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Aula 11 RICARDO GOMES

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS 
ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA 
AULA 11 
PROF: RICARDO GOMES 
 
Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 
 
“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
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Queridos Alunos! 
 
Aula 11 de Direito Processual Civil para o STJ!!! 
Os pontos restantes serão estudados no último arquivo 
EXTRA. 
Bons estudos! 
Ricardo Gomes 
Por sua aprovação no STJ! 
 
AVISOS: 
• Disponibilizamos Cursos de: 
• REGIMENTO INTERNO DO STJ- TEORIA E EXERCÍCIOS 
• DIREITO PROCESSUAL CIVIL PARA O STJ – TEORIA E 
EXERCÍCIOS 
• Não percam esta oportunidade de praticarem e aperfeiçoarem 
ainda mais seus conhecimentos! 
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QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 
 
1. Dos Recursos (disposições gerais). 
2. Dos Recursos em Espécie. 
a. Apelação 
b. Agravo 
c. Embargos Infringentes. 
d. Embargos de Declaração 
3. Execução em Geral. 
 
 
1. Dos Recursos. 
 
1. Disposições Gerais dos Recursos. 
 
Conceito e Espécies de Recurso. 
O Recurso é um meio de impugnação da sentença terminativa ou 
definitiva que a atender às necessidades da parte inconformada com a decisão, 
permitindo nova análise por instância superior. Isto é, o Recurso é a forma de 
a parte demonstrar seu inconformismo com uma decisão proferida nos autos, 
postulando modificações ou reformas em seu conteúdo. 
São recorríveis todas as decisões interlocutórias (que não 
decidem o mérito da questão) e sentenças/acórdãos (decisões que decidem 
o mérito e põem fim ao processo) proferidas pelos Juízes e Tribunais. Com 
isso, dos meros Despachos de expediente NÃO cabe Recurso. 
A Legislação Processual Civil prevê que cabem os seguintes 
recursos das decisões dos Magistrados: 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
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1. apelação; 
2. agravo; 
3. embargos infringentes; 
4. embargos de declaração; 
5. recurso ordinário; 
6. recurso especial; 
7. recurso extraordinário; 
8. embargos de divergência em recurso especial e em 
recurso extraordinário. 
 
Pressupostos Subjetivos dos Recursos. 
Para que um recurso seja admitido será preciso o preenchimento 
dos pressupostos recursais subjetivos e objetivos. Os pressupostos 
subjetivos levam em conta a pessoa do recorrente e os objetivos referem-se às 
exigências legais para que o recurso seja conhecido. 
Pressupostos subjetivos do Recurso: 
1. Legitimidade Recursal – o recurso poderá ser interposto 
pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério 
Público. O terceiro deve demonstrar relação entre seu 
interesse e a relação jurídica discutida (ex: fiador não citado 
no processo que recorre de decisão contrária a ele e ao 
afiançado). O Ministério Público poderá recorrer quando for 
parte e quando funcionar como fiscal da lei. 
 
2. Interesse Recursal – somente poderá recorrer a parte ou o 
terceiro que demonstrar ter recebido menos do que deveria 
da decisão judicial. Ou seja, o recurso deve ser interposto 
pela parte que sucumbir, quando incorrer em situação de 
desvalia no processo. Quando o autor ou o réu receber tudo 
que foi solicitado ao longo do processo, não há interesse para 
interposição de recurso. 
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Por isso, a parte que aceitar a sentença ou a decisão, de 
forma expressa ou tácita, não poderá recorrer. Se a parte 
aceitou a decisão, precluiu seu direito de recorrer e é 
eliminado o interesse recursal. A aceitação expressa é a 
manifestação expressa que não deseja recorrer. A aceitação 
tácita é a prática, sem reserva alguma, de um ato 
incompatível com a vontade de recorrer. Exemplo: deixar 
passar em branco o prazo do recurso sem qualquer 
manifestação. 
 
Pressupostos Objetivos dos Recursos. 
O recurso deverá preencher os seguintes requisitos para seu 
efetivo conhecimento: 
1. Tempestividade – o recurso deve ser interposto dentro do 
prazo legal, sob pena da perda do direito de recorrer 
(preclusão temporal). 
Em regra, os prazos dos recursos são: 15 DIAS, salvo 
Embargados de Declaração (5 DIAS) e Agravo (10 
DIAS). 
O prazo para a interposição do recurso é contado da leitura 
da sentença em audiência; da intimação às partes, quando a 
sentença não for proferida em audiência ou da publicação do 
dispositivo do acórdão no órgão oficial. 
Para cumprir o requisito da tempestividade, a petição deve 
ser protocolada em cartório ou segundo a norma de 
organização judiciária no prazo previsto em lei (Ex: 15 dias 
da decisão). 
É possível a interrupção do prazo do recurso se falecer 1 das 
partes ou seu Advogado, ou ainda ocorrer motivo de força 
maior, que suspenda o curso do processo. Neste caso, o 
prazo do recurso será restituído em proveito da parte, do 
herdeiro ou do sucessor, contra quem começará a correr 
novamente depois da intimação. 
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2. Preparo – o recurso também tem seus custos processuais. 
Para tanto, a parte recorrente deve recolher as custas 
(preparo) e acostá-las aos autos do processo juntamente 
com a petição de interposição do recurso. 
Portanto, o preparo deve ser comprovado tão logo seja 
interposto o recurso, inclusive com porte de remessa e de 
retorno, sob pena de ser considerado o recurso deserto. 
Se o preparo juntado aos autos for insuficiente, a parte 
recorrente deve ser intimada para suprir o valor faltante em 
5 DIAS. Se não o fizer, também será considerado o recurso 
deserto. 
A Lei dispensa de preparo recursal as entidades com isenção: 
Ministério Público, União, Estados e Municípios e 
respectivas autarquias. 
 
3. Cabimento – o Princípio recursal da Unirrecorribilidade 
determina que para cada decisão cabe apenas 1 único 
recurso. A parte deve manejar o recurso cabível à espécie. 
Se for caso de decisão interlocutória, caberá Agravo; se for 
sentença final, caberá Apelação ao Tribunal. 
 
Recurso Adesivo. 
O Recurso adesivo é cabível quando ocorrer sucumbência 
recíproca (perda das demandas de ambas as partes: vencidos ao mesmo 
tempo o autor e réu). Neste caso, se uma parte recorrer, a lei permite que a 
outra parte, também sucumbente, possa aderir ao recurso interposto pela 
parte adversa. O recurso aderente adere ao recurso principal, interposto em º 
lugar. 
Neste caso, o Tribunal julgará os 2 recursos, o principal e o 
aderente, mas o recurso aderente sempre ficará subordinado aorecurso 
principal. 
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As mesmas regras do recurso independente quanto às condições 
de admissibilidade, preparo e julgamento no Tribunal Superior são aplicáveis 
ao Recurso Adesivo. 
Condições legais para interposição do recurso adesivo: 
• será interposto perante a autoridade competente para admitir 
o recurso principal, no prazo de que a parte dispõe para 
responder (prazo das contrarrazões do recorrido); 
• será admissível na Apelação, nos Embargos Infringentes, 
no Recurso Extraordinário e no Recurso Especial; 
• não será conhecido, se houver desistência do recurso 
principal, ou se for ele declarado inadmissível ou 
deserto. 
 
Regras gerais dos Recursos: 
� O recurso extraordinário e o recurso especial NÃO 
impedem a execução da sentença (sentença poderá ser 
executada, mesmo com a interposição de RE e RESP). 
� O fato de ter sido interposto agravo de instrumento não 
obsta o andamento do processo, salvo se o Relator 
suspender a decisão até pronunciamento definitivo da Turma 
ou Câmara do Tribunal, em casos urgentes ou de relevante 
interesse público (previstos no art. 558 do CPC) 
CPC 
Art. 558. O relator poderá, a requerimento do agravante, nos casos 
de prisão civil, adjudicação, remição de bens, levantamento de 
dinheiro sem caução idônea e em outros casos dos quais possa 
resultar lesão grave e de difícil reparação, sendo relevante a 
fundamentação, suspender o cumprimento da decisão até o 
pronunciamento definitivo da turma ou câmara. 
� A Lei assegura o direito do recorrente de desistir do Recurso 
a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos 
litisconsortes que com ele dividirem o polo ativo ou 
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passivo da demanda. 
� A desistência ocorre quando o recurso já foi interposto. No 
entanto, a parte também poderá renunciar ao direito de 
recorrer. A renúncia é ato anterior à interposição do 
recurso, e independe da aceitação da outra parte. 
� A Sentença e as decisões judiciais diversas são divididas em 
capítulos ou partes. De cada um dos capítulos ou partes é 
possível recorrer. Assim, a parte prejudicada não precisa 
recorrer de toda a decisão, podendo recorrer apenas daquele 
que se sentir inconformada. Com isso, a sentença pode ser 
impugnada no todo ou em parte. 
� O recurso interposto por 1 dos litisconsortes ativos ou 
passivos (+ 1 parte no mesmo polo: 2 ou + autores ou réus) 
a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus 
interesses. 
� Se houver solidariedade passiva (co-devedores), o recurso 
interposto por 1 devedor aproveitará aos outros, quando as 
defesas opostas ao credor lhes forem comuns. 
� Efeito substitutivo: a decisão do Tribunal acerca do recurso 
substituirá a sentença ou a decisão recorrida no que tiver 
sido objeto de recurso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. Apelação. 
 
Sentença e Decisão Interlocutória. 
Regra básica e inicial a ser memorizada: 
• De Sentença cabe APELAÇÃO; 
• De Decisão Interlocutória cabe AGRAVO; 
Os Recursos são interpostos da decisão de instância inferior (A 
quo) para instância superior (Ad Quem): 
• Juízo A Quo – instância inferior recorrida; 
• Juízo Ad Quem – instância superior a ser recorrida. 
 
A Apelação é o recurso cabível das decisões definitivas (análise 
do mérito) ou terminativas (sem exame de mérito), que põem termo ao 
processo (findam o processo), exaurindo a jurisdição do Juiz de 1º GRAU. 
Portanto, é apelável uma Sentença de mérito ou que extingue o processo sem 
exame de mérito. 
A Apelação visa entregar ao Tribunal o processo para novo exame, 
não permitindo o trânsito em julgado da decisão de 1º Grau. 
Salvo algumas exceções previstas na doutrina e na jurisprudência, 
são Decisões Interlocutórias aquelas que decidem questão incidente (questão 
relevante para o processo, mas que não põe fim a seus termos). Estas 
decisões são impugnáveis por Agravo. Já a Sentença é a 
Como é estudado nos assuntos “Decisões Judiciais”, antigamente o 
conceito de Sentença era o ato pelo qual o Juiz põe fim ao processo, decidindo 
ou não o mérito da causa (da ação). Assim, o conceito anterior restringia a 
Sentença a uma decisão que finalizava o processo. Todavia, em reforma do 
CPC realizada no ano de 2005 pela Lei nº 11.232/2005, a Sentença passou a 
ser conceituada como a decisão ou ato do Juiz que implicasse em alguma das 
situações previstas no art. 267 ou 269 do Código. 
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CPC 
Art. 162. 
§ 1o Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações 
previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. (Redação dada pelo Lei 
nº 11.232, de 2005) 
O conceito anterior de Sentença como o ato que implicava na 
finalização do processo se justificava à época, porque o sistema processual 
anterior à Lei nº 11.232/2005 era dividido em processos estanques e 
separados: Processo de Conhecimento e Processo de Liquidação e Execução de 
Sentença. 
Uma coisa era a certificação do direito no Processo de 
Conhecimento (ex: Sentença do Juiz determinando a reintegração de posse de 
uma determinada propriedade). Outra coisa era a execução desta mesma 
sentença. Para executar deveria ser aberto um novo processo (+ 1 processo) 
só para conseguir, na prática, a reintegração de posse conferida pela sentença 
inicial. Assim, a Sentença antes marcava o fim do processo de certificação do 
direito (Processo de Conhecimento), dando azo à abertura de um novo 
Processo para executá-lo (Processo de Execução). 
Com efeito, a Lei nº 11.232/2005 trouxe um novo conceito de 
processo. Hoje o processo é único, dividido apenas em FASES. Existe a Fase 
de Conhecimento, Fase de Liquidação e Fase de Execução da Sentença. Não 
cabe aqui estudar o conceito e detalhes de cada Fase. Contudo, cabe informar 
que a Sentença NÃO mais põe fim ao processo! Por uma razão simples: a 
Sentença apenas finaliza 1 (uma) de suas fases (a fase de Conhecimento). O 
Processo não é mais finalizado com a Sentença, mas apenas com a execução 
definitiva. 
Esta junção de todas as Fases em 1 (um) único Processo é 
chamada pela doutrina de Processo Sincrético. Agora o Processo de 
Conhecimento é formado pela união ou fusão de processos diversos em apenas 
1 (um). 
Por causa disso, o conceito de Sentença teve que ser modificado. O 
conceito anterior não tem hoje mais razão de ser porque o processo não mais 
é ultimado com a exaração da Sentença pelo Juiz. 
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Nesse sentido, o legislador entendeu por bem conceituar a 
Sentença como o ato do Juiz que implica em alguma das situações previstas 
nos incisos dos arts. 267 e 269 do CPC (com e sem resolução do mérito da 
causa). Estudamos em maiores detalhes no assunto “Decisões Judiciais”. 
Tá ok Professor, Sentença é a decisão do Juiz que examina ou não 
examina o mérito, nas hipóteses do art. 267 ou 269. Todavia, o que é 
Acórdão? 
Enquanto os Juízes de 1º Grau de Jurisdição (Juízes de 1ª 
Instância) proferem as Sentenças para poderem fim à Fase de Conhecimento, 
os Tribunais de 2ª Instância (Ex: Tribunais de Justiça Estaduais, Tribunais 
Regionais Federais, etc) e os Tribunais Superiores (STF, STJ, TSE, TST, etc) 
proferem os chamados Acórdãos, decidindo ou não o mérito, mas também 
pondo fim à Fase de Conhecimento. Recebe a denominação “Acórdão” o 
julgamento proferido pelo órgão colegiado do Tribunal, que resume a decisão 
(“voto”) dos Membros da Corte. 
CPC 
Art. 163. Recebe a denominação de acórdão o julgamento 
proferido pelos tribunais. 
Cada Membro do Tribunal, contudo, profere as chamadas Decisões 
Monocráticas (decisões tomadas pessoalmente, sem a participação de toda a 
Corte), quando decide uma questão incidental no processo. Estas Decisões 
Monocráticas têm natureza de Decisões Interlocutórias, como veremos à 
frente. 
As Decisões Interlocutórias são aqueles em que o Juiz decide uma 
mera questão incidente no Processo (questão acessória que deve ser 
decidida antes da questão de mérito), sem lhe dar um fim direto e imediato à 
Fase de Conhecimento. 
Por meio das Decisões Interlocutórias o Magistrado, por exemplo, 
indefere requerimento de prova solicitado pelo autor ou pelo réu; exclui co-
autor ou co-réu do processo, mantendo os demais; indefere pedido de 
assistência judiciária gratuita (gratuidade da justiça); indefere solicitação de 
liminar e tutela antecipada; não recebe o recurso de Apelação de decisão, no 
1º juízo de admissibilidade recursal. Observem que em todas estas hipóteses o 
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Juiz não põe termo (fim) à Fase /de Conhecimento. O processo continua 
normalmente após a Decisão Interlocutória. 
CPC 
Art. 162. 
§ 2o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do 
processo, resolve questão incidente. 
Um exemplo simples citado: Ação de Investigação de Paternidade; 
a parte autora, além do pedido de investigação, solicita que lhe seja 
assegurada a gratuidade da justiça; o Juiz precisa decidir esta questão 
também, não é verdade? Não poderá simplesmente julgar a investigação sem 
debruçar-se se ela tem ou não direito à assistência judiciária gratuita; esta 
questão incidente ao mérito (questão principal) deve ser decidida por meio de 
Decisão Interlocutória. Fácil, não? 
Diante da bagunça de nosso Sistema Processual Civil, há casos 
excepcionais de Decisões Interlocutórias que põem fim à Fase de 
Conhecimento, mas não é objeto deste estudo, por ora. 
Cabe assinalar que, em regra, das Sentenças cabe o Recurso de 
APELAÇÃO e das Decisões Interlocutórias, o Recurso de AGRAVO. 
CPC 
Art. 513. Da SENTENÇA caberá APELAÇÃO (arts. 267 e 269). 
Art. 522. Das DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS caberá AGRAVO, 
no prazo de 10 (dez) dias, na forma retida, salvo quando se 
tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de 
difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e 
nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, quando 
será admitida a sua interposição por instrumento. 
 
Resumo: 
SENTENÇAS: 
o Põem fim à Fase de Conhecimento, decidindo ou não o mérito 
do Processo (questão principal); 
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o Terminativa – SEM resolução de mérito - Art. 267 – faz 
coisa julgada formal; 
o Definitiva – COM resolução de mérito – Art. 269 - faz 
coisa julgada formal e material; 
o Cabe o Recurso de Apelação. 
 
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS: 
o Decidem questões incidentes (acessórias) sem por fim à 
Fase de Conhecimento; 
o Cabe o Recurso de AGRAVO. 
 
Vale frisar que a Apelação é um Recurso de decisão de 1º GRAU 
para o Tribunal, sendo dirigida ao próprio Juiz prolator da decisão recorrida, 
que fará o 1º Juízo de Admissibilidade do Recurso. Quando o processo 
chegar ao Tribunal, será realizado o 2º Juízo de Admissibilidade do 
Recurso pelo Membro Relator do TRE. 
É estranho pensar que o Recurso seja encaminhado ao próprio Juiz 
prolator. Ocorre que esta regra permitirá que o Juiz notifique à parte recorrida 
para que apresente as contra-razões do recurso, informe os efeitos em que 
recebe a apelação (suspensivo e devolutivo) e faça o 1º exame de 
admissibilidade recursal. 
A petição da Apelação deve conter os seguintes requisitos básicos: 
1. os nomes e a qualificação das partes; 
2. os fundamentos de fato e de direito; 
3. o pedido de nova decisão. 
Estudamos que os prazos dos recursos são: 15 DIAS, salvo 
Embargados de Declaração (5 DIAS) e Agravo (10 DIAS). 
O recurso de APELAÇÃO, Embargos Infringentes, Recurso 
Ordinário, Recurso Especial e Extraordinário, bem como Embargos de 
Divergência são interpostos em 15 DIAS (prazo regra). 
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CPC 
Art. 508. Na apelação, nos embargos infringentes, no recurso 
ordinário, no recurso especial, no recurso extraordinário e nos 
embargos de divergência, o prazo para interpor e para responder é 
de 15 (quinze) dias. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 1994) 
 
Efeitos Suspensivo e Devolutivo da Apelação. 
A regra é que a Apelação seja recebida em seu duplo efeito 
(devolutivo e suspensivo). O que é isso, Professor? 
O Efeito Devolutivo é a transferência ao Tribunal julgador de todo 
o exame da matéria impugnada no recurso. Caso a Apelação seja de toda a 
Sentença (de todos os capítulos da Sentença), ela devolverá ao Tribunal o 
conhecimento total da matéria impugnada. De outro lado, se o recurso for 
parcial (apenas de um ou alguns dos capítulos da Sentença), a devolução da 
matéria também será parcial, nos limites da questão apelada. 
CPC 
Art. 505. A sentença pode ser impugnada no todo ou em parte. 
Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da 
matéria impugnada. 
O efeito devolutivo implica na autorização ao Tribunal do 
conhecimento de todos os fundamentos do pedido e da defesa referentes à 
questão ou às questões recorridas. Isto é, o efeito devolutivo aborda as 
questões levantadas no processo, mesmo que a sentença não as tenha julgado 
completamente. 
Vale ressaltar que a análise das questões resta limitada pelo o que 
foi recorrido. Se apenas um capítuloda Sentença foi recorrido, a devolução das 
questões para nova análise do Tribunal resta cingida às questões referentes ao 
capítulo recorrido e não a outro. Esta regra decorre da aplicação do Princípio 
Processual do Tantum devolutum, quantum appellatum, que consiste na 
devolução ao Tribunal apenas do que foi apelado (o novo exame no Tribunal é 
restrito aos pontos objetos do recurso). 
Em outros termos, as questões e os fundamentos de defesa 
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alegados no processo interligados à parte ou ao todo da Sentença recorrida, 
poderão ser objeto de análise pelo Tribunal (ampla liberdade de conhecimento 
dentro do espectro da matéria recorrida). Por isso, se o pedido ou a defesa 
tiver mais de 1 fundamento e o Juiz acolher apenas 1 deles, o Tribunal poderá 
analisar todos os alegados quando da análise da Apelação. 
As questões já decididas e não recorridas são consideradas 
preclusas, não podendo ser mais questionadas e devolvidas ao Tribunal, salvo 
as questões de ordem pública, que poderão ser conhecidas a qualquer tempo e 
de ofício (falta das condições da ação e dos pressupostos processuais). De 
outro lado, as questões ainda não decididas pela instância inferior (1º Grau) 
são também devolvidas ao Tribunal. Ou seja, até mesmo as questões 
anteriores à Sentença, se não decididas até a finalização do processo no órgão 
a quo (Juiz de 1º Grau), poderão ser conhecidas pelo Tribunal quando da 
análise do Recurso. 
Quando o processo é extinto sem resolução de mérito no Juízo A 
Quo (de 1º Grau) e parte apresenta o Recurso de Apelação, caso o Tribunal 
entenda pela reforma da decisão extintiva, poderá julgar desde logo o mérito 
da causa se a questão for exclusivamente de direito (matéria 
eminentemente jurídica - de que não dependa de produção de provas), e se 
estiver em condições de imediato julgamento. 
Neste caso, se houver necessidade de produção de provas, o 
Tribunal deverá anular a sentença de extinção do processo, determinando o 
retorno dos autos ao Juízo A Quo para realização de nova fase instrutória e 
novo julgamento do mérito. 
CPC 
Art. 515 
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo 
tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, 
ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro. 
§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e 
o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o 
conhecimento dos demais. 
§ 3o Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
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(art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa 
versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de 
imediato julgamento. 
§ 4o Constatando a ocorrência de nulidade sanável, o tribunal 
poderá determinar a realização ou renovação do ato processual, 
intimadas as partes; cumprida a diligência, sempre que possível 
prosseguirá o julgamento da apelação. 
Art. 516. Ficam também submetidas ao tribunal as questões 
anteriores à sentença, ainda não decididas. 
 
A regra é que a Apelação também SUSPENDA os efeitos da 
decisão recorrida (Efeito Suspensivo) enquanto pendente o julgamento do 
recurso. Nessa esteira, o Recurso de Apelação tem como regra o seu 
recebimento do Duplo Efeito (Devolutivo e Suspensivo). No entanto, a Lei 
Processual prevê exceções, nas quais a Apelação será recebida apenas no 
efeito devolutivo (não suspensivo), quando interposta de sentença que: 
1. homologar a divisão ou a demarcação; 
2. condenar à prestação de alimentos; 
3. decidir o processo cautelar; 
4. rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los 
improcedentes; 
5. julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem. 
6. confirmar a antecipação dos efeitos da tutela; 
Em tais casos de recebimento com efeito meramente devolutivo 
(não suspensivo), será possível, mesmo com a interposição da Apelação, 
executar desde já a decisão apelada. Se o recebimento for no Duplo Efeito 
(devolutivo e suspensivo), não será possível inovar no processo (praticar 
outros atos processuais) até a decisão final da Apelação. 
 
Procedimentos da Apelação no Juízo A Quo. 
Quando do recebimento da Apelação ainda no Juízo A Quo (de 
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1º Grau), o Juiz adotará as seguintes providências: 
1. Realizará o 1º Juízo de Admissibilidade da Apelação (se 
foram preenchidos os pressupostos recursais objetivos e 
subjetivos). Se a Sentença estiver de acordo com Súmula 
do STJ ou do STF, o Juiz sequer receberá a Apelação. 
2. Declarará em quais efeitos receberá a Apelação, se com o 
Duplo Efeito ou apenas com o Efeito Devolutivo. 
3. Conferirá vista ao apelado para responder (apresentar 
Contrarrazões em 15 DIAS). 
4. Depois da resposta, o Juiz de 1º Grau poderá reexaminar os 
pressupostos de admissibilidade do Recurso em até 5 DIAS, 
tendo em vista que as alegações apresentadas pelo recorrido 
poderá alterar a convicção do Juiz acerca do Recurso. 
 
Questões Fáticas na Apelação. 
A regra é que as questões de fato (de que dependem de prova) 
só sejam discutidas no Juízo A Quo (é proibido trazer a discursão de questões 
fáticas para o Tribunal), salvo se a parte provar que deixou de fazê-lo por 
motivo de força maior. 
 
Preparo da Apelação. 
O preparo das custas do Recurso de Apelação deverá ser realizado 
quando da apresentação do recurso. Caso a parte deixe de fazê-lo por justo 
impedimento, o Juiz deverá relevar a pena de deserção (não conhecimento por 
falta de pagamento) e fixará novo prazo para que o pagamento seja realizado. 
Esta decisão de relevar a deserção é irrecorrível, mas cabe ao Tribunal 
apreciar sua legitimidade (sua correção). 
 
Possibilidade de retratação. 
Se a petição inicial for indeferida, o processo será extinto SEM 
resolução de mérito. Desta decisão, caberá Apelação. No entanto, o CPC 
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faculta a possibilidade do Juiz retratar-se da decisão de indeferimento da 
inicial no prazo de 48 HORAS. 
Na hipótese de retratar-se, o processo iniciado pela petição inicial 
terá seu prosseguimento normal. Todavia, caso não se retrate, o Juiz deverá 
encaminhar o recurso de Apelação pelo indeferimento da petição inicial ao 
Tribunal, para julgamento. 
CPC 
Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, 
facultado ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, reformar 
sua decisão. 
Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, os autos serão 
imediatamente encaminhados ao tribunalcompetente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. Agravo 
 
Agravo Retido e Agravo de Instrumento. 
Como vimos, as decisões interlocutórias (que decidem questões 
incidentes do processo, sem extingui-lo) são recorríveis mediante AGRAVO. 
Este Agravo será na forma retida nos autos (Agravo Retido) no prazo de 10 
DIAS. 
O Agravo é chamado de Retido porque, apesar de interposto, 
ficará acostado aos autos (retido ou paralisado), sem exame, até que o 
Tribunal (Órgão Ad Quem) o conheça quando da interposição de recurso de 
Apelação da Sentença eventualmente desfavorável ao recorrente. 
É possível que o Agravo Retido nunca seja conhecido pelo Tribunal, 
se a Sentença restar favorável ao Agravante. Se a Sentença for desfavorável 
ao Agravante, este interporá Apelação ou Contrarrazões da Apelação e em 
suas razões especificará um pedido preliminar de apreciação do Agravo Retido 
nos autos. Se a parte não apresentar este pedido preliminar expresso, o 
Agravo Retido não será conhecido pelo Tribunal (presume-se desistência do 
Agravo Retido). 
Desse modo, a regra é que recursos das decisões interlocutórias só 
sejam decididos quando do julgamento de possível Apelação da Sentença, por 
meio do julgamento do Agravo Retido nos autos. 
CPC 
Art. 523. Na modalidade de agravo retido o agravante requererá 
que o tribunal dele conheça, preliminarmente, por ocasião do 
julgamento da apelação. 
§ 1o Não se conhecerá do agravo se a parte não requerer 
expressamente, nas razões ou na resposta da apelação, sua 
apreciação pelo Tribunal. 
A interposição de Agravo Retido dos autos NÃO necessita de 
preparo (pagamento de custas), enquanto que o Agravo de Instrumento 
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depende do pagamento de custas. 
Com a interposição do Agravo Retido, sendo ouvido também o 
Agravado (outra parte) no prazo de 10 DIAS, o Juiz poderá reformar a 
decisão interlocutória recorrida. Se o Magistrado não reformar, a decisão 
interlocutória permanece vigente e o Agravante deverá pedir preliminarmente 
o conhecimento do Agravo quando interpuser Apelação. 
As decisões interlocutórias proferidas na audiência de instrução 
e julgamento também caberá Agravo na forma retida, que será ORAL e 
IMEDIATO (sob pena de preclusão), devendo constar de termo em ata, nele 
expostas sucintamente as razões do agravante. 
 
Antigamente, a regra é que as decisões interlocutórias fossem 
recorríveis por Agravo de Instrumento, que foi substituída pela forma 
Retida nos autos. O termo instrumento refere-se ao fato de que o recurso 
deve vir acompanhando de cópias de peças do processo para que o Tribunal, 
mesmo sem os autos originais do processo, possa dele ter conhecimento 
suficiente para julgarem a correção da decisão interlocutória recorrida. 
Hoje, as decisões interlocutórias de forma geral são recorríveis por 
Agravo Retido nos autos, sendo excepcionalmente cabível o Agravo de 
Instrumento: 
o nos casos de lesão grave e de difícil reparação 
o quando o Juiz de 1º GRAU inadmite a Apelação; 
o quanto aos efeitos que o Juiz de 1º GRAU recebe a 
apelação. 
O Agravo de Instrumento deve ser protocolado diretamente no 
Tribunal e não no Juízo de 1º Grau (difere, por exemplo, do Recurso de 
Apelação, que é apresentado no próprio juízo a quo). 
A Petição do Agravo de Instrumento deve conter os seguintes 
requisitos básicos, sob pena de indeferimento: 
1. a exposição do fato e do direito; 
2. as razões do pedido de reforma da decisão; 
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3. o nome e o endereço completo dos Advogados, constantes 
do processo. 
Além de tais requisitos, a Petição do Agravo de Instrumento 
deve ser instruída, além das peças facultativas que entender úteis, 
obrigatoriamente com cópias: 
• da decisão agravada; 
• da certidão da respectiva intimação da decisão e 
• das procurações outorgadas aos Advogados do agravante e 
do agravado. 
O preparo do Agravo de Instrumento (custas + porte de retorno 
dos autos) deverá acompanhar a petição do recurso. Contrariamente, o 
Agravo Retido não tem preparo. 
Como o Agravo de Instrumento é interposto diretamente no 
Tribunal, o Juiz recorrido acaba por não saber da interposição do recurso de 
sua própria decisão. Visando evitar tal fato, a lei criou uma exigência ao 
Agravante, a de, no prazo de 3 DIAS da interposição do Agravo de 
Instrumento, requerer a juntada aos autos do processo de cópia da petição 
do agravo de instrumento e do comprovante de sua interposição, assim como 
a relação dos documentos que instruíram o recurso. 
Se o Agravante não requerer a juntada da cópia do agravo de 
instrumento no processo principal no prazo de 3 DIAS, e se tal fato for arguido 
e provado pelo Agravado, o recurso de Agravo de Instrumento será 
inadmitido. Observem que a inadmissão NÃO é automática (depende de 
arguição e prova por parte do Agravado!). 
Caso o Juiz de 1º GRAU comunique ao Tribunal que reformou 
integralmente a decisão Agravada, o Recurso do Agravo de Instrumento perde 
o seu objeto, sendo considerado prejudicado. Neste caso, resta à parte 
agravada interpor recurso desta decisão de reconsideração. 
O Agravo de Instrumento será julgado no Tribunal por um 
Membro Relator, que terá as seguintes atribuições procedimentais do recurso: 
1) Negará seguimento ao Agravo de forma LIMINAR, quando o 
recurso for manifestamente inadmissível, improcedente, 
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prejudicado ou em confronto com súmula ou com 
jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do STF, ou 
de Tribunal Superior (Conforme art. 557 do Código de 
Processo Civil); 
2) Se o Relator verificar ser hipótese de Agravo Retido, deve 
converter o Agravo de Instrumento para Retido, que é a 
regra dos recursos de decisões interlocutórias. Em outros 
termos, será convertido o Agravo de Instrumento em Agravo 
Retido se não for caso de decisão suscetível de causar à 
parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos 
de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que 
a apelação é recebida. 
A decisão de conversão implica também na remessa dos 
autos ao Juiz da causa para apensamento do Agravo Retido 
aos autos principais. 
Esta decisão de conversão é recorrível ao órgão colegiado do 
Tribunal por meio de Agravo Regimental. 
3) Poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso de Agravo 
(sustentando os efeitos da decisão interlocutória agravada), 
ou deferir, em antecipação de tutela, total ou 
parcialmente, apretensão recursal, comunicando ao Juiz de 
1º GRAU a decisão; 
4) Poderá requisitar informações ao Juiz de 1º GRAU, que as 
prestará no prazo de 10 DIAS; 
5) Mandará intimar o agravado, na mesma oportunidade, por 
ofício dirigido ao seu advogado, sob registro e com aviso de 
recebimento (Carta Registrada com AR), para que responda 
no prazo de 10 DIAS (art. 525, § 2o), facultada a juntada de 
cópias de peças. Nos locais onde não haja imprensa oficial, o 
agravado será intimado na pessoa do Advogado, por meio de 
ofício registrado em com AR. 
6) Após todas as providências, se for hipótese de intervenção 
do Ministério Público, o Relator mandará o órgão do MP 
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para pronunciamento em 10 DIAS. 
7) O Relator pedirá dia para julgamento no Tribunal em até 30 
DIAS da intimação do agravado. 
 
A decisão LIMINAR de conversão do Agravo de Instrumento em 
Retido, de concessão de efeito suspensivo ao recurso e ou de deferimento da 
pretensão recursal em antecipação de tutela, em regra vigorará até o 
momento do julgamento do Agravo ou se for reconsiderada pelo Relator. 
 
Peculiaridades do Agravo Retido e de Instrumento: 
1) Prazos de interposição e de resposta: 10 DIAS. 
2) É possível retratação da decisão do Juiz de 1º GRAU; 
3) O Agravo Retido é apresentado no próprio Juiz de 1º GRAU, 
enquanto que o de Instrumento é apresentado diretamente 
no Tribunal. 
4) O Agravo de Instrumento tem preparo e o Retido NÃO; 
5) O Agravo Retido é de julgamento eventual, só sendo 
conhecido quando pedido pela parte na Apelação ou nas 
Contrarrazões. Já o Agravo de Instrumento é tramitado de 
forma independente, sendo julgado em apartado ao processo 
principal e a eventual apelação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. Embargos Infringentes. 
 
As votações dos recursos e ações perante os órgãos colegiados dos 
Tribunais costumam ser bastante divergentes (votações quase empatadas, 
votos divergentes, etc). Ou seja, nem sempre as decisões são tomadas de 
forma unânime entre os julgadores do Colegiado. 
A Lei criou os Embargos Infringentes para proteger eventuais 
reformas ou anulações das Sentenças de 1º GRAU que não sejam adotadas 
pela unanimidade do Tribunal. A regra é que para alterar uma Sentença deve a 
decisão ser adotada pela unanimidade do Órgão Colegiado e não apenas pela 
maioria deles, sob pena da decisão ser recorrível por Embargos Infringentes. 
Nesse sentido, os Embargos Infringentes visam tentar prevalecer a 
Sentença sobre decisão colegiada do Tribunal não-unânime. 
Com efeito, os Embargos Infringentes é um recurso interposto com 
o objetivo de tentar prevalecer o voto da minoria em Acórdão proferido no 
Tribunal, por decisão NÃO-unânime (com divergência), que tenha reformado 
Sentença de Mérito por conta do deferimento do Recurso de Apelação ou tiver 
julgado procedente ação rescisória. 
Portanto, é cabível Embargos Infringentes de acórdão não 
unânime que: 
• Houver reformado sentença de mérito em apelação; 
• Julgou procedente Ação Rescisória. 
Nos casos de desacordo apenas parcial os embargos infringentes 
serão restritos à matéria objeto da divergência. 
O prazo dos Embargos Infringentes é de 15 DIAS para interpor, 
contados da intimação do acórdão não unânime, e 15 DIAS para responder 
(contrarrazões). 
O Relator dos Embargos Infringentes tem competência para 
realizar o Juízo de Admissibilidade recursal. Caso inadmita o recurso, 
caberá Agravo Regimental ao Tribunal no prazo de 5 DIAS, na forma do 
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Regimento Interno da Corte específica. 
Se os Embargos Infringentes forem admitidos, será realizado 
sorteio para definição de novo Relator, sendo que a escolha deve recair, 
quando possível, em Juiz que não haja participado do julgamento da apelação 
ou da ação rescisória. 
 
 
5. Embargos de Declaração. 
 
Os Embargos de Declaração não visam a reforma ou anulação 
da Sentença ou Acórdão do Tribunal, mas apenas o seu esclarecimento, 
suprimento de omissão, obscuridade ou contradição. 
Portanto, os Embargos de Declaração são recursos interpostos 
pela parte que entendeu estar a Sentença ou o Acórdão obscuro, duvidoso, 
contraditório ou omisso em algum ponto. Os Embargos de Declaração devem 
ser interpostos no prazo de 5 DIAS, a contar da publicação da Sentença ou o 
Acórdão, em petição dirigida ao próprio Juiz da Sentença ou Relator do 
Acórdão, pois são estes quem devem manifestar-se sobre a obscuridade, 
contradição ou omissão de sua decisão. 
Repito as hipóteses Legais de cabimento dos Embargos de 
Declaração: 
1) houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade ou 
contradição; 
2) for omitido (omissão) ponto sobre o qual devia pronunciar-
se o juiz ou tribunal. 
A Lei prevê o cabimento apenas de Embargos Declaratórios contra 
Sentença ou Acórdão. De outro lado, a Jurisprudência e a doutrina vem 
admitido tal possibilidade para as Decisões Interlocutórias. Não faz sentido 
fazer esta distinção! 
Os Embargos de Declaração, igualmente ao Agravo Retido, NÃO 
estando sujeitos a preparo. 
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O Juiz de 1º GRAU deve julgar os Embargos em até 5 DIAS. Nos 
Tribunais, na 1ª Sessão seguinte à oposição dos Embargos Declaratórios estes 
deverão constar de pauta e o Relator deverá proferir seu voto. 
Importante: a interposição de Embargos Declaratórios 
INTERROMPEM o prazo para interposição de qualquer outro recurso! Ou seja, 
eventuais prazos que estiverem correndo para interposição de qualquer outro 
recurso (ex: Agravo de Instrumento) serão “zerados” e contados a partir da 
efetiva decisão dos Embargos de Declaração. 
Os Embargos Declaratórios de cunho protelatório geram a 
imposição de MULTA não excedente a 1% do Valor de Causa, por declaração 
fundamentada do Juiz ou Relator. Se os Embargos Declaratórios forem 
reiterados de forma protelatória a multa será elevada até 10%, 
condicionando a interposição de qualquer outro recurso ao depósito da multa. 
 
 
 
6. Execução em Geral. 
 
Disposições Gerais da Execução em Geral. 
Enquanto o processo de Conhecimento visa definir de forma 
concreta a relação jurídica controvertida em juízo (especialmente certificar 
direitos), o processo ou fase de Execução tem por finalidade concretizar o 
quanto definido e consolidado na fase de Conhecimento. 
Nesse sentido, com a recusa do devedor de cumprir a obrigação já 
certificada no processo de conhecimento, surge uma lide entre o credor e o 
obrigado ao adimplemento.Daí a necessidade da execução, que busca a 
satisfação ou a realização de um direito certificado e definido em um título 
judicial ou extrajudicial. 
Como estudado, em regra, a Execução é uma mera FASE do 
Processo, pós-fase de Conhecimento (certificação). Nesse sentido, as mesmas 
regras legais do processo de conhecimento são aplicadas, de forma 
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subsidiária, ao processo de execução. 
No processo de Execução o Juiz pode, em qualquer momento do 
processo: 
• ordenar o comparecimento das partes; 
• advertir ao devedor que o seu procedimento constitui ato 
atentatório à dignidade da justiça. 
A própria lei define como atentatório à dignidade da Justiça o ato 
do executado que: 
1. frauda a execução (Ex: aliena o bem antes da execução 
propriamente dita, tentando desfazer-se do patrimônio) 
2. opõe-se maliciosamente à execução, empregando ardis e 
meios artificiosos (Ex: falsificação documental dos registros 
de determinado bem imóvel ou móvel); 
3. resiste injustificadamente às ordens judiciais (Ex: executado 
que não comparece em juízo ou não atende às intimações do 
Juiz); 
4. intimado, não indica ao juiz, em 5 DIAS, quais são e onde se 
encontram os bens sujeitos à penhora e seus respectivos 
valores. 
Pela prática de ato atentatório à dignidade da Justiça o ato do 
executa, o devedor poderá ser sancionado com MULTA de até 20% do valor 
do débito atualizado, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual 
ou material, multa essa que reverterá em proveito do credor, exigível na 
própria execução. 
O Juiz relevará a pena (perdoará), se o devedor se comprometer 
a não mais praticar qualquer dos atos atentatórios à dignidade da Justiça e der 
fiador idôneo, que responda ao credor pela dívida principal, juros, despesas e 
honorários advocatícios. 
 
 
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EXERCÍCIOS COMENTADOS 
 
QUESTÃO 286: DETRAN - ES - Téc- Superior – Advogado [CESPE] - 
21/11/2010. 
Cabem embargos infringentes quando o acórdão unânime houver reformado, 
em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado improcedente 
ação rescisória. 
 
COMENTÁRIOS: 
Com efeito, os Embargos Infringentes é um recurso interposto com 
o objetivo de tentar prevalecer o voto da minoria em Acórdão proferido no 
Tribunal, por decisão NÃO-unânime (com divergência), que tenha reformado 
Sentença de Mérito por conta do deferimento do Recurso de Apelação ou tiver 
julgado procedente ação rescisória. 
Portanto, é cabível Embargos Infringentes de acórdão não 
unânime que: 
• Houver reformado sentença de mérito em apelação; 
• Julgou procedente Ação Rescisória. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 287: PM - DF - Oficiais Policiais Militares [CESPE] - 
05/09/2010. 
Das decisões interlocutórias cabe recurso de apelação. 
 
COMENTÁRIOS: 
Regra básica e inicial a ser memorizada: 
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• De Sentença cabe APELAÇÃO; 
• De Decisão Interlocutória cabe AGRAVO; 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 288: PM - DF - Oficiais Policiais Militares [CESPE] - 
05/09/2010. 
Cabem embargos infringentes em caso de obscuridade ou contradição em 
sentença pronunciada por juiz em primeira instância. 
 
COMENTÁRIOS: 
Os Embargos de Declaração e não os Infringentes são recursos 
interpostos pela parte que entendeu estar a Sentença ou o Acórdão obscuro, 
duvidoso, contraditório ou omisso em algum ponto. Repito as hipóteses Legais 
de cabimento dos Embargos de Declaração: 
1) houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade ou 
contradição; 
2) for omitido (omissão) ponto sobre o qual devia pronunciar-
se o juiz ou tribunal. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 289: OAB - Exame de Ordem 2010-1 [CESPE] - 13/06/2010. 
Ajuizada ação de indenização por danos morais, o autor foi devidamente 
intimado para apresentar emenda à inicial, haja vista não estarem presentes 
os requisitos exigidos nos arts. 282 e 283 do CPC. O autor, contudo, não 
apresentou a devida emenda, tendo sido indeferida a petição inicial. 
Nessa situação, caso entenda que sua petição inicial preenche os requisitos, o 
autor poderá interpor 
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a) agravo de instrumento, independentemente da citação do réu, sendo 
possível a retratação pelo juiz. 
b) apelação, processada com a determinação de citação do réu e sem 
possibilidade de retratação pelo juiz. 
c) agravo retido, com a determinação de citação do réu, sendo possível a 
retratação pelo juiz. 
d) apelação, processada independentemente da citação do réu, sendo possível 
a retratação da decisão pelo juiz. 
 
COMENTÁRIOS: 
Se a petição inicial for indeferida, o processo será extinto SEM 
resolução de mérito. Desta decisão, caberá Apelação. No entanto, o CPC 
faculta a possibilidade do Juiz retratar-se da decisão de indeferimento da 
inicial no prazo de 48 HORAS. 
 
RESPOSTA CERTA: D 
 
QUESTÃO 290: TRE - MT - Analista Judiciário - Administrativa I 
[CESPE] - 24/01/2010. 
Interposto o agravo e ouvido o agravado no prazo de dez dias, o juiz não 
poderá reformar sua decisão. 
 
COMENTÁRIOS: 
Com a interposição do Agravo Retido, sendo ouvido também o 
Agravado (outra parte) no prazo de 10 DIAS, o Juiz poderá reformar a 
decisão interlocutória recorrida. Se o Magistrado não reformar, a decisão 
interlocutória permanece vigente e o Agravante deverá pedir preliminarmente 
o conhecimento do Agravo quando interpuser Apelação. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
30 
 
QUESTÃO 291: TRT 14ª - Analista Judiciário - Execução de Mandados 
[FCC] - 03/04/2010. 
A respeito dos recursos, considere: 
I. A parte que aceitar tacitamente a sentença ou a decisão não poderá 
recorrer. 
II. O recurso adesivo não está sujeito a preparo. 
III. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou 
dos litisconsortes, desistir do recurso. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II. 
d) II e III. 
e) III. 
 
COMENTÁRIOS: 
Item I – correto. A parte que aceitar a sentença ou a decisão, de forma 
expressa ou tácita, não poderá recorrer. Se a parte aceitou a decisão, precluiu 
seu direito de recorrere é eliminado o interesse recursal. A aceitação 
expressa é a manifestação expressa que não deseja recorrer. A aceitação 
tácita é a prática, sem reserva alguma, de um ato incompatível com a 
vontade de recorrer. Exemplo: deixar passar em branco o prazo do recurso 
sem qualquer manifestação. 
Item II – errado. As mesmas regras do recurso independente quanto às 
condições de admissibilidade, preparo e julgamento no Tribunal Superior 
são aplicáveis ao Recurso Adesivo. 
Item III – correto. A Lei assegura o direito do recorrente de desistir do 
Recurso a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos 
litisconsortes que com ele dividirem o polo ativo ou passivo da demanda. 
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31 
 
RESPOSTA CERTA: B 
 
QUESTÃO 292: TJ - PE - Juiz Substituto [FCC] - 27/03/2011. 
Em relação aos recursos no processo civil, 
a) a insuficiência no valor do preparo recursal implicará deserção imediata. 
b) o recorrente pode desistir do recurso, desde que com a anuência do 
recorrido ou dos litisconsortes necessários. 
c) o não conhecimento do recurso principal não tem influência em relação ao 
recurso adesivo, que nesse ponto torna-se autônomo. 
d) com exceção dos embargos de declaração, o prazo para recorrer no 
processo civil será sempre de quinze dias. 
e) a renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte. 
 
COMENTÁRIOS: 
Item A – errado. O preparo deve ser comprovado tão logo seja interposto o 
recurso, inclusive com porte de remessa e de retorno, sob pena de ser 
considerado o recurso deserto. 
Se o preparo juntado aos autos for insuficiente, a parte recorrente deve ser 
intimada para suprir o valor faltante em 5 DIAS. Se não o fizer, também será 
considerado o recurso deserto. 
Item B – errado. A Lei assegura o direito do recorrente de desistir do Recurso 
a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes que 
com ele dividirem o polo ativo ou passivo da demanda. 
Item C – errado. O recurso aderente sempre ficará subordinado ao recurso 
principal. 
CPC 
Art. 500. Cada parte interporá o recurso, independentemente, no 
prazo e observadas as exigências legais. Sendo, porém, vencidos 
autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
32 
a outra parte. O recurso adesivo fica subordinado ao recurso 
principal e se rege pelas disposições seguintes: (Redação dada pela 
Lei nº 5.925, de 1973) 
Item D – errado. Não, o prazo do agravo é de 10 DIAS. 
Item E – correto. A desistência ocorre quando o recurso já foi interposto. No 
entanto, a parte também poderá renunciar ao direito de recorrer. A renúncia 
é ato anterior à interposição do recurso, e independe da aceitação da outra 
parte. 
 
RESPOSTA CERTA: E 
 
QUESTÃO 293: TRT 22ª - Analista Judiciário - Execução de Mandados 
[FCC] - 14/11/2010 (ADAPTADA). 
O recurso 
a) só pode ser interposto pela parte vencida. 
b) extraordinário impede a execução da sentença. 
d) interposto pelo Município não depende de preparo. 
e) adesivo é independente do principal. 
 
COMENTÁRIOS: 
Item A – errado. Legitimidade Recursal – o recurso poderá ser interposto 
pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público. O 
terceiro deve demonstrar relação entre seu interesse e a relação jurídica 
discutida (ex: fiador não citado no processo que recorre de decisão contrária a 
ele e ao afiançado). O Ministério Público poderá recorrer quando for parte e 
quando funcionar como fiscal da lei. 
Item B – errado. O recurso extraordinário e o recurso especial NÃO 
impedem a execução da sentença (sentença poderá ser executada, mesmo 
com a interposição de RE e RESP). 
Item C – correto. A Lei dispensa de preparo recursal as entidades com isenção: 
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33 
Ministério Público, União, Estados e Municípios e respectivas autarquias. 
Item D – errado. O recurso aderente sempre ficará subordinado ao recurso 
principal. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 294: TRT 12ª - Téc. Judiciário – Administrativa [FCC] - 
10/10/2010. 
A desistência do recurso 
a) poderá ser efetuada somente até a apresentação da resposta do recorrido. 
b) opera-se independentemente da anuência da parte contrária. 
c) depende da anuência dos litisconsortes. 
d) poderá ser efetuada até a remessa dos autos à superior instância. 
e) principal não prejudica o conhecimento do recurso adesivo. 
 
COMENTÁRIOS: 
A Lei assegura o direito do recorrente de desistir do Recurso a 
qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes que 
com ele dividirem o polo ativo ou passivo da demanda. 
A desistência ocorre quando o recurso já foi interposto. No 
entanto, a parte também poderá renunciar ao direito de recorrer. A renúncia 
é ato anterior à interposição do recurso, e independe da aceitação da outra 
parte. 
CPC 
Art. 501. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência 
do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso. 
 
RESPOSTA CERTA: B 
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34 
 
QUESTÃO 295: Bahia Gás - Analista de Processos Org – Direito [FCC] - 
25/04/2010. 
No que concerne aos recursos, é correto afirmar que 
a) a insuficiência no valor do preparo implicará deserção, não podendo o 
recorrente supri-lo por expressa vedação legal. 
b) o recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveitará, mesmo 
se distintos ou opostos os seus interesses. 
c) o recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos 
litisconsortes, desistir do recurso. 
d) o recurso extraordinário e o recurso especial impedem a execução da 
sentença. 
e) o recurso adesivo é independente do principal e será conhecido mesmo se 
este for declarado deserto. 
 
COMENTÁRIOS: 
Item A – errado. O preparo deve ser comprovado tão logo seja interposto o 
recurso, inclusive com porte de remessa e de retorno, sob pena de ser 
considerado o recurso deserto. 
Se o preparo juntado aos autos for insuficiente, a parte recorrente deve ser 
intimada para suprir o valor faltante em 5 DIAS. Se não o fizer, também será 
considerado o recurso deserto. 
Item B – errado. O recurso interposto por 1 dos litisconsortes ativos ou 
passivos (+ 1 parte no mesmo polo: 2 ou + autores ou réus) a todos 
aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses. 
Item C – correto. Como já vimos, está correto! 
Item D – errado. O recurso extraordinário e o recurso especial NÃO 
impedem a execução da sentença (sentença poderá ser executada,mesmo 
com a interposição de RE e RESP). 
Item E – errado. O recurso aderente sempre ficará subordinado ao recurso 
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35 
principal. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 296: TJ - MS - Juiz de Direito Substituto [FCC] - 
24/04/2010. 
É um pressuposto subjetivo de admissibilidade recursal 
a) a regularidade formal. 
b) o interesse. 
c) o preparo. 
d) o cabimento. 
e) a tempestividade. 
 
COMENTÁRIOS: 
Pressupostos subjetivos do Recurso: 
1. Legitimidade Recursal – o recurso poderá ser interposto 
pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério 
Público. O terceiro deve demonstrar relação entre seu 
interesse e a relação jurídica discutida (ex: fiador não citado 
no processo que recorre de decisão contrária a ele e ao 
afiançado). O Ministério Público poderá recorrer quando for 
parte e quando funcionar como fiscal da lei. 
2. Interesse Recursal – somente poderá recorrer a parte ou o 
terceiro que demonstrar ter recebido menos do que deveria 
da decisão judicial. Ou seja, o recurso deve ser interposto 
pela parte que sucumbir, quando incorrer em situação de 
desvalia no processo. Quando o autor ou o réu receber tudo 
que foi solicitado ao longo do processo, não há interesse para 
interposição de recurso. 
O recurso deverá preencher os seguintes requisitos objetivos para 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
36 
seu efetivo conhecimento: 
1. Tempestividade – o recurso deve ser interposto dentro do 
prazo legal, sob pena da perda do direito de recorrer 
(preclusão temporal). 
2. Preparo – o recurso também tem seus custos processuais. 
Para tanto, a parte recorrente deve recolher as custas 
(preparo) e acostá-las aos autos do processo juntamente 
com a petição de interposição do recurso. 
3. Cabimento – o Princípio recursal da Unirrecorribilidade 
determina que para cada decisão cabe apenas 1 único 
recurso. A parte deve manejar o recurso cabível à espécie. 
Se for caso de decisão interlocutória, caberá Agravo; se for 
sentença final, caberá Apelação ao Tribunal. 
 
RESPOSTA CERTA: B 
 
QUESTÃO 297: TRE - AP - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] - 
05/06/2011. 
Considere as seguintes assertivas a respeito do Recurso de Apelação: 
I. A apelação será recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de 
sentença que confirmar a antecipação dos efeitos da tutela. 
II. Recebida a apelação em ambos os efeitos, o juiz não poderá inovar no 
processo; recebida só no efeito devolutivo, o apelado poderá promover, desde 
logo, a execução provisória da sentença, extraindo a respectiva carta. 
III. Provando o apelante justo impedimento, o juiz relevará a pena de 
deserção, fixando-lhe prazo para efetuar o preparo. Esta decisão será 
irrecorrível, cabendo ao tribunal apreciar-lhe a legitimidade. 
IV. Após a apresentação da resposta, o juiz não poderá reexaminar os 
pressupostos de admissibilidade do recurso. 
De acordo com o Código de Processo Civil brasileiro, está correto o que se 
afirma SOMENTE em 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
37 
a) I, II e III. 
b) II, III e IV. 
c) I e II. 
d) III e IV. 
e) I e III. 
 
COMENTÁRIOS: 
Item I – correto. 
A regra é que a Apelação também SUSPENDA os efeitos da 
decisão recorrida (Efeito Suspensivo) enquanto pendente o julgamento do 
recurso. Nessa esteira, o Recurso de Apelação tem como regra o seu 
recebimento do Duplo Efeito (Devolutivo e Suspensivo). No entanto, a Lei 
Processual prevê exceções, nas quais a Apelação será recebida apenas no 
efeito devolutivo (não suspensivo), quando interposta de sentença que: 
1. homologar a divisão ou a demarcação; 
2. condenar à prestação de alimentos; 
3. decidir o processo cautelar; 
4. rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los 
improcedentes; 
5. julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem. 
6. confirmar a antecipação dos efeitos da tutela; 
Item II – correto. Nos casos de recebimento com efeito meramente devolutivo 
(não suspensivo), será possível, mesmo com a interposição da Apelação, 
executar desde já a decisão apelada. Se o recebimento for no Duplo Efeito 
(devolutivo e suspensivo), não será possível inovar no processo (praticar 
outros atos processuais) até a decisão final da Apelação. 
Item III – correto. O preparo das custas do Recurso de Apelação deverá ser 
realizado quando da apresentação do recurso. Caso a parte deixe de fazê-lo 
por justo impedimento, o Juiz deverá relevar a pena de deserção (não 
conhecimento por falta de pagamento) e fixará novo prazo para que o 
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“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 
 
38 
pagamento seja realizado. Esta decisão de relevar a deserção é irrecorrível, 
mas cabe ao Tribunal apreciar sua legitimidade (sua correção). 
Item IV – errado. O preparo das custas do Recurso de Apelação deverá ser 
realizado quando da apresentação do recurso. Caso a parte deixe de fazê-lo 
por justo impedimento, o Juiz deverá relevar a pena de deserção (não 
conhecimento por falta de pagamento) e fixará novo prazo para que o 
pagamento seja realizado. Esta decisão de relevar a deserção é irrecorrível, 
mas cabe ao Tribunal apreciar sua legitimidade (sua correção). 
 
RESPOSTA CERTA: A 
 
QUESTÃO 298: TRF 1ª - Analista Judiciário - Execução de Mandados 
[FCC] - 27/03/2011. 
De acordo com o Código de Processo Civil brasileiro, o agravo de instrumento 
terá a sua petição instruída obrigatoriamente com cópias da 
a) decisão agravada e da certidão da respectiva intimação, apenas. 
b) decisão agravada, da petição inicial, contestação e das procurações 
outorgadas aos advogados do agravante e do agravado. 
c) decisão agravada, da certidão da respectiva intimação e das procurações 
outorgadas aos advogados do agravante e do agravado. 
d) certidão da respectiva intimação, da petição inicial, contestação e das 
procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado. 
e) decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, da petição inicial, 
contestação e da procuração outorgada ao advogado do agravante, apenas. 
 
COMENTÁRIOS: 
A Petição do Agravo de Instrumento deve ser instruída, além 
das peças facultativas que entender úteis, obrigatoriamente com cópias: 
• da decisão agravada; 
• da certidão da respectiva intimação da decisão e 
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39 
• das procurações outorgadas aos Advogados do agravante e 
do agravado. 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 299: TJ - AP - Outorga de Delegação de Serviços de Notas e 
Registros [FCC] - 27/03/2011. 
Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento 
a) no prazo de 15 dias, quando se tratar de decisão suscetível de causar à 
parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da 
apelação, dentre outras hipóteses. 
b) no prazo de 10 dias, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar 
à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão 
da apelação, dentre outras hipóteses. 
c) no prazo de 15 dias, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar 
à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão 
da apelação, dentre outras hipóteses. 
d) no prazo de 10 dias, quando se tratar de decisão suscetível de causar à 
parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da 
apelação, dentre outras hipóteses. 
e) no prazo de 8 dias, quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte 
lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da 
apelação, dentre outras hipóteses. 
 
COMENTÁRIOS: 
As decisões interlocutórias (que decidem questões incidentes do 
processo, sem extingui-lo) são recorríveis mediante AGRAVO. Este Agravo 
será na forma retida nos autos (Agravo Retido) no prazo de 10 DIAS. 
O Agravo é chamado de Retido porque, apesar de interposto, 
ficará acostado aos autos (retido ou paralisado), sem exame, até que o 
Tribunal (Órgão Ad Quem) o conheça quando da interposição de recurso de 
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40 
Apelação da Sentença eventualmente desfavorável ao recorrente. 
As decisões interlocutórias de forma geral são recorríveis por 
Agravo Retido nos autos, sendo excepcionalmente cabível o Agravo de 
Instrumento: 
o nos casos de lesão grave e de difícil reparação 
o quando o Juiz de 1º GRAU inadmite a Apelação; 
o quanto aos efeitos que o Juiz de 1º GRAU recebe a 
apelação. 
 
RESPOSTA CERTA: D 
 
QUESTÃO 300: TRE - RN - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] - 
06/02/2011. 
Natanael é advogado do processo A. Tendo em vista decisão interlocutória 
desfavorável ao seu cliente e, em razão dos prejuízos iminentes relativos a 
esta decisão, Natanael interpôs agravo de instrumento, requerendo a juntada 
aos autos principais de cópia da petição do agravo de instrumento e do 
comprovante de sua interposição, assim como a relação dos documentos que 
instruíram o recurso no décimo dia da propositura do referido recurso. Neste 
caso, de acordo com o Código de Processo Civil, Natanael 
a) extrapolou o prazo legal de quarenta e oito horas, o que acarretará a 
inadimissibilidade do agravo. 
b) atendeu o prazo legal não havendo penalidade legal. 
c) extrapolou o prazo legal de cinco dias, o que poderá acarretar a 
inadimissibilidade do agravo. 
d) extrapolou o prazo legal de três dias, o que poderá acarretar a 
inadimissibilidade do agravo. 
e) extrapolou o prazo legal de cinco dias, porém seu recurso poderá ainda ser 
admitido. 
 
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41 
COMENTÁRIOS: 
Como o Agravo de Instrumento é interposto diretamente no 
Tribunal, o Juiz recorrido acaba por não saber da interposição do recurso de 
sua própria decisão. Visando evitar tal fato, a lei criou uma exigência ao 
Agravante, a de, no prazo de 3 DIAS da interposição do Agravo de 
Instrumento, requerer a juntada aos autos do processo de cópia da petição 
do agravo de instrumento e do comprovante de sua interposição, assim como 
a relação dos documentos que instruíram o recurso. 
Se o Agravante não requerer a juntada da cópia do agravo de 
instrumento no processo principal no prazo de 3 DIAS, e se tal fato for arguido 
e provado pelo Agravado, o recurso de Agravo de Instrumento será 
inadmitido. Observem que a inadmissão NÃO é automática (depende de 
arguição e prova por parte do Agravado!). 
 
RESPOSTA CERTA: D 
 
QUESTÃO 301: DPE - RS - Defensor Público de Classe Inicial [FCC] - 
16/01/2011. 
O relator poderá, monocraticamente, dar provimento ao recurso se a decisão 
recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência 
dominante do respectivo tribunal estadual. 
 
COMENTÁRIOS: 
O Agravo de Instrumento será julgado no Tribunal por um 
Membro Relator, que terá, entre outras, as atribuições procedimentais de 
negar seguimento ao Agravo de forma LIMINAR, quando o recurso for 
manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com 
súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do STF, ou de 
Tribunal Superior (Conforme art. 557 do Código de Processo Civil). 
 
RESPOSTA CERTA: C 
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42 
 
QUESTÃO 302: DPE - RS - Defensor Público de Classe Inicial [FCC] - 
16/01/2011. 
O juiz não receberá o recurso de apelação quando a sentença estiver em 
conformidade com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo 
Tribunal Federal. 
 
COMENTÁRIOS: 
Se a Sentença estiver de acordo com Súmula do STJ ou do 
STF, o Juiz sequer receberá a Apelação. 
CPC 
Art. 518 
§ 1o O juiz não receberá o recurso de apelação quando a sentença 
estiver em conformidade com súmula do Superior Tribunal de 
Justiça ou do Supremo Tribunal Federal. (Renumerado pela Lei nº 
11.276, de 2006) 
 
RESPOSTA CERTA: C 
 
QUESTÃO 303: DPE - RS - Defensor Público de Classe Inicial [FCC] - 
16/01/2011. 
Acerca do sistema recursal previsto no Código de Processo Civil, é INCORRETO 
afirmar: 
a) No recurso de apelação pode-se inovar, inclusive com questões de fato, 
desde que provada a impossibilidade de suscitação anterior por motivo de 
força maior. 
b) Quando interposta de sentença que rejeitar, liminarmente, os embargos à 
execução, a apelação será recebida somente no efeito devolutivo. 
c) Se o agravante, no prazo de três dias, não requerer a juntada aos autos do 
processo de cópia da petição do agravo de instrumento, do comprovante de 
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43 
sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso, este 
não será admitido, independentemente de arguição pelo agravado. 
d) Em determinadas situações, o relator poderá conhecer do agravo interposto 
contra decisão que não admitiu o recurso especial e, monocraticamente, dar 
provimento ao próprio recurso especial. 
e) Não há previsão, no

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