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Profª Kellen Escalas de Desenvolvimento Neuropsicomotor Crescimento X Desenvolvimento CRESCIMENTO significa aumento físico do corpo, medido em centímetros ou gramas; ele traduz o aumento em tamanho e número de células. DESENVOLVIMENTO é a capacidade do ser de realizar funções cada vez mais complexas; ele corresponde a termos como maturação e diferenciação celular Desenvolvimento Processo complexo estrutural e funcional associado ao: crescimento, maturação, aprendizagem e aspectos psíquicos e sociais. Vigilância do desenvolvimento É um processo contínuo de acompanhamento das atividades relacionadas à promoção do potencial de desenvolvimento da criança e à detecção de problemas. Profissionais de saúde, pais, professores e outros devem estar envolvidos nesse acompanhamento. Vigilância do desenvolvimento Acompanhar o desenvolvimento infantil é de fundamental importância, pois é nesta etapa pós-nascimento que ocorre a maturação encefálica da criança e devido a grande plasticidade cerebral, a criança melhor responde às terapias e aos estímulos que recebe do meio ambiente. Portanto, considera-se indispensável que neste período o profissional de saúde, juntamente com a família e a comunidade, no qual esteja inserido, faça a vigilância do desenvolvimento de seus menores nela residentes Vigilância do desenvolvimento Realizar triagem do desenvolvimento infantil como parte da rotina dos profissionais de saúde. Viabilizar a possível detecção precoce de atrasos no desenvolvimento infantil. Possibilitar intervenções mais precoces. Avaliação do Desenvolvimento Neuropsicomotor Criança: ser em desenvolvimento. Passa de uma etapa para a outra. Cada uma diferentes dados semióticos Exame neurológico: deve ser adequado para cada momento evolutivo Avaliação do DNPM: conhecimento de cada etapa Por que é importante avaliar? Aumento de crianças com atraso do desenvolvimento (sobrevida de prematuros extremos, diminuição da mortalidade infantil). Há evidências de quanto mais precoce o diagnóstico, e a intervenção, menor será o impacto na vida da criança. Assistência preventiva avaliação do desenvolvimento é essencial. Maneiras de avaliar o desenvolvimento História Exame neurológico Escalas História Sempre questionar: 1.História familiar 2.História da gestação, do parto e do período neonatal 3.História médica pós natal 4.Contexto social e familiar 5.Marcos do desenvolvimento Marcos do desenvolvimento “Idades chave” : 1.RN 2.Lactente: 3,6,9 ,12, 18 e 24 meses 3.Dos 3 aos 7 anos 4.Após – avaliação das funções corticais superiores + desempenho escolar Avaliação neurológica Atitude Tônus Reflexos primitivos Equilíbrio estático e dinâmico Coordenação apendicular (dos membros) Funções cerebrais superiores Manifestações neurológicas Permanentes – são constantes e praticamente não modificam, ex: reflexos incondicionados e sensibilidades primitivas. Reflexas transitórias – desaparecem com a evolução e somente reaparecem em situações patológicas, ex: Babinsky. Evolutivas – manifestações reflexas automáticas que desaparecem com a evolução para dar lugar à mesma atividade, porém de caráter voluntário, ex: sucção, preensão, apoio plantar, marcha reflexa. Testes e Escalas para a avaliação do desenvolvimento Vários são os instrumentos padronizados utilizados para identificar crianças de risco para o desenvolvimento infantil. Estes facilitam e auxiliam tanto a triagem e o diagnóstico, quanto o planejamento e progressão do tratamento, caso alguma anormalidade seja detectada. Testes e Escalas para a avaliação do desenvolvimento Devem contemplar: a organização e o desenvolvimento do sistema nervoso da criança; a variabilidade dos parâmetros de desenvolvimento entre crianças da mesma idade; a estreita ligação entre o desenvolvimento físico, neurológico e a emergência progressiva de funções corticais superiores. Instrumentos Escala de Denver II, Teste de Gesell, Escala de Desenvolvimento Infantil de Bayley (BSID), Teste de Triagem Sobre o Desenvolvimento de Milani-Comparetti, Gráfico do Desenvolvimento Motor de Zdanska-Brincken, Escala de Avaliação do Comportamento do Neonato (NBAS), Avaliação dos Movimentos da Criança (MAI), Peabody Developmental Motor Scale (Escala PDMS) Test of Infant Motor Performance (TIMP), Escala Motora Infantil de Alberta (AIMS), Escala de Tanner. Escala de Denver II William Frankenburg e Josiah Dodds/1967 1992 Faixa etária: do nascimento aos 6 anos e meio. TRIAGEM (não é teste de QI ou preditor para habilidades futuras). Interessante usar em: crianças aparentemente normais, quando há alguma suspeita de alterações e crianças em risco. Compara a criança com outras da mesma idade. Motor grosso Motor fino- adaptativo Pessoal-Social Linguagem 125 itens Teste de Gesell Arnold Gesell e colaboradores/1947 Faixa etária: 4 semanas -36 meses Corresponde a uma avaliação direta e a observação da qualidade e da integração de comportamentos. As categorias de análise desta escala referem-se às áreas: comportamento adaptativo; comportamento motor grosseiro e delicado; comportamento de linguagem e comportamento pessoal-social. Constitui um bom instrumento de diagnóstico, porém com limitações importantes. Escala de Desenvolvimento Infantil de Bayley (BSID) Nancy Bayley/1969 1 - 42 meses Teste padronizado e referenciado do desenvolvimento motor, cognitivo, de linguagem e comportamental (Subescalas: Mental, Psicomotora e Comportamental). Utilizado na intervenção precoce e na pesquisa clínica. Necessita de qualificação e treinamento específicos para sua utilização. Teste de Triagem Sobre o Desenvolvimento de Milani-Comparetti Milani Comparetti e Gidoni/1967 0 - 2 anos Teste de investigação padronizado de comportamentos motores espontâneos, incluindo locomoção; sentar e ficar de pé. Inclui também respostas de reações de equilíbrio, protetoras, de endireitamento e reflexos primitivos. Útil para descrever o desenvolvimento baseado na integração de reflexos primitivos para o desenvolvimento do controle postural. Gráfico do Desenvolvimento Motor de Zdanska - Brincken Zdanska-Brincken e Wolanski/1969 4 semanas a 1 ano O teste tem como objetivo avaliar o controle postural de crianças no 1º ano de vida como subsídio para o monitoramento de seu desenvolvimento. Instrumento delineia quatro grids para detalhar as mudanças do desenvolvimento a respeito de: movimentos da cabeça e do tronco, postura sentada, postura bípede e locomoção. Escala de Avaliação do Comportamento do Neonato (NBAS) T. Berry Brazelton e J. Kelvi Nugent/1973 Pré-termo com 37 até 48 semanas pós-concepção Teste baseado em critérios para avaliar, analisar e graduar a capacidade interativa, comportamento motor, organização do estado comportamental e organização fisiológica. Fornece informações sobre os padrões interativos das crianças que podem ser utilizadospara orientar pais e cuidadores. Avaliação dos Movimentos da Criança (MAI) Lynnette Chandler, Mary Andrews e Marcia Sanson/1980 0-12 meses Teste baseado em critérios para tônus muscular, reflexos, reações automáticas e movimento voluntário. O teste é baseado num cálculo de valor de risco para identificação de disfunção motora. Apresentando melhores perfis de risco em 4, 6 e 8 meses. Escala PDMS (Peabody Developmental Motor Scale) Rhonda Folio e Rebecca Fewell/1982 2000 1-72 meses Teste padronizado e referenciado para avaliação das habilidades motoras grosseiras e finas divididas em 6 subtestes: reflexos, estática, locomoção, manipulação de objetos, garra e integração visuomotora. Muito útil em programas de intervenção precoce para determinar elegibilidade do atendimento. TIMP (Test of Infant Motor Performance) Suzann Campbell/1993 Pré-termo nascidos com 34 semanas até 4 meses após o nascimento. Avalia movimentos funcionais da cabeça e controle do tronco nas posições em prono, em supino e de pé. Identifica risco de resultado motor pobre. Teste muito sensível para avaliar efeitos de tratamento. AIMS (Alberta Infant Motor Scale) Martha Piper e Johanna Darrah/1994 0 - 18 meses Teste padronizado na observação das habilidades motoras grosseiras em quatro posições: em prono, em supino, sentada e de pé. Identifica atraso motor e avalia a maturação da habilidade motora grosseira. Escala de Tanner James Mourilyan Tanner / 1962 Adolescentes Determinação das fases do desenvolvimento sexual na infância e puberdade. Baseada em 3 itens: Pêlos pubianos (P), Mamas (M) e Genitais masculinos (G). Cada um desses itens em 5 fases: o estágio 1 indica o estado pré- puberal do desenvolvimento (P-1 ou M-1 ou G-1), o estágio 2 indica o desenvolvimento inicial da cada característica, os estágios 3 e 4 indicam a maturação continuada de cada característica, que são bem mais difíceis de se avaliar, e o estágio 5 (p-5 ou M-5 ou G- 5) indica o estado adulto ou maduro. Os resultados dessas escalas e testes refletem os principais ganhos ao longo do desenvolvimento e têm o objetivo de determinar o nível evolutivo específico da criança. A importância desses instrumentos reside principalmente na prevenção e detecção precoce de distúrbios do desenvolvimento/aprendizado, indicando de forma minuciosa o ritmo e a qualidade do processo e possibilitando um "mapeamento" qualitativo e quantitativo das áreas cerebrais e suas interligações (sistema funcional), visando intervenções terapêuticas precoces e precisas. Vigilância do desenvolvimento CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA Ajuda a família e os profissionais da saúde a acompanhar e avaliar o crescimento e desenvolvimento do bebê do nascimento aos 9 anos de idade. maturativo psicomotor social psíquico Avaliação do desenvolvimento Avaliar Classificar Decidir Todos os marcos para a sua faixa etária presentes Desenvolvimento normal Elogiar a mãe Ausência de um ou mais marcos para a sua faixa etária Possível atraso no desenvolvimento Orientar a mãe a estimulação da criança e retorno com 30 dias Ausência de um ou mais marcos para a sua faixa etária ANTERIOR Atraso no desenvolvimento Referir para avaliação neuropsicomotora Vídeo Vigilância do desenvolvimento CADERNETA DE SAÚDE DO ADOLESCENTE Monitorar o desenvolvimento e a saúde da população entre 10 e 19 anos. Facilitar as ações educativas voltadas para este grupo. É dividida em 3 grandes eixos: promoção, prevenção e atenção à saúde. Consulta de Enfermagem ANAMNESE EXAME FÍSICO AVALIAÇÃO CONDUTAS DE ENFERMAGEM Abordagem da criança e da família É importante transmitir tranquilidade e segurança para a criança e para os pais durante a consulta de enfermagem. Ter paciência, disponibilidade e conquistar a confiança e a simpatia da criança. A criança no colo da mãe se mostra mais cooperativa e tranquila. Abordagem da criança e da família Focalizar nas peculiaridades da família, fazendo com que essa se torne protagonista do cuidado à criança. Estimular o vínculo entre mãe e bebê. Vínculo entre mãe e bebê No primeiro mês, a pessoa mais importante para o bebê é a mãe; começa a conhecer o mundo por meio da sua relação com a mãe. Ela deve aproveitar os momentos da troca de fralda e do banho para conversar com o bebê, cantar baixinho, massagear o corpo dele, olhá- lo nos olhos. O pai deve participar ativamente desses momentos. Na falta da mãe, é bom que o bebê seja cuidado na maior parte do tempo pela mesma pessoa, porque ele precisa reconhecer quem cuida dele. Como saber se o vínculo entre mãe e bebê está sendo estabelecido? Durante a amamentação, o bebê procura o olhar da mãe e ela olha para ele. Quando o bebê está chorando e a mãe o pega no colo, ele se acalma. Quando a mãe está bem perto do bebê, ele tenta acompanhar, com os olhos, os movimentos dela. Abordagem do adolescente A participação familiar deve ser prevista, em acordo com cada adolescente. A interação entre o profissional e o adolescente, além da confiança, deve se basear na troca e no respeito ao modo de ser do adolescente. As mensagens utilizadas devem ser claras e objetivas e as informações técnicas sempre discutidas. A base da troca deve ser o diálogo e não a imposição. Abordagem do adolescente Deve-se evitar a prática do interrogatório no levantamento de questões de vida e necessidades do adolescente. Deve-se trabalhar todo tempo com: sua motivação; espaços e posturas favoráveis à expressão de seus valores, conhecimentos, comportamentos, dificuldades e interesses; elementos de troca e reflexão que favoreçam o controle da própria vida. Deixar claro a autonomia do adolescente em relação á própria vida. Referências ALVES, CRL; VIANA, MRA. Saúde da família: cuidando de crianças e adolescentes. Belo Horizonte: Coopmed, 2003 282 p. BLANK, D. A puericultura hoje: um enfoque apoiado em evidências. Jornal de Pediatria. Vol, 79, Supl. 1, 2003. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. Cadernos de Atenção Básica n 33. Brasília, 2012. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento Infantil. Cadernos de Atenção Básica nº 11. Brasília, 2002. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderneta de Saúde da Criança. 2013. Disponível em http://dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/livros/popup/caderneta_saude_crianca_menina.html MADEIRA AMF et al. A prática do enfermeiro na atenção integral à saúde da criança: como construir uma criança cidadã. IN: SOUZA MCMR; HORTA NC. Enfermagem em saúde coletiva: teoria e prática. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2012. MARCONDES, E. et al.Crescimento e Desenvolvimento. In: Pediatria Básica. 8ª ed. São Paulo: Sarvier, vol 1. p. 35-43, 1999. Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Manual para vigilância do desenvolvimento infantil no contexto da AIDPI, 2005. OBRIGADA!
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