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Causas de Extinção da Punibilidade e Prescrição

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CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE DO CRIME
Art. 107, IV CP – “Extingue-se a punibilidade: pela prescrição, decadência (art. 103 CP) ou perempção (art. 39 CPP).
Após o crime e depois de nascer a pretensão punitiva ocorre um fato, que impede o Estado de punir. O art. 107 CP é exemplificativo, não é taxativo, ele traz exemplos de extinção da punibilidade. No entanto em caso de crimes de pressuposto, elemento constitutivo, circunstância agravante ou conexos, não existe extinção da punibilidade por extensão.
Art. 108 CP - “A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.”
Pressuposto: crime que é pressuposto de outro crime.
Ex.: Furto (art. 155 CP) e receptação (art. 180 CP). O pressuposto da receptação é um crime anterior, que gerou algo que será receptado, como o furto. A extinção da punibilidade de um crime que é pressuposto de outro não se estende a ele, logo se houver extinção de punibilidade no furto a receptação não terá sua punibilidade extinta.
Elemento constitutivo: quando um crime é composto por dois crimes diferentes.
Ex.: Roubo (art. 157 CP) = furto (art. 155 CP) + lesão corporal (art. 129 CP). O crime de roubo é a fusão de dois crimes em um só, podendo ser composto de furto e lesão corporal. Se analisados separadamente, estiver extinta a punibilidade da lesão ou do furto, esta não se estenderá ao outro. 
Circunstancia agravante: crimes que juntos agravam.
Ex.: Furto com crime de dano, furto qualificado com rompimento de obstáculo. Art. 155, §4º, I CP = art. 155 CP + art. 163 CP. O art. 163 CP é uma qualificadora do art. 155 CP, mas caso ele tenha uma exclusão de punibilidade ela não se estende ao art. 155 CP.
Conexos: crimes que tem algum tipo de ligação.
Ex.: Crime de exposição a perigo (art. 132 CP) + crime para assegurar a ocultação (art. 121, §2º, V CP). Se o art. 132 CP tiver causa de extinção de punibilidade, ainda assim ele poderá ser punido pela qualificadora do art. 121, §2º, V CP.
PRESCRIÇÃO
Prescrição é o convalescimento da lesão pela inércia do Estado, impedindo-o de punir. Quando ocorre um crime, determinado bem jurídico é lesionado, e o Estado que vai reparar a lesão causada. Caso haja inércia do Estado durante determinado tempo, essa inércia irá convalescer/sanar a lesão e, portanto, o Estado será impedido de punir. 
Tipos de prescrição:
Prescrição da pretensão punitiva (PPP): se a inércia do Estado ocorre antes da sentença condenatória com trânsito em julgado.
Prescrição executória (PPE): se a inércia do Estado ocorre no momento de executar a pena, após sentença condenatória com trânsito em julgado.
Prazo prescricional do crime: vai depender da sua gravidade, que é identificada pela sua pena. Quando o crime ainda não teve a condenação com trânsito em julgado, o tempo utilizado como base para o cálculo da prescrição será o da pior hipótese de pena possível, o máximo de pena cominada, e com base nela utilizaremos a tabela de prazo de prescrição do art. 109 CP. Ex.: Furto (art. 155 CP) -> pena máxima de 4 anos -> prescrição de 8 anos.
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA (PPP)
Causas de aumento/diminuição da pena no prazo:
Roubo contra mulher grávida (agravante) -> a pena máxima continua de 10 anos, pois agravantes não podem ultrapassar o máximo ou mínimo cominado no tipo (súmula 231 STJ) -> prescrição de 16 anos.
Tentativa de roubo (causa de diminuição) (art. 157 c/c art. 14 II CP) -> pena de 10 anos -> diminui 1/3 da pena (art. 14 §1º CP) -> pena máxima de 6 anos e 8 meses -> prescrição de 12 anos.
Roubo com concurso de pessoas (causa de aumento) (art. 157 §2º II CP) -> pena de 10 anos + ½ = pena máxima de 15 anos -> prescrição de 20 anos.
Exceção: Art. 119 CP – não é considerada a causa de aumento para prescrição quando a causa de aumento for em razão do concurso de crimes. Diante de concurso formal perfeito ou crime continuado, se tratando da prescrição, não será considerado esse acréscimo, será considerada a pena máxima ou a pena aplicada isoladamente. Por ser uma regra mais benéfica, vale para o cálculo da pena máxima quando não há pena aplicada, e também para o cálculo quando já tem uma pena aplicada.
Súmula 497 STF - “Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.”
Concurso material – soma as penas, considera a pena de cada crime separadamente.
Concurso formal imperfeito – soma as penas, considera-se a pena de cada crime separadamente.
Concurso formal perfeito - exasperação das penas, causa de aumento da pena, pegando a pena mais alta ou qualquer uma delas se forem iguais e aumentando de 1/6 a 2/3.
Crime continuado - exasperação das penas, causa de aumento da pena, pegando a pena mais alta ou qualquer uma delas se forem iguais e aumentando de 1/6 a 2/3.
Ex.: 3 crimes de furto praticados em continuidade delitiva. A pena máxima de todos os 3 furtos é de 4 anos, logo realizando a exasperação aumenta-se 2/3 de 4 anos (art. 71 CP), ficando com pena máxima de 6 anos e 8 meses. A prescrição será de 12 anos. Essa regra do art. 119 CP é mais benéfica, pois considerando a pena máxima, a prescrição seria de 12 anos. Por isso o artigo estabelece que não deve ser considerado o aumento, mas cada crime isoladamente, e uma prescrição de 8 anos, portanto.
Termo inicial de contagem da PPP (Art. 111 CP): a prescrição da pretensão punitiva se inicia no momento do fato.
Art. 111 §1º CP - Crime consumado: no dia em que o crime se consumou, o que não é necessariamente o dia da ação ou omissão (tempo do crime – art. 4º CP). Ex.: A atira em B no dia 1º, mas B morre apenas dia 10. Tempo da consumação - dia 10. Tempo do crime – dia 1º.
Art. 111 §2º CP - Crime de tentativa: no dia em que cessou a atividade criminosa.
Art. 111 §3º CP - Crime permanente: no dia em que cessar a permanência do crime, pois ação e consumação se prolongam no tempo. Ex.: pretensão punitiva nasce quando acaba o sequestro.
Art. 111 §4º CP - Na bigamia (art. 235 CP) e na falsificação ou alteração de assentamento de registro civil (Art. 241, 242, 299 p. único CP): a prescrição vai começar quando o fato se tornar conhecido. De acordo com a doutrina o fato deve ser conhecido por uma autoridade que possa dar início a perseguição penal, o delegado, promotor ou o juiz. Ex.: Mulher subtraiu criança e a registrou como seu filho de outrem (art. 242 CP), com pena máxima de 6 anos. O prazo de prescrição começa a contar apenas no momento em que a mãe real foi a delegacia. O filho só foi encontrado 14 anos depois, mas ainda não estava prescrito.
Art. 111 §5º CP - Criado posteriormente: vítima de crime contra dignidade sexual de criança ou adolescente, terá a prescrição do crime contada a partir do momento em que ela faz 18 anos.
Causas de interrupção da prescrição (art. 117 CP): O prazo para de ser contado, zera e recomeça o prazo. Essas causas de interrupção são taxativas, só existem essas.
 Recebimento da denúncia ou da queixa: Se houverem os pressupostos mínimos para iniciar o processo, o juiz vai receber a denúncia/queixa. Essa decisão judicial de recebimento se chama “recebimento da denúncia/queixa”, e na data desta interrompe a prescrição.
crimes de ação penal pública - denúncia do MP
ação penal de iniciativa privada – queixa do ofendido ou representante
Pronuncia: decisão judicial de crimes dolosos contra a vida (julgados do tribunal do júri). O promotor ou o ofendido vai ao judiciário com a petição inicial da denúncia/queixa, e o juiz recebe a denúncia. No julgamento dos crimes dolosos contra a vida, feitos pelo tribunal do júri o procedimento é bifásico: há a denúncia e a pronuncia. A segunda fase vai da pronuncia ao julgamento pelo tribunal do júri. Na primeira fase as testemunhas e o réu são ouvidos, juntam as provas documentais e documentos e no final o juiz vaianalisar o processo, podendo chegar a 4 decisões:
Se houver prova do crime doloso contra a vida e indícios de autoria do acusado: decisão de pronúncia (art. 413 CPP). Somente a decisão de pronuncia interrompe a prescrição, mas na pronuncia cabe recurso.
Se não houver prova de crime ou da autoria do acusado: vai impronunciar o réu (art. 414 CPP).
Se houver prova do crime doloso contra a vida e indícios de autoria do acusado, mas o réu agiu acobertado por uma causa de exclusão da antijuridicidade ou da culpabilidade ou quando não houve fato ou está provado que ele não foi o autor: vai absolver o réu, uma absolvição sumária (art. 415 CPP).
Se houver prova do crime e indícios de autoria do acusado, mas não for doloso contra a vida: o crime é desclassificado e enviado para uma vara criminal comum (art. 418 CPP).
Decisão confirmatória de pronuncia: Se o réu recorrer, e o tribunal confirmar a pronúncia, essa decisão confirmatória de pronuncia interrompe a prescrição.
Publicação da sentença ou acordão condenatório recorrível: a sentença é dada pelo juiz de 1º grau, e a acordão é o nome da sentença dada pelo tribunal, mas ambos são decisões. Apenas uma decisão condenatória interrompe a prescrição, decisão absolutória não interrompe. Obs.: a posição majoritária coloca que só interrompe a prescrição a primeira decisão condenatória, logo, se o réu recorrer e o tribunal confirmar a condenação não será mais interrompido o prazo de prescrição. Existe uma decisão minoritária, de que em cada condenação interrompe o prazo.
A sentença condenatória com trânsito em julgado põe fim a pretensão punitiva, e inicia-se a pretensão executória.
Tipos de PPP:
Pela pena em abstrato: 
Prescreve em lapso de tempo antes da SCTJ, com base na pena máxima cominada
Ex.: O furto tem pena máxima de 4 anos (prescreve em 8 anos). Houve um furto em 2009 e hoje o inquérito ainda está entre a delegacia e a central de inquérito. Em 2018 não poderá mais ser feita a denúncia, pois houve prescrição da pretensão punitiva (mais de 8 anos entre o fato e o recebimento da denúncia). 
Ex.: Houve um furto em 2009. Entre o fato e recebimento da denúncia passou-se 1 mês. O juiz só condenou em 2018, portanto, houve prescrição da pretensão punitiva pela pena em abstrato, entre o recebimento da denúncia e a 1ª sentença condenatória. 
Retroativa: 
Se tiver prescrição pela nova pena transitando em julgado para acusação, será prescrição da pretensão punitiva retroativa. Em todos os intervalos pode se contar o prazo prescricional pela pena em abstrato (art. 109 CP), mas depois da primeira condenação já há uma pena. A jurisprudência brasileira coloca que a pena confirmada pelo tribunal é a que vale para prescrição, então terá que ser recontado para ver se há prescrição conforme a pena certa. Em 2010 o art. 110 §1º CP foi modificado, declarando que a prescrição retroativa jamais poderá ser reconhecida entre o fato e a denúncia/queixa. 
Ex.: furto em 2009. Entre o fato/recebimento da denúncia passaram-se 3 anos. Entre recebimento da denúncia/publicação da sentença se passaram 5 anos. O réu teve uma condenação recorrível a uma pena de 2 anos. Houve um recurso, e 1 ano depois o tribunal confirmou a pena de 2 anos. A prescrição é de 8 anos pela pena em abstrato. Não houve prescrição da pretensão punitiva pela pena em abstrato, mas com base na pena certa do fato, de 2 anos (prescrição de 4 anos), houve prescrição da pretensão punitiva retroativa entre o recebimento da denúncia e a publicação da sentença.
Intercorrente/subsequente/superveniente:
Caso após julgado o recurso, haja uma prescrição entre o trânsito em julgado para defesa/acusação e a SCTJ, será esta uma prescrição da pretensão punitiva intercorrente. Se o réu foi condenado, o MP ou a defesa podem recorrer. Se o MP recorrer, o tribunal pode aumentar a pena, então não poderá ser reconhecida a prescrição retroativa até o final do julgamento. Mas se só a defesa recorre, transita em julgado para acusação, logo a pena não pode ser aumentada, apenas diminuída. É proibida no Brasil a reformatio in pejus (reforma para pior - art. 617 CPP). 
Ex.: Caso tenha demorado 5 anos para julgar o recurso do MP, e seja julgado improvido, mantendo a pena de 2 anos (prescrição - 4 anos), haverá uma prescrição da pretensão punitiva intercorrente/subsequente/superveniente: com base na pena aplicada.
Ex.: Se a defesa recorre a sentença do juiz de 2 anos, e demoram 5 anos para o tribunal julgar o recurso, entre a condenação e o trânsito em julgado já passou o tempo de prescrição. O recurso não será nem conhecido, pois não há requisito para julgar o mérito. Há prescrição com base na pior pena, no intervalo da sentença/acórdão condenatório recorrível e SCTJ, uma prescrição da pretensão punitiva intercorrente (art. 110 §1º CP - a prescrição, depois do trânsito em julgado para acusação, regula-se pela pena aplicada). 
Obs¹.: Se a sentença é alcançada pela prescrição retroativa ou pela prescrição intercorrente, não produz efeitos penais ou civis, pois prescreveu antes do trânsito em julgado, logo se este réu foi condenado por outro crime será considerado réu primário (não há reincidência).
Obs².: Em regra, a prescrição da pretensão punitiva antes do trânsito em julgado se regula pela pena máxima cominada (art. 109 CP), exceto quando transita em julgado para acusação ou quando é improvido seu recurso (art. 110 §1º CP). 
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA (PPE)
Depois da SCTJ o Estado quer executar a pena. Se ainda não tiver prescrição da pretensão punitiva, o Estado tem a pretensão executória. 
Prazo da PPE: tem o mesmo prazo da PPP (art. 109 CP), mas se o condenado for reincidente o prazo prescricional é aumentado de 1/3. (art. 110 caput CP)
Termo inicial da PPE: no dia em que transita em julgado a sentença condenatória para acusação, a prescrição da pretensão executória começa a correr, para beneficiar o réu (art. 112, I CP). Mesmo que a defesa recorra a sentença da pena, o prazo começa a ser contado, antes da SCTJ.
Ex.: Um furto com condenação de 2 anos (prescrição de 4 anos). Se saiu a sentença, o MP não recorreu (transitou em julgado para acusação), em 2 anos teve a SCTJ e passaram-se mais 2 anos sem o condenado ser preso, estará extinta a punibilidade pela prescrição da pretensão executória, porque o Estado não agiu.
Causa de interrupção da PPE: Pelo início (quando o condenado é preso) ou continuação do cumprimento da pena (art. 117 V CP) - o Estado está satisfazendo sua pretensão executória, logo a prescrição para de ser contada até o final do cumprimento da pena (art. 117 §2º CP).
Novo termo inicial da PPE: no dia da fuga, dia em que há a interrupção da execução da pena (art. 112 II CP). A prescrição que será retomada após a fuga será o tempo que resta cumprir da pena (art. 113 CP).
Interrupção da execução:
Fuga: começa a contar prescrição
Superveniência de doença mental (art. 41 CP): hospital de tratamento e custódia (o tempo de internação é descontado na pena – art. 42 CP). Não começa a contar prescrição.
Ex.: Se passaram 6 meses do trânsito julgado para acusação até SCTJ. O condenado é preso 6 meses depois, e há a interrupção da prescrição. Mas após 1 ano e 6 meses preso, ele foge da cadeia, então volta a ser contado o prazo para o Estado prendê-lo novamente, para executar a pena. Se faltam 6 meses de pena a serem cumpridos, tendo 3 anos de prazo de prescrição. Se ele for preso novamente, a prescrição é interrompida novamente.
Reincidência: A PPE, ocorre depois da SCTJ, então a sentença continua gerando efeito de reincidência. Os 5 anos da reincidência será contado a partir da prescrição (causa de extinção da punibilidade).
Pena restritiva de direitos (art. 109 p. único CP): o prazo é igual ao prazo das penas privativas de liberdade. Se a pessoa não cumpre desde o início a pena restritiva de direitos, o estado tem o prazo da prescrição para faze-la cumprir. Mas quando há o descumprimento injustificado da pena restritiva de direitos, vai haver a conversão da pena restritiva em pena privativa,mas descontando o prazo já cumprido (art. 44 §4º CP). Ex.: condenado a 2 anos, caso o condenado não cumpra a pena restritiva de direitos, o Estado terá até 4 anos para fazê-lo cumprir. Mas se o réu já tivesse cumprido 1 ano e ½ de prestação de serviço à comunidade e depois praticou o descumprimento injustificado, ele terá que cumprir 6 meses de pena privativa (prescrição de 3 anos).
SURSI: na audiência admonitória, começa a contar o período de prova. Se o SURSI for revogado a pena terá que ser cumprida por inteiro, e a prescrição da pretensão executória se inicia a partir deste dia (art. 112 I CP).
Livramento condicional: se for revogado, o réu vai preso, e começa a ser contada a prescrição, mas apenas pelo tempo que resta da pena (art. 112 I CP). No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena (art. 113 CP), ou seja, não desconta o período de prova.
Prescrição da pena de multa (art. 114 CP):
Multa como única pena cominada (contravenção penal) ou aplicada: prescrição de 2 anos 
Multa alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada: prazo da prescrição da pena privativa de liberdade.
As penas mais leves prescrevem com as mais graves (art. 118 CP), o que corrobora com o art. 114 II: se aplicada junto com a pena privativa de liberdade, a pena de multa prescreve no mesmo prazo que essa.
 
Obs. Importante: todos os prazos prescricionais são reduzidos de metade se o réu tiver entre 18 e 21 na data do fato ou mais de 70 na data da sentença (art. 115 CP). Se o réu fizer 70 anos antes da sentença já pode ser aplicada o prazo de prescrição pela metade. 
 
Causas de suspensão da PPP (art. 116 CP): a prescrição para de contar, e quando recomeça a contar, volta para o momento em que parou. 
Questão prejudicial: enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime. Ex.: bigamia – se o réu declara que o casamento anterior é nulo, sua validade será analisada para verificar a existência do crime.
Enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.
Causas de suspensão da PPP fora do CP: 
Art. 53 CF – imunidade dos deputados e senadores. §5º - a sustação do processo interrompe a prescrição enquanto durar o mandato. 
Art. 89, §6º da lei 9.099 - suspensão condicional do processo: nos crimes cuja pena mínima for até 1 ano (crimes de médio potencial ofensivo), depois de oferecer a denúncia, o MP pode propor para o réu a suspensão do processo durante um período de prova de 2 a 4 anos, ficando suspensa a prescrição durante esse período. 
Art. 366 CPP – Se o réu é citado por edital e não comparece a audiência, o processo fica suspenso, assim como a prescrição.
Art. 368 CPP – se o réu que deve ser citado estiver no exterior é enviada uma carta rogatória. A carta rogatória suspende a pretensão da prescrição punitiva. 
Causas de suspensão da PPE (art. 116 p. único CP): quando o réu estiver cumprindo pena de outro crime é suspenso o prazo da prescrição do novo crime.
 
Reincidência é uma causa de interrupção da prescrição (art. 117 VI CP): quando a pessoa pratica um novo crime e é reincidente, a contagem da prescrição do 1º crime é interrompida e recomeça a contagem.
Ex.: Transitou em julgado para acusação em 2010, com uma pena de 1 ano (prescrição de 4 anos). A pessoa poderá ser presa até 2014. Se o réu pratica um novo crime em 2012, ele será reincidente, pois praticou um novo crime depois do trânsito em julgado da sentença condenatória. Quando ele pratica o novo crime e é reincidente, interrompe a prescrição da pretensão executória e começa a contar novamente 4 anos de prescrição. A reincidência se dá na data em que o novo crime foi praticado, quando haverá uma interrupção na prescrição apenas cautelar, que só será confirmada com a sentença condenatória do novo crime.
 
Interrupção no concurso de pessoas: no caso de concurso de pessoas, tirando o cumprimento de pena e reincidência, o que interrompe para um, interrompe para o outro. As causas de interrupção da prescrição se comunicam.
Ex.: João e Maria praticam em 2012, em coautoria, o crime de constrangimento ilegal (art. 146 CP), de menor potencial ofensivo. Em 2014 vai haver o recebimento da denúncia e em 2016 o juiz dá a sentença, que condena o João a pena de 6 meses e absolve Maria. O MP pede recurso pela condenação de Maria, e em 2017 o tribunal condena ela a 6 meses. Não haverá PPP retroativa do recebimento da denúncia até o julgamento, pois o que interrompe para um, interrompe para o outro. 
 
Art. 120 CP – a sentença do perdão judicial não é considerada para reincidência. (art. 107, IX - perdão judicial = extinção da punibilidade). A súmula 18 do STJ coloca que a sentença do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.
 
Crimes imprescritíveis (art. 5º XLII e XLIV CF/88): crimes que nunca prescrevem, o Estado sempre poderá punir e executar a pena.
XLI – crime de racismo: descritos na lei 7.716/89 (Obs.: injuria preconceituosa prescreve).
XLIV - ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (não possui aplicabilidade, pois não há lei que defina essa categoria).

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