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GEOGRAFIA DO NORDESTE A T U A L I Z A D O - E D I T A L 2 0 1 8 O nordeste brasileiro: geografia, atividades econômicas, contrastes intra-regionais, o polígono das secas e as características das regiões naturais do nordeste; o nordeste no contexto nacional. GEOGRAFIA DO NORDESTE O nordeste brasileiro: geografia, atividades econômicas, contrastes intra-regionais, o polígono das secas e as características das regiões naturais do nordeste; o nordeste no contexto nacional. TEMAS LOCALIZAÇÃO TERRITORIAL; POSIÇÃO REGIONAL; DIVISAS E FRONTEIRAS; PROPORÇÃO TERRITORIAL; CARACTERÍSTICAS GERAIS Questões 01. A região Nordeste é composta por grandes proporções regionais de habitantes, sendo a segunda região mais populosa do país. 02.Em função de suas diferentes características físicas, a região é dividida em quatro sub-regiões: meio- norte, sertão, agreste e zona da mata, tendo níveis muito variados de desenvolvimento humano ao longo de suas zonas geográficas. A região Nordeste apresenta grandes contrastes climáticos, qie se caracterizam por áreas quentes e úmidas nas áreas costeiras e as semiáridas mo interior da região. Além disso, há as áreas de transição entre a mata atlantica e o sertão, denominada Agreste, e entre o Sertão e a Floresta Amazônica denominada Meio-Norte, onde prevalece a Mata dos Cocais. Zona da Mata A Zona da Mata estende-se do estado do Rio Grande do Norte ao sul do estado da Bahia, numa faixa litorânea de até 200 quilômetros de largura. Foi o primeiro local do Brasil a ser povoado. Apresenta clima tropical úmido, com chuvas mais frequentes na época do outono e inverno, exceto no sul do estado da Bahia, onde se distribuem uniformemente por todo o ano. O solo dessa área é fértil (massapé) e a vegetação natural é a Mata Atlântica, já praticamente extinta e substituída por lavouras de cana-de-açúcar desde o início da colonização do país, e mais tarde pela intensa urbanização e industrialização. Originalmente, essa região era recoberta por belas florestas, daí seu nome. Hoje, é a área mais densamente povoada do complexo e nela estão localizadas duas das três maiores cidades do Nordeste: Salvador, capital da Bahia, e Recife, capital de Pernambuco. ATIVIDADES ECONÔMICAS DO NORDESTE BRASILEIRO GEOGRAFIA DO NORDESTE Além das atividades petrolíferas, industrial e agrícola, a região se destaca pelo turismo. A costa litorânea do Nordeste é extensa, com temperaturas elevadas durante o ano, atraindo turistas do Brasil e de outras partes do mundo. Os investimentos privados no setor contribuem para a geração de empregos e movimentação da economia regional, propiciando o desenvolvimento econômico. OBJETIVOS • analisar as atividades econômicas da Zona da Mata; • analisar seu potencial agrícola; • conhecer os principais recurso naturais e a atividade industrial; • estudar a economia do Agreste; • analisar economicamente o Sertão; • compreender a questão econômica do Meio-Norte. A Zona da Mata estende-se do estado do Rio Grande do Norte ao sul do estado da Bahia, numa faixa litorânea de até 200 quilômetros de largura. Foi o primeiro local do Brasil a ser povoado. Na Zona da Mata, assim como em muitas regiões do país, concentram-se grandes problemas sociais: • cidades com a presença de inúmeras favelas; • mão de obra barata e sem especialização (a maioria das pessoas recebe menos que um salário mínimo); • trabalhadores rurais que não dispõem de mínimas condições de segurança e apoio na área de saúde; • exploração do trabalho infantil. Foi nessa área que se iniciou a agroindústria açucareira, no século XVI, pelos colonizadores portugueses. A Zona da Mata é a sub-região de maior importância econômica no Complexo Nordestino. Embora apresente grande potencial produtivo, sua economia ainda está baseada na tradicional cultura da cana-de-açúcar em paralelo com modernas usinas de açúcar e álcool. O trabalho nos latifúndios tradicionais monocultores de cana, fumo e cacau se traduz em uma atividade que demanda, em sua maioria, mão de obra não qualificada e temporária, sem estímulo ao desenvolvimento de capitais humano e social. Durante os períodos de crise no setor, há grande aumento nas taxas de desemprego, causando impacto negativo nas condições de vida da população. A diversificação agrícola complementar à cana-de-açúcar vem surgindo em várias localidades, buscando contribuir para uma economia sólida. Outras culturas que aí aparecem são as de frutas tropicais, como o coco-da- baía, o caju, a manga e o mamão. GEOGRAFIA DO NORDESTE Atividade agrícola A Zona da Mata é a sub-região de maior importância econômica no Complexo Nordestino. Embora apresente grande potencial produtivo, sua economia ainda está baseada na tradicional cultura da cana-de-açúcar em paralelo com modernas usinas de açúcar e álcool. O trabalho nos latifúndios tradicionais monocultores de cana, fumo e cacau se traduz em uma atividade que demanda, em sua maioria, mão de obra não qualificada e temporária, sem estímulo ao desenvolvimento de capitais humano e social. Durante os períodos de crise no setor, há grande aumento nas taxas de desemprego, causando impacto negativo nas condições de vida da população. A diversificação agrícola complementar à cana-de-açúcar vem surgindo em várias localidades, buscando contribuir para uma economia sólida. Outras culturas que aí aparecem são as de frutas tropicais, como o coco-da-baía, o caju, a manga e o mamão. Percebe-se que o crescimento do setor nas últimas décadas foi fortemente influenciado pelo auge do programa PróAlcool, responsável pela mudança no perfil de produtos extraídos da cana-de-açúcar. Esse programa determina, atualmente, que cerca de 2/3 da produção de cana-de-açúcar seja transformada em álcool. A área plantada de cana aumentou em decorrência dos incentivos ao álcool, mas a ocupação, no Nordeste, deu-se em áreas impróprias, de grandes declives, o que dificulta o uso de técnicas mais eficientes no cultivo. A Zona da Mata de Pernambuco apresenta o cultivo predominante da cana-de-açúcar e é caracterizada por ter um relevo acidentado com solos ácidos e de baixa fertilidade natural. Em 2010, a região foi responsável por somente 10% da produção nacional (Alagoas e Pernambuco são os maiores produtores), logo, a atividade mostrou-se enfraquecida por ter dificuldades em competir com as áreas mais produtivas e planas de São Paulo e do Paraná. Tal fato tem levado a uma expansão pronunciada da pecuária, que tem ocupado as áreas antigas do plantio da cana-de-açúcar. É importante destacar também que o setor de produção do álcool nordestino vem perdendo competitividade, em termos nacionais, em virtude do crescimento da produção nas regiões Sul e Sudeste do país, principalmente o estado de São Paulo. Nessas regiões, a atividade tem maior nível de eficiência e tecnologia e se beneficia pela maior proximidade do grande mercado consumidor. Apesar do clima de crise vivenciado pela atividade do açúcar, não se pode esquecer sua importância como grande incorporador de força de trabalho, sendo considerada uma ocupação que emprega boa parte de mão de obra no conjunto da economia nordestina, especialmente nos estados em que a atividade da cana é a mais importante. Em 1999, a produção do cacau começou a decair devido a uma praga que atacou as plantações. Embora a Bahia seja o maior produtor nacional, de 2000 a 2001, a safra de cacau caiu de 159 mil toneladas para 139 mil. Mesmo com pequeno crescimento em 2013 (para 185 mil toneladas), o produto responde por apenas4% das exportações baianas. Alguns setores da comunidade procuraram alternativas (algumas delas com excelentes resultados), que são observadas atualmente, como a criação de gado e cavalos de raça, a extração de granito e a fabricação de polpas de frutas. Recursos naturais e atividade industrial A exploração de petróleo em reservatórios situados nas águas litorâneas do Nordeste iniciou-se em 1968, na Bacia de Sergipe. Nos anos seguintes, com o aumento da atividade, não só na costa de Sergipe, mas nas de Alagoas, Rio Grande do Norte e Ceará, a Petrobras decidiu desenvolver projetos próprios de plataformas que atendessem às características de desenvolvimento da região. O Complexo do Nordeste está entre as principais áreas com reserva de petróleo. São elas: • Camamu-Almada – BA • Cumuruxatiba – BA • Potiguar – RN, maior produtor em terra e segundo no mar (dados de 2010). O estado da Bahia possui uma grande refinaria de petróleo e gás natural. Os maiores complexos industriais são a Refinaria Landulfo Alves, em Mataripe, e o Polo Petroquímico de Camaçari, um conjunto de indústrias químicas, cuja produção é obtida por meio do petróleo. O Polo Petroquímico de Camaçari é o maior da América Latina. Esse enorme polo é conectado por uma rede de estradas integradas a uma malha ferroviária e a um sistema de transporte marítimo. As 50 grandes indústrias lá encontradas geram, diretamente, 10 mil empregos e são apoiadas por extensivos projetos de habitação e de urbanização, além de um centro para treinamento de recursos humanos. GEOGRAFIA DO NORDESTE No litoral, o relevo baixo, associado às marés, permite a penetração, em grande volume, das águas do mar na planície litorânea e a captação em tanques que aí são construídos. Nessa região, as temperaturas elevadas e ventos fortes contribuem para a evaporação da água que se acumulou nos tanques, sobrando apenas o sal marinho depositado no fundo. As regiões produtoras de sal são: • no baixo curso do Rio Piranhas ou Açu, nos centros salineiros de Macau e Açu; • no baixo curso do Rio Apodi ou Mossoró, nos centros salineiros dos municípios de Mossoró e Areia Branca. Embora Mossoró figure entre os municípios produtores de sal, ele não se localiza no litoral. Então, quais são as condições que Mossoró apresenta para a produção de sal se não fica no litoral? Para responder a essa pergunta, temos que dar outras explicações: o clima predominante em Mossoró é semiárido quente, com temperatura oscilando entre 24° e 35°, que dura a maior parte do ano. O ar da região apresenta baixo teor de umidade e elevada evaporação. As precipitações são poucas e junto a isso temos, ainda, um solo impermeável, o que assegura condições ideais para a cristalização e extração do sal. A Zona da Mata corresponde à maior área industrial do Nordeste. Ao redor das cidades de Salvador e Recife está o maior parque industrial do Complexo do Nordeste, além da cidade de Fortaleza, que pertence a sub-região do Sertão. Cabe destacar que desde 2005 o polo industrial de Recife vem crescendo a passos largos, com a cidade se tornando um polo industrial atrativo no Nordeste e no Brasil como um todo. Agreste É uma área de transição entre o Sertão semiárido (a oeste) e a Zona da Mata úmida (a leste). Apresenta um clima nem tão seco como o do Sertão nem tão úmido como a Zona da Mata. Em suas áreas mais úmidas, originalmente, apresentava vegetação semelhante à Mata Atlântica e, nas áreas mais secas, à vegetação do Sertão, denominada Caatinga. Ao analisarmos seu relevo podemos considerá-la uma área relativamente alta. Predominam as altitudes entre 500 a 800 metros, que correspondem à região do Planalto da Borborema, com altitudes mais elevadas que as demais sub-regiões do complexo. Esses planaltos formam verdadeiras barreiras, impedindo que as massas de ar que vêm do Oceano Atlântico, carregadas de umidade, penetrem no interior. Esses “paredões” provocam a subida dessas massas. A temperatura do ar, que é menor em altitudes maiores, provoca a condensação do vapor d’água, podendo ocasionar chuvas. Dessa forma, as chuvas são mais frequentes na porção leste, próximo à Zona da Mata, e menos frequentes na porção oeste, próximo do Sertão. Quando as encostas do planalto surgem sob a forma de vales ou gargantas na direção do oceano, constituindo verdadeiros “corredores”, permitem a passagem das massas de ar para algumas áreas do Sertão, ocasionando as raras chuvas. Essas áreas úmidas pela chuva são denominadas brejos ou “pés de serra”, que são considerados, por outro lado, “oásis” para a prática agrícola porque apresentam solo e vegetação umedecidos, em contraste com a vegetação seca da Caatinga. Um dos mais conhecidos brejos é o da cidade de Juazeiro do Norte, famosa pela figura do padre Cícero Romão Batista, líder político e religioso, venerado por lhe atribuírem milagres. Na região do Agreste predominam os minifúndios, onde a atividade econômica mais importante é a produção de gêneros alimentícios sob a forma de policultura (cultivo de vários produtos), aliada à pecuária leiteira. Dessa forma, o Agreste assumiu desde a ocupação europeia o papel de fornecedor de gêneros alimentícios para a Zona da Mata, mantendo essa característica até os nossos dias. Suas principais produções são: milho, algodão, agave (planta da qual se obtém uma fibra vegetal denominada sisal), arroz, feijão, mandioca, café, frutas tropicais, leite e derivados. O Agreste também fornece para a Zona da Mata a mão de obra no período do corte da cana-de-açúcar. Vários trabalhadores deixam suas propriedades e empregam-se como trabalhadores temporários, diaristas ou boias-frias nas usinas. Pode-se dizer que o Agreste é uma região de contrastes. Não apenas no aspecto físico, como também no aspecto social. Se os minifúndios ou as pequenas e médias propriedades rurais fossem suficientes para assegurar uma boa qualidade de vida aos seus proprietários, provavelmente eles não migrariam para a Zona da Mata e permaneceriam em suas propriedades. GEOGRAFIA DO NORDESTE Sertão O Sertão é a maior das sub-regiões do Nordeste e sua principal característica é o clima tropical semiárido. Suas temperaturas médias anuais são elevadas – geralmente superiores a 25C – e as chuvas são escassas e irregulares. Os períodos de seca podem durar dois, três ou mais anos. Na região predomina a vegetação denominada Caatinga, que se adapta a condições de extrema aridez do solo, causada pela ausência de chuvas e escassa umidade do ar. A Caatinga é comum na área conhecida e delimitada como Polígono das Secas, que apresenta baixos índices de densidade demográfica. O Sertão abrange os estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia. Seus rios, em geral, são intermitentes, isto é, secam durante determinado período do ano. A construção de açudes tenta regularizar o ciclo para torná-los permanentes. O Açude de Orós, construído em 1961, foi o maior da região nordestina até a construção do Açude Castanhão, em 2003. O Açude de Orós é alimentado pelas águas do Rio Jaguaribe, que nunca seca, mesmo em épocas de secas prolongadas. Outro rio perene e que corre no Sertão é o Rio São Francisco. Como estudamos anteriormente, o São Francisco é o maior rio da região e fonte permanente de água para as populações que habitam suas margens. Nele existem várias represas e usinas hidrelétricas, como a de Sobradinho, em Juazeiro (estado da Bahia), e a de Paulo Afonso (na divisa dos estados da Bahia e de Pernambuco). Sabe-se que na maior parte do Sertão predominaa agricultura de subsistência familiar (ao longo dos rios intermitentes), muito prejudicada pela estiagem. Porém, costuma-se esquecer que ela está associada, tradicionalmente, à pecuária extensiva do gado bovino e caprino. A pecuária destaca-se nos estados da Bahia, Ceará e Pernambuco, cujo tipo predominante é o de corte, ou seja, destina-se ao uso da carne do rebanho. No Sertão, no entanto, a qualidade do gado é prejudicada pelas estiagens, sendo mais importante aí a criação de caprinos, suínos, aves e ovelhas. A criação de abelhas também compõe a economia do Sertão. A utilização econômica dos rebanhos bovino, ovino e caprino do semiárido do Nordeste é, em sua maioria, baixa, em consequência das altas taxas de mortalidade e da avançada idade do abate. Esse baixo índice ocorre, principalmente, pela forte dependência que a pecuária tem da vegetação nativa, fonte alimentar básica, quando não única, dos rebanhos, ocasionando sérias deficiências nutricionais. Atualmente, essa atividade se expande também para a sub-região do Agreste. O maior rebanho bovino está no estado da Bahia A pecuária leiteira vem se destacando como uma das mais novas atividades das áreas irrigáveis da região semiárida do Brasil, das quais podemos destacar os perímetros irrigados do polo de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), situados no submédio do Vale do São Francisco. Entretanto, os produtores não têm ainda disponível um programa de produção de forragens e sistemas de alimentação mais eficientes para o gado. Em Sergipe, a exemplo de outras regiões do Nordeste, a produção de leite está concentrada na região semiárida e provém, em sua maioria, de pequenas explorações de base familiar, constituindo-se, sobretudo, em forte fator de sustentação econômica das pequenas propriedades. Nas regiões semiáridas do Nordeste brasileiro, o aumento da produção de outros produtos agrícolas vem merecendo atenção dos órgãos governamentais por meio da introdução da prática de irrigação e melhores condições de manejo de solo. Na agricultura irrigada, nas quais as propriedades rurais passam a contar com um fornecimento racional e permanente de água, como no submédio São Francisco, vêm sendo explorados cultivos contínuos e intensivos, a fim de atender aos mercados consumidores interno e externo. Atualmente, a irrigação tem surgido como a alternativa mais promissora para aumentar a produtividade, principalmente em Alagoas e Pernambuco, onde há soluções em curso que associam essas técnicas à tentativa de tornar as unidades industriais mais autossuficientes, gerando um excedente que venha a alimentar novos projetos de irrigação. Mesmo considerando a viabilidade econômica da atividade canavieira como geradora de emprego e renda, percebe-se que o uso da mão de obra vem se reduzindo com certa velocidade, associado à introdução de algumas inovações tecnológicas, que a poupam consideravelmente. Os cultivos tradicionais de algodão (Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte), tabaco (Bahia) e caju (Paraíba e Ceará) ainda continuam se destacando, especialmente no Sertão dos estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Piauí. O cultivo do algodão arbóreo (de cultivo permanente) serviu para fixar a população na região. Outra espécie de algodão, o herbáceo (de cultivo temporário e em terras menos secas), tem o estado da Bahia como seu GEOGRAFIA DO NORDESTE Meio-Norte Também conhecida como Zona dos Cocais, essa sub-região está localizada nos estados do Maranhão e Piauí e destaca-se como uma área de transição (passagem) entre o Complexo Regional da Amazônia e o Complexo do Nordeste. Apresenta clima bem mais úmido e vegetação exuberante à medida que avança para o oeste. A vegetação natural dessa área é a Mata dos Cocais, onde se encontra a palmeira babaçu, da qual é extraído um óleo utilizado na fabricação de cosméticos, margarinas, sabão e lubrificantes. Do caule do babaçu ainda se extrai o palmito. Além do babaçu, outra palmeira se destaca na região: a carnaúba. O Meio-Norte é cortado pelos rios Grajaú, Mearim, Itapecuru e Parnaíba, que formam grandes planícies e várzeas fluviais que são economicamente aproveitadas para o plantio de arroz, principalmente no estado do Maranhão No século XVIII e em parte do século XIX, o cultivo e a exportação do algodão impulsionaram a região, e cidades como São Luís, capital do Maranhão, tiveram seu período de esplendor econômico. Ainda hoje se nota na arquitetura dessa cidade lembranças desse passado notável. Os sobrados com fachadas de azulejos trazidos da Europa, os mirantes e as sacadas de ferro são símbolos da grande tradição histórica e cultural. Atualmente, a economia local é basicamente agrícola, predominando as plantações de arroz nos vales úmidos do estado do Maranhão, que se destaca na produção nacional. Os municípios importantes na produção são: Santa Inês, Pindaré-Mirim, Timon e Coroatá. Embora a agricultura do Meio- Norte seja bastante tradicional, existem áreas dessa sub-região, principalmente no Maranhão, que se modernizaram após a inauguração da Usina Hidrelétrica de Boa Esperança, a ampliação do sistema rodoviário e a construção do Porto de Itaqui. Merece destaque o complexo mineiro-metalúrgico, associado ao projeto Grande Carajás, que interliga a Estrada de Ferro Carajás, por onde são escoados os minérios de ferro e manganês para exportação pelo Porto de Itaqui. Ao redor, foram criadas usinas de ferro-gusa e alumínio. BABAÇÚ CARNAÚBA