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TOXICOLOGIA Universidade Federal Fluminense Profª. Elisa R.A.F. Avelino Niterói, 2013 Toxicodinâmica Como os xenobióticos exercem seus efeitos tóxicos em nível molecular? Como os xenobióticos interagem com moléculas-alvo? Toxicodinâmica • Estuda os mecanismos da ação tóxica exercida por substâncias químicas sobre o sistema biológico, sob os pontos de vista bioquímico e molecular Molécula-alvo (proteína, ac. nucleico, lipídeo, receptor) Mecanismos que influenciam a chegada de um xenobiótico no seu local de ação Xenobiótico A favor do efeito Contra o efeito • Absorção • Distribuição • Reabsorção • Bioativação • Eliminação • Distribuição • Excreção • Desintoxicação Xenobiótico Local de ação 1. Efeitos tóxicos que resultam da interação com receptores específicos (proteínas) 2. Efeitos tóxicos não mediados por interação com receptores Toxicodinâmica 1. Efeitos tóxicos que resultam da interação com receptores específicos (proteínas) Toxicodinâmica Classificação dos receptores Tipo I – receptores em canais iônicos Tipo II – receptores acoplados à proteína G Tipo III – receptores ligados a cinases Tipo IV – receptores nucleares Toxicodinâmica Classificação dos receptores Tipo I – receptores em canais iônicos Toxicodinâmica Classificação dos receptores Tipo II – receptores acoplados à proteína G Toxicodinâmica Classificação dos receptores Tipo III – receptores ligados a cinases Toxicodinâmica Classificação dos receptores Tipo IV – receptores nucleares Toxicodinâmica Receptores Fatores toxicocinéticos • Distribuição • Biotransformação • Eliminação Fatores toxicodinâmicos • Afinidade • Atividade intrínseca Determinam a concentração do xenobiótico junto ao receptor e o tempo de ocupação do receptor. Determinam o tipo de resposta do receptor Profª Eliani Spinelli Toxicodinâmica Xenobióticos x Receptores Profª Eliani Spinelli Toxicodinâmica Xenobióticos x Receptores Profª Eliani Spinelli Toxicodinâmica Xenobióticos x Receptores Profª Eliani Spinelli Toxicodinâmica Xenobióticos x Receptores Sensibilização de receptores= aumento de resposta a doses repetidas Dessensibilização de receptores = diminuição de resposta a doses repetidas Processo lento Processo rápido (taquifilaxia) Profª Eliani Spinelli Toxicodinâmica Xenobióticos x Receptores Profª Eliani Spinelli Dessensibilização de receptores • Diminuição na síntese de receptores Precisa doses cada vez maiores... • Mudança na conformação dos receptores Não responde ao aumento de doses... Ex.: taquifilaxia induzida pelo LSD22 1. Efeitos tóxicos que resultam da interação com receptores específicos (proteínas) 2. Efeitos tóxicos não mediados por interação com receptores Toxicodinâmica • Inibição de enzimas Efeitos tóxicos não mediados por interação com receptores R’ – P – R” Oinseticidas organofosforados Ex: Inibição da acetilcolinesterase por praguicidas organofosforados • Interferência com o transporte de oxigênio Hemoglobina: proteína responsável pelo transporte de oxigênio hemoglobina Ex: CO, agentes metemoglobinizantes • Estresse oxidativo >98% do O2 capturado pelas células vai para a mitocôndria A maioria é completamente metabolizada a H2O 1 –2% sofre redução parcial, gerando espécies reativas de oxigênio Szeto HH.Mitochondria-Targeted Peptide Antioxidants..AAPS Journal. 2006;8(3):E521- E531Exemplos Profª Eliani Spinelli Profª Eliani Spinelli • Interferência com o sistema genético Alguns agentes tóxicos impedem a divisão celular � interfere no crescimento do tecido. Distintos mecanismos: - inibição enzimática - encaixe entre as duplas hélices do DNA (alquilantes) Ação citostática • Interferência com o sistema genético Ação mutagênica: alteração no material genético que é transmitida à descendência • Interferência com o sistema genético Ação carcinogênica: fixação da mutação e descontrole no ciclo celular causando a proliferação celular • Interferência com o sistema genético Alteração na síntese proteica: devido à interação do xenobiótico com o RNA • Perturbação da homeostase do cálcio Várias vias metabólicas são ativadas pelo cálcio, tanto eventos isolados quanto eventos em cascata Aumento moderado de cálcio livre na célula • ativação de caspases: apoptose Aumento excessivo de cálcio livre na célula: • Ativação de proteases do citoesqueleto • Ativação de fosfolipases • Aumento no transporte de cálcio para fora da mitocôndria (queda na produção de ATP) • Ativação de endonucleases • necrose Profª Eliani Spinelli • Irritação direta dos tecidos Agentes tóxicos reagem quimicamente no local de contato � irritação, efeitos cáusticos ou necrosantes Pele, mucosas do nariz, boca, olhos, garganta e trato pulmonar • Mecanismos associados ao sistema imunológico Imunoestimulação Reações alérgicas Reações autoimunes Reações alérgicas Principalmente respiratória e dérmica Causa: formação de haptenos Profª Eliani Spinelli Seletividade de ação Fatores toxicodinâmicos Profª Eliani Spinelli • Ligação a macromoléculas específicas de um tecido • Susceptibilidade de uma população de células • Resposta adaptativa específica de um tecido • Deficiência seletiva de vias de reparação e detoxificação • Receptores específicos de um tecido Tipos de respostas tóxicas (quando os mecanismos de defesa foram insuficientes) • MORTE • GERAÇÃO DE HAPTENOS –reações alérgicas • MUTAÇÕES / CÂNCER por APOPTOSE por NECROSE Apoptose Exige alto grau de organização celular e níveis razoáveis de ATP. A fragmentação do DNA é o evento inicial (ativação de caspases). Normalmente afeta células isoladas. Não há processo inflamatório. Agentes que podem provocar dano e induzir apoptose: Radiações, toxinas, hipóxia, hipertermia, vírus Profª Eliani Spinelli Morte celular acidental Necrose Estresse oxidativo intenso Dano mitocondrial extensivo Queda acentuada na produção de ATP Caracterizada pela ruptura de membranas, desacoplamento do citoesqueleto e perda da conexão entre membrana plasmática e citoesqueleto Afeta várias células simultaneamente. Presença de processo inflamatório. A fragmentação do DNA é o evento mais tardio Profª Eliani Spinelli