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Resenha do texto de Caio Prado Junior

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Rabiscos de um Brasil
Durante todo o período colonial brasileiro não pode afirmar que existiu uma indústria propriamente dita, pois este era todo voltado a monocultura para exportação, ou pequenas culturas de subsistência. Durante este período, Portugal como metrópole explorou em nossas terras o cultivo da cana de açúcar, algodão, tabaco, e, em grande escala a mineração na região de Minas Gerais.
Com uma cultura totalmente voltada a exploração, a metrópole não permitia a implantação e muito menos a expansão de qualquer atividade industrial que pudesse promover a independência de seus moradores. 
Com a expansão mineira e agrícola e a distância dos grandes centros, criou a necessidade de produção de alguns acessórios para o manejo, com isto, mesmo que em pequena escala surgem alguns profissionais autônomos, como carpinteiros, ferreiros e outros. Em alguns casos até de manufaturas, como tecido para vestuários dos locais. Na maioria das vezes, escravos mais habilidosos e mulheres da casa eram os responsáveis por esta pequena produção. Com isto, promovendo certa autonomia das regiões rurais. 
Muito comum na época, profissional autônomo, principalmente ferreiro, oferecer serviços de porta em porta, eles eram responsáveis de pôr ferraduras nos animais. Nos centros urbanos de maior importância, estes profissionais se tornaram mais numerosos, na grande maioria mulatos, considerados os mais habilidosos. Estas profissões eram organizadas por corporações, normalmente dirigidas por juízes, escrivães. Diferente do que acontecia na Europa, com uma fiscalização mais frouxa, aqui se gozava de uma certa “liberdade” profissional. 
Artesãos livres normalmente tinham ajuda de escravos, o que inibia a formação de novos profissionais, o que de certa forma prejudicava a educação dos jovens da época. Com isto era muito comum o a prática do aluguel de “escravos de serviços”, onde seus senhores os alugavam para diversos tipos de trabalhos, fazendo disto um ramo muito praticado na maioria das cidades coloniais.
Com isto pequenas indústrias indispensáveis, e outras mais voltadas a especialidades locais, começam a se espalhar pela colônia. Entre elas estão as olarias, para fabricação de telhas e tijolo cozido, que na grande maioria não era utilizado pelos colonos, que normalmente faziam casas de taipa ou adobe, que é o tijolo cru; e também as caieiras para a preparação da cal, que se tornou muito importante no estado de Santa Catarina, que exportava para outras capitanias. O Rio de Janeiro utilizava as caieiras de Paquetá para o abastecimento local.
A fabricação de cerâmica foi fortemente disseminada. Arte herdada dos indígenas, que com o contato com o branco acabavam por perder um pouco da habilidade, ficou muito forte no litoral sul baiano, Ilhéus e Porto Seguro, que forneciam pra toda a Bahia, Pernambuco e principalmente para o sertão. Isto se tornou a principal atividade dos índios da região. A ilha de Santa Catarina também ficou famosa por suas cerâmicas, principalmente as moringas que exportavam para toda a colônia. Maranhão também se apresentou com grande destaque nesta atividade, produzindo além de telhas e ladrilhos, panelas e louças.
Destacavam também os curtumes do Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro. Maranhão se especializava em couros finos. A fabricação de sabão era atividade constante em Belém no Pará e Rio Grande do Sul, enquanto Minas Gerais e São Paulo se especializavam na fabricação de chapéu de feltro, feito com lã de carneiro.
Dentre as atividades, duas adquiriam certo destaque, eram as manufaturas têxtil e do ferro, principalmente em Minas Gerais e Rio de Janeiro, na segunda metade do século XVIII. Com matéria prima abundante e um mercado local de relativa importância, estas atividades chamaram a atenção da metrópole, que logo tomou providências, mandando extinguir as manufaturas têxteis, por fazer concorrência à metrópole e tornar o povo da colônia de certa forma independente. Restando apenas as de pano grosso para vestimentas dos escravos e sacarias. Esta situação acabou se amenizando com a vinda da corte para o Brasil em 1808. A indústria de ferro também sofreu a mesma perseguição, mas o fato de ter matéria prima em abundância, a dificuldade do transporte e o alto preço, acabou crescendo apesar de grande oposição da metrópole. Esta atitude acabou mudando com a chegada da corte, o que promoveu parceria com alemães e pequena expansão na indústria de espingardas em São Paulo e Minas Gerais.
Contudo o que se passou neste período em nosso país, não foi nem vulto do que acontecia pelo mundo, principalmente na Europa, onde se deu a revolução industrial, com a ciência trabalhando para a evolução tecnológica e melhoramentos nos processos de produção. Com uma política econômica voltada unicamente para a exploração da colônia, não foi permitido e nem tampouco estimulada expansão industrial em terras tupiniquins pelos nossos colonizadores. E mesmo com a “independência” continuamos reféns da produção estrangeira. Diferente de outros países ainda mantínhamos o sistema de escravidão e a economia baseada na produção apenas de uma cultura, na época o café. O que veio retardar por longos anos o que no futuro chamaríamos de industrialização brasileira. 
					Osmar de Oliveira
Unibrasil Centro Universitário
Resenha do texto de Caio Prado Junior
Formação do Brasil Contemporâneo
Colônia
Curitiba, 9 de março de 2015.
Osmar de Oliveira
2º CVBN

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