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Padronização botânica da matéria prima vegetal na produção de fitoterápicos

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Primeira aula de Farmacobotânica: 16/03/2015
Padronização botânica da matéria prima vegetal na produção de fitoterápicos
Etnofarmacologia busca informações a partir do conhecimento de diferentes povos e etnias. Se ocupa do estudo dos preparados tradicionais utilizados em sistema de saúde e doença que incluem isoladamente ou em conjunto plantas, animais, fungos ou minerais.
Caminhos para o estudo de plantas medicinais: São quatro tipos de abordagens.
Randômica: compreende a coleta ao acaso de plantas para triagens fitoquímicas e farmacológicas;
Etológica: avalia a utilização de metabólitos secundários por animais, ou outras substâncias não nutricionais dos vegetais, com finalidade de combater doenças ou controlá-las;
Quimiotaxonômica: consiste na seleção de espécies de uma família ou gênero, para as quais se tenha algum conhecimento fitoquímico de ao menos uma espécie do grupo;
Etnodirigida: consiste na seleção de espécies de acordo com a indicação de grupos populacionais específicos em determinados contextos de uso, enfatizando a busca pelo conhecimento construído localmente a respeito de seus recursos naturais e a aplicação que fazem deles em seus sistemas de saúde e doença.
Primeiramente deve-se identificar a planta a partir de suas características macroscópica e microscópica para obter qualidade e reconhecimento do nome científico.
RESOLUÇÃO - RDC Nº 26, DE 13 DE MAIO DE 2014 - Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos.
Art. 2º Esta Resolução se aplica a produtos industrializados que se enquadram nas categorias de medicamentos fitoterápicos e produtos tradicionais fitoterápicos.
§ 1º São considerados medicamentos fitoterápicos os obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e eficácia sejam baseadas em evidências clínicas e que sejam caracterizados pela constância de sua qualidade.
§ 2º São considerados produtos tradicionais fitoterápicos os obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e efetividade sejam baseadas em dados de uso seguro e efetivo publicados na literatura técnico-científica e que sejam concebidos para serem utilizados sem a vigilância de um médico para fins de diagnóstico, de prescrição ou de monitorização
§ 3º Os produtos tradicionais fitoterápicos não podem se referir a doenças, distúrbios, condições ou ações consideradas graves, não podem conter matérias-primas em concentração de risco tóxico
conhecido e não devem ser administrados pelas vias injetável e oftálmica.
 § 4º Não se considera medicamento fitoterápico ou produto tradicional fitoterápico aquele que inclua na sua composição substâncias ativas isoladas ou altamente purificadas, sejam elas sintéticas, semissintéticas ou naturais e nem as associações dessas com outros extratos, sejam eles vegetais ou de outras fontes, como a animal.
§ 7º Conforme previsto no Art. 22 do Decreto no 8.077, de 14 de agosto de 2013, as plantas medicinais sob a forma de droga vegetal, doravante denominadas chás medicinais, serão dispensadas de registro, devendo ser notificadas de acordo com o descrito nesta Resolução na categoria de produto tradicional fitoterápico.
§ 9º Não são objeto de registro ou notificação as preparações elaboradas pelos povos e comunidades tradicionais do país sem fins lucrativos e não industrializadas.
Seção III
II - chá medicinal: droga vegetal com fins medicinais a ser preparada por meio de infusão, decocção ou maceração em água pelo consumidor;
Da droga vegetal
Art. 13. Deve ser apresentado laudo de análise da droga vegetal, indicando o método utilizado, especificação e resultados obtidos para um lote dos ensaios abaixo descritos:
I - caracterização (cor);
II - identificação macroscópica e microscópica;
III - descrição da droga vegetal em farmacopeias reconhecidas pela Anvisa, ou, em sua ausência, em outra documentação técnico-científica, ou laudo de identificação emitido por profissional habilitado;
IV - grau de cominuição, quando se tratar de chás medicinais ou drogas vegetais utilizadas como produto final ao consumidor;
V - testes de pureza e integridade, incluindo:
a) determinação de matérias estranhas;
b) determinação de água;
c) determinação de cinzas totais;
d) determinação de cinzas insolúveis em ácido clorídrico, a ser realizada quando citada, em documentação técnico-científica, a necessidade dessa avaliação;
e) determinação de metais pesados;
f) determinação de resíduos de agrotóxicos e afins;
g) determinação de radioatividade, quando aplicável;
h) determinação de contaminantes microbiológicos;
i) determinação de micotoxinas, a ser realizada quando citados, em documentação técnico-científica, a necessidade dessa avaliação ou relatos da contaminação da espécie por micotoxinas;
VI - detalhes da coleta/colheita e das condições de cultivo, quando cultivada;
VII - métodos de estabilização, quando empregado, secagem e conservação utilizados, com seus devidos controles, quando aplicável;
VIII - método para eliminação de contaminantes, quando empregado, e a pesquisa de eventuais alterações;
IX - perfil cromatográfico, acompanhado da respectiva imagem em arquivo eletrônico reconhecido pela Anvisa, com comparação que possa garantir a identidade da droga vegetal; e
X - análise quantitativa do(s) marcador(es) ou controle biológico.
Dos medicamentos fitoterápicos
Art. 17. A segurança e a eficácia dos medicamentos fitoterápicos devem ser comprovadas por uma das opções seguintes:
I - ensaios não clínicos e clínicos de segurança e eficácia; ou
II - registro simplificado, que deverá ser comprovado por:
a) presença na Lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado, conforme Instrução Normativa-IN n° 2, de 13 de maio de 2014, ou suas atualizações; ou
b) presença nas monografias de fitoterápicos de uso bem estabelecido da Comunidade Europeia (Community herbal monographs with well-established use) elaboradas pelo Comitê de Produtos Medicinais Fitoterápicos (Committe on Herbal Medicinal Products -HMPC) da European Medicines Agency (EMA).
Fitoterápicos são medicamentos obtidos empregando-se, como princípio-ativo, exclusivamente derivados de drogas vegetais. São caracterizados pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, como também pela constância de sua qualidade. Fitoterápicos são regulamentados no Brasil como medicamentos convencionais e têm que apresentar critérios similares de qualidade, segurança e eficácia requeridos pela ANVISA para todos os medicamentos.
Qual a diferença entre planta medicinal e fitoterápico?
As plantas medicinais são aquelas capazes de aliviar ou curar enfermidades e têm tradição de uso como remédio em uma população ou comunidade. Para usá-las, é preciso conhecer a planta e saber onde colhê-la e como prepará-la. Quando a planta medicinal é industrializada para se obter um medicamento, tem-se como resultado o fitoterápico. O processo de industrialização evita contaminações por microorganismos, agrotóxicos e substâncias estranhas, além de padronizar a quantidade e a forma certa que deve ser usada, permitindo uma maior segurança de uso. Os medicamentos fitoterápicos industrializados devem ser registrados no ANVISA/Ministério da Saúde antes de serem comercializados.
Principais problemas na produção de fitoterápicos
Qualidade da matéria prima vegetal, através de sua origem que pode ser do extrativismo onde terei que estudar em quais condições esta planta cresceu, ou cultivo, essa última vou saber detalhar todas as cndições de vida da planta;
Autenticidade da planta em ralação a falsificação, adulteração e substituição;
Integridade que é o ter de substâncias ativas;
Pureza onde deve-se saber que parte da planta minha amostra representa assim como não se deve ter misturas de plantas, a quantidade de material estranho, cinzas, teor de água, etc...
Padronização botânica
Identificação macroscópica
Identificação microscópica através da maceração do pó
 	Tudocomeça com a herborização fazendo a exsicata.
Espécies vegetais nativas mais registradas e respectiva indicação terapêutica
Mikania glomerata (Guaco) 14 Expectorante, broncodilatador 
Maytenus ilicifolia (Espinheira-Santa) 13 Dispepsias, coadjuvante no tratamento de úlceras gástricas
 Paullinia cupana (Guaraná) 12 Astenia, estimulante do Sistema Nervoso Central 
Cordia verbenacea 01 Antiinflamatório
Ilex paraguariensis (erva mate)
Ancanthospermum (espinho de cigano)
Erythrina velutina (mulungu)
RESOLUÇÃO-RDC No- 14, DE 31 DE MARÇO DE 2010 Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos
VI - controle de qualidade: ♦Autenticidade; ♦Pureza; ♦Integridade.
PROBLEMAS RELACIONADOS À QUALIDADE DAS MATÉRIAS-PRIMAS – Autenticidade
FALSIFICAÇÕES (adulteração grosseira): substituição de espécies morfologicamente semelhantes
SUBSTITUIÇÕES: fornecimento de espécies do mesmo gênero ou com mesma atividade farmacológica.
SOFISTICAÇÕES (falsificações finas): adição de substâncias sintéticas ou naturais de estrutura semelhante a do princípio ativo, com objetivo de “enganar” o controle de qualidade. Ex:. adição de rutina a extratos de Ginkgo biloba para “acertar” o teor de flavonóides totais; Ex:. Adição de cafeína sintética a extratos de guaraná
PROBLEMAS RELACIONADOS À QUALIDADE DAS MATÉRIAS-PRIMAS – Pureza
QUANTIDADE DE “SUBSTÂNCIAS ESTRANHAS” SUPERIOR À PERMITIDA:
Presença de plantas diferentes da solicitada;
 Partes da mesma espécie vegetal, porém não a parte usada;
Materiais estranhos.
TEOR DE CINZAS SULFATADAS SUPERIOR AO PERMITIDO:
• Cinzas fisiológicas;
	 • Cinzas não-fisiológicas (areia, terra): tratamento impróprio durante a colheita, secagem e armazenamento.
TEOR DE METAIS PESADO SUPERIOR AO PERMITIDO: Chumbo, Cádmio, Arsênio.
Limites coerentes com: - espécie botânica; 
 - características metabólicas;
 - região de origem;
 - características do solo.
TEOR DE UMIDADE ELEVADA: desenvolvimento de microorganismos, insetos, hidrólise, deteriorização dos constituintes químicos
PROBLEMAS RELACIONADOS À QUALIDADE DAS MATÉRIAS-PRIMAS – Integridade
TEOR DE COMPONENTES ATIVOS ABAIXO DO MÍNIMO PERMITIDO O teor de componentes ativos é imprescindível para a eficácia do medicamento fitoterápico; Baixos teores destas substâncias afetam a eficácia terapêutica do medicamento.

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