovação do vínculo e da dependência econômica, conforme o caso 
devem ser apresentados no mínimo três dos seguintes documentos: 
I - certidão de nascimento de filho havido em comum; 
II - certidão de casamento religioso; 
III- declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como 
seu dependente; 
IV - disposições testamentárias; 
VI - declaração especial feita perante tabelião; 
VII - prova de mesmo domicílio; 
VIII - prova de encargos domésticos evidentes e existência de sociedade ou 
comunhão nos atos da vida civil; 
IX - procuração ou fiança reciprocamente outorgada; 
X - conta bancária conjunta; 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
XI - registro em associação de qualquer natureza, onde conste o interessado como 
dependente do segurado; 
XII - anotação constante de ficha ou livro de registro de empregados; 
XIII- apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a 
pessoa interessada como sua beneficiária; 
XIV - ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o 
segurado como responsável; 
XV - escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente; 
XVI - declaração de não emancipação do dependente menor de vinte e um anos; ou 
XVII - quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar.” 
Conforme acima informado, as provas informadas no Decreto da Previdência 
Social são meramente exemplificativas, podendo na recusa no posto do INSS em aceitar 
as provas acima descritas, poder ser produzida prova testemunhal ou outros meios que 
garantam o reconhecimento da união estável, a fim de conseguir garantir o direito. 
Cumpre ressaltar que o direito da companheira do segurado da previdência social 
até antes do ano de 1966 não era reconhecida, somente a partir do Decreto Lei 66[6] é 
que foi reconhecido o direito á pensão por morte na ausência de esposa casa no religioso 
do direito da companheira ser reconhecida como dependente e assim ter direito a pensão 
por morte. 
Então em 1973 de 08/07, com a Lei 5.890 é que a Companheira que mantida há 
mais de 5 anos com o segurado passou a ter ao lado da esposa o direito de ser enquadrada 
como dependente do segurado. 
Do companheiro (marido) como dependente 
No caso do dependente, sendo o marido, sendo esse por todo o contesto histórico, 
sempre foi o provedor da família e sempre quem trabalhava no lar, não era considerado 
dependente da esposa, sendo que na Lei 3.807 de 196, o marido somente entrava no rol 
de dependentes se esse fosse inválido. 
Somente com a Nossa Carta Magna de 1988, é que o marido, bem como o 
companheiro, passaram a ser dependentes da segurada, esposa, da previdência social, 
conforme o artigo 201 da Constituição Federal q eu diz o seguinte; 
“Os planos de Previdência Social, mediante contribuição, atenderão, nos termos da 
Lei, a: V- Pensão por morte de segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro 
e dependentes, obedecido o disposto no § 5º e no art. 202.” 
Nesse entendimento o STF já se posicionou a respeito: 
A extensão automática da pensão ao viúvo em decorrência do falecimento da 
esposa-segurada, assim considerado aquele como dependente desta, exige lei específica, 
tendo em vista as disposições constitucionais inscritas no art. 195, caput, e seu § 5º, e art. 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
201, V, da Constituição Federal. Em obediência ao princípio da isonomia, o homem e a 
mulher têm que demonstrar a dependência econômica pelo fato de que, com o advento da 
Constituição de 1988, a dependência econômica não mais se presume. Inexistência de 
omissão no acórdão embargado. Embargos rejeitados. (STF - RE: 194854 RS, Relator: 
Min. NELSON JOBIM, Data de Julgamento: 22/10/2002, Segunda Turma, Data de 
Publicação: DJ 29-11-2002 PP-00041 EMENT VOL-02093-02 PP-00293). 
Oportuno frisar que somente a Norma constitucional teve plena eficácia com as 
Leis 8212/91 e 8213, por conta do artigo 195 § 5º da CF, sendo certo que até mesmo no 
regime próprio se aguarda a edição de lei para garantir o direito do dependente homem 
em face da esposa ou companheira servidora pública. 
Do Companheiro Homossexual 
O companheiro ou a companheira homossexual de segurado inscrito no RGPS 
passa a integrar o rol dos dependentes e, desde que comprovada a vida em comum, 
concorre, para fins de pensão por morte e de auxílio-reclusão com os dependentes 
preferenciais, para óbito ou reclusão ocorridos a partir de 05/04/1991, ou seja, mesmo 
anterior à data da decisão judicial proferida na Ação Civil Pública nº 2000.71.00.009347-
0. 
Dessa forma, a Portaria MPS nº 513/10 estabelece que no âmbito do Regime 
Geral de Previdência Social (RGPS), os dispositivos da Lei nº 8.213/91, que tratam de 
dependentes para fins previdenciários devem ser interpretados de forma a abranger a 
união estável entre pessoas do mesmo sexo. 
O INSS foi uns dos primeiros órgãos a reconhecer a união homoafetiva como 
companheiro para fins de dependência previdenciária, em razão da determinação contida 
na ação civil pública n. 2000.71.00.009347-0[7], da 3ª Vara Federal Previdenciária de 
Porto Alegre no qual diz o seguinte:. 
PREVIDENCIÁRIO. REMESSA EX-OFFICIO EM AÇÃO CÍVEL. CONCESSÃO 
DE PENSÃO POR MORTE. UNIÃO ESTÁVEL HOMOAFETIVA. QUALIDADE DE 
DEPENDENTE. ART. 16 DA LEI Nº 8.213/91. CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 
JURISPRUDÊNCIA DO EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. SENTENÇA 
CONFIRMADA. I. A hipótese é de pedido de concessão de pensão por morte na 
qualidade de companheiro (união homoafetiva), com base na Lei nº 8.213/91, vigente à 
época do óbito do alegado companheiro, e na Constituição Federal. II. O próprio INSS, 
por meio da Instrução Normativa nº 25/2000, já havia admitido e disciplinado os 
procedimentos a serem adotados para a concessão de benefício ao companheiro ou 
companheira homossexual, com base em determinação judicial da Ação Civil Pública nº 
2000.71.00.009347-0, da 3ª Vara Federal Previdenciária de Porto Alegre, Rio Grande do 
Sul. Posteriormente, vieram as Instruções Normativas nºs 11/2006 e 15/2007, esta última, 
alterando o art. 30 da IN 11/2006 para que passasse a ter a seguinte redação: “o 
companheiro ou a companheira homossexual de segurado inscrito no RGPS passa a 
integrar o rol de dependentes e, desde que comprovada a vida em comum, concorre, para 
fins de pensão por morte e de auxílio-reclusão, com os dependentes preferenciais de que 
trata o inciso I do art. 16 da Lei nº 8.213, de 1991, para óbito ou reclusão ocorrido a partir 
de 5 de abril de 1991, ou seja, mesmo anterior à data da decisão judicial proferida na Ação 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
Civil Pública nº 2000.71.00.009347-0”. Simone Barbisan Fortes,Juíza Federal Substituta 
da 3ª Vara Previdenciária. 
Outra situação bastante polemica quanto à união estável para a comprovação de 
dependência de segurado, diz respeito ao tempo de convívio ou mesmo se o casal morava 
no mesmo teto. A posição atual da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados 
Especiais Federais[8] é no sentido de ser desnecessária a convivência sob o mesmo teto 
para a existência da união estável. Esse também é o entendimento do Superior Tribunal 
de Justiça com a Súmula 382[9]. Assim, a vida em comum sob o mesmo teto não é 
requisito indispensável para o reconhecimento da união estável. 
“RECURSO ESPECIAL Nº 805.265 - AL (2005/0208974-7) RELATOR:
MINISTRO VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO 
TJ/RS) RECORRENTE: D TADVOGADO: MARCOS ANTONIO 
CINTRARECORRIDO: M DE V CADVOGADO: ANTONIO LOPES RODRIGUES E 
OUTRO (S) DECISÃO Trata-se de recurso especial interposto por D T, com fundamento 
nas alíneas a e c do inciso III do art. 105 da Constituição Federal, contra acórdão proferido 
pelo Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas assim ementado: CIVIL. FAMÍLIA. 
ALIMENTOS. UNIÃO ESTÁVEL CARACTERIZADA. DISPENSABILIDADE DA 
COABITAÇÃO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO EM PARTE. DECISÃO 
UNÂNIME. I - Para a configuração da união estável, não se exige a unidade de residência 
entre os companheiros, tal situação apenas auxilia na demonstração da intensidade da 
relação entre as partes. II - A convivência pública pode ser concluída em razão da conduta 
social dos companheiros, quando ambos mantêm uma relação afetiva contínua e sólida, 
sem que haja motivo para a ocultação desta situação. (...) Recurso especial conhecido e 
provido. (REsp 275.839/SP, Rel. Para acórdão Min. NANCY ANDRIGHI, DJe 
23.10.2008). DIREITOS PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. UNIÃO ESTÁVEL. 
REQUISITOS. CONVIVÊNCIA SOB O MESMO TETO. DISPENSA. CASO 
CONCRETO. LEI N. 9.728/96. ENUNCIADO N. 382 DA SÚMULA/STF. ACERVO 
FÁTICO-PROBATÓRIO. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADO N. 7 D 
SÚMULA/STJ. DOUTRINA. PRECEDENTES. RECONVENÇÃO. CAPÍTULO DA 
SENTENÇA. TANTUM DEVOLUTUM QUANTUM APELLATUM. HONORÁRIOS. 
INCIDÊNCIA SOBRE CONDENAÇÃO. ART. 20, § 3º, CPC. RECURSO PROVIDO 
PARCIALMENTE. I - Não exige a lei específica (Lei n. 9.728/96) a coabitaçãocomo 
requisito essencial para caracterizar a união estável. Na realidade, a convivência sob o 
mesmo teto pode ser um dos fundamentos a demonstrar a relação comum, mas a sua 
ausência não afasta, de imediato, a existência da união estável. (STJ 805.265) 
Dessa forma, podemos concluir que o INSS foi uns dos primeiros órgãos a 
reconhecer a união homoafetiva como companheiro para fins de dependência 
previdenciária. 
É de se ressaltar que no artigo 16, I da Lei 8.213/91, o companheiro homossexual 
passa a integrar o rol dos dependentes e, comprovando por sua vez a união estável, sendo 
que mesmo que o óbito tenha ocorrido antes a Lei acima informada. 
Frise- se que os Homossexuais, tanto os masculinos como os femininos, 
diuturnamente são alvos de preconceito, porem o reconhecimento da união estável das 
uniões do mesmo sexo, regulando, principalmente, a questão patrimonial. 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
O próprio direito do companheiro homossexual foi reconhecido na esfera 
administrativa na IN nº 20 em seu artigo 30, no qual reconhece os direitos aos 
homossexuais desde a Lei 8213/91 de 05/04/1991. 
Do Filho maior universitário 
Quanto ao filho universitário que já ultrapasso a idade mínima, o artigo 77, § 2º, 
II, da Lei de benefício 8213/91, informa a respeito da perda da qualidade de dependente 
a aquele que completar 21 anos, a não ser se o universitário for considerado inválido. 
Nesse entendimento a jurisprudência já possui entendimento de não ser possível 
à concessão de benefício ao jovem que não preencher os requisitos para ser considerado 
dependente, conforme segue abaixo; 
PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO LEGAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
PENSÃO POR MORTE. FILHO MAIOR DE 21 ANOS. ESTUDANTE 
UNIVERSITÁRIO. EXTINÇÃO DO BENEFÍCIO. DECISÃO FUNDAMENTADA. I - 
Não merece reparos a decisão recorrida que negou seguimento ao agravo de instrumento 
interposto de decisão que indeferiu o pedido de antecipação dos efeitos da tutela de 
mérito, formulado com vistas a obter a manutenção do benefício de pensão por morte à 
ora agravante, até completar 24 anos ou até o término do curso universitário. (II - A autora 
completou 21 (vinte e um) anos em 28/12/2010). III - O § 2º do artigo 77 da Lei nº 
8.213/91 dispõe que a parte individual da pensão extingue-se para o filho, à pessoa a ele 
equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 (vinte 
e um) anos de idade, salvo se for inválido. IV - A interpretação da legislação 
previdenciária, no que concerne à enumeração de benefícios, bem como dos seus 
beneficiários, é restritiva, não podendo o magistrado imiscuir-se na função legislativa 
para ampliar o rol de beneficiários, extrapolando os limites da lei. V - Não se enquadrando 
na definição de pessoa inválida, não faz jus à percepção do benefício de pensão por morte 
até o término do curso universitário ou até completar 24 anos, por ausência de previsão 
legal. VI - Não merece reparos a decisão recorrida, posto que calcada em precedentes 
desta E. Corte e do C. STJ. VII - E pacífico o entendimento nesta E. Corte, segundo o 
qual não cabe alterar decisões proferidas pelo relator, desde que bem fundamentadas e 
quando não se verificar qualquer ilegalidade ou abuso de poder que possa gerar dano 
irreparável ou de difícil reparação. VIII - Agravo não provido. (TRF-3 - AI: 8539 SP 
0008539-47.2011.4.03.0000, Relator: DESEMBARGADORA FEDERAL 
MARIANINA GALANTE, Data de Julgamento: 27/08/2012, OITAVA TURMA). 
Dessa forma, a pensão por morte somente será concedido ao dependente menor 
de 21 anos, ainda que esse se trate de estudante universitário, não aplicando aqui as 
exceções do direito civil, no qual em caso de pedido de pensão alimentícia. 
Devemos aqui ressaltar que a condição de filho é independente se havido na 
constância do casamento ou não, uma vez que tantos esses quanto aqueles possuem os 
mesmo direitos sem nenhuma distinção, sendo esse direito assegurado devido ao 
tratamento igualitário entre todos os descendentes, sendo eles do casamento, ou até 
mesmo adotado, pois a Nossa carta Magna em seu artigo 227, § 2º já assegura esse direito 
no qual informa o seguinte; 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao 
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, 
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade 
e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de 
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 
§ 2º - A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de 
uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso 
adequado às pessoas portadoras de deficiência. 
Com relação aos filhos dependentes, devemos esclarecer quanto ao menor que 
esta sob guarda, pois a esse não se aplica a regra dos filhos havidos na constância do 
casamento, fora dele ou enteado, tutelado ou mesmo por invalidez, esses sim entra no rol 
dos dependentes. 
Entretanto com relação aos menores sob guarda, esse não é aplicada a regra para 
os demais filhos, haja vista que anteriormente com a Lei de benefícios nº 8213/91, os 
filhos sob guarda eram equiparados ao demais filhos, porem em alguns casos, a guarda 
era apenas um pretexto, para receber pensão por morte junto ao INSS, conforme explica 
o doutrinador Hermes Arrais[10] 
I) Da cessação da qualidade de dependente de segurado 
Conforme entendimento do artigo 26 da Instrução Normativa INSS/PRES nº 
45/2010[11], ocorre à perda da qualidade de dependente quando: 
I – para o cônjuge pela separação judicial ou o divórcio, desde que não receba 
pensão alimentícia, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença judicial 
transitada em julgado; II – para a companheira ou o companheiro, pela cessação da união 
estável com o segurado ou segurada, desde que não receba pensão alimentícia; III – para 
o filho e o irmão, de qualquer condição o, ao completarem 21 anos de idade, salvo se 
inválidos, desde que a invalidez tenha ocorrido antes:
a) de completarem 21 anos de idade; 
b) do casamento; c) do início do exercício de emprego público efetivo; d) da constituição 
de estabelecimento civil ou comercial ou da existência de relação de emprego, desde que, 
em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria; ou e) da 
concessão de emancipação, pelos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante 
instrumento público, independentemente de homologação judicial ou por sentença do 
juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 anos completos;·. 
Sendo assegurada a qualidade de dependente perante a Previdência Social do 
filho e irmão inválido maior de 21 anos, que se emanciparem em decorrência, unicamente, 
de colação de grau científico em curso de ensino superior, assim como para o menor de 
21 anos, durante o período de serviço militar, obrigatório ou não. Ocorrerá dessa forma a 
perda da qualidade aos dependentes maiores de 18 e menores de 21 anos, que incorrerem 
em uma das situações previstas nas alíneas b, c e d do inciso III citado anteriormente. 
A grande maioria dos trabalhadores brasileiros não tem conhecimento dos seus direitos 
quando são vítimas de acidente de trabalho, ainda que sejam direitos básicos, a exemplo 
de estabilidade no emprego, garantias perante o INSS e a empresa e os seus direitos 
quando recorrem ao Poder Judiciário. 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
No dia de 28 de maio passado, a advogada Giovana Corrêa Novello, especialista em 
Direito do Trabalho e Previdenciário teve importante artigo publicado no site “Kelly de 
Conti”, fazendo ampla abordagem do assunto, tratando, inicialmente, de explicar O QUE 
É UM ACIDENTE DO TRABALHO e a sua diferença com DOENÇA ADQUIRIDA 
NO TRABALHO, apontando OS DIREITOS DO EMPREGADO PERANTE O 
EMPREGADOR, os DIREITOS PERANTE O INSS e, ao final, fazendo algumas 
RECOMENDAÇÕES GERAIS, importantes para a orientação do trabalhador, quando 
vítima de ACIDENTE DE TRABALHO. 
 
Seguindo esses tópicos, levo ao conhecimento dos leitores, em linguagem simples, todos 
os aspectos abordados no citado artigo, como segue: 
 
O QUE É UM ACIDENTE DE TRABALHO – Trata-se, evidentemente, de um acidente 
ocorrido em razão do trabalho exercido pelo trabalhador, que pode causar uma 
incapacidade parcial ou total, temporária ou definitiva, porque “ocorre pelo exercício do 
trabalho a serviço da empresa”, conforme o estabelecido no art. 19 da Lei nº 8.213/91, o 
que significa dizer que o evento causador do acidente tem como conseqüências a morte, 
a perda de algum membro ou sentido, a redução permanente ou temporária da capacidade 
de trabalho, sendo resultado de um acontecimento repentino, ou seja, súbito, e não 
resultante de um processo que se desenvolve ao longo do tempo. Importante: pode ocorrer 
no percurso de ida e volta do empregado para a sua residência e numa agressão de colega 
de trabalho. 
 
O QUE É UMA DOENÇA ADQUIRIDA NO TRABALHO – Diferentemente do que 
ocorre no ACIDENTE DO TRABALHO, a DOENÇA ADQUIRIDA NO TRABALHO 
ocorre da atividade profissional desenvolvida pelo empregado ou em razão dela, mesmo 
que não seja o trabalho a única causa da doença. Importante: a Lei 8.213/91 considera a 
DOENÇA ADQUIRIDA NO TRABALHO os mesmos direitos do que é vítima de 
ACIDENTE DE TRABALHO. 
 
I – Os Principais Direitos do Empregado Perante o Empregador: 
1 – RESTITUIÇÃO DE GASTOS COM MEDICAMENTOS, PRÓTESES E 
TRATAMENTOS MÉDICOS – todas as despesas decorrentes do ACIDENTE DE 
TRABALHO ou de DOENÇA ADQUIRIDA NO TRABALHO podem ser cobradas do 
empregador, sendo importante guardar todos os documentos referentes às despesas 
(receitas e recibos médicos, notas fiscais de medicamentos etc.) 
 
2 – RECOLHIMENTO DO FUNDO DE GARANTIA (FGTS) DURANTE O 
AFASTAMENTO PELO INSS – OS 15 (quinze) primeiros dias de afastamento do 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
trabalhador, seja por ACIDENTE DO TRABALHO ou por DOENÇA ADQUIRIDA NO 
TRABALHO, são de responsabilidade da empresa, passando à responsabilidade do INSS, 
o afastamento superior a 15 (quinze) dias. No entanto, durante todo o período de 
afastamento o empregador tem a obrigação de continuar depositando o FGTS do 
empregado. O trabalhador pode saber se o empregador está cumprindo essa obrigação, 
dirigindo-se a uma agência da Caixa Econômica Federal, portando a sua Carteira de 
Trabalho e número do PIS e solicitar o “EXTRATO ANALÍTICO DO FGTS”, ou se 
preferir, consultar pela internet, acessando o link: Extrato FGTS CEF. 
 
3 – ESTABILIDADE – Se o trabalhador passa 15 (quinze) dias ou mais afastado do 
trabalho em conseqüência de ACIDENTE ou DOENÇA ADQUIRIDA, tem garantida a 
ESTABILIDADE de 12 MESES no emprego, a partir do seu retorno, não podendo ser 
despedido nesse período, o que lhe é garantido pelo artigo 118, da Lei nº 8.213/91, 
dispositivo que tem a sua interpretação pacificada e consolidada pelo STF (Supremo 
Tribunal Federal), através da Súmula nº 378. 
 
4 – INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – Seja por ACIDENTE DE TRABALHO 
ou por DOENÇA ADQUIRIDA NO TRABALHO, todo trabalhador pode pedir na 
JUSTIÇA que a empresa lhe pague uma indenização por DANOS MARAIS. 
 
5 – INDENIZAÇÃO POR DANOS ESTÉTICOS – Se o trabalhador sofre acidente do 
trabalho que lhe cause algum defeito estético, a exemplo de cicatriz, ou perda de um 
membro, pode pleitear do empregador uma indenização por isso. 
 
II – Os Direitos Perante o INSS 
Perante o INSS o trabalhador que tenha sofrido ACIDENTE DO TRABALHO ou 
DOENÇA ADQUIRIDA NO TRABALHO tem direito aos seguintes direitos: 
 
1 – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ ACIDENTÁRIA – ocorre se o trabalhador 
sofre de uma incapacidade total e definitiva para qualquer trabalho, decorrente de 
ACIDENTE passa a ter o direito ao benefício de APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 
ACIDENTÁRIA. 
 
2 – AUXÍLIO DOENÇA ACIDENTÁRIO – o trabalhador passa a ter direito ao benefício 
de auxílio doença acidentário e o acidente ou doença adquirida no trabalho se tiver como 
conseqüência uma incapacidade temporária superior a 15 (quinze) dias para o emprego 
do trabalhador ou para as suas atividades habituais. E esse benefício vale até que a perícia 
médica do INSS conclua que o trabalhador voltou a poder trabalhar. Na hipótese do 
trabalhador não concordar com o resultado da perícia do INSS que atesta a sua capacidade 
RESUMO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
para o retorno ao trabalho, deve recorrer à Justiça para provar a sua incapacidade e obter 
o seu retorno ao benefício do pagamento do auxílio doença. 
 
3 – AUXÍLIO ACIDENTE – Neste caso, o trabalhador retorna à sua atividade 
profissional, mas continua recebendo o benefício, além do salário que lhe paga a empresa. 
 
4 – PENSÃO POR MORTE POR ACIDENTE DE TRABALHO – o benefício de 
PENSÃO POR MORTE POR ACIDENTE do trabalhador é pago aos seus dependentes. 
 
III – Recomendações Gerais 
É necessário que o trabalhador vítima de ACIDENTE DE TRABALHO ou de DOENÇA 
ADQUIRIDA NO TRABALHO adote algumas providências, que são 
RECOMENDAÇÕES GERAIS, mas que não 
 
substituem plenamente a uma consulta a um profissional de advocacia especializado no 
assunto, quais sejam: 
 
1 – ARQUIVAR CÓPIAS DE DOCUMENTOS – O INSS costuma pedir a apresentação 
de vários documentos e o trabalhador deve guardar cópias de toso eles, a exemplo de 
exames e relatórios médicos, receitas e notas fiscais de medicamentos, CAT, documentos 
referentes ao INSS, entre outros. 
 
2 – NUNCA ASSINE NENHUM PAPEL EM BRANCO – Em qualquer que seja a 
situação, ninguém deve assinar papéis em branco, pois eles podem ser utilizados contra 
você, se ao empregador ou o possuidor quiser agir de má-fé. 
 
3 – LER COM MUITA ATENÇÃO OS DOCUMENTOS QUE ASSINAR – Na leitura 
atenta,

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