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S3P2 - Verminoses intestinais (Ascaridiase, esquistossomose, Enterobiose, tenia e cisticercose)

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Elisa Figueiredo
S3P2 - Verminoses intestinais (Ascaridíase, esquistossomose, Enterobiose, tênia e cisticercose) 
Ascaridíase —————————————————————————————— 
Ciclo de vida 
- Ascaris lumbricoides é geralmente considerado 
um pa ras i to es tenoxeno , que i n fec ta 
exclusivamente seres humanos 
- Os vermes são cilíndricos e afilam-se nas 
extremidades 
- Os vermes adultos habitam o lúmen do intestino 
delgado humano -> se alimentam e copulam 
- A fêmea deposita cerca de 200.000 ovos por dia, 
que são eliminados nas fezes 
- Quando encontram condições favoráveis de 
temperatura, umidade e oxigenação no solo, os 
ovos férteis tornam-se infectantes em cerca de 3 
semanas 
- Quando ingeridos, os ovos liberam uma larva L3 
-> penetram ativamente na parede intestinal -> 
vênulas ou vasos linfáticos -> fígado -> coração 
direito -> pulmões -> rompem os capilares 
pulmonares e caem no lúmen alveolar -> 
bronquíolos e brônquios -> traqueia e glote -> 
esôfago -> estômago -> intestino delgado (larvas 
L4) 
Epidemiologia 
- Infecção por nematódeo mais comum no mundo 
- Cerca de 1 bilhão de pessoas estejam 
infectadas 
- Comum em locais com saneamento básico 
inadequado ou com esgoto mal tratado, clima 
quente e úmido -> embrionamento do ovo -> 
Ásia, África e América Latina 
Manifestações clínicas 
- A gravidade dos sintomas é diretamente 
proporcional à quantidade de vermes adultos 
que o paciente alberga 
- As infecções maciças -> distensão e dor 
abdominais, levando eventualmente ao bloqueio 
mecânico do intestino delgado (especialmente 
do íleo) -> podem ocorrer vólvulo (torção) ou 
intussuscepção intestinal e obstrução parcial ou 
completa do intestino delgado, levando à 
isquemia e à necrose da parede intestinal 
- Durante o ciclo pulmonar -> tosse não produtiva, 
febre e dispneia, eventualmente com reação de 
hipersensibi l idade levando à obstrução 
brônquica e sibilância, angioedema, erupção 
cutânea urticariforme 
- As manifestações clínicas da ascaríase 
hepatobiliar e pancreática são a cólica biliar, a 
colecistite aguda, a colangite, a pancreatite e o 
abscesso hepático 
- Dor abdominal, vômito 
- Diminuição da absorção de gordura, proteína, 
vitamina A e C, intolerância a lactose 
Diagnóstico 
- Exame microscópico de amostra de fezes -> 
verificar presença de ovos 
- Exame microscópico do escarro -> verificar 
presença de larvas, eosinófilos e cristais de 
Charcot-Leyden 
Elisa Figueiredo
- Avaliação radiológica com ultrassom ou 
colangiopancreatografia retrograda endoscópica 
-> diagnostico de obstrução biliar 
Tratamento 
- Única dose oral de albendazol 400mg 
- Mebendazol 100mg 2x ao dia durante 3 dias 
Esquistossomose ——————————————————————————— 
Ciclo de vida 
- Os parasi tas adul tos v ivem nas veias 
mesentéricos ou nos plexos venosos vizinhos -> 
reprodução sexuada -> põe ovos 
- Após a excreção dos ovos pela urina ou fezes, 
nascem mirascídeos ciliados moveis que 
p e n e t r a m n o c a r a m u j o ( h o s p e d e i r o 
intermediário) -> multiplicação assexuada -> 
transformam-se em cercarias (forma infectante 
no homem) 
- Cercarias penetram na pele e perdem a cauda 
-> tranformam-se em esquistossômulas -> 
migram para os pulmões -> viram adultos e vão 
para o fígado 
Epidemiologia 
- Problema de saúde pública em países em 
desenvolvimento 
- Causada po r t r ema tódeos do gene ro 
Schistosoma 
- Estima-se que 300 milhões de pessoas estejam 
infectadas 
Fisiopatologia 
- A patogenia se relaciona com ovoposição e 
liberação de antígenos pelos parasitas adultos e 
pelos ovos 
- Ocorre resposta inflamatória -> altos níveis de 
citocina inflamatórias (IL-1, IL-6, TNF-alfa) e de 
imunocomplexos 
- O dano tecidual no intestino é mediado pela 
formação de granulomas e fibrose induzida pela 
presença do ovo -> lesões fibróticas obstrutivas 
- Enzimas e antígenos liberados pelos ovos 
sensibilizam os linfócitos do hospedeiro que 
Elisa Figueiredo
migram para áreas de ovoposição e recrutam 
macrofagos, eosinófilos e fibroblastos 
- Na fase aguda da doença ocorre ativação 
policlonal dos linfócitos B com formação de 
imunocomplexos -> artralgias, febre e até lesão 
renal com glomerulonefrite -> Resposta Th1 -> 
IFN-gama e IL-2 
- Em uma segunda fase -> Th2 com formação de 
granulomas e reação de hipersensibilidade, com 
aumento da produção de IL-4 (aumento da 
produção de IgE) e IL-5 (eosinofilia) 
Manifestações clínicas 
- No fígado os grânulos causam obstrução 
perissinusoidal do sistema porta, hipertensão 
portal, esplenomegalia, varizes esofagianas, 
circulação colateral porto-sistêmica 
- Prurido transitório acompanhado de exantema 
papular = dermatite cercariana -> edema, 
eritema e prurido 
- Esquistossomose aguda: manifestar-se de modo 
inespecífico => febre, cefaleia, prostração, 
anorexia e náuseas, hepatoesplenomegalia 
- Esquistossomose crônica: dores abdominais, 
irregularidade intestinal e sangue nas fezes 
Diagnóstico 
- Baseia em dados clínicos e epidemiológicos -> 
contato com agua contaminada 
- Achado de ovos nas fezes, na urina ou em 
fragmentos de biopsia -> testes quantitativos 
(Kato-Katz) 
- Exames sorológicos para detecção de anticorpos 
IgM, IgG e IgA -> fase aguda 
Tratamento 
- Fármacos em uso: metrifonato, oxamniquina e 
praziquantel 40 mg/kg 
Enterobiase ————————————————————————————— 
Ciclo de vida 
- O hábitat de exemplares adultos de E. 
vermicularis é o ceco, bem como os segmentos 
adjacentes do intestino delgado e grosso, 
incluindo o apêndice ileocecal 
- Quando grávida, migra para a região perianal ou 
perineal dos hospedeiros, durante a noite 
- Quando ingeridos, os ovos liberam uma larva L1 
no duodeno -> A larva rabditoide sofre duas 
mudas, provavelmente nas criptas da mucosa, 
antes de chegar ao jejuno e ao íleo superior. A 
cópula entre os vermes adultos ocorre no ceco 
 
 
Elisa Figueiredo
Manifestações clínicas 
- Os sintomas mais comuns são prurido e irritação 
da região perianal, perineal e eventualmente do 
vestíbulo vaginal, decorrentes da migração das 
fêmeas grávidas 
- Os sintomas são mais intensos à noite, 
momento em que geralmente ocorre a migração 
- O prurido induz o ato de coçar, que aumenta o 
risco de autoinfecção externa pela contaminação 
dos dedos, especialmente do leito subungueal 
Diagnóstico 
- O exame direto de uma pequena porção de 
fezes (cerca de 2 mg), colocada sobre uma 
lâmina e emulsificada em solução salina, 
representa uma alternativa simples e rápida, 
porém de sensibilidade relativamente baixa 
- As técnicas de concentração procuram separar 
os e lementos parasi tár ios dos demais 
interferentes existentes nas fezes com o 
emprego de e tapas ad ic iona is , como 
sedimentação, centrifugação ou flutuação 
- As técnicas quantitativas baseiam-se em 
diferentes estratégias para estimar massa ou 
volume da amostra fecal a ser examinada e de 
contagem dos ovos encontrados nessa amostra. 
Os resultados são geralmente expressos em 
número de ovos por grama de fezes. A técnica 
quantitativa de uso mais frequente é aquela 
conhecida como Kato-Katz 
Tratamento 
- o albendazol - 400mg dose unica 
- o mebendazol - 100mg dose única 
- pamoato de pirantel - 10 mg/kg dose única 
Teníase e cisticercose———————————————————————- 
Ciclo de vida 
- As espécies T. solium e T. saginata são os 
principais agentes etiológicos das teníases, 
doenças causadas pelo estágio adulto (tênia) de 
parasitos cestoides do gênero Taenia 
- O ser humano é o hospedeiro definitivo 
- Os hospedeiros intermediários habituais de T. 
solium e T. saginata, que abrigam as suas 
formas larvárias, são, respectivamente, os 
suínos e os bovinos 
- O ser humano também pode ser um hospedeiro 
intermediário acidental de T. solium -> 
cisticercose 
- Os ovos, eliminados nas fezes de indivíduos 
infectados -> são ingeridos pelos hospedeiros 
intermediários -> eclodem no tubo digestório e 
as oncosferas liberadas penetram na parede 
intestinal -> pequenos vasos sanguíneosou 
linfáticos do intestino delgado 
- Pela circulação sanguínea ou linfática, as 
oncosferas chegam à musculatura esquelética 
ou ao sistema nervoso central, que são os sítios 
mais comuns para o desenvolvimento das 
formas larvárias, os cisticercos 
- Os cisticercos infectantes, cheios de fluido, 
contêm no seu interior um único escólex. Se 
ingerido pelo hospedeiro definitivo humano, o 
escólex dará origem a um verme adulto 
Elisa Figueiredo
- O verme adulto fixa-se, por meio do escólex, à 
mucosa do jejuno do hospedeiro humano 
 
Epidemiologia 
- A maior prevalência ocorre em adultos jovens 
nas zonas rurais da América Latina, África e 
Ásia, devido principalmente aos hábitos culturais 
de consumo de carnes cruas ou malcozidas, 
além do destino inadequado das fezes humanas 
- Falando em números, a OMS estimou a 
ex is tênc ia de 70 mi lhões de pessoas 
contaminadas, com 50 mil mortes anuais, 
g e r a l m e n t e p e l a s c o m p l i c a ç õ e s d a 
neurocisticercose induzida pela T. solium 
Manifestações clínicas 
- Teníase: Frequentemente é assintomático, mas 
podem causar fenômenos tóxicos alérgicos por 
substancias excretadas; hemorragias pela 
fixação na mucosa e destruição do epitélio além 
de inflamação com hipo ou hipersecreção de 
muco 
- Dentre os sintomas podemos ter tontura, 
astenia, apetite excessivo, náuseas, vômitos, 
alargamento e dores abdominais, constipação 
intestinal ou diarreia, perda de peso 
- Cisticercose: dor, fadiga e câimbras, palpitações 
e ruídos anormais cardíacos, descolamento de 
retina, catarata, convulsão, hipertensão 
intracraniana com cefaleia intensa e constante, 
vômitos, rigidez de nuca 
DIagnóstico 
- O diagnóstico da teníase baseia-se geralmente 
na detecção de ovos nas fezes, com o uso de 
técnicas de concentração 
- Antígenos parasitários pelo método ELISA 
- O diagnóstico da neurocisticercose depende de 
exames sorológicos e TC e ressonância 
magnética 
- Anticorpos contra antígenos purificados de 
cisticercos podem ser pesquisados por ELISA, 
tanto no soro quanto no líquido cerebrospinal 
(sensibilidade de 80%) 
Tratamento 
- É feito com dose única (10 a 20 mg/kg de peso 
corporal) de praziquantel ou dose única (400 
mg) de albendazol 
- Os cistos viáveis intraparenquimatosos 
frequentemente exigem tratamento com doses 
altas de albendazol (10 a 15 mg/kg/dia, durante 
8 dias) ou praziquantel (50 mg/kg/dia, durante 15 
a 30 dias) 
Referências 
FEREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. 
2a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. 
GOLDMAN, L. SCHAFER, A. I. Cecil Medicina. 
24a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

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