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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ LEONARDO GOUVEIA PAES – 2017008071 LUIS GUSTAVO RUFINO DE SOUZA – 2017015648 PEDRO ASSAD ANGELIS – 2017005033 PEDRO HENRIQUE JACINTO DOS SANTOS – 2017007931 FIS313 – FÍSICA EXPERIMENTAL II EXPERIÊNCIA 3 PROPAGAÇÃO DE CALOR DILATAÇÃO DE SÓLIDOS ITAJUBÁ 2018 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ LEONARDO GOUVEIA PAES – 2017008071 LUIS GUSTAVO RUFINO DE SOUZA – 2017015648 PEDRO ASSAD ANGELIS – 2017005033 PEDRO HENRIQUE JACINTO DOS SANTOS – 2017007931 FIS313 – FÍSICA EXPERIMENTAL II EXPERIÊNCIA 3 PROPAGAÇÃO DE CALOR DILATAÇÃO DE SÓLIDOS Relatório experimental submetido ao Prof. Dr. Marcelos Lima Peres, como atividade da disciplina Física Experimental II – FIS313 do curso de graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Itajubá. ITAJUBÁ 2018 3 RESUMO Neste experimento foram realizadas análises para os mecanismos de propagação de calor e determinação do coeficiente de expansão térmica linear de três diferentes materiais e, por fim, demonstrar a dilatação superficial e volumétrica de um objeto com a variação de temperatura. Para a realização da experiência utilizou-se de sistemas montados com hastes, tubos, ventoinhas e etc. A partir do aquecimento ou resfriamento, foi possível compreender as teorias de condução, irradiação e convecção de calor. 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 5 2. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................... 9 2.1 Materiais ................................................................................................................................ 9 2.2 Modelo Metodológico ............................................................................................................ 9 3. ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................................................................... 13 4. CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 17 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 18 5 1. INTRODUÇÃO Vale lembrar que o calor, também chamado de energia calorífica, é um conceito da área da física que determina a troca de energia térmica entre dois corpos. Essa transferência de energia tem a finalidade de atingir o equilíbrio térmico entre dois corpos, ou seja, a mesma temperatura. Assim, um corpo mais quente transfere calor para um corpo mais frio até que ambos tenham a mesma temperatura. A propagação ou transmissão de calor pode ocorrer de três maneiras: 1. Condução Térmica; 2. Convecção Térmica; 3. Irradiação Térmica. Figura 1 – Formas de transmissão de calor Condução Térmica: A energia calorífica é transmitida por meio de corpos sólidos que aquecem, seja pelo calor do fogo, ou pelo contato com outro mais quente. Assim, quando aquecemos um corpo sólido, a energia cinética aumenta e consequentemente, a agitação das moléculas. Convecção Térmica: esse tipo de transmissão de calor ocorre em substâncias que estejam no estado líquido ou gasoso. Criam-se correntes circulares chamadas de "correntes de convecção", as quais são determinadas pela diferença de densidade entre o fluido mais quente e o mais frio. Irradiação Térmica: por meio das ondas eletromagnéticas ou ondas de calor de um corpo ocorre a transferência de energia térmica. Nesse caso, as partículas elétricas de um objeto aumentam, da mesma forma que sua energia cinética. A matéria no estado sólido tem forma própria e volume definido, pois as suas moléculas estão fortemente ligadas entre si e apresentam um movimento mínimo, 6 praticamente estacionário. Ao aquecer um sólido, como uma barra de ferro ou uma esfera metálica, ele se dilata em todas as direções. A dilatação térmica dos sólidos é um dos temas na Física que podemos observar no nosso dia a dia. Você já viu que, para abrirmos uma tampa metálica emperrada de um vidro de conversa, basta mergulharmos a tampa na água quente? O metal se dilata mais que o vidro e, por isto, a tampa logo se soltará. A maioria dos objetos aumenta de tamanho quando aumentamos sua temperatura, sendo que os sólidos que melhor se dilatam são os metais, principalmente o alumínio e o cobre. A dilatação térmica dos sólidos ocorre porque, quando um corpo absorve calor, a agitação térmica de suas moléculas torna-se mais intensa, o que provoca um aumento na temperatura desse corpo. Ao aumentar a agitação térmica, aumenta a amplitude de vibração de cada átomo e, desta forma, o volume necessário para acomodar as moléculas de um material em alta temperatura será maior do que o volume ocupado pelos mesmos átomos quando o corpo está em temperaturas mais baixas. O aquecimento leva os sólidos a se dilatarem em todas as direções, porém, às vezes a dilatação predomina numa só direção, a chamada dilatação linear. Quando duas direções são predominantes ou notadas, tem-se a dilatação superficial, e quando a variação é importante em termos de comprimento, altura e da largura, considera-se a dilatação volumétrica. Dilatação linear: esta dilatação corresponde ao aumento do comprimento dos corpos ao serem aquecidos. Se você observar uma ferrovia, vai notar que, ao longo do mesmo trilho, há um pequeno intervalo entre os trilhos de ferro. Isto é necessário porque, se uma linha férrea fosse construída com os trilhos se tocando, a dilatação térmica do material deformaria os trilhos.O instrumento usado para comprovar e medir a dilatação linear é chamado pirômetro de quadrante. Figura 2 – Exemplo de dilatação linear 7 Dilatação superficial: Na dilatação superficial leva-se em consideração a variação da área do sólido dilatado, como, por exemplo, sua largura e seu comprimento. Figura 2 – Exemplo de Dilatação Superficial Dilatação volumétrica: Refere-se à variação do volume do sólido, isto é, de seu comprimento, de sua altura e largura. A dilatação volumétrica de um corpo pode ser medida e comprovada por meio de um instrumento denominado anel de Gravezande. Figura 3 – Exemplo de Dilatação Volumétrica As experiências realizadas com barra metálica aquecida mostram uma variação Δl (delta L) no comprimento diretamente proporcional ao comprimento original da barra como à variação do ΔӨ da temperatura. Assim sendo, a equação da dilatação linear pode ser escrita da seguinte maneira: Δl = α.l0.ΔӨ onde: 8 α é o coeficiente de dilatação linear do material (depende da natureza de cada material) l0 é o comprimento inicial do material. Para a dilatação superficial ΔS, temos: ΔS = β.S0.ΔӨ onde: β é o coeficiente de dilatação superficial do material e vale β = 2α S0 é a área inicial da superfície. E para a dilatação volumétricatemos a seguinte equação: ΔV = γ.V0.ΔӨ onde: γ é o coeficiente de dilatação volumétrica do material e vale: γ = 3α V0 é o volume inicial do corpo 9 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Materiais • Haste de cobre, alumínio e aço com furos; • Vela; • Cronômetro digital e análogico; • Lamparina à álcool; • Palitos de fósforos; • Lâmpada; • Corpos de provas branco e preto; • 2 Termômetros com escala de -10°C a 110°C; • Béquer; • Ventoinha de alumínio; • Dilatômetro linear com corpos de prova de latão, alumínio e aço; • Anel e esfera para demonstração de efeitos de dilatação superficial e volumétrica. 2.2 Modelo Metodológico O laboratório foi dividido em alguns experimentos: 1- Propagação De Calor: Condução Térmica; 2- Propagação De Calor: Convecção; 3- Propagação De Calor: Irradiação; 4- Dilatação Térmica: Coeficiente de Dilatação Linear; 5- Dilatação Térmica: Dilatação Superficial e Volumétrica. O primeiro passo antes de fazer qualquer experimento foi caracterizar os instrumentos de medição. Em seguida o experimento 1 começou a ser desenvolvido, o primeiro passo desse experimento foi montar um arranjo como na figura 1, fixando a haste horizontal, com a cera de vela, os pinos, palitos de fósforo, na parte de cima do latão (usando o mínimo 10 possível de parafina), depois a haste sextavada foi girada, deixando os pinos na posição da figura 1. Figura 3 - Montagem do experimento 1 Prosseguindo com o experimento, a distância dos pinos à extremidade livre da haste foi medida. A lamparina foi acesa e posicionada junto à extremidade livre da haste, para aquecê-la. O tempo de queda gasto por cada palito foi anotado. Estes procedimentos foram repetidos com as hastes de alumínio e aço. Para o experimento 2 a montagem foi feita como na figura 2, antes de ligar a lamparina foi necessário a verificação da posição da mesma, que devia estar localizada exatamente abaixo da ventoinha. Em seguida a lamparina foi acesa, após alguns minutos deveria descrever o ocorrido. Figura 4 - Montagem do experimento 2 No experimento 3 foi feita a montagem do arranjo de acordo com a figura 3, com extremo cuidado no manuseio dos termômetros, para que os mesmos não se quebrassem, a lâmpada foi apontada para os corpos de prova, mantendo-a a cerca de 40 cm deles, e não deixando que um corpo de prova fizesse sombra ao outro. Antes de ligar a lâmpada, a temperatura interna dos recipientes foi medida, estes valores foram anotados em uma 11 tabela, tomando com t = 0. Após esse passo a lâmpada foi ligada e a cada 2 minutos as temperaturas internas dos corpos foram anotadas, este processo aconteceu até t = 12. Após se passar 12 minutos a lâmpada foi desligada, e a cada 2 minutos as temperaturas internas dos corpos continuaram a ser anotadas, durante os 10 minutos subsequentes, e os valores das temperaturas foram anotadas em uma tabela. Figura 5 - Montagem experimento 3 A figura 4 representa a montagem feita no experimento 4, com um dos 3 tubos disponíveis para o experimento, foi necessário verificar se as conexões estavam corretas e desentupidas. Foi adicionada 50 cm³ de água no balão, e o relógio comparador foi ajustado e teve sua escala erada. Foi determinado o comprimento inicial 𝐿0 do tubo, entre o relógio e extremidade fixa, a temperatura inicial do tubo 𝜃0 também foi medida. A lamparina foi acesa e, sem tampar o recipiente, esperou-se a água entra em ebulição, neste momento a recipiente foi tampado e aguardou o vapor percorrer o tubo. Após o equilíbrio térmico ser atingido, o valor da temperatura 𝜃𝑒 foi anotado. O último passo foi medir a dilatação do corpo de prova, que estava indicado no relógio comparador. As medidas foram anotadas em uma tabela. Os procedimentos do experimento 4 foram repetidos com os outros 2 tubos que estavam disponíveis. 12 Figura 6 - Montagem do experimento 4 O experimento 5 foi feito para provar a dilatação térmica, o primeiro passo foi tentar encaixar a esfera no anel com os dois à temperatura ambiente, e depois observar o que aconteceu. O segundo passo foi aquecer a esfera em água fervente por 5 minutos e tentar encaixá-la no anel e observar outra vez. Em seguida o anel e a esfera metálica foram aquecidos durante 5 minutos e depois observou o que ocorreu. O último passo deste experimento foi resfriar a esfera até a temperatura ambiente e o anel por 5 minutos em um recipiente com gelo. Outra tentativa de encaixar o conjunto foi feita e o resultado observado. 13 3. ANÁLISE DOS RESULTADOS Primeiramente foi feita a coleta dos dados, do primeiro experimento, com a preparação das barras com os fósforos, em seguida foi aquecida a cada barra e foi cronometrado o tempo em que cada fósforo caiu. Pode-se visualizar melhor na tabela abaixo: Tabela 1 – Propagação de calor – condução térmica Pino1 Pino2 Pino3 Pino4 Posição[cm] 9,5 13,5 17,5 21,5 Material Tempo de queda para cada Pino[s] Alumínio 100 130 186 252 Aço 54 98 130 290 Latão 67 135 280 356 Observa-se que diferentes materiais a condução de energia é distinta, uma vez que o calor aplicado na extremidade de todos materiais cresceu, transportando o calor por todo o corpo em tempos diferentes. Gráfico 1 – Retas de cada material aquecido (PosiçãoxTempo) 14 A velocidade com que o calor toma a haste inteira está relacionado com a sua condutibilidade térmica, que pode ser calculada pela seguinte fórmula: No segundo experimento, o ar que estava próximo a chama da vela se aqueceu por irradiação de calor. Depois de aquecido o ar fica com uma densidade baixa, ocorrendo uma variação da densidade do sistema com o meio em que ele está. Sendo assim, uma ação de uma força de sustentação denominada empuxo causando com que o ar menos denso, seja impulsionado para cima, fazendo o movimento de convecção. Com esse movimento a ventoinha começa a girar. No terceiro experimento foram monitorados dois termômetros em dois corpos de prova, que estavam expostos a uma luz, ou seja, sofrendo transferência de calor por irradiação. Foram cronometradas as temperaturas em cada cada corpo de prova de acordo com o tempo. Tabela 3 – Propagação de Calor - Irradiação Tempo[min] θpreto[°C] θbranco[°C] 0 28,5 27,0 2 29,5 27,5 4 30,0 28,0 6 30,5 28,5 8 31,0 28,5 10 31,5 29,0 12 32,0 29,0 14 31,5 28,0 16 31,0 27,5 18 30,5 27,5 20 30,0 27,0 22 29,5 27,0 15 Gráfico 2 – Variação da temperatura dos corpos de prova no tempo Pela tabela e pelo gráfico, observa-se que o corpo de prova branco chegou a uma temperatura menor que o corpo de prova preto. Ou seja, o corpo de prova preto absorve mais calor por irradiação do que o corpo de prova branco. Além disso é possível perceber que o após a fonte de irradiação, no caso a lâmpada é desliga, as temperaturas dos corpos de prova tendem a voltar ao seu normal. No quarto experimento, foi colocado um termômetro no meio da barra metálica, foi então medido o comprimento da barra em temperatura ambiente. Logo após, foi calibrado o dilatômetro linear para medir 0,00 no momento inicial. Foi então dado início ao experimento, fervendo a água e deixando seu vapor passar pela barra metálica, aquecendo-a, estabilizada a temperatura na barra, foi medida sua temperatura final assim como a dilatação que ocorreu nela com a utilização do dilatômetro.16 Tabela 4 – Dilatação – Coeficiente de Dilatação Linear Material Lo[mm] θo[°C] θe[°C] Lf[mm] ∆L Latão 505,48 ± 0,01 25,0 ± 0,5 75,0 ± 0,5 506,21 ± 0,01 0,73±0,01 Ferro 529,49 ± 0,01 23,6 ± 0,5 95,0 ± 0,5 530,01 ± 0,01 0,52±0,01 Alumínio 519,50 ±0,01 26,0 ±0,5 81,0 ±0,5 520,25 ±0,01 0,75±0,01 Sendo assim, o cálculo do coeficiente de dilatação dos materiais, denominado α, é calculado pela seguinte relação: Tabela 5 – Valores de coeficientes de dilatação Material α calculado[10^-5] α tabelado[10^-5] Erro Alumínio 2,88 ± 0,05 2,00 0,44 Latão 1,37 ± 0,03 1,20 0,14 Aço 2,63 ±0,01 2,50 0,05 Na última parte da experiência, tentou-se passar uma esfera em um anel em temperatura ambiente, como a esfera tinha uma superfície maior que o diâmetro do anel a mesma não o atravessou. Ao esquentar a esfera por 5 minutos, também não houve sucesso, pois, a superfície da esfera aumentou, impedindo a passagem novamente. Ao esquentar tanto a esfera quanto o anel durante 5 minutos, novamente não houve êxito, pois, a superfície da esfera continuou maior que o diâmetro do anel. Por fim, ao resfriar a esfera até a temperatura ambiente, enquanto o anel era resfriado por 5 minutos no gelo, ainda assim não houve passagem da esfera pelo anel, confirmando que o diâmetro da esfera continuou maior que o do anel. 17 4. CONCLUSÃO De acordo com os resultados obtidos foi possível perceber que o experimento ocorreu de forma esperada gerando bons resultados aos olhos do grupo. Algumas anomalias no padrão dos resultados ocorreram devido às condições dos materiais utilizados e às condições do ambiente em que foram feitas as práticas, porém não foram prejudiciais à ponto de concluirmos erroneamente sobre o experimento. No primeiro experimento é possível perceber que o alumínio é o material que aquece mais rápido, quando se trata de olhar a barra como um todo, mas até o primeiro ponto de queda, o aço é quem aquece mais rápido, desta forma percebe-se que o alumínio é o material que tem maior condutibilidade térmica e o latão é o material que tem a menor condutibilidade térmica. O segundo experimento está relacionado com o empuxo, nele é possível observar que o ar que está abaixo da ventoinha é aquecido pelo princípio da irradiação, o ar aquecido faz com que a ventoinha gire. Observamos o princípio da irradiação no 3 experimento, e que a cor interfere na temperatura de um corpo, é possível perceber que o termômetro que está medindo a temperatura do objeto preto aquece mais rápido e registra uma temperatura maior em relação ao termômetro que mede a temperatura do objeto branco. Também foi possível perceber a lei de dilatação dos corpos na prática 4, quando os corpos aquecidos se dilataram, mas cada material um valor diferente. E no experimento 5, na qual uma esfera, de mesmo material de um anel, e um anel foram aquecidos e resfriados e, assim como na temperatura ambiente, não foi possível passar a espera pelo anel. 18 REFERÊNCIAS Roteiro FIS313: Experiência 3: Propagação de calor. Dilatação de sólidos. – Universidade Federal de Itajubá, Instituto de Física & Química, Disciplina de Física II. Aulas teóricas com Prof. Dr. Marcelos Lima Peres, onde foram apresentados os métodos para realização dos cálculos utilizados nesse relatório. HALLIDAY, D., RESNICK, R., WALKER, J. – “Fundamentos de Física 2” – São Paulo: Livros Técnicos e Científicos Editora, 4ª edição, 1996.
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