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Aula 36 Direito Processual Civil Aula 01

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS 
ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA 
AULA DEMONSTRATIVA 
PROF: RICARDO GOMES 
 
Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
1 
 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) 
 
Queridos Alunos! 
 
Abaixo, nossa Aula 1 de Direito Processual Civil para o STJ!!! 
Agora vamos lá! 
 
Ricardo Gomes 
Por sua aprovação no TJ/RJ! 
 
 
AVISOS: 
• Disponibilizamos Cursos de: 
• REGIMENTO INTERNO DO STJ- TEORIA E EXERCÍCIOS 
• DIREITO PROCESSUAL CIVIL PARA O STJ – TEORIA E 
EXERCÍCIOS 
• Não percam esta oportunidade de praticarem e aperfeiçoarem 
ainda mais seus conhecimentos! 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS 
ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA 
AULA DEMONSTRATIVA 
PROF: RICARDO GOMES 
 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
2 
QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 
 
1. Ação. 
a. Conceito e natureza jurídica 
b. Condições 
c. Classificação 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS COMENTADOS 
 
QUESTÃO 1: TRT 22ª - Analista Judiciário – Judiciário [FCC] – 
14/11/2010. 
A indeclinabilidade é uma característica 
a) da ação. 
b) da jurisdição. 
c) do processo. 
d) da lide. 
e) do procedimento. 
 
COMENTÁRIOS: 
Estudamos que a Indeclinabilidade ou Inafastabilidade é o princípio 
processual constitucional da Jurisdição consistente na regra de que nenhuma 
lesão ou ameaça de lesão poderá ser afastada da apreciação do Poder 
Judiciário. Implica no dever do Estado de solucionar os conflitos quando 
provocado pelas partes, que é decorrência do direito fundamental de acesso ao 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS 
ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA 
AULA DEMONSTRATIVA 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
3 
poder judiciário (direito de ação). Como o Estado detém o monopólio da 
jurisdição e as partes possuem direito irrestrito à ação, o Estado também tem 
o dever de prestar a tutela jurisdicional e não apenas simples faculdade. 
Com isso, não há questão que não possa ser posta em juízo para decisão do 
magistrado. Todos têm direito de Ação de forma ampla, abstrata e irrestrita, 
mesmo que, ao final, comprovem-se infundadas suas demandas. O direito de 
ação é puro e abstrato, independe de qualquer análise acerca do mérito da 
questão. 
CF-88 
Art. 5 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito; 
Apesar de nascer em virtude do direito de Ação, a indeclinabilidade é uma 
característica da Jurisdição. A Ação não é indeclinável, mas a Jurisdição o é. 
 
RESPOSTA CERTA: B 
 
QUESTÃO 2: TCE - RO - Auditor Substituto de Conselheiro FCC] – 
05/09/2010. 
A jurisdição contenciosa civil 
a) é divisível. 
b) é atividade substitutiva. 
c) é exercida pelo Tribunal de Contas da União. 
d) é exercida por membro do Ministério Público. 
e) não pressupõe território. 
 
COMENTÁRIOS: 
Quatro princípios importantes da Jurisdição que responde à questão: 
1. Unicidade – a jurisdição é UNA, não havendo divisões 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
4 
internas da própria jurisdição, mas tão somente de seu 
exercício. Assim, as classificações das Justiças (Comum e 
Especial, entre outras) são apenas para caracterização e 
definição de competências, não se tratando de diversas 
jurisdições. 
2. Substitutividade – o Estado-Juiz, com poder de império, 
substitui a vontade das partes para decidir o caso concreto. 
Ou seja, atua em substituição às partes, quando essas não 
conseguem por si próprias com seus litígios. 
3. Investidura – a atividade jurisdicional deve ser exercida 
pelos órgãos estatais que foram regularmente investidos na 
função jurisdicional. Ou seja, somente poderá exercer a 
jurisdição aquele órgão a que a lei atribui o poder 
jurisdicional. 
Para ser investido regularmente na condição de Juiz 
(Magistrado), a pessoa tem que ser aprovada em concurso 
público de provas e títulos ou terá que ser nomeada para 
Tribunais de Justiça, Tribunais Federais e Tribunais 
Superiores, nas diversas formas previstas na Constituição 
Federal (todas são formas de investidura regular na atividade 
jurisdicional, que legitimam sua atuação funcional). Assim, 
um Delegado de Polícia jamais poderá praticar atos 
exclusivos da esfera judicial, posto não ter sido investido 
regularmente no cargo de Juiz. 
4. Aderência ou Territorialidade – o exercício da jurisdição 
deve estar previamente vinculado a uma determinada zona 
territorial, isto é, os Juízes têm autoridade jurisdicional tão 
somente no território específico que exercem suas funções, o 
chamado FORO. Na Justiça Estadual o Foro é a Comarca. Na 
Justiça Federal, é a Seção Judiciária; Na Justiça Eleitoral é a 
Zona Eleitoral. Este é o chamado Princípio da Aderência – a 
jurisdição está aderente apenas à região geográfica de seu 
exercício. Exemplo: o Juiz do STF tem jurisdição em todo o 
país; o Juiz da capital de um determinado Estado tem 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
5 
competência somente naquela região. 
Em resumo, faço as seguintes considerações: 
• a Jurisdição NÃO é divisível, pois ela é UMA; 
• a Jurisdição é substitutiva, por isso o item B está CORRETO. 
• A Jurisdição somente é exercida por quem se investiu regularmente na 
atividade jurisdicional (Tribunal de Contas e Ministério Público não 
exercem atividade jurisdicional), por isso os itens C e D estão ERRADOS. 
• A Jurisdição pressupõe sim território, pois serve de base e limitação de 
sua atuação (princípio da Aderência ou Territorialidade). Portanto, item E 
está ERRADO. 
 
RESPOSTA CERTA: B 
 
QUESTÃO 3: TJ - PA - Analista Judiciário – Direito [FCC] – 24/05/2009. 
Jurisdição é 
a) a faculdade atribuída ao Poder Executivo de propor e sancionar leis que 
regulamentem situações jurídicas ocorridas na vida em sociedade. 
b) a faculdade outorgada ao Poder Legislativo de regulamentar a vida social, 
estabelecendo, através das leis, as regras jurídicas de observância obrigatória. 
c) o poder das autoridades judiciárias regularmente investidas no cargo de 
dizer o direito no caso concreto. 
d) o direito individual público, subjetivo e autônomo, de pleitear, perante o 
Estado a solução de um conflito de interesses. 
e) o instrumento pelo qual o Estado procede à composição da lide, aplicando o 
Direito ao caso concreto, dirimindo os conflitos de interesses. 
 
COMENTÁRIOS: 
Item A – errado. Somente o Poder Judiciário exerce jurisdição. A faculdade de 
propor e sancionar leis é uma atribuição constitucional do Presidente da 
República de caráter legislativo (atípica das atividades do Executivo), masSUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
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dissociadas da jurisdição. 
Item B – errado. Esta é a função típica do Poder Legislativo (inovar na ordem 
jurídica). 
Item C – correto. Perfeito! Este é o conceito de Jurisdição (dizer o direito no 
caso concreto). 
A Jurisdição é o poder do Estado, através de um órgão jurisdicional 
(Estado-Juiz), de julgar as causas que lhe forem apresentadas, dizendo o 
direito cabível ao caso concreto. Em outras palavras, a jurisdição é definição do 
direito por meio de um terceiro imparcial (Estado), de forma autoritária, 
monopolista e em última instância. 
Segundo Ada Pelegrine Grinover, em clássica definição, a jurisdição 
é a “função do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos 
interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito 
que os envolve com justiça”. 
O conceito de jurisdição guarda 3 (três) vertentes diversas, que 
vale detalhar para melhor entendimento: 
o Jurisdição como Poder – a jurisdição é exercido de forma 
monopolista, ou seja, o Estado chama para si a 
responsabilidade de solucionar os conflitos sociais que a ele 
são reclamados, transformando-se em Poder Estatal de 
decidir os conflitos a ele apresentados. A jurisdição como 
poder é manifestação da capacidade do Estado de impor suas 
decisões jurisdicionais sobre o caso concreto das partes. Aqui 
é o Estado com sua “mão de ferro”. 
o Jurisdição como Função Estatal – a jurisdição é uma das 
funções ou finalidades do Estado, a de pacificação social e 
realização da justiça no caso concreto. 
o Jurisdição como Atividade – a jurisdição também pode ser 
conceituada como os atos materiais e visíveis (atos do 
processo judicial no plano prático) desenvolvidos pelos 
Juízes, investidos pelo Estado no poder de julgar. 
Item D – errado. Este é o direito de Ação. 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
7 
Item E – errado. A Jurisdição não é um instrumento, pois se trata de um 
Poder. O instrumento é o PROCESSO e não a Jurisdição. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 4: MPE - SE - Analista do Ministério Público – Direito [FCC] – 
19/04/2009. 
Nos procedimentos de jurisdição voluntária 
a) a iniciativa para iniciar o processo caberá exclusiva mente ao Ministério 
Público. 
b) não haverá citação, porque inexistem partes, mas interessados. 
c) não cabe apelação da sentença. 
d) em nenhuma hipótese caberá intervenção do Ministério Público, porque não 
há lide. 
e) o juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo 
adotar em cada caso a solução que reputar mais correta ou oportuna. 
 
COMENTÁRIOS: 
Item A – errado. São legitimados para dar início ao Processo de Jurisdição 
Voluntária o INTERESSADO e o Ministério Público. 
CPC 
Art. 1.104. O procedimento terá início por provocação do 
interessado ou do Ministério Público, cabendo-lhes formular o 
pedido em requerimento dirigido ao juiz, devidamente instruído 
com os documentos necessários e com a indicação da providência 
judicial. 
Item B – errado. Apesar do CPC prevê a figura dos INTERESSADOS, não 
excluiu deles o direito de ser CITADOS. 
CPC 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
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Art. 1.105. Serão citados, sob pena de nulidade, todos os 
interessados, bem como o Ministério Público. 
Item C – errado. Existe um Processo Judicial de Jurisdição Voluntária (Ação, 
Sentença, Apelação, etc) igual ao Processo de Jurisdição Contenciosa. Note-se 
que os processos de Jurisdição Voluntária são encerrados por Sentença, de 
que cabe o Recurso de Apelação para o Tribunal, e não por decisão 
administrativa. 
CPC 
Art. 1.110. Da sentença caberá apelação. 
Item D – errado. Apesar de não haver inicialmente uma LIDE, o CPC determina 
a INTERVENÇÃO obrigatória do Ministério Público em TODOS os 
procedimentos de Jurisdição Voluntária. A doutrina e a jurisprudência 
defendem que o MP não intervirá em todo caso, mas somente nos processos 
que versem sobre direitos indisponíveis. Assim, o MP estaria autorizado a 
não intervir nos procedimentos em que não ficasse caracterizada a 
indisponibilidade dos direitos. De todo modo, devemos ter em mente o que 
prevê o CPC. 
CPC 
Art. 1.103. Quando este Código não estabelecer procedimento 
especial, regem a jurisdição voluntária as disposições constantes 
deste Capítulo. 
Art. 1.105. Serão citados, sob pena de nulidade, todos os 
interessados, bem como o Ministério Público. 
Item E – correto. Há uma relativização do princípio da legalidade estrita no 
âmbito dos procedimentos de Jurisdição Voluntária. O art. 1109 do CPC que o 
Juiz não é obrigado a observar o critério da legalidade estrita, podendo pautar 
seus atos na equidade e na solução mais conveniente e oportuna ao caso. 
O objetivo da norma é conferir ao Juiz em Jurisdição Voluntária uma margem 
de discricionariedade maior para decisão. Esta discricionariedade é maior 
tanto na condução do processo, quanto em sua decisão, afastando um apego 
exagerado às formalidades da lei. A intenção do legislador era conferir uma 
decisão mais justa, mais oportuna e mais adequada no âmbito da Jurisdição 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
9 
Voluntária, dando uma maior elasticidade aos seus procedimentos. Com isso, 
fala-se da utilização de um juízo de equidade e discricionariedade. 
CPC 
Art. 1.109. O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias; não 
é, porém, obrigado a observar critério de legalidade estrita, 
podendo adotar em cada caso a solução que reputar mais 
conveniente ou oportuna. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 5: TRT - 19ª Região - Analista Judiciário – Administrativa 
[FCC] – 07/09/2008. 
Nenhum juiz prestará tutela jurisdicional, senão quando a parte ou o 
interessado a requerer, nos casos e formas legais. 
 
COMENTÁRIOS: 
Princípio da Inércia – o Poder Judiciário é inerte (parado), pois a jurisdição 
não pode ser exercida de ofício pelo Juiz (depende de provocação das partes 
para início do processo). Este princípio decorre do Princípio da Imparcialidade, 
tendo em vista que se um Juiz iniciasse um processo, certamente desde já 
teria uma posição que adotaria em sua decisão. Este princípio guarda exceções 
legais. Exemplo: execução trabalhista pode ser deflagrada pelo Juiz, de ofício; 
procedimentos de jurisdição voluntária, etc. 
A Inércia foi insculpida no próprio texto do Código de Processo Civil, nos 
termos abaixo: 
CPC 
Art. 2o Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão 
quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e 
forma legais. 
 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
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RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 6: TRT - 19ª Região - Analista Judiciário – Administrativa 
[FCC] – 07/09/2008. 
Na jurisdição voluntária, não há lide, tratando-se de forma de administração 
pública de interesses privados. 
 
COMENTÁRIOS: 
Para a Doutrina Clássica, a Jurisdição Voluntária NÃO é Jurisdição, mas 
apenas Administração Pública de interesses privados, entre outros motivos, 
porque não há LIDE - por não haver brigas e conflitos, mas apenas concurso 
ou convergência de vontades. 
Observem que predomina no Brasil ainda a Doutrina Clássica, inclusive para as 
Bancas de Concurso. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 7: TRT 23ª - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] – 
24/06/2008. 
O art. 5o, XXXVII da Constituição Federal dispõe que "não haverá juízo ou 
tribunal de exceção". Esse dispositivo consagra, em relação à jurisdição, o 
princípio 
a) da especialização. 
b) da improrrogabilidade da jurisdição. 
c) da indeclinabilidade da jurisdição. 
d) do juiz natural. 
e) da indelegabilidade da jurisdição. 
 
COMENTÁRIOS: 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
11 
1. Juiz Natural ou Imparcialidade – O Princípio do Juízo 
Natural é extraído do Devido Processo Legal e de dois 
específicos dispositivos do art. 5º da Constituição Federal 
(incisos XXXVII e LIII). O Juiz Natural é aquele investido 
regularmente na jurisdição (investidura) e com competência 
constitucional para julgamento dos conflitos a ele 
submetidos. É aquele previsto antecedentemente, com 
competência abstrata e geral, para julgar matéria específica 
prevista em lei. 
A CF-88, ao instituir o Princípio visa coibir a criação de 
órgãos judicantes para julgamento de questões depois do 
fato (ex post facto) ou de determinadas pessoas (ad 
personam). 
O Princípio do Juiz Natural pode ser visualizado sob 2 (dois) 
prismas diversos: 
1. Juiz Natural em sentido Formal – consagra 2 
(duas) garantias básicas: 
a. proibição de Tribunal de Exceção (art. 5º, 
XXXVII) 
b. respeito às regras objetivas de determinação 
de competência jurisdicional (art. 5º, LIII). 
Proibição de Tribunal de Exceção - O Tribunal de Exceção 
é um órgão jurisdicional criado excepcionalmente para julgar 
determinada causa, consistindo em um juízo extraordinário. 
É o caso de criar um órgão judicial para julgar um específico 
conflito. Exemplo: Tribunal Penal que julgou Saddan Russen 
(apesar das barbáries que ele cometeu, vocês acham que ele 
seria julgado de forma imparcial?); Tribunal de Nuremberg, 
criado para julgar os crimes dos nazistas após a 2ª Guerra 
Mundial. 
O Tribunal de Exceção é o chamado de Juízo, Tribunal ad hoc 
(para o caso), ou ex post facto (juízo designado após o fato) 
ou ad personam (para determinada pessoa). 
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O Princípio do Juiz Natural garante a imparcialidade das 
decisões judiciais. Portanto, é uma garantia constitucional ser 
julgado por um juiz que já está posto. O Juiz Natural é o 
único que pode ser imparcial. 
No Processo Civil poderá ser atentado contra o Princípio 
quando o Presidente do Tribunal designa unilateralmente um 
Juiz para julgar determinada causa, sem passar o processo 
pela distribuição eletrônica (critério objetivo e abstrato de 
distribuição das ações entre os juízes disponíveis). 
Respeito às regras objetivas de determinação de 
competência jurisdicional. 
Além da proibição de Tribunal de Exceção, o Juiz Natural em 
sentido Formal garante que o Juízo seja competente para 
julgar a causa. Essa competência tem que ser fixada de 
acordo com as regras legais processuais de determinação de 
competência (critérios objetivos de fixação de competência). 
É a lei que atribui a competência para o Juiz (ele não escolhe 
a causa, nem a causa escolhe o juiz). 
As regras gerais de determinação de competência, 
previamente estabelecidas, fixam a competência do Juiz. 
Uma ação não pode ser distribuída deliberadamente para um 
Juiz específico sem um motivo legal para tanto. A distribuição 
objetiva e imparcial dos processos é uma forma de garantir o 
Juiz Natural. Por isso, violar a distribuição eletrônica de 
processos é violar o Juiz Natural. 
Frise-se que é a lei é quem cria as regras de competência, 
bem como os modos de sua alteração. O que é vedado é o 
próprio Juiz pleitear a alteração das regras que fixaram a sua 
competência. Assim, a garantia do Juiz Natural veda o Poder 
de Avocação de processos por parte de Magistrado. 
CF-88 
Art. 5 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
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13 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela 
autoridade competente; 
2. Juiz Natural em sentido Material – é a garantia 
da imparcialidade do Juiz. Todo magistrado deve 
exercer sua função de forma imparcial, equidistante 
das partes. É garantia da Justiça Material 
(independência e imparcialidade dos Magistrados). 
Portanto, Juiz Natural é o Juiz Competente (dimensão Formal) e 
Imparcial (dimensão Material). 
 
RESPOSTA CERTA: D 
 
QUESTÃO 8: TRT 9ª - Técnico Judiciário – Administrativa [FCC] – 
12/09/2006 (ADAPTADA). 
Considere as afirmativas a respeito da atividade jurisdicional: 
II. A atividade jurisdicional só tem início quando provocada. 
III. A atividade jurisdicional pode ser delegada a órgãos do Poder Legislativo e 
do Poder Executivo. 
Está correto o que se contém APENAS em 
a) II. 
b) II e III. 
c) III. 
d) nenhuma. 
 
COMENTÁRIOS: 
Item II – correto. É o Princípio da INÉRCIA Jurisdicional. 
Item III – errado. É o Princípio da Indelegabilidade – o Juiz não pode 
delegar suas funções, pois as exerce de forma exclusiva. É possível, contudo, 
delegações da prática de atos por outros Juízes (ex: cartas de ordem; cartas 
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14 
precatórias, etc), mas jamais para outros órgãos diversos da atividade 
judicante (Exemplo: o mesmo caso do Delegado de Polícia). 
Este Princípio decorre do Princípio da Investidura – a atividade jurisdicional 
deve ser exercida pelos órgãos estatais que foram regularmente investidos na 
função jurisdicional. Ou seja, somente poderá exercer a jurisdição aquele 
órgão a que a lei atribui o poder jurisdicional.Portanto, é impossível a delegação das atividades jurisdicionais a órgãos de 
outro Poder (Legislativo e Executivo). 
 
RESPOSTA CERTA: A 
 
QUESTÃO 9: TJ - ES - Analista Judiciário 2 – Administrativa [CESPE] - 
03/04/2011. 
Uma das características da atividade jurisdicional é a sua inércia, razão pela 
qual, em nenhuma hipótese, o juiz deve determinar, de ofício, que se inicie o 
processo. 
 
COMENTÁRIOS: 
Errado, pois o Princípio da INÉRCIA dispõe que o processo não pode ser 
deflagrado pelo próprio Juiz, pois este é dependente da manifestação das 
partes. 
No entanto, à regra da Inércia há exceções previstas em Lei, que permitem o 
início excepcional do processo por provocação das partes (Exemplo: Execução 
Trabalhista de verbas definidas; Execução Penal; início do processo de 
inventário, se os legitimados não o fizerem no prazo conferido pela Lei; 
decretação da falência de empresa em recuperação judicial, etc). Estas e 
outras exceções apenas confirma a REGRA de que o Juiz deve ser INERTE. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
15 
QUESTÃO 10: TJ - ES - Analista Judiciário 2 – Administrativa [CESPE] - 
03/04/2011. 
A função jurisdicional é, em regra, de índole substitutiva, ou seja, substitui-se 
a vontade privada por uma atividade pública. 
 
COMENTÁRIOS: 
É o Princípio da Substitutividade – o Estado-Juiz, com poder de império, 
substitui a vontade das partes para decidir o caso concreto. Ou seja, atua em 
substituição às partes, quando essas não conseguem por si próprias com seus 
litígios. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 11: TRE - ES - Analista Judiciário – Administrativa [CESPE] - 
30/01/2011. 
Uma das distinções entre a função jurisdicional e a administrativa é 
identificada na imparcialidade do órgão estatal que exerce a função 
jurisdicional. 
 
COMENTÁRIOS: 
Perfeito, enquanto que a atuação da Administração Pública é eminentemente 
PARCIAL (interesse apenas do ESTADO), a Função Jurisdicional é uma atuação 
IMPARCIAL do Estado-Juiz como um terceiro desinteressado e equidistante das 
partes. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 12: MPE - RO - Promotor de Justiça Substituto [CESPE] - 
26/09/2010. 
O princípio da inércia, um dos princípios basilares da jurisdição, não admite 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
16 
exceção. 
 
COMENTÁRIOS: 
É basilar da Jurisdição, mas admite sim exceção. À regra da Inércia há 
exceções previstas em Lei, que permitem o início excepcional do processo por 
provocação das partes (Exemplo: Execução Trabalhista de verbas definidas; 
Execução Penal; início do processo de inventário, se os legitimados não o 
fizerem no prazo conferido pela Lei; decretação da falência de empresa em 
recuperação judicial, etc). Estas e outras exceções apenas confirma a REGRA 
de que o Juiz deve ser INERTE. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 13: OAB - Exame de Ordem Unificado 2009-3 [CESPE] - 
17/01/2010. 
Na jurisdição voluntária, as despesas serão pagas exclusivamente pelo 
requerente. 
 
COMENTÁRIOS: 
O Código prevê na parte de Custas e Despesas processuais que as despesas no 
processo de Jurisdição Voluntária serão ADIANTADAS pelo requerente, mas 
devem ser rateadas entre todos os interessados. 
CPC 
Art. 24. Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas 
serão adiantadas pelo requerente, mas rateadas entre os 
interessados. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
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17 
QUESTÃO 14: Banco Central – Procurador [FCC] – 08/01/2006. 
O princípio da inércia da jurisdição significa que 
a) nenhum Juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o 
interessado a requerer, nos casos e forma legais. 
b) todos os atos processuais dependem de preparo. 
c) a lei processual só admite a submissão da sentença ao duplo grau de 
jurisdição, se houver recurso voluntário da parte. 
d) o Juiz não determinará a emenda da petição inicial, salvo se o réu arguir 
sua inépcia. 
e) ao Juiz é vedado impulsionar o processo, cabendo somente à parte requerer 
o que entender necessário. 
 
COMENTÁRIOS: 
Princípio da Inércia – o Poder Judiciário é inerte (parado), pois a jurisdição 
não pode ser exercida de ofício pelo Juiz (depende de provocação das partes 
para início do processo). Este princípio decorre do Princípio da Imparcialidade, 
tendo em vista que se um Juiz iniciasse um processo, certamente desde já 
teria uma posição que adotaria em sua decisão. Este princípio guarda exceções 
legais. Exemplo: execução trabalhista pode ser deflagrada pelo Juiz, de ofício; 
procedimentos de jurisdição voluntária, etc. 
A Inércia foi insculpida no próprio texto do Código de Processo Civil, nos 
termos abaixo: 
CPC 
Art. 2o Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão 
quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e 
forma legais. 
 
RESPOSTA CERTA: A 
 
QUESTÃO 15: MPE - RO - Promotor de Justiça Substituto [CESPE] - 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
18 
26/09/2010. 
O princípio da indelegabilidade estabelece que a autoridade dos órgãos 
jurisdicionais, considerados emanação do próprio poder estatal soberano, 
impõe-se por si mesma, independentemente da vontade das partes ou de 
eventual pacto para aceitarem os resultados do processo. 
 
COMENTÁRIOS: 
Na realidade o conceito foi trocado pelo Princípio da Substitutividade - o 
Estado-Juiz, com poder de império, substitui a vontade das partes para decidir 
o caso concreto. Ou seja, atua em substituição às partes, quando essas não 
conseguem por si próprias com seus litígios. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 16: TRE - MA - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 
21/06/2009 (ADAPTADA). 
A respeito da jurisdição, da ação, da competência, do processo e dos 
pressupostos, segundo o direito processual civil, julgue os itens abaixo: 
a) O meio de se provocar a jurisdição é a exceção processual, direito público 
subjetivo a um pronunciamento estatal que solucione o litígio. 
b) A teoria eclética da ação - que não é adotada pelo CPC - proclama que a 
jurisdição só pode ser acionada se houver o direito material postulado. 
c) Pressupostos processuais em sentido lato são requisitos que legitimam o 
autor a pleitear a tutela do Estado. 
 
COMENTÁRIOS: 
Item A – errado. A provocação da jurisdição é realizada por meio da Ação, que 
um Direito Público Subjetivo – direito de agir, provocando a atuação da 
tutela jurisdicional (relação entre Autor e Estado-Juiz – relação processual). 
Item B – errado. TeoriaEclética do Direito de Ação – para esta teoria, o 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
19 
direito de Ação não é totalmente concreto e nem é totalmente abstrato (é uma 
mistura das duas teorias anteriores). O direito de Ação inegavelmente é 
abstrato, inclusive reconhecido pela própria CF-88 (art. 5, XXXV), mas deve 
preencher os requisitos necessários para seu exercício (direito concreto): as 
chamadas Condições da Ação. Estas condições conferem ao direito de Ação 
um aspecto mais concreto, pois a sua ausência gerará, segundo o CPC, em 
carência de Ação. Esta é a teoria adotada pelo Código de Processo Civil, em 
decorrência da influência de Liebman na doutrina brasileira, sendo evidenciada 
em vários dispositivos do CPC. 
CF-88 
Art. 5 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito; 
A Teoria Eclética vem sofrendo severas críticas pela doutrina mais atual, no 
entanto, permanece em vigor, sendo aceita como a dominante para qualquer 
efeito. 
Item C – errado. O que legitima ao autor a pleitear a tutela jurisdicional são as 
Condições da Ação e não os pressupostos processuais. 
Para que o direito de Ação seja efetivamente reconhecido no 
âmbito judicial (consoante Teoria Eclética e CPC), será necessário o 
preenchimento das Condições da Ação. 
Quando o autor interpõe qualquer Ação, o Juiz deve verificar se 
foram preenchidos todos os requisitos legais para seu processamento, entre 
eles, as Condições da Ação, juntamente com os pressupostos processuais 
(os dois são requisitos necessários para a Sentença de Mérito). Somente após 
a superação de tais requisitos legais é que o Juiz analisará o mérito da 
questão (pretensão material do autor da demanda). 
Isto é, a análise de mérito do caso, que será pela procedência ou 
improcedência da demanda, será um passo à frente da análise do 
preenchimento dos requisitos legais para o processamento da ação. 
Assim, ao receber o processo o Juiz analisa a pretensão processual 
do autor. Se não preenchidas as Condições da Ação, o processo iniciado pelo 
autor será extinto SEM resolução do mérito. Esta é a chamada pela 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
20 
doutrina de Carência de Ação. Se preenchidos, inclusive os pressupostos 
processuais, será iniciada a análise de mérito do processo. 
Os pressupostos processuais, estudados de forma apartada, são 
requisitos necessários à validade e eficácia da relação processual, enquanto 
que as condições da ação são requisitos que legitimam o autor a pleitear 
a tutela jurisdicional. 
CPC 
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: 
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de 
constituição e de desenvolvimento válido e regular do 
processo; 
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, 
como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o 
interesse processual; 
 
RESPOSTA CERTA: EEE 
 
QUESTÃO 17: MPS - Análise de Comprovantes de Repasse e 
Parcelamento [CESPE] - 26/09/2010. 
Pode ser manejada ação que vise apenas declarar a certeza da inexistência de 
relação jurídica. 
 
COMENTÁRIOS: 
O interesse do autor poderá ser limitado apenas à simples 
existência ou inexistência de relação jurídica (exemplo: declaração da relação 
de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela decorrentes), 
bem como à autenticidade ou falsidade documental. Esta é a Ação 
meramente declaratória, que tem por objeto a declaração da existência ou 
inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica. A ação declaratória é 
uma ação para declarar situações jurídicas e não para declarar fatos, salvo a 
ação de declaração de autenticidade ou falsidade de um documento. 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
21 
CPC 
Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I - da existência ou da inexistência de relação jurídica; 
II - da autenticidade ou falsidade de documento. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 18: MPS - Análise de Comprovantes de Repasse e 
Parcelamento [CESPE] – 26/09/2010. 
A ação é um direito subjetivo que se vincula ao direito material da parte. 
 
COMENTÁRIOS: 
No Direito Processual Brasileiro formou-se 3 (três) correntes 
distintas na tentativa de definir de forma completa e abrangente o conceito e a 
natureza da Ação, as quais destacaremos abaixo: 
1. Ação como Direito Autônomo e Concreto – para esta 
corrente a Ação é um direito autônomo em relação ao direito 
material protegido, mas ele somente seria reconhecido se a 
decisão judicial fosse favorável ao autor. Apenas se após a 
decisão judicial o direito material abrangido restasse 
configurado é que seria reconhecido o ao autor o direito de 
Ação. Assim, o direito de Ação seria posteriormente 
dependente da efetiva existência do direito material. Por isso 
que a Ação seria um Direito Autônomo inicialmente, mas 
Concreto (dependência posterior da concretude do direito 
material). 
2. Ação como Direito Autônomo e Abstrato – a Ação é 
autônoma e independente do direito material protegido, 
sendo um direito preexistente ao processo e a qualquer outra 
relação jurídica. Assim, o autor tem direito de ação mesmo 
na hipótese de sua pretensão posta em juízo não ser 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
22 
acolhida. Exemplo: autor ajuíza ação solicitando 
reconhecimento de um direito de posse de determinado bem; 
o Juiz nega o direito, indeferindo o pedido (neste caso, o 
autor não terá o direito material levado a juízo, mas mantém 
incólume seu direito de ação, direito de levar a juízo sua 
pretensão). 
Para esta teoria, existem 2 relações jurídicas diversas 
envolvidas no processo: 
1. Direito de Ação – relação processual entre o Autor 
e o Estado-Juiz; 
2. Direito Material – relação jurídica material entre as 
partes do processo (Autor e Réu), que estão em 
conflito. 
3. Teoria Eclética do Direito de Ação – para esta teoria, o 
direito de Ação não é totalmente concreto e nem é 
totalmente abstrato (é uma mistura das duas teorias 
anteriores). O direito de Ação inegavelmente é abstrato, 
inclusive reconhecido pela própria CF-88 (art. 5, XXXV), mas 
deve preencher os requisitos necessários para seu exercício 
(direito concreto): as chamadas Condições da Ação. Estas 
condições conferem ao direito de Ação um aspecto mais 
concreto, pois a sua ausência gerará, segundo o CPC, em 
carência de Ação. Esta é a teoria adotada pelo Código de 
Processo Civil, em decorrência da influência de Liebman na 
doutrina brasileira, sendo evidenciada em vários dispositivos 
do CPC.CF-88 
Art. 5 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito; 
A Teoria Eclética vem sofrendo severas críticas pela doutrina 
mais atual, no entanto, permanece em vigor, sendo aceita 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
23 
como a dominante para qualquer efeito. 
Após a definição das Teorias do Conceito do direito de Ação, vale 
frisar suas principais características, para fins de memorização: 
• Direito Público Subjetivo – direito de agir, provocando a 
atuação da tutela jurisdicional (relação entre Autor e 
Estado-Juiz – relação processual); 
• Direito Autônomo – a natureza do direito de Ação (relação 
processual) é distinta da natureza do direito material (relação 
material: Autor e Réu) afirmado em juízo pela parte; 
• Direito Abstrato – a existência do direito de Ação 
independe da efetiva existência do direito material. O 
sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese 
de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Justiça. 
Em outros termos, a Ação é o direto de provocar a atuação da 
tutela jurisdicional, mediante o Processo, distinto do direito material deduzido 
em juízo, que pode ser pleiteado em qualquer hipótese, mesmo no caso de 
improcedência do pedido. 
A questão está errada porque afirmar ser o direito de Ação um 
direito subjetivo vinculado ao direito material. Vimos a regra é que o direito de 
Ação seja autônomo, independente do direito material. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 19: DPU - Agente Administrativo [CESPE] - 30/05/2010. 
O interesse de agir 
a) é aspecto processual de natureza subjetiva que impede a análise pelo juiz. 
b) significa que será legitimado a atuar em juízo apenas o titular do interesse 
levado a juízo pela demanda. 
c) consiste na adequação do provimento jurisdicional e na necessidade da 
tutela pretendida pelo demandante. 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
24 
d) estará presente quando não houver, pelo ordenamento jurídico, vedação ao 
pedido deduzido na inicial. 
e) apenas ficará configurado se o resultado final do processo for favorável ao 
autor. 
 
COMENTÁRIOS: 
O INTERESSE DE AGIR é uma das Condições da Ação, que depende de dois 
aspectos relevantes: 
a. Necessidade/Utilidade da Ação – o processo deve 
ser o meio necessário, além de qualquer outro, para 
que o autor possa ter por satisfeita a sua pretensão. 
Isto é, o órgão judiciário não pode ser utilizado como 
mais uma forma do autor “resolver seu problema”, 
devendo ser o único caminho existente para solução do 
conflito. O Judiciário não é órgão de simples consulta 
pelo autor, devendo atuar apenas e tão somente 
quando não houver outra forma de dirimir a lide. O 
processo deve ser o meio necessário e útil para a parte 
ver seu conflito resolvido. 
b. Adequação da Ação – a ação proposta pelo autor 
deve ser a adequada para o caso apresentado (o 
procedimento iniciado pela Ação deve ser o correto, 
adequado e previsto na norma processual). Não há 
como o cidadão interpor uma Ação Popular quando for 
caso de Mandado de Segurança. 
Apesar de ser bastante criticado tal requisito, tem sido 
o prevalecente em provas e para a doutrina 
majoritária. 
CPC 
Art. 3o Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse 
e legitimidade. 
 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
25 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 20: AGU - ADV - Advogado da União [CESPE] - 01/02/2009. 
Conforme raciocínio possível a partir da teoria eclética da ação, adotada pelo 
CPC, no caso de ação de conhecimento ajuizada com o fim de obter a 
condenação de alguém ao pagamento de quantia já expressa em título 
executivo extrajudicial válido e vencido, existe carência de ação por ausência 
do interesse de agir, e não improcedência do pedido por falta de direito à 
tutela requerida. 
 
COMENTÁRIOS: 
Sim, há carência de ação porque não há interesse de agir na hipótese. 
Vejamos. 
A parte já dispõe de um titulo executivo válido e vencido, pronto para ser 
executado. Não há necessidade ou utilidade de entrar com um processo 
para ter certificado o mesmo direito. O Juiz, sabendo da existência desse 
título, deve julgar extinto o processo sem resolução de mérito por carência de 
ação (falta de interesse de agir, tendo em vista a desnecessidade do 
processo). 
Gente, a atividade jurisdicional é coisa séria, não está para brincadeira! 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 21: AGU - ADV - Advogado da União [CESPE] - 01/02/2009. 
Afirmar que o CPC adotou a teoria da substanciação do pedido em detrimento 
da teoria da individuação significa dizer que, para a correta identificação do 
pedido, é necessário que constem da inicial os fundamentos de fato e de 
direito, também identificados como causa de pedir próxima e remota. 
 
COMENTÁRIOS: 
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26 
CAUSA DE PEDIR como elemento da Ação – constitui-se dos fatos e dos 
fundamentos jurídicos do pedido do autor ao Juiz. Nada mais é do que a 
descrição dos fatos envolvidos, bem como dos respectivos efeitos jurídicos 
deles decorrentes. A Causa de Pedir é dividida pela doutrina em duas 
(aplicação da Teoria da Substanciação): 
i. Causa de Pedir Remota (Fática) – relaciona-se com o 
fato, sendo apenas a descrição fática da lide, com indicação 
da efetiva e concreta lesão ou ameaça de lesão ao direito do 
autor. O fato terá repercussões jurídicas, por isso precisa 
ser delimitado e descrito. 
ii. Causa de Pedir Próxima (Jurídica) – é a descrição das 
consequências jurídicas decorrentes do fato alegado. Não é 
necessária a descrição do fundamento legal preciso que dê 
sustentáculo ao pedido, basta a enunciação das próprias 
consequências jurídicas (isto é, não precisa mencionar em 
que lei, artigo, dispositivo de norma, etc, encontra-se o 
direito requerido). Não há esta necessidade porque o Juiz 
conhece o direito (Princípio do iura novit cúria). O que 
importa é o autor mencionar qual a consequência jurídica do 
fato. 
Exemplo 1: pessoa sem pai conhecido descobre a 
existência do seu pai; fato: relação de paternidade; 
fundamento jurídico: nasce direito de reconhecimento 
formal da paternidade. Observem que neste caso não há 
qualquer necessidade do autor informar o dispositivo legal 
que lhe assegura o direito à paternidade, basta a afirmação 
desta consequência jurídica. 
Exemplo 2: pessoa bate no veículo de outra e gera 
prejuízo. Pede-se em juízo uma indenização: o acidente que 
gerou prejuízo danoso e culposo é o fato jurídico; o direito 
de ser indenizado é o fundamento jurídico. 
Exemplo3: celebração de um contrato com erro. Pede-se 
em juízo o a anulação: a celebração do contrato em erro é o 
fato jurídico; o direito de anular é o fundamento jurídico. 
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27 
Exemplo 4: negativação indevida do nome no SERASA. 
Pede-se em juízo a retirada imediata do cadastro: a 
inscrição indevida do nome na SERASA é o fato jurídico; o 
direito de tirar o seu nome é o fundamento jurídico. 
Teoria da Substanciação da Causa de Pedir. 
O Direito Processual Brasileiro adotou esta teoria, ao exigir os 
Fatos e os Fundamentos jurídicos como elementos da causa de pedir e não 
somente a fundamentação legal (definição exata da norma aplicável: lei, 
dispositivo, etc). Para esta Teoria, o mais importante é a descrição fática 
correta, pois é esta que limita o conhecimento do Juiz quando for decidir a 
ação. Isto porque, a fundamentação legal definida pelo autor não é vinculante 
ao Juiz, que pode dar outra interpretação e aplicação jurídica para os mesmos 
fatos. Exemplo: o autor que alega em juízo a aplicação do Código de Defesa do 
Consumidor ao caso apresentado nos autos; o Juiz, diante do caso concreto, 
poderá afastar sua aplicação, pelo Princípio do iura novit cúria, e definido a 
norma jurídica adequada ao caso (com base nos fatos alegados). 
A Teoria da Substanciação contrapõe-se à Teoria da 
Individuação, que preleciona a necessidade de apresentação, pelo autor, 
apenas dos fundamentos jurídicos do pedido, não havendo necessidade de 
apresentação dos fatos. Esta última Teoria é rechaçada pela doutrina pátria, 
sem aplicação no Direito Brasileiro. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 22: TRT 9ª - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 
11/11/2008. 
As condições da ação tornam possível o surgimento de uma relação jurídica e 
válido e regular seu desenvolvimento. 
A ausência de qualquer uma dessas condições acarreta a nulidade do processo 
no todo, ou em parte, ou, ainda, o indeferimento liminar da petição inicial. 
 
COMENTÁRIOS: 
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28 
Se não preenchidas as Condições da Ação, o processo iniciado 
pelo autor será extinto SEM resolução do mérito. Esta é a chamada pela 
doutrina de Carência de Ação. Se preenchidos, inclusive, os pressupostos 
processuais, será iniciada a análise de mérito do processo. 
Os pressupostos processuais, estudados de forma apartada, são 
requisitos necessários à validade e eficácia da relação processual, enquanto 
que as condições da ação são requisitos que legitimam o autor a pleitear a 
tutela jurisdicional. 
CPC 
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: 
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de 
constituição e de desenvolvimento válido e regular do 
processo; 
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, 
como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o 
interesse processual; 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 23: OAB - Exame de Ordem 2008-1 [CESPE] – 18/05/2008. 
A respeito da jurisdição e da ação, assinale a opção correta. 
a) Caso seja iniciado um procedimento de jurisdição contenciosa, este deve 
seguir até a sentença final no procedimento escolhido pelo autor, não sendo 
possível transformar o contencioso em voluntário por ato subseqüente ou por 
manifestação de vontade de qualquer das partes. 
b) As condições da ação devem ser verificadas pelo juiz desde o despacho de 
recebimento da petição inicial até a prolação da sentença, pois a falta de uma 
delas durante o processo caracteriza a carência superveniente, que enseja a 
extinção do processo sem resolução do mérito. 
c) Duas ações são consideradas idênticas quando ocorrer identidade de partes, 
objeto e causa de pedir. Assim, caso seja verificada, no cotejo entre as duas 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
29 
ações, a invocação de norma jurídica diversa em cada uma delas, haverá 
pluralidade de causas de pedir. 
d) Na chamada jurisdição voluntária, a composição dos litígios é obtida pela 
intervenção do juiz, que substitui a vontade das partes litigantes por meio de 
uma sentença de mérito, aplicando, no caso concreto, a vontade da lei. 
 
COMENTÁRIOS: 
Item A – errado. Ao contrário. Se as partes resolverem conciliar no meio do 
processo, o ato judicial que homologa o acordo será considerado de Jurisdição 
Voluntária, posto que não decidiu qualquer lide (apenas atestou a vontade das 
partes). 
Item B – correto. A ausência de qualquer das condições da ação pode ser 
atestada desde a análise da petição inicial até o fim do processo, com a 
prolação da Sentença de Mérito, não precluindo a sua análise em qualquer fase 
do processo. 
CPC 
Art. 295. A petição inicial será indeferida: 
II - quando a parte for manifestamente ilegítima; 
III - quando o autor carecer de interesse processual; 
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: 
(Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005) 
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, 
como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o 
interesse processual; 
Item C – errado. Sim, a identidade de Ações ocorre quando há identidade dos 
três elementos da Ação: Partes, Causa de Pedir e Pedido (Objeto). No entanto, 
a simples invocação de normas jurídicas diversas não configura 
necessariamente diversas causas de pedir. 
Vimos que a Causa de Pedir não é a alegação de norma jurídica, mas das 
consequências jurídicas do fato. 
CAUSA DE PEDIR – constitui-se dos fatos e dos fundamentos jurídicos do 
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30 
pedido do autor ao Juiz. Nada mais é do que a descrição dos fatos envolvidos, 
bem como dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes. A Causa de Pedir 
é dividida pela doutrina em duas (aplicação da Teoria da Substanciação): 
i. Causa de Pedir Remota (Fática) – relaciona-se com o fato, 
sendo apenas a descrição fática da lide, com indicação da efetiva 
e concreta lesão ou ameaça de lesão ao direito do autor. O fato 
terá repercussões jurídicas, por isso precisa ser delimitado e 
descrito. 
ii. Causa de Pedir Próxima (Jurídica) – é a descrição das 
consequências jurídicas decorrentes do fato alegado. Não é 
necessária a descrição do fundamento legal preciso que dê 
sustentáculo ao pedido, basta a enunciação das próprias 
consequências jurídicas (isto é, não precisa mencionar em que 
lei, artigo, dispositivo de norma, etc, encontra-se o direito 
requerido). Não há esta necessidade porque o Juiz conhece o 
direito (Princípio do iura novit cúria). O que importa é o autor 
mencionar quala consequência jurídica do fato. 
Item D – errado. Este é o conceito de Jurisdição Contenciosa e não de 
Jurisdição Voluntária. A Jurisdição pode ser classificada em 2 (duas) principais 
espécies: 
o Jurisdição Contenciosa – é a jurisdição propriamente dita, 
sendo a atividade estatal exercida pelo Poder Judiciário, 
consistente no poder de dizer o direito no caso concreto, 
solucionando as lides em substituição aos interesses das 
partes. 
o Jurisdição Voluntária – consiste na integração e 
fiscalização de negócios firmados entre particulares. Há 
muita discursão na doutrina acerca da natureza da Jurisdição 
Voluntária, se também seria ou não propriamente uma 
Jurisdição (se não seria uma mera Administração Pública de 
interesses privados). 
 
RESPOSTA CERTA: B 
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31 
 
QUESTÃO 24: OAB - SP - 134º Exame de Ordem [CESPE] – 
27/01/2008. 
O interesse de agir é 
a) faculdade da ação. 
b) elemento da ação. 
c) condição da ação. 
d) pretensão. 
 
COMENTÁRIOS: 
São 3 as Condições da Ação: 
1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO; 
2. INTERESSE DE AGIR; 
3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA (AD CAUSAM). 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 25: TRT - 7ª Região - Analista Judiciário – Administrativa 
[FCC] – 11/10/2009 (ADAPTADA). 
No que concerne à jurisdição e à ação, é INCORRETO afirmar: 
a) nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o 
interessado a requerer, nos casos e forma legais. 
b) ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando 
autorizado por lei. 
c) o interesse do autor pode limitar-se à declaração da existência ou da 
inexistência de relação jurídica. 
d) ocorrendo violação do direito não é admissível a ação declaratória. 
 
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32 
COMENTÁRIOS: 
Item A – correto. Este é o Princípio da INÉRCIA de Jurisdição. 
Item B – correto. Legitimidade Extraordinária (Substituição Processual) 
– quando a lei autoriza terceiros a atuarem em juízo em nome próprio, mas 
na defesa de interesse alheio (interesse do titular do direito), em substituição 
do legitimado ordinário. Na legitimação extraordinária há uma não–
coincidência entre o legitimado e o titular do da relação discutida em juízo. Ou 
seja, o legitimado não coincide com o titular da relação discutida. Alguém está 
em juízo em nome próprio defendendo interesse alheio (está no processo 
discutindo um interesse que não é dele). Sempre que alguém estiver em juízo 
defendendo interesse de outrem em nome próprio será um legitimado 
extraordinário. Característica principal da Legitimidade Extraordinária: 
Previsão Legal - decorre da lei em sentido amplo, não sendo permitido por 
simples acordo das partes (exemplo: contratos ou quaisquer negócios 
jurídicos). Ou seja, somente com autorização legal (previsão expressa na lei) é 
que será possível a legitimação extraordinária (substituição processual). 
CPC 
Art. 6o Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito 
alheio, salvo quando autorizado por lei. 
Item C – correto. O interesse do autor poderá ser limitado apenas à 
simples existência ou inexistência de relação jurídica (exemplo: declaração da 
relação de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela 
decorrentes), bem como à autenticidade ou falsidade documental. Esta é a 
Ação meramente declaratória, que tem por objeto a declaração da 
existência ou inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica. A ação 
declaratória é uma ação para declarar situações jurídicas e não para declarar 
fatos, salvo a ação de declaração de autenticidade ou falsidade de um 
documento. 
CPC 
Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I - da existência ou da inexistência de relação jurídica; 
II - da autenticidade ou falsidade de documento. 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
33 
Item D – errado. Admite-se que o autor entre com ação declaratória quando 
seja possível a propositura de uma ação condenatória. Por isso, que o CPC 
prevê que é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a 
violação do direito. Ou seja, poderá apresentar ação condenatória, que é para 
reconhecer e efetivar o direito violado, como também, mesmo nessa situação, 
o autor poderá entrar no Judiciário somente para reconhecer o direito, sem 
desejar efetivá-lo. 
CPC 
Art. 4o 
Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que 
tenha ocorrido a violação do direito. 
 
RESPOSTA CERTA: D 
 
QUESTÃO 26: OAB - SP - 136º Exame de Ordem [CESPE] – 14/09/2009 
(ADAPTADA). 
Assinale a opção correta acerca da jurisdição, da ação e do processo. 
a) Uma das características da jurisdição é a aptidão para a coisa julgada; por 
conseguinte, somente haverá jurisdição se houver coisa julgada material. 
b) O princípio do juiz natural tem por finalidade garantir a prestação da tutela 
jurisdicional por juiz independente e imparcial. 
c) A capacidade de estar em juízo, o interesse de agir e a possibilidade jurídica 
do pedido são considerados elementos da ação. 
 
COMENTÁRIOS: 
Item A – errado. Somente a Jurisdição tem a característica da Definitividade, 
que é a aptidão para formação da coisa julgada. A jurisdição tem o condão 
de tornar suas decisões imutáveis. 
Item B – correto. Princípio do Juiz Natural ou Imparcialidade – O Princípio 
do Juízo Natural é extraído do Devido Processo Legal e de dois específicos 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
34 
dispositivos do art. 5º da Constituição Federal (incisos XXXVII e LIII). O Juiz 
Natural é aquele investido regularmente na jurisdição (investidura) e com 
competência constitucional para julgamento dos conflitos a ele submetidos. É 
aquele previsto antecedentemente, com competência abstrata e geral, para 
julgar matéria específica prevista em lei. 
Item C – errado. É a legitimidade ad causam e não a capacidade de estar 
em juízo (legitimidade ad processum) que compõe mais uma das condições da 
ação. 
 
RESPOSTA CERTA: B 
 
QUESTÃO 27: TCE - AP - Procurador de Contas [FCC] – 17/10/2010. 
São elementos da ação: 
a) autor, réu e juiz. 
b) juiz, provas e sentenças. 
c) partes, causa de pedir e pedido. 
d) legitimidade, interesse e possibilidade jurídica do pedido. 
e) jurisdição, demanda e defesa. 
 
COMENTÁRIOS: 
São 3 (três) os ELEMENTOS básicos das Ações (sigla PCP): 
1. PARTES – Autor e Réu. São os que efetivamente 
participam da relação jurídica processual, triangularizada 
com a figura do Juiz, mediante o contraditório. 
2. CAUSADE PEDIR – constitui-se dos fatos e dos 
fundamentos jurídicos do pedido do autor ao Juiz. Nada 
mais é do que a descrição dos fatos envolvidos, bem como 
dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes. 
3. PEDIDO (OBJETO) – é a parte final da Ação, consistente 
na solicitação ao Estado-Juiz da prestação da tutela 
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35 
jurisdicional, obrigando ao réu o respeito à pretensão do 
autor. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 28: TRT 12ª - Téc. Judiciário – Administrativa FCC] – 
10/10/2010. 
A legitimidade das partes e a possibilidade jurídica do pedido são condições da 
a) jurisdição e da ação, respectivamente. 
b) jurisdição. 
c) ação e da jurisdição, respectivamente. 
d) ação. 
e) competência funcional. 
 
COMENTÁRIOS: 
Não há condições da jurisdição, apenas condições da ação, que são 3: 
1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO; 
2. INTERESSE DE AGIR; 
3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA (AD CAUSAM). 
 
RESPOSTA CERTA: D 
 
QUESTÃO 29: TRT - 19ª Região - Analista Judiciário – Administrativa 
[FCC] – 07/09/2008. 
O direito de ação é objetivo, decorre de uma pretensão e depende da 
existência do direito que se pretende fazer reconhecido e executado. 
 
COMENTÁRIOS: 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
36 
O direito de Ação possui as seguintes características: 
• Direito Público Subjetivo – direito de agir, provocando a 
atuação da tutela jurisdicional (relação entre Autor e 
Estado-Juiz – relação processual) – portanto não é 
OBJETIVO! 
• Direito Autônomo – a natureza do direito de Ação (relação 
processual) é distinta da natureza do direito material (relação 
material: Autor e Réu) afirmado em juízo pela parte; 
• Direito Abstrato – a existência do direito de Ação 
independe da efetiva existência do direito material. O 
sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese 
de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Justiça. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 30: TRT 23ª - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] – 
24/06/2008. 
É totalmente correto afirmar que o direito de ação é um direito 
a) subjetivo, privado, autônomo e concreto. 
b) subjetivo, público, autônomo e abstrato. 
c) objetivo, público e vinculado ao resultado do processo. 
d) objetivo, privado e vinculado ao resultado do processo. 
e) objetivo, privado, concreto e abstrato. 
 
COMENTÁRIOS: 
Vide comentários anteriores. 
 
RESPOSTA CERTA: B 
 
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QUESTÃO 31: TRT 4ª - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] – 
20/08/2008. 
A respeito da jurisdição e da ação, é correto afirmar que 
a) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da autenticidade de 
documento. 
b) é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do 
direito. 
c) não é necessário ter interesse e legitimidade para propor ou contestar a 
ação. 
d) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da existência ou 
inexistência de relação jurídica. 
e) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da falsidade de 
documento. 
 
COMENTÁRIOS: 
Item A, D e E – errados. O interesse do autor poderá ser limitado apenas à 
simples existência ou inexistência de relação jurídica (exemplo: declaração da 
relação de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela 
decorrentes), bem como à autenticidade ou falsidade documental. Esta é a 
Ação meramente declaratória, que tem por objeto a declaração da 
existência ou inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica. A ação 
declaratória é uma ação para declarar situações jurídicas e não para declarar 
fatos, salvo a ação de declaração de autenticidade ou falsidade de um 
documento. 
CPC 
Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I - da existência ou da inexistência de relação jurídica; 
II - da autenticidade ou falsidade de documento. 
Item B – correto. Admite-se que o autor entre com ação declaratória quando 
seja possível a propositura de uma ação condenatória. Por isso, que o CPC 
prevê que é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a 
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38 
violação do direito. Ou seja, poderá apresentar ação condenatória, que é para 
reconhecer e efetivar o direito violado, como também, mesmo nessa situação, 
o autor poderá entrar no Judiciário somente para reconhecer o direito, sem 
desejar efetivá-lo. 
CPC 
Art. 4o 
Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que 
tenha ocorrido a violação do direito. 
Item C – errado. A legitimidade e o interesse são condições da Ação aplicáveis 
tanto para o Autor quanto para o Réu (no polo ativo e passivo). 
 
RESPOSTA CERTA: B 
 
QUESTÃO 32: TRT 20ª - Técnico Judiciário – Administrativa [FCC] – 
11/06/2008. 
No que concerne à Jurisdição e à Ação, de acordo com o Código de Processo 
Civil, é correto afirmar que 
a) a jurisdição civil contenciosa e voluntária é exercida pelos juízes e membros 
do Ministério Público em todo o território nacional. 
b) o juiz prestará a tutela jurisdicional ainda que não haja requerimento da 
parte ou do interessado, nos casos e formas legais. 
c) para propor ou contestar ação basta ter legitimidade. 
d) ninguém poderá pleitear, em regra, em nome próprio, direito alheio. 
e) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração de inexistência de 
relação jurídica. 
 
COMENTÁRIOS: 
Item A – errado. Membro do MP exercendo Jurisdição? 
Princípio da Investidura – a atividade jurisdicional deve ser exercida pelos 
órgãos estatais que foram regularmente investidos na função jurisdicional. 
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39 
Ou seja, somente poderá exercer a jurisdição aquele órgão a que a lei atribui o 
poder jurisdicional. 
Item B – errado. O Princípio da Inércia impõe que deve haver provocação da 
parte. 
Item C – errado. Não. É preciso preencher todas as 3 condições da ação, 
mais os pressupostos processuais. 
Item D – correto. A Legitimidade Ad Causam poderá ser: 
a) Legitimidade Ordinária – quando os próprios 
titulares do direito pleiteado são os autores da 
demanda. Na legitimação ordinária há coincidência 
entre o legitimado e o sujeitoda relação jurídica 
discutida em juízo. Significa que se alguém vai a 
juízo e é titular do interesse próprio, então ele é o 
legitimado ordinário. Essa é a regra. 
b) Legitimidade Extraordinária (Substituição 
Processual) – quando a lei autoriza terceiros a 
atuarem em juízo em nome próprio, mas na defesa 
de interesse alheio (interesse do titular do direito), 
em substituição do legitimado ordinário. 
Item E – errado. Já vimos que é plenamente possível. 
 
RESPOSTA CERTA: D 
 
QUESTÃO 33: TRT 9ª - Analista Judiciário - Exec- Mandados [FCC] – 
12/09/2004. 
A respeito do direito de ação, é INCORRETO afirmar que 
a) é o direito subjetivo público de pleitear ao Poder Judiciário uma decisão 
sobre uma pretensão. 
b) é dependente e vinculado ao direito material ou à relação jurídica material 
existente entre as partes. 
c) é assegurado pela Constituição, a qual garante que a lei não excluirá da 
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40 
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. 
d) são condições de seu exercício: a legitimidade, o interesse de agir e a 
possibilidade jurídica do pedido. 
e) são elementos identificadores da ação: as partes, o pedido e a causa de 
pedir. 
 
COMENTÁRIOS: 
Item A – correto. Sim, é uma das características do Direito de Ação: Direito 
Público Subjetivo – direito de agir, provocando a atuação da tutela 
jurisdicional (relação entre Autor e Estado-Juiz – relação processual). 
Item B – errado. é Autônomo e Abstrato! 
• Direito Autônomo – a natureza do direito de Ação (relação 
processual) é distinta da natureza do direito material (relação 
material: Autor e Réu) afirmado em juízo pela parte; 
• Direito Abstrato – a existência do direito de Ação 
independe da efetiva existência do direito material. O 
sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese 
de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Justiça. 
Item C – correto. O direito de Ação inegavelmente é abstrato, inclusive 
reconhecido pela própria CF-88 (art. 5, XXXV), mas deve preencher os 
requisitos necessários para seu exercício (direito concreto): as chamadas 
Condições da Ação. 
CF-88 
Art. 5 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito; 
Item D e E – corretos. 
 
RESPOSTA CERTA: B 
 
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41 
QUESTÃO 34: TRT 2ª - Analista Judiciário - Exec- Mandados [FCC] – 
15/02/2006. 
Considere as afirmativas: 
I. Não se exercita a jurisdição para responder questões abstratas e puramente 
teóricas, sendo necessário que a parte tenha interesse de agir. 
II. O interesse do autor pode limitar-se à declaração de existência ou 
inexistência de relação jurídica. 
III. Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando 
autorizado por lei. 
IV. O juiz poderá prestar tutela jurisdicional, independentemente de 
requerimento da parte ou do interessado. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e II. 
b) I, II e III. 
c) I, II e IV. 
d) II e III. 
e) II, III e IV. 
 
COMENTÁRIOS: 
Item I – correto. O interesse de agir envolve a Necessidade/Utilidade da 
Ação – o processo deve ser o meio necessário, além de qualquer outro, para 
que o autor possa ter por satisfeita a sua pretensão. Isto é, o órgão judiciário 
não pode ser utilizado como mais uma forma do autor “resolver seu 
problema”, devendo ser o único caminho existente para solução do conflito. O 
Judiciário não é órgão de simples consulta pelo autor, devendo atuar apenas e 
tão somente quando não houver outra forma de dirimir a lide. O processo deve 
ser o meio necessário e útil para a parte ter o seu conflito resolvido. 
Repito, a Ação não pode ser utilizada como uma forma de consulta! 
Item II – correto. Já vimos que sim! 
Item III – correto. Legitimação Extraordinária (substituição processual). 
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42 
Item IV – errado. Princípio da Inércia da Jurisdição. 
 
RESPOSTA CERTA: B 
 
QUESTÃO 35: TRE-BA - Analista Judiciário – Judiciário [FCC] – 
21/09/2003. 
O interesse de agir como condição da ação consiste na 
a) formulação de pretensão que, em tese, seja possível de acordo com a 
ordem jurídica brasileira. 
b) legitimação para agir daqueles que forem sujeitos da relação jurídica de 
direito material trazida a juízo. 
c) necessidade de se recorrer ao Judiciário para a obtenção do resultado 
pretendido. 
d) faculdade de acompanhar a prova produzida pela parte contrária e fazer 
contraprova. 
e) faculdade de contratar advogado para formular pretensão em juízo. 
 
COMENTÁRIOS: 
O INTERESSE DE AGIR é uma das Condições da Ação, que depende de dois 
aspectos relevantes: 
a. Necessidade/Utilidade da Ação – o processo deve 
ser o meio necessário, além de qualquer outro, para 
que o autor possa ter por satisfeita a sua pretensão. 
Isto é, o órgão judiciário não pode ser utilizado como 
mais uma forma do autor “resolver seu problema”, 
devendo ser o único caminho existente para solução do 
conflito. O Judiciário não é órgão de simples consulta 
pelo autor, devendo atuar apenas e tão somente 
quando não houver outra forma de dirimir a lide. O 
processo deve ser o meio necessário e útil para a parte 
ver seu conflito resolvido. 
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43 
b. Adequação da Ação – a ação proposta pelo autor 
deve ser a adequada para o caso apresentado (o 
procedimento iniciado pela Ação deve ser o correto, 
adequado e previsto na norma processual). Não há 
como o cidadão interpor uma Ação Popular quando for 
caso de Mandado de Segurança. 
Apesar de ser bastante criticado tal requisito, tem sido 
o prevalecente em provas e para a doutrina 
majoritária. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 36: TCE-SE – Subprocurador [FCC] – 01/01/2003. 
A regra do artigo 6o do Código de Processo Civil, segundo a qual, "ninguém 
poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por 
lei", se refere à figura do 
a) representante processual. 
b) curador de ausentes. 
c) litisconsorte necessário. 
d) advogado da parte que for incapaz. 
e) substituto processual. 
 
COMENTÁRIOS: 
Por isso é importante conhecer os 2 termos (Legitimado Extraordinário ou 
Substituto Processual). 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 37: METRÔ - Secretária Pleno [FCC] – 21/03/2010. 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS 
ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA 
AULA DEMONSTRATIVA 
PROF: RICARDO GOMES

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