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LAPAROTOMIAS Princípios fundamentais: (1) Indicação cirúrgica bem definida; (2) Anti-sepsia rigorosa; (3) Localizar-se o mais próximo possível do objetivo a ser operado; (4) Possuir dimensão adequada ao ato cirúrgico; (5) Permitir boa exploração da cavidade abdominal; (6) Permitir um acesso rápido às estruturas abdominais; (7) Respeitar os planos anatômicos; (8) Evitar seccionar músculos e nervos; (9) Permitir prolongamento quando necessário; (10) Evitar a associação de incisões; (11) Obedecer às linhas de força da pele; (12) Não ser afunilada; (13) Permitir um fechamento rápido e seguro. Direções das laparotomias: Mediana; paramediana pararretal interna e externa, esq. ou direita; transrretal; laparotomia médio-lateral supra, para ou infra-umbilical. Irrigação e inervação da parede abdominal: aa. epigásticas sup. e inf.; intercostais inf.; circunflexas ilíacas e lombares. Nervos: intercostais, do 7° ao 11° e iílio-hipogástrico e ílio-inguinal. Laparotomia mediana: (1) Paciente em decúbito dorsal, e anestesiado; (2) Tricotomia, se necessário, anti-sepsia e colocação de campos estéreis; (3) Incisão: longitudinal na pele, tela subcutânea (tec. adiposo, fáscias de Camper e de Scarpa); (4) Hemostasia dos vasos – pinçamento e cauterização; (5) Abertura da linha alba, fáscia transversallis e peritônio; (6) Confirmação do diagnóstico pré-operatório e exploração sistematizada da cavidade abdominal; (7) Realização do procedimento cirúrgico planejado; (8) Revisão rigorosa da cavidade: hemostasia e corpos estranhos; (9) Síntese por planos: linha alba e peritônio: pontos contínuos com fio não absorvível como o nylon, ou polipropileno (prolene); tela subcutânea: pontos separados com categute simples 2-0 ou 3-0; pele: sutura intradérmica com nylon 4-0, (inabsorvível) ou vicryl ou dexon (absorvíveis). (10) Curativo simples. Laparotomia paramediana pararetal medial – LENNANDER: (1) Paciente em decúbito dorsal, e anestesiado; (2) Tricotomia, se necessário, anti-sepsia e colocação de campos estéreis; (3) Incisão longitudinal de pele e subcutâneo, distando cerca de 2cm da linha alba, à direita ou à esquerda. (4) Hemostasia dos vasos – pinçamento e cauterização; (5) Abertura da lâmina anterior da bainha do m. reto do abdome; (6) Dissecção da bainha, separando-a das fibras musculares, liberando a borda medial do reto; (7) Dissecção da lâmina posterior da bainha do reto. (8) Pinçamento e abertura da lâmina post. da bainha do reto, junto à fáscia transversallis e ao peritônio; (9) Confirmação do diagnóstico pré-operatório e exploração sistematizada da cavidade abdominal; (10) Realização do procedimento cirúrgico planejado; (11) Revisão rigorosa da cavidade: hemostasia e corpos estranhos; (12) Síntese por planos: lamina e peritônio: pontos contínuos ou separados com fio não absorvível como o nylon, ou polipropileno (prolene) ou fio de absorção lenta; lâmina ant: igual a post; tela subcutânea: pontos separados com categute simples 2-0 ou 3-0; pele: sutura intradérmica com nylon 4-0, (inabsorvível) ou vicryl ou dexon (absorvíveis). (13) Curativo simples. Incisão subcostal: oblíqua – KOCHER Permite acesso à dir. às vias biliares e à esq. ao baço, porém desnerva a parede abdominal. (1) Paciente em decúbito dorsal, e anestesiado; (2) Tricotomia, se necessário, anti-sepsia e colocação de campos estéreis; (3) Incisão de pele tela subcutânea, com cerca de 10cm de extensão, cerca de 2 dedos transversos abaixo do rebordo condrocostal, iniciando- se no processo xifóide e terminando no flanco; (4) Hemostasia dos vasos – pinçamento e cauterização; (5) Secção da lâmina ant. da bainha do reto, do m. reto do abdome e da lâmina post. da bainha do reto. (6) Abertura do plano aponeurótico formado pelos mm. Oblíquo externo, oblíquo interno e transverso. (7) Abertura da fáscia transversallis e do peritônio; (8) Confirmação do diagnóstico pré-operatório e exploração sistematizada da cavidade abdominal; (9) Realização do procedimento cirúrgico planejado; (10) Revisão rigorosa da cavidade: hemostasia e corpos estranhos; (11) Síntese por planos: peritônio: pontos contínuos com fio de absorção lenta; plano musc-aponeurótico (tranverso e OI): pts contínuo ou separado com fio de abs lenta; lâmina post e ant: =; plano musc-aponeurótico (OE):=; tela subcutânea: pontos separados com categute simples 2-0 ou 3-0; pele: sutura intradérmica com nylon 4-0, (inabsorvível) ou vicryl ou dexon (absorvíveis). (12) Curativo simples. Incisão de PFANNENSTIEL É indicada para operação cesariana ou procedimentos no útero e anexos. Não pode ser prolongada. (1) Paciente em decúbito dorsal, e anestesiado; (2) Tricotomia, se necessário, anti-sepsia e colocação de campos estéreis; (3) Incisão da pele e subcutâneo em forma de arco 1 a 2 dedos acima da sínfise púbica,se estendendo até a linha semilunar de Spiegel. (4) Incisão das lâminas anteriores da bainha do reto do abdome; (5) Hemostasia dos vasos – pinçamento e cauterização; (6) Descolamento da parte superior das lâminas anteriores da bainha do reto até próximo à cicatriz umbilical; (7) Abertura longitudinal da linha alba até próximo ao umbigo; (8) Abertura da fáscia transversallis e do peritônio; (9) Realização do procedimento cirúrgico planejado; (10) Revisão rigorosa da cavidade: hemostasia e corpos estranhos; (11) Síntese por planos: peritônio: pontos contínuos com fio de abs lenta; musc retos, por aproximação da linha média, ponto U com fio de longa abs; plano aponeurótico: sutura contínua, fio abs lenta; tela subcutânea: pontos separados com categute simples 2-0 ou 3-0; pele: sutura intradérmica com nylon 4-0, (inabsorvível) ou vicryl ou dexon (absorvíveis). (12) Curativo simples. Incisão paramediana tansretal - JABOULAY Considerada má via de acesso porque desnerva a metade medial do m. reto. (1) Paciente em decúbito dorsal, e anestesiado; (2) Tricotomia, se necessário, anti-sepsia e colocação de campos estéreis; (3) Incisão longitudinal de pele e subcutâneo, distando cerca de 2cm da linha alba, à direita ou à esquerda. (4) Hemostasia dos vasos – pinçamento e cauterização; (5) Abertura da lâmina anterior da bainha do m. reto do abdome; (6) Divulsão das fibras do reto do abdome longitudinalmente; (7) Abertura da lâmina post. da bainha do reto, junto à fáscia transversallis e ao peritônio; (8) Confirmação do diagnóstico pré-operatório e exploração sistematizada da cavidade abdominal; (9) Realização do procedimento cirúrgico planejado; (10) Revisão rigorosa da cavidade: hemostasia e corpos estranhos; (11) Síntese por planos: linha alba e peritônio: pontos contínuos com fio não absorvível como o nylon, ou polipropileno (prolene); tela subcutânea: pontos separados com categute simples 2-0 ou 3-0; pele: sutura intradérmica com nylon 4-0, (inabsorvível) ou vicryl ou dexon (absorvíveis). (12) Curativo simples. Incisão médio-lateral infra-umbilical - JALAGUIER Tem como vantagem a possibilidade de ser ampliada superior ou inferiormente, porém causa desnervação da parede ântero-lateral do reto do abdome devido a secção dos nervos intercostais. Complicações comuns a todas as laparotomias: (1) Complicações anestésicas; (2) Tromboembolismo; (3) Hemorragia; (4) Deiscência da ferida cirúrgica; (5) Infecção: Formação de abscesso: secreção purulenta na via de acesso. Há calor, dor, rubor e edema. (6) Hematoma: Acúmulo de sangue abaixo da pele, nos planos de dissecção ou divulsão tecidual. Pele arroxeada, com tumefação e dor local. Prevenção: hemostasia, antes da síntese. Peq.: calor sobre a pele. Gdes.: ordenha do hematoma após retirada de alguns pontos. (7) Seroma: Acúmulo de líquido semelhante ao plasma em espaços residuais. Aspiração com seringa. (8) Evisceração: Saída de vísceras do abdome para o meio externo por deiscência completa de todosos planos anatômicos, inclusive pele. Pacientes desnutridos ou tossidores crônicos. (9) Hérnia incisional: Eventração: Mau fechamento e infecção da parede abdominal; (10) Aderências: Ocorre normalmente durante o processo de cicatrização. __________________________________________________________ APENDICECTOMIAS: Indicação: Processos inflamatórios agudos do apêndice; Incisão de ELLIOT-BABCOCK - Apendicectomia Usada principalmente para apendicectomia, com a vantagem de poder ser ampliada, tanto lateral qto medialmente. (1) Paciente em decúbito dorsal, e anestesiado; (2) Tricotomia, se necessário, anti-sepsia e colocação de campos estéreis; (3) Incisão transversa de pele e tela subcutânea, iniciando-se a 1cm medialmente à linha semilunar de Spiegel = borda lateral do reto do abdome, terminando lateralmente, na união dos 2/3 mediais com o 1/3 lateral de uma linha imaginária que une a cicatriz umbilical à crista ilíaca ântero-superior direita; (4) Secção da aponeurose do m. oblíquo externo; (5) Divulsão das fibras dos mm. oblíquo interno e transverso; (6) Secção transversa da fáscia transversallis e do peritônio (7) Identificação do apêndice, se preciso seguindo as tênias do colo (mesocólica, omental e livre); (8) Exposição do mesoapêndice, ligadura cranial e caudal do mesmo, seguida de secção, juntamente com a a. apendicular; (9) Ligadura à base do apêndice. Feitura de uma bolsa no ceco: sutura em torno da base do apêndice, com fio absorvível, a 1,5cm da base. Traciono o apêndice e secciono. (10) Sepultamento do coto apendicular e fechamento da bolsa seromuscular. (11) Revisão da hemostasia e limpeza da região operada. Drenagem contra-incisional da cavidade peritoneal em caso de apendicite abscedada. (12) Síntese por planos: peritônio: sutura contínua com fio e absorção lenta: vicryl ou categute; m. transverso: pontos separados ou sutura contínua com fio de absorção lenta: vicryl ou categute cromado; mm. oblíquo interno e externo: idem; tela subcutânea: pontos separados com categute simples; pele: pontos simples ou intradérmico com nylon 4-0, vicryl ou dexon. Incisão de McBURNEY - Apendicectomia Exclusiva para apendicectomia e não permite o prolongamento. (1) Paciente em decúbito dorsal, e anestesiado; (2) Tricotomia, se necessário, anti-sepsia e colocação de campos estéreis; (3) Incisão de pele e subcutâneo de 5-8cm, direcionada perpendicular e inferiormente a partir do ponto de McBurney que se localiza na união dos 2/3 mediais com o 1/3 lateral de uma linha imaginária que une a cicatriz umbilical à espinha ilíaca ântero-superior direita; (4) Hemostasia dos vasos – pinçamento e cauterização; (5) Incisão da aponeurose do m. oblíquo externo, acompanhando a direção das suas fibras. (6) Divulsão das fibras dos mm. oblíquo interno e transverso; (7) Abertura da fáscia transversallis e do peritônio na mesma direção. (8) Identificação do apêndice, se preciso seguindo as tênias do colo; (9) Exposição do mesoapêndice, ligadura cranial e caudal do mesmo, seguida de secção, juntamente com a a. apendicular; (10) Ligadura à base do apêndice. Feitura de uma bolsa no ceco: sutura seromuscular em torno da base do apêndice, com fio absorvível, a 1,5cm da base. Traciono o apêndice e secciono. (11) Sepultamento do coto apendicular e fechamento da bolsa seromuscular. (12) Revisão da hemostasia e limpeza da região operada. Drenagem contra-incisional da cavidade peritoneal em caso de apendicite abscedada. (13) Síntese por planos: peritônio: sutura contínua com fio de absorção lenta: vicryl ou categute; m. transverso: pontos separados ou sutura contínua com fio de absorção lenta: vicryl ou categute cromado; mm. oblíquo interno e externo: idem; tela subcutânea: pontos separados com categute simples; pele: pontos simples ou intradérmico com nylon 4-0, vicryl ou dexon. Incisão de DAVIS – Apendicectomia (1) Paciente em decúbito dorsal, e anestesiado; (2) Tricotomia, se necessário, anti-sepsia e colocação de campos estéreis; (3) Incisão transversa da pele, tela subcutânea (tec. adiposo e Fáscias de Camper e de Scarpa), sobre uma linha imaginária que une a espinha ilíaca ântero- superior direita à esquerda, iniciando a 2cm da borda lateral direita do m. reto abdominal, medialmente, e terminando a 2cm da espinha ilíaca ântero-superior direita, lateralmente. (4) Incisão transversa da aponeurose do m. oblíquo externo e do folheto anterior da aponeurose do m. reto do abdome direito. (5) Divulsão das fibras do m. oblíquo interno e do m. transverso; (6) Afastamento medial do m. reto do abdome, expondo a fáscia transversalis. (7) Abertura transversa da fáscia transversalis e do peritônio. (8) Identificação do apêndice, se preciso seguindo as tênias do colo; (9), (10), (11), (12) e (13): idem. Apendicectomia por videolaparoscopia: (1) Paciente em decúbito dorsal, e anestesiado; (2) São utilizados três portais de acesso: um localizado na cicatriz umbilical para a ótica e dois na fosse ilíaca esquerda, um no flanco e outro na fosse ilíaca esquerda. (3) A pinça da fosse ilíaca esquerda apreende a base do apêndice, enquanto a pinça do flando esquerdo, transfixa o mesoapêndice, o qual contêm a artéria apendicular. (4) Faz-se a ligadura do conjunto mesoapêndice-artéria apendicular com endogrampeador linear, clipagem ou cauterização. (5) Ligadura da base do apêndice com endogrampeador linear. (6) Retira-se a apêndice pelo portal umbilical, com o auxíliio de um saco plástico para evitar a contaminação abdominal. - Complicações: lesões vasculares: mais comuns e mais graves. Enfizema cutâneo por extravasamento de gás na parede abdominal. Compressão da veia cava inferior, dificultando o retorno venoso. - Complicações específicas: (1) Infecção: principalmente nas formas abscedada, perfurada e gangrenosa; (2) Íleo paralítico: distenção abdominal, parada de eliminação de fezes e flatos; (3) Obstrução intestinal: devido a aderências ou abscessos intraperitoneais; (4) Fístula cecal: devido à deiscência do coto apendicular ou necrose isquêmica; (5) Coto apendicular supurado: principalmente em cotos não sepultados. ________________________________________________________ HERNIOPLASTIAS: - A região inguinal é a parte ínfero-lateral da parede do abdome. Delimitada superiormente por uma linha imaginária que une as espinhas ilíacas ântero-superiores direita e esquerda, inferiormente pela prega cutânea medial da coxa e medialmente pela borda lateral do m. reto do abdome. A região inguinal contêm o canal inguinal por onde passa o funículo espermático no homem e o ligamento redondo, na mulher. A parede anterior desse canal é formada pela aponeurose de inserção do m. oblíquo externo, que se espessa inferiormente para formar o ligamento inguinal. A parede posterior é formada pelo m. transverso do abdome, sendo limitado superiormente pelo orifício miopectíneo de Fruchaud e inferiormente pelo ligamento de Thomson. Toas as hérnias inguinais estão localizadas entre a arco do m. transverso superiormente e o trato ílio-púbico inferiormente, sendo este um conjunto de fibras aponeuróticas do m. transverso que se contra em sentido paralelo, posterior e cefálico em relação ao ligamento inguinal. - A hernioplastia tem como objetivo corrigir a protrusão herniária e reforçar a parede da região inguino-femoral onde ocorreu o defeito anatômico ou estrutural. Tal defeito ocorre principalmente no orifício miopectíneo de Fruchaud ou trígono inguinal (que pertence à parede posterior do canal inguinal), que incorpora todas as áreas de fraqueza da parede abdominal na região inguino-femoral. Esse espaço é limitado pela aponeurose do m. transverso superiormente, pelo m. ílio-psoas lateral e caudalmente, e pelo ligamento inguinal ou de Poupart, medial e caudalmente, sendo que este espaço é dividido quase ao meio poruma projeção do ligamento inguinal, que separa as regiões inguinal e femoral. Acima do lig. Inguinal, as hérnias são divididas pelos vãos epigástricos inferiores e abaixo, a área de fraqueza ocorre principalmente medialmente, no canal femoral, já que lateralmente há os vasos femorais. - Pontos fracos naturais: Linha alba, umbigo, região inguinal (fossetas lateral – anel inguinal profundo –, média e medial), anel femoral, trígono lombar superior (de Grynfelt), trígono lombar inferior (de Petit). - Pontos fracos adquiridos: traumas, cicatrizes de laparotomias, paralisia muscular por doença ou lesão do nervo motor. - Fatores predisponentes: doenças respiratórias (enfisema e bronquite crônica), constipação intestinal, doença prostática, gravidez e obesidade. - Indicações: hérnia diagnosticada é hérnia operada, principalmente uma hérnia estrangulada. - Complicações: Comuns à qualquer laparotomia, como infecção, principalmente quando utilizada alguma prótese, ocorrendo habitualmente a eliminação da mesma, recidiva da hérnia. Hérnia inguinal: é aquela na qual a protrusão da estrutura herniada ocorre na parede posterior do canal inguinal (PPCI), sendo através do anel inguinal profundo, ou por enfraquecimento na fosseta média. O trajeto da estrutura anatômica herniada ocorre no interior do conduto peritônio-vaginal não obliterado. - Hérnia inguinal indireta: quando a protrusão herniária ocorre lateralmente aos vasos epigástricos inferiores, na fosseta lateral e através do anel inguinal profundo. - Hérnia inguinal direta: quando a protrusão herniária ocorre medialmente aos vasos epigástricos inferiores, na fosseta média. Neste caso o conteúdo herniado não está envolvido pela fáscia espermática (o que ocorre na hérnia inguinal indireta), mas sim pela fáscia transversalis, que se encontra abaulada pra dentro do canal inguinal. Esse abaulamento tem trajeto perpendicular ao do funículo espermático inicialmente, podendo se tornar paralelo à medida que a hérnia progride pra dentro do canal inguinal,em direção ao anel inguinal superficial. Hérnia femoral: protrusão herniária entre o ligamento inguinal e a pelve óssea, podendo ser no hiato safeno. O tipo mais comum é aquela hérnia localizada medialmente à veia femoral e lateralmente à borda medial do anel femoral. Classificação de Nyhus: Hérnias tipo (I): Hérnia inguinal indireta, com anel inguinal profundo normal; (II): Hérnia inguinal indireta, com anel inguinal profundo alterado, mas com PPCI sem alterações; (III): a) Hérnia inguinal direta; b) Hérnia inguinal indireta, com anel inguinal profundo dilatado e presença de alterações na PPCI; c) Hérnia femoral; (IV): Hérnias recorrentes: a) Hérnia direta; b) Hérnia indireta; c) Hérnia femoral; d) Hérnias combinadas. Técnica de BASSINI Consiste em se corrigir a hérnia inguinal através da reaproximação e sutura de estruturas músculo-aponeuróticas deiscentes e enfraquecidas, reconstituindo de maneira anátomo-funcional a região inguinal. Aproximação com sutura em tripla camada do músculo oblíquo interno (MOI), do arco aponeurótico do músculo transverso e da fáscia transversalis ao trato ilio-púbico (lig. de Thomson) e ligamento inguinal com pontos separados de nylon por trás do cordão inguinal. Há recidiva de cerca de 15%. Técnica de MARCY Hérnia inguinal indireta com anel inguinal profundo normal ou dilatado (alterado), mas sem alteração na PPCI. - Indicação: lactentes e crianças com anéis dilatados, pacientes jovens com PPCI preservada ou pacientes idosos com hérnias inguinais indiretas grandes. - Pode ser realizada por via transabdominal, pré-peritoneal ou inguinal. Caracteriza-se pelo fechamento do anel inguinal profundo com estruturas pertencentes exclusivamente à PPCI, ou seja, arco do m. transverso do abdome e o trato ílio-púbico. Dessa forma preserva a mobilidade e a função protetora do anel profundo. (1) Incisão de pele e tela subcutânea (tec. adiposo e fáscias de Camper e Scarpa), com cerca de 7cm de extensão, paralela ao canal inguinal, sendo cerca de 2 cm acima deste; (2) Abertura da aponeurose do m. oblíquo externo do abdome na direção de suas fibras e reparo dos folhetos criados; (3) Identificação dos elementos anatômicos: cordão inguinal, nervo ílio-hipogástrico, nervo ílio-inguinal e m. oblíquo intreno; (4) Dissecção e reparo do nervo ílio-inguinal; (5) Dissecção do cordão inguinal por meio de sua liberação da PPCI; (6) Exposição do anel inguinal profundo; (7) Identificação e dissecção do saco herniário (SH), liberando as bordas do saco herniário do anel inguinal profundo; (8) Ligadura do colo do SH, e ressecção opcional do excedente; (9) Identificação e reparo das margens do anel inguinal profundo (AIP), formado medialmente pelo arco aponeurótico do m. transverso e lateralmente pelo trato ílio-púbico; (10) Fechamento do AIP: total na mulher e parcial no homem, com pontos separados com fio não absorvível 2-0 ou 3-0 (nylon ou polipropileno), unindo o trato ílio-púbico ao arco aponeurótico do m. transverso, não estrangulando os elementos do funículo espermático: a pinça hemostática entreaberta deve ser introduzida com folga no anel já suturado; (11) Síntese da aponeurose do m. oblíquo externo com fio não-absorvível 2-0 ou 3-0 (nylon ou polipropileno) ou com ácido poliglicólico (dexon) ou poligractina (vicryl), devendo o nervo ílio-inguinal ficar posicionado no seu sítio anatômico normal, ou seja, dentro do canal inguinal. (12) Síntese por planos: Tela subcutânea com pontos separados usando o categute simples; pele: sutura intradérmica com naylon ou vicril 4-0 ou dexon. (13) Curativo simples. Técnica com o trato ílio-púbico: poderá ser feito um reforço na PPCI naqueles pacientes onde esta parede se encontrar enfraquecida ou atenuada. - Sutura do arco aponeurótico do m. transverso ao trato ílio-púbico com pontos separados ou sutura contínua com fio inabsorvível (polipropileno ou nylon), desde o limite inferior do anel inguinal profundo até o tubérculo púbico. Técnica de SHOULDICE Usada em hérnias diretas, indiretas e com anel inguinal profundo dilatado e com alterações na PPCI. Geralmente a anestesia usada é local. Apresenta taxa de recidiva de apenas 1%para hérnias primárias e de 2 a 4% para hérnias recidivadas. 1) Incisão de pele e tela subcutânea (tec. adiposo e fáscias de Camper e Scarpa), com cerca de 7cm de extensão, paralela ao canal inguinal, sendo cerca de 2 cm acima deste; (2) Abertura da aponeurose do m. oblíquo externo do abdome na direção de suas fibras e reparo dos folhetos criados; (3) Identificação dos elementos anatômicos: cordão inguinal, nervo ílio-hipogástrico, nervo ílio-inguinal e m. oblíquo interno; (4) Dissecção e reparo do nervo ílio-inguinal; (5) Dissecção do cordão inguinal por meio de sua liberação da PPCI; (6) Exposição do anel inguinal profundo; (7) Identificação e dissecção do saco herniário (SH), liberando as bordas do saco herniário do anel inguinal profundo; (8) Ligadura do colo do SH, e ressecção opcional do excedente; (8) Identificação do tipo de hérnia; (9) Abertura da PPCI desde o anel inguinal profundo até o tubérculo púbico, expondo o tecido adiposo pré- peritoneal, formando dois folhetos: um súpero-medial e outro ínfero- lateral que serão utilizados para o reforço; (10) Investigação, por visão direta e palpação, da presença de hérnia femoral; (11) PRIMEIRO PLANO: Sutura contínua com polipropileno ou nylon 2-0, unindo a borda livre do folheto ínfero-lateral à face posterior do folheto súpero-medial e iniciada o mais próximo possível do tubérculo púbico (tomando cuidado com o periósteo do púbis: periostite e dor) e terminando no anel inguinal profundo, devendo este ser calibrado para evitar o estrangulamento, no homem, do funículo espermático, ou seja, ao fim da sutura do anel, deve ser possívelcolocar uma pinça hemostática entreaberta com folga dentro do anel. (12) SEGUNDO PLANO: Sutura contínua com o mesmo fio utilizado no primeiro plano, começando no anel inguinal profundo e terminando no tubérculo púbico, unindo a borda livre do folheto súpero- medial ao ligamento inguinal, sendo que ao final, deve-se amarrar o fio ao coto que sobrou da sutura do primeiro plano, devendo novamente atentar para que não haja o estrangulamento do funículo espermático. (13) TERCEIRO PLANO: Sutura contínua para reforçar o segundo plano e eliminar o espaço morto, utilizando um novo fio, igual ao anterior, iniciando no anel inguinal profundo até o tubérculo púbico, unindo as bordas livres dos mm. oblíquo interno e transverso ao ligamento inguinal. Cuidado com funículo espermático e com o periósteo. (14) QUARTO PLANO: Opcional: utilizando o mesmo fio empregado no terceiro plano, faz-se uma sutura contínua desde o tubérculo púbico até o anel inguinal, unindo a face anterior do m. oblíquo interno ao ligamento inguinal. (15) Posicionamento do cordão inguinal e do nervo ílio-inguinal dentro do canal inguinal; (16) Síntese da aponeurose do m. oblíquo externo por sutura contínua com polipropileno, nylon, poliglactina (vicryl) ou ácido poliglicólico (dexon) (17) Síntese por planos: tela subcutânea: pontos separados com categute 3-0 simples; pele: sutura intradérmica com nylon ou poliglactina (Vicryl) 4-0. (18) Curativo simples. Técnica de LINCHTENSTEIN Linchtenstein considerava a fáscia transversal um envoltório fino, de pouca resistência na sua maior extensão, com poucas fibras aponeuróticas. Introduziu o uso da tela no reforço da parede posterior do canal inguinal: não confiava na fáscia transversal, o tendão conjunto era um mito, o reparo da região com tecido enfraquecido poderá levar ao insucesso, sutura sob tensão seria a principal causa de recidiva precoce e distúrbios metabólicos do colágeno na fáscia transversal seria causa de recidiva tardia. O índice de recidiva em hérnias primárias é em torno de 1% (um pouco menos). Geralmente é utilizada anestesia perudural ou raquianestesia. A tela mais usada é a de polipropileno: estímulo à resposta fibroblástica; boa resistência à infecção e uso exclusivo de material monofilamentar na sua confecção. (1) Incisão de pele e tela subcutânea (tec. adiposo e fáscias de Camper e Scarpa), com cerca de 7cm de extensão, paralela ao canal inguinal, sendo cerca de 2 cm acima deste; (2) Abertura da aponeurose do m. oblíquo externo do abdome na direção de suas fibras e reparo dos folhetos criados; (3) Identificação dos elementos anatômicos: cordão inguinal, nervo ílio-hipogástrico, nervo ílio-inguinal e m. oblíquo interno; (4) Dissecção e reparo do nervo ílio-inguinal; (5) Dissecção do cordão inguinal por meio de sua liberação da PPCI; (6) Exposição do anel inguinal profundo; (7) Identificação e dissecção do saco herniário (SH), liberando as bordas do saco herniário do anel inguinal profundo; (8) HÉRNIA INGUINAL INDIRETA: Ligadura do colo do SH, e ressecção opcional do excedente; (9) HÉRNIA INGUINAL DIRETA: Redução da protrusão da hérnia dentro do canal inguinal para a cavidade abdominal, por meio de sutura em bolsa, confeccionada em sua base. (10) Redução do diâmetro do anel inguinal profundo (AIP): Fechamento do AIP: total na mulher e parcial no homem, com pontos separados com fio não absorvível 2-0 ou 3-0 (nylon ou polipropileno), unindo o trato ílio-púbico ao arco aponeurótico do m. transverso, não estrangulando os elementos do funículo espermático: a pinça hemostática entreaberta deve ser introduzida com folga no anel já suturado (Técnica de Marcy), ou pela colocação de um cone de polipropileno, fixado nas bordas do AIP. (11) Reforço da PPCI com tela de polipropileno que deve ser recortada nos moldes dessa parede, devendo ser colocada frouxa, porque haverá uma retraão local em torno de 20% após a fase de fibroplasia. (12) Fixação da tela por meio de sutura contínua com fio não-absorvível de polipropileno 2-0, a partir do tecido aponeurótico situado junto ao tubérculo púbico, sem englobar o periósteo, e em direção à coxa, unindo a borda lateral da tela ao ligamento inguinal, e interrompida ao atingir o anel inguinal profundo, respeitando o mesmo e seu conteúdo; (13) Seção longitudinal da tela, na sua porção súpero-lateral até o anel inguinal profundo permitindo a este emergir pelo extremo inferior dessa secção, sendo criados 2 folhetos com esta extremidade súpero-lateral da tela, ficando 2/3 da largura da tela medialmente e o outro 1/3, lateralmente. (13) Sutura do folheto lateral da tela à face anterior da aponeurose do m. oblíquo interno, por meio de 3 ou 4 pontos separados com vicril ou dexon 2-0, tomando cuidado para não englobar o nervo ílio-hipogástrico aos pontos dessa sutura; (14) Posicionamento do folheto medial da tela sobre o folheto lateral, formando um novo anel inguinal profundo, criado pela superposição dos 2 folhetos; (15) Sutura do folheto medial com pontos simples de polipropileno 2-0, tomando cuidado para calibrar o diâmetro do novo anel inguinal profundo para não estrangular o cordão inguinal; (16) Síntese da aponeurose do m. oblíquo externo por sutura contínua com fio não-absorvível como o polipropileno ou o nylon, ou absorvíveis, como a poliglactina (vicryl) ou ácido poliglicólico (dexon), devendo o nervo ílio-inguinal ficar posicionado junto ao cordão inguinal. (17) Síntese por planos: tela subcutânea: pontos separados com categute 3-0 simples; pele: sutura intradérmica com nylon ou poliglactina (Vicryl) 4-0. (18) Curativo simples. Técnica de McVAY É muito utilizada para tratamento de hérnias femorais. Consiste no ancoramento da PPCI ao ligamento pectíneo ou ligamento de Cooper. (1) Incisão de pele e tela subcutânea (tec. adiposo e fáscias de Camper e Scarpa), com cerca de 7cm de extensão, paralela ao canal inguinal, sendo cerca de 2 cm acima deste; (2) Abertura da aponeurose do m. oblíquo externo do abdome na direção de suas fibras e reparo dos folhetos criados; (3) Identificação dos elementos anatômicos: cordão inguinal, nervo ílio-hipogástrico, nervo ílio-inguinal e m. oblíquo interno; (4) Dissecção e reparo do nervo ílio-inguinal; (5) Dissecção do cordão inguinal por meio de sua liberação da PPCI; (6) Exposição do anel inguinal profundo; (7) Identificação e dissecção do saco herniário (SH), liberando as bordas do saco herniário do anel inguinal profundo; (8) Ligadura do colo do SH, e ressecção opcional do excedente; (9) Abertura da PPCI desde o anel inguinal profundo até o tubérculo púbico, por meio de incisão em linha reta e paralela ao trato ílio-púbico, expondo o tecido adiposo pré-peritoneal, formando dois folhetos: um súpero-medial e outro ínfero-lateral; (10) Identificação do saco herniário ou do pelotão de gordura pré-peritoneal que constituem a hérnia femoral (HF), e se localizam entre o ligamento inguinal e o ligamento pectíneo, geralmente medial à veia femoral. (11) Redução da HF para dentro da cavidade abdominal; (12) Abertura, verificação, ligadura e ressecção do saco herniário; (13) Fechamento do anel femoral por meio de sutura do arco aponeurótico do m. transverso do abdome e da fáscia transversal ao ligamento pectíneo, através de pontos separados de fio não-absorvível 2- 0 ou 3-0, como o nylon ou polipropileno, iniciada ao nível do tubérculo púbico e se estendendo até a eminência ílio-pectinea, tomando cuidado com a veia femoral; (14) Reconstituição da PPCI por meio da sutura do folheto ínfero-lateral da parede do canal, à superfície anterior da aponeurose do m. transverso do abdome, já prevenindo o surgimento de uma hérnia inguinal indireta; (15) Sutura opcional da borda livre do m. oblíquo interno ao ligamento inguinal (3° plano do Shouldice): aumenta o reforço da PPCI. (16) Síntese da aponeurose dom. oblíquo externo por sutura contínua com fio não-absorvível como o polipropileno ou o nylon, ou absorvíveis, como a poliglactina (vicryl) ou ácido poliglicólico (dexon), devendo o nervo ílio-inguinal ficar posicionado junto ao cordão inguinal. (17) Síntese por planos: tela subcutânea: pontos separados com categute 3-0 simples; pele: sutura intradérmica com nylon ou poliglactina (Vicryl) 4-0. (18) Curativo simples. Técnica de OLIVEIRA Consiste em suturar o folheto ínfero-lateral da PPCI, que é constituído pela fáscia transversalis e pelo trato ílio-púbico, ao ligamento pectíneo, desde o tubérculo púbico até a eminência ílio-pectínea, com pontos separados de fio não-absorvível 2-0 como o polipropileno ou nylon. Isso proporciona uma sutura sem tensão, já que aproxima o retalho da PPCI naturalmente ao ligamento pectíneo. A reconstituição da PPCI se dá pela sutura do folheto súpero-medial da PPCI à face anterior do trato ílio- púbico, com sutura contínua de fio não-absorvível 2-0. Opcionalmente, pode-se suturar a borda livre arqueada do m. oblíquo interno ao ligamento inguinal, como no 3° plano do Shouldice. Técnica de STOPPA O objetivo principal dessa técnica é a substituição da fáscia transversalis de ambas as regiões inguinais por uma grande prótese que se estenderá além dos orifícios miopectíneos de Fruchaud. Assim os defeitos parientais não são ocluídos, mas cobertos pela prótese. Permite a identificação das hérnias mais comuns e também das raras como a hérnia obturatora. (1) Paciente em decúbito dorsal e em ligeiro Tredelenburg (pelve e pernas elevadas em relação aos ombros e à cabeça); (2) Incisão mediana infra-umbilical, podendo também ser utilizada a incisão de Pfannenstiel, da pele, tela subcutânea, lâmina anterior da bainha do m. reto, fáscia transversalis e fáscia vesicoumbilical, preservando-se o peritônio. (3) Dissecção do espaço pré-peritoneal, a partir da parte baixa da linha mediana, passando por trás dos vasos epigástricos inferiores, alcançando o compartimento prostático e o espaço de Bogros, expondo também o forame obturador, os vãos ilíacos e o m. iliopsoas. (4) Liberação dos cordões inguinais da lâmina peritoneal, juntamente com a fáscia transversalis, de modo que possam ser colocados em contato com a parede pélvica, permitindo que a tela seja colocada sobre a face visceral e seja recoberto o orifício miopectíneo de Fruchaud, sem necessidade de aberturas para acomodar os cordões inguinais. (5) Identificação, redução, ligadura e ressecção do saco herniário, sendo que sua parte distal não deve ser dissecada, devendo ser deixada no local; (6) Tela de Dracon ou polipropileno (Marlex) medindo, seu comprimento, 2cm a menos que a medida entre as duas espinhas ilíacas ântero-superiores e sua largura, correspondendo à distância entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical; (7) Colocação da tela no espaço pré-peritoneal; (8) Fixação da parte média da borda superior da tela à fáscia umbilical – único ponto, já que ela é mantida nessa posição pela ação da pressão intra-abdominal; (9) Síntese por planos: sutura por meio de sutura contínua da lâmina anterior da bainha do reto, juntamente com a fáscia transversalis e fáscia vesico- umbilical com fio não-absorvível como o nylon ou polipropileno; tela subcutânea, com pontos separados com categute simples 3-0 e pele: sutura intradérmica com nylon, dexon ou vicryl. (10) Curativo simples nas primeiras 24 horas. _________________________________________________________ ESTÔMAGO É um órgão oco, em forma d J, dividido em 4 partes (cárdia, fundo, corpo e piloro), com 2 aberturas (óstios cárdico e pilórico) para o esôfago e duodeno. É órgão móvel peritonizado, relacionando-se anteriormente com o diafragma e fígado; posteriormente com adrenal e rim esquerdos, pâncreas e mesocolon transverso; e a esquerda com o baço. É irrigado por ramos diretos ou indiretos do tronco celíaco, tais como: aa gástricas direita, esquerda e curtas; gastromentais direita e esquerda. A drenagem venosa é feita tanto pela veia porta, quanto pela ázigo, e a linfática para linfonodos das curvaturas maior e menor, e da região pré cárdica e pilórica, perfazendo um total de 16 locais de drenagem. A invervaçao é feita pelo vago. Cadeias linfonodais – CL: (1) Paracárdicos direitos; (2) Paracárdicos esquerdos; (3) Curvatura menor; (4) Curvatura maior; (5) Suprapilóricos; (6) Infrapilóricos; (7) A. gástrica esquerda; (8) A. hepática comum; (9) Tronco celíaco; (10) Hilo esplênico; (11) A. esplênica; (12) Ligamento hepatoduodenal; (13) Retropancreáticos; (14) Raiz do mesentério; (15) A. cólica média; (16) Paraórticos. GASTRECTOMIA - Indicação: Doenças benignas, como ulceras pépticas ou duodenais não responsíveis a tratamento clinico ou complicadas por estenose,tumores benignos, úlcera péptica perfurada gastrites biliar ou de refluxo alcalino, trauma gástrico e/ou duodenal, hemorragia digestiva alta, dentre outras, e no caso de câncer gástrico, sendo então associada a linfadenectomia. Do tipo D2: retirada dos grupos linfonodais paracárdicos direitos e esquerdos. Técnicas: GASTRECTOMIA PARCIAL (1) Paciente em decúbito dorsal, anestesia geral, tubagem orotraqueal; (2) Tricotomia, anti-sepsia e colocação de campos estéreis; (3) Laparotomia mediana supra umbilical: pele, tela subcutânea (tec. adiposo, fáscias de Camper e de Scarpa); (4) Hemostasia dos vasos – pinçamento e cauterização; (5) Abertura da linha alba, fáscia transversalis e peritônio; (6) Exploração da cavidade abdominal; (7) Determinação do nível da ressecção gástrica, sendo na curvatura maior na região de junção das aa gastromentais direita e esquerda, e na curvatura menor, na incisura angular. (8) Liberação da curvatura maior, após ligadura e secção entre pinças, dos ramos da a gastromental direita e da mesma, para a parede gástrica. (9) Rebatimento superior do duodeno e ligadura dos vasos entre sua primeira parte e cabeça do pâncreas. (10) Liberação da curvatura menor, por ligadura da a. gástrica direita junto ao piloro. (11) VAGOTOMIA TRONCULAR (12) Secção do estomago, tendo em vista a doença de base e o tipo de reconstituição do transito intestinal a ser realizado. (13) RECONSTITUIÇÃO DO TRANSITO GASTROINTESTINAL À BILLROTH I. (14) Revisão da cavidade e sutura por planos: linha alba e peritônio: pontos contínuos com fio não-absorvível como o nylon, ou polipropileno (prolene); tela subcutânea: pontos separados com categute simples 2-0 ou 3-0; pele: sutura intradérmica com nylon 4-0, (inabsorvível) ou vicryl ou dexon (absorvíveis). GASTRECTOMIA TOTAL (1) Paciente em decúbito dorsal, anestesia geral, tubagem orotraqueal; (2) Tricotomia, anti-sepsia e colocação de campos estéreis; (3) Laparotomia mediana supra-umbilical: pele, tela subcutânea (tec. adiposo, fáscias de Camper e de Scarpa); (4) Hemostasia dos vasos – pinçamento e cauterização; (5) Abertura da linha alba, fáscia transversalis e peritônio; (6) Exploração da cavidade abdominal; (7) Mobilização do lobo esquerdo do fígado: melhor visualização do esôfago; (8) Liberação da curvatura maior após ligadura e secção ente pinças, dos ramos das aa. gastromentais direita e esquerda, em suas origens. (9) Rebatimento superior do duodeno. Liberação da curvatura menor, por ligadura e secção ente pinças da a. gástrica direita junto ao piloro e da a. gástrica esquerda. (10) Secção do duodeno, próximo ao piloro, e do esôfago, junto à transição esôfago gástrica. (11) Reconstituição do trânsito: 2 modos: – Alça jejunal proximal: Alça c/ 15cm, mantendo sua nutrição pelo seu pedículo vascular; abertura do mesocolo transverso para passagem dessa alça; anastomose da boca proximal ao coto esofágico ou gástrico (término-terminal) e da boca distal com o coto duodenal; fechamento do mesocolo transverso (término-terminal) com pontosseparados com fio absorvível em 1 ou 2 planos; anastomose jejuno-jejunal 9(término-terminal). – Y DE ROUX. (12) Revisão da cavidade e síntese da parede: linha alba e peritônio: sutura contínua com fio não-absorvível como o nylon, ou polipropileno (prolene); tela subcutânea: pontos separados com categute simples 2-0 ou 3-0; pele: intradérmico com nylon 4-0, (inabsorvível) ou vicryl ou dexon (absorvíveis). GASTRECTOMIA SUBTOTAL E LONFADENECTOMIA (1) Paciente em decúbito dorsal, anestesia geral, tubagem orotraqueal; (2) Tricotomia, anti-sepsia e colocação de campos estéreis; (3) Laparotomia mediana supra-umbilical: pele, tela subcutânea (tec. adiposo, fáscias de Camper e de Scarpa); (4) Hemostasia dos vasos – pinçamento e cauterização; (5) Abertura da linha alba, fáscia transversalis e peritônio; (6) Exploração da cavidade abdominal; (7) Ligadura e secção do omento maior e mesocolo transverso, preservando os vasos gastroesplênicos; (8) Manobra de Kocher (secção da porção de peritônio que recobre a face anterior do duodeno, aproximando-o do rim direito, com isso permitindo uma melhor visualização das três primeiras porções do duodeno e da cabeça do pâncreas); (9) Secção do duodeno transversalmente, 3 cm abaixo do piloro. (10) Dissecção dos elementos do pedículo hepático, ligadura e secção das aa gástricas direita e esquerda, dissecção do omento menor e esvaziamento das cadeias linfonodais (CL) 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9; (11) Dissecção da junção esofagogástrica e esvaziamento da CL 1. (12) Secção do estômago em bloco com omentos e CL, desde a curvatura menor, até a curvatura maior, preservando o fundo gástrico; (13) RECONSTITUIÇÃO À BILLROTH I OU Y D ROUX. (14) Revisão da cavidade e síntese da parede: linha alba e peritônio: sutura contínua com fio não-absorvível como o nylon, ou polipropileno (prolene); tela subcutânea: pontos separados com categute simples 2-0 ou 3-0; pele: sutura intradérmica com nylon 4-0, (inabsorvível) ou vicryl ou dexon (absorvíveis). GASTRECTOMIA TOTAL E LINFADENECTOMIA Semelhante á anterior, acrescida da liberação completa do fundo gástrico, com ligadura dos vasos gastroesplenicos e esvaziamento da cadeia linfonodal paracardica esquerda (2) Complicação: De toda cirurgia: Febre, atelectasia, infecção, trombose, hemorragia, acidentes anestésicos, deiscência da sutura, dentre outros. Do órgão – estase gástrica, obstrução, fistulas, síndrome de Dumping, gastrite alcalina de refluxo, síndrome das alças aferente e eferente, capacidade gástrica reduzida, anemia, osteopatia, dentre outras. GASTRECTOMIA LAPAROSCÓPICA: 5-6 vias de acesso – trocartes: epigástrio: abaixo do processo xifóide, hipocôndrios direito e esquerdo, região inguinal esquerda e cicatriz umbilical. Não é muito recomendada pela maior facilidade de implantação de células tumorais na parede abdominal. __________________________________________________________ VAGOTOMIAS Indicação: Procedimento cirúrgico que consiste na secção dos troncos ou ramos dos nervos vagos para tratamento da úlcera péptica duodenal resistente ao tratamento clínico ou para tratamento das complicações dessa doença, isto é, estenose, hemorragia ou perfuração. Complicações: Diarréia, estase gástrica, colelitíase, disfagia transitória, perfuração de esôfago, lesão do baço, isquemia. VAGOTOMIA TRONCULAR: Secção dos nervos vagos anterior e posterior, interrompendo totalmente a inervação parassimpática do estômago e/ou outros órgãos abdominais. Como secciona-se os nervos de Latarjet, deve-se associar à uma antrectomia ou piloroplastia para facilitar o esvaziamento gástrico. (1) Realização do procedimento cirúrgico proposto; (2) Afastamento do lobo esquerdo do fígado; (3) Abertura do ligamento hepatogástrico; (4) Dissecção e isolamento do esôfago abdominal; (5) Identificação dos troncos vagais por preensão digital do estômago pela curvatura maior e tração do mesmo no sentido caudal e para a esquerda, ficando os nervos vagos estirados, como cordas de violão; (6) Isolamento e secção entre ligaduras com fio de seda 2-0, do nervo vago anterior, e de seus possíveis ramos; (7) Isolamento junto ao hiato esofágico, e secção, entre ligaduras com fio de seda 2-0, do nervo vago posterior, à direita do esôfago e de seus possíveis ramos, inclusive o nervo de Grass – nervo criminoso; (8) Execução do procedimento para drenagem gástrica: piloroplastia, gastrojejunoanastomose ou antrectomia, seguida da reconstituição do trânsito intestinal à Bilroth I ou II. VAGOTOMIA SELETIVA Faz-se a desnervação apenas do estômago, preservando-se os ramos celíaco e hepático dos nervos vagos, o que diminui a incidência de colelitíase. Também dese ser feito procedimento para facilitar o esvaziamento gástrico, como antrectomia ou piloroplastia, uma vez que os nervos de Latarjet também são seccianados. (1) Realização do procedimento cirúrgico proposto; (2) Afastamento do lobo esquerdo do fígado; (3) Abertura do ligamento hepatogástrico; (4) Dissecção e isolamento do esôfago abdominal; (5) Identificação dos troncos vagais por preensão digital do estômago pela curvatura maior e tração do mesmo no sentido caudal e para a esquerda, ficando os nervos vagos estirados, como cordas de violão; (6) Identificação do ramo hepático do nervo vago anterior; (7) Secção entre ligaduras dos tecidos abaixo do ramo hepático, que fica, assim, preservado, até atingir a curvatura menor do estômago; (8) Identificação do nervo vago posterior e de seu ramo celíaco, que se dirige em direção à aorta; (9) Secção entre ligaduras, dos tecidos abaixo do ramo celíaco, que fica assim preservado, até atingir a curvatura menor do estômago; (10) Secção dos pequenos ramos vagais que se dirigem para o cárdia; (11) Execução do procedimento para drenagem gástrica: piloroplastia, gastrojejunoanastomose ou antrectomia, seguida da reconstituição do trânsito intestinal à Bilroth I ou II. VAGOTOMIA GÁSTRICA PROXIMAL OU SUPER-SELETIVA Interrupção da inervação vagal das células parietais, preservando os nervos de Latarjet, além dos ramos celíaco e hepático, não havendo necessidade de se fazer, portanto, procedimento com vistas a melhorar a drenagem gástrica. Entretanto, a recorrência da doença ulcerosa é significativamente maior nesse tipo de procedimento. (1) Realização do procedimento cirúrgico proposto; (2) Afastamento do lobo esquerdo do fígado; (3) Abertura do ligamento hepatogástrico; (4) Dissecção e isolamento do esôfago abdominal; (5) Identificação dos troncos vagais por preensão digital do estômago pela curvatura maior e tração do mesmo no sentido caudal e para a esquerda, ficando os nervos vagos estirados, como cordas de violão; (6) Dissecção da curvatura menor do estômago, até atingir o piloro, preservando os nervos vagos antrais; (7) Secção entre ligaduras, dos vasos e ramos nervosos que correm do ramo anterior do nervo de Latarjet para o corpo do estômago; (8) Secção entre ligaduras, dos ramos nervosos que se originam no ramo posterior do nervo de Latarjet e se dirigem para o corpo e fundo do estômago; (9) Dissecção do esôfago distal e secção de todos os ramos nervosos que se dirigem para o estômago, cuidando para não lesar os troncos vagais anterior e posterior; (10) Ligadura dos vasos gastromentais na curvatura maior do estômago, onde é comum a existência de ramos nervosos junto desses vasos para o corpo e fundo gástricos. __________________________________________________________ PILOROPLASTIAS - Indicação: Melhorar o esvaziamento gástrico, a drenagem gástrica. Geralmente é feita associada a vagotomia, troncular ou seletiva para tratamento de úlcera péptica duodenal. É realizada toda vez que os nervos vagos são lesionados. É também usada para fechamento da abertura gastroduodenal para tratamento de hemorragia digestiva alta. - Contra-indicações: Processo inflamatório oucicatricial exagerado, sendo que nesse caso opta-se pela operação de Jaboulay que não é uma piloroplastia e por isso não afeta o piloro, seccionando apenas o duodeno e o estômago. - Complicações: - De toda cirurgia: Febre, atelectasia, infecção, trombose, hemorragia, acidentes anestésicos, deiscência da sutura, dentre outros. - Do órgão: Obstrução do tubo digestivo no local da sutura, pancreatite aguda, ulcera péptica, perda ponderal, síndrome de dumping, dentre outras. Técnicas: PILOROPLASTIA À WEINBERG: É basicamente igual à piloroplastia proposta por Heineke-Mikulicz, porém a sutura é em apenas um plano. (1) Paciente em decúbito dorsal, anestesia geral, tubagem orotraqueal; (2) Tricotomia, anti-sepsia e colocação de campos estéreis; (3) Laparotomia mediana supra-umbilical: pele, tela subcutânea (tec. adiposo, fáscias de Camper e de Scarpa); (4) Hemostasia dos vasos – pinçamento e cauterização; (5) Abertura da linha alba, fáscia transversalis e peritônio; (6) Exploração da cavidade abdominal; (6) Realização do procedimento básico proposto; (7) Colocação de 2 pontos de reparo de seda na parede anterior do piloro, eqüidistantes entre si 1 cm, para tração. (8) Incisão longitudinal de 6cm, sendo 3 no estômago e 3 no duodeno. (9) Tração dos 2 pontos de reparo, mudando a direção da abertura de longitudinal para transversa. (10) Fechamento da abertura, por sutura em plano único, total, com pontos separados de nylon 2-0 ou polipropileno. (11) Comprovação da perviedade da comunicação do estomago e duodeno. (12) Revisão da cavidade; (13) Síntese da laparotomia por planos: linha alba e peritônio: pontos contínuos com fio não absorvível como o nylon, ou polipropileno (prolene); tela subcutânea: pontos separados com categute simples 2-0 ou 3-0; pele: sutura intradérmica com nylon 4-0, (inabsorvível) ou vicryl ou dexon (absorvíveis). PILOROPLASTIA À FINNEY: 1) Paciente em decúbito dorsal, anestesia geral, tubagem orotraqueal; (2) Tricotomia, anti-sepsia e colocação de campos estéreis; (3) Laparotomia mediana supra-umbilical: pele, tela subcutânea (tec. adiposo, fáscias de Camper e de Scarpa); (4) Hemostasia dos vasos – pinçamento e cauterização; (5) Abertura da linha alba, fáscia transversalis e peritônio; (6) Exploração da cavidade abdominal; (7) Realização do procedimento básico proposto; (8) Colocação de 3 pontos reparo, de seda 2-0, o primeiro na borda superior do piloro, o segundo a 10 cm do primeiro, na borda interna do duodeno e o terceiro também a 10 cm do primeiro, na curvatura maior do estomago. (9) Tração do fio 1 para cima e dos outros 2 para baixo, de forma cruzada, aproximando a curvatura maior do estômago com o duodeno. (10) Realização de sutura seromuscular posterior contínua, unindo estomago e duodeno, com categute simples, da borda inferior do piloro ate os pontos de reparo 2 e 3. (11) Incisao em U invertido, contornando a sutura feita, abarcando todas as camadas do estômago e do duodeno. (12) Realização de suturas continuas totais anterior e posterior com categute cromado 3-0. (13) Sutura continua seromuscular anterior com categute cromado 3-0. (14) Comprovação da perviedade da comunicação. (15) Revisão da cavidade. (16) Síntese da laparotomia por planos: linha alba e peritônio: pontos contínuos com fio não absorvível como o nylon, ou polipropileno (prolene); tela subcutânea: pontos separados com categute simples 2-0 ou 3-0; pele: sutura intradérmica com nylon 4-0, (inabsorvível) ou vicryl ou dexon (absorvíveis). OPERAÇÃO DE JABOULAY Como não há secção do piloro, essa cirurgia não é considerada uma piloroplastia. (1) Paciente em decúbito dorsal, anestesia geral, tubagem orotraqueal; (2) Tricotomia, anti-sepsia e colocação de campos estéreis; (3) Laparotomia mediana supra-umbilical: pele, tela subcutânea (tec. adiposo, fáscias de Camper e de Scarpa); (4) Hemostasia dos vasos – pinçamento e cauterização; (5) Abertura da linha alba, fáscia transversalis e peritônio; (6) Exploração da cavidade abdominal; (7) Realização do procedimento básico proposto; (8) Mobilização do duodeno pela manobra de Kocher; (9) Colocação de 3 pontos reparo, de seda 2-0, o primeiro na borda inferior do piloro, o segundo a 10 cm do primeiro, na curvatura maior do estomago e o terceiro também a 10 cm do primeiro, na borda interna do duodeno. (10) Tração do fio 1 para cima e os outros para baixo e cruzados. (11) Realização de sutura seromuscular posterior continua com categute. (12) Incisão de 6 cm nas paredes gástrica e duodenal. (13) Fechamento por chuleio simples, em plano total posterior, da abertura, unindo as duas paredes, com categute cromado 3-0, seguido do fechamento total anterior com o mesmo fio; (14) Sutura continua seromuscular anterior com categute cromado 3-0. (15) Comprovação da perviedade da comunicação. (16) Revisão da cavidade. (17) Síntese da laparotomia por planos: linha alba e peritônio: pontos contínuos com fio não absorvível como o nylon, ou polipropileno (prolene); tela subcutânea: pontos separados com categute simples 2-0 ou 3-0; pele: sutura intradérmica com nylon 4-0, (inabsorvível) ou vicryl ou dexon (absorvíveis). GASTRODUODENOSTOMIAS BILLROTH I: Restauração da continuidade do tubo digestório por anastomose gastroduodenal em caso de ressecção distal do estômago. Indicação: tratamento das complicações de úlcera péptica, não responsiva ao tratamento clínico, úlcera péptica sangrante ou hemorragia digestiva alta, lesão ulcerosa estenosante. (1) Diérese e realização do procedimento cirúrgico proposto: gastrectomia parcial ou total, com ou sem lifadenectomia associada, sempre pensando na reconstituição do trânsito intestinal a ser realizada, nesse caso, Billroth I. (2) Deve-se ter seccionado o duodeno cerca de 2cm abaixo do piloro; (3) Delimitação do local de ressecção gástrica; (4) Colocação de duas pinças atraumáticas, perpendiculares à curvatura maior do estômago, em extensão igual a ser feita com o coto duodenal, seguida de secção da porção do estômago localizada entre as pinças. (5) Colocação de outra pinça atraumática desde o ângulo interno formado pela secção anterior até a curvatura menor do estômago, seguida de secção do estômago abaixo desta pinça, removendo a porção distal de estômago e o coto duodenal ligado à ela; (6) Síntese da curvatura menor do estômago, até o local onde será feita a anastomose gastroduodenal, por meio de 2 planos:sutura contínua total, seguida de sutura contínua seromuscular com categute cromado ou vicryl 2-0; (7) Anastomose gastroduodenal: Sutura seromuscular posterior com pontos separados, com fio não-absorvível: polipropileno ou nylon; (8) Sutura total contínua posterior com categute cromado ou vicryl, utilizando-se 2 fios, iniciando a sutura no ponto médio, com um fio chuleando para a direita e outro para a esquerda, até terminar a sutura total anterior, também em seu ponto médio. (9) Sutura seromuscular anterior com pontos separados, com fio não-absorvível, polipropileno ou nylon, 3-0. (10) Comprovação da permeabilidade da anastomose gastroduodenal por meio de palpação; (11) Posicionamento da sonda nasogástrica; (12) Revisão da cavidade; (13) Síntese de acordo com o procedimento cirúrgico proposto. - Complicações: Precoces: hemorragia na linha de sutura; deiscência de sutura ou do coto duodenal; obstrução da boca anastomótica e pancreatite aguda. Tardias: úlcera péptica pós-operatória, perda ponderal e síndrome de dumping. _________________________________________________________ GASTROJEJUNOSTOMIA - Gastroenteroanastomose: quando não há resecção gástrica, apenas desvio do trânsito intestinal, anastomose látero-lateral do corpo gástrico com a alça jejunal proximal. - Gasterctomia à Bilroth II: anastomose do coto gástrico à alça jejunal proximal: término-lateral. - Classificação: (1) qto à anastomose emsi (látero-lateral, término- lateral ou término-terminal); (2) qto à posição na parede gástrica (anterior ou posterior); (3) qto à relação com o colo transverso (pré-cólica p/ lesões malignas ou retrocólica p/ benignas); (4) qto ao peristaltismo (isoperistáltica qdo a alça jejunal aferente ou fixa é anastomosada na curvatura menor do estômago – trânsito + rápido; ou anisoperistáltica qdo a anastomose da alça se dá na curvatura maior, o que pode causar refluxo jejunogástrico); (5) qto à boca anastomótica (oralis totalis ou oralis parcialis – trânsito + lento); (6) qto à alça aferente (longa: pré-cólica – maior estase (síndrome da alça aferente); ou curta: retrocólica – evita estase); (7) qto ao n° de planos de sutura (plano único ou dois planos). - Indicações: reconstituição do trânsito gastroentérico, após cirurgias de ressecção gástrica ou qdo patologias não ressecáveis causarem obstrução antropilórica; obstrução duodenal por compressão extrínseca como no tumor de cabeça de pâncreas; trauma no duodeno pode causar lacerações de difícil reconstituição; deiscência de anastomose à Billroth I (devido ao edema local). - Complicações: Comuns a toda cirurgia: infecções, hemorragia, tromboembolismo, acidentes anestésicos, distúrbios hidroeletrolíticos e ácidobásicos. Relacionados com a técnica em questão: obstrução de boca anastomótica, úlcera de boca anastomótica, fístulas e deiscências, síndrome da alça aferente, dumping, gastroileostomia inadvertida. - Bases morfofuncionais: o intestino delgado, órgão que tem como função primordial a absorção, inicia-se no piloro e termina na junção ileocecal, sendo dividido em 3 partes. Pode atingir até 6,5m (25 cm do duodeno e 6,25m do jejuno e íleo – 2/5 p/ o jejuno e 3/5 p/ o íleo).Possui, de fora p/ dentro, as camadas: 2 musculares (um longitudinal externa e outra, circular interna; submucosa; e mucosa. O jejuno possui maior calibre, tem parede mais espessa e é mais vascularizado (coloração mais avermelhada) do que o íleo. O duodeno apresenta quatro partes: superior (1ª), descendente (2ª), horizontal ou inferior (3ª) e ascendente (4ª). O início da 1ª parte é chamada de parte livre, pois não está presa à parede abdominal posterior, mas é coberta pelo peritônio; o restante do duodeno é retroperitonial e posteriormente está fixo à parede abdominal posterior e órgãos adjacentes. Anteriormente estão o fígado e a vesícula; atrás, o ducto biliar, a v. porta e o pâncreas. A 2ª parte desce anteriormente aos vasos renais direitos. Anteriormente estão o fígado e a vesícula, o cólon transverso e o intestino delgado. Essa parte recebe o ducto colédoco, o ducto pancreático e o ducto pancreático acessório A 3ª parte corre p/ a esquerda, cruza o m. psoas maior direito, a v. cava inferior, a aorta e o m. psoas maior esquerdo. Outras relações posteriores incluem o ureter direito, vasos testiculares/ováricos direitos e os vasos mesentéricos inferiores. É cruzada anteriormente pelos vasos mesentéricos superiores e pela raiz do mesentério. A 4ª parte ascende do lado esquerdo da aorta e, volta-se anteriormente como flexura duodenojejunal (ângulo de Treitz). A principal irrigação é proveniente de 2 arcadas formadas pelas a.a. pancreaticoduodenais superior e inferior. As v.v. acompanham as a.a. A drenagem linfática é feita p/ linfonodos que estão anterior e posteriormente ao pâncreas que, por fim, drenam p/ o ducto torácico. A inervação vem de fibras dos plexos celíacos e mesentérico superior. O jejuno e o íleo estão presos à parede abdominal posterior pelo mesentério e estão dispostos em alças. Ocupam a maior parte da cavidade abdominal e são mto móveis. Anteriormente relacionam-se com o omento maior. São irrigados pelos ramos jejunais e ileais, respectivamente, que se originam da a. mesentérica superior e formam uma série de arcadas anastomóticas. As v.v. jejunais e ileais seguem o trajeto das respectivas a.a., drenando p/ a v. mesentérica superior, que ao receber a v. esplênica, forma a v. porta. A drenagem linfática é feita por vasos que acompanham os vasos sanguíneos e que, por fim, drenam p/ o ducto torácico. A inervação vem de fibras dos plexos celíacos e mesentérico superior que acompanham as a.a. do intestino. TÉCNICAS – Billroth II: (1) paciente em decúbito dorsal, sob anestesia geral e tubagem orotraqueal. (2) Antissepsia e colocação de campos esterilizados. (3) Laparotomia mediana supraumbilical: Incisão longitudinal na pele, tela subcutânea (tec. adiposo, fáscias de Camper e de Scarpa); hemostasia dos vasos – pinçamento e cauterização; abertura da linha alba, fáscia transversallis e peritônio. (4) Exploração sistematizada da cavidade e confirmação do diagnóstico. (5) Liberação da parte do estômago que vai ser retirada e secção transversal na 1ª parte do duodeno, abaixo do piloro. (6) Fechamento do coto duodenal em dois planos (seromuscular com fio inabsorvível e total com fio absorvível) e exposição do mesocolo transverso p/ sua posterior abertura apenas o suficiente p/ a passagem da alça jejunal que será anastomosada ao estômago. (7) Identificar o ângulo de Treitz e a alça fixa. (8) Síntese, com poucos pontos separados de seda 3-0, da borda posterior da abertura do mesocolo à seromuscular da parede gástrica posterior. (9) Fixar com fios de seda a alça do estômago, um ponto em cada extremidade da futura anastomose. (10) Fazer anastomose em um ou dois planos (a critério do cirurgião). Em dois planos: um total e outro seromuscular, este cobrindo o total. Primeiro, faz-se a seromuscular posterior, com pontos separados, unindo o estômago à alça jejunal, utilizando fio não-absorvível (seda 3-0); segue com secção da parede posterior e anterior do estômago; abertura da luz jejunal e realização da sutura total posterior, contínua com categute cromado 3-0; execução da sutura total anterior, contínua, com fio absorvível (categute cromado 3-0), envolvendo toda a parede do estômago e jejuno; sutura seromuscular anterior, com pontos separados, com fio inabsorvível. (11) Verificar a perviedade da anastomose; síntese, com poucos pontos de seda 3-0, da borda anterior da abertura do mesocolo à seromuscular da parede gástrica anterior. (12) Revisão da cavidade e síntese da parede por planos: linha alba e peritônio: pontos contínuos com fio não absorvível como o nylon, ou polipropileno (prolene); tela subcutânea: pontos separados com categute simples 2-0 ou 3-0; pele: sutura intradérmica com nylon 4-0, (inabsorvível) ou vicryl ou dexon (absorvíveis). (13) Curativo simples. Gastrojejunostomia sem gastrectomia: (1) paciente em decúbito dorsal, sob anestesia geral e tubagem orotraqueal. (2) Antissepsia e colocação de campos esterilizados. (3) Laparotomia mediana supraumbilical: Incisão longitudinal na pele, tela subcutânea (tec. adiposo, fáscias de Camper e de Scarpa); hemostasia dos vasos – pinçamento e cauterização; abertura da linha alba, fáscia transversallis e peritônio. (4) Exploração sistematizada da cavidade e confirmação do diagnóstico. (5) Abertura do mesocolo transverso apenas o suficiente p/ a passagem da alça jejunal que será anastomosada ao estômago. (6) Identificação do ângulo de Treitz e da alça fixa. (7) Síntese, com poucos pontos separados de seda 3-0, da borda posterior da abertura do mesocolo à seromuscular da parede gástrica posterior. (8) Fixação com fios de seda da alça jejunal ao estômago, um ponto em cada extremidade da futura anastomose. (9) Fazer anastomose em um ou dois planos (a critério do cirurgião). Em dois planos: um total e outro seromuscular, este cobrindo o total. Primeiro, faz-se a seromuscular posterior, com pontos separados, unindo o estômago à alça jejunal, utilizando fio não-absorvível (seda 3-0); abrem-se as luzes do estômago e do jejuno, fazendo sutura total posterior, com chuleio contínuo; síntese, com poucos pontosde seda 3-0, da borda anterior da abertura do mesocolo à parede gástrica anterior; execução da sutura total anterior, contínua, com fio absorvível (categute cromado 3-0), envolvendo toda a parede do estômago e jejuno; verificar a perviedade da anastomose; por fim, faz-se a sutura seromuscular anterior da mesma forma que a posterior. (10) Revisão da cavidade e síntese da parede por planos: linha alba e peritônio: pontos contínuos com fio não absorvível como o nylon, ou polipropileno (prolene); tela subcutânea: pontos separados com categute simples 2-0 ou 3-0; pele: sutura intradérmica com nylon 4-0, (inabsorvível) ou vicryl ou dexon (absorvíveis). (11) Curativo simples. Y de Roux: - Indicação: É indicada para derivação (para desviar o fluxo de bile de um ducto colédoco obstruído para o jejuno), reconstituição do trânsito alimentar ou drenagem. Também em casos de trauma ou tumores nas vias biliares, litíase recorrente ou atresia das vias biliares, colangite esclerosante, gastrite alcalina por refluxo, síndrome de dumping, tumores ou ulceras no estomago e duodeno, compressão vascular do duodeno, obesidade morbida etc. - Complicações: - De toda cirurgia: Febre, atelectasia, infecção, trombose, hemorragia, acidentes anestésicos, deiscência da sutura, dentre outros. - Do órgão: fistula intestinal, biliar e pancreática: pancreatite aguda, colangite, estenose da anastomose, aderência intestinal, síndrome de estase de Roux, emagrecimento, obstrução intestinal, dentre outras. (1) Paciente em decúbito dorsal, anestesia geral, tubagem orotraqueal; (2) Tricotomia, anti-sepsia e colocação de campos estéreis; (3) Laparotomia mediana supra-umbilical: pele, tela subcutânea (tec. adiposo, fáscias de Camper e de Scarpa); (4) Hemostasia dos vasos – pinçamento e cauterização; (5) Abertura da linha alba, fáscia transversalis e peritônio; (6) Exploração da cavidade abdominal; (7) Realização do procedimento básico proposto; (9) Realização da manobra de Kocher para facilitar o acesso ao duodeno; (10) Identificação da flexura duodenojejunal ou ângulo de Treitz e da primeira alça jejunal. (11) Preparo da alça jejunal a se mobilizada p/ derivação, reconstituição do transito intestinal ou drenagem, devendo ter entre 45 e 60cm, por meio de secção, entre ligaduras, da arcada marginal jejunal, seguida da incisão da parte avascular do peritônio. (12) Primeira anastomose: sutura contínua em dois planos com categute cromado, vicryl ou dexon, entre a boca distal do jejuno com a estrutura a ser reconstituída, derivada ou drenada, de acordo com o caso. (13) Segunda anastomose: término- lateral, a 45 cm da primeira, em plano único, com pontos separados, entre jejuno e jejuno, com categute cromado. (14) Comprovação da perviedade da segunda anastomose. (15) Revisão da cavidade. (16) Síntese da laparotomia por planos: linha alba e peritônio: pontos contínuos com fio não absorvível como o nylon, ou polipropileno (prolene); tela subcutânea: pontos separados com categute simples 2-0 ou 3-0; pele: sutura intradérmica com nylon 4-0, (inabsorvível) ou vicryl ou dexon (absorvíveis). (17) Curativo simples. __________________________________________________________ GASTROSTOMIAS É o procedimento cirúrgico que permite estabelecer uma comunicação entre a luz do estômago e o ambiente externo, através da parede abdominal anterior, por meio de um cateter. Do ponto de vista funcional, podem ser: definitivas ou temporárias. OBS: com o avanço da terapêutica cirúrgica, as indicações de gastrostomias definitivas foram sendo substituídas por outros procedimentos. - Indicações: Pacientes com impossibilidade total de abordagem gástrica ou jejunal por cateter, bem como naqueles em que, apesar de a abordagem ser possível, está previsto o uso da nutrição enteral por um período maior que 30 dias; descompressão gástrica; traumas extensos da face; necessidade de suplementação alimentar em condições de intenso catabolismo. - Complicações: infecções da ferida operatória, qdo feita a laparotomia; vazamentos em torno do cateter; peritonite; descolamento do cateter p/ a luz do estômago; refluxo gastroesofágico pode induzir à pneumonite por aspiração. Técnica de Stamm-Senn (1) Paciente sob anestesia geral ou local. (2) Laparotomia vertical de aprox. 5 cm, mediana ou paramediana esquerda, na região epigástrica. Na mediana: Incisão longitudinal na pele, tela subcutânea (tec. adiposo, fáscias de Camper e de Scarpa); hemostasia dos vasos – pinçamento e cauterização; abertura da linha alba, fáscia transversallis e peritônio. (3) Identificar a face anterior do corpo gástrico e escolher ponto p/ introduzir cateter (tracionado por uma pinça atraumática, como a de Allis). (4) Realizar em torno do ponto tracionado uma sutura seromuscular com fio não-absorvível em bolsa com aprox. 1,5 cm de diâmetro. (5) Fazer mais 2 suturas semelhantes e concêntricas em bolsa distando 1cm uma da outra. (6) Realizar perfuração do ponto central da circunferência e hemostasia de eventual sangue na parede gástrica. (7) Introduzir cateter através de orifício gástrico direcionando sua extremidade p/ o antro. Fixar o cateter à parede do estômago com o fio da 1ª sutura. (8) Amarração dos fios da 2ª e 3ª suturas, de moda que cada sutura invagine a anterior. (9) Realizar contra-cobertura abaixo do gradeado costal, apenas o suficiente p/ exteriorização do cateter. (10) Exteriorização do cateter. (11) Fixação da parede gástrica em torno do cateter ao peritônio parietal, sem tensão, por meio de 4 pontos simples, nos pontos cardeais. (12) Síntese da parede por planos: linha alba e peritônio: pontos contínuos com fio não absorvível como o nylon, ou polipropileno (prolene); tela subcutânea: pontos separados com categute simples 2-0 ou 3-0; pele: pontos intradérmicos com nylon 4-0, (inabsorvível) ou vicryl ou dexon (absorvíveis); e fixação de cateter à pele, seguida de sua conexão a um recipiente, deixando que a drenagem gástrica se faça por gravidade nas primeiras 24h. Técnica de Witzel (1) Paciente sob anestesia geral ou local. (2) Laparotomia vertical de aprox. 5 cm, mediana ou paramediana esquerda, na região epigástrica. Na mediana: Incisão longitudinal na pele, tela subcutânea (tec. adiposo, fáscias de Camper e de Scarpa); hemostasia dos vasos – pinçamento e cauterização; abertura da linha alba, fáscia transversallis e peritônio. (3) Identificar a face anterior do corpo gástrico e escolher ponto p/ introduzir cateter (tracionado por uma pinça atraumática, como a de Allis). (4) Realizar em torno do ponto tracionado uma sutura seromuscular em bolsa com aprox. 1,5 cm de diâmetro. (5) Realizar perfuração do ponto central da circunferência e hemostasia de eventual sangue na parede gástrica. (7) Introduzir cateter através de orifício gástrico direcionando sua extremidade p/ o antro. Fixar o cateter à parede do estômago com o fio da sutura seromuscular. (8) Posicionar o cateter sobre a parede anterior do estômago, na direção do maior eixo desta, e recobrir o cateter em uma extensão de 3 a 4 cm, por pontos separados, seromusculares, com alguns fios desses pontos podendo ser deixados longos p/ serem usados na fixação da parede anterior do estômago ao peritônio parietal. (9) Realizar contra-cobertura abaixo do gradeado costal, apenas o suficiente p/ exteriorização do cateter. (10) exteriorização do cateter. (11) Fixar o estômago ao peritônio parietal, sem tensão. (12) Síntese da parede por planos: linha alba e peritônio: pontos separados ou contínuos com fio não absorvível como o nylon, ou polipropileno (prolene) ou de absorção lenta; tela subcutânea: pontos separados com categute simples 2-0 ou 3-0; pele: pontos simples, donati ou intradérmico com nylon 4-0, (inabsorvível) ou vicryl ou dexon (absorvíveis); e fixação de cateter à pele, seguida de sua conexão a um recipiente,deixando que a drenagem gástrica se faça por gravidade nas primeiras 24h. __________________________________________________________ ESPLENECTOMIA: O baço localiza-se no hipocôndrio esquerdo, sob a 9ª, 10ª e 11ª costelas. É mantido em sua posição pelos ligamentos esplenogástrico, esplenorrenal, esplenofrênica e frenocólico. Possui 4 faces, que tem relação anatômica com diferentes órgãos: diafragmática (convexa, lateral), renal (póstero-medial), cólica (ínfero-medial) e gástrica (antero- medial). Suas bordas são superior e inferior e suas extremidades/pólos também são superior e inferior. A irrigação é feita pela a. esplênica (ramo direto do tronco celíaco, que vem da aorta abdominal), que é um vaso muito tortuoso, medindo de 8 a 32 cm. Ela dá ramos para o pâncreas (a. pancreática magna, dorsal, da cauda do pâncreas), para o omento maior (a. gastromental esquerda), para o retroperitônio e para o estomago (aa. gástricas curtas). No baço, a a. esplênica dá 2 ou 3 ramos lobares, que dão os ramos segmentares, daí aa. subsegmentares e, daí, as arteríolas trabeculares, que irrigam as unidades esplênicas delimitadas pelas trabéculas e se comunicam entre si. A veia esplênica acompanha a artéria, localizando-se posteriormente a ela. O pólo superior é também suprido por vasos esplenogástricos, que tem origem embrionária. Isso é bom para a esplenectomia, quando se precisa ligar a artéria esplênica. A drenagem linfática é feita na própria polpa branca do baço e pelos vasos trabeculares. Daí a linfa vai para linfonodos hilares do baço (que são externos ou profundos), daí linfonodos pancreáticos caudais, supra e infrapancreáticos, omentais e daí para linfonodos retrogástricos e paraórticos. A inervação é simpática e parassimpática (ramos dos troncos vagais anterior e posterior). O baço possui, nas polpas branca e vermelha, ¼ do tecido linfocitário do organismo. É um órgão de defesa e de armazenamento e controle de células e elementos sanguíneos. Além disso, armazena metais, disponibilizando-os para o fígado. - Indicações: Sempre evitar esplenectomia. Se possível, manter o pólo superior (esplenectomia subtotal) e fazer auto-implante sobre o omento maior. Malformações (ptose esplênica, levando a torção, compressão de vísceras), traumas, hipertensão porta (diminui a pressão por retirar o fluxo que vem do baço, diminui hipertensão nas varizes gástricas, diminui a pancitopenia), Leucemias de linfomas (só em casos selecionados), doenças hematológicas (hiperesplenismo, talassemia, anemia falciforme, esferocitose, púrpura trombocitopênica), doença de Gaucher, doenças infecciosas e parasitárias (esquistossomose, leishmaniose visceral, malária), cirurgias na proximidade do baço (cisto na cauda do pâncreas que compromete o pedículo vascular esplênico), neoplasias malignas, hipodesenvolvimente somático e sexual (“nanismo esplênico”), doenças esplênicas (cistos, abscessos). - Complicações: Febre contínua ou vespertina; abscesso subfrênico (sintomas: dor no hipocôndrio, escápula e ombro direitos, prodtração, inapetência), tromboembolismo (maior número de plaquetas circulantes, distúrbios de coagulação, estase sanguínea, devido à ligadura dos vasos). - Técnica: (1) Incisão mediana, do processo xifóide até a cicatriz umbilical ou subumbilical (para baços maiores), expondo bem o diafragma; ou laparatomia oblíqua do 9° esp. Interc. E a linha mediana; [Tipo Kocher adequada para baços menores]. (2) Ligadura da a. esplênica na região da cauda do pâncreas (reduz o fluxo sanguíneo para o baço e mantém a drenagem venosa, reduzindo o tamanho do órgão e tornando-o mais amolecido e de fácil manuseio). (3) Mobilização completa do leito do baço. (4) Dissecção do pedículo vascular e localização dos seus componentes (para conhecer a arquitetura vascular para as decisões a serem tomadas) (5) Se for uma pequena lesão do baço: sutura da cápsula e do parênquima adjacente. Se não parar o sangramento, faz-se uma desvascularização limitada à região lesada ou uma ressecção parcial. (6) Mobilização do baço e ligadura de seus vasos, da maneira mais fácil para o cirurgião. Cuidado para não lesar a cauda do pâncreas ao ligar os vasos do pólo inferior e nem englobar a parede gástrica ao ligar os vãos gastroesplênicos. (7) Esplenectomia parcial: ligar e seccionar os vasos próximo ao baço. A secção do baço é feita na transição da parte desvascularizada (azul) e da vascularizada (rósea). (8) Secção do baço em forma de cunha, mantendo duas abas (anterior e posterior) para depois serem suturadas. (9) Hemostasia do parênquima: sutura dos vasos com ponto simples, categute simples 3-0. Se for uma esplenectomia subtotal distal – manutenção apenas do pólo inferior do baço: vasc se dará por vasos polares inf – manter continuidade deles com o pedículo vasc esplênico ou com vasos gastromentais esq). Se for esplenectomia subtotal proximal: igual a parcial, porém ligar e seccionar completamente pedículo vasc e vv polares. (10) Sutura contínua das duas abas da cápsula esplênica, com categute cromado 2-0. (11) Revisão da hemostasia do leito esplênico, retornando o remanescente do baço ao seu leito, fixando-o ao peritônio com um ponto de categute cromado 2-0; (12) Se for esplenectomia total e não houver contra-indicação, faz mo auto-implante. É feito com uma quantidade superior a 40 g, no omento maior (por sua rica vascularização e drenagem para o fígado pela veia porta). São 20 fragmentos, de 1 a 2 cm, fixados por meio de ponto de categute simples 3-0. O omento maior deve ser dobrado sobre si para preservar o tecido esplênico em seu interior. (13) A parede abdominal deve ser fechada por planos. __________________________________________________________ ANATOMIA DO FÍGADO: Maior órgão parenquimatoso do corpo humano, localizado no hipocôndrio direito, ocupando parte do epigástrio e hipocôndrio esquerdo. Superfície superior aloja-se sobre a face inferior do diafragma e a superfície inferior sobre as vísceras do abdome superior formando impressões(duodeno colón,rim e supra renal d, estomago e esôfago). Em decúbito dorsal horizontal a borda sup do fig situa-se anti e à direita entre os níveis da 4º e 5º costelas e ao nível da 6ºcostela,ant e à esq. Na linha média axilar o lobo direito é recoberto pelo pulmão, pleura e diafragma. Apenas a área nua não é recoberta por peritônio, situa-se na superfície post-sup adjacente a VCI. O pertônio de revestimento do fígado é denominado cápsula de Glisson que continua revestindo os elementos vásculo- biliares. A cápsula de Glisson sofre grande espessamento nas zonas chamadas placas glissoniana: vesicular,hilar, umbilical e arantiana,que junto com o segmento da veia hepática formam um H. -Placa vesicular: leito hepático da vesícula biliar a qual fig se une por uma camada de tecido conjuntivo frouxo. -Placa hilar: Barra horizontal do H; posição central na face inferior do fígado; através dela entra e saem do órgão os elementos vásculo biliares -Placa umbilical: porção ant da perna esquerda do H, corresponde à inserção do lig redondo na face inf do fig - Placa arantiana: porçãp post da perna esq do H, resíduo embriionário do ducto de Arantius. Ligamentos: lig falciforme: une o fig com a parede abd ant,entre o diafragma e o umbigo. Formato de foice. Contém o lig redondo(resquício da veia umbilical esq obliterada) •Lig gastroepático e gastroduodenal: formam-se pelas porções do peq epiplon estendidas para o fig, a partir da peq curvatura gástrica e da primeira porção duodenal. Contém a art.hepática, veia porta e colédoco,que penetram nele pela placa hilar.O lig hepatoduodenal forma o limite ant do forame epiploico de Winslow,ligando a cavidade peritonial com a retrocavidade dos epiplons. •Lig coronarianos ant e post D e E: reflexões peritoniais que vão do diafragma ao fígado. A fusão de ambos
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