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Jurisdição e ação Direito Processual Civil Professora: Juliana Elir Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 2 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Sumário 1- Jurisdição: conceito e características .............................................. 3 2- Equivalentes jurisdicionais .............................................................. 5 3- Arbitragem ...................................................................................... 6 4- Princípios da Jurisdição ................................................................... 7 4.1- Territorialidade ............................................................................. 8 4.2- Investidura ................................................................................... 9 4.3- Indelegabilidade .......................................................................... 10 4.4- Inafastabilidade .......................................................................... 10 4.5- Princípio do juiz natural ................................................................ 12 5- Limites da jurisdição nacional ....................................................... 13 5.1- Cooperação jurídica internacional ................................................... 14 5.1.1- Auxílio direto ............................................................................ 15 5.1.2- Carta rogatória ......................................................................... 16 5.1.3- Homologação de sentença estrangeira e concessão de exequatur à carta rogatória .......................................................................................... 17 6- Ação .............................................................................................. 20 6.1- “Condições da ação” .................................................................... 22 6.2- Elementos da ação....................................................................... 24 6.3- Classificação da ação ................................................................... 24 7- Questões Comentadas ................................................................... 27 8- Lista de exercícios ......................................................................... 51 9- Gabarito ........................................................................................ 66 10- Referencial Bibliográfico .............................................................. 67 Jurisdição: conceito, características e classificação. Equivalentes jurisdicionais. Arbitragem. Princípios. Limites da jurisdição nacional. Cooperação internacional. Ação. Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 3 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Conforme definição de Daniel Amorim, “a jurisdição pode ser entendida como a atuação estatal visando à aplicação do direito objetivo ao caso concreto, resolvendo-se com definitividade uma situação de crise jurídica e gerando com tal solução a pacificação social”1. Temos como características principais da jurisdição: • Una: o Brasil adotou o sistema inglês, no qual toda e qualquer questão pode ser levada ao Poder Judiciário. Não há uma jurisdição administrativa, que analisa com exclusividade os atos administrativos, como ocorre no sistema francês; • Substitutividade: há substituição da vontade das partes pela decisão de um terceiro imparcial (heterocomposição); • Ultima ratio: função jurisdicional é secundária, devendo atuar apenas em último caso, quando não há mais possibilidade de solução do conflito pelas próprias partes; • Imperatividade: é uma manifestação de poder, com imposição de uma decisão por um terceiro; • Inevitabilidade: as partes submetem-se à decisão proferida pelo terceiro. Situação de sujeição, independentemente da vontade das partes; • Criatividade: ao aplicar a norma jurídica ao caso concreto, há uma inovação no mundo jurídico. Cria-se uma norma jurídica aplicada ao caso concreto; • Insuscetibilidade de controle externo: a jurisdição é controlada pela própria jurisdição. Dá a solução final para os problemas; • Definitividade: torna uma decisão indiscutível e imutável (coisa julgada). Vamos praticar? Vejamos como o tema já foi cobrado em prova: 1- (Técnico Judiciário - Área Administrativa – CESPE – TRF 1 – 2017) A respeito de jurisdição, julgue o item a seguir. A jurisdição é divisível. ( ) CERTO ( ) ERRADO 1 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil – Volume único .8. ed. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2016. p. 80. 1- Jurisdição: conceito e características Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 4 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Resolução: O item está ERRADO, pois a jurisdição é uma e indivisível. O Brasil adotou o sistema inglês, no qual toda e qualquer questão pode ser levada ao Poder Judiciário. Não há uma jurisdição administrativa ou contencioso administrativo, que analisa com exclusividade os atos administrativos, como ocorre no sistema francês. Há, sim, divisão de competências. F 2- (Analista Judiciário - Área Direito – FCC – TJ/PA – 2009 - adaptada) Jurisdição é a) a faculdade atribuída ao Poder Executivo de propor e sancionar leis que regulamentem situações jurídicas ocorridas na vida em sociedade. b) a faculdade outorgada ao Poder Legislativo de regulamentar a vida social, estabelecendo, através das leis, as regras jurídicas de observância obrigatória. c) o poder das autoridades judiciárias regularmente investidas no cargo de dizer o direito no caso concreto. d) o direito individual público, subjetivo e autônomo, de pleitear, perante o Estado a solução de um conflito de interesses. Resolução: O conceito de jurisdição é o descrito na letra “c”. C A doutrina apresenta algumas classificações da jurisdição: a) jurisdição penal e civil; b) jurisdição inferior e superior, além das classificações apresentadas nos esquemas a seguir: Quanto à existência ou inexistência do conflito a ser resolvido pelo Poder Judiciário: Jurisdição contenciosa Jurisdição voluntária Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 5 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Equivalentes jurisdicionais são formas não-jurisdicionais de resolução de conflitos. São passíveis de revisão por não terem caráter de definitividade. São equivalentes jurisdicionais: Autotutela é a resolução de conflitos pela imposição da vontade de uma parte. É o que em linguagem popular chamamos de “fazer justiça com as próprias mãos” ou abuso de poder, quando exercida pelo Estado. Em regra, é vedada pelos ordenamentos jurídicos. Existem exceções, tais como, legítima defesa, estado de necessidade, direito de greve, direito de retenção. Autocomposição é a forma de resolução de conflitos pela vontade das partes, através do sacrifício total ou parcial de interesses próprios em favor de interesses alheios. Pode ser realização pela negociação direta, sem a participação de um terceiro ou com a participação de um terceiro, como ocorre na medição e na conciliação. O sistema processual brasileiro incentiva a autocomposição. Existem vários artigos no CPC/15 e inclusive uma seção dedicada aos conciliadores e mediadores judiciais, além de leis específicas sobre o tema. O estímulo à autocomposição foi incluído no capítulo normas fundamentais do processo civil: Quanto à competência e matéria a ser apreciada: Jurisdição comum Estadual Federal Jurisdição especial Trabalhista Eleitoral Militar EQUIVALENTES JURISDICIONAIS AUTOTUTELA AUTOCOMPOSIÇÃO SOLUÇÃO ESTATAL NÃO- JURISDICIONAL DE CONFLITOS ARBITRAGEM2- Equivalentes jurisdicionais Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 6 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Art. 1º. § 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. § 3° A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. Não se preocupe com maiores detalhes sobre o tema. No momento oportuno estudaremos com mais profundidade esta matéria. A solução estatal não-jurisdicional de conflitos é uma forma heterocompositiva de solução de conflitos por um tribunal administrativo. Não é jurisdicional por lhe faltar as características de definitividade e de insuscetibilidade de controle externo. Podemos citar como exemplos: Tribunal Marítimo, Tribunal de Contas, Agências Regularas e CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Atenção!!! A arbitragem é considera por alguns autores como equivalente jurisdicional e por outros autores como atividade jurisdicional. O importante é que você leia com atenção todas as questões e veja qual a posição adotada pela banca. Aqui, iremos tratar a arbitragem como atividade jurisdicional, pois este foi o posicionamento adotado pela banca CESPE recentemente. A arbitragem é uma forma heterocompositiva de resolução de conflitos. As partes escolhem um terceiro imparcial de confiança mútua que irá decidir a situação. A lei nº 9.307/96 dispõe sobre a arbitragem no Brasil. O CPC/15 em seu art. 1º, coloca a arbitragem no capítulo das normas fundamentais do processo civil: Art. 1º. § 1º. É permitida a arbitragem, na forma da lei. Vejamos algumas características da arbitragem no direito brasileiro: • Possibilidade de escolha do direito material a ser aplicado ao caso; • Pode ser árbitro qualquer pessoa física e capaz, de confiança das partes; • A sentença arbitral produz efeito imediato, não necessitando de homologação judicial; 3- Arbitragem Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 7 de 67 www.exponencialconcursos.com.br • O CPC/15 reconhece a sentença arbitral como título executivo judicial no art. 515, VII, o que também é previsto no art. 31 da lei de arbitragem; • Possibilidade de reconhecimento e execução de sentenças arbitrais produzidas no exterior; • Pode ser utilizada pela administração pública direta e indireta para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis; • Controle judicial apenas da validade, não podendo adentrar o mérito da decisão; • Faz coisa julgada material; • Caso seja necessária execução forçada da decisão, é necessário que se recorra ao Poder Judiciário. Atenção!!! No REsp 1.189.050, a quarta turma do STJ decidiu que é possível a arbitragem em contrato de adesão desde que o procedimento tenha sido iniciado pelo consumidor ou tenha sido ratificado por ele. O fornecedor fica vinculado à instituição da arbitragem, mas não o consumidor. 3- (Analista de Gestão – Julgamento – CESPE – TCE/PE – 2017) Com relação à jurisdição e ao poder jurisdicional, julgue o próximo item. No direito brasileiro, a arbitragem deve ser qualificada como um equivalente jurisdicional. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resolução: A questão é polêmica, pois há na doutrina corrente que entende que a arbitragem é equivalente jurisdicional e outra que diz que a arbitragem é atividade jurisdicional. A banca CESPE entendeu pela segunda corrente, considerando o item ERRADO. Entendo que a questão deveria ter sido anulada. F Alguma dúvida? Não hesite em me procurar no fórum de dúvidas. Vejamos agora alguns princípios da jurisdição: 4- Princípios da Jurisdição Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 8 de 67 www.exponencialconcursos.com.br O princípio da territorialidade refere-se aos limites territoriais para o exercício da jurisdição. De acordo com o art. 16 do CPC/15, os juízes possuem jurisdição dentro do território nacional. Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. Por uma questão de organização, existem regras de competência territorial, que serão estudas oportunamente. Assim, os juízes possuem autoridade dentro dos limites do território da sua jurisdição. O CPC/15 mitigou esse princípio como podemos perceber em alguns artigos. Os artigos 60 e 255 tratam de comarcas próximas: Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel. Art. 255. Nas comarcas contíguas de fácil comunicação e nas que se situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar, em qualquer delas, citações, intimações, notificações, penhoras e quaisquer outros atos executivos. PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO TERRITORIALIDADE INVESTIDURA INDELEGABILIDADEINAFASTABILIDADE JUIZ NATURAL 4.1- Territorialidade Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 9 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Além disso, com a evolução da tecnologia, o CPC/15 trouxe a possibilidade de depoimento pessoal e oitiva de testemunha por meio videoconferência ou outro recurso tecnológico. Art. 385. § 3º. O depoimento pessoal da parte que residir em comarca, seção ou subseção judiciária diversa daquela onde tramita o processo poderá ser colhido por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, o que poderá ocorrer, inclusive, durante a realização da audiência de instrução e julgamento. Art. 453. § 1º. A oitiva de testemunha que residir em comarca, seção ou subseção judiciária diversa daquela onde tramita o processo poderá ser realizada por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão e recepção de sons e imagens em tempo real, o que poderá ocorrer, inclusive, durante a audiência de instrução e julgamento. § 2º. Os juízos deverão manter equipamento para a transmissão e recepção de sons e imagens a que se refere o § 1º. Segundo Daniel Amorim, “é natural que o Poder Judiciário, ser inanimado que é, tenha a necessidade de escolher determinados sujeitos, investindo-os do poder jurisdicional para que representem o Estado no exercício concreto da atividade jurisdicional”2. O mesmo autor afirma que, no Brasil, os juízes podem ser investidos do poder jurisdicional de três formas: • concurso público (art. 93, I, da CF/88); • indicação pelo Poder Executivo, por meio do quinto constitucional (art. 94 da CF/88); • para composição do Supremo Tribunal Federal (art. 101 da CF/88). Veja como o tema já foi cobrado em concurso: 2 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil – Volume único .8. ed. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2016. p. 124 4.2- Investidura Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 10 de 67 www.exponencialconcursos.com.br 4- (Técnico Judiciário – Administrativa – CESPE – STJ – 2018) A respeito da jurisdição, julgue o item que se segue. Entre os princípios que regem a jurisdição, o da investidura é aquele que determina que o juiz exerça a atividade judicante dentro de um limite espacial sujeito à soberania do Estado. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resolução: O item está ERRADO, pois apresenta o conceito do princípio da territorialidade. O princípio da investidura implica a necessidade de que ajurisdição seja exercida pela pessoa legitimamente investida na função jurisdicional, de acordo com as formas previstas na Constituição. F Não se pode delegar o exercício da função jurisdicional. Não pode o juiz escusar-se de decidir uma causa que lhe distribuída, além de não poder delegar suas funções a outra pessoa ou órgão. Atenção!!! Existe a possibilidade de se delegar outros poderes judiciais, tais como poder instrutório, diretivo e de execução das decisões. Isso não implica em delegação da função ou poder jurisdicional. Como exemplo, podemos citar o art. 102, l, “m” da CF/88: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais. O princípio da inafastabilidade da jurisdição está previsto no art.5º, XXXV da CF/88, bem como no art. 3º do CPC. Tradicionalmente, o referido princípio era associado ao direito de ingresso em juízo, de dirigir-se ao Poder Judiciário para mover uma ação judicial. Atualmente, o princípio recebeu uma nova leitura e tem abrangido, além da garantia ao acesso ao Poder Judiciário (acesso à Justiça), uma garantia de 4.3- Indelegabilidade 4.4- Inafastabilidade Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 11 de 67 www.exponencialconcursos.com.br outorga a quem tiver razão, de uma tutela jurisdicional efetiva, adequada e tempestiva. Tutela efetiva é a tutela que satisfaz. É a tutela que implementa o direito no mundo da vida. Já a tutela adequada é aquela “compatível e aderente aos interesses em jogo no processo e capaz de fazer justiça com observância dos valores presentes nas normas de direito material”3. Por fim, a tutela tempestiva é aquela prestada em prazo razoável, “compatível com a complexidade da causa, a urgência na obtenção da tutela e a conduta manifestada pelas partes no processo – sempre com a preocupação de obstar os males corrosivos dos direitos representados pelo tempo-inimigo”. 4 5- (Defensoria Pública - DPE/AP – FCC - 2018) Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. Esse é o princípio da: a) inclusão obrigatória, decorrente da dignidade humana e do mínimo existencial, tratando-se de princípio constitucional e, simultaneamente, infraconstitucional do processo civil. b) vedação a tribunais de exceção ou do juiz natural, tratando-se apenas de princípio constitucional do processo civil. c) legalidade ou obrigatoriedade da jurisdição, tratando-se apenas de princípio infraconstitucional do processo civil. d) reparação integral do prejuízo, tratando-se de princípio constitucional e também infraconstitucional do processo civil. e) inafastabilidade ou obrigatoriedade da jurisdição e é, a um só tempo, princípio constitucional e infraconstitucional do processo civil. Resolução: O preceito constitucional assim enunciado: “a lei não excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito”, diz respeito ao princípio constitucional do processo civil da Inafastabilidade do Controle Jurisdicional, art. 5º, XXXV, CF, com previsão também no CPC/15, em seu art.3º. E 3 DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria do novo processo civil. São Paulo: Malheiros, 2016. p.55. 4 Idem. Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 12 de 67 www.exponencialconcursos.com.br O princípio do juiz natural consiste na exigência de que os atos de exercício da jurisdição sejam realizados por juízes instituídos pela própria Constituição e competentes segundo a lei. Tal exigência pode ser desdobrada em três características: a) os julgamentos devem ser realizados por juiz e não por outras pessoas ou servidores. Segundo a Constituição Federal, os juízes são os integrantes dos órgãos elencados no art. 92; b) o órgão judiciário competente para julgamento deve ser preexistente, sendo vedados eventuais tribunais de exceção instituídos depois de configurado o litígio (art.5º, inc. XXXVII); c) o juiz deve ser investido de competência, segundo determinado pela Constituição e pela lei (art.5º, inciso III). Em uma perspectiva objetiva, o princípio consagra duas garantias básicas: proibição de juízo ou tribunal de exceção (art.5, XXXVII, da CRFB) e respeito absoluto às regras objetivas de determinação de competência (art.5, LIII, da CRFB). Sob um viés subjetivo, o princípio encerra a garantia de imparcialidade. Assim, todos os juízes e demais servidores públicos deverão agir com vistas à justa composição do litígio e não voltados a interesses ou vantagens particulares. Princípio do juiz natural Julgamento por juiz Preexistência do orgão julgador Juiz constitucionalment e competente 4.5- Princípio do juiz natural Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 13 de 67 www.exponencialconcursos.com.br O Capítulo I do Título II do CPC/15 trata dos limites da jurisdição nacional. Neste ponto, conseguimos determinar se o Brasil tem jurisdição (ou competência) ou não em determinados casos, como examinaremos a seguir. Os artigos 21 e 22 do CPC/15 apresentam as hipóteses em que o Brasil tem competência para processar e julgar determinadas ações. Ressalte-se que aqui a competência não é exclusiva do Brasil: Já o art. 23 do CPC/15 apresenta as hipóteses de competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal em que no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação em que o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil de alimentos, quando o credor tiver domicílio ou residência no Brasil o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional 5- Limites da jurisdição nacional Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 14 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Continua o CPC/15, no art. 24, dispondo que a ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não impede a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. Por outro lado, a pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. O art. 25 do CPC/15 apresenta ressalva quanto a competência da autoridade judiciária brasileira. Art. 25.Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. § 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo. § 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o. (eleição de foro que oportunamente será estudada) Vejamos agora os artigos referentes à cooperação jurídica internacional. Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará: I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente; II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos necessitados; III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do Estado requerente; IV - a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação; V - a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras. § 1o Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática. § 2o Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1o para homologação de sentença estrangeira. 5.1- Cooperação jurídica internacional Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 15 de 67 www.exponencialconcursos.com.br § 3o Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro. § 4o O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de designação específica. Atenção!!! O pedido passivo de cooperação jurídica internacional será recusado se configurar manifesta ofensa à ordem pública. A cooperação jurídica internacional para execução de decisão estrangeira dar-se-á por meio de carta rogatória ou de ação de homologação de sentença estrangeira, de acordo com o art. 960 e seguinte do CPC/15. O auxílio direto é utilizado quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. O órgão estrangeiro encaminhará à autoridade central solicitação de auxílio direto, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido. A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas congêneres e, se necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução de pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas disposições específicas constantes de tratado. A cooperação jurídica internacional terá por objeto citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial colheita de provas e obtenção de informações homologação e cumprimento de decisão concessão de medida judicial de urgência assistência jurídica internacional qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira 5.1.1- Auxílio direto Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 16 de 67 www.exponencialconcursos.com.br No caso de não necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as providências necessárias para seu cumprimento. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada. O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada quando for autoridade central. Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional. Veja no esquema abaixo quais são os objetos do auxílio direto: A carta rogatória é o pedido feito para que órgão jurisdicional estrangeiro pratique ato de cooperação jurídica internacional. As características da carta rogatória estão no quadro abaixo: AUXÍLIO DIRETO terá os seguintes objetos obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso colheita de provas salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte Carta Rogatória • Procedimento perante o STJ • Jurisdição contenciosa • Garantias do devido processo legal • Defesa: discussão quanto ao atendimento dos requisitos para que produza efeitos no Brasil • Vedação à revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira 5.1.2- Carta rogatória Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 17 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Desde a EC 45/2004, a competência originária para processar e julgar a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur (cumprimento, execução) às cartas rogatórias é do STJ. A cooperação jurídica internacional para execução de decisão estrangeira dar-se-á por meio de carta rogatória ou de ação de homologação de sentença estrangeira, de acordo com o art. 960 e seguintes do CPC/15. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado. Em relação a decisão interlocutória estrangeira (incluída medida de urgência), poderá ser executada no Brasil por meio de carta rogatória. Em se tratando de medida de urgência concedida sem ouvir o réu, o contraditório deve ser proporcionado posteriormente. O juízo sobre a urgência da medida compete exclusivamente à autoridade jurisdicional prolatora da decisão estrangeira. Quando dispensada a homologação para que a sentença estrangeira produza efeitos no Brasil, a decisão concessiva de medida de urgência dependerá, para produzir efeitos, de ter sua validade expressamente reconhecida pelo juiz competente para dar-lhe cumprimento, dispensada a homologação pelo Superior Tribunal de Justiça. Pode ser homologada a decisão judicial definitiva, bem como a decisão não judicial que, pela lei brasileira, teria natureza jurisdicional. A decisão estrangeira poderá ser homologada parcialmente. A autoridade judiciária brasileira poderá deferir pedidos de urgência e realizar atos de execução provisória no processo de homologação de decisão estrangeira. Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de execução fiscal quando prevista em tratado ou em promessa de reciprocidade apresentada à autoridade brasileira. O esquema abaixo apresenta os requisitos indispensáveis à homologação da decisão: 5.1.3- Homologação de sentença estrangeira e concessão de exequatur à carta rogatória Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 18 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Atenção!!! O CPC/15 prevê a possibilidade de homologação de decisão arbitral estrangeira. Esta obedecerá ao disposto em tratado e em lei, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do CPC/15. A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de homologação pelo Superior Tribunal de Justiça. Competirá a qualquer juiz examinar a validade da decisão, em caráter principal ou incidental,quando essa questão for suscitada em processo de sua competência. O cumprimento de decisão estrangeira far-se-á perante o juízo federal competente, a requerimento da parte, conforme as normas estabelecidas para o cumprimento de decisão nacional. Vamos ver duas questões bem interessantes sobre a matéria: 6- (Analista judiciário – área judiciária – CONSULPLAN – TRF2 – 2017) O Novo Código de Processo Civil de 2015, Lei Federal nº 13.105, trouxe consideráveis aprofundamentos em relação à cooperação jurídica internacional e aos instrumentos que a viabilizam. Sobre o tema proposto, assinale a alternativa correta. a) O auxílio direto é via útil ao órgão estrangeiro interessado para requerer quaisquer medidas judiciais ou extrajudiciais não proibidas pela lei brasileira. b) Não poderá ser objeto de auxílio direto a obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso. R e q u is it o s i n d is p e n s á v e is à h o m o lo g a ç ã o d a d e c is ã o ser proferida por autoridade competente ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia ser eficaz no país em que foi proferida não ofender a coisa julgada brasileira estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em tratado não conter manifesta ofensa à ordem pública não ser hipótese de competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira Para a concessão do exequatur às cartas rogatórias serão observados estes pressupostos e o art. 962, § 2º do CPC/15. Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 19 de 67 www.exponencialconcursos.com.br c) Apenas quando houver prévio tratado de cooperação jurídica bilateral celebrado entre o Brasil e o país requerente será possível a prática de atos de cooperação jurídica internacional em território nacional. d) O Superior Tribunal de Justiça, no juízo de delibação da carta rogatória, pode rever o mérito do pronunciamento judicial estrangeiro para adequá-lo com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro. Resolução: De acordo com o CPC/15, temos que: A alternativa “a” está CORRETA: Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os seguintes objetos: III - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. A alternativa “b” está INCORRETA: Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os seguintes objetos: I - obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso. A alternativa “c” está INCORRETA, pois na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática. A alternativa “d” está INCORRETA, pois é vedada, em qualquer hipótese, a revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira. A 7- (Advogado – FUMARC – Câmara de Conceição do Mato Dentro – 2016) Em relação aos limites da jurisdição nacional prevista no Novo CPC, é CORRETO afirmar: a) A ação proposta perante tribunal estrangeiro induz litispendência e obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 20 de 67 www.exponencialconcursos.com.br b) Compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. c) Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que, no Brasil, tiver de ser cumprida a obrigação. d) Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, julgar as ações em que o credor tiver domicílio ou residência no Brasil. Resolução: De acordo com o CPC/15: a) INCORRETA Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. b) INCORRETA Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. c) CORRETA Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação. d) INCORRETA, pois competência não é exclusiva. C Tudo certo até aqui? Não fique com dúvidas. Qualquer coisa, pode me procurar no fórum de dúvidas. Utilizando o conceito de Scarpinella Bueno, “a ação só pode ser compreendida como o direito subjetivo público ou, mais que isso, o direito fundamental de pedir tutela jurisdicional ao Estado-juiz, rompendo a inércia do 6- Ação Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 21 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Poder Judiciário, e de atuar, ao longo do processo, para a obtenção daquele fim”5. Existem algumas teorias acerca da natureza jurídica da ação. Vamos estudá-las a partir dos ensinamentos de Daniel Amorim6: • Teoria imanentista ou civilista: “o direito de ação é considerado o próprio direito material em movimento, reagindo a uma agressão ou a uma ameaça de agressão.”. • Teoria concreta da ação: “criada por Wach na Alemanha. Primeira teoria que fez a distinção entre direito de ação e direito material. O direito de ação é um direito do indivíduo contra o Estado, com o objetivo de obtenção de uma sentença favorável, e ao mesmo tempo um direito contra o adversário, que estará submetido à decisão estatal e aos seus efeitos jurídicos”. • Teoria abstrata do direito de ação: “consequência das teorias criadas por Degenkolb e Plósz, incorpora o entendimento assimilado pela teoria concreta de que direito de ação e direito material não se confundem. E vai além, ao afirmar que o direito de ação é independente do direito material, podendo existir o primeiro sem que exista o segundo. O direito de ação, portanto, é o direito abstrato de obter um pronunciamento do Estado, por meio da decisão judicial. Para os defensores dessa teoria, o direito de ação é abstrato, amplo, genérico e incondicionado, não existindo nenhum requisito que precise ser preenchido para sua existência”. • Teoria eclética: atribui-se a Liebman a sua criação. “Pode ser entendida como uma teoria abstrata com certos temperamentos. Para a teoria eclética, o direito de ação não se confunde com o direito material, inclusive existindo de forma autônoma e independente. Não é, entretanto, incondicional e genérico, porque só existe quando o autor tem o direito a um julgamento de mérito (é irrelevante se favorável ou desfavorável), sendo que esse julgamento de mérito só ocorre no caso concreto quando alguns requisitos são preenchidos de forma a possibilitar ao juiz a análise da pretensão do autor. A teoria eclética defende que a existência do direito de ação não depende da existência do direito material, mas do preenchimento de certos requisitos formais chamados de ‘condições da ação’”. É a teoria adotada pelo CPC/15, apesar de 5 BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil. Vol. único. 2ed. São Paulo: Saraiva, 2016. p.69 6 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direitoprocessual civil – Volume único .8. ed. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2016. p.183 e segs. Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 22 de 67 www.exponencialconcursos.com.br não utilizar o termo “condições da ação” e de retirar a possibilidade jurídica do pedido como requisito para se postular em juízo. • Teoria da asserção ou teoria dela prospettazione: “para essa corrente doutrinária a presença das condições da ação deve ser analisada pelo juiz com os elementos fornecidos pelo próprio autor em sua petição inicial, sem nenhum desenvolvimento cognitivo. Em síntese conclusiva, o que interessa para fins da existência das condições da ação para a teoria da asserção é a mera alegação do autor, admitindo-se provisoriamente que o autor está dizendo a verdade. Aprofundada a cognição, a ausência daquilo que no início do processo poderia ter sido considerado uma condição da ação passa a ser matéria de mérito, gerando uma sentença de rejeição do pedido do autor (art. 487, I, do Novo CPC), com a geração de coisa julgada material. A teoria ora analisada tem ampla aceitação no Superior Tribunal de Justiça”. 8- (Técnico Judiciário – Administrativa - CESPE – STJ – 2018) Julgue o item a seguir, a respeito das ações no processo civil. A teoria eclética da ação, adotada pelo ordenamento jurídico brasileiro, define ação como um direito autônomo e abstrato, independente do direito subjetivo material, condicionada a requisitos para que se possa analisar o seu mérito. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resolução: O item está CERTO, pois define trata exatamente da definição da teoria eclética da ação. V O CPC/73 apresentava as três condições da ação (Liebman) no art. 267, VI, sendo causa de extinção do processo “quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual”. No entanto, o CPC/15 aboliu tanto a expressão “condições da ação”, quanto a possibilidade jurídica do pedido. “Ocorre, porém, que o próprio Liebman reformulou seu entendimento original, passando a defender que a possibilidade jurídica estaria contida no interesse de agir, de forma que ao final 6.1- “Condições da ação” Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 23 de 67 www.exponencialconcursos.com.br de seus estudos restaram somente duas condições da ação: interesse de agir e legitimidade”7. Dispõe o art. 17 do CPC/15: Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. Interesse e legitimidade passaram a ser estudados com o pressupostos processuais. Em relação a possibilidade jurídica do pedido, ainda que não esteja presente de forma expressa no CPC/15, pode ser analisada pelo juiz à luz do interesse de agir ou ainda em relação ao próprio mérito, conforme o caso concreto. 9- (Titular de Serviços de Notas e de Registros - Remoção – CONSULPLAN – TJ/MG – 2017) Com relação à função jurisdicional (jurisdição e ação), as assertivas abaixo estão corretas, EXCETO: a) A impossibilidade jurídica é uma das condições da ação. b) A jurisdição civil é exercida pelos juízes e tribunais em todo o território nacional. c) Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. d) Ninguém poderá pleitear em nome próprio direito alheio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Resolução: A alternativa “a” está INCORRETA. Os termos “condições da ação” e possibilidade jurídica do pedido, anteriormente previstos no art. 267, VI, do CPC/73 foram abolidos do CPC/15 A alternativa “b” está CORRETA, conforme previsão do art. 16 do CPC/15: Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. A alternativa “c” está CORRETA, de acordo com o art. 17 do CPC/15 Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. A alternativa “d” está CORRETA, conforme regra geral trazida pelo art. 18 do CPC/15: Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. 7 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil – Volume único .8. ed. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2016. p. 193. Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 24 de 67 www.exponencialconcursos.com.br A São elementos da ação: partes, causa de pedir e pedido. • Partes São os sujeitos da relação jurídico processual. Partes principais que são aquelas que formulam ou têm contra si pedido formulado (autor e réu nas ações de conhecimento, exequente e executado nas execuções; requerente e requerido nas ações cautelares), e partes auxiliares (coadjuvantes), como o assistente simples. • Causa de Pedir São os fatos e fundamentos jurídicos do pedido, razões de fato e de direito que embasam o pedido. Subdivide-se em: a) causa de pedir remota ou fática: relaciona-se com o fato; b) causa de pedir próxima ou jurídica: relaciona-se com as consequências jurídicas desse fato, ou seja, a valoração do fato pela norma jurídica. • Pedido É o que se espera, a pretensão, a conclusão da exposição dos fatos e fundamentos jurídicos constantes na petição inicial. É o resultado da valoração do fato pela norma jurídica -, a qual constitui a pretensão material formulada. Desdobra-se em: a) pedido imediato: providência ou o “tipo de tutela” jurisdicional solicitada pelo autor; b) pedido mediato: bem jurídico pretendido. Elementos da Ação Partes sujeitos Causa de Pedir fatos e fundamentos jurídicos do pedido Pedido pretensão 6.2- Elementos da ação 6.3- Classificação da ação Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 25 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Comumente, as ações são classificadas em: • Conhecimento - reconhecimento de um direito. Pode ser: a) Declaratória: limitam-se à declaração da existência ou inexistência de uma relação jurídica ou um direito aplicável. Dispõe o CPC/15: Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento. Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. b) Constitutiva: visam à criação de situações jurídicas novas ou à extinção ou à modificação de situações jurídicas preexistentes. c) Condenatória: além da declaração do direito, pretende-se a criação de condições concretas para sua efetivação, objetivando a condenação do réu a prestar uma obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia. c.1) Executiva em sentido amplo: utilizam-se medidas de coerção direta, independentemente da vontade do réu. Ex.: busca e apreensão. c.2) Mandamental: utilizam-se medidas de coerção indireta, para que o réu cumpra a obrigação. Ex.: multa coercitiva. • Execução - satisfação de um direito. • Cautelar - assegurar resultado útil no plano processual. Classificação das ações Conhecimento - reconhecimento de um direito Declaratória Constitutiva Condenatória Executiva em sentido amplo MandamentalExecução - satisfação de um direito Cautelar - assegurar resultado útil no plano processual Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 26 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Encerramos nosso conteúdo de hoje aqui! A aula continua com as questões comentadas e com uma lista de todas as questões para que você possa refazê-las. É muito importante o estudo através de questões para fixaçãodo conteúdo. Não se esqueça ler os artigos do CPC/15 que estão nesta aula. Continue firme, rumo à aprovação. CONCLUSÃO Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 27 de 67 www.exponencialconcursos.com.br 10- (Juiz do Trabalho Substituto – TRT4 – 2016 – adaptada) Julgue o item a seguir: São condições da ação, conforme previsão expressa, e, portanto, matéria de ordem pública, sobre as quais o Juiz deve se pronunciar de ofício, a legitimidade de parte, o interesse processual e a possibilidade jurídica do pedido. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resolução: O item está ERRADO. Segundo SCARPINELLA, "O CPC de 2015 aboliu, a um só tempo, a nomenclatura 'condições da ação' e a 'possibilidade jurídica do pedido' como um dos pontos sobre os quais deverá o magistrado se debruçar para viabilizar quem, autor ou réu, é merecedor de tutela jurisdicional". (SCARPINELLA BUENO, Cassio. Manual de Direito Processual Civil. Editora Saraiva. São Paulo, 2016. p. 71) F 11- (Advogado - SERCTAM – Prefeitura de Quixadá – 2016). Marque a alternativa correta. a) O processo começa por iniciativa da parte e sempre se desenvolve por impulso oficial. b) A Lei nº 13.105/2015, novo CPC, consagra o princípio da promoção pelo Estado da solução por autocomposição, ou seja, uma política pública de solução de litígios, entendimento que já era adotado pelo Conselho Nacional de Justiça – CNJ, especialmente na Resolução nº 125/2010. c) A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, porém, tais métodos só poderão ser utilizados até a audiência de saneamento do processo. d) Não compete ao Estado promover a solução consensual dos conflitos. e) Com fundamento no princípio da duração razoável do processo, o juiz pode proferir decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Resolução: A letra “a” está ERRADA. O erro está na locução “sempre”. De acordo com o art. 3º do CPC, “o processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. 7- Questões Comentadas Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 28 de 67 www.exponencialconcursos.com.br A letra “b” está CORRETA. O princípio da promoção pelo Estado da solução por autocomposição é consagrado pelo CPC, no §2º, do art. 3º, assim como na Resolução nº 125 de 29 de novembro de 2010 do CNJ. Por sua vez, a letra “c” também está ERRADA. Não há um limite processual para o uso da conciliação, mediação ou outros métodos de solução consensual de conflitos. Eles poderão ser utilizados em qualquer fase do processo. Nesse sentido é o §3º, do art. 3º, do CPC: “A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflito deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial”. Na mesma direção, a letra “d” está completamente ERRADA. A assertiva viola o estabelecido no §2º do art. 3º do CPC, que diz que “O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual do conflito”. Por fim, a letra “e” está ERRADA. De fato, o juiz pode, excepcionalmente, proferir decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Trata-se de uma exceção ao princípio do contraditório (art. 9º, parágrafo único, do CPC), que visa dar maior efetividade ao processo, sem estar diretamente relacionada ao princípio da duração razoável do processo que diz respeito a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. B 12- (Advogado – FUNCAB – FUNANSG – 2015) A respeito da garantia constitucional contida no princípio do juiz natural, é correto afirmar que: a) Permite a existência e a criação de tribunais de exceção. b) A competência do juiz ao caso concreto pode ser instituída após a ocorrência do fato que gerou o processo. c) Aplica-se somente às hipóteses de competência absoluta. d) A prerrogativa de foro em razão do interesse público viola o princípio do juiz natural. e) Aplica-se somente às hipóteses de competência relativa. Resolução: Em uma perspectiva objetiva, o princípio consagra duas garantias básicas: proibição de juízo ou tribunal de exceção (art.5, XXXVII, da CRFB) e respeito absoluto às regras objetivas de determinação de competência (art.5, LIII, da CRFB). Sob um viés subjetivo, o princípio encerra a garantia de imparcialidade. Assim, todos os juízes e demais servidores públicos deverão agir com vistas à justa composição do litígio e não voltados a interesses ou vantagens particulares. Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 29 de 67 www.exponencialconcursos.com.br As regras de distribuição da competência são expressão material do juiz natural, pois servem para estabelecer critérios prévios, objetivos, gerais e aleatórios para a identificação do juízo que será responsável pela causa. Nessa direção, são proibidos o poder de comissão (criação de juízos extraordinários) e o de avocação (alteração das regras predeterminadas de competência). Por outro lado, não viola o princípio do juiz natural a criação de varas especializadas de competência determinada por prerrogativa de função, a instituição de Câmaras de Recesso em tribunais. Tais situações resultam de regras gerais, abstratas e impessoais. Tão pouco a possibilidade de prorrogação da competência, nos casos em que a competência for relativa, conforme determina o art.43 do CPC. Logo, a resposta certa é a letra “C”. C 13- (Técnico Judiciário – Área Judiciária – CESPE – TJ/SE – 2014) No que se refere à jurisdição, ação, processo e procedimento e aos princípios constitucionais aplicáveis ao processo civil, julgue os itens subsequentes. De acordo com o princípio do juiz natural, segundo o qual as demandas jurisdicionais devem ser julgadas por órgão judicial previamente estabelecido, é vedada a criação de juízos ou tribunais de exceção. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resolução: O enunciado está CERTO. Em uma perspectiva objetiva, o princípio consagra duas garantias básicas: proibição de juízo ou tribunal de exceção (art.5, XXXVII, da CRFB) e respeito absoluto às regras objetivas de determinação de competência (art.5, LIII, da CRFB). Sob um viés subjetivo, o princípio encerra a garantia de imparcialidade. Assim, todos os juízes e demais servidores públicos deverão agir com vistas à justa composição do litígio e não voltados a interesses ou vantagens particulares. V 14- (Analista Judiciário – Área Judiciária – CESPE – STJ – 2018) Com referência às normas fundamentais do processo civil, julgue o item a seguir. Não cabe ao Estado promover a solução consensual de conflitos: ela depende unicamente de iniciativa privada e deverá ser realizada entre os jurisdicionados. Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 30 de 67 www.exponencialconcursos.com.br ( ) CERTO ( ) ERRADO Resolução: O item está ERRADO, pois é o oposto do que dispõe o art. 3º, §2º e 3º do CPC/15: Art. 3º: Não se excluirá da apreciação jurisdicional, lesão ou ameaça a direito. §2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. §3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. F 15- (Agente Público – FGV – TCE/BA – 2013) Antônio, famoso cantor da região de Milagrópolis, mata um desafeto ao términode um show, gerando grande repercussão local. Em razão de sua popularidade, Antônio tem seu processo distribuído para o TJCM (Tribunal para Julgamento de Cantores de Milagrópolis), criado após a ocorrência dos fatos esquivando- se, assim, do julgamento pelo Tribunal do Júri. A dinâmica dos fatos revela inequívoca violação a um fundamental princípio do Direito Processual brasileiro. Assinale a alternativa que revela o princípio que, de forma direta e específica, foi violado pelos fatos acima narrados. a) Princípio da Ampla Defesa. b) Princípio do Contraditório. c) Princípio do Juiz Natural. d) Princípio da Lealdade Processual. e) Princípio da Inafastabilidade do Controle Jurisdicional. Resolução: Em uma perspectiva objetiva o princípio do juiz natural, consagra duas garantias básicas: proibição de juízo ou tribunal de exceção (ou seja, os critérios de competência devem ser objetivos, impessoais e estabelecidos previamente aos fatos - art.5, XXXVII, da CRFB) e respeito absoluto às regras objetivas de determinação de competência (art.5, LIII, da CRFB). Sob um viés subjetivo, o princípio encerra a garantia de imparcialidade. Assim, todos os juízes e demais servidores públicos deverão agir com vistas à justa composição do litígio e não voltados a interesses ou vantagens particulares. Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 31 de 67 www.exponencialconcursos.com.br C 16- (Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal – FCC – TRF5 – 2017) Acerca da jurisdição e da ação, a) carece de interesse o autor da ação que se limita a pleitear a declaração da autenticidade de documento. b) é permitido pleitear direito alheio em nome próprio, independentemente de autorização normativa, desde que demonstrado interesse. c) é inadmissível a ação meramente declaratória caso tenha ocorrido a violação do direito. d) o interesse do autor pode se limitar à declaração do modo de ser de uma relação jurídica. e) havendo substituição processual, ao substituído não será admitido intervir como assistente litisconsorcial. Resolução: A alternativa “a” está INCORRETA e a alternativa “d” está CORRETA, de acordo com o disposto no art. 19 do CPC/15. Lembre-se que o CPC/15 não mais utiliza o termo carência da ação: Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento". Afirmativa incorreta. As alternativas “b” e “e” estão INCORRETAS, conforme previsão do art. 18 do CPC/15: Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. A alternativa “c” está INCORRETA, de acordo com o que dispõe a lei processual no art. 20 do CPC/15: Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. D Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 32 de 67 www.exponencialconcursos.com.br 17- (Juiz Substituto – VUNESP – TJ/MS – 2015) É possível a existência de conflito de competência entre juízo estatal e câmara arbitral? a) Sim, porque a atividade jurisdicional estatal deve prevalecer sobre a decisão arbitral. b) Não, porque a atividade arbitral não tem natureza jurídica compatível para aplicação das normas processuais. c) Não, porque independentemente da natureza da câmara arbitral, inexiste previsão legal para tanto. d) Sim, porque a atividade desenvolvida no âmbito da arbitragem tem natureza jurisdicional. e) Sim, porque embora a atividade arbitral não tenha natureza jurisdicional, não é possível admitir dois entes julgadores. Resolução: O CPC/15 previu expressamente a arbitragem como forma de prestação jurisdicional em seu art. 3°: Art. 3º. Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. § 1º. É permitida a arbitragem, na forma da lei. § 2º. O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. A sentença arbitral é título executivo judicial, conforme previsto no art. 515, VII do CPC/15. Lembre-se de que existem duas correntes: a que considera a arbitragem como equivalente jurisdicional e a que considera a arbitragem como jurisdição. Imagine a seguinte situação: A empresa X ingressa com uma ação judicial em face do prestador de serviços Y. E prestador de serviços Y inicia o procedimento arbitral. Tanto o árbitro, quanto o juiz podem se declarar competentes ou incompetentes para o julgamento. Há, portanto, possibilidade de conflito de competência entre juízo estatal e arbitral. D 18- (Procurador Legislativo – IDECAN – Câmara de Aracruz/ES – 2016 - adaptada) Sobre o tratamento que o Novo Código de Processo Civil dá à aplicação das normas processuais, julgue a afirmativas a seguir. Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 33 de 67 www.exponencialconcursos.com.br A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. Resolução: A afirmativa está CORRETA, conforme disposto no art. 13 do CPC/15: Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. V 19- (Procurador Previdenciário – IBEG – IPREV – 2017) Sobre a Jurisdição e a Ação, assinale a alternativa incorreta. a) A jurisdição civil é exercida pelos juízes e tribunais em todo o território nacional. b) Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. c) Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. d) Não é admitida ação meramente declaratória nos casos em que tenha ocorrido a violação do direito. e) O interesse do autor pode limitar-se à declaração de autenticidade de um documento. A alternativa “a” está CORRETA, conforme disposto no art. 16 do CPC/15: Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. A alternativa “b” está CORRETA, de acordo com o art. 17, do CPC/15: Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade". A alternativa “c” está CORRETA, pois dispõe, expressamente, o art. 18 do CPC/15: Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 34 de 67 www.exponencialconcursos.com.br A alternativa “d” está INCORRETA, de acordo com o disposto no art. 20 do CPC/15: Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. A alternativa “e” está CORRETA, pois é o que dispõe o art. 19 do CPC/15: Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento. D 20- (Técnico Judiciário - Área Administrativa – CESPE – TRF1 – 2017) A respeito de jurisdição, julgue o item a seguir. São inerentes à jurisdição os princípios do juiz natural, da improrrogabilidade e da indelegabilidade. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resolução: De acordo com o estudado nesta aula, você certamente sabe que esses são princípios da jurisdição.O princípio do juiz natural consiste na exigência de que os atos de exercício da jurisdição sejam realizados por juízes instituídos pela própria Constituição e competentes segundo a lei. O princípio da improrrogabilidade ou territorialidade diz que o Estado-juiz deve exercer a jurisdição dentro dos limites fixados pela lei. Não se pode delegar o exercício da função jurisdicional. Não pode o juiz escusar-se de decidir uma causa que lhe distribuída, além de não poder delegar suas funções a outra pessoa ou órgão. V 21- (Técnico do Ministério Público - Notificações e Atos Intimatórios – FGV – MPE/RJ – 2016) No tocante à inércia, uma exceção a tal característica da jurisdição, de acordo com a legislação processual vigente, é a: a) interdição; b) reintegração de posse de imóvel público; Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 35 de 67 www.exponencialconcursos.com.br c) restauração de autos; d) anulação de contrato administrativo; e) nulidade de casamento. Resolução: A regra é a de que os órgãos jurisdicionais somente devem atuar mediante provocação de algum interessado. Exceção a esse princípio encontra- se Art. 712 do CPC/15: Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não, pode o juiz, de ofício, qualquer das partes ou o Ministério Público, se for o caso, promover-lhes a restauração. C 22- (Analista de Projetos Organizacionais - Jurídica – IESES – ALGÁS - 2017) Segundo a Lei 13.105/2015, podemos afirmar sobre a jurisdição e da ação: a) Não é admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. b) Havendo substituição processual, o substituído não poderá intervir como assistente litisconsorcial. c) A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional segundo as disposições do Código de Processo Civil regulamentado pela Lei 13.105/2015. d) Para postular em juízo é facultativo ter interesse e legitimidade. Resolução: a) INCORRETA, segundo previsto no art. 20 do CPC/15: Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. b) INCORRETA, conforme disposto no art. 18 do CPC/15: Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. c) CORRETA, pois é o que dispõe o art. 16 do CPC/15: Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. d) INCORRETA, de acordo com o que dispõe o art. 17 do CPC/15: Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 36 de 67 www.exponencialconcursos.com.br Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. C 23- (Procurador do Estado – CESPE – PGE/AM – 2016) A respeito das normas processuais civis pertinentes a jurisdição e ação, julgue o item seguinte. O novo CPC reconhece a competência concorrente da jurisdição internacional para processar ação de inventário de bens situados no Brasil, desde que a decisão seja submetida à homologação do STJ. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resolução: O item está ERRADO, pois trata-se de competência exclusiva da autoridade jurisdicional brasileira, de acordo com o art. 23 do CPC/15: Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. F 24- (Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento – CONSULPLAN – TJ/MG – 2017) Quanto ao exercício da função jurisdicional pelo Estado-Juiz e no que se refere à jurisdição e ação, é INCORRETO afirmar: a) Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. b) Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico; em havendo substituição processual, o substituído será excluído do feito, não lhe cabendo intervir como assistente litisconsorcial. c) O interesse do autor pode limitar-se à declaração da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica, da autenticidade ou da falsidade de documento. Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 37 de 67 www.exponencialconcursos.com.br d) É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. Resolução: a) CORRETA, conforme disposto no art. 17 do CPC/15: Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. b) INCORRETA, de acordo com o parágrafo único do art. 18 do CPC/15: Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. c) CORRETA, de acordo com o art. 19 do CPC/15: Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento. d) CORRETA, pois é o que dispõe o art. 20 do CPC/15. Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. B 25- (Advogado – IADES – CRF/DF – 2017 - adaptada) Sobre jurisdição, competência e cooperação internacional, à luz do Novo Código de Processo Civil (NCPC), assinale a alternativa correta. a) A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade judiciária, com exclusividade, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido. b) Cabe auxílio direto quando a medida decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. c) O ato de apreciar pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional compete ao juízo estadual do lugar em que deva ser executada a medida. d) Quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação, o processamento e o julgamento da ação não competem à autoridade judiciária brasileira. Todavia, tal restrição à jurisdição nacional não se aplica aos casos de competência internacional Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 38 de 67 www.exponencialconcursos.com.br exclusiva, como nos casos relativos a imóveis situados no território da República Federativa do Brasil. Resolução: a) INCORRETA, de acordo com o disposto no art. 29 do CPC/15: Art. 29. A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido. b) INCORRETA, conforme dispõe o art. 28 do CPC/15: Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. c) INCORRETA, de acordo com o que dispõe o art. 34 do CPC/15: Art. 34. Competeao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional. e) CORRETA, de acordo com o que dispõe o art. 25, caput, c/c §1º, do CPC/15: Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. §1º. Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo. São hipóteses de competência internacional exclusiva as contidas no art. 23 do CPC/15: Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. D Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 39 de 67 www.exponencialconcursos.com.br 26- (Promotor Substituto – MPE/PR -2016 - adaptada) Sobre a jurisdição, a ação e o processo no Código de Processo Civil de 2015, assinale a alternativa correta: a) São condições da ação, de acordo com o Código de Processo Civil de 2015, o interesse de agir, a legitimidade das partes e a possibilidade jurídica do pedido, e a ausência de uma justifica a extinção do feito por carência de ação em qualquer fase do processo. b) Traço marcante do Código de Processo Civil de 2015 é a busca pela tutela efetiva de direitos, de modo que a possibilidade de o autor requerer apenas a declaração de existência ou inexistência de relação jurídica não é mais recepcionada pela jurisdição civil. c) Para além das cartas precatórias, os juízos poderão formular entre si pedido de cooperação para prática de qualquer ato processual, o qual prescinde de forma específica. d) Cabe ao Supremo Tribunal Federal expedir cartas rogatórias para órgãos judiciais estrangeiros. Resolução: a) INCORRETA - Os termos condições da ação, carência da ação e possibilidade jurídica do pedido não estão previstos no CPC/15. O art. 17 do CPC/15 diz que para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. A possibilidade jurídica do pedido não é mais considerada uma condição da ação desde a entrada em vigor da nova lei processual. b) INCORRETA, de acordo com o CPC/15: Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento. c) CORRETA, de acordo com o CPC/15: Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores, incumbe o dever de recíproca cooperação, por meio de seus magistrados e servidores. Art. 68. Os juízos poderão formular entre si pedido de cooperação para prática de qualquer ato processual. Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente atendido, prescinde de forma específica e pode ser executado como: I - auxílio direto; II - reunião ou apensamento de processos; Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 40 de 67 www.exponencialconcursos.com.br III - prestação de informações; IV - atos concertados entre os juízes cooperantes. d) INCORRETA, de acordo com o CPC/15: Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal. C 27- (Promotor Substituto – MPE/PR – 2016 - adaptada) Sobre as normas fundamentais do Processo Civil e os temas de jurisdição e ação, assinale a alternativa correta: a) A Constituição da República Federativa do Brasil serve, para o Direito Processual Civil, como critério de validade, sem influenciar a interpretação dos dispositivos legais; b) A atuação da jurisdição depende da constatação de lesão a direito, sem se cogitar sobre uma atuação preventiva em casos de ameaças a direitos; c) De acordo com o Código de Processo Civil de 2015, postular em juízo requer interesse de agir, legitimidade de parte e possibilidade jurídica do pedido; d) O interesse do autor pode ser limitar à declaração do modo de ser relação jurídica, ainda que não exista pedido de condenação ou de reparação de dano. Resolução: a) INCORRETA, pois a Constituição é parâmetro de validade para todas as normas jurídicas. b) INCORRETA, conforme previsto na CF/88: Art. 5º, XXXV. A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. c) INCORRETA, pois a possibilidade jurídica do pedido deixou de ser prevista no CPC/15: considerada uma das condições da ação pelo novo Código de Processo Civil: " Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. d) CORRETA, pois é o que dispõe o art. 19 do CPC/15: Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento. Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 41 de 67 www.exponencialconcursos.com.br D 28- (Advogado – FUNECE – UECE – 2017) Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do seguinte dispositivo legal: “O procedimento da carta _______________1 perante o Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição _______________ 2 e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal”. a) rogatória¹; voluntária² b) rogatória¹; contenciosa² c) precatória¹; contenciosa² d) precatória¹; voluntária² Resolução: De acordo com o art. 36 do CPC/15: Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal. B 29- (Procurador do Estado – CESPE – PGE/AM – 2016) A respeito das normas processuais civis pertinentes a jurisdição e ação, julgue o item seguinte. Segundo as regras contidas no novo CPC, a legitimidade de parte deixou de ser uma condição da ação e passou a ser analisada como questão prejudicial. Sendo assim, tal legitimidade provoca decisão de mérito. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resolução: O item está ERRADO. Apesar do termo condição da ação não estar presente no CPC/15, pode-se dizer que a legitimidade das partes continuou sendo considerada como uma condição da ação, razão pela qual, estando ausente, leva à extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 485, VI, CPC/15). F 30- (Técnico Judiciário – Administrativa – CESPE – STJ – 2018) A respeito da jurisdição, julgue o item que se segue. Direito Processual Civil Teoria e Questões comentadas Prof(a). Juliana Elir Prof(a). Juliana Elir 42 de 67 www.exponencialconcursos.com.br O princípio do juiz natural, ao impedir que alguém seja processado ou sentenciado por outra que não a autoridade competente, visa coibir a criação de tribunais de exceção. ( ) CERTO ( ) ERRADO Resolução: O item está CERTO. Em uma perspectiva objetiva, o princípio consagra duas garantias básicas:
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