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Esquistossomose: Agente Etiológico e Formas Clínicas

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Schistosoma mansoni 
CLASSE  Trematoda 
ORDEM  Digenea 
FAMÍLIA  Schistosomatidae 
GÊNERO  Schistosoma 
ESPÉCIE  Schistosoma mansoni 
  Schistosoma haematobium 
  Schistosoma japonicum 
  Schistosoma intercalatum 
  Schistosoma mekongi 
 
Classe trematoda 
 
• Doença endêmica em 76 países Ásia, África, América 
 
• S. Mansoni em 55 países 
 
• S. Haematobium em 53 países 
 
• Cerca de 220 milhões de infectados 
 
• Brasil doença importada com o tráfico de escravos 
 
• 3 a 4 milhões de infectados 25 milhões em risco 
 
• Endemia em expansão 
 
 
Schistosoma mansoni 
 
Mundo: 200 milhões encontram-se infectados 
 660 milhões vivem em área endêmica e estão expostas a 
infecção 
 200 mil mortes por ano 
 
 
Brasil : Faixa endêmica do RN até o norte de MG 
 FNS/SVS – 2.5 milhões de portadores no Brasil 
 
O Brasil é a maior área de transmissão de esquistossomose do 
mundo 
 
 
 
Conhecida: xistosa , doença do caramujo , barriga dágua , 
esquistossomose, xistosomose, bilharzíose 
 
 
Schistosoma mansoni 
• Schisto = fenda + Soma = corpo 
• SCHISTOSOMA (corpo em forma de fenda) 
• Schistosoma mansoni  Ocorre na África, Antilhas e 
 América da Sul. 
 
 Infecção denominada esquistossomíase mansonica ou 
 intestinal, pela localização dos parasitos nas vênolas da 
 parede do intestino grosso, sigmóide e reto, com 
 sintomas predominantemente intestinais. Nas formas 
 mais graves, há hepatosplenomegalaia, hipertensão do 
 sistema porta ou outras manifestações patológicas. 
MORFOLOGIA 
 
• Macho  Mede 1 cm, cor esbranquiçada, corpo dividido em 2 porções: 
Anterior  ventosa oral e ventral 
Posterior  canal ginecôforo 
 
• Fêmea  Mede 1,5 cm, cor mais escura, corpo dividido em 2 porções: 
Anterior  ventosa oral e ventral 
Posterior  glândulas vitelinas e ceco 
 
• Ovo  Mede 150 μm, oval e apresenta lateralmente um espículo 
 voltado para trás (longevidade do ovo maduro:3 a 4 semanas). 
 
• Miracídio Cilíndrico e ciliado (vivem cerca de 8 a 10 horas). 
 
• Esporocisto 
 
• Cercária  medem 500 μm, possuem 2 ventosas  oral e ventral, 
 possui 1 corpo e 1 cauda (vivem cerca de 8 a 12 horas) 
 
• Esquistossômulo  Forma intermediária entre a cercária e forma adulta 
Schistosoma mansoni. Os vermes adultos vivem dentro de 
pequenas veias do intestino e do fígado. 
Outras espécies: S. Haematobium, S. japonicum 
Agente etiológico 
Caramujo do gênero Biomphalaria. 
Hospedeiro intermediário 
Miracídio: Larva ciliada com as mesmas dimensões dos ovos 
Cercária: larva com cauda bifurcada nas extremidades. 
Apresenta ventosa oral e ventral e espinhos na superfície do 
corpo 
Ovos: São constituídos por duas membranas: interna (âminio) 
e a externa (cório). Apresenta um espículo lateral. 
Esquistossomulo 
Esquistossomulo de pele Esquistossomulo de pulmão 
S.mansoni – CICLO DE VIDA 
Schistosoma mansoni 
  OVOS  ESQUISTOSSOMOSE AGUDA 
 Fase pré-postural: 10 a 35 dias após infecção: 
  Assintomática ou inaparente 
  Mal estar, febre, tosse, hepatite aguda 
 
 Fase aguda: 50 a 120 dias após a infecção: 
  Disseminação miliar de ovos, provo- 
 cando a formação de granulomas, 
 caracterizando a forma toxêmica 
 
 Forma toxêmica  Sudorese, calafrios, emagrecimento, 
 fenômenos alérgicos, cólicas, hepato- 
 esplenomegalia discreta, alterações das 
 transaminases, etc. 
 
Formas clínicas 
 
A - Fase aguda: 
 
Alterações cutâneas: reações alergicas locais. Dermatite 
cercariana (depende do número de cercárias infectantes). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gerais: processo alérgico brando associado a migração pulmonar e 
hepática ou forma toxêmica, com febre, linfadenopatia, urticária, 
esplenomegalia, hepatite e alterações intestinais 
 
 
Dermatite cercariana 
 
- Intestinal: (associada a postura de ovos): a diarréia é o sintoma 
mais comum. Pode acontecer perda de apetite, cansaço e barriga 
dolorosa a palpação. 
 
- Hepato-intestinal: os sintomas são os mesmos anteriores, porém 
mais acentuados. Fígado aumentado de volume. 
 
- Hepato-esplênica: lesões no fígado e baço. Indivíduo queixa-se 
de tumor na barriga. A lesão no fígado leva o aparecimento de 
varizes no esôfago, vômitos com sangue nas fezes. Pode ocorrer 
aumento do tamanho da barriga, com presença de líquido (barriga 
d'água). 
 
B - Fase crônica 
A esquistossomose hepato-esplênica 
• Os ovos tentam atingir a luz “hepática”, provocando 
intensa reação granulomatosa no intersticio do fígado. 
 
• A resposta fibrosante pré-sinusoidal é intensa e 
progressiva, dificultando a passagem do sangue e 
elevando a pressão portal. 
– Os ovos passam a se disseminar por todos o território portal 
 
• O aumento da pressão portal leva a vias alternativas de 
escape, através do baço e das veias gástricas e 
esofágicas, para a veia cava 
– Risco de sangramento de varizes esofagianas 
– Piora da função hepática por roubo de sangue pelo escape portal 
– Os ovos atingem o pulmão via circulação direita, com formação 
local de granulomas. 
• Hipertensão pulmonar secundária 
• Disseminação sistêmica dos ovos na presença de “shunts” 
pulmonares 
 
 
Lesão típica e elemento anatomopatológico básico do processo 
esquistossomótico crônico reação inflamatória granuloma 
periovular 
Infiltração inicial de macrófagos, seguidos de 
eosinófilos, linfócitos e alguns plasmócitos 
neutrófilos e gigantócitos fibroblastos cicratiz 
fibrótica de estrutura lamelar fibrose periportal 
provocará obstrução dos ramos intra-hepáticos da 
veia porta 
 
 hipertensão portal (HP) 
 
 
 
Patogenia 
Patogenia 
 
Fase aguda: 
 
- Pulmão: obstrução embólica dos vasos por morte dos parasitos, 
 seguida de inflamação reação inflamatória. 
- Fígado: processo de hepatite com esplenomegalia. 
- Intestino: ulcerações necróticas e hemorragias na mucosa 
 e enterocolite aguda difusa 
 
 
Fase crônica: formação dos granulomas 
A esquistossomose sistêmica e 
complicações imunopatológicas 
• O excesso de antígenos circulantes e os produtos dos 
vermes liberados na circulação podem levar a 
conseqüências imunopatológicas. 
– Glomerulopatia por imunocomplexos (mais comum) 
• Espessamento de membranas basais dos 
glomérulos 
• Presença de antígeno do agente 
 
– Glomerulopatia membranosa, 
• Associada a ativação policlonal do sistema imune, 
sem melhora após a eliminação dos agentes, 
somente com imunossupressão. 
Clínico - pelos sintomas apresentados. Deve-se levar em consideração outras 
doenças como: infecções intestinais, febre tifóide, hepatite(forma aguda) e cirrose 
hepática( forma crônica). 
 
Laboratorial 
- Métodos parasitológicos : HPJ 
 método de Kato-Katz (método quantitativo) 
 biópsia retal 
 endoscopia retal, RX,provas hepáticas (hipoalbuminemia), 
 eletroforese de proteínas (aumento de alfa-2). 
 
- Métodos sorológicos: intradermo-reação 
 Pesquisa de anticorpos 
 Pesquisa de antígenos 
 
- Métodos Moleculares: Reação em cadeia da polimerase (PCR) 
 
 
 
Diagnóstico: 
Diagnóstico Diferencial: 
 
• Fase aguda: 
- pré-postural: quadros alérgicos, mononucleose 
infecciosa. 
 
- postural: infecções intestinais, 
salmonelose septicêmica prolongada, febre tifóide, 
desinteria bacilar, tumor abdominal, polineurite, 
leptospirose, hepatite. 
 
• Fase crônica: malária, salmonelose, calazar, 
brucelose, histoplasmose. 
Métodos parasitológicos 
Métodos Imunológicos 
 
Intradermo-reação 
Vantagens: simplicidade e baixo custo 
Desvantagens: reações cruzadas, persistência após a cura 
 
Pesquisa de Anticorpos 
Elisa, Western-blot e imunofluorescênica 
Vantagens: alta sensibilidade e alta produtividade 
Desvantagens: baixa especificidade e persistência após a cura 
Reação em cadeia da polimerase (PCR) 
Proteinas alvo do parasito 
Caramujo 
Dificuldades no controle da esquistossomose 
 
1- Hospedeiro intermediário: ampla difusão, fácil re-população, alta 
toxicidade dos moluscicidas para o ambiente (plantas são tóxicas aos 
moluscos). Métodos biológicos – uso de peixes (tilapias) 
 
2- Hospedeiro definitivo: frequênicia do contato com águas contaminadas, 
limitações de tratamento. Conscientização da comunidade a mudar os seus 
hábitos 
 
3- Parasita: resistência contra drogas. Não temos nenhuma droga que cura 
100% 
 
4- Métodos de diagnósticos: falta de técnicas mais sensíveis para áreas de 
 baixa endemicidade e com baixa carga parasitária 
 
5- Infra-estrutura: 
- falta de água potável, 
- falta de saneamento básico: 
- Retificação do canal de água 
- Aterro para destruir o criadouro 
- Vale de drenagem para destruir o criadouro 
- No caso de lagoas grandes o ideal seria utilizar um 
controle biológico 
 
6- Políticas públicas: falta de percepção da 
importância da doença 
Antihelmínticos 
- Praziquantel 
- Fármaco de escolha para tratamento de todas as formas de esquistossomose e 
infecções por cestódios (cisticercose). 
- Mec de ação -  da permeabilidade de membrana ao cálcio – 
contratura e paralisia do parasita 
 
- Contraindicado na gravidez 
 
- Posologia: 40 mg/Kg 
 600 mg em dose única ou dividida em duas tomadas 
 
- Oxaminiquine: 15 a 20 mg/Kg : Dose única ou dividida em duas doses 
 
Fármacos utilizados para o tratamento de 
trematódeos (vermes chatos)

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