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FACULDADE DE DIREITO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
Profª ROSA BENITES PELICANI
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III
DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE
JURISDIÇÃO CONTENCIOSA
DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS
CPC artigos 920 / 933 
SUMÁRIO
Introdução
Noções sobre a posse
Espécies de proteção possessória
Disposições gerais das
 ações possessórias
Do procedimento especial
1 - Introdução
Noções sobre a posse
Teoria objetiva de Ihering
Teoria subjetiva de Savigny 
Posse é poder de fato sobre a coisa
Propriedade é poder de direito sobre a coisa
JUS POSSESSIONIS
Direito de exercer o poder de fato sobre a coisa
Direito de posse
JUS POSSIDENDI
Direito de exercer o poder de direito sobre a coisa
Direito à posse
Posse x detenção
Detenção é a situação da pessoa que conserva a posse da coisa em nome de outrem.
Mantém uma relação de dependência com o possuidor
A detenção também é chamada de fâmulo da posse
Fâmulo quer dizer criado, serviçal
Não há posse de bens públicos, porque a CF proibiu a usucapião – arts. 183 e 191
Não há aquisição da posse por atos violentos ou clandestinos CC 1208 
Espécies de proteção possessória
Desforço físico imediato e legítima defesa da posse
Ações possessórias típicas (interditos possessórios)
Outras ações de conteúdo possessório
2 - Disposições gerais das ações possessórias
Espécies de interditos possessórios
Ação de manutenção de posse
Ação de reintegração de posse
Interdito proibitório
Finalidade
 
proteção possessória
Agressão x ação
Turbação > ação de manutenção de posse
Esbulho > ação de reintegração de posse
Art. 926. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado no de esbulho.
Ameaça > interdito proibitório
Art. 932. O possuidor direto ou indireto, que tenha justo receio de ser molestado na posse, poderá impetrar ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório, em que se comine ao réu determinada pena pecuniária, caso transgrida o preceito.
Objeto
Bens corpóreos > móveis e imóveis
Fungibilidade das possessórias 
Princípio da reversibilidade do pedido 
Art. 920. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos requisitos estejam provados.
Cumulação de demandas
O autor poderá formular quatro pedidos
Proteção possessória
Perdas e danos
Pena pela nova turbação ou esbulho
Desfazimento de plantação ou construção
Art. 921. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I - condenação em perdas e danos;
Il - cominação de pena para caso de nova turbação ou esbulho;
III - desfazimento de construção ou plantação feita em detrimento de sua posse.
Caráter dúplice
O réu poderá formular pedidos na contestação
Art. 922. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.
Exceção de domínio
Exceptio proprietatis
É vedado ao autor e ao réu, na pendência do processo possessório ajuizar ação petitória
Art. 923. Na pendência do processo possessório, é defeso, assim ao autor como ao réu, intentar a ação de reconhecimento do domínio. 
Procedimento adequado
Ação possessória de força nova
Agressão à posse dentro de ano e dia: procedimento especial
Ação possessória de força velha
Agressão à posse com mais de ano e dia: procedimento ordinário
Art. 924. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da seção seguinte, quando intentado dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho; passado esse prazo, será ordinário, não perdendo, contudo, o caráter possessório.
Caução
Art. 925. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de decair da ação, responder por perdas e danos, o juiz assinar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução sob pena de ser depositada a coisa litigiosa.
Requisitos:
Requerimento do réu
O autor obteve a liminar
Falta de idoneidade financeira do autor
O réu formulou pedido de perdas e danos na contestação
3 - Do procedimento especial
Abrangência
Ação de manutenção de posse
Ação de reintegração de posse
Interdito proibitório
Art. 933. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na seção anterior.
Aplicação também do procedimento ordinário
Art. 931. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento ordinário.
Competência
	Coisa imóvel: 
foro da situação da coisa - CPC art. 95
	Coisa móvel: 
foro do domicílio do réu - CPC art. 94
Legitimidade
Autor: possuidor esbulhado, turbado ou ameaçado
	Pessoa física
	Pessoa jurídica de direito público ou privado
Réu: praticou o esbulho, a turbação ou ameaça 
	Pessoa física
	Pessoa jurídica de direito público ou privado
A petição inicial
Requisitos dos arts. 282 e 927 CPC
Individualização precisa da coisa móvel ou imóvel
Demonstração da posse do autor
Data e descrição da agressão à posse
Requerimento de concessão de liminar 
Art. 927. Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
Il - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção; a perda da posse, na ação de reintegração.
A liminar
Inaudita altera pars > antes da citação
Justificação prévia > após a citação
Art. 928. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração; no caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
Art. 929. Julgada procedente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção ou de reintegração.
Prazos
5 dias para o autor promover a citação do réu
15 dias para o réu oferecer resposta 
Art. 930. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subseqüentes, a citação do réu para contestar a ação.
Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia (art. 928), o prazo para contestar contar-se-á da intimação do despacho que deferir ou não a medida liminar.
A sentença
Natureza jurídica: 
> executiva latu sensu para a posse
> condenatória para perdas e danos 
Recurso: apelação
DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS
SUMÁRIO
1 - Introdução
2 - Noção de posse
3 - O JUS POSSESSIONIES e o JUS POSSIDENDI
4 - Conceito de posse
5 - Posse e detenção
6 - Natureza jurídica da posse
7 - Disposições gerais das ações possessórias
7.1 - Agressão x ação
7.2 - Fungibilidade das possessórias típicas
7.3 - Cumulação de demandas
7.4 - Caráter dúplice
7.5 - Exceção de domínio
7.6 - Procedimento adequado
7.7 - Caução
8 - Do procedimento especial
8.1 - Competência
8.2 - Legitimidade ativa e passiva
8.3 - A petição inicial
8.4 - A liminar
8.5 - A execução da sentença
Posse x detenção
Detenção é a situação da pessoa que conserva a posse da coisa em nome de outrem.
Mantém uma relação de dependência com o possuidorA detenção também é chamada de fâmulo da posse
Fâmulo da posse, em razão da sua situação de dependência econômica ou de um vínculo de subordinação com o possuidor, exerce sobre a coisa não uma posse própria, mas a de outrem. 
Fâmulo quer dizer criado, serviçal
Não há posse de bens públicos, porque a CF proibiu a usucapião – arts. 183 e 191
Não há aquisição da posse por atos violentos ou clandestinos CC 1208 
CAPÍTULO V
DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 920. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos requisitos estejam provados.
Art. 921. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I - condenação em perdas e danos;
Il - cominação de pena para caso de nova turbação ou esbulho;
III - desfazimento de construção ou plantação feita em detrimento de sua posse.
Art. 922. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.
Art. 923. Na pendência do processo possessório é defeso assim ao autor como ao réu intentar a ação de reconhecimento do domínio. Não obsta, porém, à manutenção ou à reintegração na posse a alegação de domínio ou de outro direito sobre a coisa; caso em que a posse será julgada em favor daquele a quem evidentemente pertencer o domínio.
Art. 923. Na pendência do processo possessório, é defeso, assim ao autor como ao réu, intentar a ação de reconhecimento do domínio. (Redação dada pela Lei nº 6.820, de 16.9.1980)
Art. 924. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da seção seguinte, quando intentado dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho; passado esse prazo, será ordinário, não perdendo, contudo, o caráter possessório.
Art. 925. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de decair da ação, responder por perdas e danos, o juiz assinar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução sob pena de ser depositada a coisa litigiosa.
Seção II
Da Manutenção e da Reintegração de Posse
Art. 926. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado no de esbulho.
Art. 927. Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
Il - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção; a perda da posse, na ação de reintegração.
Art. 928. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração; no caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
Art. 929. Julgada procedente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção ou de reintegração.
Art. 930. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subseqüentes, a citação do réu para contestar a ação.
Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia (art. 928), o prazo para contestar contar-se-á da intimação do despacho que deferir ou não a medida liminar.
Art. 931. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento ordinário.
Seção III
Do Interdito Proibitório
Art. 932. O possuidor direto ou indireto, que tenha justo receio de ser molestado na posse, poderá impetrar ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório, em que se comine ao réu determinada pena pecuniária, caso transgrida o preceito.
Art. 933. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na seção anterior.

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