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RESUMO FINAL TGP

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INTRDUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL CIVIL DATA: 14.07.2014 
CONCEITO DE PROCESSO 
A TEORIA GERAL DO PROCESSO é o estudo de características acerca de 
determinado objeto. A TEORIA GERAL DO DIREITO, fala sobre direito e é aplicado a todos 
os ramos do processo. A TEORIA GERAL DO PROCESSO não é diferente. Ela também se 
aplica a todos os ramos processuais, só que nós vamos dar enfoque ao PROCESSO CIVIL. 
Os ramos do direito utilizam a normas processuais civis subsidiariamente. 
A primeira coisa que a gente tem que fazer é conceituar a palavra “processo”, eu preciso 
saber o que significa “processo”. 
A palavra “processo” vai ter três acepções. Acepção significa compreensão, 
entendimento. Então sabemos que a palavra “processo” pode ser utilizada dentro de um 
ordenamento jurídico em três acepções, e essas três acepções é o que vai fazer com que vocês, 
quando forem perguntados o que é “ processo”, deem uma resposta técnica, pois um jurista é 
um técnico jurídico, nós temos que dar respostas técnicas. 
Então, PROCESSO PODE SER ENTENDIDO EM TRÊS ACPÇÕES: 
1º - PROCESSO DENTRO DA TEORIA DA NORMA JURÍDICA: Processo na Teoria 
da Norma Jurídica É UM MÉTODO DE FORMAÇÃO/CRIAÇÃO DE UMA NORMA. Essa 
primeira acepção de processo é muito ampla. Então, o que eu quero que vocês entendam é que 
a primeira acepção de “processo” é um processo como método de criação de norma jurídica. 
2º - Processo dentro da teoria do fato jurídico (um fato relevante para o direito): o 
processo é um ato jurídico, por exemplo, algo que se inicia na petição inicial que vai passar por 
um processo até chegar na sentença. É um meio para um fim. Para essa concepção o processo é 
um ato jurídico, com vários atos jurídicos organizados entre si para um fim. Nessa acepção, 
processo se confundi com procedimento. Então, para essa concepção, processo é um conjunto 
de atos jurídicos organizados entre si. Processo é procedimento. 
3º - Processo como relação jurídica: 
PARTES X SUJEITOS 
 AUTOR JUIZ 
 RÉU ESCRIVÃO 
 TESTEMUNHA. ETC 
Parte em um processo são em regra autor e réu, logo eles também são sujeitos, só que 
sujeitos englobam uma quantidade maior de pessoas, então são sujeitos do processo além do 
autor e do réu, o juiz, o escrivão, testemunha, etc. Todos são sujeitos processuais. Partes é autor 
e réu. 
A relação jurídica processual ela não esta estrita a autor e réu, pois existe relação 
jurídica processual entre todos os sujeitos do processo, no entanto, cada ato do processo vai 
fazer nascer uma relação jurídica, então temos relação jurídica entre autor e juiz, juiz e réu, réu e 
testemunha, contradita de testemunha. Então, cada ato do processo vai gerar uma relação 
jurídica independente. Processo é o feixe de relações jurídicas existentes entre os sujeitos do 
processo. 
Conceito complementar de processo: o processo é o conjunto de atos organizados, bem 
como é o feixe das relações jurídicas que surgem em razão desses atos. 
Para entender processo civil a doutrina mostra três vetores e nós vamos estudar todos 
esses vetores para que possamos analisar o processo com base nesses três vetores. 
 
VETORES METODOLÓGICOS PARA SE ENTENDER O DIREITO PROCESSUAL CIVIL: 
1º -Relação entre processo e direito material. 
Direito material é o direito substancial. A melhor forma de diferenciar o direito 
processual do direito material é na lei. Se você for ao código civil ou em qualquer outro 
código você vai encontrar normas de direito material, por exemplo, art 426 do CC/ 2002 
diz que, ninguém é dado ao direito de cobrar uma prestação do outro se você não 
cumprir a sua. Quando você faz um contrato com outra pessoa você já sabe que não 
posso cobrar ele se eu não pagar a minha prestação, por exemplo, se eu comprei um 
carro e se o cara não entrega o carro e eu entrego o cheque, ele não pode executar o 
cheque sem me entregar o carro. O direito material é o que regula o direito em si, as 
relações jurídicas materiais. O direito processual é aquele que vai ser utilizado para dar 
efetividade ao direito material, pois se eu comprei um carro, dei o cheque e a pessoa não 
me entregou o carro e executou o meu cheque, através de um processo eu vou ter que 
alegar isso lá nos embargos da execução mediante um processo. Então, direito material 
você vai encontrar no código civil, no penal, no código de defesa do consumidor, etc. 
O direito material surge na seguinte concepção, o processo existe sempre para a 
resolução de um problema, não é lide. Se não há problema não há necessidade do 
direito processual entrar em campo. 
O problema do processo é o direito material. O direito material que ocorreu 
antes de existir o processo. 
O processo existe para resolver um problema que o direito material não 
resolveu. 
O direito material esta para reservar o seu direito, que terá efetividade mediante um 
processo. 
Questão de prova Existe subordinação entre direito material e processo? 
 
O direito material, para que ele seja efetivado ele depende do processo. O direito 
processual precisa do direito material para que ele tenha organização. O direito processual vai se 
adequar ao direito material posto em juízo. Por exemplo, no direito do trabalho quando você 
entra com uma reclamação trabalhista o processo se adéqua para resolver aquele problema por 
meio da vara do trabalho. 
O direito material faz com que o processo se adéqüe para a resolução do seu problema. 
Já o direito processual é quem vai dar efetividade no direito material. Então o que ocorre é uma 
relação de interdependência e não de subordinação, um depende do outro, um vive em função 
do outro, não existe subordinação entre direito material e processo, um serve o outro para que 
seja servido. O que existe é uma relação de simbiose, de mutualismo, um ajudando o outro. 
OBS 1: o processo nasce em razão do direito material afirmado em juízo. É o direito 
material que dá sentido ao processo. É necessário o conhecimento do direito material para que 
se entenda os institutos processuais. Porém, isso não quer dizer que o processo está em situação 
inferior, pois é ele que concretiza o direito material. 
Imaginem a situação de um arquiteto e de um engenheiro, em que o arquiteto projeta a 
casa e o engenheiro constrói a casa, é como se o direito material projetasse o direito em si, mas 
quem da efetividade, quem constrói é o processo. Aí eu pergunto a vocês quem é o mais 
importante, o engenheiro ou o arquiteto? Cada um no seu quadrado, cada um com a sua função 
e a sua importância. Então não posso afirmar que existe subordinação entre processo e direto 
material em hipótese alguma. 
Aula seguinte: continuação. DATA: 15.07.2014 
Instrumentalidade do processo tratasse do que a doutrina denomina como 
instrumentalidade do processo, o processo serve de instrumento para a efetivação do direito 
material. O processo é instrumento de realização, concretização do direito material. 
Questão de prova: 1- Explique a relação circular entre o processo e o direito material? 
R= O direito material serve ao processo dando sentido a ele para que se estruture. Em 
contra partida, o direito processual serve ao direito material concretizando-o e efetivando-o. 
Para a doutrina de Fred Didie, “o processo serve ao direito material ao tempo em que é servido 
por ele”. 
O direito processual serve ao direito material para concretizar o direito material. E o 
direito material serve ao direito processual. Imaginem a seguinte situação hipotética: Camila 
trabalha 10 horas por dia em uma empresa, a constituição e a CLT ( sãonormas de direito 
material) dizem que caso a pessoa trabalhe mais de 8 horas por dia ou 44 horas semanais ela 
tem direito há hora extra de no mínimo 50 %. Então, imagine que Camila foi demitida e nunca 
recebeu um real de hora extra, surgiu um problema? Se tem um problema podemos ter um 
processo para a resolução de um problema, e o problema é no direito material de não pagamento 
da hora extra. Camila vai efetivar o direito material através de um processo interposto na justiça 
do trabalho. 
Percebam que é o direito material que vai fazer com que o processo se adéqüe a ele, 
assim como o processo serve ao direito material o direito material serve ao processo. O direito 
material vai dizer que tem um problema e esse problema é trabalhista e é resolvido na justiça do 
trabalho. Se o problema for um crime vai ser resolvido na vara crime. Existe um mutualismo 
entre direito material e processual, uma relação de simbiose, é uma relação circular. 
2º -Relação entre processo e teoria do direito: 
Eu separei em dois grupos, grupo de mudança na teoria das fontes e grupo de mudanças 
na hermenêutica jurídica. O que mudou na teoria das fontes do direito? Essas mudanças 
ocorreram de 15 a 20 anos atrás, alguns doutrinadores chamam isso de neo-constitucionalismo, 
pós-positivismo, néo-positivismo. Essas mudanças são relevantes a qualquer disciplina jurídica, 
então essa aula serve para todas as disciplinas que vocês vão ver e para as que vocês já 
estudaram, é lógico que eu do um enfoque processual, mas essas mudanças foram na teoria do 
direito. 
Primeira mudança: força normativa dos princípios: o principio deixa de ser uma técnica 
de integração legislativa. Lei de introdução as normas de direito brasileiro diz que quando 
houver lacuna na lei, a lei é complementada pela analogia e pelos princípios gerais do direito. 
Então, o principio era visto como uma técnica de integração de lacuna. Há uma mudança na 
teoria do direito e o principio deixa de ser uma técnica de integração normativa pra ser norma, o 
principio deixa de ser uma técnica integrativa e passa a ser norma, força normativa, eficácia 
normativa dos princípios. Isso quer dizer que você pode pedir um juízo e que o juiz pode decidir 
um problema baseado em um principio. Evidente que para você conseguir argumentar esse 
principio demanda bastante trabalho. Imagine você responder a seguinte questão: Escreva no 
mínimo 15 linhas (sob pena de zero) sobre o princípio da dignidade da pessoa humana? Alguém 
de vocês conseguem escrever 15 linhas? sem querer desmerece ninguém, não sai quatro, pois é 
difícil de você argumentar em cima de um princípio, tem que ter muito argumento, mais pode? 
Pode, pois nessa nova teoria do direito ele tem força normativa. Hoje a norma se divide em 
norma regra e norma princípio. É evidente que a norma regra é dotada de uma maior densidade 
normativa, pois ela estipula exatamente como aquilo deve ser feito. Uma norma princípio tem 
uma densidade porosa, normativa, ele vai regular um estado de coisas, por exemplo, uma regra 
diz: Réu, se você não impugnar os fatos alegados pelo autor, esses fatos vão ser ditos como 
verdadeiros. É uma norma regra, se você não impugnar, os fatos são tidos como verdadeiros. 
Agora quando a gente diz assim: aplique o principio da igualdade em um processo? Vocês estão 
vendo que o principio regula um estado de coisas? É uma densidade normativa porosa, muito 
mais abstrata do que a norma regra? Mais por isso não deixa de ser norma. 
OBS: Nem toda norma constitucional é princípio, pois algumas normas constitucionais 
são regras e outras princípios. 
OBS: Nem todo principio é constitucional, pois existe principio legal, por exemplo, o 
principio da menor onerosidade da execução. Art 620 do CPC, “quando por vários os meios o 
credor poder promover a execução o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o 
devedor (principio da menor onerosidade da execução). 
Dica de livro sobre esse assunto: teoria dos princípios (Umberto Ávila ) Ed. Malheiros. 
É um livro pra vocês que vão seguir essa vida. Leitura obrigatória agora e sempre, pra você 
entender com mais profundidade a força normativa dos princípios e a mudança das 
características do principio na teoria do direito. É um dica!! 
Força normativa da jurisprudência: 
A jurisprudência assim como a doutrina na teoria geral do direito é vista como uma 
fonte auxiliar. O principio na teoria tradicional do direito é visto como auxiliar, uma fonte 
auxiliar do direito, uma fonte secundaria do direito. Todavia, com a evolução da teoria do 
direito, a jurisprudência é dotada de força normativa, se decide pela jurisprudência, se pede pela 
jurisprudência. Jurisprudência é o entendimento reiterado dos tribunais. O que eu quero que 
vocês entendam é que a jurisprudência deixa de ser uma mera fonte auxiliar e passa a ser tratada 
ao lado da lei como fonte primaria do direito. Isso quer dizer que as decisões judiciais geram 
normas jurídicas. Só pra dar um exemplo, o indeferimento de eliminar de recurso baseada em 
sumula de jurisprudência dos tribunais superiores, isso quer dizer que você entra com um 
recurso de apelação, que é um recurso que cabe contra sentença, e o relator que recebe a sua 
apelação ele pode deixar de conhecer o seu recurso se a decisão impugnada estiver em 
conformidade com a jurisprudência do tribunal superior. Isso quer dizer, que a força normativa 
da jurisprudência é indiscutível. Outro exemplo é a súmula vinculante do STF que vincula todos 
os órgãos do poder judiciário da administração publica. Ai eu pergunto pra vocês, alguma 
duvida sobre a força normativa da jurisprudência? NÃO!. Exemplo pratico: vocês sabem que o 
cheque é uma ordem de pagamento avista, e o cheque que a partir de hoje vocês não vão mais 
chamar de pré-datado e sim pós-datado, esse cheque pós-datado é um costume comercial, o STJ 
decidiu que não obstante o cheque ser uma ordem de pagamento avista, se o cheque é pós-
datado e apresentado antes gera dano moral. O impacto da jurisprudência não só processual não, 
é também no cotidiano de cada um. Olha a força normativa que tem um precedente judicial de 
regular a vida das pessoas. É o “judiciário” legislando, pois não existe isso na lei, a força 
normativa da jurisprudência é atual e é da época de todos nós, isso veio de 15, 20 nos pra cá, 
pois nós adotamos o que se chama de civilow do direito germânico, romano, onde o que vale é 
o que ta na lei. Só que hoje nos vivemos em um sistema hibrido, o comulow (direito 
consuetudinário) é impregnado, um exemplo maior é o precedente judicial, são as decisões dos 
tribunais fazendo valer a sua eficácia normativa regulando a vida das pessoas. Os senhores vão 
colocar um cheque pós-datado ates da data? NÃO!!. Tem isso na lei? NÃO. 
Nova técnica de produção legislativa: 
Técnica das clausulas gerais: tradicionalmente, pra gente fazer uma lei, uma norma 
jurídica escrita, a gente pega a forma estrutural de uma norma legal, então a gente pega a 
HIPÓTESE e pega a CONSEQUÊNCIA. Eu falei pra vocês agora uma regra do CPC: réu, se 
você não impugnar os fatos alegados pelo autor, eles vão ser tidos como verdadeiros. 
Percebemos a hipótese ( se você) e conseqüência ( os fatos serão tidos com verdadeiros). Por 
exemplo, matar é crime, pena de 06 a 20 anos ( percebemos a hipótese e a conseqüência). Essa é 
a técnica legislativa tradicional. Só que vossas excelências vão concordar comigo que é 
impossível o legislador prever todas as hipóteses existentes no mundo dos fatos. Vocês 
concordam comigo? Teria como o legislador em uma lei elencar todas as hipóteses possíveis e 
as suas conseqüências? NÃO!. E o direito olhou pra isso e viu, perae, a gente tem que arrumar 
uma solução pra resolveresse problema, e ai surge a técnica das clausulas gerais. 
Clausula geral é aquele texto normativo sem hipótese em sem conseqüência, assim, o 
direito modificando a sua teoria de que a técnica legislativa tem que ter hipótese e conseqüência, 
com a evolução e verificado que não tem como o legislador pensar em todas as hipóteses 
criaram as clausulas abertas, por exemplo, a norma do código civil que diz que “ a todos devem 
agir de acordo com a boa-fé”. Outro exemplo, também no código civil, “ deve ser respeitada a 
função social do contrato. Essas duas normas do código civil tem hipótese? NÃO. Tem 
conseqüência? NÃO. Então é técnica da clausula geral. 
A clausula geral é uma forma de o legislador proteger algumas situações jurídicas que 
ele não pensou sem a hipótese e a conseqüência. Imagine uma situação que eu faço um contrato 
com Carlos (mora em Barreiras) e no contrato eu digo assim: Carlos, eu moro em Luiz Eduardo, 
vou vender o produto pra você e você vai me pagar em Luiz Eduardo, só que Carlos sabe que 
toda semana o credor vem na FASB dar aula, ai por ser mais pratico ele realiza o pagamento 
para o credor na FASB, sendo que o pagamento era dividido em 10 vezes, na sexta prestação o 
credor recebendo normalmente o pagamento na FASB, o credor não aceita o pagamento de 
Carlos. Toda essa situação vai causar um problema, mas o credor não poderia fazer isso com 
fulcro na clausula geral de boa-fé, pois o credor estava recebendo normalmente o pagamento na 
FASB. É pra isso que nasceu as clausulas gerais, para resolver problemas que a lei não previa, 
pois a lei não tem como prever uma situação como essa falada. 
Exemplos de clausulas gerais no processo civil: devido processo legal. 
 §5º do art. 461 do CPC ( Meios de efetividade de decisão judicial) é uma clausula geral 
dizendo para o juiz que se o senhor quiser dar efetividade na sua decisão o senhor pode usar 
todos os meios ditos nesse parágrafo do artigo. 
O que eu quero que vocês entendam nesse momento é uma mudança de técnica 
legislativa, saiu a técnica tradicional de “hipótese” e “ conseqüência” e começaram a ter 
clausulas gerais para tentar fechar o ordenamento, pois não tem como legislar sobre tudo, então 
é colocado uma clausula geral que vai abarcar uma série de situação que não vai estar 
legisladas. 
Então terminamos a questão da relação de processo e a teoria do direito com relação nas 
mudanças das fontes do direito. Mudança nos princípios, mudança na jurisprudência e mudança 
de técnica legislativa. Principio passa a ser dotado de normatividade, jurisprudência dotada de 
eficácia normativa, uma nova técnica legislativa. 
 Grupo de mudanças na hermenêutica (na interpretação): 
1º- distinção entre texto e norma: na teoria geral do direito é texto é norma, é norma 
tem que ser texto. Presta atenção nesse exemplo: imaginem uma placa proibindo o uso de 
biquíni, imaginem que uma pessoa está viajando pelo oriente médio e você vai na praia e ver 
uma placa escrito proibido biquíni, o que você faz? Logo essa pessoa vai ir de roupa para a 
praia, agora imaginem a mesma placa em Ipanema, como é que você vai para a praia? Como o 
uso de biquíni é proibido ela vai ir nua, pois em uma praia que é proibido o uso de biquíni é 
uma praia de nudismo. O que está escrito na placa é um texto? Vocês viram que a depender do 
caso vocês tem uma interpretação diferente sobre o texto. Outro exemplo é ter uma placa em 
uma faculdade escrito proibido cão, imaginem uma pessoa que não tem um cão mais tem um 
rinoceronte, essa pessoa vai trazer o rinoceronte para a faculdade? Não, pois a pessoa vai 
entender que é proibido animal. Norma não é texto, norma é interpretação que você faz do texto, 
e essa foi a evolução, pois antigamente norma era texto, e hoje norma é interpretação que você 
faz do texto, é uma evolução lógica. 
Enunciado normativo é diferente de norma. Norma é o resultado da interpretação 
jurídica do texto legal. A lei é um dos veículos para a construção de normas. 
Perguntas: existe norma sem texto? Existe texto normativo em que não haja norma? 
A respostas para as duas perguntas é sim, pois eu disse pra vocês que principio é norma, 
existem princípios implícitos, além disso , a doutrina da um exemplo de uma norma sem texto, 
ela cita a segurança jurídica, um postulado básico do estado democrático de direito, lá na CF 
você vai achar a norma de segurança jurídica de maneira implícita. Existem texto sem norma, 
por exemplo o preâmbulo da constituição, e ainda tem lá “ sobre a proteção de Deus 
promulgamos a constituição”. Então, inclusive caiu na prova do MPF da primeira região 
perguntando qual é a natureza jurídica da alma? A natureza jurídica da alma é um nada jurídico, 
é um nada, pois nós vivemos em um país laico, leigo, sem religião oficial, e a alma é uma coisa 
que vem da religião, no direito não existe alma. 
No preâmbulo da constituição está lá, “sobre a proteção de Deus promulgamos essa 
constituição”, e isso é um texto normativo pelo fato de ser o preâmbulo da constituição. 
Existiu uma ação direta de inconstitucionalidade discutindo se o preâmbulo da CF era 
de repetição obrigatória nos preâmbulos das constituições estaduais a palavra “ sobre a proteção 
de Deus”. Pela falta dessa frase ocorreu uma ação direta de inconstitucionalidade dizendo que a 
constituição estadual era inconstitucional. O supremo disse que não, pois vivemos em um país 
laico, sem religião oficial e não precisa repetir essa frase, pois ela não tem densidade normativa. 
Interpretação como atividade criativa: 
Antes, na teoria do direito, o juiz era o mero declarador de direitos, a vontade que 
prevalecia era a vontade do legislativo. O povo editando leis através do legislativo, era a 
vontade do povo que tinha que permanecer, então cabia ao magistrado simplesmente declarar 
esse direito. Com a evolução da teoria do direito, a atividade jurisdicional, a atividade de 
interpretação da lei é uma atividade criativa, e quando o juiz for decidi um caso ele não 
simplesmente declara o que está na lei, ele cria uma norma individualizada dotada de 
peculiaridade para aquele caso. O juiz não vai simplesmente declarar o que está na lei, ele vai 
utilizar dos conhecimentos hermenêuticos, doutrinários, jurisprudenciais que ele tem para criar 
uma norma jurídica individualizada. Isso se chama ativismo judicial, em que o juiz participa do 
processo não mais em busca de uma verdade formal mais de uma verdade real, pois em um 
processo tem que se trazer para uma sala o que aconteceu de fato. Processo nada mais é do que 
uma briga para provar fato. 
A atividade jurisdicional deixa de ser meramente declaratória no direito para se tornar 
uma atividade essencialmente criativa. 
Postulado da proporcionalidade e razoabilidade: 
Divide-se em: 
 Necessidade 
 Utilidade 
 Proporcionalidade em sentido estrito. 
Hoje, uma decisão judicial não basta estar em conformidade com a lei, ela tem que 
ser razoável, proporcional, necessária, útil. Não basta simplesmente decidir, a 
decisão dos juízes devem estar dotada de proporcionalidade, razoabilidade. Por 
exemplo: eu venho na contramão totalmente errado e bato de frente em outro 
veiculo e na sentença o juiz me condena a pagar os danos materiais da vitima e 
pagar 30 mil de danos moral. Está certo que o condutor que foi condenado estava 
errado na contramão e tem que pagar os danos materiais dele, mais pagar 30 mil 
reais de dano moral não é uma decisão razoável, muito menos proporcional. Está 
certo que a vitima tem direito ao dano moral, mais 30 mil reais de dano moral é 
muita coisa, e o código civil diz que a indenização tem que ser proporcional ao dano 
e a quem causei o dano, por mais que se aplique o direito corretamentetem que 
estar dotado de razoabilidade. 
 DATA: 21/07/2014 
 3º - Processo e direito constitucional 
Vamos falar das mudanças que ocorreram na história do direito constitucional, como 
que o direito constitucional é visto hoje, e o que isso influenciou no direito processual . 
Reconhecimento da força normativa da constituição: Antes da gente falar sobre 
constitucionalismo, precisamos entender de onde surgiu o constitucionalismo, qual foi a 
intenção ao adotar essa expressão “constitucionalismo”. A intenção de colocar os direitos 
individuais, os direitos fundamentais, de colocar normas pra proteger o cidadão em face do 
poder estatal, pra isso que surge o constitucionalismo. O constitucionalismo surge para dizer ao 
Estado que ele tem que respeitar nossos direitos fundamentais, nós temos direitos à liberdade, 
nós temos direito à manifestação do pensamento. A constituição sempre foi vista como uma 
carta política. E constituição só foi visto como documento normativo com a evolução da teoria 
constitucional. Hoje, a constituição é dotada de poder normativo, não é simplesmente uma carta 
política. O sistema jurídico de constituição desabrocha no sistema jurídico brasileiro para 
colocar a constituição em um espaço de relevância total. Hoje, a constituição é a célula tronco 
de todo o ordenamento jurídico. Toda norma, todo ato administrativo, todo ato judicial tem que 
estar em conformidade com a constituição. A constituição deixa de ser uma carta de intenções 
políticas pra comandar o sistema normativo como um todo, e essa mudança tem influencia 
direta no processo. Reconhecer a constituição como força normativa é dizer que o processo tem 
que ser constitucional, que o processo tem que respeitar a isonomia, tem que respeitar o 
contraditório, tem que respeitar a ampla defesa, tem que respeitar a segurança jurídica, tem que 
respeitar o devido processo legal, são direitos e garantias constitucionais e nem a lei nem o 
processo podem ir contra a força normativa da constituição. Esse constitucionalismo ou a 
evolução do constitucionalismo que hoje se chama neoconstitucionalismo e é justamente isso, é 
a constituição por exemplo aplicada entre as relações particulares. Eficácia horizontal dos 
direitos fundamentais, quem já ouviu falar isso? Eficácia vertical e horizontal? Eficácia vertical 
seria o cidadão e estado. Eficácia horizontal é entre os cidadãos. Deve ser respeitados os direitos 
fundamentais não só na relação entre o Estado, mas também na relações entre os particulares, na 
relação da autonomia das vontades. A constituição tem um conteúdo axiológico valorativo que 
toda e qualquer norma deve servir a constituição sob pena de ser declarada inconstitucional e 
ser exterminada do mundo jurídico. Parece banal eu falar isso nos dias de hoje, mas a 15 e 20 
anos atrás isso no existia. A constituição era uma carta política de sentido abstrato dotada de 
idealismo, é o ideal. Hoje, a constituição não é só um ideal, ela é um realismo. O 
reconhecimento da força normativa da constituição tem grande influência, pois a constituição 
não é só uma carta de intenções, mas tem principalmente o conteúdo jurídico, de norma a ser 
seguida. A constituição deixa de ser uma carta política e passa a ser um documento de conteúdo 
normativo. A constituição é a célula tronco de todo o ordenamento jurídico, toda lei, bem como 
toda decisão judicial deve respeitar e efetivar a força normativa da constituição. 
Aprimoramento da jurisdição constitucional: vou dar um exemplo básico, qual que é o órgão 
judicial que protege e efetiva a constituição? O STF!!. Á anos atrás alguém imaginava que 
teremos julgamentos do STF ao vivo na televisão? Ágüem imaginava há anos atrás o poder 
dado a juízes de qualquer instancia pra declarar uma norma inconstitucional? Alguém imagina 
há anos atrás que o supremo tribunal federal através de um recurso extraordinário que é um 
recurso para o STF decidir um caso concreto, que essa decisão pra decidir um caso concreto 
pudesse valer pra todos? Isso se chama abstrativilização do controle difuso. A jurisdição 
constitucional foi levada a décima potência. Hoje em dia, há a necessidade de que todo juiz 
controle suas decisões e as normas que irá aplicar à luz do texto constitucional, a luz dos 
princípios constitucionais. Essa efetividade da jurisdição constitucional é uma evolução dos 
nossos tempos, é uma jurisdição tão forte hoje que uma decisão de inconstitucionalidade do 
supremo tem a força de desconstituir um dos maiores dogmas do Estado democrático de direito 
que é a coisa julgada. A coisa julgada é a decisão judicial que não cabe mais recurso, ou seja, é 
a definição de um processo onde não houve recurso de sua decisão ou não cabe mais recurso de 
sua decisão. Se uma coisa julgado foi baseada em uma lei inconstitucional pode o supremo 
tribunal federal declarar essa norma inconstitucional e desconstituir essa coisa julgada. Pra 
vocês terem uma idéia de como é vista hoje a jurisdição constitucional. A idéia que eu quero 
que vocês tenham na cabeça é que a constituição parada no seu beiço esplêndido controla toda 
decisão judicial, controla todo ato normativo, controla todo ato administrativo. Como exemplo 
vamos supor que você mora em um condomínio e pra algumas atitudes o condomínio 
estabeleceu regras que se infringidas caberia uma multa, hoje é inimaginável vocês receber uma 
multa de um condomínio sem o direito ao contraditório, à ampla defesa, à um devido processo 
legal. Isso é efetividade, aprimoramento , força normativa da constituição, aprimoramento da 
jurisdição constitucional. Eu quero que vocês entendam que isso faz parte de uma evolução, não 
nasceu ontem!! Isso é a evolução de anos. 
Teoria dos direitos fundamentais : é uma teoria difundida a pouco mais de 20 anos. Hoje em dia 
existem faculdades que tiraram a teoria dos direitos fundamentais do direito constitucional e 
deram uma disciplina autônoma a essa matéria. A UNB por exemplo tem um semestre com uma 
disciplina que chama teoria dos direitos fundamentais. O que há 20 anos estava escondida 
dentro da constituição e der repente surge essa teoria com a força que tem e dotada de 
autonomia científica. O que vocês tem que enxergar na teoria dos direitos fundamentais é que 
ela pode ser vista em duas dimensões, uma dimensão objetiva e outra subjetiva. Na dimensão 
subjetiva os direitos fundamentais são os direito que eu tenho, são os meus direitos ( o direito de 
me manifestar, o direito que eu tenho à herança, o direito que eu tenho à propriedade, o direito 
que eu tenho de não ser utilizado no meu processo provas ilícitas). A dimensão objetiva diz que 
as normas, as leis, quando o legislativo for atuar ele deve na confecção de texto normativo 
respeitar os direitos fundamentais. A dimensão subjetiva é voltada ao cidadão. 
Questão de prova: Relacione processo e direitos fundamentais? 
R= para relacionar processo e direitos fundamentais é necessário analisá-los a luz das duas 
dimensões. Em sua dimensão objetiva, as leis processuais ( normas) devem estar de acordo com 
as normas que tutelam os direitos fundamentais. Na sua dimensão subjetiva o processo é o 
instrumento para a tutela dos direitos fundamentais, assim deve o mesmo, ser adequado para o 
alcance dessa proteção. 
A gente encerra agora o primeiro assunto. Todas essas nove mudanças que a gente estudou dá se 
o nome de neoconstitucionalismo. Neoconstitucionalismo é igual a pós positivismo ou 
neopositivismo. 
 DATA: 21/07/2014 
FASES HISTÓRICAS DO DIREITO PROCESSUAL 
Até meados do século XIX no processo não existia distinção entre o direito material e 
direito processual. O direito processual era parte do direito material, não existia autonomia 
cientifica, nãose estudava direito processual autonomamente. Falava-se em processo como um 
procedimento para efetivação do direito material. Até hoje encontramos normas de direito 
material com conteúdo de direito processual no CC/02 quando se fala por exemplo em fraude 
contra credores, fala que você tem direito de ação, isso é norma processual. Essa época é 
conhecida como sincretismo ou praxismo. O professor prefere a designação praxismo, pois via-
se o direito processual como simples pratica, não existia processualistas, existia simplesmente 
civilistas, não há autonomia. Sincretismo porque estava tudo dentro do direito material, não 
existia uma autonomia no direito processual. O direito processual era escravo do direito 
material, dependente do direito material. No sincretismo não havia distinção entre direito 
material e o processo. O processo era uma extensão do direito material. Não havia uma 
autonomia do processo. Alguns doutrinadores dizem que essa época é conhecida como a pré-
história do direito processual. 
Questão de prova Qual a época entendida com a pré-história do direito processual? 
Fundamente sua resposta. 
R= é a época do praxismo/sincretismo, quando não havia autonomia do processo, onde 
o processo era mera extensão do direito material. 
Até meados do século XIX era assim, só que surgiu um cara chamado Oscar Bullaw, 
que muitos reconhecem ser o pai do direito processual, foi a partir da obra de Oscar Bullaw 
que surgiu a fase denominada de processualismo, e qual é a grande característica dessa fase? A 
principal característica dessa fase é a autonomia do direito processual, o direito processual visto 
como ciência autônoma. Com a obra de Bullaw surgiram conceitos processuais, princípios 
processuais, diretrizes especificas do direito processual, é a fase conhecida como “a 
independência do processo”, o processo se desgarra completamente do direito material. Essa 
revolta do processo, o processo diz pro direito material bem assim: Eu não quero mais saber de 
você, você não tem mais nada haver comigo, chega. É igual mulher com TPM quando fala com 
você: saiii desgraça!!!!!!!!. Tem juiz homem com TPM viu. O processo diz: sou totalmente 
independente de você. E essa é a grande crítica a essa fase. Vocês lembram de uma aula que eu 
dei e eu fiz a seguinte pergunta: explique a relação circular entre direito material e direito 
processual? E naquela aula vocês aprenderam o que? Uma relação de simbiose, um serve o 
outro assim como o outro serve um. Essa foi uma grande critica, dizia que não existe essa 
simbiose. O processo de desgarra do direito material, é a fase do nascimento da ciência do 
processo. Fase da afirmação, da construção da ciência processual. 
OBS: a grande crítica a essa fase é a negação total de vinculo com o direito material. 
Chegamos no século 20, chegamos na fase que pra muitos é a fase atual, 
“instrumentalismo”. Uma coisa que eu quero deixar claro pra você, o “instrumentalismo” não é 
contra os dizeres do processualismo como um todo. O que o instrumentalismo prega é uma 
inter-relação entre processo e direito material, ele vem e critica essa independência, essa 
autonomia exacerbada pregada pelo processualismo, o instrumentalismo diz: Não!, existe uma 
relação de interdependência necessária entre o processo e direito material. Lembre da relação 
circular (um serve o outro como o outro serve um),um se adéqua pra efetivar , o direito material 
serve ao processo para que ele se adéqüe, e o processo serve ao direito material para que ele se 
efetive. 
O que é bastante importante nessa fase é algumas preocupações que surgem. 
Preocupações que surgem nessa fase: 
1- A efetividade da jurisdição( não basta um processo que me de uma sentença que diz 
que eu ganhei, eu quero o processo que me dê o bem da vida. Não adianta uma 
decisão, uma sentença dizendo que eu tenho o direito a posse se isso não ocorre no 
mundo real) 
2- O acesso a justiça ( abre-se as portas do judiciário) 
 
 
 
Nessa fase há uma aproximação entre direito material e direito processual, essa fase 
esteve mais presente no pós- segunda guerra, por isso que surgiram essas 
preocupações de acesso à justiça, de efetividade, pois o mundo se viu mais voltado 
pra questões sociais. 
Não obstante vários doutrinadores defenderem que nós vivemos nessa fase, pra 
muitos doutrinadores nós ainda vivemos o período da instrumentalidade. A 
doutrina processual contemporânea diz que não, e sabe porque que ela diz não? Por 
causa dos vetores que nós estudamos. A evolução da teoria do direito dentro do 
processo, para esses autores, fez surgir uma nova fase processual chamada de 
“neoprocessualismo”. O neoprocessualismo é o neoconstitucionalismo aplicado ao 
direito processual, são os vetores que nós estudamos, se vocês quiserem falar sobre 
neoprocessualismo vocês vão falar sobre a relação do direito processual com direito 
material , a mudança na teoria das fontes, a mudança na hermenêutica, a força 
normativa da constituição, a teoria dos direitos fundamentais, todos aqueles nove 
aspectos que nós estudamos serve para explicar o neoprocessualismo. Eu concordo 
que hoje, o neoprocessualismo evoluiu no sentido de que o que se busca com o 
processo não é simplesmente a aplicação da norma jurídica, e sim a justiça. 
 
Questão de prova !!!! explique o neoprocessualismo? 
 DATA: 21/07/2014 
PRINCÍPIOS CONSITUCIONAIS 
 
1º devido processo legal: esse nome devido processo legal vem de uma expressão 
britânica “ DUE PROCESSC OF LAW”. Essa expressão surgiu no século XIV. 
Alguns doutrinadores dizem que ocorreu implicitamente no século XI. Então 
senhores, devido processo legal não é nenhuma novidade, existe há muito tempo, só 
que essa evolução no conceito de devido processo legal é que vocês devem entender 
que o que era devido processo legal há 1000 anos atrás não é devido processo legal 
hoje. Imaginem na época das cruzadas, na época que pessoas invadia terras dizendo 
que a terra é dele, o Brasil é meu, qual que era o conceito de devido processo legal? 
Então, apesar de existir a 1000 anos atrás, é uma clausula aberta que se modifica 
conforme o tempo vai passando. Na época do João sem terra o processo legal era da 
seguinte forma: imagine um homem que traiu a sua mulher e a pena era a morte, e 
esse era o devido processo legal, pois era o rei que mandava, e essa é a primeira 
concepção que eu quero q vocês entendam, e para entender o devido processo legal 
e gente vai entender a expressão “ DUE PORCESSC OF LAW” palavra por 
palavra, um por um. 
- Legal: seria direito ( não é lei) , é um adjetivo que se refere a direito. 
- Devido: a palavra devido modifica culturalmente, modifica historicamente. A 
palavra devido é um conceito geral que varia conforme a história. Surge do acumulo 
histórico, é um conteúdo aberto, é uma clausula geral. Hoje, um processo devido é 
um processo que garanta o contraditório, que garanta a ampla defesa, que garanta a 
isonomia entre as partes, é um processo que garanta a não produção de provas 
ilícitas, só que o devido a 100 , 200 anos atrás não era assim. 
 
Processo- 
 
 
Questão de prova: qual a acepção de processo é utilizado aqui? 
É a primeira acepção, acepção de método de criação de norma jurídica. 
Isso quer dizer que nós temos devido processo legal legislativo, administrativo e 
jurisdicional. 
OBS: devido processo legal privado.... ( continuar na próxima aula). 
 
 DATA 22/07/2014 
Na aula passada a gente começou a falar dos princípios processuais, e o primeiro 
princípio é o principio do devido processo legal, porém o mais importante do 
processo, pois todos os outros princípios são corolários do devidoprocesso legal. 
 Professor fala: eu vou abrir um apêndice nessa aula pra mim saber se ta muito bem 
entendido a relação entre direito processual e direito material. Para aqueles que não 
entenderam, o direito material regula as situações do cotidiano relevantes para o 
direito. É o direito material que determina condutas, abstenções, relações jurídicas 
negociais e etc.; é o direito material que estipula regras de conduta, exemplo: código 
civil, código penal, código tributário, CLT primeira parte. Já o direito processual, 
regula a forma procedimental para tutela de direitos. É através do processo que se 
efetiva o direito material. 
A priori, identificar uma norma de direito processual e de direito material, pode 
parecer uma tarefa difícil, até porque existem leis chamadas de leis heterotópicas 
que misturam normas de direito processual e normas de direito material, temos por 
exemplo o próprio código civil. 
O que eu quero que vocês entendam é que não obstante deles serem distintos, 
existe uma relação circular entre direito material e direito processual. 
O direito material estabelece os direitos, e o direito processual regula a forma de 
exercício desses direitos 
 
Nós vimos o devido processo legal, só que vou deixar uma observação pra 
vocês. 
O DEVIDO PROCESSO LEGAL PRIVADO: Na primeira aula, a gente falou que uma das 
acepções de processo é um método de criação de normas. Então, parte da doutrina entende que 
existe esse processo também no âmbito das relações privadas. Se eu vou comprar um carro eu 
vou fazer um contrato, você vai me oferecer o carro, eu vou dizer que quero, eu vou pagar e 
você vai transferir o carro, e todo esse embrólio é chamado de processo, tem uma natureza por 
si só, você não lembra da segunda acepção de processo: atos organizados para um fim. Esse 
contrato, mesmo sendo verbal, é dito por alguns doutrinadores como uma norma privada, uma 
norma da autonomia da minha e da sua vontade. Baseado nisso, tem em vista em que no 
processo entre particulares , também deve ser respeitado o princípio do devido processo legal. 
Por isso, parte da doutrina denomina de devido processo legal privado, que nada mais é do que 
o respeito a uma devido processo no âmbito das relações particulares. Exemplo: imaginem um 
condomínio, o condomínio tem seu estatuto que são regras de direito privado estabelecidas 
pelas partes e colocada em votação para que todos deliberem acerca das normas condominiais, 
mais no condomínio também existe atos ilícitos, por exemplo proibir som auto a partir das 22 
horas e às 23 horas você ta lá quebrando o pau no seu apartamento, então você esta infringindo 
uma norma condominial. Lá no estatuto está estipulado o seguinte: se você infringir a regra de 
silencio, a sanção é a multa de tantos reais. Imagine se o proprietário do apartamento liga o som 
auto depois das 22 horas, e der repente você recebe uma notificação estipulando 5 dias para 
pagar a multa, sob pena de execução. Observe que a pessoa não foi notificada para se defender, 
a pessoa foi notificada para pagar a multa. Pode isso? NÃO!!, pois deve ser respeitado o devido 
processo legal , e o devido processo legal diz que toda pessoa deve ter direito ao contraditório, a 
pessoa tem o direito de se defender, tem que ter a oportunidade de apresentar argumentos de 
defesa. Agora senhores, é possível imaginar isso a 10 ou 15 nos atrás? NÃO!!, tudo isso vem 
daquela evolução que a gente falou. 
OBS: no âmbito das relações privadas ( entre indivíduos), também há processo. Um processo no 
âmbito particular, não há Estado, não há juiz, não há jurisdição, decorre do direito de alto-
regramento da vontade. Não há sanção no âmbito privado sem o devido processo legal. Você 
não pode ser compelido a pagar uma multa sem direito de defesa. 
Outro exemplo, imagine um garoto de 15 anos que morava em uma cidade pequena do Estado 
da Bahia que não tinha praia, e a única diversão que se tinha na cidade era um clube. O garoto 
era um pentelho e o presidente do clube tava lá e o garoto começou a encher o saco, falar merda, 
derrubar o copo do presidente, e o presidente se exaltou e foi pra cima do garoto. Quando chega 
na segunda-feira, o menino quer ir ao clube, e se depara com uma portaria do presidente 
impedindo a entrada desse garoto no clube pelo período de 60 dias. Então, a decisão do 
presidente excluiu um associado do privilégio de gozar de sua associação. Judicialmente algo 
pode ser feito? SIM!!!, leia o artigo 57 do CC/02. Esse artigo enfatiza na justa causa, ampla 
defesa e recurso no âmbito de uma associação, isso é o devido processo legal privado. Baseado 
nesse artigo, o pai entrou na justiça e conseguiu que o filho fosse ao clube durante as férias. 
Isso é só pra demonstrar pra vocês que o devido processo legal também é aplicado entre os 
particulares. Que é uma coisa muito nova que vem do neoconstitucionalismo. 
EFICACIA HORIZONTAL E VERTICAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
O que é eficácia vertical dos direitos fundamentais? 
É a eficácia na regulação entre Estado e indivíduo. 
EFICÁCIA HORIZONTAL: eficácia na regulação entre os indivíduos. 
É vertical, pois o Estado esta no patamar acima do cidadão, tendo em vista a supremacia do 
interesse público. Por isso que é vertical, pois em tese nós estamos embaixo e o poder soberano 
do Estado está em cima 
Já a relação entre particulares (Horizontal) ela é feita no mesmo plano, não existe primazia das 
vontades entre particulares. 
DIMENSÕES DO DEVIDO PROCESSO LEGAL: 
A doutrina identifica duas dimensões do devido processo legal: 
1- Formal (processual ou procedimental): quer dizer que essa vertente do direito do devido 
processo legal, desrespeito ao direito que nós temos de ter um processo válido, um 
processo existente, eficaz, com respeito a princípios com o do contraditório, do juiz 
natural. 
Diferença de citação e intimação: citação é o ato pelo qual se chama o réu pra integrar o 
processo. Citação vem de ciência. É o ato que faz com que o réu fique sabendo que 
existe um processo contra ele. É o primeiro ato direcionado a pessoa do réu. A citação 
vai chamar o réu. Intimação é quando você é avisado de um ato processual, você já faz 
parte do processo e o juiz te intima para te manifestar sobre documentos, sobre decisão, 
etc. → O PROFESSOR FALOU SÓ PRA TIRAR UMA DÚVIDA. NÃO É SOBRE A 
DIMENSÃO FORMAL!!!!!! 
É o direito que garante a validade do processo, é a fonte de garantia de direito ao 
processo válido. É o conjunto de garantias processuais ( contraditório, juiz natural, 
publicidade, motivação das decisões judiciais, vedação a produção de prova ilícita. Para 
alguns: duplo grau de jurisdição, promotor natural). 
A dimensão formal garante a nós um direito ao processo válido respeitando as regras 
processuais, não pode haver desrespeito. Se citou uma pessoa, a citação tem que ser 
válida, se juntou uma contestação ela tem que ser tempestiva. 
2- Substancial ( material ou substantivo): já ouviram falar o que é direito comparado? É 
você pegar o direito estrangeiro e trazer para o Brasil. Você compara situações do Brasil 
á alguns países para que você possa trazer para o Brasil. Essa dimensão substancial foi 
uma criação norte Americana, foi de lá que o Brasil trouxe a dimensão substancial, pois, 
até então, só existia o devido processo legal formal. 
Foi desenvolvido nos EUA , mais no Brasil houve uma transformação na teoria criando 
uma doutrina brasileira do devido processo legal substancial. Para nós brasileiros, a 
dimensão substancial é a fonte dos deveres de proporcionalidade e razoabilidade, que 
emanam do devido processo legal material. No Brasil, isso gera não só garantias 
processuais, mais também, a exigência de razoabilidadee proporcionalidade no 
processo. 
 
CRITICAS A CONCEPÇÃO BRASILEIRA: 
1- Tal concepção é errada porque é diferente da adotada nos EUA. 
OBS: Para os americanos, a dimensão substancial do devido processo legal é a 
fonte de proteção dos direitos fundamentais implícitos (criação do direito material 
sem texto). 
2- Inutilidade da concepção: diz que essa concepção do devido processo legal 
substancial brasileira é inútil, pois, a proporcionalidade e a razoabilidade podem ser 
extraídas de outros princípios constitucionais, como por exemplo, igualdade e o do 
Estado de direito. Assim, não há necessidade dessa dimensão substancial do devido 
processo legal. 
Senhores, pra ficar bem claro na cabeça de vocês: 
O devido processo legal formal é o direito a um processo válido. 
O devido processo legal substancial é a fonte do dever da proporcionalidade e da 
razoabilidade de um processo. O processo deve ser proporcional, razoável, garantir 
a igualdade substancial entre as partes. As partes devem ser tratadas igualmente no 
processo. 
 DATA 28/07/2014 
Na ultima aula a gente começou a ver princípios constitucionais. O que vocês tem que 
entender é que aquele primeiro princípio que nós estudamos; todos os seguintes princípios que a 
gente vai estudar são conseqüências desse princípio ( devido processo legal), então todos os 
demais princípios derivam ( são corolários do devido processo legal) do devido processo legal. 
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA: 
É importante que vocês entendam que o princípio do contraditório é uma coisa e o da 
ampla defesa é outra coisa, não é a mesma coisa. 
Vocês vão ver que algumas doutrinas separam esses dois princípios. Dizem que o 
contraditório é o direito de participação do processo. A ampla defesa é o direito de participação 
argumentativa ( a influencia no processo). 
Eu dei um exemplo quando expliquei o devido processo legal, da mulher, da filha que o 
pai ia colocar na escola. 
O contraditório e a ampla defesa também possui duas dimensões que é a formal e a 
Material. 
Dimensão formal no princípio do contraditório: por exemplo: a mãe chega pro pai e diz, 
vamos colocar a sua filha na escola. O pai vira e fala: Não! A menina ta muito nova. A mãe diz: 
nós vamos colocar na escola. O pai participou do processo? Sim. Ele teve influência no 
processo? Não! O que é isso? O contraditório na sua dimensão formal. É o direito de participar 
do processo. Direito de ser ouvido e participar da produção da norma jurídica. É o direito de 
participação. É o direito de ser informado dos atos processuais. 
Qual é o ato que tem o objetivo de informar, avisa a parte sobre determinado ato? A 
intimação!! 
Na concepção formal é o direito de participar do processo. 
Dimensão material do princípio do contraditório: é o poder de influência. É preciso dar 
às partes instrumentos que lhes permitam influenciar na decisão inicial. 
Então o legislador tem que dar as partes um instrumento necessário para que a parte 
possa influenciar na decisão do juiz. Exemplo de instrumentos: direito a produção de provas. 
Esses instrumentos são dados para que as partes possam influenciar na decisão do juiz 
dando efetividade a dimensão material do princípio do contraditório. 
Então o princípio do contraditórios na sua dimensão material é o direito de influencia na 
decisão. 
OBS: na ampla defesa vocês vão encontrar assim: o contraditório é o meio de se 
exercer a ampla defesa. Outros doutrinadores falam que a ampla defesa é o direito de se 
defender, e o contraditório é o direito de participação. Na concepção moderna, a ampla defesa é 
e sempre foi o direito de participar do processo e influenciar na decisão do juiz. Então, a ampla 
defesa nada mais é do que o contraditório na sua dimensão material. Então, falar em ampla 
defesa e falar em contraditório na sua dimensão material é a mesma coisa, são sinônimos. Com 
essa teoria de divisão da dimensão formal e da dimensão material a ampla defesa está embutida 
dentro do contraditório. Então, hoje quando você fala em contraditório em sentido geral, está 
embutido também ampla defesa. Só que o contraditório “extrito sensu” ( normal é o formal). O 
contraditório material é o exercício da ampla defesa. 
DICÃO: LIMINAR: é uma decisão previa a oitiva da parte contraria, sem ouvir a outra parte. 
Garantir direitos que precisão de uma decisão urgente. É uma decisão provisória. Então vocês 
sabem que a eliminar é uma decisão prévia a oitiva da parte contrária. O juiz vai dar uma 
decisão sem ouvir o réu. 
Questão de prova: a liminar sem ouvir a outra parte fere o princípio do contraditório? 
Não!!!, pois, imagine uma situação em que sexta-feira chega a filha de um senhor, e diz que o 
pai dela está com infecção pulmonar aqui em Barreiras e não tem disponível na UTI de 
Barreiras nenhum aparelho para que o ajude a respirar. Só existe essa UTI aparelhada em 
Salvador. Então, a filha entra com uma solicitação ao Estado e vou pedir em caráter de liminar 
em que o juiz antecipe a tutela e conceda uma vaga no hospital de salvador liminarmente. 
Pergunto a vocês: se o contraditório estivesse que ser estabelecido nesse momento, eu ia citar o 
Estado para se defender, sabendo que o Estado tem um prazo 4 vezes maior para contestar ou 
seja 60 dias. O que aconteceu com o senhor até os 60 dias? Ele morre!. Vocês viram comigo que 
o contraditório é um princípio constitucional. Em tese, por essa decisão não ter respeitado o 
contraditório seria uma decisão inconstitucional, só que é por isso que vocês precisam saber 
sobre a teoria dos direitos fundamentais e ponderação. Nós temos um direito fundamental que é 
o direito ao contraditório e o direito ao devido processo legal e do outro lado temos o direito a 
vida. Na ponderação de direitos, senhor juiz, qual que nesse momento o senhor vai dar 
efetividade, o senhor vai dar o direito ao contraditório ou efetivar o direito a vida? Na 
ponderação de direitos fundamentais o direito a vida está se sobrepondo o direito ao 
contraditório. Então, não fere o contraditório. Há uma decisão prévia a oitiva do réu mas é 
dotada de urgência e provisoriedade. Então ela vai poder ser modificado e o contraditório existe, 
só que ele é postergado, o contraditório vai existir só que em momento posterior. Nesse 
momento você deixa de aplicar o princípio do contraditório e aplica o princípio da efetividade 
que a gente vai ver nas próximas aulas. Então, a liminar não fere o contraditório porque é dotada 
de provisoriedade e ela é designada para proteger tutelas de direitos urgentes. Então você deve 
fundamentar o pedido, por exemplo: excelência, se o senhor não der a eliminar o meu cliente vai 
morrer, só quero que o senhor saiba desse pequeno detalhe. 
Então, liminar ofende a constituição e o princípio do contraditório? Não, pois ocorre a mitigação 
do princípio do contraditório para que se dê efetividade ao princípio da efetividade. Não é 
inconstitucional tendo em vista a sua provisoriedade, assim, a liminar é uma decisão sem a 
oitiva da parte contraria, provisória, que ocorre em situações de perigo e urgência. O 
contraditório será exercido, porém, postergado. 
DICÃO: olhem o art.285-A do CPC, esse artigo diz que eu vou dar uma sentença no processo 
sem citar o réu. O 285-A fere o contraditório? Não, pois a inicial é da parte autora. A decisão 
que indefere a inicial por causas repetidas é a favor de quem? Do réu!. Tendo em vista que a 
decisão é a favor do réu, o fato dele não ter sido ouvido não gera nulidade, pois decisão 
favorece a ele. Então, se eu to decidindo a seu favor eu não posso anular o processo porque não 
houve contraditório se a decisão é favorável a você. 
Existe sentença sem participaçãodo réu? Sim! 
A citação é um requisito de existência do processo? Não!! 
Processo existe sem a necessidade de citação. 
Sem citação não há processo válido, mas existe um processo sem citação. 
O que eu quero que vocês entendam é que o 285-A não fere o contraditório porque a decisão é a 
favor do réu, e se a decisão é favorável ao réu é uma questão de lógica jurídica. Então não fere o 
contraditório. ( a gente vai ver isso com mais detalhes, é só pra exemplificar. Não se assustem 
kkkkk) 
DICÃO: o que é matéria de ordem pública? 
Em matéria de ordem publica o juiz pode declarar “ ex oficio”, o juiz pode decidir de oficio, 
inclusive ele pode trazer a questão sem as partes se quer falarem a respeito. O juiz pode agir 
conforme a vontade dele. Por exemplo, quando o juiz ver que o seu chegue está prescrito o juiz 
pode agir de oficio. 
Questão de prova na certa: O que eu quero que vocês entendam é o que tem haver com o 
princípio do contraditório? No momento em que o juiz declara uma questão de ordem publica, 
pode o juiz tomar essa decisão de oficio sem ouvir as partes? O juiz, não obstante ser uma 
matéria de ordem pública ele sempre terá que antes de decidir, submeter as questão as partes em 
respeito ao contraditório, direito de participação e influencia. Então, não basta o juiz chegar e 
decidir sem submeter as partes a sua decisão. O juiz deve submeter a questão, mesmo que de 
ordem pública, a o contraditório das partes. 
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: 
O que você tem que entender é que todo ato processual é público. Você tem direito de ver 
qualquer processo. A publicidade tem duas dimensões. 
O processo para ser devido deve ser público. Não há admissão em nosso ordenamento de 
processo secreto. O processo de segredo de justiça não é secreto, ele é limitado o acesso. 
Dimensões do princípio da publicidade: 
A) Interna: a dimensão da publicidade entre as partes. As partes podem ter acesso a seus 
processos irrestritamente, ou seja, se você é parte você pode ver o seu processo. Art 93 
B) Externa: a dimensão externa diz que o processo é público pra qualquer cidadão, mesmo 
que não participe do processo. Só que aqui há restrições. 
Restrições à dimensão externa do princípio da publicidade: 
a) Segredo de justiça: são processos que tratam do estado da pessoa ( divorcio, 
casamento). Preservar a intimidade, a honra, o interesse é privado, protege o direito 
fundamental a imagem. 
b) Interesse público: exemplo: ação de impugnação de mandato eletivo ( art 14 
CF/88), pois pode causar uma confusão ao saber que o prefeito da sua cidade pode 
ser cassado a qualquer momento. Então anda-se em segredo para que na decisão 
final seja publicado. 
DATA 29/07/2014 
PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO: 
Art. 5 inciso 78 
Esse princípio é o mais novo princípio constitucional expresso, pois esse problema da duração 
razoável do processo é um problema recente. Lembram que quando eu falei pra vocês que lá no 
processualismo surgiram algumas questões de preocupações com o acesso á justiça? Então, 
antes de acesso ilimitado a justiça os processos não demoravam muito, então não é um 
problema antigo, é um problema recente de 20 ou 30 anos pra cá. Até então os processos 
tramitação com uma celeridade até razoável. Com a abertura do poder judiciário, com o acesso a 
justiça ocorreu uma corrida aos tribunais, as pessoas que não tinham acesso a justiça começaram 
a ter. Então, começou a surgir demandas de massa atolando o judiciário. Quantas e quantas 
causas podem ser resolvidas amigavelmente e sem a necessidade de judicialização. Ai vem 
aquela história em que qualquer coisa gera dano moral. Então, a quantidade de cursos de direito, 
a quantidade de advogados no mercado, tudo isso fez com que o acesso a justiça fosse 
misturado, ou seja, a intenção era dar acesso a justiça para garantir os direitos das pessoas , só 
que há um excesso de demandas judiciais, e o Estado não cresce como a população cresce ou 
como os problemas acontecem na sociedade. Então, a deficiência na administração publica é 
porque enquanto a escala da administração publica é escala 2, a escala dos problemas é escala 
10. Então, não tem como atender a todos de forma rápida, de forma célere, com a duração 
razoável. Ai vem o legislador constitucional e fala assim: perae, nós devemos estabelecer um 
direito fundamental para que as partes tenham a efetividade do direito de forma mais célere, 
mais rápida, pois é um problema que surgiu durante a história. Em 88 quando promulgamos a 
nossa constituição, era um problema que não existia. Porque só em 2005 ficou previsto na 
constituição a duração razoável do processo como direito fundamental? 
Então senhores, eu quero que vocês entendam que a duração razoável do processo é um novo 
princípio processual constitucional. 
OBS: duração razoável do processo não é cerelidade. Celeridade é um princípio expresso na lei 
9099, só que muitos juristas usam cerelidade como sinônimo de duração razoável do processo, 
só que não é. Um processo rápido é um processo devido? Depende da causa que está sendo 
discutida, tem causas que a duração dela é longa pelo fato de sua complexidade. Não se pode 
confundi cerelidade como duração razoável do processo. A duração razoável do processo é a 
duração que existe para aquele caso determinado. Não há na lei dizendo que a duração razoável 
de um processo é de 10 dias, não existe isso na lei!!. A duração razoável do processo vai 
depender do caso concreto. O processo demora pra proteger a gente contra a tirania do Estado. 
A doutrina aponta critérios para ver se o processo tem duração razoável ou não. 
Eu quero que vocês tiram da cabeça de vocês que cerelidade e duração razoável do processo é a 
mesma coisa , são coisas distintas. Cerelidade é um princípio infraconstitucional lá da 9099. 
Duração razoável do processo é um direito fundamental processual expresso no inciso78 do 
art.5º da CF. 
O processo não tem que ser rápido, mais deve durar um tempo razoável ( processo deve ser 
tempestivo). A duração razoável é mensurada conforme a especificidade da causa, sendo 
aferível caso a caso, não há uma duração razoável em abstrato. 
O tribunal internacional dos direito humanos aponta alguns critérios para a verificação da 
razoabilidade dentro do processo. 
Critérios segundo o tribunal europeu de direitos humanos: 
A) Complexidade da causa: precisamos saber qual é a complexidade do direito material 
discutido em juízo, pois, é uma questão de lógica de que quanto mais complexa a causa 
mais tempo ela durará; 
B) Infra-estrutura do poder judiciário: você tem que saber a infra-estrutura do poder 
judiciário pra saber a duração razoável do processo; 
C) Comportamento do juiz: o juiz fez tudo o que lhe CABIA fazer no processo ou o juiz ta 
demorando; 
D) Comportamento das partes: tem que saber se as partes agiram corretamente. 
 
OBS: lei 9504/97, art. 97-A ( lei das eleições) eu disse a vocês que não existe previsão em 
abstrato de processo com duração razoável, mais tem uma exceção, existe o art.97-A da lei 
das eleições. (LER!!! ESSA EXCEÇÃO!!) O ARTIGO 97-A É UMA PRESUNÇÃO 
ABSOLUTA DE PROCESSO RAZOÁVEL DE 1 ANO NA LEI DE ELEIÇÕES. 
Quais são os instrumentos que eu vou ter na minha mão pra poder fazer com que meu 
processo tenha duração razoável? 
OBS: instrumentos para a efetivação do direito fundamental a duração razoável do 
processo: art.93 inciso 2 alinha E da CF/88. “ o juiz que retiver os autos pro um prazo 
irrazoável em sua mão não poderá receber uma promoção”. O juiz que demorar no processo 
você vai poder realizar uma reclamação no CNJ baseado nesse inciso para que o juiz 
movimente o seu processo; art 198 CPC ( representação por excesso deprazo) “ qualquer 
das partes ou órgão do ministério público poderá representar ao presidente do tribunal de 
justiça ( corregedoria e CNJ também) contra o juiz que excedeu os prazos previstos em 
lei...” 
Nós falamos dos princípios constitucionais explícitos derivados do devido processo legal 
que são o contraditório e ampla defesa, publicidade e duração razoável do processo. Então 
se cair na prova assim: são princípios processuais constitucionais expressos a duração 
razoável do processo, contraditório e ampla defesa e a publicidade. Certo ou errado? 
Certo!!!!!!!!!. Vai cair desse jeito na prova, só que eu vou tirar a palavra “explicito” e vou 
colocar “implícitos” e ainda vai ter gente que vai errar, prestem atenção nisso. 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUIONAIS IMPLICITOS 
São princípios que não possuem texto expresso, que decorrem da clausula geral do devido 
processo legal. 
A) Principio da boa fé processual ( segundo Didier “ devido processo leal”): vocês já 
estudaram em direito civil o principio da boa fé? 
DATA: 04/08/2014 
Quais são os princípios constitucionais explícitos? Devido processo legal, contraditório e ampla 
defesa, publicidade e duração razoável do processo. 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PROCESSUAIS IMPLICITOS. 
É implícito porque não tem texto. Você não vai achar expressamente no texto da constituição os 
princípios que vamos começar a estudar. 
Princípio da boa-fé: 
A primeira coisa que vocês tem que saber é que o princípio da boa-fé vem lá do direito civil, 
clausula geral. Lembre-se que eu falei pra vocês nas primeiras aulas que as partes devem agir de 
acordo com a boa-fé. 
Quando se fala em princípio da boa-fé está falando em boa-fé objetiva. 
A boa-fé é também uma clausula geral que deriva de outra clausula geral que é o devido 
processo legal. 
Fundamento: o principio da boa-fé processual tem seu fundamento constitucional decorrente da 
clausula geral do devido processo legal. 
Eu disse a vocês que o princípio da boa-fé processual é um princípio implícito na nossa 
constituição, é um princípio que advêm de uma clausula geral que é o devido processo legal. 
Então senhores, vocês tem que entender que o fundamento constitucional deriva da clausula 
geral, então se você ofender o devido processo legal você vai ofender a boa-fé e estará 
ofendendo indiretamente o devido processo legal, assim como todos os princípios processuais 
que derivam do devido processo legal. 
Eu disse pra vocês que o princípio da boa-fé deriva implicitamente da constituição, então o 
fundamento constitucional é implícito. Aí eu pergunto pra vocês: ele é implícito na constituição, 
mais há previsão infra constitucional como fundamento de tal princípio? SIM!!!! Art. 14 inciso 
2 CPC. Então, a gente tira outra conclusão que tal princípio é previsto expressamente pela 
legislação infra-constitucional. O que acontece nas questão é que eles trocam e diz que ele é 
previsto expressamente na constituição e implicitamente na legislação infra-constitucional. 
 
 QUESTÃO DE PROVA: O princípio da boa-fé processual é expressamente previsto na 
legislação infra-constitucional ( art. 14 inciso 2 do CPC) 
Destinatários: por favor abram o art.14 caput do CPC. Então você vai pegar o seu vade mecum 
e vai grifar “ são deveres das partes e de todos aqueles que participam do processo”. A junção 
das partes com as outras pessoas que participam do processo eu disse vocês que tem um nome, 
qual é? São os sujeitos dos processo!!! Quando se falar em parte está se falando de autor e réu. 
Quando se fala em sujeitos está falando de todos aqueles que participam do processo inclusive 
autor e réu. 
Quais são os destinatários do princípio da boa-fé processual? Os sujeitos do processo!!!!!! 
Agora vou fazer uma pergunta pra alguém: Marcelo, pra você o que é boa-fé? É quando você é 
leau! 
O que é má-fé? Desonestidade!!! 
Como é que eu vou aferir, mensurar provar essa má-fé ou boa-fé dentro de um processo? Não 
tem como, é impossível !!!,pois eu posso fazer um negócio jurídico ilícito agindo de boa-fé, por 
exemplo, eu sou um menor de 15 anos e vendo um bem, eu estou cometendo um ato ilícito mais 
estou agindo de boa-fé, mais o meu ato é ilícito. 
Eu que eu quero falar pra você é que a boa ou má-fé que está dentro da cabeça de vocês é a boa-
fé subjetiva, que nada mais é do que o estado psíquico que pro direito é difícil que você mensure 
isso, não obstante normas legais levarem em conta a boa-fé subjetiva, como por exemplo o 
possuidor de boa-fé. 
O princípio que a gente ta analisando é o princípio da boa-fé objetiva, pois não tem como a 
gente chegar em um processo e avaliar a questão psicológica da pessoa, pois a pessoa pode ter 
uma crença em que mesmo agindo de má-fé ela tem uma crença de que está agindo de boa-fé. 
Então surge a teoria da boa-fé objetiva que são aspectos objetivos que a gente pode trazer pra 
dentro do processo e mensurar ou presumir se a pessoa está agindo de boa-fé ou má-fé 
objetivamente sem precisar se preocupar com o caráter psicológico, ou seja, mesmo que você 
que você esteja agindo psicologicamente de boa-fé, se você ferir um dos critérios objetivos 
estipulados pelo princípio da boa-fé objetiva você estará agindo de má-fé. 
Cara de paisagem? Cara de paisagem!!! Vamos de novo. 
Vocês concordam comigo que a boa fé subjetiva é o estado psíquico, é uma crença de 
agir, ou seja, eu posso estar cometendo um ato lícito e agindo de má-fé. Exemplo: simulação de 
negócio jurídico, em que para não perder o meu patrimônio para um credor eu transfiro a 
propriedade para uma pessoa de confiança, então, esse ato foi um ato ilícito e foi praticado de 
má-fe. A boa-fé subjetiva é um pensamento, é o estado psíquico, e vocês vão concordar comigo 
que o princípio da boa-fé nasce de um estado democrático social de direito, onde, é implícito na 
constituição que as partes devem agir de boa-fé. A própria constituição através de seus 
fundamentos constitucionais diz que as relações jurídicas dos indivíduos entre eles e perante o 
Estado devem estar pautado na boa-fé. 
Se a boa-fé em caráter geral ( que todo mundo acha) é uma questão psíquica eu vou ter 
que criar métodos, a teoria da boa-fé objetiva, criar métodos objetivos pra analisar a boa-fé ou 
má-fé das pessoas. 
Eu quero que vocês entendam que a boa-fé deve ser respeitada. 
A boa-fé objetiva é uma norma de conduta, lembrem-se da força normativa dos 
princípios. 
Então, o princípio da boa-fé objetiva, diferentemente de ser um estado psíquico é uma 
norma de conduta. 
A boa-fé objetiva impõe condutas em conformidade com padrões éticos em 
determinadas relações. 
Eu disse pra vocês que a teoria do direito evoluiu e deu força normativa aos princípios. 
A boa-fé subjetiva é um estado psíquico. A boa-fé objetiva é uma norma de conduta. Aí eu 
pergunto a vocês: se eu falar e princípio de boa-fé eu to falando da subjetiva ou da objetiva ? 
objetiva!!! Pois é uma norma de conduta. 
Então senhores, eu não posso falar em princípio da boa-fé objetiva. Ou eu falo princípio 
da boa-fé ou eu falo boa-fé objetiva. Sabe porque? Porque são as mesmas coisas!! Quando se 
falar em princípio da boa-fé está se falando em boa fé objetiva, pois a subjetividade da boa-fé é 
uma questão psíquica e não normativa. 
Princípio da boa-fé é igual a boa-fé objetiva. Se você juntar princípio da boa-fé objetiva 
é um pleonasmo vicioso, é igual você dizer subir pra cima, descer pra baixo. 
Então, eu disse a vocês que nós devemos criar métodos pra afeição da boa-fé, 
independentemente do estado psíquico, ou seja, pra mim não importa o seu estado psicológico, 
se você infringir esses aspectos da boa-fé objetiva você estará agindo de má-fé, 
independentemente de vocêestá acreditando que está agindo de boa-fé. Pra mim a questão 
psíquica não é relevante. Eu vou ter que analisar a sua boa-fé através de questões e critérios 
objetivos. Então a partir do momento em que vocês sabem quais são os critérios, a violação de 
um desses critérios violará o princípio da boa-fé e indiretamente o princípio do devido processo 
legal, logo, a decisão é infra-constiucional ( nulo). Vocês estão vendo que através de um 
princípio vocês conseguem anular um processo todo. 
Conteúdo: quais são os aspectos objetivos que nós devemos olhar pra saber se a pessoa 
agiu de má-fé ou de boa-fé. 
1- Veda o comportamento da má-fé processual: exemplo: quando uma parte age 
dolosamente pra prejudicar a outra a parte vai e some com o processo. Mais nesse 
a gente ainda está falando da boa-fé subjetiva e é por isso que surgem os 
comportamentos objetivamente vedado pelo princípio da boa-fé. Comportamento 
de má-fé processual é “ agir sabendo que ta de sacanagem”, então o cara age em 
um processo sabendo que ta de sacanagem querendo arrombar com a outra parte. 
Não pode agir dolosamente para prejudicar a outra parte. Porém, dificilmente se 
prova a má-fé/ estado psíquico. Por isso se desenvolve uma acepção objetiva dos 
casos. Assim, a análise deve ser objetiva, pouco importando a vontade do agente e 
sim o seu comportamento. 
 
Através do comportamento a gente vai analisar se tem má-fé ou boa-fé 
 
Comportamentos objetivamente vedados: 
1- Abuso do direito processual: o abuso torna ilícito o comportamento do 
sujeito. Pessoal, o réu tem direito a defesa? Sim!!!! Ele não tem direito de 
abusar. Então senhores, prestem bem atenção no que vou dizer pra você: o 
exercício regular da defesa é totalmente lícito, o que se coíbe é o abuso. 
Exemplo: embargos de declaração procrastinatórios ( é um recurso que tem 
como finalidade específica esclarecer algo em uma decisão judicial, esclarecer 
obscuridade, esclarecer contradição, esclarecer omissão. Só que existe um 
“PLUS” nesse recurso que é mal utilizado e que se verifica a má-fé, o abuso 
do direito. Esses recurso é um recurso que tem um “PLUS” em que 
interrompe todos os prazos de outros recursos, isso quer dizer que todos os 
prazos dos outros recursos cabíveis contra essa decisão estão interrompidos e 
só vão começar a contar do inicio novamente a partir da decisão dos 
embargos. Houve na prática um abuso do direito de embargar, por exemplo, 
dia 5 de dezembro você recebe uma sentença contra o seu cliente e você sabe 
que no dia 18 de dezembro o judiciário entra em recesso, aí você pensa assim: 
PUTA QUE PARIU!! Eu tenho até o dia 18 pra fazer essa apelação e eu tenho 
que viajar com a minha família, o que eu vou fazer? Embargo de declaração!! 
Na pratica forense é chamado de embargo de declaração natalino, embargo de 
declaração carnavalhesco, ou seja, você entra com um embargo de declaração 
e interrompe o prazo do seu recurso e você fica de boa, espera passar o natal, 
passa a virada do ano, fica o mês de janeiro na praia, e quando você voltar o 
juiz ainda vai analisar o seu embargo de declaração pra depois o seu prazo 
começar a contar novamente. Ai eu pergunto aos senhores: o que eu disse é 
algum motivo importante para que ocorra o embrago? NÃO!!! Não tinha 
motivo pra embargar. É um exemplo de abuso de direito? SIM!!!! Evidente 
que é. O juiz verificando que os embargos só tem caráter protelatório o juiz 
pode não aceitar os embargos, não aplicar a interrupção se o juiz verificar que 
você agiu de má-fé, se você abusou do direito de defesa. 
2- Proibição de comportamento contraditório: “ Nemo potest venire contra 
factum proprivim” ( lembra do exemplo da mulher dando mole pro homem no 
carnaval). Ele violou o princípio da boa-fé, pois se a mulher teve uma atitude 
ela não pode depois voltar atrás e o princípio da boa fé, assim como os 
princípios constitucionais tutelado tem aplicação entre particulares ( eficácia 
horizontal do direitos fundamentais). “Nemo potest venire contra factum 
proprivim” ( ninguém pode ir contra o fato próprio ). Vedação ao 
comportamento contraditório. Não se pode a partir de um comportamento 
próprio induzir a outrem a acreditar e depois frustrá-la. Exemplos: i) o sujeito 
oferece o bem a penhora e depois alega a impenhorabilidade do mesmo. Nesse 
caso o juiz suspende a penhora e a pessoa vai ser punido processualmente, 
extingue o seus embargos,a pessoa perde o prazo e a execução continua com a 
busca de outros bens penhoráveis ( a fazenda pública busca); II) o autor 
desiste da ação e recorre de sua homologação da desistência; 
 DATA: 
05/08/2014 
Na aula passada eu estava falando sobre critérios de verificação objetiva da infligencia da 
boa-fé. Quais foram os critérios que agente estudou? 
1- Vedação de comportamento de má-fé no processo; 
2- Abuso de direito processual; 
3- Venire contra factun próprio 
E agora por ultimo vamos falar do dever de cooperação. 
Dever de cooperação: um processo para ser devido deve permitir que os sujeitos ajam 
cooperativamente. É necessário a obrigação dos sujeitos do processo agirem de forma 
cooperativa. Exemplo: o autor em sua peça vestibular ( petição inicial) deve expor seus 
fundamentos de forma clara e transparente, possibilitando assim o exercício do direito de 
defesa pela parte contraria. 
OBS: o critério do dever de cooperação, como visto é uma forma de afeição do respeito a 
boa-fé objetiva. Deste critério surge um sub-princípio da boa-fé, ou seja, um princípio eu 
decorre da boa-fé objetiva denominado princípio da cooperação. 
OBS: tal tema será aprofundado na aula de modelos de processo. 
Princípio da efetividade: 
É outro princípio implícito que decorre do devido processo legal. Olha só, vocês vão ver 
semestre que vem isso mais eu vou dar só um pincelada: olha só, o processo antigamente, 
até antes da constituição de 88, era um processo que se preocupava em decidir. Se nós 
precisamos proteger um bem jurídico processualmente para que posteriormente uma tutela 
judicial não seja inútil; nós temos que proteger um bem jurídico pra uma eventual 
efetividade de uma ação nós utilizamos o processo cautelar. Temos também no meio de 
tudo isso o processo de execução que visa dar efetividade. Vocês quando entra em juízo 
querendo uma ação por idenização do dano moral você quer o dinheiro, então qual o bem da 
vida que você quer? Você quer a sentença ou quer o dinheiro? Dinheiro!!!. Se eu chegar 
pra você e te der a sentença você vai estar satisfeito? Você vai querer o que? Você quer a 
efetividade. Só que o direito só se preocupava em dar papel, o negócio era decidir. Então 
você tinha que pegar essa decisão e entrar com outro processo. 
Então senhores, o princípio da efetividade é um direito constitucional, você tem que dar 
bem da vida que a parte foi buscar em juízo, é ordem constitucional, não basta você dar uma 
sentença, você tem que dar o bem da vida, efetivação do direito. 
A efetividade garante a todos o direito de ter seus direitos concretamente efetivados. 
Fala-se em um direito constitucional a efetividade, ou seja, a efetividade é um direito 
garantido constitucionalmente e assim fundamental. 
OBS: ler Alexis e teoria da katchanca. 
Em um conflito entre direitos fundamentais, surge o princípio da efetividade pra poder 
equilibra o jogo. 
Hoje a efetividade é garantia constitucional, é princípio constitucional implícito que 
advêm do devido processo legal. 
Hoje, existem recentes decisões dos tribunais liberando a penhora de autos salários, pois 
de um lado você da efetividade ao direito do exeqüente, só que você

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