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ESPOROTRI VET

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20/01/2016 
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Micoses subcutâneas: 
Profa Elisabeth Martins da S.da Rocha 
 Complexo Sporothrix schenkii 
 
Lacazia loboi 
 
Rhinosporidium seeberi 
 
 Agentes da cromomicose e Feo-
hifomicose 
 
Micetomas 
Esporotricose: 
Uma zoonose negligenciada 
www.cats.org.uk/ 
Sporothrix (25C): M.E. varredura 
Conídios ovais e em 
forma de pêra, ligados 
à hifas septadas 
ETIOLOGIA 
• Micose subcutânea mais comum no Brasil. 
• Presente no México, África do Sul, Índia, Japão, China e EUA. 
• Causada pelo Complexo Sporothrix schenckii 
• S. brasiliensis, S. globosa, S. mexicana, S. luriei, S. schenckii scricto sensu 
 
• Predominante em locais de clima quente e úmido 
• Presentes no solo, em vegetais e material em decomposição 
• Distribuição cosmopolita 
• Fungo Termodimórfico 
 
 
Etiologia 
Etiologia 
No Brasil, o felino doméstico é o principal hospedeiro e fonte da infecção pelo S. brasiliensis. 
EPIDEMIOLOGIA 
 
 
• Descrito na espécie humana, canina, felina, equina, 
bovina,suína,ratos,coelhos,hamsters,macacos,camelos,tatus, 
 golfinhos, raposas... 
 
• Em artropódes :abelhas, pulgas, formigas 
ESPOROTRICOSE DOENÇA 
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1898 
O fungo foi isolado 
pela primeira vez por 
Benjamin Schenck, em 
Baltimore - EUA 
Homem, 36 anos, 
apresentando 
lesões no braço e 
na mão direita 
1900 
Segundo caso 
relatado por Hektoen 
and Perkins, em 
Chicago - EUA 1907 
1941a
1944 
No Brasil, Lutz e 
Splendore descreveram 
os primeiros casos de 
esporotricose em seres 
humanos e ratos. 
Surto com 3mil 
trabalhadores da 
mina de ouro de 
Witwatersrand, 
África do Sul 
Surto em 15 estados dos 
EUA associado ao 
contato com o musgo 
esfagno proveniente de 
Wisconsin, na 
Pensilvânia. 
1988 
Histórico 
URUGUAI (80%) E SUL DO BRASIL: 
CAÇA AO TATU (ILEGAL!!): CONTATO COM SOLO / UNHAS DO TATU 
 Dasypus septemcinctus 
Até 1997 
 
• Um a três 
casos 
humanos por 
ano 
 
1998 
 
• 9 casos 
humanos 
• 4 municípios 
1999 
 
• 29 casos 
humanos 
• 9 municípios 
2000 
 
• 43 casos 
humanos 
2006 
 
• mais de 900 
casos humanos 
• 22 municípios 
Até 2009 
 
• ≈ 3 244 gatos com 
esporotricose 
• 2 200 casos 
humanos 
• 120 caninos 
Fonte: Barros MBL, et al. 
Rev Panam Salud Publica. 
2010;27(6):455–60. 
Casos de esporotricose 
atendidos no IPEC-Fiocruz 
Freitas DF, et al. 
PLoS Negl Trop Dis. 
2014 Aug 28;8(8): 
Fontes de 
infecção:saprozoonose 
Imagens - Google.com 
No mundo e 
outros estados 
Do Brasil 
Rio de Janeiro 
 
 Contato com solo (hábito de enterrar dejetos) 
 
Hábito de ir à rua 
 
Contato com vegetais secos ou em decomposição (afiando unhas) 
 
Mordedura e arranhadura em suscetível 
 Felinos: auto-inoculação. 
PAPEL DO FELINO NA CADEIA 
EPIDEMIOLÓGICA 
Brasil : Cultivo + 
 
42% da boca 
3,7% a 30 % das garras/patas 
66% mucosa nasal 
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ESPOROTRICOSE 
 
No Brasil, importante surto epidêmico tem sido descrito 
 na cidade do Rio de Janeiro envolvendo humanos e gatos. 
 
Casos de esporotricose adquirida por humanos – 
contato com gatos infectados 
 
No Rio de Janeiro: 80% dos casos associados ao contato 
com felinos 
 
 47% relacionados a arranhões e mordeduras 
ZOONOSE 
É fato conhecido que em nenhum outro 
lugar do mundo a esporotricose assumiu 
magnitude endêmica verificada no 
estado do Rio de Janeiro. 
Endemia 
Zoonose 
Epizootia 
Atualmente 
Caráter ocupacional 
 
Floricultores. 
 
Jardineiros. 
 
Carpinteiros. 
 
Madeireiros. 
 
Mineiros (Trabalhadores das minas de ouro) 
 
Trabalhadores florestais. 
 
Artesãos (palha, capim seco). 
EPIDEMIOLOGIA 
MÉDICOS VETERINÁRIOS 
ACADÊMICOS MV 
TOSADORES/TRATADORES 
Esporotricose Humana 
• Atualmente, existe uma nova categoria de 
risco para a aquisição da doença que inclui: 
• Médicos veterinários 
• Enfermeiros veterinários 
• Profissionais de laboratório 
• Cuidadores 
• Proprietários 
islandcats.com/ 
www.germantownvet.com/ 
www.trbimg.com/ www.wishforpets.com/ 
http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/ 
Atualmente 
Sistema de 
Informação de 
Agravos de 
Notificação 
Atualmente 
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 Inoculação traumática da pele. 
 Extremamente rara por inalação que dá origem à forma 
pulmonar da doença (humanos) 
 
 
 
 
 
EPIDEMIOLOGIA 
Lesões de felinos apresenta 
grande quantidade do agente 
Não existem relatos de transmissão canina para humanos 
Sporothrix spp 
Contato com a pele lesionada 
Tecido sub-cutâneo 
Sistema linfático 
Corrente sanguínea 
cutânea fixa 
linfocutânea 
cutânea disseminada 
Inalação 
extracutânea 
PATOGENIA 
conídios 
 
• Não há predileção racial 
• Idade ( 3 a 5 anos) 
• Os machos são mais acometidos – Não castrados 
Características clínicas 
Felinos domésticos 
Sintomatologia Geral: 
 
Forma Cutânea, cutâneo-linfática e disseminada; 
 
Letargia, anorexia, febre - Imunocomprometimento 
 
é comum que as áreas acometidas sejam indolores . Prurido ? 
31% Inexistente; 
69 % Com prurido ( 25% leve , 18% moderado e 26% intenso) 
CLÍNICA 
LESÃO INICIAL 
CUTÂNEA FIXA 
Período pré patente :21 dias 
ESPOROTRICOMA 
OU CANCRO ESPOROTRICÓTICO 
CUTÂNEA DISSEMINADA 
Humanos : + esporotriquina 
TEGUMENTARMENTE 
OU SISTEMICAMENTE 
IMUNOCOMPROMETIMENTO 
-IATROGÊNICA 
-INFECÇÕES 
HUMANOS: ADICTOS ETILICOS 
FELINOS: AUTO INOCULAÇÃO ? 
LINFOCUTÂNEA 
EXTRACUTÂNEA INALAÇÃO 
Pulmões,rins,testículos 
articulações e ossos 
Cordão esporotricótico 
Podem ulcerar 
RJ: Felinos- 57% quadros extracutâneos 
 - 44% trato respiratório 
Apresentação Clínica 
Evolução: 
Subaguda a crônica 
Imagens do acervo do LMMI-UFF 
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5 
1/2 
     
25 
SOUTO et al. 2014 
Espirro 
Secreção Nasal 
Dif Respiratória 
Dispnéia 
SINAIS CLÍNICOS COADJUVANTES : 
Souto et al. 2014 
Apresentação Clínica • Sinais Clínicos Coadjuvantes: 
•Espirros 
•Dificuldade respiratória 
•Epistaxe 
•Secreção nasal 
•Emagrecimento 
•Apatia 
Imagens do acervo do LMMI-UFF 
CLÍNICA 
GRANULOMATOSA OU PIOGRANULOMATOSA 
CLÍNICA 
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31 
Fotos cedidas pela Dra Simone Rocha MV 
Esporotricose Canina 
• Difícil diagnóstico 
• Menos comum do que em gatos 
• A face é o local mais acometido 
• Não há relato de transmissão por meio de cão 
com esporotricose 
Fonte: Lúcia Beatriz Gomes, MV 
Fonte: Simone Rocha, MV 
Veterinário infectado durante tratamento de 
gato com esporotricose 
ZOONOSE 
• Forma mais comum: linfocutânea 
• Período de incubação 
• 7 a 30 dias, podendo se estender 
por até 6 meses 
 
• Fatores que predispõe os indivíduos a 
infecção sistêmica: 
• Diabetes 
• Alcoolismo 
• Idade avançada 
• Uso prolongado de corticosteroides 
• Imunodepressão 
Esporotricose Humana 
Imagem do acervo do LMMI-UFF 
Síndrome oculoglandular 
de Parinaud causada por 
esporotricose. 
Ribeiro et al. 
Rev Bras Oftalmol. 
2010; 69 (5): 317-22 
FORMAS CLÍNICAS EM FELINOS E 
HUMANOS 
Nódulos eritematosos, após mordida 
de gato 
Disseminação linfática, 4 semanas de 
evolução 
a
vm
a
.o
rg
 
d
er
m
a
to
lo
g
y
.c
d
li
b
.o
rg
 
Nódulos ulcerados, eritematosos 
Disseminação das lesões pelosistema linfático, 
ZOONOSE 
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FORMA CUTÂNEA FIXA 
Dra. Verônica- SUIPA- Rio de Janeiro 
FORMA CUTÂNEA FIXA 
Foto cedida - Prof Marconi Farias 
Foto cedida pelo Prof Silvio A. Marques 
UNESP - Botucatu 
•Forma cutâneo-linfática (>75% nos humanos): 
Foto cedida -Dra Simone Rocha MV 
Manifestações Clínicas 
Paciente com AIDS: 
FORMA DISSEMINADA 
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Diagnóstico 
• Exame Micológico Direto 
•Citologia por imprint 
•Coloração Panótico Rápido 
 
Imagens do acervo do LMMI-UFF 
• Diagnóstico (citopatológico) 
DIAGNÓSTICO 
45 
FIV 
FeLV 
Correlação entre 
a gravidade das 
lesões cutâneas 
esporotricóticas 
ou carga fúngica 
com as 
infecções por 
FIV/FeLV 
(SCHUBACH et al, 2004, OLIVEIRA et al, 2011). 
Felinos 
Co-morbidade 
RJ : 19,7% FIV 
 1,4% FeLV 
 0,7% ambas 
Diagnóstico 
• Cultura Micológica 
•Padrão-ouro 
Sab Myc 
Ágar Sabouraud 
Dimorfismo 
Microcultivo 
Imagem do acervo do LMMI-UFF 
• Macromorfologia (25ºC): 
• Colônia jovem com 
aspecto claro tornando-
se acastanhada e 
enegrecida com o 
tempo 
 Cultura  Diagnóstico Padrão-Ouro 
Diagnóstico laboratorial 
Cultura 
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Esporotricose 
Cultura em meio de Sabouraud a 25ºC 
A cultura varia de tonalidades claras até o negro. Geralmente 
apresenta halo negro caracteristico em toda a volta. 
Diagnóstico laboratorial: 
micromorfologia em cultura: 
 Sabouraud, 25°C: BHI, 37°C: 
 
 
 
 
 
• Quando o crescimento ocorre 
a 37º C, obtém-se a fase 
tissular ou de levedura do 
fungo. 
 
• As colônias são úmidas, 
cremosas e de coloração 
pardacento-amarelada. 
 
 
Diagnóstico laboratorial 
cultura 
Conversão à forma leveduriforme para confirmação 
do dimorfismo (35°C, CO2, colônia cremosa, creme) 
• Diagnóstico (Histopatológico) 
DIAGNÓSTICO 
• Histopatológico revela inflamação 
não específica na derme, com 
alguns microabcessos e células 
gigantes. 
 
• Em adição poucos “corpos 
asteróides” podem ser 
focalizados. 
 
• O fungo dificilmente será 
detectado em cortes corados por 
HE ou prata. 
Diagnóstico laboratorial 
Histopatológico 
Corpo asteróide 
(fenômeno de 
Splendore-Hoeppli): 
partículas fúngicas 
envoltas por 
imunoglobulinas e 
fibrina – confere o 
aspecto estrelar 
Diagnóstico laboratorial 
Histopatológico 
HE , PAS 
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Diagnóstico 
• Novas abordagens diagnósticas baseado na Sorologia 
• Detecção de anticorpos específicos de S. schenckii em soros felinos – ELISA 
(Fernandes et al, 2010) 
• Diagnóstico diferencial e follow-up 
 
Imagem do acervo do LMMI-UFF 
VACINA??? 
 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
• As enfermidades papulo-nodulares com 
ulceração: 
 
 LECMN 
• L=Leishmania tegumentar 
• E=Esporotricose 
• C=Criptococose 
• M=Micobacteriose 
• N=Neoplasias 
(DAÍ,ALERGOPATIAS...) 
Esporotricose Criptococose 
Carcinoma Espino-celular 
Leishmaniose Tegumentar 
Sarna Notoédrica 
Diagnóstico Diferencial 
Carcinoma Espino-celular 
Tratamento 
• A escolha do protocolo de tratamento é individual 
e alguns fatores devem ser considerados: 
• Estado geral de saúde do gato 
• Doenças associadas 
• Local da lesão 
• Antifúngico de escolha: Itraconazol 
•Dose recomendada: 5-10mg/kg 
•Dose prescrita no RJ: até 100mg/gato 
• Medicamentos que podem ser associados: 
•Hepatoprotetor 
•Antibiótico 
•Anti-inflamatório 
Alta terapêutica somente após 60 dias 
de medicação após a cura clínica. 
Evolução do Tratamento 
17/01/2006 
21/02/2006 
20/03/2006 
Fotos cedidas Dra Flavia Clare 
TRATAMENTO 
 
• Felinos: desde 1993 – itraconazol 
 meses até 2 anos 
-manter por + 4 semanas após remissão sinais 
 
 
 
• Cães: solução saturada de iodeto de potássio ou sódio 
a 20% - 0,4mL/Kg (iodismo - depressão, vômitos, anorexia, 
coceiras, hipotermia e colapso cardiovascular podem ser 
observados (TILLEY et al., 2003). 
 
 
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 RECOMENDAÇÕES 
• Manejo do local, do material e dos instrumentos: 
– Mesa de atendimento: hipoclorito de sódio 1% + álcool 
70%; 
– Piso e paredes: hipoclorito 1%; 
– Descarte de materiais perfurocortantes; 
– Descarte de luvas, máscaras, toucas, aventais e outros: 
saco branco, com identificação de risco biológico; 
– Instrumentos cirúrgicos: lavagem e esterilização; 
– Animais submetidos à eutanásia ou necropsia: sacos 
brancos, com identificação de risco biológico até 
incineração. 
Prevenção e Controle 
Quais orientações preciso passar para um tutor de felino? 
O gato saudável NÃO transmite esporotricose. 
A esporotricose TEM CURA!!! 
É recomendado restringir o acesso a rua. 
Utilize caixa de transporte plástica e não de madeira. 
O gato doente precisa ser isolado de preferência num 
local seguro, arejado e de fácil higienização. 
As carcaças dos animais NÃO PODEM SER 
ENTERRADAS, elas precisam ser cremadas. 
Existem outras fontes de contaminação com fungo, 
lembre-se que ao manipular terra/plantas/madeiras é 
necessário utilizar equipamentos de proteção. 
londoncleaningsystem.co.uk/

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