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Madeira Características e propriedades para uso na construção civil Prof. Adhemar Watanuki Filho Engenharia Civil – 4º Período Introdução Excelente material para a construção civil devido ao seu múltiplo aproveitamento; Utilização desde os primóridos Madeira reúne 3 características importantes nos aspectos: Técnico; Econômico; Estético. *Poucos materiais possui todas essas caracteríticas reunidas; Conceito Madeira é um material: ORGÂNICO - formado basicamente por carbono (C); HETEROGÊNEO - devido sua grande variação existente tanto em tipos como em componentes básico e na distribuição destes componentes; POROSO – disposição dos componentes formam poros; HIGROSCÓPICO – absorção de água pelos poros; ANISOTRÓPICO – se comporta em diferentes eixos de orientação; Obs: Importante no processamento e no uso. - Seca mais rápido – sentido do comprimento – permeabilidade mais alta; - Contrai no sentido transversal; Desvantagens Em pleno crescimento apesar dos preconceitos inerentes à este material: Insuficiência da divulgação das informações tecnológicas já disponíveis acerca do seu comportamento; Falta de projetos específicos; Problemas mais comuns: Mão de obra não qualificada; Existência de inúmeras marcenarias – uso de equipamentos ultrapassados; Associação do uso de madeira à devastação de florestas; Desconhecimento da silvicultura. Vantagens Baixo consumo de energia Extração, desdobro de árvores com baio consumo de energia; Baixo impacto ambiental – DESDE que sejam realizadas as respectivas reposições; Comparativo com outros materiais estruturais Concreto e aço - Processo altamente poluidores e matéria prima jamais é reposta; Madeira – renovação se processa nas mesmas condições climáticas. Vantagens Desempenho superior em condições de inflamabilidade Alto desempenho em relação aos demais materiais; Carbonatação superficial se transforma numa espécie de isolante térmico; Mau condutor de calor – temperatura interna cresce lentamente; Não há o comprometimento da região central da peça. Algumas Características Apresenta bons resultados em resistência mecânica: Tração – em esforços de flexão; Compressão; *Por isso utilizado como vigas e vergas; A resistência mecânica, em alguns casos, maior que a do concreto; Vantagem: peso próprio reduzido; Resiste bem à choques e esforços dinâmicos; Facilidade de manuseio Ferramentas mais simples e mais acessíveis; Padrões estéticos Em estado natural boas características estéticas e decorativas; Desenvolvimento de novos móveis e utensilios. Algumas Características Beneficiamento e uso Reconhecimento Alcançado devido aos três aspectos apresentados anteriormente (técnico, estético e econômico); Fonte inesgotável – áreas renovadas. Beneficiamento para o uso Secagem artificial controlada – umidade; Tratamento de preservação – classe de agressividade; Processos de transformação (laminações, contraplacados e aglomerados). *Esses processos de beneficamento permitem o uso mais eficaz da madeira como material de construção civil Utilização A madeira pode ser utilizada como: 53% Combustível – Alto poder calorífico; 37% Material de construção civil – Segundo material mais utilizado, depois do aço; 10% Em outros usos industriais (papel, rayon, álcoois, resinas e plásticos) Aplicações IN NATURA Serrada Roliça Peças estruturais INDUSTRIALIZAÇÃO Lâminas Compensado Aparas Aglomerado Fibras Reconstituída Celulose / Lignina Origem e Produção A madeira é proveniente do lenho dos vegetais superiores: árvores e arbustos lenhosos. Classificação - Botânica Endógenas – germinação interna. Crescimento do caule de dentro para fora; Lenho é mais antigo e endurecido. Exemplos: bambu, palmeiras. Exógenas – germinação externa. Desenvolvimento transversal; Fora para dentro – anéis de crescimento; Exemplos: Angiospermas e as gimnospermas. Origem e Produção Angiospermas Dicotiledôneas – hardwood; Madeira de lei – Período colonial – abate controlado pela Coroa Portuguesa; Mais utilizadas na construção civil; Gimnosperma Nunca tem frutos – coníferas; Softwood – árvores com folhas agulhares; 400 espécies industrializavéis. Fisiologia Fisiologia Fisiologia Casca Tem ação de proteger o lenho; Veículo – seiva elaborada – troncos para as folhas Parte mais externa – cortiça; Parte interna – Líber ou floema; Câmbio Fina e quase invisível camada de tecidos vivos; Vitais para o crescimento de uma árvore; Anéis de crescimento. Fisiologia Lenho Núcleo de sustentação e resistência da árvore; Seção útil do tronco para a obtenção de peças estruturais; Alburno – parte branca sem muito uso – ajuda na impregnação de antideteriorantes – preservação; Cerne – cor mais escura –formada por células mortas e esclerosadas. Medula Miolo central da seção transversal; Tecido mole, esponjoso e algumas vezes apodrecido; Sem resistência mecânica nem durabilidade. Fisiologia Raios Medulares Desenvolvimentos transversais de células; Função de transporte de nutrientes; Seções radiais – efeito espelhado; Efeito estético e espelhado. Composição Química 60% de homocelulose e 25% de lignina; 15% de outros produtos – modificados; Celulose – dissolvidas em soda caústica; Lignina – resina natural que aglomera as células em conjuntos. Produção das madeiras Produção Inicia-se pelo corte das árvores; Desenvolvimento pela: Toragem; Falquejamento; Desdobro; Aparelhamento das peças. Realizado em epócas especificas do ano; Popular em meses que não tenham a letra “R” no seu nome – inverno; Não influi na resistência; Mas determina a durabilidade; Menos seiva elaborada: Secagem sem fendilhamento; Menos atrativas à fungos e insetos. Corte Toragem Árvore é desgalhada; Traçada em toras de 5 e 6 metros; Facilidade de transporte; Descascadas e descortiçadas; Falquejamento – quando são retirados 4 costaneiras, ficando seção retangular grosseira; Desdobro Operação final na produção de peças; Realizados em serrarias; Obtenção de pranchões, pranchas; Espessura de 7,0 cm e largura > 20,0cm; Desdobro normal – paralelo aos anéis; Desdobro radial – normal aos anéis; Produz madeira de melhor qualidade; Menores contrações de largura na secagem; Superfície homogênea e resistência mais uniforme. Nomenclatura das peças de Madeira Serrada Nome da peça Espessura em cm Largura em cm Pranchões > 7,0 > 20,0 Prancha 4,0 à 7,0 > 20,0 Viga 4,0 11,0 à 20,0 Vigota 4,0 à 8,0 8,0 à 11,0 Caibro 4,0 à 8,0 5,0 à 8,0 Tábua 1,0 à 4,0 > 10,0 Sarrafo 2,0 à 4,0 2,0 à 10,0 Ripa < 2,0 < 10,0 Madeira Serrada Propriedades Físicas da Madeira Fatores de alteração Fatores Naturais Espécie botânica Estrutura anatômica e a constituição do material lenhoso São aspectos que determinam na resistência; Devem ser avaliados para sua qualificação; Massa específica do material Índice de concentração de material existente e resistente no tecido lenhoso; Localização da peça no lenho Resultados de ensaios variam de acordo com o local de onde se é retirado a amostra (cerne, alburno, medula etc); Fatores Naturais Presença de defeitos Nós, fendas, fibras torcidas; Anomalias no comportamento físico-mecânico da peça; Umidade Impregnação determina profundas alterações nas propriedades do material; Máxima resistência – seco; Mínima resistência – saturado. Fatores de alteração Propriedades Físicas Umidade; Retrabilidade; Densidade; Condutibilidade Térmica; Condutibilidade Elétrica; Condutibilidade Sonora; Resistência ao fogo. Umidade Após a extração de uma árvore, sua seiva permanece no material em três estados: Água de constituição – impossível de ser retirada; Água de impregnação – entre as fibras e células lenhosas – saída cusa retração; Água Livre – presente nos vasos capilares – saída não causa retração. Nomenclatura Umidade Madeira verde U > 30% Madeira semi-seca U > 23% Madeira comercialmente seca 18% < U < 23% Madeira seca ao ar 13% < U < 18% Madeira dessecada 0% < U < 13% Madeira seca U = 0% Umidade Determinação em Laboratório Onde: U (%) – Teor de água evaporada pela secagem, em porcentagem, da massa de madeira seca em estufa; Mi – Massa inicial de madeira em g; Ms – Massa da madeira seca (103 + 2º C) em g; Classes de Umidade – NBR 7190 Retrabilidade Capacidade de sofrer alterações de volume e dimensões; Teor umidade varia entre o saturado ao ar e ao seco em estufa; Inchamento, contração ou “trabalho das madeiras” – absorção de água pelas paredes celulósicas do tecido lenhoso; Verificado em três dimensões – tangencial, radial e axial (Anisotrópicas). Precauções para evitar a retrabilidade: Empregar peças de madeira com teores de umidade compatíveis com o meio ambiente; Emprego de desdobro adequado; Impregnação com óleos e resinas impermeabilizantes. Densidade Massa específica convencional da madeira, obtida pelo quociente da massa seca pelo volume saturado. Densidade Pode ser entendida como índice de compacidade das fibras de madeira; Indica maior ou menor quantidade de fibras por unidade de volume aparente; Varia com a umidade e posição do lenho; Depende da espécie e o teor de umidade Densidade Classificação IPT – Madeiras Nativas Madeiras leves – até 500 kg/m³; Madeiras médias – 501 até 700 kg/m³; Madeiras pesadas – maior 700 kg/m³. Condutibilidade Elétrica Excelente material isolante elétrico – elevada resistividade – quando úmido é condutora pois contêm alguns sais; Característica melhorada com impregnação de resinas; Condutibilidade na direção das fibras; Condutibilidade Térmica Mau condutor térmico – devido sua estrutura celular que aprisiona nemerosas massas de ar e é composta por celulose; São excelentes barreiras térmicas, o que garante bom isolamento em residencias de países frios. Condutibilidade Sonora São excelentes barreiras acústicas, pois os revestimentos de madeira promove um enfraquecimento acústico da ordem de 5 dB; Tais características podem ser potencializadas com o tratamento da superfície – venizes, pinturas, papel de parede entre outros. Propriedades Mecânicas da Madeira Resistência Capacidade da madeira em suportar tensões; Caracterizadas pelos fenômenos de ruptura e de deformações excessivas; O teor de umidade tem fator preponderante na qualidade da resistência da madeira; Massa específica também influi diretamente na capacidade de resistência à compressão, sendo maior a massa maior a resistência. Rigidez Medida pelo valro médio do módulo de elasticidade, determinado na fase de comportamento elástico; As madeiras muito rígidas rompem sem grandes deformações o que pode ocasionar acidentes graves; As madeiras flexíveis não podem ser utilizadas como estruturais devido a sua deformação exagerada. Ensaios – NBR 7190:97 Resistência à compressão paralela as fibras; Resistência à tração paralela as fibras; Resistência à compressão normal as fibras; Resistência à tração normal as fibras; Resistência ao cisalhamento paralelo as fibras; Resistência de embutimento paralelo as fibras; Resistência de embutimento normal as fibras; Densidade básica; Ensaios – NBR 7190:97 Ensaios – NBR 7190:97 Ensaio de compressão Paralelo às fibras Ensaio de compressão Normal às fibras Classes de resistências – NBR 7190:97 Classes de resistências – NBR 7190:97 Aplicações In natura Serrada; Roliça. Industrializada Chapas de compensado; Pisos – Assoalhos; Laminada colada; Aplicações Utilizada em todas as etapas da obra; Início: Estacas – topografia; Locação da obra – gabaritos; Estrutura Fôrmas de fundação; Fôrmas de vigas, pilares e lajes; Escoramentos; *Normalmente utiliza-se madeiras no estado bruto (tábuas, vigas, caibros, ripas) e madeiras transformadas (chapas compensadas – acabamento). Aplicações Esquadrias Portas; Janelas; Batentes. Elementos de acabamento Pisos internos – Tacos; Escadas; Revestimentos – assoalhos de madeira. Aplicações Elementos Estruturais Pontes; Casas pré-fabricadas; Estacas; Mourões; Postes; Ensecadeiras; Entre outros. Aplicações Madeira Serrada Obtido do desdobro de toras; Comprimento total de acordo com as toras. Madeira Laminada colada Sobreposição de madeiras serradas; Espessura de 20mm – comprimentos acima de 40m; Unidas por adesivo – colas. Aplicações Madeira Compensada Laminas delgadas de madeiras sobrepostas; Chapas de 7 camadas – fibras orientadas 90º; Obtenção – torneamento de tronco com dimensão padrão. Madeira recomposta Originada de pequenas partículas de madeira moldadas em chapas.; Chapas de madeira aglomerada – particulas <1,0 cm; Chapas de madeira MDF (Medium density fiber); Chapas de madeira HDF (High density fiber); OSB (oriented strand board) – Melhor desempenho estrutural e maior durabilidade. Aplicações Demais utilizações Obras portuárias; Decks de piscinas; Painéis divisórios;
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