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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 1 SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) Queridos Alunos! Abaixo, nossa Aula 1 de Direito Processual Civil para o STJ!!! Agora vamos lá! Ricardo Gomes Por sua aprovação no TJ/RJ! AVISOS: • Disponibilizamos Cursos de: • REGIMENTO INTERNO DO STJ- TEORIA E EXERCÍCIOS • DIREITO PROCESSUAL CIVIL PARA O STJ – TEORIA E EXERCÍCIOS • Não percam esta oportunidade de praticarem e aperfeiçoarem ainda mais seus conhecimentos! SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 2 QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 1. Ação. a. Conceito e natureza jurídica b. Condições c. Classificação EXERCÍCIOS COMENTADOS QUESTÃO 1: TRT 22ª - Analista Judiciário – Judiciário [FCC] – 14/11/2010. A indeclinabilidade é uma característica a) da ação. b) da jurisdição. c) do processo. d) da lide. e) do procedimento. COMENTÁRIOS: Estudamos que a Indeclinabilidade ou Inafastabilidade é o princípio processual constitucional da Jurisdição consistente na regra de que nenhuma lesão ou ameaça de lesão poderá ser afastada da apreciação do Poder Judiciário. Implica no dever do Estado de solucionar os conflitos quando provocado pelas partes, que é decorrência do direito fundamental de acesso ao SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 3 poder judiciário (direito de ação). Como o Estado detém o monopólio da jurisdição e as partes possuem direito irrestrito à ação, o Estado também tem o dever de prestar a tutela jurisdicional e não apenas simples faculdade. Com isso, não há questão que não possa ser posta em juízo para decisão do magistrado. Todos têm direito de Ação de forma ampla, abstrata e irrestrita, mesmo que, ao final, comprovem-se infundadas suas demandas. O direito de ação é puro e abstrato, independe de qualquer análise acerca do mérito da questão. CF-88 Art. 5 XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; Apesar de nascer em virtude do direito de Ação, a indeclinabilidade é uma característica da Jurisdição. A Ação não é indeclinável, mas a Jurisdição o é. RESPOSTA CERTA: B QUESTÃO 2: TCE - RO - Auditor Substituto de Conselheiro FCC] – 05/09/2010. A jurisdição contenciosa civil a) é divisível. b) é atividade substitutiva. c) é exercida pelo Tribunal de Contas da União. d) é exercida por membro do Ministério Público. e) não pressupõe território. COMENTÁRIOS: Quatro princípios importantes da Jurisdição que responde à questão: 1. Unicidade – a jurisdição é UNA, não havendo divisões SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 4 internas da própria jurisdição, mas tão somente de seu exercício. Assim, as classificações das Justiças (Comum e Especial, entre outras) são apenas para caracterização e definição de competências, não se tratando de diversas jurisdições. 2. Substitutividade – o Estado-Juiz, com poder de império, substitui a vontade das partes para decidir o caso concreto. Ou seja, atua em substituição às partes, quando essas não conseguem por si próprias com seus litígios. 3. Investidura – a atividade jurisdicional deve ser exercida pelos órgãos estatais que foram regularmente investidos na função jurisdicional. Ou seja, somente poderá exercer a jurisdição aquele órgão a que a lei atribui o poder jurisdicional. Para ser investido regularmente na condição de Juiz (Magistrado), a pessoa tem que ser aprovada em concurso público de provas e títulos ou terá que ser nomeada para Tribunais de Justiça, Tribunais Federais e Tribunais Superiores, nas diversas formas previstas na Constituição Federal (todas são formas de investidura regular na atividade jurisdicional, que legitimam sua atuação funcional). Assim, um Delegado de Polícia jamais poderá praticar atos exclusivos da esfera judicial, posto não ter sido investido regularmente no cargo de Juiz. 4. Aderência ou Territorialidade – o exercício da jurisdição deve estar previamente vinculado a uma determinada zona territorial, isto é, os Juízes têm autoridade jurisdicional tão somente no território específico que exercem suas funções, o chamado FORO. Na Justiça Estadual o Foro é a Comarca. Na Justiça Federal, é a Seção Judiciária; Na Justiça Eleitoral é a Zona Eleitoral. Este é o chamado Princípio da Aderência – a jurisdição está aderente apenas à região geográfica de seu exercício. Exemplo: o Juiz do STF tem jurisdição em todo o país; o Juiz da capital de um determinado Estado tem SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 5 competência somente naquela região. Em resumo, faço as seguintes considerações: • a Jurisdição NÃO é divisível, pois ela é UMA; • a Jurisdição é substitutiva, por isso o item B está CORRETO. • A Jurisdição somente é exercida por quem se investiu regularmente na atividade jurisdicional (Tribunal de Contas e Ministério Público não exercem atividade jurisdicional), por isso os itens C e D estão ERRADOS. • A Jurisdição pressupõe sim território, pois serve de base e limitação de sua atuação (princípio da Aderência ou Territorialidade). Portanto, item E está ERRADO. RESPOSTA CERTA: B QUESTÃO 3: TJ - PA - Analista Judiciário – Direito [FCC] – 24/05/2009. Jurisdição é a) a faculdade atribuída ao Poder Executivo de propor e sancionar leis que regulamentem situações jurídicas ocorridas na vida em sociedade. b) a faculdade outorgada ao Poder Legislativo de regulamentar a vida social, estabelecendo, através das leis, as regras jurídicas de observância obrigatória. c) o poder das autoridades judiciárias regularmente investidas no cargo de dizer o direito no caso concreto. d) o direito individual público, subjetivo e autônomo, de pleitear, perante o Estado a solução de um conflito de interesses. e) o instrumento pelo qual o Estado procede à composição da lide, aplicando o Direito ao caso concreto, dirimindo os conflitos de interesses. COMENTÁRIOS: Item A – errado. Somente o Poder Judiciário exerce jurisdição. A faculdade de propor e sancionar leis é uma atribuição constitucional do Presidente da República de caráter legislativo (atípica das atividades do Executivo), masSUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 6 dissociadas da jurisdição. Item B – errado. Esta é a função típica do Poder Legislativo (inovar na ordem jurídica). Item C – correto. Perfeito! Este é o conceito de Jurisdição (dizer o direito no caso concreto). A Jurisdição é o poder do Estado, através de um órgão jurisdicional (Estado-Juiz), de julgar as causas que lhe forem apresentadas, dizendo o direito cabível ao caso concreto. Em outras palavras, a jurisdição é definição do direito por meio de um terceiro imparcial (Estado), de forma autoritária, monopolista e em última instância. Segundo Ada Pelegrine Grinover, em clássica definição, a jurisdição é a “função do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que os envolve com justiça”. O conceito de jurisdição guarda 3 (três) vertentes diversas, que vale detalhar para melhor entendimento: o Jurisdição como Poder – a jurisdição é exercido de forma monopolista, ou seja, o Estado chama para si a responsabilidade de solucionar os conflitos sociais que a ele são reclamados, transformando-se em Poder Estatal de decidir os conflitos a ele apresentados. A jurisdição como poder é manifestação da capacidade do Estado de impor suas decisões jurisdicionais sobre o caso concreto das partes. Aqui é o Estado com sua “mão de ferro”. o Jurisdição como Função Estatal – a jurisdição é uma das funções ou finalidades do Estado, a de pacificação social e realização da justiça no caso concreto. o Jurisdição como Atividade – a jurisdição também pode ser conceituada como os atos materiais e visíveis (atos do processo judicial no plano prático) desenvolvidos pelos Juízes, investidos pelo Estado no poder de julgar. Item D – errado. Este é o direito de Ação. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 7 Item E – errado. A Jurisdição não é um instrumento, pois se trata de um Poder. O instrumento é o PROCESSO e não a Jurisdição. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 4: MPE - SE - Analista do Ministério Público – Direito [FCC] – 19/04/2009. Nos procedimentos de jurisdição voluntária a) a iniciativa para iniciar o processo caberá exclusiva mente ao Ministério Público. b) não haverá citação, porque inexistem partes, mas interessados. c) não cabe apelação da sentença. d) em nenhuma hipótese caberá intervenção do Ministério Público, porque não há lide. e) o juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que reputar mais correta ou oportuna. COMENTÁRIOS: Item A – errado. São legitimados para dar início ao Processo de Jurisdição Voluntária o INTERESSADO e o Ministério Público. CPC Art. 1.104. O procedimento terá início por provocação do interessado ou do Ministério Público, cabendo-lhes formular o pedido em requerimento dirigido ao juiz, devidamente instruído com os documentos necessários e com a indicação da providência judicial. Item B – errado. Apesar do CPC prevê a figura dos INTERESSADOS, não excluiu deles o direito de ser CITADOS. CPC SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 8 Art. 1.105. Serão citados, sob pena de nulidade, todos os interessados, bem como o Ministério Público. Item C – errado. Existe um Processo Judicial de Jurisdição Voluntária (Ação, Sentença, Apelação, etc) igual ao Processo de Jurisdição Contenciosa. Note-se que os processos de Jurisdição Voluntária são encerrados por Sentença, de que cabe o Recurso de Apelação para o Tribunal, e não por decisão administrativa. CPC Art. 1.110. Da sentença caberá apelação. Item D – errado. Apesar de não haver inicialmente uma LIDE, o CPC determina a INTERVENÇÃO obrigatória do Ministério Público em TODOS os procedimentos de Jurisdição Voluntária. A doutrina e a jurisprudência defendem que o MP não intervirá em todo caso, mas somente nos processos que versem sobre direitos indisponíveis. Assim, o MP estaria autorizado a não intervir nos procedimentos em que não ficasse caracterizada a indisponibilidade dos direitos. De todo modo, devemos ter em mente o que prevê o CPC. CPC Art. 1.103. Quando este Código não estabelecer procedimento especial, regem a jurisdição voluntária as disposições constantes deste Capítulo. Art. 1.105. Serão citados, sob pena de nulidade, todos os interessados, bem como o Ministério Público. Item E – correto. Há uma relativização do princípio da legalidade estrita no âmbito dos procedimentos de Jurisdição Voluntária. O art. 1109 do CPC que o Juiz não é obrigado a observar o critério da legalidade estrita, podendo pautar seus atos na equidade e na solução mais conveniente e oportuna ao caso. O objetivo da norma é conferir ao Juiz em Jurisdição Voluntária uma margem de discricionariedade maior para decisão. Esta discricionariedade é maior tanto na condução do processo, quanto em sua decisão, afastando um apego exagerado às formalidades da lei. A intenção do legislador era conferir uma decisão mais justa, mais oportuna e mais adequada no âmbito da Jurisdição SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 9 Voluntária, dando uma maior elasticidade aos seus procedimentos. Com isso, fala-se da utilização de um juízo de equidade e discricionariedade. CPC Art. 1.109. O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias; não é, porém, obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que reputar mais conveniente ou oportuna. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 5: TRT - 19ª Região - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] – 07/09/2008. Nenhum juiz prestará tutela jurisdicional, senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e formas legais. COMENTÁRIOS: Princípio da Inércia – o Poder Judiciário é inerte (parado), pois a jurisdição não pode ser exercida de ofício pelo Juiz (depende de provocação das partes para início do processo). Este princípio decorre do Princípio da Imparcialidade, tendo em vista que se um Juiz iniciasse um processo, certamente desde já teria uma posição que adotaria em sua decisão. Este princípio guarda exceções legais. Exemplo: execução trabalhista pode ser deflagrada pelo Juiz, de ofício; procedimentos de jurisdição voluntária, etc. A Inércia foi insculpida no próprio texto do Código de Processo Civil, nos termos abaixo: CPC Art. 2o Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais. SUPERIOR TRIBUNALDE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 10 RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 6: TRT - 19ª Região - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] – 07/09/2008. Na jurisdição voluntária, não há lide, tratando-se de forma de administração pública de interesses privados. COMENTÁRIOS: Para a Doutrina Clássica, a Jurisdição Voluntária NÃO é Jurisdição, mas apenas Administração Pública de interesses privados, entre outros motivos, porque não há LIDE - por não haver brigas e conflitos, mas apenas concurso ou convergência de vontades. Observem que predomina no Brasil ainda a Doutrina Clássica, inclusive para as Bancas de Concurso. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 7: TRT 23ª - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] – 24/06/2008. O art. 5o, XXXVII da Constituição Federal dispõe que "não haverá juízo ou tribunal de exceção". Esse dispositivo consagra, em relação à jurisdição, o princípio a) da especialização. b) da improrrogabilidade da jurisdição. c) da indeclinabilidade da jurisdição. d) do juiz natural. e) da indelegabilidade da jurisdição. COMENTÁRIOS: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 11 1. Juiz Natural ou Imparcialidade – O Princípio do Juízo Natural é extraído do Devido Processo Legal e de dois específicos dispositivos do art. 5º da Constituição Federal (incisos XXXVII e LIII). O Juiz Natural é aquele investido regularmente na jurisdição (investidura) e com competência constitucional para julgamento dos conflitos a ele submetidos. É aquele previsto antecedentemente, com competência abstrata e geral, para julgar matéria específica prevista em lei. A CF-88, ao instituir o Princípio visa coibir a criação de órgãos judicantes para julgamento de questões depois do fato (ex post facto) ou de determinadas pessoas (ad personam). O Princípio do Juiz Natural pode ser visualizado sob 2 (dois) prismas diversos: 1. Juiz Natural em sentido Formal – consagra 2 (duas) garantias básicas: a. proibição de Tribunal de Exceção (art. 5º, XXXVII) b. respeito às regras objetivas de determinação de competência jurisdicional (art. 5º, LIII). Proibição de Tribunal de Exceção - O Tribunal de Exceção é um órgão jurisdicional criado excepcionalmente para julgar determinada causa, consistindo em um juízo extraordinário. É o caso de criar um órgão judicial para julgar um específico conflito. Exemplo: Tribunal Penal que julgou Saddan Russen (apesar das barbáries que ele cometeu, vocês acham que ele seria julgado de forma imparcial?); Tribunal de Nuremberg, criado para julgar os crimes dos nazistas após a 2ª Guerra Mundial. O Tribunal de Exceção é o chamado de Juízo, Tribunal ad hoc (para o caso), ou ex post facto (juízo designado após o fato) ou ad personam (para determinada pessoa). SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 12 O Princípio do Juiz Natural garante a imparcialidade das decisões judiciais. Portanto, é uma garantia constitucional ser julgado por um juiz que já está posto. O Juiz Natural é o único que pode ser imparcial. No Processo Civil poderá ser atentado contra o Princípio quando o Presidente do Tribunal designa unilateralmente um Juiz para julgar determinada causa, sem passar o processo pela distribuição eletrônica (critério objetivo e abstrato de distribuição das ações entre os juízes disponíveis). Respeito às regras objetivas de determinação de competência jurisdicional. Além da proibição de Tribunal de Exceção, o Juiz Natural em sentido Formal garante que o Juízo seja competente para julgar a causa. Essa competência tem que ser fixada de acordo com as regras legais processuais de determinação de competência (critérios objetivos de fixação de competência). É a lei que atribui a competência para o Juiz (ele não escolhe a causa, nem a causa escolhe o juiz). As regras gerais de determinação de competência, previamente estabelecidas, fixam a competência do Juiz. Uma ação não pode ser distribuída deliberadamente para um Juiz específico sem um motivo legal para tanto. A distribuição objetiva e imparcial dos processos é uma forma de garantir o Juiz Natural. Por isso, violar a distribuição eletrônica de processos é violar o Juiz Natural. Frise-se que é a lei é quem cria as regras de competência, bem como os modos de sua alteração. O que é vedado é o próprio Juiz pleitear a alteração das regras que fixaram a sua competência. Assim, a garantia do Juiz Natural veda o Poder de Avocação de processos por parte de Magistrado. CF-88 Art. 5 XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 13 LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 2. Juiz Natural em sentido Material – é a garantia da imparcialidade do Juiz. Todo magistrado deve exercer sua função de forma imparcial, equidistante das partes. É garantia da Justiça Material (independência e imparcialidade dos Magistrados). Portanto, Juiz Natural é o Juiz Competente (dimensão Formal) e Imparcial (dimensão Material). RESPOSTA CERTA: D QUESTÃO 8: TRT 9ª - Técnico Judiciário – Administrativa [FCC] – 12/09/2006 (ADAPTADA). Considere as afirmativas a respeito da atividade jurisdicional: II. A atividade jurisdicional só tem início quando provocada. III. A atividade jurisdicional pode ser delegada a órgãos do Poder Legislativo e do Poder Executivo. Está correto o que se contém APENAS em a) II. b) II e III. c) III. d) nenhuma. COMENTÁRIOS: Item II – correto. É o Princípio da INÉRCIA Jurisdicional. Item III – errado. É o Princípio da Indelegabilidade – o Juiz não pode delegar suas funções, pois as exerce de forma exclusiva. É possível, contudo, delegações da prática de atos por outros Juízes (ex: cartas de ordem; cartas SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 14 precatórias, etc), mas jamais para outros órgãos diversos da atividade judicante (Exemplo: o mesmo caso do Delegado de Polícia). Este Princípio decorre do Princípio da Investidura – a atividade jurisdicional deve ser exercida pelos órgãos estatais que foram regularmente investidos na função jurisdicional. Ou seja, somente poderá exercer a jurisdição aquele órgão a que a lei atribui o poder jurisdicional.Portanto, é impossível a delegação das atividades jurisdicionais a órgãos de outro Poder (Legislativo e Executivo). RESPOSTA CERTA: A QUESTÃO 9: TJ - ES - Analista Judiciário 2 – Administrativa [CESPE] - 03/04/2011. Uma das características da atividade jurisdicional é a sua inércia, razão pela qual, em nenhuma hipótese, o juiz deve determinar, de ofício, que se inicie o processo. COMENTÁRIOS: Errado, pois o Princípio da INÉRCIA dispõe que o processo não pode ser deflagrado pelo próprio Juiz, pois este é dependente da manifestação das partes. No entanto, à regra da Inércia há exceções previstas em Lei, que permitem o início excepcional do processo por provocação das partes (Exemplo: Execução Trabalhista de verbas definidas; Execução Penal; início do processo de inventário, se os legitimados não o fizerem no prazo conferido pela Lei; decretação da falência de empresa em recuperação judicial, etc). Estas e outras exceções apenas confirma a REGRA de que o Juiz deve ser INERTE. RESPOSTA CERTA: E SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 15 QUESTÃO 10: TJ - ES - Analista Judiciário 2 – Administrativa [CESPE] - 03/04/2011. A função jurisdicional é, em regra, de índole substitutiva, ou seja, substitui-se a vontade privada por uma atividade pública. COMENTÁRIOS: É o Princípio da Substitutividade – o Estado-Juiz, com poder de império, substitui a vontade das partes para decidir o caso concreto. Ou seja, atua em substituição às partes, quando essas não conseguem por si próprias com seus litígios. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 11: TRE - ES - Analista Judiciário – Administrativa [CESPE] - 30/01/2011. Uma das distinções entre a função jurisdicional e a administrativa é identificada na imparcialidade do órgão estatal que exerce a função jurisdicional. COMENTÁRIOS: Perfeito, enquanto que a atuação da Administração Pública é eminentemente PARCIAL (interesse apenas do ESTADO), a Função Jurisdicional é uma atuação IMPARCIAL do Estado-Juiz como um terceiro desinteressado e equidistante das partes. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 12: MPE - RO - Promotor de Justiça Substituto [CESPE] - 26/09/2010. O princípio da inércia, um dos princípios basilares da jurisdição, não admite SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 16 exceção. COMENTÁRIOS: É basilar da Jurisdição, mas admite sim exceção. À regra da Inércia há exceções previstas em Lei, que permitem o início excepcional do processo por provocação das partes (Exemplo: Execução Trabalhista de verbas definidas; Execução Penal; início do processo de inventário, se os legitimados não o fizerem no prazo conferido pela Lei; decretação da falência de empresa em recuperação judicial, etc). Estas e outras exceções apenas confirma a REGRA de que o Juiz deve ser INERTE. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 13: OAB - Exame de Ordem Unificado 2009-3 [CESPE] - 17/01/2010. Na jurisdição voluntária, as despesas serão pagas exclusivamente pelo requerente. COMENTÁRIOS: O Código prevê na parte de Custas e Despesas processuais que as despesas no processo de Jurisdição Voluntária serão ADIANTADAS pelo requerente, mas devem ser rateadas entre todos os interessados. CPC Art. 24. Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas serão adiantadas pelo requerente, mas rateadas entre os interessados. RESPOSTA CERTA: E SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 17 QUESTÃO 14: Banco Central – Procurador [FCC] – 08/01/2006. O princípio da inércia da jurisdição significa que a) nenhum Juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais. b) todos os atos processuais dependem de preparo. c) a lei processual só admite a submissão da sentença ao duplo grau de jurisdição, se houver recurso voluntário da parte. d) o Juiz não determinará a emenda da petição inicial, salvo se o réu arguir sua inépcia. e) ao Juiz é vedado impulsionar o processo, cabendo somente à parte requerer o que entender necessário. COMENTÁRIOS: Princípio da Inércia – o Poder Judiciário é inerte (parado), pois a jurisdição não pode ser exercida de ofício pelo Juiz (depende de provocação das partes para início do processo). Este princípio decorre do Princípio da Imparcialidade, tendo em vista que se um Juiz iniciasse um processo, certamente desde já teria uma posição que adotaria em sua decisão. Este princípio guarda exceções legais. Exemplo: execução trabalhista pode ser deflagrada pelo Juiz, de ofício; procedimentos de jurisdição voluntária, etc. A Inércia foi insculpida no próprio texto do Código de Processo Civil, nos termos abaixo: CPC Art. 2o Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais. RESPOSTA CERTA: A QUESTÃO 15: MPE - RO - Promotor de Justiça Substituto [CESPE] - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 18 26/09/2010. O princípio da indelegabilidade estabelece que a autoridade dos órgãos jurisdicionais, considerados emanação do próprio poder estatal soberano, impõe-se por si mesma, independentemente da vontade das partes ou de eventual pacto para aceitarem os resultados do processo. COMENTÁRIOS: Na realidade o conceito foi trocado pelo Princípio da Substitutividade - o Estado-Juiz, com poder de império, substitui a vontade das partes para decidir o caso concreto. Ou seja, atua em substituição às partes, quando essas não conseguem por si próprias com seus litígios. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 16: TRE - MA - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 21/06/2009 (ADAPTADA). A respeito da jurisdição, da ação, da competência, do processo e dos pressupostos, segundo o direito processual civil, julgue os itens abaixo: a) O meio de se provocar a jurisdição é a exceção processual, direito público subjetivo a um pronunciamento estatal que solucione o litígio. b) A teoria eclética da ação - que não é adotada pelo CPC - proclama que a jurisdição só pode ser acionada se houver o direito material postulado. c) Pressupostos processuais em sentido lato são requisitos que legitimam o autor a pleitear a tutela do Estado. COMENTÁRIOS: Item A – errado. A provocação da jurisdição é realizada por meio da Ação, que um Direito Público Subjetivo – direito de agir, provocando a atuação da tutela jurisdicional (relação entre Autor e Estado-Juiz – relação processual). Item B – errado. TeoriaEclética do Direito de Ação – para esta teoria, o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 19 direito de Ação não é totalmente concreto e nem é totalmente abstrato (é uma mistura das duas teorias anteriores). O direito de Ação inegavelmente é abstrato, inclusive reconhecido pela própria CF-88 (art. 5, XXXV), mas deve preencher os requisitos necessários para seu exercício (direito concreto): as chamadas Condições da Ação. Estas condições conferem ao direito de Ação um aspecto mais concreto, pois a sua ausência gerará, segundo o CPC, em carência de Ação. Esta é a teoria adotada pelo Código de Processo Civil, em decorrência da influência de Liebman na doutrina brasileira, sendo evidenciada em vários dispositivos do CPC. CF-88 Art. 5 XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; A Teoria Eclética vem sofrendo severas críticas pela doutrina mais atual, no entanto, permanece em vigor, sendo aceita como a dominante para qualquer efeito. Item C – errado. O que legitima ao autor a pleitear a tutela jurisdicional são as Condições da Ação e não os pressupostos processuais. Para que o direito de Ação seja efetivamente reconhecido no âmbito judicial (consoante Teoria Eclética e CPC), será necessário o preenchimento das Condições da Ação. Quando o autor interpõe qualquer Ação, o Juiz deve verificar se foram preenchidos todos os requisitos legais para seu processamento, entre eles, as Condições da Ação, juntamente com os pressupostos processuais (os dois são requisitos necessários para a Sentença de Mérito). Somente após a superação de tais requisitos legais é que o Juiz analisará o mérito da questão (pretensão material do autor da demanda). Isto é, a análise de mérito do caso, que será pela procedência ou improcedência da demanda, será um passo à frente da análise do preenchimento dos requisitos legais para o processamento da ação. Assim, ao receber o processo o Juiz analisa a pretensão processual do autor. Se não preenchidas as Condições da Ação, o processo iniciado pelo autor será extinto SEM resolução do mérito. Esta é a chamada pela SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 20 doutrina de Carência de Ação. Se preenchidos, inclusive os pressupostos processuais, será iniciada a análise de mérito do processo. Os pressupostos processuais, estudados de forma apartada, são requisitos necessários à validade e eficácia da relação processual, enquanto que as condições da ação são requisitos que legitimam o autor a pleitear a tutela jurisdicional. CPC Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual; RESPOSTA CERTA: EEE QUESTÃO 17: MPS - Análise de Comprovantes de Repasse e Parcelamento [CESPE] - 26/09/2010. Pode ser manejada ação que vise apenas declarar a certeza da inexistência de relação jurídica. COMENTÁRIOS: O interesse do autor poderá ser limitado apenas à simples existência ou inexistência de relação jurídica (exemplo: declaração da relação de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela decorrentes), bem como à autenticidade ou falsidade documental. Esta é a Ação meramente declaratória, que tem por objeto a declaração da existência ou inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica. A ação declaratória é uma ação para declarar situações jurídicas e não para declarar fatos, salvo a ação de declaração de autenticidade ou falsidade de um documento. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 21 CPC Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência ou da inexistência de relação jurídica; II - da autenticidade ou falsidade de documento. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 18: MPS - Análise de Comprovantes de Repasse e Parcelamento [CESPE] – 26/09/2010. A ação é um direito subjetivo que se vincula ao direito material da parte. COMENTÁRIOS: No Direito Processual Brasileiro formou-se 3 (três) correntes distintas na tentativa de definir de forma completa e abrangente o conceito e a natureza da Ação, as quais destacaremos abaixo: 1. Ação como Direito Autônomo e Concreto – para esta corrente a Ação é um direito autônomo em relação ao direito material protegido, mas ele somente seria reconhecido se a decisão judicial fosse favorável ao autor. Apenas se após a decisão judicial o direito material abrangido restasse configurado é que seria reconhecido o ao autor o direito de Ação. Assim, o direito de Ação seria posteriormente dependente da efetiva existência do direito material. Por isso que a Ação seria um Direito Autônomo inicialmente, mas Concreto (dependência posterior da concretude do direito material). 2. Ação como Direito Autônomo e Abstrato – a Ação é autônoma e independente do direito material protegido, sendo um direito preexistente ao processo e a qualquer outra relação jurídica. Assim, o autor tem direito de ação mesmo na hipótese de sua pretensão posta em juízo não ser SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 22 acolhida. Exemplo: autor ajuíza ação solicitando reconhecimento de um direito de posse de determinado bem; o Juiz nega o direito, indeferindo o pedido (neste caso, o autor não terá o direito material levado a juízo, mas mantém incólume seu direito de ação, direito de levar a juízo sua pretensão). Para esta teoria, existem 2 relações jurídicas diversas envolvidas no processo: 1. Direito de Ação – relação processual entre o Autor e o Estado-Juiz; 2. Direito Material – relação jurídica material entre as partes do processo (Autor e Réu), que estão em conflito. 3. Teoria Eclética do Direito de Ação – para esta teoria, o direito de Ação não é totalmente concreto e nem é totalmente abstrato (é uma mistura das duas teorias anteriores). O direito de Ação inegavelmente é abstrato, inclusive reconhecido pela própria CF-88 (art. 5, XXXV), mas deve preencher os requisitos necessários para seu exercício (direito concreto): as chamadas Condições da Ação. Estas condições conferem ao direito de Ação um aspecto mais concreto, pois a sua ausência gerará, segundo o CPC, em carência de Ação. Esta é a teoria adotada pelo Código de Processo Civil, em decorrência da influência de Liebman na doutrina brasileira, sendo evidenciada em vários dispositivos do CPC.CF-88 Art. 5 XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; A Teoria Eclética vem sofrendo severas críticas pela doutrina mais atual, no entanto, permanece em vigor, sendo aceita SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 23 como a dominante para qualquer efeito. Após a definição das Teorias do Conceito do direito de Ação, vale frisar suas principais características, para fins de memorização: • Direito Público Subjetivo – direito de agir, provocando a atuação da tutela jurisdicional (relação entre Autor e Estado-Juiz – relação processual); • Direito Autônomo – a natureza do direito de Ação (relação processual) é distinta da natureza do direito material (relação material: Autor e Réu) afirmado em juízo pela parte; • Direito Abstrato – a existência do direito de Ação independe da efetiva existência do direito material. O sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Justiça. Em outros termos, a Ação é o direto de provocar a atuação da tutela jurisdicional, mediante o Processo, distinto do direito material deduzido em juízo, que pode ser pleiteado em qualquer hipótese, mesmo no caso de improcedência do pedido. A questão está errada porque afirmar ser o direito de Ação um direito subjetivo vinculado ao direito material. Vimos a regra é que o direito de Ação seja autônomo, independente do direito material. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 19: DPU - Agente Administrativo [CESPE] - 30/05/2010. O interesse de agir a) é aspecto processual de natureza subjetiva que impede a análise pelo juiz. b) significa que será legitimado a atuar em juízo apenas o titular do interesse levado a juízo pela demanda. c) consiste na adequação do provimento jurisdicional e na necessidade da tutela pretendida pelo demandante. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 24 d) estará presente quando não houver, pelo ordenamento jurídico, vedação ao pedido deduzido na inicial. e) apenas ficará configurado se o resultado final do processo for favorável ao autor. COMENTÁRIOS: O INTERESSE DE AGIR é uma das Condições da Ação, que depende de dois aspectos relevantes: a. Necessidade/Utilidade da Ação – o processo deve ser o meio necessário, além de qualquer outro, para que o autor possa ter por satisfeita a sua pretensão. Isto é, o órgão judiciário não pode ser utilizado como mais uma forma do autor “resolver seu problema”, devendo ser o único caminho existente para solução do conflito. O Judiciário não é órgão de simples consulta pelo autor, devendo atuar apenas e tão somente quando não houver outra forma de dirimir a lide. O processo deve ser o meio necessário e útil para a parte ver seu conflito resolvido. b. Adequação da Ação – a ação proposta pelo autor deve ser a adequada para o caso apresentado (o procedimento iniciado pela Ação deve ser o correto, adequado e previsto na norma processual). Não há como o cidadão interpor uma Ação Popular quando for caso de Mandado de Segurança. Apesar de ser bastante criticado tal requisito, tem sido o prevalecente em provas e para a doutrina majoritária. CPC Art. 3o Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 25 RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 20: AGU - ADV - Advogado da União [CESPE] - 01/02/2009. Conforme raciocínio possível a partir da teoria eclética da ação, adotada pelo CPC, no caso de ação de conhecimento ajuizada com o fim de obter a condenação de alguém ao pagamento de quantia já expressa em título executivo extrajudicial válido e vencido, existe carência de ação por ausência do interesse de agir, e não improcedência do pedido por falta de direito à tutela requerida. COMENTÁRIOS: Sim, há carência de ação porque não há interesse de agir na hipótese. Vejamos. A parte já dispõe de um titulo executivo válido e vencido, pronto para ser executado. Não há necessidade ou utilidade de entrar com um processo para ter certificado o mesmo direito. O Juiz, sabendo da existência desse título, deve julgar extinto o processo sem resolução de mérito por carência de ação (falta de interesse de agir, tendo em vista a desnecessidade do processo). Gente, a atividade jurisdicional é coisa séria, não está para brincadeira! RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 21: AGU - ADV - Advogado da União [CESPE] - 01/02/2009. Afirmar que o CPC adotou a teoria da substanciação do pedido em detrimento da teoria da individuação significa dizer que, para a correta identificação do pedido, é necessário que constem da inicial os fundamentos de fato e de direito, também identificados como causa de pedir próxima e remota. COMENTÁRIOS: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 26 CAUSA DE PEDIR como elemento da Ação – constitui-se dos fatos e dos fundamentos jurídicos do pedido do autor ao Juiz. Nada mais é do que a descrição dos fatos envolvidos, bem como dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes. A Causa de Pedir é dividida pela doutrina em duas (aplicação da Teoria da Substanciação): i. Causa de Pedir Remota (Fática) – relaciona-se com o fato, sendo apenas a descrição fática da lide, com indicação da efetiva e concreta lesão ou ameaça de lesão ao direito do autor. O fato terá repercussões jurídicas, por isso precisa ser delimitado e descrito. ii. Causa de Pedir Próxima (Jurídica) – é a descrição das consequências jurídicas decorrentes do fato alegado. Não é necessária a descrição do fundamento legal preciso que dê sustentáculo ao pedido, basta a enunciação das próprias consequências jurídicas (isto é, não precisa mencionar em que lei, artigo, dispositivo de norma, etc, encontra-se o direito requerido). Não há esta necessidade porque o Juiz conhece o direito (Princípio do iura novit cúria). O que importa é o autor mencionar qual a consequência jurídica do fato. Exemplo 1: pessoa sem pai conhecido descobre a existência do seu pai; fato: relação de paternidade; fundamento jurídico: nasce direito de reconhecimento formal da paternidade. Observem que neste caso não há qualquer necessidade do autor informar o dispositivo legal que lhe assegura o direito à paternidade, basta a afirmação desta consequência jurídica. Exemplo 2: pessoa bate no veículo de outra e gera prejuízo. Pede-se em juízo uma indenização: o acidente que gerou prejuízo danoso e culposo é o fato jurídico; o direito de ser indenizado é o fundamento jurídico. Exemplo3: celebração de um contrato com erro. Pede-se em juízo o a anulação: a celebração do contrato em erro é o fato jurídico; o direito de anular é o fundamento jurídico. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 27 Exemplo 4: negativação indevida do nome no SERASA. Pede-se em juízo a retirada imediata do cadastro: a inscrição indevida do nome na SERASA é o fato jurídico; o direito de tirar o seu nome é o fundamento jurídico. Teoria da Substanciação da Causa de Pedir. O Direito Processual Brasileiro adotou esta teoria, ao exigir os Fatos e os Fundamentos jurídicos como elementos da causa de pedir e não somente a fundamentação legal (definição exata da norma aplicável: lei, dispositivo, etc). Para esta Teoria, o mais importante é a descrição fática correta, pois é esta que limita o conhecimento do Juiz quando for decidir a ação. Isto porque, a fundamentação legal definida pelo autor não é vinculante ao Juiz, que pode dar outra interpretação e aplicação jurídica para os mesmos fatos. Exemplo: o autor que alega em juízo a aplicação do Código de Defesa do Consumidor ao caso apresentado nos autos; o Juiz, diante do caso concreto, poderá afastar sua aplicação, pelo Princípio do iura novit cúria, e definido a norma jurídica adequada ao caso (com base nos fatos alegados). A Teoria da Substanciação contrapõe-se à Teoria da Individuação, que preleciona a necessidade de apresentação, pelo autor, apenas dos fundamentos jurídicos do pedido, não havendo necessidade de apresentação dos fatos. Esta última Teoria é rechaçada pela doutrina pátria, sem aplicação no Direito Brasileiro. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 22: TRT 9ª - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 11/11/2008. As condições da ação tornam possível o surgimento de uma relação jurídica e válido e regular seu desenvolvimento. A ausência de qualquer uma dessas condições acarreta a nulidade do processo no todo, ou em parte, ou, ainda, o indeferimento liminar da petição inicial. COMENTÁRIOS: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 28 Se não preenchidas as Condições da Ação, o processo iniciado pelo autor será extinto SEM resolução do mérito. Esta é a chamada pela doutrina de Carência de Ação. Se preenchidos, inclusive, os pressupostos processuais, será iniciada a análise de mérito do processo. Os pressupostos processuais, estudados de forma apartada, são requisitos necessários à validade e eficácia da relação processual, enquanto que as condições da ação são requisitos que legitimam o autor a pleitear a tutela jurisdicional. CPC Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual; RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 23: OAB - Exame de Ordem 2008-1 [CESPE] – 18/05/2008. A respeito da jurisdição e da ação, assinale a opção correta. a) Caso seja iniciado um procedimento de jurisdição contenciosa, este deve seguir até a sentença final no procedimento escolhido pelo autor, não sendo possível transformar o contencioso em voluntário por ato subseqüente ou por manifestação de vontade de qualquer das partes. b) As condições da ação devem ser verificadas pelo juiz desde o despacho de recebimento da petição inicial até a prolação da sentença, pois a falta de uma delas durante o processo caracteriza a carência superveniente, que enseja a extinção do processo sem resolução do mérito. c) Duas ações são consideradas idênticas quando ocorrer identidade de partes, objeto e causa de pedir. Assim, caso seja verificada, no cotejo entre as duas SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 29 ações, a invocação de norma jurídica diversa em cada uma delas, haverá pluralidade de causas de pedir. d) Na chamada jurisdição voluntária, a composição dos litígios é obtida pela intervenção do juiz, que substitui a vontade das partes litigantes por meio de uma sentença de mérito, aplicando, no caso concreto, a vontade da lei. COMENTÁRIOS: Item A – errado. Ao contrário. Se as partes resolverem conciliar no meio do processo, o ato judicial que homologa o acordo será considerado de Jurisdição Voluntária, posto que não decidiu qualquer lide (apenas atestou a vontade das partes). Item B – correto. A ausência de qualquer das condições da ação pode ser atestada desde a análise da petição inicial até o fim do processo, com a prolação da Sentença de Mérito, não precluindo a sua análise em qualquer fase do processo. CPC Art. 295. A petição inicial será indeferida: II - quando a parte for manifestamente ilegítima; III - quando o autor carecer de interesse processual; Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005) Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual; Item C – errado. Sim, a identidade de Ações ocorre quando há identidade dos três elementos da Ação: Partes, Causa de Pedir e Pedido (Objeto). No entanto, a simples invocação de normas jurídicas diversas não configura necessariamente diversas causas de pedir. Vimos que a Causa de Pedir não é a alegação de norma jurídica, mas das consequências jurídicas do fato. CAUSA DE PEDIR – constitui-se dos fatos e dos fundamentos jurídicos do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 30 pedido do autor ao Juiz. Nada mais é do que a descrição dos fatos envolvidos, bem como dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes. A Causa de Pedir é dividida pela doutrina em duas (aplicação da Teoria da Substanciação): i. Causa de Pedir Remota (Fática) – relaciona-se com o fato, sendo apenas a descrição fática da lide, com indicação da efetiva e concreta lesão ou ameaça de lesão ao direito do autor. O fato terá repercussões jurídicas, por isso precisa ser delimitado e descrito. ii. Causa de Pedir Próxima (Jurídica) – é a descrição das consequências jurídicas decorrentes do fato alegado. Não é necessária a descrição do fundamento legal preciso que dê sustentáculo ao pedido, basta a enunciação das próprias consequências jurídicas (isto é, não precisa mencionar em que lei, artigo, dispositivo de norma, etc, encontra-se o direito requerido). Não há esta necessidade porque o Juiz conhece o direito (Princípio do iura novit cúria). O que importa é o autor mencionar quala consequência jurídica do fato. Item D – errado. Este é o conceito de Jurisdição Contenciosa e não de Jurisdição Voluntária. A Jurisdição pode ser classificada em 2 (duas) principais espécies: o Jurisdição Contenciosa – é a jurisdição propriamente dita, sendo a atividade estatal exercida pelo Poder Judiciário, consistente no poder de dizer o direito no caso concreto, solucionando as lides em substituição aos interesses das partes. o Jurisdição Voluntária – consiste na integração e fiscalização de negócios firmados entre particulares. Há muita discursão na doutrina acerca da natureza da Jurisdição Voluntária, se também seria ou não propriamente uma Jurisdição (se não seria uma mera Administração Pública de interesses privados). RESPOSTA CERTA: B SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 31 QUESTÃO 24: OAB - SP - 134º Exame de Ordem [CESPE] – 27/01/2008. O interesse de agir é a) faculdade da ação. b) elemento da ação. c) condição da ação. d) pretensão. COMENTÁRIOS: São 3 as Condições da Ação: 1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO; 2. INTERESSE DE AGIR; 3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA (AD CAUSAM). RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 25: TRT - 7ª Região - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] – 11/10/2009 (ADAPTADA). No que concerne à jurisdição e à ação, é INCORRETO afirmar: a) nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais. b) ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei. c) o interesse do autor pode limitar-se à declaração da existência ou da inexistência de relação jurídica. d) ocorrendo violação do direito não é admissível a ação declaratória. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 32 COMENTÁRIOS: Item A – correto. Este é o Princípio da INÉRCIA de Jurisdição. Item B – correto. Legitimidade Extraordinária (Substituição Processual) – quando a lei autoriza terceiros a atuarem em juízo em nome próprio, mas na defesa de interesse alheio (interesse do titular do direito), em substituição do legitimado ordinário. Na legitimação extraordinária há uma não– coincidência entre o legitimado e o titular do da relação discutida em juízo. Ou seja, o legitimado não coincide com o titular da relação discutida. Alguém está em juízo em nome próprio defendendo interesse alheio (está no processo discutindo um interesse que não é dele). Sempre que alguém estiver em juízo defendendo interesse de outrem em nome próprio será um legitimado extraordinário. Característica principal da Legitimidade Extraordinária: Previsão Legal - decorre da lei em sentido amplo, não sendo permitido por simples acordo das partes (exemplo: contratos ou quaisquer negócios jurídicos). Ou seja, somente com autorização legal (previsão expressa na lei) é que será possível a legitimação extraordinária (substituição processual). CPC Art. 6o Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei. Item C – correto. O interesse do autor poderá ser limitado apenas à simples existência ou inexistência de relação jurídica (exemplo: declaração da relação de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela decorrentes), bem como à autenticidade ou falsidade documental. Esta é a Ação meramente declaratória, que tem por objeto a declaração da existência ou inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica. A ação declaratória é uma ação para declarar situações jurídicas e não para declarar fatos, salvo a ação de declaração de autenticidade ou falsidade de um documento. CPC Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência ou da inexistência de relação jurídica; II - da autenticidade ou falsidade de documento. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 33 Item D – errado. Admite-se que o autor entre com ação declaratória quando seja possível a propositura de uma ação condenatória. Por isso, que o CPC prevê que é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. Ou seja, poderá apresentar ação condenatória, que é para reconhecer e efetivar o direito violado, como também, mesmo nessa situação, o autor poderá entrar no Judiciário somente para reconhecer o direito, sem desejar efetivá-lo. CPC Art. 4o Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. RESPOSTA CERTA: D QUESTÃO 26: OAB - SP - 136º Exame de Ordem [CESPE] – 14/09/2009 (ADAPTADA). Assinale a opção correta acerca da jurisdição, da ação e do processo. a) Uma das características da jurisdição é a aptidão para a coisa julgada; por conseguinte, somente haverá jurisdição se houver coisa julgada material. b) O princípio do juiz natural tem por finalidade garantir a prestação da tutela jurisdicional por juiz independente e imparcial. c) A capacidade de estar em juízo, o interesse de agir e a possibilidade jurídica do pedido são considerados elementos da ação. COMENTÁRIOS: Item A – errado. Somente a Jurisdição tem a característica da Definitividade, que é a aptidão para formação da coisa julgada. A jurisdição tem o condão de tornar suas decisões imutáveis. Item B – correto. Princípio do Juiz Natural ou Imparcialidade – O Princípio do Juízo Natural é extraído do Devido Processo Legal e de dois específicos SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 34 dispositivos do art. 5º da Constituição Federal (incisos XXXVII e LIII). O Juiz Natural é aquele investido regularmente na jurisdição (investidura) e com competência constitucional para julgamento dos conflitos a ele submetidos. É aquele previsto antecedentemente, com competência abstrata e geral, para julgar matéria específica prevista em lei. Item C – errado. É a legitimidade ad causam e não a capacidade de estar em juízo (legitimidade ad processum) que compõe mais uma das condições da ação. RESPOSTA CERTA: B QUESTÃO 27: TCE - AP - Procurador de Contas [FCC] – 17/10/2010. São elementos da ação: a) autor, réu e juiz. b) juiz, provas e sentenças. c) partes, causa de pedir e pedido. d) legitimidade, interesse e possibilidade jurídica do pedido. e) jurisdição, demanda e defesa. COMENTÁRIOS: São 3 (três) os ELEMENTOS básicos das Ações (sigla PCP): 1. PARTES – Autor e Réu. São os que efetivamente participam da relação jurídica processual, triangularizada com a figura do Juiz, mediante o contraditório. 2. CAUSADE PEDIR – constitui-se dos fatos e dos fundamentos jurídicos do pedido do autor ao Juiz. Nada mais é do que a descrição dos fatos envolvidos, bem como dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes. 3. PEDIDO (OBJETO) – é a parte final da Ação, consistente na solicitação ao Estado-Juiz da prestação da tutela SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 35 jurisdicional, obrigando ao réu o respeito à pretensão do autor. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 28: TRT 12ª - Téc. Judiciário – Administrativa FCC] – 10/10/2010. A legitimidade das partes e a possibilidade jurídica do pedido são condições da a) jurisdição e da ação, respectivamente. b) jurisdição. c) ação e da jurisdição, respectivamente. d) ação. e) competência funcional. COMENTÁRIOS: Não há condições da jurisdição, apenas condições da ação, que são 3: 1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO; 2. INTERESSE DE AGIR; 3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA (AD CAUSAM). RESPOSTA CERTA: D QUESTÃO 29: TRT - 19ª Região - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] – 07/09/2008. O direito de ação é objetivo, decorre de uma pretensão e depende da existência do direito que se pretende fazer reconhecido e executado. COMENTÁRIOS: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 36 O direito de Ação possui as seguintes características: • Direito Público Subjetivo – direito de agir, provocando a atuação da tutela jurisdicional (relação entre Autor e Estado-Juiz – relação processual) – portanto não é OBJETIVO! • Direito Autônomo – a natureza do direito de Ação (relação processual) é distinta da natureza do direito material (relação material: Autor e Réu) afirmado em juízo pela parte; • Direito Abstrato – a existência do direito de Ação independe da efetiva existência do direito material. O sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Justiça. RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 30: TRT 23ª - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] – 24/06/2008. É totalmente correto afirmar que o direito de ação é um direito a) subjetivo, privado, autônomo e concreto. b) subjetivo, público, autônomo e abstrato. c) objetivo, público e vinculado ao resultado do processo. d) objetivo, privado e vinculado ao resultado do processo. e) objetivo, privado, concreto e abstrato. COMENTÁRIOS: Vide comentários anteriores. RESPOSTA CERTA: B SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 37 QUESTÃO 31: TRT 4ª - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] – 20/08/2008. A respeito da jurisdição e da ação, é correto afirmar que a) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da autenticidade de documento. b) é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. c) não é necessário ter interesse e legitimidade para propor ou contestar a ação. d) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da existência ou inexistência de relação jurídica. e) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da falsidade de documento. COMENTÁRIOS: Item A, D e E – errados. O interesse do autor poderá ser limitado apenas à simples existência ou inexistência de relação jurídica (exemplo: declaração da relação de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela decorrentes), bem como à autenticidade ou falsidade documental. Esta é a Ação meramente declaratória, que tem por objeto a declaração da existência ou inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica. A ação declaratória é uma ação para declarar situações jurídicas e não para declarar fatos, salvo a ação de declaração de autenticidade ou falsidade de um documento. CPC Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência ou da inexistência de relação jurídica; II - da autenticidade ou falsidade de documento. Item B – correto. Admite-se que o autor entre com ação declaratória quando seja possível a propositura de uma ação condenatória. Por isso, que o CPC prevê que é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 38 violação do direito. Ou seja, poderá apresentar ação condenatória, que é para reconhecer e efetivar o direito violado, como também, mesmo nessa situação, o autor poderá entrar no Judiciário somente para reconhecer o direito, sem desejar efetivá-lo. CPC Art. 4o Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. Item C – errado. A legitimidade e o interesse são condições da Ação aplicáveis tanto para o Autor quanto para o Réu (no polo ativo e passivo). RESPOSTA CERTA: B QUESTÃO 32: TRT 20ª - Técnico Judiciário – Administrativa [FCC] – 11/06/2008. No que concerne à Jurisdição e à Ação, de acordo com o Código de Processo Civil, é correto afirmar que a) a jurisdição civil contenciosa e voluntária é exercida pelos juízes e membros do Ministério Público em todo o território nacional. b) o juiz prestará a tutela jurisdicional ainda que não haja requerimento da parte ou do interessado, nos casos e formas legais. c) para propor ou contestar ação basta ter legitimidade. d) ninguém poderá pleitear, em regra, em nome próprio, direito alheio. e) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração de inexistência de relação jurídica. COMENTÁRIOS: Item A – errado. Membro do MP exercendo Jurisdição? Princípio da Investidura – a atividade jurisdicional deve ser exercida pelos órgãos estatais que foram regularmente investidos na função jurisdicional. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 39 Ou seja, somente poderá exercer a jurisdição aquele órgão a que a lei atribui o poder jurisdicional. Item B – errado. O Princípio da Inércia impõe que deve haver provocação da parte. Item C – errado. Não. É preciso preencher todas as 3 condições da ação, mais os pressupostos processuais. Item D – correto. A Legitimidade Ad Causam poderá ser: a) Legitimidade Ordinária – quando os próprios titulares do direito pleiteado são os autores da demanda. Na legitimação ordinária há coincidência entre o legitimado e o sujeitoda relação jurídica discutida em juízo. Significa que se alguém vai a juízo e é titular do interesse próprio, então ele é o legitimado ordinário. Essa é a regra. b) Legitimidade Extraordinária (Substituição Processual) – quando a lei autoriza terceiros a atuarem em juízo em nome próprio, mas na defesa de interesse alheio (interesse do titular do direito), em substituição do legitimado ordinário. Item E – errado. Já vimos que é plenamente possível. RESPOSTA CERTA: D QUESTÃO 33: TRT 9ª - Analista Judiciário - Exec- Mandados [FCC] – 12/09/2004. A respeito do direito de ação, é INCORRETO afirmar que a) é o direito subjetivo público de pleitear ao Poder Judiciário uma decisão sobre uma pretensão. b) é dependente e vinculado ao direito material ou à relação jurídica material existente entre as partes. c) é assegurado pela Constituição, a qual garante que a lei não excluirá da SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 40 apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. d) são condições de seu exercício: a legitimidade, o interesse de agir e a possibilidade jurídica do pedido. e) são elementos identificadores da ação: as partes, o pedido e a causa de pedir. COMENTÁRIOS: Item A – correto. Sim, é uma das características do Direito de Ação: Direito Público Subjetivo – direito de agir, provocando a atuação da tutela jurisdicional (relação entre Autor e Estado-Juiz – relação processual). Item B – errado. é Autônomo e Abstrato! • Direito Autônomo – a natureza do direito de Ação (relação processual) é distinta da natureza do direito material (relação material: Autor e Réu) afirmado em juízo pela parte; • Direito Abstrato – a existência do direito de Ação independe da efetiva existência do direito material. O sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Justiça. Item C – correto. O direito de Ação inegavelmente é abstrato, inclusive reconhecido pela própria CF-88 (art. 5, XXXV), mas deve preencher os requisitos necessários para seu exercício (direito concreto): as chamadas Condições da Ação. CF-88 Art. 5 XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; Item D e E – corretos. RESPOSTA CERTA: B SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 41 QUESTÃO 34: TRT 2ª - Analista Judiciário - Exec- Mandados [FCC] – 15/02/2006. Considere as afirmativas: I. Não se exercita a jurisdição para responder questões abstratas e puramente teóricas, sendo necessário que a parte tenha interesse de agir. II. O interesse do autor pode limitar-se à declaração de existência ou inexistência de relação jurídica. III. Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei. IV. O juiz poderá prestar tutela jurisdicional, independentemente de requerimento da parte ou do interessado. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e II. b) I, II e III. c) I, II e IV. d) II e III. e) II, III e IV. COMENTÁRIOS: Item I – correto. O interesse de agir envolve a Necessidade/Utilidade da Ação – o processo deve ser o meio necessário, além de qualquer outro, para que o autor possa ter por satisfeita a sua pretensão. Isto é, o órgão judiciário não pode ser utilizado como mais uma forma do autor “resolver seu problema”, devendo ser o único caminho existente para solução do conflito. O Judiciário não é órgão de simples consulta pelo autor, devendo atuar apenas e tão somente quando não houver outra forma de dirimir a lide. O processo deve ser o meio necessário e útil para a parte ter o seu conflito resolvido. Repito, a Ação não pode ser utilizada como uma forma de consulta! Item II – correto. Já vimos que sim! Item III – correto. Legitimação Extraordinária (substituição processual). SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 42 Item IV – errado. Princípio da Inércia da Jurisdição. RESPOSTA CERTA: B QUESTÃO 35: TRE-BA - Analista Judiciário – Judiciário [FCC] – 21/09/2003. O interesse de agir como condição da ação consiste na a) formulação de pretensão que, em tese, seja possível de acordo com a ordem jurídica brasileira. b) legitimação para agir daqueles que forem sujeitos da relação jurídica de direito material trazida a juízo. c) necessidade de se recorrer ao Judiciário para a obtenção do resultado pretendido. d) faculdade de acompanhar a prova produzida pela parte contrária e fazer contraprova. e) faculdade de contratar advogado para formular pretensão em juízo. COMENTÁRIOS: O INTERESSE DE AGIR é uma das Condições da Ação, que depende de dois aspectos relevantes: a. Necessidade/Utilidade da Ação – o processo deve ser o meio necessário, além de qualquer outro, para que o autor possa ter por satisfeita a sua pretensão. Isto é, o órgão judiciário não pode ser utilizado como mais uma forma do autor “resolver seu problema”, devendo ser o único caminho existente para solução do conflito. O Judiciário não é órgão de simples consulta pelo autor, devendo atuar apenas e tão somente quando não houver outra forma de dirimir a lide. O processo deve ser o meio necessário e útil para a parte ver seu conflito resolvido. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 43 b. Adequação da Ação – a ação proposta pelo autor deve ser a adequada para o caso apresentado (o procedimento iniciado pela Ação deve ser o correto, adequado e previsto na norma processual). Não há como o cidadão interpor uma Ação Popular quando for caso de Mandado de Segurança. Apesar de ser bastante criticado tal requisito, tem sido o prevalecente em provas e para a doutrina majoritária. RESPOSTA CERTA: C QUESTÃO 36: TCE-SE – Subprocurador [FCC] – 01/01/2003. A regra do artigo 6o do Código de Processo Civil, segundo a qual, "ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei", se refere à figura do a) representante processual. b) curador de ausentes. c) litisconsorte necessário. d) advogado da parte que for incapaz. e) substituto processual. COMENTÁRIOS: Por isso é importante conhecer os 2 termos (Legitimado Extraordinário ou Substituto Processual). RESPOSTA CERTA: E QUESTÃO 37: METRÔ - Secretária Pleno [FCC] – 21/03/2010. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA AULA DEMONSTRATIVA PROF: RICARDO GOMES
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