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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................3 
2. DESENVOLVIMENTO............................................................................................4
 2.1. Desenvolvimento Motor: evolução e conceitos.............................................4
 2.2 Fases de Desenvolvimento Motor..................................................................5
 2.3 Fatores de risco para o desenvolvimento infantil...........................................6
 2.4 Prematuridade como fator de risco no desenvolvimento motor.....................9
3. Desenvolvimento biopsicossocial e cognitivo na segunda infância (3-6 anos) ..................................................................................................................................10
 3.1 O desenvolvimento biopsicossocial na faixa etária de 3 a 6 anos de idade: ..................................................................................................................................11
 3.2 O desenvolvimento cognitivo de crianças de 3 a 6 anos...............................11
 3.3 O desenvolvimento motor de crianças entre 3 e 6 anos................................12
4. Jogos e Brincadeiras e o Desenvolvimento Motor na Educação Infantil…. 13
 4.1 Brincadeiras e os esquemas corporais ..........................................................14
5. Elaboração do plano de tratamento para o caso clínico.................................15
 5.1 Avaliação fisioterapêutica................................................................................16
 5.2 Avaliação fisioterapêutica do desenvolvimento motor.....................................17
6. Brincadeiras propostas para o tratamento ......................................................18
 6.1 Conscientização dos pais sobre o desenvolvimento motor normal da criança........................................................................................................................20
7. Conclusão .............................................................................................................22
8. Referencias........................................................................................................... 23
1. INTRODUÇÃO: 
O desenvolvimento humano é um processo contínuo, relacionado à idade, que envolve mudanças sequenciais e complexas. Nesse processo adquire-se grandes e inúmeras habilidades psicomotoras, que evoluem de movimentos simples e desorganizados para habilidades altamente complexas. É essencial reconhecer quais os domínios subjacentes ao desenvolvimento humano, sendo eles o motor, o cognitivo e o socioafetivo. Todos eles interagem entre si e como tal são indissociáveis. Contudo, dependem de fatores do próprio indivíduo, ambientais e da tarefa. Dos fatores individuais, biológicos, pressupõem-se os aspetos morfológicos, índice de maturação, composição corporal e muscular, entre outros indicadores fisiológicos. No que concerne aos fatores ambientais estes congregam o contexto familiar, cultural e social em que a criança se insere. Relativamente aos fatores relacionados com a tarefa, estes referem-se ao conjunto de experiências motoras que o contexto proporciona. As experiências motoras são, numa idade inicial de caráter livre e espontâneas e, posteriormente, mais organizadas e estruturadas.
O processo de desenvolvimento motor divide-se em quatro fases de movimentos: reflexos, rudimentares, fundamentais e especializados. O desenvolvimento motor deve ser promovido desde cedo sendo de particular importância a quantidade, qualidade e diversidade de estímulos motores recebidos pelas crianças. 
Acredita-se que as condições do ambiente poderão favorecer positivamente ou negativamente a aquisição das habilidades motoras. Assim como potencializar os efeitos do risco biológico com ao curso de desenvolvimento motor de uma criança. Um vasto conjunto de variáveis biossociais pode contribuir para a compreensão do desenvolvimento motor na infância, destacando-se: a idade gestacional, peso ao nascer, idade cronológica e o sexo, nível socioeconômico, escolaridade da mãe, dimensão da família, tipo de residência, grau de urbanização, clima, cultura em geral; além da indicação de uma forte ligação entre o desenvolvimento da criança e as oportunidades e condições de prática de atividades físicas e lúdicas, proporcionadas no contexto familiar, escolar e entre o grupo de amigos.
Contudo uma das formas mais eficazes para desenvolver o DNPM de crianças com algum tipo de atraso é o ato de brincar. A criança através da brincadeira explora a sua realidade, estuda o meio em que está inserida discutindo sobre regras e papeis sociais. Portanto, se fazem necessários conscientizar os pais, educadores e sociedade em geral sobre a importância de brincar que deve estar sendo vivenciada na infância, ou seja, de que o brincar faz parte de uma aprendizagem prazerosa não sendo somente lazer, mas sim, um ato de aprendizagem.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Desenvolvimento Motor: evolução e conceitos
O desenvolvimento humano é complexo, desde o nascimento até ao momento da sua morte todas as suas componentes operam conjuntamente e por isso o desenvolvimento motor não pode ser explicado por modelos ou teorias que o descrevem em apenas uma determinada dimensão (Carvalhal & Vasconcelos-Raposo, 2007). 
Até à década 50 do século XX, a pesquisa sobre o desenvolvimento humano foi realizada por psicólogos desenvolvimentistas tais como Arnold Gesell, Myrtle Mcgraw, Mary Shirley, Nancy Bailey, sendo o desenvolvimento motor apenas visto como indicador na compreensão do desenvolvimento cognitivo e social. Após a década de 60, desse mesmo século, a investigação sobre o desenvolvimento motor, como área científica, evoluiu positivamente permitindo o confronto entre concepções previamente definidas pelos psicólogos desenvolvimentistas e os profissionais da área da Educação Física como Anne Espenschade, Ruth Glassow ou G. Lawrence Rarick. Desta forma, o desenvolvimento motor adquiriu um estatuto próprio com áreas de estudos bem definidas e com grande potencial de investigação (Gallahue & Ozmun, 2005).
Todo o ser humano nasce para se movimentar, evoluir e tornar-se autónomo como tal, a aprendizagem motora é contínua e gradual, ganhando competência e controlo, superando os desafios de um mundo em constante evolução (Gallahue & Ozmun, 2005). 
Desde então, foram desenvolvidas teorias para tentar explicar como ocorre este processo e o que influi no mesmo, porém, em número limitado. De uma visão mais tradicional defendida por autores como Gesell (1928) e McGraw (1935), em que o processo de desenvolvimento motor se explicava segundo princípios exclusivamente maturacionais, passamos a uma menos centrada na maturação e mais nos fatores ambientais sendo Gallahue um dos grandes impulsionadores. Esta mudança de 10 paradigma permitiu a realização de estudos em diferentes contextos, que determinaram a importante influência do ambiente e da tarefa no desenvolvimento motor da criança.
O desenvolvimento motor é a modificação, ao nível das habilidades motoras, que ocorre continuamente ao longo da vida de um indivíduo. Estas mudanças que ocorrem na criança podem ser concretas (físicas) e abstratas (cognitivas), de ordem quantitativa (como aumento do peso corporal e estatura) e qualitativa (aquisição e melhoria de competências a que se chama desenvolvimento). A interação dos diferentes tipos de mudanças resulta no desenvolvimento motor da criança.
É essencial reconhecer quais os domínios subjacentes ao desenvolvimento humano, sendo eles o motor, o cognitivo e o socioafetivo. Todos eles interagem entre si e como tal são indissociáveis. Contudo, dependem de fatores do próprio indivíduo, ambientais e da tarefa. Dos fatores individuais, biológicos, pressupõem-se os aspetos morfológicos, índice de maturação, composição corporal e muscular, entre outros indicadores fisiológicos. No que concerne aos fatores ambientaisestes congregam o contexto familiar, cultural e social em que a criança se insere. Relativamente aos fatores relacionados com a tarefa, estes referem-se ao conjunto de experiências motoras que o contexto proporciona. Estas experiências são, numa idade inicial de caráter livre e espontâneas e, posteriormente, mais organizadas e estruturadas.
No entanto, não podemos esquecer que o desenvolvimento motor não ocorre ao mesmo tempo, nem da mesma forma em todas as crianças deste modo. No processo de desenvolvimento motor deveríamos sempre olhar para a individualidade de cada criança. O desenvolvimento motor deve ser promovido desde cedo sendo de particular importância a quantidade, qualidade e diversidade de estímulos motores recebidos pelas crianças.
O desenvolvimento motor se manifesta em três categorias do comportamento motor: os movimentos de locomoção, os manipulativos ou de controlo de objetos e o controlo postural ou estabilizadores. Os movimentos básicos locomotores caracterizam-se pela mudança de posição do corpo relativamente a um ponto fixo. São exemplos, andar, correr, etc. Os movimentos básicos manipulativos são caracterizados pela realização ou recepção de objetos sendo exemplo o lançar, chutar, entre outros, e também pelo uso da mão e pulso para realização de habilidades de motricidade fina como cortar ou costurar. Os movimentos básicos estabilizadores são aqueles que envolvem estabilidade, ou seja, que visam manter o equilíbrio em relação à força gravítica como por exemplo rodopiar, virar, etc.
2.2 Fases de Desenvolvimento Motor
O desenvolvimento motor parece integrar diferentes fases onde, em cada uma delas, são expectáveis alterações comportamentais de acordo com as diferentes faixas etárias. Vários são os investigadores que sugerem a existências das referidas fases atribuindo, ainda, diversos estágios a cada uma delas.
Gallahue e Ozmun (2005) através de uma ampulheta, demonstram quais as fases de desenvolvimento motor e respetivos estágios de desenvolvimento. De acordo com os referidos autores, o processo de desenvolvimento motor divide-se em quatro fases de movimentos: reflexos, rudimentares, fundamentais e especializados onde cada uma delas é resumidamente descrita pelos autores em seguida:
A fase dos movimentos reflexos são movimentos involuntários provocados por estímulos como a luz, o som ou o toque. Esta fase subdivide-se em dois estágios: o estágio de codificação de informações que se inicia ainda dentro do útero e termina por volta dos quatro meses de idade e, o estágio de decodificação de informações, que se inicia aproximadamente aos quatro meses de idade e finda perto do primeiro ano de vida. O estágio de decodificação de informações, que se inicia aproximadamente aos quatro meses de idade e finda perto do primeiro ano de vida.
A fase dos movimentos rudimentares onde é assegurada a transição entre os movimentos involuntários e o aparecimento de padrões de movimentos fundamentais. Estes são os primeiros movimentos voluntários do bebé que se caracterizam pelo seu aparecimento sequencial previsível, onde a maturação é determinante, mas onde os fatores biológicos, ambientais e da tarefa podem influir. Os movimentos rudimentares incluem movimentos estabilizadores (controlo da cabeça, pescoço e tronco, sentar-se, manter-se em pé, etc.), locomotores (rastejar; gatinhar, etc.) e manipulativos (alcançar, segurar, largar, etc.).
Esta fase divide-se em dois estágios: o estágio de inibição de reflexos que se inicia desde o nascimento até ao primeiro ano de vida e o estágio de pré-controlo que ocorre entre o primeiro e segundo ano de vida. O estágio de inibição reflexa caracteriza-se pela inibição progressiva dos reflexos até que sejam substituídos por movimentos voluntários mesmo que ainda descontrolados. O estágio de pré controlo é caracterizado pela aprendizagem do equilíbrio, manipulação de objetos e ainda da locomoção pelo espaço envolvente. Esta fase é também caracterizada pelo rápido desenvolvimento cognitivo e motor que em parte, pode dever-se ao processo maturacional.
A fase dos movimentos fundamentais que corresponde ao período de exploração do corpo. As crianças reagem aos diversos estímulos de forma mais controlada e precisa e por isso, os movimentos estabilizadores, locomotores e manipulativos são individualmente aprimorados e só depois combinados. Os movimentos estabilizadores englobam movimentos de equilíbrio dinâmico como caminhar em diferentes trajetórias ou realizar um rolamento para a frente; de equilíbrio estático como colocar-se, manter-se ou equilibrar-se com um pé e posturas que abranjam inclinações e rotações. Os movimentos locomotores englobam habilidades como corrida, os diversos saltos, galope, entre outros e, por fim, os movimentos manipulativos abarcam o lançar, receber, rebater, pontapear, entre outros.
Gallahue e Ozmun (2005) referem, ao contrário de outros, que o desenvolvimento destas habilidades motoras depende não só da maturação, mas também de fatores ambientais como as oportunidades para a prática. Esta fase divide-se, em três estágios: O estágio inicial que decorre entre os dois e os três anos de idade e se caracteriza pelas primeiras tentativas da criança na realização das habilidades motoras fundamentais. O estágio elementar que se inicia por volta dos quatro e termina perto dos cinco anos de idade e é caracterizado pela melhoria do controlo e coordenação motora na execução das diversas habilidades. Os movimentos são ainda limitados ou exagerados havendo margem para progredir, contudo, muitas crianças e adultos não ultrapassam este estágio. O estágio maduro decorre entre os seis e os sete anos de idade e é caracterizado por habilidades motoras coordenadas, controladas e eficazes.
A última fase corresponde à fase dos movimentos especializados que resulta da combinação das habilidades motoras fundamentais em diversos desempenhos motores 15 do dia-a-dia, de lazer ou ainda ao nível desportivo. Os movimentos estabilizadores, locomotores e manipulativos vão sendo aperfeiçoados de acordo com a exigência das situações. Esta fase divide-se em três estágios: o estágio transitório que decorre entre os 7 e os 10 anos de idade e se caracteriza pela utilização das habilidades motoras fundamentais em atividades de lazer e desportivas, agora mais precisas e controladas. 
 O estágio de aplicação que se inicia por volta dos onze e termina pelos treze anos de idade e é caracterizado pelo crescente desenvolvimento cognitivo que, aliado a uma experiência motora permite à criança tomar decisões quanto à sua prática desportiva. O estágio de utilização permanente inicia-se por volta dos catorze anos e prolonga-se ao longo da vida. Este é considerado o culminar do processo de desenvolvimento motor, onde as crianças utilizam todo o reportório motor adquirido nos estágios e fases anteriores nas suas atividades desportivas no decorrer da sua vida.
Um desenvolvimento inadequado das habilidades motoras fundamentais pode levar à frustração das crianças por não experienciarem o sucesso e a alegria inerente a uma atividade desportiva. Estas habilidades motoras fundamentais podem ser aprendidas mais tarde, no entanto a janela de oportunidade, o pico da aprendizagem já foi ultrapassado e por isso será mais difícil dominar determinada competência. Este inadequado desenvolvimento pode ainda relacionar-se com aprendizagens erradas, vergonha na realização das atividades e ainda o medo de se aleijar ou da troça dos colegas (Gallahue, 2002).
2.3 Fatores de risco para o desenvolvimento infantil
Nos últimos anos verifica-se um aumento nas pesquisas relacionadas às alterações do desenvolvimento, principalmente sobre desordens motoras que estão associadas a múltiplos fatores de ordem biológicas ou ambientais.
Acredita-se que as condições do ambiente poderão favorecer positivamente ou negativamente a aquisição das habilidades motoras. Assim como potencializar os efeitos do risco biológico com ao curso de desenvolvimento motor de uma criança.
A uma gama de estudos sobre a interação entre fatoresde risco biológicos e ambientais ao desenvolvimento infantil, que alegam que juntos tais fatores modificam e potencializam suas influências trazendo consequências negativas para o desenvolvimento.
Para Saraiva e Barreiros um vasto conjunto de variáveis biossociais pode contribuir para a compreensão do desenvolvimento motor na infância, destacando-se: a idade gestacional, peso ao nascer, idade cronológica e o sexo, nível socioeconômico, escolaridade da mãe, dimensão da família, tipo de residência, grau de urbanização, clima, cultura em geral; além da indicação de uma forte ligação entre o desenvolvimento da criança e as oportunidades e condições de prática de atividades físicas e lúdicas, proporcionadas no contexto familiar, escolar e entre o grupo de amigos.
Sendo assim o desenvolvimento e crescimento humano podem ser afetados por diversos fatores e/ou condições. Este comprometimento pode ocorrer tanto no período pré quanto pós-natal e são oriundos de fatores internos e externos. Entre os fatores internos estão as influências genéticas e as condições maternais do ambiente pré-natal. Já entre os fatores externos, a alimentação, o álcool, o tabagismo e as drogas ganham destaque, pois se sabe que, embora o feto esteja protegido pela placenta, certas substâncias podem penetrá-la e causar reações negativas como deformidades físicas e disfunções comportamentais (GABBARD, 2000).
Um agente causador de deformidades físicas ou, até mesmo, a morte de um feto é denominada teratógeno (GABBARD, 2000). Teratógenos são quaisquer substâncias que possam fazer o bebê desenvolver-se de maneira anormal. Entre os fatores teratogênicos estão, as drogas e medicações, as doenças maternas e a nutrição. O desenvolvimento e crescimento humano podem, também, serem afetados por fatores chamados erros genéticos. Entre estes estão a desordem cromossômica, desordem cromossômica sexual e a desordem genética.
A idade da mãe apresenta uma estreita relação com o desenvolvimento humano no que diz respeito ao processo de parto e bem-estar geral da criança. De acordo com GABBARD (2000), mulheres acima dos 35 anos apresentam um risco maior de darem à luz a crianças com Síndrome de Down (um cromossoma extra no par 21, fazendo com que o zigoto tenha quarenta e sete cromossomos) ou crianças com problemas para desenvolver suas habilidades motoras finas. Isto pode estar relacionado com os órgãos reprodutores, uma vez que estes possam estar afetados pela ação de envelhecimento ou pela exposição a agentes químicos danosos, drogas e outros fatores. Já para mulheres abaixo dos 18, o sistema reprodutivo pode não estar suficientemente maduro e o cuidado pré-natal, geralmente é pobre. Isto implica em partos longos e prematuros e os bebês, na maioria das vezes, nascem abaixo do peso normal.
Com relação aos fatores externos, GABBARD (2000) e GALLAHUE & OZMUN (2001), consideram que as infecções e doenças bem como as drogas e as substâncias químicas como os fatores mais prejudiciais ao desenvolvimento. Entre as infecções e doenças estão a citomegalovírus (que pode causar o nascimento de um feto morto, aborto, baixo peso e irregularidade no sistema nervoso), microcefalia (cabeça excessivamente pequena, e baço e fígado maiores que o normal), diabetes (que aumentam em 50% a probabilidade de morte do feto), sífilis (que ataca o sistema nervoso do feto).
Com relação a drogas e substâncias químicas GABBARD (2000) e GALLAHUE & OZMUN (2001), destacam o fumo e o álcool como os maiores agentes externos causadores de deformidades no feto. Com relação ao cigarro, estes autores explicam mães que fumam apresentam um alto grau de bebês com nascimento prematuro e de baixo peso ao nascer. Além disso, o uso do cigarro pode causar ao feto problemas de memória e aprendizado mais tarde (pós-natal), aborto, má formação do coração e outros órgãos e um aumentado risco de defeitos ao nascimento.
No entanto os fatores de risco são de difícil identificação em apenas um determinado momento, estando na maior parte das vezes interligados, e quando a suspeita de atraso no desenvolvimento ocorre é difícil diagnosticar com certeza qual o fator responsável pela alteração presente e em que tempo este fator ocorreu. 
2.4 Prematuridade como fator de risco no desenvolvimento motor
A prematuridade tem sido, há anos, um grande desafio no atendimento em neonatologia, afetando o desenvolvimento e crescimento dos bebês, fazendo com que esses bebês manifestem deficiências na área em que começaria a assumir funções normais à idade. São chamados, então, de alto risco, nascidos antes das 37 semanas de gestação, pré-termo e com baixo peso, mais especificamente menor ou igual a 1,500 g.
Além de o Sistema Nervoso não estar em perfeita harmonia, os prematuros apresentam tecido adiposo reduzido, tônus musculares diminuídos, a cabeça é relativamente grande em relação ao tórax, caixa torácica deficiente e abdômen distendido. Funcionalmente, apresentam maior probabilidade para o desenvolvimento tardio da icterícia fisiológica, funções digestivas e urinárias deficientes, rins menos eficientes, hipoglicemia, função respiratória prejudicada, incapacidade de manutenção da temperatura corpórea, níveis baixos dos fatores de coagulação, maior fragilidade capilar e armazenamento inadequado de minerais e vitaminas. Essas condições, na maioria das vezes, estão associadas também à hidrocefalia, microcefalia, às anormalidades cromossômicas, ao nascimento múltiplo, à lesão do plexo braquial e às doenças metabólicas. Com o atraso da maturação do Sistema Nervoso e do processo de mielinização, têm-se as complicações neurológicas.
As complicações chamadas maiores são: paralisia cerebral, retardo mental e deficiências neurossensoriais auditivas e visuais. Ainda são encontradas as deficiências menores que incidem em maior número na população de prematuros. Outras anormalidades frequentes nos primeiros dois anos de vida quanto ao desenvolvimento neurológico são: baixos escores nos testes de desenvolvimento, cegueira, surdez, distonia transitória, dificuldades alimentares e o atraso no desenvolvimento da linguagem (MARLOW, 2004).
Com o intuito de evitá-las, o tratamento especializado, através da estimulação precoce, torna-se necessário para normalizar os tônus e permitir que a criança possa experimentar movimentos e posturas normais desde o nascimento, favorecendo o desenvolvimento mais perto possível do normal a esses recém-nascidos. Segundo Hallal (2008), a estimulação precoce visa possibilitar ao indivíduo desenvolver-se em todo o seu potencial. Quanto mais imediata for a intervenção, preferencialmente antes dos 3 anos de idade, maiores as chances de prevenir e/ou minimizar a instalação de padrões posturais e movimentos anormais. A estimulação precoce busca devolver aos bebês seu perfeito desenvolvimento, e/ou condição mais próxima do normal, através de condutas específicas, após uma Minuciosa avaliação, identificando os possíveis distúrbios e traçando um plano de tratamento adequado a cada paciente.
3. Desenvolvimento biopsicossocial e cognitivo na segunda infância (3-6 anos)
Tendo em vista o caso clinico apresentado anteriormente, vamos falar um pouco mais sobre como é esperado que prossiga o desenvolvimento biopsicossocial e cognitivo na segunda infância (3-6 anos).
3.1 O desenvolvimento biopsicossocial na faixa etária de 3 a 6 anos de idade:
Nos dois primeiros anos de vida, ocorrem significativas mudanças nos mais variados aspectos biológicos, psicológicos, sociais, motores e cognitivos das crianças. Entre os três e seis anos, temos o período marcado por novas habilidades que vão sendo adquirida enquanto outras são aprimoradas. 
As crianças crescem rapidamente entre os 3 e 6 anos de idade, mas num ritmo diferente. Com aproximadamente 3 anos, as crianças normalmente começam a perder a forma roliça característica dos bebês e assumem a aparência mais esguia e atlética da infância. À medida que os músculos abdominais se desenvolvem, a barriga grande da criança entre 1 e 3 anos se fortalece. O tronco, os braços e as pernasficam mais longos. A cabeça ainda é relativamente grande, mas as outras partes do corpo continuam a se amoldar à medida que as proporções corporais se tornam gradualmente mais similares às de um adulto.
Além das características de crescimento evidenciadas acima, outras transformações biológicas se dão por meio do desenvolvimento muscular e esquelético e fortalecendo essas estruturas. O cérebro se torna mais maduro, ampliando as capacidades do sistema nervoso, respiratório, imunológico, circulatório e das habilidades motoras. Dos 3 aos 6 anos de idade, as áreas de maior crescimento do cérebro são as frontais, responsáveis pelo planejamento e organização de ações (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Quanto ao desenvolvimento social, a criança deve encontrar tanto no ambiente familiar quanto nos espaços educacionais uma estrutura que atenda duas necessidades. A organização temporal e espacial na educação infantil deve ser pensada com base na indissociabilidade das ações cuidadoras e educativas.
3.2 O desenvolvimento cognitivo de crianças de 3 a 6 anos
O desenvolvimento cognitivo das crianças na segunda infância foi objeto de estudo de muitos pesquisadores e psicólogos. Uma importante contribuição acerca dessa fase se deu por meio das investigações de Jean Piaget, que dividiu o desenvolvimento infantil em etapas. A que compreende essa fase é denominada de estágio pré-operatório, que compreende o desenvolvimento em que há uma expansão da capacidade do pensamento simbólico, mas as crianças ainda não estão suficientemente desenvolvidas para realizar operações usando a lógica (PAPALIA; FELDMAN, 2013).
Para identificar os avanços cognitivos e atrasos referentes à faixa etária de 3 a 6 anos devemos observar as seguintes informações a seguir:
Os Avanços cognitivos esperados são:
Uso de símbolos: As crianças não precisam estar em contato sensório-motor com um objeto, pessoa ou evento para pensar neles. As crianças podem imaginar que objetos ou pessoas têm outras propriedades além das que elas realmente têm.
Compreensão de identidades: As crianças têm consciência de que alterações superficiais não mudam a natureza das coisas.
Entendimento de causa e efeito: As crianças percebem que os acontecimentos têm causas.
Capacidade de classificar: As crianças organizam objetos, pessoas e eventos em categorias significativas.
Compreensão de números: As crianças sabem contar e lidar com quantidades. 
As crianças sabem contar e lidar com quantidades: As crianças se tornam mais capazes de imaginar como os outros podem se sentir.
Teoria da mente: As crianças se tornam mais conscientes da atividade mental e do funcionamento da mente.
Aspectos imaturos do pensamento pré-operatório:
Centração: incapacidade para descentrar: As crianças se concentram em um aspecto de uma situação e negligenciam outros.
Irreversibilidade: As crianças não entendem que algumas operações ou ações podem ser revertidas, restaurando a situação original.
Foco nos estados mais do que nas transformações: As crianças não entendem a importância da transformação entre estados.
Raciocínio transdutivo: As crianças não usam raciocínio dedutivo ou indutivo; em vez disso, elas pulam de um detalhe para outro e veem uma causa onde não existe nenhuma.
Egocentrismo: As crianças presumem que todas as pessoas pensam, percebem e sentem do mesmo jeito que elas.
Animismo: As crianças atribuem vida a objetos inanimados.
Incapacidade de distinguir a aparência da realidade: Elas confundem o que é real com a aparência externa.
3.3 O desenvolvimento motor de crianças entre 3 e 6 anos
Devido ao desenvolvimento do córtex cerebral, responsável pelas áreas sensoriais e motoras, as crianças, nesse período de vida, passam a ter uma melhor coordenação entre o que planejam e o que são capazes de fazer. Há avanço nas habilidades motoras grossas, que envolvem músculos maiores no corpo, tornando-as capazes de correr, saltar, pular, escalar, já que os músculos e ossos estão mais fortalecidos, assim como o pulmão, ampliando as capacidades respiratórias (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Quanto às habilidades motoras finas, que requerem o movimento de peque-nos músculos e que envolvem a coordenação de olhos e mãos e dos músculos pequenos, permitem que as crianças consigam, por exemplo, abotoar uma camisa e desenhar imagens.
Aquisição de destrezas motoras no período de 4-5 anos
· Descer escadas com desenvoltura e sem apoio, colocando um pé em cada degrau.
· Correr mancando (cinco pulos, aproximadamente).
· Saltar entre 60 e 80 cm de distância.
· Maior controle para começar a correr, parar e girar.
· Copiar um quadrado.
· Cortar uma linha com tesouras.
· Dobrar papel, usar punção para furar, colorir formas simples.
· Utilizar garfo para comer. Vestir-se sem ajuda
Sendo assim observamos que, a cada período, novas habilidades vão sendo adquiridas e aprimoradas, desde que a criança tenha estímulo, ambientes apropriados e incentivo em autonomia para executar ações que já é capaz de realizar sem o auxílio de um adulto. Outro aspecto a ser abordado sobre o desenvolvimento motor diz respeito às relações simbólicas do esquema corporal. Esse conceito se refere à representação que temos de nosso corpo, como enxergamos nossas possibilidades de movimentos, ações e limitações. Trata-se de uma representação complexa que se constrói a partir de nossas experiências corporais.
Assim, para desenvolver essa representação de esquema corporal evidenciado nos exemplos anteriores, temos de passar por um extenso processo de tentativas (COLL; MARCHESI; PALACIOS, 2004), ajustando nossas ações corporais por meio de estímulos ambientais e de acordo com nossos objetivos para cada uma dessas ações. Assim, ocorrem as aprendizagens e ajustes que vão sendo acrescentados às nossas experiências.
4. Jogos e Brincadeiras e o Desenvolvimento Motor na Educação Infantil.
A criança através da brincadeira explora a sua realidade, estuda o meio em que está inserida discutindo sobre regras e papeis sociais. Ensinar a criança, por meio da brincadeira, a aprender e a conhecer a fazer, favorece o desenvolvimento da curiosidade, da autonomia, da linguagem e do pensamento (TEIXEIRA, VOLPINI 2014).
É por meio do brincar que a criança pode reproduzir o seu cotidiano, num mundo de fantasia e imaginação. A realização de brincar possibilita o processo de aprendizagem da criança, pois facilita a construção da reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo, desta forma, uma relação estreita entre jogo e aprendizagem (ANTUNIS, 2003). A brincadeira é algo cotidiano para as crianças, onde se sentem felizes, sentem prazer, desenvolvem sua imaginação, assumem outros papéis sociais. É através do brincar que a criança explora, experimenta, cria, conhece seu próprio corpo, descobre seus limites, interage com outras crianças, desenvolvem capacidades, habilidades. Brincando e jogando em atividades que exigem movimentação corporal, a criança desenvolverá os seus aspectos cognitivos, sociais, afetivos e, também poderá ser levada a entender que esses movimentos têm significados, pois se manifestam com o objetivo de expressão e comunicação (BATISTA,2003).
O jogo e as brincadeiras são aspectos fundamentais no desenvolvimento motor das crianças. Ao jogar, a criança, estimula a curiosidade e aprende a ter confiança. Aprende a conviver em grupo e a lidar com frustrações, aperfeiçoa a concentração e a atenção no que está a passar à sua volta. Brincar é fundamental para a saúde física, emocional e intelectual da criança.
Portanto, se fazem necessários conscientizar os pais, educadores e sociedade em geral sobre a importância de brincar que deve estar sendo vivenciada na infância, ou seja, de que o brincar faz parte de uma aprendizagem prazerosa não sendo somente lazer, mas sim, um ato de aprendizagem.
4.1 Brincadeiras e os esquemas corporais 
Quando a criança começar a andar de forma independente, pode-se estimular suas habilidades psicomotoras, de acordo com sua faixa etária, com músicas, cordas, bolas, encaixes e outros recursos que estimulem o desenvolvimento dos pilaresda psicomotricidade.
Para estimular o esquema corporal, podem ser realizadas atividades de preensão e manipulação. No início com objetos grandes, com as duas mãos, para depois evoluir para objetos pequenos e atividades uni manuais que estimulam o desenvolvimento da dominância manual. Nesta fase, ocorre o uso de jogos de encaixe, bolas, carrinhos, massa de modelar, argila, tinta, atividades de reconhecimento e construção da forma corporal com desenhos livres ou direcionados.
Para estimular a estruturação espacial e a lateralidade deve-se promover uma organização funcional da noção corporal. Isto é, lançar mãos de recursos que incentivem habilidades de senso direcional e de lateralidade simultaneamente. Para estes pilares é importante: 
• promover noções de situações (dentro, fora, longe e perto) durante atividades como: amarelinha ou coelho sai da toca ou passar o anel; 
• desenvolver noções de tamanho (grosso, fino, pequeno, médio, grande) ao trabalhar com objetos de diferentes tamanhos (bolas, carrinhos, bonecas) e ensinar a organização “do maior para o menor”, “do fino para o grosso” e “vice-versa”. 
• incentivar o reconhecimento de formas (círculo, quadrado, triângulo), de quantidades (cheio, vazio, pouco, muito), de superfícies e de volumes;
 • trabalhar a vivência e a identificação dos posicionamentos corporais (em pé, deitado, sentado, agachado) e dos movimentos (levantar, abaixar, subir, descer, entre outros), como nas brincadeiras de estátua, imitar o outro e morto e vivo; 
• provocar o senso de direção em atividades de andar em fila, virar para a esquerda e para a direita, entre outras; 
• estimular a integração dos dois lados do corpo por meio de habilidades bi manuais, como ao colocar contas em um fio e confeccionar artesanatos. E a identificação de cada lado ao priorizar a atenção lateral em brincadeiras como: passar o anel apenas pelo lado direito e depois pelo lado esquerdo.
Para estimular a estruturação temporal propõem-se atividades que tenham início, meio e fim, como a construção de histórias e a montagem de uma peça de teatro (ordem cronológica dos acontecimentos), e que envolvam ritmo e velocidade de movimentos, como as atividades musicais (dança das cadeiras e estátua) e as competições (corridas e saltos em altura).
Ressalta-se que a conduta lúdica e afetiva do educador, independente da faixa etária da criança deve reforçar os pontos positivos do aprendizado e promover sempre atividades inovadoras e desafiadoras. Tal metodologia de ação estimula a ocorrência do desenvolvimento neuropsicomotor infantil.
5. Elaboração do plano de tratamento para o caso clínico.
Sendo assim depois de uma abordagem teórica sobre o desenvolvimento motor infantil, taremos a seguir a prescrição de um tratamento fisioterapêutico diante do seguinte caso descrito a baixo: 
Uma criança de 4 anos de idade cronológica, nascida prematura de 31 semanas gestacionais. Apresenta queixas de quedas frequentes por falta de atenção e déficit equilíbrio, fraqueza muscular em membros inferiores para brincar e subir escadas nos parques infantis, além de corrida imatura (sem uso de braços e dissociação de cinturas).
Com base no caso descrito anteriormente a fisioterapia tem o papel fundamental de dar oportunidade para a criança se desenvolver normalmente, ajudando na sua organização global, ou seja, diagnosticar alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, orientar os pais, humanizar o ambiente, proporcionar melhor qualidade de postura evitando os padrões anormais, possibilitando movimento e a percepção adequada à idade gestacional, organizar o sono, facilitar a percepção global, normalizar o tônus, prevenir deformidades e contraturas, reduzir o stress do ambiente, tornar curto o tempo de internamento e oferecer tratamento especializado em bebê com anormalidade neurológica.
O tratamento deve ser orientado aos pais e deve-se buscar um acompanhamento paralelo à equipe multidisciplinar, de forma que se intensifique, respeitando os limites da criança, fazendo com que ele adquira à poucos independência nas suas atividades diárias.
5.1 Avaliação fisioterapêutica
A avaliação fisioterapêutica deve ser realizada primeiramente com a anamnese que será constituída por um conjunto de informações sobre os pais e sobre a criança, realizando assim uma avalição inicial que não consiste somente nas queixas apresentadas pelos pais, mas também uma avaliação da situação socioeconômica da família, núcleo familiar, rotina da criança e etc.
Sendo assim a seguir será apresentado um exemplo de anamnese que pode ser usada neste caso: 
1. Nome da Criança; 
2. Idade e data de nascimento; 
3. Idade gestacional (prematuro ou não); 
4. Sexo;
5. Tipo de parto (normal ou cesárea); 
6. História da gestação (complicações) e perinatal (complicações durante o parto); 
7. Aleitamento materno exclusivo (sim ou não/ quanto tempo de AME). Qual alimentação atual da criança (AME, fórmula, alimentação sólida); 
8. Idade da mãe e do pai ao nascimento; 
9. Características ambientais: espaço interno e externo da casa, estrutura familiar (pais juntos ou separados), nível socioeconômico familiar, grau de escolaridade dos pais, outras crianças e adultos no domicílio, rotinas e atividades diárias da criança, quantidade e qualidade de brinquedos e acesso aos brinquedos; 
10. Conhecimento dos pais sobre o desenvolvimento infantil;
11. O que é esperado para o desenvolvimento motor amplo e fino para a faixa etária da criança avaliada? 
12. Reflexos primitivos e reações posturais esperadas para idade da criança; 
13. Qual o estágio do desenvolvimento motor amplo que a criança avaliada se encontra para: - Habilidades de Estabilização: Controle cervical, controle de tronco, sentar-se sozinho e ficar em pé sozinho.
 - Habilidades de Locomoção: Rastejar, engatinhar e caminhar com apoio ou sem apoio. Mais tarde, correr, saltar, pular... 
- Habilidades de Manipulação: Alcança, pega/agarra, solta o objeto. Mais tarde (após caminhar independente): Arremessar/lançar, bater/rebater, receber, chutar/quicar.
14.Desenvolvimento motor amplo da criança avaliada está adequado para sua faixa etária? 
5.2 Avaliação fisioterapêutica do desenvolvimento motor
Para a avaliação do desenvolvimento motor da criança apresentada no caso clinico será utilizada as seguintes escalas:
Denver Developmental Screening Test – Second Edition (teste de triagem Denver-II).
O teste de triagem de Denver foi desenvolvido e publicado em 1967 por Frankenburg e Dodds e revisado em 1990, passando a ser denominado teste de triagem Denver-II. Esse instrumento de fácil e rápida aplicação (25 minutos, em média) é considerado adequado para avaliar o desenvolvimento global de crianças de 0 a 6 anos de idade, incluindo crianças pré-termo. 
Seus 125 itens são subdivididos em quatro áreas: motricidade ampla (32 itens), motricidade fina (29 itens), comportamento pessoal-social (25 itens) e linguagem (29 itens). Os quais são registrados tanto por meio de observação direta e interação com a criança como a partir do relato do cuidador sobre a realização das atividades.
A aplicação do Denver-II exige treinamento simples, e o teste contém um kit com materiais acessíveis, como pompom vermelho, uvas-passas, chocalho, caneca de plástico, dentre outros. Para determinar os itens que deverão ser avaliados o examinador traça no formulário de registro uma linha vertical sobre a idade da criança que irá atravessar as quatro áreas/domínios do teste. O desempenho da criança recebe a seguinte classificação:
• “Passa”: a criança consegue executar a tarefa. 
• “Falha”: a criança não consegue realizar a tarefa. 
• “Recusa”: a criança não quer executar a tarefa. 
• “Não houve oportunidade”: a criança não esteve a oportunidade de executar a tarefa em virtude das restrições dos cuidadores ou por outros motivos.
Caso a criança apresente dois ou mais itens de falha (com atrasos) no teste, há a suspeita de atraso de desenvolvimento. De acordo com a interpretação final do Denver-II, a criança pode ser classificada como “Normal”, “De risco” ou“Não testável”.
Ages and Stages Questionnaire – 3a edição (ASQ-3)
Criado por Briecker et al. em 1997 nos EUA com o objetivo de avaliar o desenvolvimento global na primeira infância o ASQ-3 consiste em uma entrevista realizada com pais ou cuidadores sobre o desenvolvimento de seus filhos e é de fácil e rápida administração. Trata-se de um dos instrumentos de triagem do desenvolvimento mais utilizados em todo o mundo, tendo sido traduzido e validado para pelo menos nove línguas, dentre as quais espanhol, norueguês, chinês e, recentemente, para o português brasileiro.
A versão norte-americana da terceira edição do ASQ-3 apresenta 21 questionários que abrangem a faixa etária de 4 a 66 meses. Já a versão brasileira (ASQ-3BR), que passou por adaptação transcultural e validação para o português, tem somente 18 questionários que avaliam o desenvolvimento de crianças de 6 a 60 meses de idade. O ASQ-3BR apresenta propriedades psicométricas adequadas para uso na prática clínica e em pesquisa, obtendo elevados valores de confiabilidade teste-reteste, validade concorrente, especificidade e sensibilidade.
Cada questionário do ASQ-3 contém 30 itens divididos em cinco domínios do desenvolvimento: comunicação, coordenação motora ampla, coordenação motora fina, resolução de problemas e pessoal-social. Cada item dispõe de três alternativas de resposta: “sim” (10 pontos), “às vezes” (5 pontos) ou “não” (0 pontos), e a soma das respostas dos pais fornece a pontuação final para cada área do desenvolvimento. Esse escore é transferido para uma tabela que leva em consideração a idade da criança. Apesar da tradução e validação do instrumento, ainda não foram estabelecidos os pontos de corte para a classificação do desenvolvimento da criança brasileira, sendo ainda utilizados os critérios norte-americanos. Assim, em cada domínio do desenvolvimento a criança é classificada em abaixo da média, na média e acima da média, seguindo a normatização do ASQ-3 para crianças norte-americanas.
6. Brincadeiras propostas para o tratamento 
ARREMESSO: 
OBJETIVOS: Trabalhar a coordenação visual, motora, potência e agilidade dos alunos. De forma individual, cada um terá três oportunidades de arremessar uma bolinha de plástico em um balde, sendo classificados pelo contexto utilizado para arremessar a bola.
Adequado: Arremessar a bola sem compensar, sem apoio e acertar o alvo.
Parcial: Arremessar a bola necessitando de apoio manual e acertar o alvo.
Inadequado: arremessar a bola apoiando em algo fixo e não acertar o alvo.
JOGO DO CAMINHO (linha)
OBJETIVOS: Trabalhar a coordenação motora grossa e o equilíbrio dinâmico. Será feita da seguinte forma: Colocaremos uma fita adesiva no chão em formato de uma linha reta com 2m de comprimento.
Adequado: Andar pela linha com um pé atrás do outro sem pisar fora da linha.
Parcial: Andar sobre a linha, mas desequilibrar e pisar fora.
Inadequado: Não andar sobre a linha ou chegar a cair.
CORRER ENTRE CONES
OBJETIVO: Estimular a coordenação múltipla dos membros, velocidade e equilíbrio dinâmico. Serão utilizados cones de garrafas, com distâncias de 40 cm entre um e outro, posicionados em linha reta.
Adequado: Passar entre os cones correndo sem tropeçar.
Parcial: passar entre os cones e diminuir a velocidade e perder o equilíbrio.
Inadequado: Passar devagar entre os cones e mesmo assim demonstrar desequilíbrio.
BOLICHE
OBJETIVO: Aprimorar a coordenação, direcionamento, força e equilíbrio. Foi utilizada uma bolinha e cinco garrafas (sendo o alvo) em uma distância de 1 metro. As crianças tiveram que lançar a bola e derrubar o alvo.
Adequado: arremessar a bola em direção ao alvo e derrubar todas as garrafinhas.
Parcial: arremessar a bola e direção ao alvo e derrubar metade das garrafinhas.
Inadequado: Arremessar a bola em direção ao alvo e não derrubar nenhuma garrafinha.
COLOCAR A QUANTIDADE CERTA DE PAPEL NO POTINHO
Objetivo: trabalha a coordenação motora fina (ao trabalhar com movimentos precisos e pinçados com a mão), organização espacial e temporal) e cognição.
6.1 Conscientização dos pais sobre o desenvolvimento motor normal da criança
Entende-se por desenvolvimento o processo de mudanças complexas e interligadas das quais participam todos os aspectos de crescimento e maturação relacionados ao lactente. Nesse contexto é de fundamental importância que os pais e cuidadores tenham o conhecimento das etapas do desenvolvimento motor normal no primeiro ano de vida das crianças, com objetivo de acompanhar, estimular e perceber precocemente qualquer alteração. É necessário que saibam que as etapas de evolução motora não são estáticas e a sequência das aquisições motoras são interligadas podendo melhorar e adequar a qualidade da movimentação que a criança já possui (BARRETO; CARVALHO, 2001).
A família deve estimular a criança a encontrar sua identidade pessoal, com isso estabelecer seu relacionamento e sua personalidade em relação ao mundo. Ainda no mesmo contexto, “o ambiente deve favorecer o desenvolvimento de competência”, ser rico e estimulante, favorecendo a sensação de segurança, confiança e ao mesmo tempo, trazer oportunidades de contato social e privacidade.
É necessário destacar a importância do conhecimento da família para as etapas do desenvolvimento motor normal dos primeiros anos de vida da criança, pois nesse período ocorrerão alterações constantes com o lactente. Os pais ou cuidadores precisam estar atentos para identificar respostas a estímulos que podem ou não ser normais para cada idade.
Deste modo o profissional fisioterapeuta tem como um dos principais objetivos orientar os pais e família sobre o desenvolvimento motor da criança e a sua importância para a vida desta.
Sendo assim seguem a seguir algumas orientações que podem ser fornecidas aos pais e família: 
Dicas para interação de pais e crianças:
– Deixar a criança explorar livremente o brinquedo. 
– Sugerir, estimular, explicar a brincadeira ou forma de brincar, sempre respeitando a fase do brincar
 – Antecipar, em dez minutos, à criança que a brincadeira irá acabar, pois a criança vive o presente, sendo difícil compreender o futuro sem prévias. 
– Sentar-se ao lado, ou no chão, e estimular a criança a brincar.
A criança com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor apresenta, entre possíveis outras, dificuldade em seus movimentos, o que prejudica a exploração do ambiente, a manipulação dos brinquedos e/ou dos objetos, assim como a interação com as pessoas (TEIXEIRA et al., 2003). Todavia, os pais podem ajudar a criança a utilizar suas habilidades, sejam elas quais forem não importando a severidade de sua limitação, pois qualquer criança possui capacidade de aprender enquanto brinca.
Os pais podem facilitar o brincar da criança adotando algumas estratégias, tais como:
– Usar frases curtas.
 – Escolher brinquedos que estejam no nível de desenvolvimento da criança e que sejam de o tamanho correto para a criança segurar.
 – Permitir que a criança escolha o seu brinquedo. 
– Ter consciência do nível de tolerância e de habilidade da criança para concentrar-se. 
– Oferecer ajuda somente quando necessário. 
– Observar se a criança está posicionada com uma base segura e a estabilidade necessária para a fixação do braço e punho, consequentemente, para melhor exploração do brinquedo com as mãos.
O desenvolvimento de todo bebê é mediado e estimulado a partir da interação com as pessoas mais próximas a ele. Estimular o desenvolvimento da criança é papel natural da família, que a 166 ensina a explorar objetos, a falar, a andar e a interagir socialmente. Uma vez estabelecido o diagnóstico de atraso do Desenvolvimento Neuropsicomotor, profissionais de saúde vão se juntar aos familiares nesta estimulação ajudando a enriquecê-la (BRAGA et al., 2005; PRIGATANO; GRAY, 2007; ANDERSON et al., 2001).
Estudos comprovam que o contato próximo com os pais tem influência significativa no desenvolvimento cerebral. A interação positiva pais/ criança se correlaciona com ganhos neurológicos e comportamentais da criança. O acolhimento, apoio à família ea criação de grupos de pais ajudam a lidar com as emoções e fortalecer interações.
Nesse contexto, é evidente que o apoio a ser ofertado às famílias passa pela intervenção psicológica, voltada aos cuidadores principais, para promover a aderência à estimulação precoce da criança, bem como para dar suporte à elaboração parental sobre as representações simbólicas em relação ao filho com alterações do DNPM, trabalhando possíveis negações e enfatizando os potenciais de desenvolvimento, uma vez que atrasos podem ser prevenidos ou atenuados pela estimulação precoce.
7. CONCLUSÃO
Com este trabalho podemos concluir que o desenvolvimento motor é a modificação, ao nível das habilidades motoras, que ocorre continuamente ao longo da vida de um indivíduo. Estas mudanças que ocorrem na criança podem ser concretas (físicas) e abstratas (cognitivas), de ordem quantitativa (como aumento do peso corporal e estatura) e qualitativa (aquisição e melhoria de competências a que se chama desenvolvimento). A interação dos diferentes tipos de mudanças resulta no desenvolvimento motor da criança. No entanto, não podemos esquecer que o desenvolvimento motor não ocorre ao mesmo tempo, nem da mesma forma em todas as crianças deste modo no processo de desenvolvimento motor deveríamos sempre olhar para a individualidade de cada criança. O desenvolvimento motor deve ser promovido desde cedo sendo de particular importância a quantidade, qualidade e diversidade de estímulos motores recebidos pelas crianças.
De acordo com os referidos autores, o processo de desenvolvimento motor divide-se em quatro fases de movimentos: reflexos, rudimentares, fundamentais e especializados. O desenvolvimento e crescimento humano podem ser afetados por diversos fatores e/ou condições tais como: a idade gestacional, peso ao nascer, idade cronológica e o sexo, nível socioeconômico, escolaridade da mãe, dimensão da família, tipo de residência, grau de urbanização, clima, cultura em geral; além da indicação de uma forte ligação entre o desenvolvimento da criança e as oportunidades e condições de prática de atividades físicas e lúdicas, proporcionadas no contexto familiar, escolar e entre o grupo de amigos.
Sendo assim o desenvolvimento e crescimento humano podem ser afetados por diversos fatores e/ou condições. Este comprometimento pode ocorrer tanto no período pré quanto pós-natal e são oriundos de fatores internos e externos. Entre os fatores internos estão as influências genéticas e as condições maternais do ambiente pré-natal. Já entre os fatores externos, a alimentação, o álcool, o tabagismo e as drogas.
Contudo uma das formas mais eficazes para desenvolver o DNPM de crianças com algum tipo de atraso é o ato de brincar. A criança através da brincadeira explora a sua realidade, estuda o meio em que está inserida discutindo sobre regras e papeis sociais. Ensinar a criança, por meio da brincadeira, a aprender e a conhecer a fazer, favorece o desenvolvimento da curiosidade, da autonomia, da linguagem e do pensamento. O jogo e as brincadeiras são aspectos fundamentais no desenvolvimento motor das crianças. Ao jogar, a criança, estimula a curiosidade e aprende a ter confiança. Aprende a conviver em grupo e a lidar com frustrações, aperfeiçoa a concentração e a atenção no que está a passar à sua volta. Brincar é fundamental para a saúde física, emocional e intelectual da criança.
Portanto, se fazem necessários conscientizar os pais, educadores e sociedade em geral sobre a importância de brincar que deve estar sendo vivenciada na infância, ou seja, de que o brincar faz parte de uma aprendizagem prazerosa não sendo somente lazer, mas sim, um ato de aprendizagem.
8. Referencias 
Aspectos biopsicossociais em escolares com atraso no desenvolvimento motor: um estudo longitudinal. J Hum Growth Dev. 2016; 26(1): 112-118
Link:http://ciscacongresso.com.br/wp-content/uploads/2016/04/Portugu%C3%AAs-261-Art.-15.pdf
Prematuridade como fator de risco no desenvolvimento motor e cognitivo avaliados com 1 e 2 anos de idade (Curitiba 2010)
link:https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/24000/katia_maio_2010.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Fatores que afetam o desenvolvimento Prof. Dr. Guilherme Garcia Holderbaum 2012.link: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=4741992 
Jogos e Brincadeiras e o Desenvolvimento Motor na Educação Infantil. RONEY PEREIRA GONÇALVES (Brasília 2016) 
link:https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/10768/1/21339820.pdf
Atuação da fisioterapia através da estimulação precoce em bebês prematuros Carla Cavalcante Ventura Silva (Rev. Eletrôn. Atualiza Saúde | Salvador, v. 5, n. 5, p. 29-36, jan. /jun. 2017) 
Link:http://atualizarevista.com.br/wp-content/uploads/2017/01/atua%C3%A7%C3%A3o-da-fisioterapia-atrav%C3%A9s-da-estimula%C3%A7%C3%A3o-precoce-em-beb%C3%AAs-prematuros-v-5-n-5.pdf
Livro: desenvolvimento infantil Caroline costa nunes lima, Tiago cortinaz Alex ribeiro nunes.2018. link:https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595023086/cfi/2!/4/4@0.00:0.00
Livro: fisioterapia em pediatria. Da evidencia a pratica clínica. Link: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830024/cfi/0!/4/4@0.00:40.9 
Diretrizes de estimulação precoce crianças de zero a 3 anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor Brasília – DF 2016. MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_estimulacao_criancas_0a3anos_neuropsicomotor.pdf
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