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Tipicidade
Como preleciona Bittencourt, é a conformidade do fato praticado pelo agente com a moldura abstratamente descrita na lei penal; é a correspondência entre o fato praticado pelo agente e a descrição de cada espécie de infração contida na lei penal incriminadora.
Assim, depois que você identificou uma conduta (comportamento humano positivo ou negativo) e verificou a existência de um resultado (alteração no mundo exterior) e pôde relacionar esse resultado com a conduta (relação ou nexo de causalidade), você precisa ver se esse comportamento encontra descrição precisa em alguma norma penal. Essa previsão do comportamento na norma penal é que se denomina tipicidade. Ser típico é, pois, estar descrito na lei como crime, mas adequar-se precisamente a essa descrição.
Não esqueça que a ausência de algum elemento impede a tipificação, enquanto o sobejo destes pode implicar em modificação desta.
Tenha, por exemplo, que MARIA comprou na feira um cacho de bananas. Ao chegar em casa, pegou as bananas e amassou-as todas. Você tem a conduta de amassar (que é o comportamento humano); você tem o resultado produzido (as bananas estão, agora, amassadas); e há um nexo de causalidade entre o resultado e a conduta (as bananas estão amassadas porque MARIA as pisoteou). Inobstante tal reunião de elementos, você não pode afirmar existir crime posto que não há previsão na norma penal, desse comportamento de amassar as bananas como crime. Diz-se, pois, ante essa ausência de previsão, que o fato não tem tipicidade. Não tendo tipicidade, se não é típiico, falta um dos elementos do crime, por conseguinte, este não existe.
A adequação típica pode ser operada de duas formas: imediata ou de forma mediata.
Adequação típica imediata – ocorre quando o fato se subsume imediatamente no modelo legal, sem necessidade de qualquer outra norma. Ex.: “X” mata “Y”. Essa conduta praticada por “X” se amolda perfeitamente na descrição do art. 121 do CP, sem necessidade de providência outra qualquer. Fulano subtrai coisa móvel pertencente a Sicrano, para tê-la para si. Nessa hipótese há adequação imediata à figura do art. 155 do CP.
 
Adequação típica mediata – em verdade, trata-se de exceção, pois necessita da concorrência de outra norma secundária, como no caso da forma tentada dos delitos. Tenha, assim, que MARIA disparou seis tiros de revólver contra ANTÔNIO que não chegou a falecer por ter sido imediatamente socorrido por populares e levado ao hospital.
MARIA, praticou nesse caso, uma forma tentada de homicídio (o resultado[morte] não se verificou por circunstâncias alheias a sua vontade). Embora assim se verifique, a Parte Especial do Código (que trata da tipificação do delitos em espécie) não tipifica a modalidade de homicídio tentado ou de tentativa de homicídio, fazendo-se necessário buscar na Parte Geral a regra genérica aplicável a todas as hipóteses de tentativa de delito. Assim tipificando o ocorrido, teríamos que MARIA praticou o delito definido no art. 121, c/c art. 14, II, todos do Código penal. (a regra do art. 14, II, trata da modalidade de crime tentado)
 
TIPO
Tipo pode ser conceituado como sendo o modelo legal do comportamento proibido, compreendendo o conjunto das características objetivas e subjetivas do fato punível. É o último dos elementos do fato típico, sendo a correspondência exata, a adequação perfeita entre o fato natural, concreto e a descrição contida na lei. Assim, se “X” mata “Y”, há tipicidade de homicídio, pois “X” praticou a conduta “matar alguém” descrita na lei, no art. 121 do código penal.
Ocorre, entretanto, que o tipo penal não é composto somente de elementos objetivos, mas também de elementos normativos e subjetivos, fazendo-se necessário para a existência da tipicidade que não só o fato, assim considerado sob o prisma material ou objetivo, se faça presente, mas também a antijuridicidade e os elementos subjetivos nele se encaixem perfeitamente.
Se você considerar o último exemplo, verá que ali se opera a tipicidade de forma completa, mas se você tomar como exemplo o crime de violação de segredo profissional, definido no art. 154 do CP, não basta, para sua existência e tipicidade que o segredo seja revelado, é necessário que essa revelação se opere “sem justa causa”. Na hipótese, a expressão “sem justa causa” é elemento normativo. 
Se você considerar o último exemplo, verá que ali se opera a tipicidade de forma completa, mas se você tomar como exemplo o crime de violação de segredo profissional, definido no art. 154 do CP, não basta, para sua existência e tipicidade que o segredo seja revelado, é necessário que essa revelação se opere “sem justa causa”. Na hipótese, a expressão “sem justa causa” é elemento normativo.
 
Ainda na explicação, no crime de furto impõe-se que a “res” seja subtraída pelo agente para si ou para outrem, ou seja, com o “animus rem sibi habendi”, ou com o fim de ter a coisa para si ou para outrem. Caso a subtração não se revista desse fim, p.e., quando realizada com a intenção de futura restituição, falta à conduta esse elementos subjetivo e, por conseguinte, impedida fica verificação da tipicidade por ausência do elemento subjetivo.
Como bem salienta Julio Mirabete, só há fato típico quando fato estiver também preenchido pelo tipo subjetivo.
 
Funções do tipo
O tipo desempenha funções. A primeira é uma função garantística; a segunda, a de fundamentar a antijuridicidade, a ilicitude do fato; a terceira, a função diferenciadora do erro. O tipo está para a antijuridicidade como a fumaça para o fogo, como diz Heleno Cláudio Fragoso.
 
Função de garantia – é a expressão mais elementar, ainda que parcial, da segurança decorrente do princípio da reserva legal. Como diz Bittencourt, todo cidadão antes de realizar um fato, deve ter a possibilidade de saber se sua ação é ou não punível. Em outras palavras, o tipo tem a função de descrever de forma objetiva a execução de uma ação proibida. Assim, em síntese, tudo que não corresponder a um determinado tipo será penalmente irrelevante, por ser atípico.
Diz ainda o apontado autor que a garantia resulta da função do tipo em face do princípio da reserva legal, pois ele contém a descrição da conduta incriminada, a que o fato deve necessariamente ajustar-se.
 
Função indiciária ou de fundamentação – o tipo circunscreve e delimita a conduta penalmente ilícita, indicando que, a circunstância de uma ação ser típica, provavelmente, será também antijurídica.
 
Função diferenciadora do erro – Como se sabe, o dolo deve abranger todos os elementos do tipo penal, somente podendo ser punido o autor de um fato doloso quando conhecer as circunstâncias fáticas que o constituem. A eventual ausência desse conhecimento de um ou outro elemento constitutivo do tipo constitui erro de tipo que é excludente de dolo. 
Diz ainda o apontado autor que a garantia resulta da função do tipo em face do princípio da reserva legal, pois ele contém a descrição da conduta incriminada, a que o fato deve necessariamente ajustar-se.
 
Função indiciária ou de fundamentação – o tipo circunscreve e delimita a conduta penalmente ilícita, indicando que, a circunstância de uma ação ser típica, provavelmente, será também antijurídica.
 
Função diferenciadora do erro – Como se sabe, o dolo deve abranger todos os elementos do tipo penal, somente podendo ser punido o autor de um fato doloso quando conhecer as circunstâncias fáticas que o constituem. A eventual ausência desse conhecimento de um ou outro elemento constitutivo do tipo constitui erro de tipo que é excludente de dolo. 
Assim, você pode ter, por exemplo, o tipo do homicídio. O tipo central é a figura de matar alguém, de forma simples, sem acréscimo de qualquer qualidade ou aspecto, contemplando a lei a pena de reclusão de seis a vinte anos. Esse é o tipo básico ou fundamental desse delito. Entretanto, quando esse fato é cometido “por motivo de relevante valor social ou moral, ou logo após injusta provocação da vítima” verifica-se uma condição privilegiadora
da conduta, de forma a que a lei permita a diminuição de pena de um sexto a um terço. Esse tratamento de previsão de diminuição de pena que decorre das circunstâncias em que o fato foi praticado, é denominada doutrinariamente de privilégio. O mesmo se diga quando a conduta básica – no caso do tipo apontado – for levada a efeito de uma forma mais reprovável e por tal a lei lhe comine uma pena mais pesada, v.g.., o homicídio praticado à traição, de emboscada, por motivo fútil, com uso de veneno etc. Esse tratamento nos leva à ocorrência de um tipo qualificado.
Tanto os privilegiados quanto os qualificados representam tipos derivados que constituem distintas modalidades de ilicitude.
 
Outra classificação pertine com os tipos simples e mistos.
Tipos simples
Descrevem uma única espécie de conduta. Exemplo, art. 215 do CP.
 
Tipos mistos
São os que descrevem mais de uma conduta e se dividem em alternativos e cumulativos.
Mistos alternativos:
São numerosos, correspondendo a casos em que o legislador incrimina de uma mesma forma, alternativamente, hipóteses diversas do mesmo fato, todas atingindo o mesmo bem ou interesse, possuindo todas o mesmo desvalor. Essa alternatividade pode se verificar em relação:
	À conduta – como no caso da art. 211, “destruir, subtrair ou ocultar”;
Ao modo de execução – como no caso do art. 121, parágrafo 2º., IV, “à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro meio que torne impossível a defesa da vítima”;
 
	Ao objeto material – “escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno”, como no art. 234;
 
	Aos meios de execução – “quer privando-a de alimentação, ou de cuidados indispensáveis, quer sujeitando ao trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina” na hipótese do art. 136;
 
	Ao resultado material da ação – “perda ou inutilização”, do art. 129, parágrafo 2º., III;
	As circunstâncias de tempo – como no art. 123 “durante o parto ou logo após”;
	As circunstâncias de lugar – como no art. 233 “lugar público, ou aberto ou exposto ao público”;
	
A condição do agente – “o diretor, o gerente ou o fiscal”, no caso do art.177;
	A condição do sujeito passivo – como no caso do art. 175, “adquirente ou consumidor”;
	Em relação a quaisquer outras circunstâncias do fato – como no crime de tráfico de entorpecentes, “possuir, deter, plantar, importar etc.”.

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