Buscar

Acessos cirúrgicos à cavidade abdominal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Acessos cirúrgicos à cavidade abdominal 
 
 
- Celiotomia: incisão que permite o acesso à cavidade abdominal. 
- Laparotomia: incisão que permite acesso à cavidade abdominal 
através do flanco. 
- OBS: em pequenos animais não é possível realizar exploração pelo 
flanco, então não se fala em laparotomia exploratória e sim uma 
celiotomia exploratória. 
‘ 
Anatomia 
 
Plano mediano (abordagens pela linha alba) 
- Pele delgada. 
- Músculo reto abdominal: recoberto pelo folheto externo da 
aponeurose (tanto internamente como externamente). 
- O folheto interno é aderido ao peritônio. 
- Os folhetos internos e externos se fundem no plano 
mediano e formam a linha alba. 
 
- Irrigação e drenagem: ramos epigástricos craniais e caudais 
superficiais. 
- Linha alba: 
 Bainha interna e externa do músculo reto abdominal.. 
- Peritônio 
- Ligamento falciforme. 
 
 
 
- OBS: Plano Paramediano (abordagem ao lado do plano mediano) 
 
Divisão das regiões abdominais 
1. Terço cranial 
2. Terço médio 
3. Terço caudal: não possui uma linha alba separando os dois 
músculos reto abdominais -> incisão na musculatura. 
 
 
 
Divisão do abdome em quadrantes 
1. Quadrantes craniais 
- Esquerdo e direito 
2. Quadrante caudal: 
- Esquerdo e direito 
 
- OBS: epigástrica cranial superficial e epigástrica caudal superficial 
(irrigam a área mediana). 
- OBS: arterial abdominal cranial e artéria circunflexa ilíaca profunda 
irrigam a área de flanco. 
 
Classificação dos acessos cirúrgicos 
- Quanto á finalidade: 
1 Acessos cirúrgicos aos órgãos abdominais. 
- Acessos cirúrgicos aos órgãos 
- Ex. OVH, gastrotomia, cistotomia, etc... 
2 Exploração diagnóstica: 
- Exploração diagnóstica: 
- Trauma perfurocortante, trauma contuso, hemorragia 
interna, tumores, neoplasias, deslocamento vólvulo visceral, 
peritonite, efusões peritoneais. 
- Quanto ao local/ângulo: 
1 Mediana: 
- Pré-umbilical: cranial à cicatriz umbilical 
- Retroumbilical: da cicatriz umbilical para trás. 
- Pré-retroumbilical 
- Xifopubiana: do xifoide ao pubs (celiotomia exploratória) 
 
2 Paramediana 
3 Paracostal (oblíqua): segue a linha do arco costal 
4 Paralombar 
 
 
- OBS: corticoides (tromboembolismo, imunossupressão, retardo do 
processo de cicatrização) importante em pacientes com 
hiperadrenocorticismo. 
Celiotomia exploratória (mediana) 
- Exploração sistemática dos órgãos e cavidade abdominais (inventário 
da cavidade abdominal). 
1 Quadrantes craniais: diafragma, fígado, baço, estômago. 
2 Quadrantes centrais: duodeno, pâncreas, jejuno, íleo, cólon, 
linfonodos mesentéricos. 
3 Quadrantes caudais: bexiga, útero, cólon descendente, reto 
e linfonodos dorsais. 
- A exploração é realizada através das seguintes técnicas (após o 
acesso a cavidade abdominal): 
 Calha/gota direita (assoalho dorsal direito): 
 Calha/gota esquerda (assoalho dorsal esquerdo): 
 
Princípios da celiotomia/laparotomia 
- Avaliação do paciente: 
1 Exame clínico 
2 Exames hematológicos / bioquímicos 
- Hemograma, creatinina, ALT (avalia lesões hepáticas), FA. 
Eletrocardiograma para pacientes com mais de 7 anos de 
idade, quando for detectado sopro na ausculta pedir 
eletrocardiograma., hemogasometria em pacientes em 
condições de emergência e emergência + lactato ???? 
3 Exames de imagem 
- Estabilização / tratamento clínico 
- Considerações anestésicas. 
- Profilaxia antimicrobiana. 
 
Princípios cirúrgicos gerais 
- Tricotomia ampla. 
 - OBS: Independente de onde seja realizado o acesso 
cirúrgico, toda a área mediana deve estar exposta do 
xifoide até o pubs. Toda a fase de preparo deve ocorrer no 
ambiente completo que deve estar preparado para receber 
uma celiotomia exploratória (precaução). 
- Sondagem uretral para drenagem vesical / monitoração de débito 
urinário (é uma das maneiras de monitoração do paciente). 
 Animais em que a sondagem não foi possível, deve-se fazer 
esvaziamento por compressão vesical manual. 
- Antissepsia da pele da região abdominal. 
 Prévia (soluções degermantes) 
 Definitiva (soluções aquosas não degermantes ou alcoólicas). 
- Preparo específico para cães (machos) para celiotomia mediana. 
 Antissepsia e proteção do prepúcio 
 Clorexidine aquoso a 0,05 – 0,2% (clorexidina para 
mucosas) ou PVP-l aquoso diluído a 0,5% em NaCL 0,9%. 
 Volume 10 -20 ml/Kg 
 
Princípios cirúrgicos gerais (região ventral) 
- Posicionamento dos panos / material de campo 
1 Panos de campo em 4 quadrantes (ou campos sintéticos de 
SMS) 
- EM cães (machos): cobrir o prepúcio/óstio prepucial – 
desvio. 
2 Campo de pano fenestrado ou campo impermeável de 
plástico ou SMS (opcional). 
3 Compressas de laparotomia às margens do campo 
operatório. 
- Incisão de pele: 
1 Bisturi (a frio): incisão única magistral. 
2 Bisturi elétrico (monopolar, função corte): tecido 
subcutâneo, evitar usar na epiderme. 
 
- Hemostasia: 
 Clampeamento dos vasos e ligadura ou torção 
 Bisturi elétrico (monopolar na função coagulação, ou 
coagulação bipolar). 
 
Abordagem pela linha média ventral (celiotomia) 
- Incisão de pele: 
1 Incisão única e magistral. 
2 Machos: arrebatar o prepúcio e o pênis: 
- Ligadura dos ramos prepuciais (epigástricos caudais 
superficiais). 
3 Posicionamento de segunda camada de campo 
- Não obrigatório: aumenta a proteção contra contaminação. 
 
- Incisão da pele. 
- Divulsionar o tecido subcutâneo que recobre a linha alba (tesoura de 
Metzenbaum), para expô-la adequadamente ao longo de toda incisão. 
- Incisão precisa sobre a linha alba: 
 Preferencialmente, inicia-se na cicatriz umbilical (mais fácil 
menos complicações/desvios). 
 Punção com bisturi (com ou sem pinças auxiliares). 
 Ampliação do acesso: 
- Com tesoura de Mayo ou Standard reta 
- Com bisturi, com pinça de dissecação ou tentacânula. 
- Após o acesso: 
 Fazer ressecção do ligamento falciforme (opcional). 
- Após a incisão e acesso à cavidade abdominal: 
 Colocação de compressas de laparotomia nas bordas da 
incisão, umedecidas com solução isotônica aquecida (ringer 
lactato ou Nacl 0,9%). 
 Isolar o órgão alvo (com compressas) -> evitar 
derramamento de conteúdo contaminado. 
 Irrigar vísceras com mesma solução (para evitar 
dessecação das serosas). 
 Posicionamento dos afastadores autoestáticos (opcional). 
 
Síntese: 
1 Três planos (camadas) 
 Plano1: síntese da linha alba (celiorrafia) - 
importante utilizar fios absorvíveis de absorção 
lenta). 
 Plano 2: redução do espaço morto (tecido 
subcutâneo) – evitar o acúmulo de seroma. 
 Plano3: síntese cutânea (Dermorrafia). 
2 Quando a celiotomia ocorre apenas na linha alba: 
 Síntese da linha alba (Incluir cerca de 4 a 10mm 
de fáscia externa do m. reto abdominal) 
- CUIDADO PARA NÃO INCLUIR LIGAMENTO 
FALCIFORME. 
 Fio de sutura de primeira escolha 
- Absorvível sintético Monofilamentar de 
absorção lenta (POLIDIOXANONA, poligliconato ou 
poliglicômero 631). 
 Calibre: 
- Cães pequenos e felinos: 3-0 a 2-0 
- Cães de médio/grande porte: 0 a 1 
 OBS: em casos de peritonite/contaminação, 
jamais empregar fio multifilamentar e/ou 
absorvível para celiorrafia (risco eminente de 
deiscência e eventração e/ou evisceração). 
- OBS: hérnia incisional (enevetração) devido a uso de fio de sutura de 
absorção rápida (poliglecaprone 25) em um paciente felino. 
 
- IMPORTANTE = Se a incisão for lateralmente à linha alba 
(paramediana): 
 Incluir APENAS O FOLHETO EXTERNO da fáscia do músculo 
reto abdominal 
- OBS: atualmente, considera-se que não há obrigatoriedade 
de inclusão do folheto interno da aponeurose do músculo 
reto abdominal na síntese. 
- Evitar inclusão de peritônio (aderências intraperitoneais) e 
musculatura (isquemia, necrose e deiscência). 
3 Redução do espaço morto: 
- Fio absorvível, sintético, calibre fino. 
- Padrão subcutâneo = Zigue-zague ou simples contínuo 
4 Dermorrafia 
- Fio não absorvível monofilamentar 
 
Acessos específicosà cavidade abdominal 
- Laparotomia (fossa paralombar). 
1 Principais indicações: 
- cistostomia, gastrostomia, nefrectomia, Criptorquidismo 
unilateral e ovariohisterectomia. 
2 Estruturas anatômicas envolvidas: 
- Pele 
- Subcutâneo 
- Músculos: oblíquos abdominais (externo e interno), 
transverso do abdome. 
- Peritônio 
3 Acesso: 
- Incisão de pele. 
- Divulsão do subcutâneo. 
- Incisão da fáscia externa do oblíquo abdominal externo. 
- Afastamento da musculatura no sentido das fibras. 
I. Oblíquo abdominal externo 
II. Obliquo abdominal interno 
III. Transverso do abdome 
- OBS: A INCISÃO DA MUSCULATURA GERA HEMORRAGIA E 
DIFICULDADE NO MOMENTO DA SÍNTESE (TENSÃO) E, 
PORTANTO, DEVE SER EVITADA. 
- Incisão do peritônio. 
4 Síntese (3 planos). 
- Plano 1 = sutura em massa dos 3 músculos do flanco 
(quanto maior a área de contato, menor a tensão da 
sutura) – tipos de fio = absorvíveis de absorção lenta ou 
não absorvível (POLIDIOXANONA, náilon, poligliconato, 
polipropileno). 
- Plano 2 = redução do espaço morto 
- Plano 3 = Dermorrafia. 
 
Cuidados pós-operatórios 
- Bandagem (2-5 dias). 
1 Camada 1 = gaze úmida com solução fisiológica. 
2 Camada 2 = gaze seca e fixação com adesivo (micropore). 
3 Camada 3 (opcional) = ataduras. 
- Proteção cervical (colar elisabetano) ou roupa pós-operatória. 
- Analgésicos: AINE + opioides. 
 - 2-3 dias (fase da inflamação dura só 3 dias) 
- Higienização da ferida cirúrgica (após remoção da bandagem 2-5 
dias) 
 BID, solução fisiológica (evitar antissépticos) 
- Retirada de sutura cutânea: 8 – 10 dias 
- Continuidade do uso de antibióticos: apenas de acordo com 
necessidade (infecção) e mediante teste de cultura e antibiograma.

Continue navegando