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Direito Penal II

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Direito Penal II
Avaliação – 9,0 
-Art. 13 até 31 do CP 
-Evitar esses autores: Julio Fabbrini Miradete, Damásio Evangelista de Jesus e Fernanda Capez
BIBLIOGRAFIA
-Manual de Direito Penal Brasileiro, Vol. I, Eugenio Raul Zaffaroni 
-Tratado de Direito Penal Brasileiro, Vol. I, Cesar Roberto Bittencourt 
-Curso de Direito Penal Brasileiro, Luis Prado Regis 
02/08/2019
-O que é crime e quando uma conduta é criminosa. 
-Conduta, Tipicidade, antijuridicidade, culpabilidade.
TIPICIDADE 
-Distinção entre Tipo Penal e Tipicidade duas coisas parecidas, mas diferentes.
TIPO PENAL
-É por instrumento legal logicamente necessário e de natureza predominantemente descritiva que tem por função a individualização de condutas penalmente relevantes. 
-Instrumento legal – é dizer que é algo que existe dentro de uma lei. Todo tipo penal é um pedacinho de uma lei. É um dispositivo legal, só existe na lei, no plano normativo. É algo abstrato.
-Elementos de fatos puníveis descritos na lei penal. Função limitadora e individualizadora das condutas humanas penalmente relevantes.
-Modelo abstrato que descreve um comportamento proibido – descrição dos elementos que identificam a conduta proibida.
-Não se pratica o tipo penal, pois eles não existem no mundo dos fatos. 
-O que acontece no mundo dos fatos sempre será chamado de CONDUTA. Conduta é o que acontece.
-Todo tipo penal descreve alguma coisa. Tipo penal sempre descreve uma conduta, não descreve uma conduta específica. Descreve uma espécie de crime. Conduta abstrata/ hipotética, geral.
-Tipos penais tem por função a individualização de condutas penalmente relevantes. 
-Direito Penal só se preocupa com os bens jurídicos ‘’mais importantes’’ – direito penal se preocupa apenas com uma parte dos conflitos. Mas como eu sei quais são as condutas que importam para o Direito Penal? Eu sei pelos tipos. Os tipos penais servem para falar quais condutas importam para o Direito Penal. 
-Se o que aconteceu é atípico, problema de outro ramo do direito.
-Tipo penal identifica quais são as condutas relevantes, a individualização de condutas penalmente relevantes.
-O tipo penal é a descrição na lei de uma conduta relevante para o Direito Penal.
-Palavras: elemento do tipo penal.
-Todo tipo penal é sempre composto por duas partes PRECEITOS DO TIPO – preceito primário e preceito secundário.
-Preceito primário do tipo – é a descrição da conduta incriminada.
-Preceito secundário – previsão legal da pena.
TIPICIDADE (ou adequação típica)
-Tipicidade é a relação de adequação existente entre a conduta praticada e a descrição que dela se faz na lei penal.
-Relação de adequação entre a conduta e o tipo. É a conformidade do fato praticado pelo agente com a moldura abstratamente descrita na lei penal.
-Tipicidade não é a conduta nem o tipo, é uma relação que une essas duas coisas. 
-Exemplo: namorado e namorado namoro, relação que existe entre os dois.
-Essa relação existe sempre que a conduta se adequa ao tipo, corresponde a descrição contida no tipo.
-Tipo faz uma descrição abstrata e a conduta é o fato concreto correspondendo a descrição do tipo – e quando isso acontece nasce uma relação entre os dois chamado tipicidade.
-Subsunção é quando um fato se encaixa em uma norma. Tipicidade é uma espécie de subsunção. A conduta praticada pelo agente deve subsumir-se na lei penal.
-Tipicidade é a subsunção da conduta no tipo penal.
-Para existir tipicidade não é necessário a conduta corresponder 100% ao tipo penal. 
-Analisar se determinada conduta se adapta aos requisitos descritos na lei, para qualifica-la como infração penal. Quando o resultado for positivo = reveste-se de tipicidade. Caso seja negativo, isto é, a conduta se enquadrar na atipicidade, significa que a conduta não é relevante para o direito penal, mesmo que seja ilícita perante outros ramos jurídicos.
-Duas espécies de tipicidade:
a) TIPICIDADE DIRETA OU IMEDIATA:
-Forma mais comum e importante de tipicidade. 
-É a correspondência perfeita de uma conduta a um tipo penal. 
-Conduta é uma realização perfeita, completa, daquilo que estava escrito no tipo penal. As duas coisas são absolutamente iguais.
-O fato se subsume imediatamente no modelo legal, sem precisar da concorrência com outra norma.
-Conduta se encaixa no tipo preenchendo todos os seus elementos.
b) TIPICIDADE INDIRETA OU MEDIATA: 
-Existe tipicidade indireta quando a conduta não corresponde perfeitamente ao tipo penal, mas a ele se adequa através de uma norma de extensão.
-Normas de extensão se unem aos tipos penais ampliando o alcance desses tipos penais
-Necessita da concorrência de outra norma, de caráter extensivo.
-Art. 14 parágrafo primeiro.
FUNÇÕES DOS TIPOS PENAIS
-Basicamente cumprem 3 funções. 
1. Função protetiva ou função de proteção 
-Momento em que o legislador cria o tipo penal. O que o legislador busca.
-Os tipos penais são criados com a função de proteger bens jurídicos. 
-Ele nasce porque há um interesse de proteger um bem jurídico.
2. Função de Garantia 
-A existência dos tipos penais traz uma garantia dos cidadãos em face do Estado.
-Garantia se eu praticar uma conduta que não está no tipo penal, não posso ser punido. 
-Ninguém será punido por uma conduta atípica. 
-Todo cidadão tem o direito de saber se sua ação é ou não punível, então o tipo tem uma função de descrever de forma objetiva a execução de uma ação proibida. 
-Possível estruturação de direito penal do fato e não do autor.
3. Função indiciária 
-A partir do momento que o legislador escreve o tipo penal, atrás dele ou dentro...há uma norma dizendo que é proibido.
-É do tipo penal que eu extraio a ilicitude dessas condutas.
-A circunstância de uma ação ser típica indica que, provavelmente, será também antijurídica, isto é, a adequação do fato ao tipo faz surgir o indício de que a conduta é antijurídica.
-Tipicidade não é uma afirmação final, definitiva que a conduta é ilícita. É apenas um indício.
-Quando uma conduta está descrita no tipo, como regra geral está conduta é ilícita.
-Tipo penal é um indício de que aquela conduta é ilícita. 
ELEMENTOS DOS TIPOS PENAIS 
-Todo tipo penal é um conjunto de palavras.
-Elementos podem ter três espécies diferentes e podem ser analisadas de formas distintas. 
-O tipo penal não se compõe somente de elementos puramente objetivos, mas é integrado, por vezes, também de elementos normativos e subjetivos.
-Elemento descritivo e normativo são de natureza objetiva.
-Diferença entre elementos subjetivos e objetivos.
-Elemento Subjetivo (no direito penal): este algo é algo que existe dentro da mente do autor da conduta.
-Elemento objetivo: aquele que existe externamente ao sujeito. Existe fora e independentemente da pessoa. Seja de existência abstrata ou concreta.
1. ELEMENTOS DESCRITIVOS 
-Elementos mais comuns dos tipos penais, a grande maioria dos elementos são descritivos.
-Elemento descritivo é aquele cuja presença no caso concreto será percebida através da utilização dos sentidos. 
-Descreve as condutas usando palavras que se referem a fenômenos perceptíveis pelos nossos sentidos
-Elementos que descrevem figuras/fenômenos perceptíveis pelos sentidos humanos
2. ELEMENTOS NORMATIVOS
-São aqueles cuja presença no caso concreto será verificada através da realização de uma atividade valorativa a partir de normas jurídicas ou culturais.
-Característica dos elementos normativos: para saber se o elemento está ou não presente no caso concreto preciso fazer uma atividade valorativa.
-Exemplo: furto – coisa alheia é um conceito normativo jurídico
-Depende do contexto, tenho que valorar de acordo com normas, elementos culturais
3. ELEMENTOS SUBJETIVOS 
-Todo aquele elemento que se refere a algo que existe dentro da mente do autor da conduta.
-Motivos, intenções, conhecimentos, finalidades...
-Tipos penais exigem alguma figura que está dentro da cabeça do sujeito
-Vontade humana voltada para um fim.
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS PENAIS
1ª FORMA
-Divide os tipos em tipos básicos e tipos derivados
-Só é aplicável quando o legislador cria dois ou mais tipos penais para tratarsobre uma mesma espécie de crime.
-Só serve quando tenho dois ou mais tipos penais falando da mesma espécie de crime
-Tipo básico: é aquele que descreve de forma mais abrangente determinada conduta incriminada. Descrição mais genérica, aberta. Exemplo: ‘’matar alguém’’ 
-Tipos derivados: todos os outros são derivados. Dar um tratamento diferenciado a algumas formas daquele crime. É aquele que surge da inclusão de novas elementares, às elementares de um outro tipo penal.
-Todo tipo derivado nasce de um tipo penal, e vai repetir às elementares de um outro tipo penal. Depois de repetir ele vai incluir um ou mais elementos. Isso é chamado de elementar especializante
-Elementar x circunstâncias do crime 
-Elementar é tudo aquilo que é indispensável para que uma conduta se adeque a um tipo penal. Figuras que dirão se a conduta é típica ou não.
-Circunstâncias são todas as particularidades do caso concreto que não influenciam na adequação típica. É todo detalhe do caso concreto, que não possui importância para saber se é típica ou não. Irrelevante ou relevante para o crime. Vão definir a quantidade de pena.
Tipos qualificados e tipos privilegiados
-Tipo qualificado: é o tipo derivado cujo crime é mais grave que o crime do tipo básico
-Tipo privilegiado: é o tipo derivado cujo crime é menos grave que o crime do tipo básico.
2ª FORMA 
-Tipos simples e tipos mistos
Tipo simples: é aquele que possui um único núcleo. 
-Núcleo do tipo é a palavra/expressão ou expressão que representa a ação ou omissão típica.
Tipos mistos: aquele que possui dois ou mais núcleos. Para que a conduta seja típica basta que o sujeito pratique um. Quando o sujeito no mesmo contexto pratica mais de um núcleo depende se será um crime ou mais de um.
-Tipos mistos alternativos: é aquele no qual a prática de mais de um núcleo no mesmo contexto provoca uma única lesão ao bem jurídico.
-Tipos mistos cumulativos: é aquele no qual a prática de mais de um núcleo no mesmo contexto provoca uma pluralidade de ofensas ao bem jurídico. Cada núcleo lesa o bem jurídico de forma diferente, autônoma. Art. 208 e 242. 
ESTRUTURA DA TIPICIDADE
-O que é um crime?
-Todo crime é uma conduta humana, típica, antijurídica e culpável.
-Estudaremos agora apenas a tipicidade quais são os requisitos necessários para que exista tipicidade. 
-Todos os crimes, apesar da sua diferença, apresentam elementos em comum.
-Criar o tipo penal – o legislador tem que decidir se ele quer criar o crime doloso ou culposo (resultado sem querer), e um crime ativo ou omissivo.
-Legislador consegue criar 4 espécies de tipos penais:
-Tipos ativos dolosos
-Tipos ativos culposos
-Tipos omissivos dolosos
-Tipos omissivos culposos
1º ESPECIE DE TIPICIDADE – ATIVA DOLOSA
-Estrutura da tipicidade ativa dolosa.
-Tipicidade é algo que sempre será dividida em duas partes. É composta por tipicidade legal (é a adequação da conduta ao tipo penal descrito na lei em seus elementos explícitos e implícitos) + tipicidade material (é a relação de ofensividade existente entre a conduta do agente e o bem jurídico protegido pelo tipo). (isso vale para todas as espécies)
-Tipicidade material: há ou não ofensividade ao bem jurídica. 
-A conduta só será típica quando a conduta está descrita na lei e há ofensa ao bem jurídico.
TIPICIDADE LEGAL – analisar primeiro todos os elementos objetivos e depois os subjetivos.
-Dividir o tipo no meio, colocando de um lado os elementos objetivos e do outro os subjetivos.
-A metade que só possui elementos objetivos será chamada de tipo objetivo (é o conjunto dos elementos objetivos do tipo) e a outra, que ficou com os elementos subjetivos, será chamada de tipo subjetivo (conjunto dos elementos subjetivos do tipo).
-Dividir a tipicidade legal no meio – tipicidade objetiva e tipicidade subjetiva
ELEMENTOS DENTRO DA TIPICIDADE OBJETIVA
-5 elementos diferentes: existem tipos que não terão os 5 e sim 3, mas só são essas duas opções.
-Os elementos de número 1, 2 e 5, sempre estarão presentes. E o 3 e o 4 só estarão presentes nos crimes materiais.
1. Núcleo – para que a conduta seja típica, é necessário que a conduta corresponda ao núcleo do tipo. Se o tipo for misto, a conduta pode corresponder a qualquer um dos núcleos. 
-Na tipicidade indireta o núcleo será substituído pela norma de extensão.
2. Elementos acidentais – são todos os elementos objetivos (descritivos ou normativos) que tem função de delimitar a abrangência do tipo. Exemplo – homicídio é matar algo específico. Para dar sentido ao tipo.
3. Resultado natural/naturalístico – é a modificação do mundo exterior, provocada pela conduta do agente e que com ela não se confunde, indispensável para a existência de determinado crime. Em alguns crimes a prática da conduta, já é crime, pratiquei a conduta, não precisa acontecer mais nada. A simples prática da conduta se configura crime, crimes de mera conduta.
-Em alguns crimes é necessário a prática da conduta + produção de um resultado. Exemplo: homicídio, lesão corporal. O nome mais comum é crimes materiais.
-O resultado natural – vai exigir para a conduta ser típica precisa ter resultado, isto é, os crimes naturais.
4. Nexo de causalidade/causal – é a relação de causa e efeito existente entre a conduta do agente e o resultado naturalístico de que depende a existência do crime. 
-É sempre uma relação entre a conduta do sujeito e o resultado naturalístico. Relação de causa de efeito entre essas duas coisas. Existe nexo sempre que o resultado é produto da conduta do sujeito. Conduta + resultado naturalístico dos crimes materiais. Só existe nos crimes materiais.
-Art. 13º, primeira parte, Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável (atribuir responsabilidade) a quem lhe deu causa. – Quando acontece um resultado de crime material, só posso atribuir responsabilidade a quem praticou causou este resultado.
-Quando que existe nexo de causalidade, posso considerar a conduta como causa do resultado. A primeira regra diz quando que existe nexo de causalidade, depois disso o Código Penal vai criar uma segunda regra, que diz que determinado fato exclui o nexo de causalidade. Sempre que acontecer x existe nexo de causalidade, no entanto se acontecer y, o y exclui o nexo de causalidade.
1º regra prevista no art. 13 caput – teoria da equivalência das causas ou teoria dos antecedentes ou da conditio sine qua mon. Essa teoria parte, tem como base duas premissas: o primeiro é a afirmação de que todo o resultado possui mais de uma causa, nunca vou ter um resultado com uma única causa, há uma pluralidade de causas. A segunda premissa é que todas as causas do resultado têm sempre a mesma importância, não existe uma causa mais ou menos importante. Artigo diz que considera causa toda ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
-Causa é toda a conduta anterior que foi imprescindível para a ocorrência do resultado.
-Processo de eliminação hipotética: é o método pelo qual se verifica se determinada conduta é causa de determinado resultado. 3 etapas para saber se a conduta é causa do raciocínio:
1. Isolar a conduta – para aplicar o processo de eliminação hipotética tem que ser em uma conduta de cada vez. Trabalhar com a conduta sozinha
2. Eliminar – hipoteticamente a existência daquela conduta. Eliminar hipoteticamente da conduta isolada. Fingir que aquela conduta nunca aconteceu.
3. Verificar – se com a eliminação da conduta o resultado se modifica ou se permanece inalterado. Essa constatação que dirá se a conduta é o ou não é causa do resultado. Se houver alguma modificação a condutada é causa do resultado, se não sofrer modificação não é causa do resultado.
-Regresso ao infinito – percepção de que todo o resultado tem uma causa que está mais próxima dele. Todo resultado tem infinitas causas, mas todas as causas são equivalentes importantes.
-Não podemos substituir o que aconteceu por algo que não aconteceu.
-Sucessão de causas – cadeia causal/ corrente causal ou curso causal. Nunca podemos substituir o que aconteceu por algo que não aconteceu, maspoderia ter acontecido, ou seja, não posso substituir o curso causal real pelo hipotético.
TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA
-Art. 13 parágrafo 1º
-Cria uma regra um pouco vaga demais, ela abre um pouco de vargem para subjetividade.
-‘’A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando por si só produzir o resultado’’ – após a conduta do sujeito acontece alguma coisa – que a lei chamada de causa relativamente independente (fato). Este fato posterior exclui a imputação, isto significa, excluir o nexo de causalidade.
-Caso este fato tenha produzido por si só este resultado tem como efeito uma exclusão do nexo de causalidade daquela conduta anterior a esse fato.
C ---------- F ---------- R 
-Alguns fatos promovem um desvio tão grande que é como ele interrompesse o nexo que está em curso e cria um novo 
5. Critérios de Imputação Objetiva
-Conjunto de teorias – teorias da imputação objetiva. 
-Imputar significa atribuir no sentido de atribuir responsabilidade
-Identificar dentro de todas aquelas pessoas que vão aparecer no regresso ao infinito, qual delas eu posso culpar pelo fato.
-Estabelecer critérios objetivos para determinar quem de fato pode ser imputado do resultado.
-Teoria desenvolvida pelo Clau Roxin 
-Riscos proibidos e riscos permitidos – duas figuras fundamentais.
-Risco: toda ameaça a um bem jurídico decorrente de uma atuação humana.
-Direito regulamenta algumas dessas atividades
-Risco proibidos: decorrente de uma conduta praticada em contrariedade com as normas jurídicas
-Riscos permitidos: decorrentes de condutas praticadas em conformidade com as normas jurídicas.
REQUISITOS PARA ATRIBUIR 
1. Criação de risco proibido – sujeito tem que praticar condutas que criam (criar do zero ou conduta que aumenta) riscos proibidos, porque mesmo se o individuo fizer algo. mas fez só coisas com riscos permitidos, não tem imputabilidade
NÃO EXISTE CRIAÇÃO DE RISCO PROIBIDO
A) Se a conduta do sujeito provoca apenas a diminuição do risco, não pode haver imputação de responsabilidade 
B) Substituição do risco por certo equivalente – nem aumenta nem diminui o risco, mantém o risco, ainda que modificado, no mesmo patamar
C) Criação de risco permitido – condutas que criam apenas riscos permitidos
D) Criação de risco juridicamente irrelevante – riscos que existem, mas não tem repercussão jurídica, esses riscos não vão ser suficientes para autorizar a imputação de um resultado. Para ser juridicamente irrelevante: algo improvável, imprevisível e incontrolável.
2. Realização do risco no resultado (resultado jurídico do crime, a lesão ou o perigo de lesão ao bem jurídico)
-Risco gere um resultado, seja uma lesão a um bem jurídico ou um perigo. Mas, a criação do perigo sozinho não é suficiente. É preciso que gere, realize um resultado, de causa.
-Todo risco é risco de alguma coisa
-Conduta que cria um risco proibido – cria risco de algo – para existir imputação é necessário que essa conduta que criou esses riscos proibidos produza um resultado, e esse resultado precisa ser igual aos riscos proibidos criados. Resultados precisam ser a realização dos riscos criados. Riscos criados precisam ser realizados.
NÃO EXISTE REALIZAÇÃO DO RISCO NO RESULTADO – se eu tiver diante dessas hipóteses eu não posso imputar, será atípica quando:
a) Resultado não é realização do risco proibido criado – crio risco proibido de A e o resultado é J CRP ≠ RES
b) Resultado não decorre diretamente do risco proibido criado 
-Sujeito cria um risco proibido e o resultado é igual ao risco proibido criado CRP = RES – mas mesmo assim é possível que eu não possa imputar esse resultado ao sujeito. É possível que o resultado seja independente, no caso concreto iria acontecer com ou sem o risco proibido criado pelo sujeito. 
---------AQUI TERMINA OS ELEMENTOS DA TIPICIDADE OBJETIVA---------
TIPICIDADE LEGAL SUBJETIVA
-2 Elementos subjetivos com um detalhe importante – todos os tipos ativos dolosos têm o primeiro elemento.
1. DOLO 
-Salvo raríssimas exceções, o dolo é um elemento implícito nos tipos penais. Isso é quando um tipo é doloso, não aparece no texto, na redação a palavra dolo. O dolo é um elemento implícito nos tipos penais.
-Decorre de um dispositivo legal – art. 18 p. único do CP - Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
-Sujeito só pode ser punido pela prática de uma conduta típica se ele tiver agido com dolo. Se o sujeito, para a imensa maioria, não tinha dolo, não tem crime. 
-A lei pode criar situações onde o agente será punido por forma culposa, mas terá que estar explícito na lei. A culpa sempre tem que ser expressa.
-Salvo quando está expresso na lei que é culposo então é doloso.
-Dolo:   I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; - dolo existe em duas situações diferentes – agente quis o resultado e quando assumiu o risco. Espécies de dolo (2). 
a) Primeira espécie: dolo direto – agente quis o resultado 
-Forma mais importante e comum de dolo
-Dolo Direto é consciência e vontade de realizar os elementos objetivos do tipo
-Dolo sempre composto por dois elementos: elemento cognitivo (consciência) e elemento volitivo (vontade)
-Matar (objetivo) alguém (objetivo) DD = C + V de matar alguém
-(Subtrair) para si ou para outrem (coisa) (alheia) (móvel) – subtrair é o núcleo então é sempre objetivo. Para si ou para outrem é uma intenção, então é um elemento subjetivo DD = C + V de subtrair coisa alheia móvel.
-Vontade só pode existir se existir a consciência. Não é consciência como contrário de inconsciente, no sentido de estar desperto. Consciência é um conhecimento, saber alguma coisa, agir com ciência de alguma coisa.
-Consciência é o conhecimento daquilo que a sua conduta no mundo. Sujeito praticar uma conduta sabendo o que ele está fazendo.
-Consciência da ilicitude é saber que o que eu estou fazendo é ilícito.
b) Segunda espécie: dolo eventual – agente não quis o resultado, mas assumiu o risco
- Elemento cognitivo (representação da possibilidade) e elemento volitivo (consentimento com a possibilidade). Dois requisitos necessários para que exista o dolo eventual. Representou a possibilidade e consentiu com ela.
-Dolo, ato de assumir o riso
-Dolo eventual – representação e consentimento com a possiblidade de realizar os elementos objetivos do tipo
-Vinculado a possibilidade – eu sei que se eu praticar essa conduta existe a possibilidade de eu acabar matando alguém, lesão corporal, etc...
-1º elemento necessário – Representação da possibilidade: representar algo, significa, prever a possibilidade de algo acontecer. Representação é o sujeito no caso concreto imaginar a possibilidade de aquilo acontecer, é o que acontece dentro da cabeça do sujeito. Previsível: algo que eu poderia prever, mas falar que algo é previsível e o sujeito previu algo são diferentes (exemplo do carro com olhar com o celular). Representação: prever no momento ou imediatamente antes de eu praticar a conduta.
-2º elemento: consentimento com a possibilidade. Consentimento: aceitar a existência da possibilidade. -Representação – pela primeira vez apareceu na minha cabeça depois faz uma revisão, no segundo momento da revisão da representação é que o consentimento aparece. Pode ser que ele confirme ou que não confirme a representação. Quando confirma a representação – aceitando a existência da possibilidade, ciente da existência da possibilidade, isso é o consentimento – aceitação da existência da possibilidade. Assumir o risco é aceitar que o risco existe. Sei que existe risco e pratico a conduta.
-Agir apesar da possibilidade, do risco – dolo eventual 
-Mas pode acontecer que o sujeito não confirme a representação, porque ele rejeita a existência da possibilidade. 3 motivos: observação, o sujeito pensa que já viu varias pessoas fazendo isso e nunca acontece esse resultado, quem diz que essa chance existe é catastrófico; experiência, se baseia em situações em que ele fez aquilo e nunca aconteceu o resultadoe confiança, o sujeito diz que até existe risco quando outras pessoas fazem isso, mas com ele não. 
2. ELEMENTO SUBJETIVO ESPECIAL 
-Nem todos os tipos possuem esse elemento.
-São sempre elementos explícitos. Está expresso, escrito.
a) 1º espécie – Tendência interna transcendente – TIT 
-Espécie mais importante e mais comum.
-É o elemento subjetivo especial presente nos tipos penais que exigem que a conduta seja praticada com a intenção específica de atingir determinado resultado. 
-Exigência de uma intenção específica
-art. 159 – extorsão mediante sequestro 
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate:
-Só vale se eu sequestrar com essa intenção específica – para preencher esse tipo.
b) 2ª espécie – Tendência Interna peculiar – TIP 
-TIP: é o elemento subjetivo especial presente nos tipos penais que exigem que a conduta seja praticada em razão de um específico estado subjetivo.
-Exemplo: duas formas de homicídio qualificado – 121, paragrafo 2º, II (motivo não tão específico, mas específico) e VI (matar mulher por razões da condição do sexo feminino).
-Motivos, razões que causaram a prática do crime.
ERRO DE TIPO – elemento solto dentro da tipicidade subjetiva
-Erro, sempre está se referindo de alguma situação na qual o sujeito se engana ou equivoca-se sobre alguma coisa. Sujeito acha que está acontecendo alguma coisa, mas não está, por exemplo. Tem algum engano na cabeça dele.
-Erro de tipo – sempre vai ter uma divergência entre duas coisas. Entre a conduta que o sujeito pratica e aquela que ele queria praticar.
-3 espécies de erro de tipo – primeira delas: erro de tipo essencial, segunda se chama erro de tipo acidental e a terceira é conhecida como erro de tipo permissivo.
1ª espécie – Erro de tipo essencial: 
-Maioria chama só de erro de tipo
-Erro de tipo essencial é o fenômeno que implica a ausência de dolo quando havendo uma tipicidade objetiva falta ou é falsa a consciência da presença dos elementos objetivos do tipo no caso concreto. 
-Quando havendo uma tipicidade objetiva, o sujeito praticou uma conduta e esta preenche todos os elementos do tipo penal objetivamente, no entanto, apesar da conduta preencher todos os elementos objetivos do tipo, o sujeito não tem a consciência de que esses elementos estão presentes no caso concreto.
-Sujeito conduta preenche os elementos objetivos do tipo sem consciência (elemento do dolo direto, saber o que sua conduta é no mundo)
  Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
-Havendo erro de tipo essencial, sempre será excluído o dolo.
-Só em algumas situações permite a punição por crime culposo, se tiver previsto em lei.
a) Erro de tipo essencial invencível/inevitável – é aquele que o agente nas condições em que se encontrava não podia ter evitado ainda que tivesse agido com toda a cautela que lhe era exigida. 
-Esse erro não decorre da falta de cuidado, atenção do sujeito. Ele exclui o dolo e exclui a culpa.
b) Erro de tipo essencial vencível/evitável – aquele que o agente podia ter evitado, caso tivesse agido com a cautela que lhe era exigível. O erro é culpa dele. O erro exclui o dolo e permite a punição por crime culposo, se previsto em lei (se aquele crime específico tiver uma previsão expressa em forma culposa). Só dois crimes possuem forma culposa: homicídio e lesão corporal.
2ª espécie – erro de tipo acidental – conjunto de figuras (5 formas de erro de tipo acidental)
a) Erro sobre a pessoa – erro do sujeito na identificação de quem é determinada pessoa, porque ele vai praticar uma conduta achando que está praticando contra determinado alguém, mas na verdade está praticando contra outra.
-Ocorre quando o agente querendo praticar a conduta contra determinada pessoa pratica á contra pessoa diversa. 
-O erro sobre a pessoa não exclui o dolo.
-No exemplo do pai aplica o agravante porque a lei manda aplicar.
-Art. 20, § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. – Devemos desconsiderar as características e condições pessoais da pessoa que foi atingida e vamos levar em conta as características da vítima pretendida.
b) Erro sobre o objeto – ocorre quando o agente, querendo praticar a conduta contra determinado objeto pratica a contra objeto diverso.
-Não tem previsão legal. Mas, havendo erro sobre o objeto, o sujeito responde dolosamente sobre o que danificou.
-Leva em conta as características do objeto real, e não do objeto pretendido.
c) Erro na execução - Erro na execução ocorre quando o agente pratica a conduta querendo atingir determinada pessoa, mas por erro ou acidente no uso dos meios de execução atinge pessoa diversa. Exemplo: sujeito é ruim de mira. Não há erro de identificação.
-Previsto no art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
-Se divide em duas espécies:
c.1 – Erro na execução com unidade simples – sempre que o sujeito não atinge a vítima pretendia e, atinge apenas a vítima não pretendida. A conduta produz um único resultado concreto, o que significa, que ela vai gerar um único crime. Para esse caso, aplicar a regra do art. 20 § 3º (erro sobre a pessoa) – essa regra dizia que ele não exclui o dolo e leva em conta as características e condições pessoais da vítima pretendida.
c.2 – Erro de execução com unidade complexa – atinge a vítima pretendida e atinge também a vítima não pretendida. Dois resultados concretos, isto é, dois crimes. O resultado produzido contra a vítima pretendida atribui-se dolo. O agente será punido dolosamente pelo resultado produzido na vítima pretendida e, culposamente pelo resultado produzido na vítima não pretendida. 
	Vítima pretendida (dolo de matar)
	Vítima não pretendida 
	Crimes?
	Mata.
	Mata.
	Homicídio doloso + Homicídio Culposo
	Quer matar, mas causa apenas uma lesão.
	Mata.
	Tentativa de homicídio + homicídio culposo
	Mata.
	Apenas causa uma lesão.
	Mata + lesão corporal culposa.
	Lesão corporal
	Lesão corporal
	Tentativa de homicídio + lesão corporal culposa
-Não da pra tentar sem querer, sempre que falar em tentativa, está implícito que tem dolo.
-Erro na execução quer atingir uma pessoa e atinge outra pessoa. Pessoa de um lado, pessoa de outro.
d) Resultado diverso do pretendido – ocorre quando o agente pratica a conduta querendo produzir determinado resultado, mas por erro ou acidente no uso dos meios de execução, produz resultado diverso do pretendido.
-Sujeito que ou quer atingir uma coisa e acaba atingindo uma pessoa, ou atinge uma pessoa e queria atingir uma coisa. 
-Atinge algo que tem natureza diversa daquilo que ele pretendida atingir.
d.1 – resultado diverso do pretendido com unidade simples – o agente não produz o resultado pretendido e produz apenas o resultado diverso do pretendido. Produz apenas um resultado = um crime. Se olhar apenas – não produz o resultado pretendido – é apenas uma tentativa. Se observar – produz apenas o resultado diverso do pretendido – crime culposo. Mas, o sujeito só irá responder por uma. 
-A regra diz que o agente será punido culposamente pelo resultado produzido.
-Exemplo: quer causar um dano, mas quer causar uma morte, responde por homicídio culposo.
-Se não tem previsão legal, responde pela tentativa (1ª opção)
-Se o resultado produzido não for punível na forma culposa, o agente será punido pela tentativa do resultado pretendido.
d.2 – resultado diverso do pretendido com unidade complexa – sujeito produz o resultado pretendido e produz também o resultado diverso.2 resultados = dois crimes. Se o sujeito produz o resultado que queria produzir, será atribuído ao sujeito dolo, ao resultado diverso do pretendido, será punido culposamente e se não tiver forma culposa ele não responde.
e) Erro na causalidade – ocorre quando o agente pratica uma conduta querendo produzir determinado resultado, mas este se produz através de um nexo de causalidade diverso do previsto.
-Erro na previsão do nexo de causalidade.
-A conduta dele produz condutas diferentes daquele que ele imaginou, mas o resultado é igual.
-Chega no mesmo lugar, mas por um caminho diferente.
-O erro na causalidade não exclui o dolo, se existir nexo de causalidade – não exclui o dolo.
----------- AQUI TERMINA TIPICIDADE SUBJETIVA ----------
TIPICIDADE MATERIAL (dentro da tipicidade ativa dolosa)
-É a relação de ofensividade existente entre a conduta do agente e o bem-jurídico protegido pelo tipo. 
-Para conduta ser típica, além de necessitar preencher o tipo – tipicidade legal- ela deve ofender algum bem jurídico. Preencher o tipo e ofender o bem jurídico que aquele tipo queria proteger. Tipicidade material é essa relação de ofensividade.
-Se a conduta não ofende o bem jurídico não existe tipicidade material. Sem ofensa ao bem jurídico não existe crime, porque a conduta é atípica.
-Para que aconteça crime é indispensável que a conduta ofenda o bem jurídico
-Ofensa e lesão não são sinônimos.
-Ofensa pode acontecer de duas formas: 
1. Lesão ao bem jurídico 
2. Perigo de lesão ao bem jurídico – conduta coloca o bem jurídico em situação de perigo, não está sendo lesado, mas sofrendo uma espécie de ofensa.
-Crime de lesão – aquele crime que para que ele se consume é necessário que a conduta lese o bem jurídico. Se a conduta só criar perigo o crime não se consuma, pode até ter tentativa. Olhar o caso concreto.
-Crime de perigo – basta uma situação de perigo. Se dividem em duas espécies: 
a) Crime de perigo concreto: exige que o sujeito crime um perigo real a um bem jurídico dentro de um caso concreto. Conduta real do sujeito verdadeiramente crie uma situação de perigo ao bem jurídico. Verifique se no caso concreto se o bem jurídico realmente esteve em perigo.
b) Crime de perigo abstrato: crime no qual o perigo ao bem jurídico é presumido na conduta tipificada. Está implícito na conduta a existência do perigo no caso concreto, não é necessária a verificação.
Conduta tem tipicidade legal (preenche o tipo), mas não ofende o bem jurídico – não tem tipicidade material – isso pode acontecer. 3 grandes hipóteses em que isso pode acontecer.
1. Ausência de Ofensividade 
-Causa zero lesão e zero perigo, mas mesmo assim preenche o tipo.
-ADF 54 – aborto de feto anencefálo
2. Insignificância da Ofensa 
-Ofensa tem uma relevância jurídica tão pequena que o direito vai desconsiderar a sua existência.
-Ofensa insignificante não é uma ofensa pequena, é uma ofensa menor – irrelevante juridicamente.
-Insignificância da conduta – olhar além da ofensa isolada a conduta praticada e todo o contexto o qual essa conduta é praticada.
3. Adequação social da Conduta 
-Ofensa ao bem jurídico não é algo concreto – uma abstração – quando falo que algo ofendeu o bem jurídico estou fazendo um julgamento negativo, carga valorativa negativa. 
-Afirmar que o bem jurídico sofreu uma ofensa não é apenas objetivo.
-Aquele comportamento a partir de normas culturais não veremos aquilo como uma ofensa, veremos como algo neutro. 
-Socialmente aceitos, condutas neutras adequação social.
TIPICIDADE ATIVA CULPOSA 
-Culpa: é a violação de um dever de cuidado manifestada em uma conduta produtora de um resultado não desejado nem consentido, mas objetivamente previsível. Definição de quando existe uma culpa relevante para o direito penal.
-Na imensa maioria dos casos o sujeito pratica uma conduta lícita, que apesar de serem permitidas são condutas perigosas, que de alguma forma trazer algum perigo ao bem jurídico - direito vai regulamentar a forma como essas atividades serão exercidas.
-Deveres de Cuidado – normas que dizem como determinadas condutas devem ser praticadas. Não é proibida, mas caso queira praticá-la, deve praticar de certo modo. A culpa vai existir sempre que o sujeito pratica sem seguir as regras de cuidado.
1. DEVERES DE CUIDADO EXPRESSOS/EXPLÍCITOS/POSITIVADOS 
-Regras de cuidado que estão previstas expressamente no texto de um ato normativo – lei ou ato de natureza de hierarquia abaixo da lei, decreto, resolução, portaria....
2. DEVERES DE CUIDADO IMPLÍCITOS OU NÃO POSITIVADOS
-Não estão previstos expressamente em nenhum ato normativo, mas mesmo não estando previsto eles são obrigatórios. 
-Eles decorrem da própria periculosidade da conduta praticada 
-Dever geral de cuidado – sempre que sabemos que uma conduta gera um risco e conhecemos qual a forma segura devemos praticá-la dessa forma segura. Agir sempre buscando a forma mais segura.
-Para que uma conduta que viola um dever de cuidado seja considerada culposa e relevante juridicamente é preciso que ela gere um resultado. Conduta que viole um dever de cuidado tenha como consequência um resultado.
-Características do resultado: não pode ser desejado e nem consentido, porque se nåo é dolo. O resultado tem que ser previsível isso cria previsibilidade objetiva.
-Resultado imprevisível ele não tem como planejar sua conduta e tomar um cuidado que ele não sabe que ele tem que tomar não existe responsabilidade culposa. 
ESTRUTURA DA TITPICIDADE ATIVA CULPOSA
-Tipicidade Legal + tipicidade material (conteúdo da tipicidade material é sempre igual).
TIPICIDADE LEGAL
-Na tipicidade ativa culposa não existem elementos subjetivos, todos são objetivos. 
-Nunca precisa olhar para dentro da cabeça do sujeito. 
-Somente elementos externos ao autor da conduta.
ELEMENTOS: todo tipo ativo culposo tem esses 5 elementos – mesmo que implicitamente 
1. Resultado Naturalístico:
-Resultado concreto decorrente da conduta do sujeito – modificação na realidade concreta das coisas.
-Se não existe resultado não existe tipicidade ativa culposa
-Não é qualquer resultado que pode gerar ativa culposa – nem todo resultado transforma uma relação de dever de cuidado em crime culposo.
-Resultado punível na forma culposa – aqueles que a lei expressamente diz (homicídio e lesão corporal)
2. Nexo de Causalidade: igual ao nexo de causalidade da tipicidade ativa dolosa
-Porque todo tipo culposo é crime material
3. Violação de dever de Cuidado: 
-Parecida com a criação de risco proibido da tipicidade ativa dolosa
-Regras gerais sobre o dever de cuidado (4) – se o sujeito violou ou não o dever de cuidado:
a) violação de norma jurídica de contenção de risco – norma criada pelo Estado, poder executivo, legislativo ou por outros órgãos e entidades que integram a administração pública. É uma norma criada pelo estado com a função de regular determinada atividade para torná-la mais segura. Norma jurídica de contenção de riscos, de controle – se existe essa norma e o sujeito a viola, essa violação implica na violação de um dever de cuidado.
b) Violação de regras técnicas ou desportivas – lacuna pode ser preenchida através de auto-regulamentação – não são regras criadas pelo estado ou entidades de natureza publica, são criadas no âmbito dos próprios atores privados. Regras técnicas daquela atividade. Violação dessas regras é a violação de um dever de um cuidado.
-Regras desportivas – regras sobre segurança na modalidade desportiva – regra que diz respeito a segurança na prática desportiva está violando um dever de cuidado
c) Dever de Informação e Dever de Omissão – deveres gerais de cuidado, valem para uma quantidade indefinida de situações. Dever de informação, se o sujeito quer realizar uma atividade e esta exige um conjunto de conhecimentos e eu não tenho eles antes de exercer a atividade eu devo me informar, no sentido de me informar e obter as informações – devo me omitir se eu não tenho os conhecimentos necessários – enquanto eu não consigo me informar. 
-Fazer algo sem saber fazer de forma segura – Isso se chama – IMPERÍCIA – fazeralgo sem ter o conhecimento necessário para fazer.
d) Princípio da Confiança – aplico ele para saber que o sujeito não violou o dever de cuidado – Aquele que age de acordo com as regras de determinada atividade pode confiar que os outros também o farão sempre que não existam indícios concretos para supor o contrário. 
-O resultado final depende de condutas que foram praticadas por outras pessoas
-Se o sujeito pratica a conduta de acordo com as regras daquela atividade, ele pode acreditar que quem age antes, depois e ao mesmo tempo também seguirão as regras – não precisa ter a preocupação de fiscalizar, porque parte do pressuposto que as pessoas cumpriram as regras. 
-Duas ocasiões em que esse princípio não se aplica: 1. Não se aplica para aquele sujeito que tem dever de fiscalização sobre algo. 2. Quando existirem indícios concretos de conduta irregular – parte do pressuposto que se tudo estiver ocorrendo regularmente tudo ocorrerá bem, mas se tem uma particularidade específica demonstra que algo de diferente está acontecendo, não posso ignorar o caso concreto e confiar cegamente na situação. 
4. Relação (nexo) de Determinabilidade – basicamente a mesma coisa realização do risco do resultado. - Resultado não decorre diretamente do risco proibido criado 
-Sujeito cria um risco proibido e o resultado é igual ao risco proibido criado CRP = RES – mas mesmo assim é possível que eu não possa imputar esse resultado ao sujeito. É possível que o resultado seja independente, no caso concreto iria acontecer com ou sem o risco proibido criado pelo sujeito. Resultado decorre ou não decorre da conduta. Ex: Luiz Gustavo se joga da ponte.
-Relação de determinabilidade é a relação de determinabilidade entre a violação de dever de cuidado e o resultado naturalístico produzido. Resultado só aconteceu porque o sujeito só violou o dever de cuidado.
5. Previsibilidade objetiva: é diferente de dolo eventual, porque dolo eventual tem como primeiro elemento representação e consentimento, e representação era verificar dentro do caso concreto se o autor tinha previsto o resultado daquilo acontecer, algo que existia ou não dentro da cabeça do sujeito subjetivo. 
-Nesse quesito é um elemento objetivo, não depende do que existe dentro da cabeça do sujeito, é uma previsibilidade. Falar que algo é previsível é que existiam condições para aquilo acontecer.
Previsibilidade objetiva é a possibilidade que o agente, nas condições em que se encontrava, tinha de prever a possibilidade da ocorrência do resultado – previsível se aquela pessoa tinha condições de prever, sem se perguntar se ele previu ou não – atuar como observador externo. Olha o fato, não entra na cabeça do sujeito. 
-Duas opções – ou é previsível ou o agente não tinha nenhuma condição de prever o fato que aconteceu. 
-Duas espécies de culpa: classificação da culpa – só existe culpa quando o resultado é previsível
a) Culpa inconsciente 
-Previsibilidade objetiva – sem representação
-Na culpa inconsciente o resultado era previsível, mas o agente não o previu
-Culpa sem representação
-Sujeito tinha condições de prever aquele resultado, mas por alguma razão, apesar de ser previsível, no caso concreto ele não previu
-Tenho que saber o que é previsível para cada pessoa
b) Culpa consciente 
-Previsibilidade objetiva – com representação 
-Na culpa consciente o resultado era previsível e o agente o previu 
-Tanto era previsível que o sujeito chegou a pensar na possibilidade – não é dolo, porque para ter dolo eventual precisa representação + consentimento
-Representação sem consentimento, se ele representa e não consente não existe dolo eventual, existe culpa da espécie culpa consciente 
 Fora da estrutura – Modalidades de culpa – crime é culposo quando o agente agiu com imprudência, negligência e imperícia
-Imprudência ou culpa ativa – significa fazer mais do que aquilo que a norma permite ou fazer algo que a norma não permite
-Negligência – culpa omissiva – significa fazer menos do que aquilo que a norma determinava ou não fazer 
-Imperícia – relacionada com atividades que envolvem conhecimentos técnicos – prática de uma conduta que não possui conhecimento técnico necessário para praticar de forma segura. 1ª forma de imperícia. 2ª forma – prática de uma conduta com violação de norma técnica
CRIMES OMISSIVOS
-Norma jurídica violada que define se é um crime omissivo ou ativo 
TIPICIDADE OMISSIVA – 
Omissão: descumprimento – viola uma norma penal incriminadora impositiva
-Crime ativo e crime omissivo 
-A diferença entre uma ação e uma omissão está numa norma jurídica – a norma jurídica violada é violada – espécie da norma jurídica que estou violando
Norma penal incriminadora proibitiva – é proibido... – se é proibitiva é porque está mandando não fazer alguma coisa, porque esse algo é proibido. O crime existe quando eu faço. O crime é fazer aquilo que é proibido crime ativo – crime é fazer algo que é proibido 
Norma penal incriminadora impositiva é obrigatório... manda fazer algo, porque justamente esse algo é obrigatório – o crime existe quando eu não faço, o crime é não fazer aquilo que é obrigatório crime omissivo – é obrigatório – manda fazer algo – o crime é não fazer algo que é obrigatório
-A relação está na norma 
-Só pode existir uma omissão quando existir, naquele caso concreto, existia uma norma impositiva, mandando o sujeito fazer algo
-Não importa o que o sujeito faz, a conduta – importa o que ele não faz, deixou de fazer – não fazer alguma coisa específica
-Omissão é violação de uma norma impositiva (toda norma impositiva está dentro de um tipo penal) – dependendo do tipo penal terei omissões diferentes
-Exemplo art. 135 - EX: Art. 135 – omissão de socorro “Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública” crime omissivo, violação de uma norma impositiva. 
-Duas espécies de omissão com características diferentes – cada uma com uma estrutura sua 
1. TIPO OMISSIVO
-É aquele que descreve uma conduta de não fazer algo obrigatório
2. TIPO ATIVO: 
-É aquele que descreve uma conduta de fazer algo proibido 
1ª ESPÉCIE – OMISSÃO PRÓPRIA 
-É a violação de uma norma impositiva contida em um tipo omissivo – dentro de todo tipo omissivo existe uma norma impositiva. A conduta que viola esta norma impositiva se chama omissão própria
-Omissão própria é a violação de uma norma impositiva contida em um tipo omissivo, ou seja, dentro do tipo omissivo tem uma norma impositiva, a violação dessa norma é chamada de omissão própria 
-Tipo omissivo: é aquele que descreve uma conduta de não fazer algo que era obrigatório 
-Essa forma tem duas características fundamentais:
a) Crimes que Não Exigem Resultado Naturalístico – sujeito não é punido por um eventual resultado, a omissão por si mesma já é crime.
-Na omissão própria, pune-se a própria omissão
b) Dever Geral – cria deveres que recaem sobre todas as pessoas, não é específico, individualizado – recai sobre todos igualmente
-Posso ter situações que o dever continua sendo geral, mas somente a pessoas de determinada categoria, pertencem a determinado grupo. Exemplo: funcionários públicos, militares, advogados... Ainda é um dever geral, porque há ainda uma generalidade 
2ª ESPÉCIE OMISSÃO IMPRÓPRIA – resultado e dever especial
-Crimes omissivos impróprios
-É a violação de uma norma impositiva contida em um tipo ativo, ou seja, dentro do tipo ativo tem uma norma impositiva, a violação dessa norma é chamada de omissão imprópria 
-Todo tipo ativo cria duas normas – proibitiva: diz o que é proibido fazer o que está descrito no tipo e impositiva (norma de dever de segundo grau): cria para algumas pessoas um dever de agir para evitar a ocorrência de um resultado 
-Aquele que tinha o dever de agir para evitar a ocorrência do resultado, mas se omite e permite que ele se produza, será punido como se tivesse ativamente o causado
-Crimes dependem daocorrência de um resultado. Só pode haver omissão imprópria quando existe um resultado 
-Aqui dever recai sobre pessoas determinadas, essas pessoas se chamam garantes
-Todo tipo ativo tem dentro dele uma norma proibitiva – violação – crime ativo
-Segunda norma é uma norma impositiva violação desta norma impositiva se chama omissão imprópria
-Para que o bem jurídico seja protegido de forma mais adequada precisa de uma outra norma
-Norma que se aplica apenas a algumas pessoas, que vamos chamar de garantes ou garantidoras
-Dever de agir para evitar a ocorrência de um resultado
-Aquele que tinha o dever de agir para evitar a ocorrência do resultado, mas se omite e permite que ele se produza será punido como se tivesse ativamente o causado.
-Omissão imprópria pode ser chamada pode ser chamada de crime ativo por omissão 
-Crime vai ensejar crime ativo que praticou por omissão
-Duas características da omissão imprópria:
1. Na omissão imprópria sempre terão crimes que exigem a ocorrência de resultados – na omissão própria não é preciso ter resultado
2. Sempre é uma norma impositiva que cria um dever especial – omissão própria é dever geral – aqui é um dever que recai apenas sobre pessoas específicas e determinadas. 
ESTRUTURA DA TIPICIDADE OMISSIVA
-A tipicidade material é sempre igual, o que muda é a tipicidade legal
-Elementos comuns estão nas duas formas de tipicidade – sempre os mesmos nos tipos de tipicidade
-Elementos subjetivos se apresentam nas duas formas também – iguais
-O que muda da própria para imprópria são os elementos próprios. A omissão imprópria exige elementos a mais do que os elementos da própria (todos os da omissão própria + alguns) 
A) OMISSÃO PRÓPRIA – dividia em dois grupos 
-Tipicidade – Tipicidade legal 1 (elementos comuns), 2 (elementos subjetivos) + tipicidade material
B) OMISSÃO IMPRÓPRIA – estrutura dividida em três grupos
-Tipicidade – Tipicidade Legal 1 (elementos comuns), 2 (elementos próprios), 3 (elementos subjetivos) + tipicidade material
-Elementos próprios que as tornam diferentes, pois são exclusivos da omissão imprópria
-São diferentes, por isso a estrutura muda – primeiro, visão geral da estrutura e depois ver o que é diferente
ESTRUTURA DA TIPICIDADE OMISSIVA PRÓPRIA – TOP
TOP – TL + TM 
TL 1. Elementos comuns (a ambas as espécies de omissão – eles são necessários para a existência de uma omissão, não pode faltar um desses 3 elementos para que a omissão exista. São os requisitos necessários) 
1. ELEMENTOS COMUNS 
a) Situação típica – é o conjunto de circunstâncias que faz que determinada norma impositiva incida sobre o caso concreto tornando devida determinada conduta pelo sujeito 
-Dentro do caso concreto um conjunto de circunstâncias – cada norma terá a sua 
-Situação típica conjunto de circunstâncias que faz como que a norma incida sobre o caso concreto – ela cria um dever de agir no caso concreto
-Omissão: descumprimento de uma norma impositiva
b) Exteriorização de Conduta Diversa 
-Elemento mais característico da omissão
-Pratico uma conduta diversa que a norma mandava eu praticar 
-Sujeito não cumpre esse dever
-A omissão é não realizar uma conduta que era obrigatória por lei, logo, se o indivíduo age de acordo com a lei (mesmo que não resulte efeitos) não pode ser acusado de omissão
-No caso no art. 135, CP, se alguma pessoa já está prestando socorro, os outros ficam livres dessa responsabilidade. No código de trânsito isso não se aplica
c) Possibilidade física de agir 
-Não fazer o que a norma manda quando era possível praticar o que ela manda
-Não cumpre o dever quando era possível cumprir
-A impossibilidade real de se agir, exclui a tipicidade (exclui o dever, a omissão). A impossibilidade deve ser real, não basta que seja difícil ou inconveniente. Caso não haja a possibilidade de atuação própria, deve-se ligar para a responsabilidade pública responsável
2. ELEMENTOS SUBJETIVOS – são alternativos entre si, é necessário um ou outro, se tiver um deles já é suficiente – são incompatíveis entre si, por isso nunca terão os dois. Sujeito necessita ter dolo ou culpa. A tipicidade omissiva própria é aquela que se relaciona com o tipo omissivo. Existem tipos omissivos dolosos e culposos
-Maioria são tipos omissivos dolosos
a) Dolo – elementos implícitos
-Tipo não menciona a culpa é dolo
-Admite dolo direto e dolo eventual – é possível praticar o crime omissivo próprio com dolo direto e dolo eventual
-Na omissão própria dolo direto é a consciência e a vontade de realizar os elementos objetivos do tipo omissivo 
-Na omissão própria, dolo eventual é a representação e o consentimento com a possibilidade de realizar os elementos objetivos do tipo omissivo
-Sujeito pratica a conduta descrita no tipo e tem dolo
b) Culpa – violação de dever de cuidado (viola uma norma impositiva e cria perigo a um bem jurídico) – elemento deve ser expresso no tipo 
-Sujeito se omite de algo em razão da falta de cuidado, se omite por descuido. Tipo omissivo culposo. 
-Sujeito se omite de praticar a conduta devida através de uma violação de um dever de cuidado
-Exemplo: omissão de cautela 
-Art. 13 – do estatuto do desarmamento - Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
-Não existe necessidade de que se ocorra um resultado, basta que um indivíduo possua a arma. O crime é culposo porque decorre de uma violação do dever de cuidado e é omissivo, porque decorre da falta de cumprimento de uma conduta que era obrigatória por lei
TIPICIDADE MATERIAL
TIPICIDADE OMISSIVA IMPRÓPRIA – situações nas quais o garante tem o dever de tentar não ocorrer um resultado, que, se omite e o resultado acontece, é por ele responsabilizado
Estrutura
-Tipicidade legal + Tipicidade Material 
Tipicidade legal:
1. Elementos comuns: necessários para existência de uma omissão 
a) Situação típica
b) Exteriorização de Conduta Diversa
c) Possibilidade física de agir
2. Elementos Próprios:
a) Crimes que possuam Resultado naturalístico
b) Nexo de evitabilidade 
-Não existe causalidade na omissão. O crime não é causar um resultado, mas não o evitar. O nexo de evitabilidade existe quando, caso o sujeito tivesse feito tudo aquilo que estava em seu alcance, o resultado teria sido evitável. Se o resultado se mostra inevitável, não existe o nexo de evitabilidade
c) Figura do Garante – art. 13 p. 2º prevê três situações: I. Legal; II. Voluntário e III. Garante Criador do Risco – pessoas específicas que devem evitar situações 
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
I- Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância – garante legal
II- De outra forma, assumiu a responsabilidade de assumir o resultado – garante voluntário ou contratual – é aquele que, de forma involuntária, assumiu a responsabilidade de evitar o resultado. Esse garante se da, na maioria dos casos, em contratos nos quais os garantes são remunerados, mas não é necessário contrato formal ou contraprestação
III – É garante aquele que com seu comportamento anterior criou o risco da ocorrência do resultado – o que faz com que o sujeito seja garante é uma conduta dele que cria o risco da ocorrência do resultado. Se minha conduta cria o risco de um resultado, tenho o dever de evitar que esse resultado aconteça
-Conflito de deveres – por impossibilidade física de salvar duas vítimas, por exemplo, salvar uma delas exime o indivíduo de omissão
3. Elementos subjetivos:
-Dolo ou Culpa
-Na omissão imprópria, dolo direto é a consciência e a vontade de realizar os elementos objetivos do tipo ativo por meio de uma omissão -> dolo de praticar os elementos do tipo ativo. Exemplo do salva vidas – morte do luiz Gustavo– salva vidas não quis salvar o lugu. Consciência e vontade de matar alguém – vontade que o resultado aconteça 
-Na omissão imprópria, dolo eventual é a representação e o consentimento com a possibilidade de realizar os elementos objetivos do tipo ativo por meio de sua omissão. 
-Na omissão imprópria, culpa é a não evitação do resultado em razão de uma violação de um dever de cuidado. Se o tipo não admite a forma culposa, o indivíduo não responde penalmente por nada, não existe a responsabilidade criminal
-Garante responde culposamente – quando não tem dolo e tem culpa. Na omissão imprópria, o garante tem culpa quando se omite com violação de um dever de cuidado – crime deve ter forma culposa
ANTIJURIDICIDADE ou ilicitude das condutas 
-É a relação de contrariedade existente entre a conduta do agente e ordenamento jurídico em sua totalidade. Não se compara a conduta com um dispositivo de lei, mas se olha a sua conformidade com todo o ordenamento jurídico
-Antijurídico é aquilo que contraria o direito
-Se não existe antijuridicidade, a conduta é ilícita (e não necessariamente jurídica)
-Ordenamento jurídico = DIREITO 
-Conduta que é contrária ao direito em sua totalidade
-Ou ilicitude 
-Conduta antijurídica = conduta ilícita 
-Quando não existe antijuridicidade então existe licitude 
-Não existe conduta parcialmente ilícita – é sim ou não
-Direito – conjunto indivisível de normas 
-Direito penal estuda a antijuridicidade ou ilicitude das condutas típicas, somente
-É possível que uma conduta seja típica e mesmo assim lícita, por causa das normas não incriminadoras permissivas
-Se é lícita, é lícita para todos os ramos do direito – isso vale o contrário. Não existe conduta lícita para um ramo do direito e ilícita para outro. – não tem repercussão para os outros ramos do direito, mas pode ser lícita/ilícita 
-Primeira coisa que analiso numa conduta é tipicidade. 
-Antijuridicidade das condutas típicas duas possibilidades: típica e lícita ou típica e antijurídica
-Como regra geral, condutas típicas são ilícitas
-Conduta típica só pode ser lícita se estiver presente uma norma jurídica permissiva
-Norma permissiva é aquela que derroga uma norma incriminadora tornando lícita a prática de uma conduta típica sob determinadas circunstâncias. Derrogação sempre que uma norma cria uma exceção a outra norma a gente fala que essa norma derrogou a outra. Derrogar é criar uma exceção – normas permissivas excluem a antijuridicidade da conduta e criam cláusulas excludentes da antijuridicidade. 
-Norma permissiva, é um comando normativo, uma norma abstrata que diz..... e cláusula excludente da antijuridicidade é o conjunto concreto de circunstâncias que, se presentes, tornam uma conduta lícita. Uma norma incriminadora que torna lícita a prática de uma conduta típica sobre determinadas circunstâncias. Normas que permitem, em casos específicos, a prática de condutas típicas. Exemplo: legítima defesa 
-Quando existe a presença de uma norma permissiva, a conduta típica se torna lícita
FENÔMENO DA UNIDADE DA ANTIJURIDICIDADE 
-Antijuridicidade é indivisível, não pode ser fracionada – duas possibilidades: ou é antijurídica ou é lícita, sem meio termo.
-O direito é uma coisa só, se uma conduta é lícita, ela é lícita para todos os ramos do direito, isso vale caso ela seja antijurídica
-Não há como ser lícita no direito penal e ilícita no direito civil, pois fazem parte do mesmo ordenamento jurídico
-As normas permissivas, que tornam a conduta típica em lícita, não precisam ser normas criadas dentro do direito penal, podem estar em qualquer norma do ordenamento jurídico, por exemplo, se uma norma prevista no direito administrativo diz ser lícito alguma coisa, será também lícito no direito como um todo, inclusivo no direito penal.
CAUSAS EXCLUDENTES DA ANTIJURIDICIDADE
-Ou causas de exclusão da antijuridicidade, ou causas justificantes 
-Causa excludente de antijuridicidade são as circunstâncias que, presentes no caso concreto, tornam lícitas a prática da conduta típica. A norma permissiva é o comando abstrato normativo, norma como figura abstrata e a causa excludente da antijuridicidade é a circunstância, que uma vez presente, exclui a antijuridicidade de uma conduta. Toda causa excludente de antijuridicidade corresponde a uma norma permissiva abstrata e hipotética 
-Artigo 23, do Código penal, que traz 4 causas legais: o estado de necessidade, a legítima defesa, o estrito cumprimento de dever legal e o exercício regular de direito.
Situações que será excluída a antijuridicidade da conduta: causas:
1. Causas legais de exclusão da antijuridicidade – causas expressamente previstas em lei, estão previstas no artigo 23, do Código penal, que traz 4 causas legais: o estado de necessidade, a legítima defesa, o estrito cumprimento de dever legal e o exercício regular de direito.
2. Causas supralegais de exclusão de antijuridicidade – não está acima da lei, hierarquicamente superior, quando é supra, diz-se que essas causas não estão positivadas no texto legal, existem e tem a mesma força que as causas legais, mas não estão positivadas, e não são hierarquicamente superiores que as legais, não existe um dispositivo legal prevendo expressamente essas causas
2.1 Consentimento do Ofendido – mais aceita. Titular consente que outra pessoa ofenda determinado bem jurídico, pratique uma conduta que lese um bem jurídico dele, a sua integridade física, por exemplo, ou consumir um bem de sua propriedade 
-Efeitos que o consentimento produz sobre a conduta praticada: dois efeitos distintos pode aparecer como causa excludente de antijuridicidade, ou pode ser uma causa excludente de tipicidade. Em regra, o efeito do consentimento do ofendido é a exclusão da antijuridicidade, no entanto, há exceções em que o consentimento do ofendido causa uma exclusão da tipicidade, faz com que a conduta seja atípica
Exclui a tipicidade:
-Elementar é indispensável para que exista a tipicidade, para que a conduta seja típica a elementar deve estar presente. Em alguns tipos penais, a figura elementar é a ausência de consentimento do ofendido (como se estivesse escrito ‘’sem consentimento’’), a elementar de determinado tipo é a previsão da inexistência do consentimento, ou seja, sem consentimento do ofendido. Se a elementar é a ausência de consentimento, a conduta é típica quando não existe consentimento, e quando existe, a conduta é atípica. Nesses casos, o consentimento exclui a tipicidade
-Sempre que a ausência de consentimento for elementar do tipo, o consentimento será uma excludente da tipicidade, em todos os outros casos, o consentimento será excludente de antijuridicidade
- Exemplo: tipo penal de violação de domicílio – o consentimento gera a atipicidade. Entrar na casa de alguém sem consentimento a conduta é típica.
-Se o crime é constranger alguém, o consentimento torna a conduta atípica, se desde o começo existia o consentimento a pessoa não foi constrangida, logo, a conduta é típica, mas o consentimento deve ser válido.
-Nem sempre o consentimento do ofendido produz efeitos, este deve preencher requisitos de validade – construção interpretativa sistemática
REQUISITOS DE VALIDADE
1. Consentimento pelo titular do bem jurídico – só o titular pode consentir. Para os incapazes juridicamente (absolutamente ou relativamente), o representante não pode consentir para a ofensa ao bem jurídico do incapaz, o consentimento é inválido para os incapazes, somente o incapaz é quem pode consentir 
2. Disponibilidade do bem jurídico – alguns bens jurídicos são indisponíveis, por essa razão são irrenunciáveis e o próprio titular não pode dispor 
a) Os bens jurídicos coletivos, difusos, supra individuais são indisponíveis, ninguém pode dispor do meio ambiente, por exemplo, da saúde publica, da segurança e paz publica 
b) entendimento dominante é que a vida é bem jurídico indisponível, existe uma proteção reforçada de que a vida não pode ser disposta, mesmo que com a vontade do próprio titular, o ato de disposição da própria vida é invalido, por isso a eutanásia é proibida.-A integridade física é parcialmente disponível, possui restrições que estão expressas no art. 13 do CC. Integridade física é a soma do corpo (concreto) e a saúde (regularidade das funções e processos biológicos), logo, a integridade física é disponível até o ponto em que ela não gera diminuição permanente do corpo e da saúde, se causar é vedada
-Gera diminuição, mas é válido o consentimento nas seguintes hipóteses: quando há lei específica para tratar desses casos: transplante de órgãos entre pessoas vivas e procedimentos de esterilização voluntária capacidade jurídica para consentir - consentimento só é válido quando o sujeito possui capacidade jurídica para emitir uma manifestação de vontade válida, ou seja, só existe quando o ofendido possui 18 anos completos (entendimento majoritário) 
-Exceção: um bem jurídico que se torna disponível aos 14 anos é a liberdade sexual é parcialmente disponível. O consentimento dos menores de 14 anos é inválido, sempre são crimes mesmo que consentidos, mas depois dos 14 anos o consentimento passa a ser válido.
c) Manifestação livre do consentimento – para ser válido precisa ser produto do exercício do sujeito da sua liberdade de decisão, só é válido quando a pessoa tinha condições de tomar uma decisão livre, tudo o que vicia a vontade, como coação, ameaça, violência, fraude, simulação, indução à erro, invalida o consentimento.
CONSENTIMENTO DO OFENDIDO
Requisitos de validade:
-Correspondência entre o ato consentido e o ato praticado – o consentimento é sempre com algo delimitado. Se a conduta praticada é diferente do que foi consentido, ela não tem sua antijuridicidade afastada
-Consentimento anterior ou simultâneo ao ato praticado – o Consentimento deve ser existente ao momento da prática do ato, mesmo que, em alguns casos, isso se dê de forma simultânea (tácita). O consentimento posterior não apresenta nenhuma validade
-Elemento Subjetivo – aparece na legítima defesa e no estado de necessidade. Se passa dentro da cabeça do indivíduo que pratica o ato para com a pessoa que consentiu. É o conhecimento pelo autor da conduta da existência das circunstâncias que tornam sua conduta lícita. É o autor da conduta saber do consentimento
CAUSAS LEGAIS DE EXCLUSÃO DA ANTIJURIDICIDADE – ART. 23, CP
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
I. LEGÍTIMA DEFESA- art. 23, II – regulamentada no art. 25
-Reação lícita a uma agressão ilícita. Só pode existir legítima defesa se antes dela aconteceu um fato específico. A legítima defesa é um ato lícito se contrapondo a um ato ilícito 
-Pressupõe uma ação anterior
-Definição do art. 25: entende-se em legítima defesa quem usando moderadamente os meios necessários, repele injusta agressão atual ou iminente, a direito seu ou de outrem
-Legítima defesa tem como objeto interromper uma agressão que está acontecendo. Não serve para sancionar alguém, e também, não tem finalidade preventiva, ela se relaciona com a agressão que está acontecendo naquele momento
-Legítima defesa não é atitude sancionadora, é apenas repelir e não retribuir – a sua função é de interromper a ação que o indivíduo está cometendo no momento
Requisitos/Elementos da Legítima Defesa:
a) Agressão injusta: 
-Agressão é uma conduta humana que atenta contra um bem jurídico. Legítima defesa é o ato que repele uma ação humana, apenas. Agressão injusta é aquela ilícita
b) Agressão atual ou iminente:
-2 situações em que pode ocorrer legítima defesa: 
I. Agressão atual: se iniciou, mas não encerrou
I. Agressão iminente: não se iniciou, mas pode iniciar a qualquer instante, não admitindo nenhuma demora na reação. Só há nos casos em que não há como interromper a agressão após ela ter começado
-Estados de ausência de conduta – situações nas quais movimentos humanos não configuram uma conduta. Nesses casos, não existe agressão, portanto, legítima defesa. Movimentos inconscientes (durante o sono, por exemplo)
c) Agressão a direito seu ou de outrem:
-A legítima defesa pode ser praticada pelo próprio agredido ou por terceiro. Se é o próprio agredido que pratica a legítima defesa, é chamada de legítima defesa própria, agora, se uma outra pessoa pratica a legítima defesa, esta é chamada de legítima defesa de terceiro
d) Uso moderado dos meios necessários:
-O que pode ser usado, e qual intensidade. Quantitativo e qualitativo – pautada em uma ideia de necessidade 
-Quais meios podem ser usados, e como devem ser usados. Na legítima defesa, o agente pode utilizar de todos os meios necessários para repelir a injusta agressão. Não pode fazer nada além do que é necessário. Meios = objetos/instrumentos 
-Determinado meio é necessário sempre que não existam outros meios menos lesivos capazes de repelir a injusta agressão. Se usa um meio mais lesivo, é um uso de meio desnecessário. Não pode, no caso concreto, utilizar meio que seja evidentemente desnecessário. O uso dos meios mais lesivos desconfigura a legítima defesa
-O uso moderado é aquele usado na quantidade necessária
e) Elemento subjetivo:
-É a consciência do autor, saber que as circunstâncias presentes no caso concreto tornam a conduta praticada lícita.
II. ESTADO DE NECESSIDADE – art. 23, I e regulamentado no 24
-É a situação de perigo, que coloca em conflito dois interesses juridicamente protegidos, na qual um deles será sacrificado em favor da proteção do outro. Uma situação que faz com que dois bens jurídicos entrem em conflito, e apenas um será protegido, enquanto o outro será lesado. Nenhum dos dois sujeitos tiveram culpa, as ações foram lícitas. Não há relação de agressor e agredido
-Considera-se estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício nas circunstâncias, não era razoável exigir-se 
a) Situação de perigo atual:
-Perigo decorrente de qualquer origem. Atual – não necessita a origem de uma conduta humana, mas tão somente a existência de uma situação de perigo, independente de o que a causou, esse perigo deve ser atual, não existindo perigo iminente.
b) Perigo a direito próprio ou alheio:
-Não é só o titular do direito que pode agir. Próprio é quando o titular do direito age. De terceiro é quem age a favor de um bem jurídico de terceiro
c) Não provocação voluntária do perigo:
-Não aplica estado de necessidade para quem, de maneira consciente, criou o perigo. Ele é garante criador do risco, logo, responde como pelo fato como se ele tivesse praticado
d) Inevitabilidade do perigo por outro meio menos lesivo:
-Para salvar um bem jurídico, é necessário lesar outro. É necessário quando não haja outra forma. Se há vários outros meios suficientes para atingir o resultado, deve-se usar o menos lesivo.
e) Irrazoabilidade da exigência do sacrifício do bem jurídico em perigo:
-Ponderação entre os bens jurídicos em conflito – ponderação entre os bens jurídicos em perigo.
-Ponderação é necessária para saber se pode lesar um bem jurídico para salvar outro. Ao proteger um bem jurídico que vale mais, em determinado de um que vale menos. Há um ganho para o direito, pois aumenta a proteção do bem jurídico mais relevante. O problema está no caso do sujeito que lesa um direito para salvar um bem jurídico de igual valor ou equivalente. Há uma divergência doutrinária, uma das 2 posições diz que não é lícito sacrificar um bem jurídico para salvar outro de igual valor. Por que a lesão praticada a um bem jurídico está justificada porque busca proteger bens jurídicos de maior valor
f) Elemento Subjetivo:
-É o conhecimento pelo agente da existência da situação de perigo. O sujeito pratica a conduta sabendo que o perigo existe, com o intuito de salvar a vítima. Se não tiver conhecimento, não háestado de necessidade.
III. ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL – art. 23, III
-O código cria uma regra geral, aberta, o mais ampla possível. Mesmo se a conduta for ilícita, mas o dever legal do agente o manda praticar, ela torna-se lícita. A lei atribui o dever de o agente praticar uma conduta típica. O dever atribui o dever.
-Na maioria dos casos, é aplicada para funcionários públicos (policiais, oficiais da justiça...)
IV. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO
-A lei atribui um direito, dizendo que, diante de tal situação ele tem o direito de fazer tal coisa. Podemos ter direito de praticar condutas típicas, exemplo: provocar aborto é uma conduta típica, mas em duas circunstâncias específicas, é lícito praticar o aborto (1. Quando não há outro meio de salvar a gestante e quando a gravidez decorre de estupro. Exemplo: prisão em flagrante, qualquer um pode exercer esse direito
-É lícita a conduta pela qual o agente exerce regularmente um direito juridicamente conferido, ainda que esta conduta seja típica
DISCRIMINANTES PUTATIVAS 
-Descriminar é fazer algo que era crime deixar de ser crime, é retirar o caráter criminante de uma conduta. Putativa é algo imaginário, quando o sujeito pensa que algo é, mas não é. Exemplo do credor putativo
-São situações nas quais não está presente uma causa excludente da antijuridicidade, mas o agente acredita erroneamente que está
-A descriminante putativa existe quando o agente acredita estar presente uma causa excludente da antijuridicidade que na verdade não está. Ele acha que no caso concreto existe uma causa que exclui a antijuridicidade, mas ela não está presente. Pode acontecer, p. e., na legítima defesa, o que acarretaria uma legítima defesa putativa
-A descriminante putativa não exclui a antijuridicidade da conduta, pois a excludente não está realmente presente. Ela produz outros efeitos
Teorias que regulam as descriminantes putativas:
a) Teoria estremada da culpabilidade – toda descriminante putativa produz um erro de proibição, e como consequência ela produzirá efeitos sobre culpabilidade 
b) Teoria Limitada da Culpabilidade – as descriminantes putativas as vezes geram erro de tipo e as vezes geram erro de proibição, e, portanto, as vezes geram efeitos sobre a tipicidade e as vezes sobre a culpabilidade – nosso código tem essa teoria com variações
Duas espécies de descriminantes putativas: não excluem a tipicidade:
1. Erro de tipo permissivo – art. 20, I
-É o erro que recai sobre a percepção dos pressupostos fáticos da causa excludente da antijuridicidade. O sujeito não percebe corretamente a realidade dos fatos que estão acontecendo. Imagina a existência de uma situação que na realidade não existe, não importa a causa (drogas, distração ou própria circunstância)
-Se o erro for invencível: haverá uma isenção de pena, será excluída a culpabilidade 
-Se o erro for vencível: pune-se pelo crime culposo, se houver previsão legal
2. Erro de proibição indireta – art. Art. 20, I, caput – 
-É o erro na compreensão da existência, alcance ou limites da norma permissiva. O sujeito conhece os fatos, mas erra na interpretação da norma jurídica permissiva. A descriminante putativa não exclui a antijuridicidade 
-Sabendo corretamente os fatos, age realizando os fatos com base em uma norma que acredita existir ou acredita permitir sua conduta 
-Se o erro for invencível: Haverá uma isenção de pena e será excluída a culpabilidade 
-Se o erro é vencível, há uma redução de pena de 1/6 a 1/3
EXCESSO NAS CAUSAS EXCLUDENTES DE ANTIJURIDICIDADE 
-É uma situação que está presente uma cláusula excludente da antijuridicidade, e o sujeito age dentro dessa excludente, portanto, inicialmente, sua conduta é lícita. Contudo, ele ultrapassa a cláusula excludente, o que trona a conduta lícita em ilícita 
-O excesso está regulamentado no art. 23, parágrafo único do CP. O excesso é punível. Pode acontecer de quatro formas diferentes, para cada uma delas, a fora de punição dos atos excessivos é diferente:
1. Excesso Doloso em Sentido Estrito:
-Sujeito que age em excesso com consciência que está agindo em excesso. Ele conhece a regra jurídica, sabe os limites da sua conduta, mas concorda e, exceder a sua conduta. Ele é punido em excesso, é punido dolosamente pelos atos praticados em excesso de forma dolosa, sem nenhuma redução de pena
2. Excesso Doloso Decorrente de erro de proibição indireta: 
-Ocorre o excesso por falta de compreensão do sujeito da norma jurídica. Ele se excede sem saber que está se excedendo. Ele acha que ainda está dentro dos limites da norma jurídica. Aplicam-se aos atos praticados em excesso as consequências do erro de proibição indireta. Se o erro for invencível: haverá uma isenção de pena, será excluída a culpabilidade. Se o erro for vencível, há uma redução de pena de 1/6 a 1/3
3.Excesso Culposo decorrente de erro de tipo permissivo:
-O sujeito se excede, sem saber que está se excedendo, por erro na percepção na situação fática. Em razão desse equívoco, ele acaba se excedendo. Aplicam-se aos atos praticados em excesso as consequências do erro de tipo permissivo. Se o erro for INVENCÍVEL: Haverá uma isenção de pena, será excluída a culpabilidade / Se o erro for VENCÍVEL: Pune-se pelo crime culposo, se houver previsão legal
4. Excesso Exculpante:
-Existe o excesso, mas os atos praticados são impuníveis. Não há previsão legal, mas faz sentido teoricamente e, no CP militar tem uma previsão legal, que traz em favor do réu uma figura. O sujeito age em excesso, mas não responde pois em relação a esses atos, será excluída a culpabilidade.
-O excesso decorre de relações relevantes de susto ou surpresa, medo e outras perturbações psíquicas 
-Status astênicos da mente: atividade de reação biológica do corpo. Uma situação que dificulta ao sujeito agir de forma racional, e faz com que aja de forma impulsiva. Ele age em excesso, em razão da sua fragilização. O excesso existe, mas ele é inconsciente e irreprovável
CULPABILIDADE 
-Culpa é um conceito, um problema presente no âmbito da tipicidade (algo culposo = tipicidade/ culpável = culpabilidade)
-Se refere a três coisas diferentes. Um princípio, uma aplicação da pena e um dos elementos necessários para a existência de um crime 
TRÊS GRANDES MODELOS:
a) Modelo psicológico de culpabilidade: culpabilidade era composta apenas por elementos psicológicos, então todos os elementos eram subjetivos
b) Modelo psicológico-normativo: Teoria Psicológica Normativa da Culpa, culpabilidade era composta por elementos normativos e psicológicos 
c) Modelo Normativo de Culpabilidade: Teoria Normativa Pura da Culpabilidade, composta exclusivamente por elementos normativos. Relação entre indivíduo e a norma jurídica
-Afirmar se alguém é culpado ou não significa fazer um juízo de valoração
-Culpabilidade = reprovabilidade 
-Culpabilidade é o juízo de reprovação que recai sobre o autor de uma conduta típica e antijurídica, porque podendo conhecer a sua ilicitude, e podendo agir conforme o direito, ainda assim escolhe pratica-la. Juízo de reprovação é um julgamento que eu faço sobre algo, é uma análise valorativa. Analisar se o objeto é reprovável ou não. Existe culpabilidade sempre que o juízo for reprovável.
-O que se valora e se reprova, não é a conduta do sujeito, mas sim o sujeito em sim, o autor da conduta. Existem alguns pressupostos para que a reprovabilidade exista, eles criam os elementos da culpabilidade, sendo eles:
Para que a prática seja reprovável são necessários esses pressupostos:
1. Possibilidade de conhecer a ilicitude do fato:
-Só pune alguém que praticou uma conduta ilícita, quando tinha possibilidade de conhecer a ilicitude do fato. Em princípio, podemos fazer tudo aquilo que é permitido, e deixamos de fazer por saber que é ilícito. Não há como me guiar por uma norma que não conheço ou não tenho possibilidade de conhece-la
2. Possibilidade conforme a norma/direito:
-Reprova quando o sujeito poderia agir conforme a norma, mas escolhe agir fora dela. Se ele é obrigado a violar a regra, porque não tinha outra opção, não há reprovabilidade.

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