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SISTEMA CIRCULATÓRIO SISTEMA CIRCULATÓRIO Roteioro..........................................................................................................................06 Conceito, funções do sistema circulatório, divisão do sistema circulatório.............07 Sistema linfático.............................................................................................................08 Diferença entre sistema linfático e sistema sanguíneo, linfonodos, fluxo da linfa...09 Figura do sistema linfático............................................................................................10 Plexo linfático, vasos linfáticos, linfa, linfonodos, linfócitos, órgãos linfoides.........11 Figura do timo, timo, figura da medula óssea vermelha, medula óssea vermelha, osso que encontramos medula óssea vermelha...........................................................12 Medula óssea, localização, constituição, função..........................................................13 Figura do baço, baço.....................................................................................................14 Figura da tonsila faríngea e tonsilas palatina, tonsilas, vasos linfáticos superficiais......................................................................................................................15 Ducto linfático direito, região drenada pelo ducto linfático direito, ducto torácico, região drenada pelo ducto torácico..............................................................................16 Figura do ducto linfático direito e ducto torácico......................................................17 Funções do sistema linfático, figura região drenada pelo ducto linfático direito e ducto torácico.................................................................................................................18 Sistema circulatório, divisão do sistema circulatório, sistema linfático, órgãos hematopoéticos.............................................................................................................. 19 Figura subdivisões e níveis do mediastino, limites do mediastino.............................20 Figura do mediastino, Mediastino superior................................................................21 Figura do mediastino superior, mediastino inferior...................................................22 Figura do mediastino inferior, ppericárdio.................................................................23 Figura o coração ocupa o mediastino médio, o coração e as raízes dos grandes vasos no interior do saco pericárdio, pericárdio fibroso............................................24 Cavidade do pericárdio, lâmina visceral do pericárdio seroso irrigação arterial do pericárdio.......................................................................................................................25 Drenagem venosa do pericárdio, inervação do pericárdio, nervo frênico, figura saco pericárdio em relação ao osso esterno e ao nervo frênico.................................26 Figura desenvolvimento do coração e pericárdio, figura do saco pericárdio..........27 Inervação do pericárdio................................................................................................28 Figura irrigação arterial e drenagem venosa do pericárdio, desenvolvimento do pericárdio fibroso..........................................................................................................29 Importância cirúrgica do seio transverso do pericárdio............................................30 Figura do seio transverso do pericárdio......................................................................31 Coração...........................................................................................................................34 O coração tem quatro câmaras, figura ciclo cardíaco...............................................35 Localização, figura da localização do coração, morfologia interna do coração, câmaras do coração.......................................................................................................36 Bulhas cardíacas, câmaras do coração........................................................................37 Figura estruturas do miocárdio e esqueleto fibroso do coração...............................38 Figura do esqueleto fibroso do coração, forma, figura do esqueleto fibroso do coração............................................................................................................................39 Valvas do coração..........................................................................................................40 Ápice do coração, base do coração, figura dos vasos da base do coração................41 Figura formato, orientação, faces e margens do coração, faces do coração...........42 Margens do coração, tronco pulmonar, átrio direito, interior do átrio direito.......43 Estruturas do átrio direito, figura do átrio direito.....................................................44 Óstio do seio coronário, ventrículo direito, valvas atrioventricular direita.............45 Figura interior do ventrículo direito, músculos papilares do ventrículo direito.....46 Estruturas do ventrículo direito, figura das valvas do coração................................47 Grandes vasos, septo interventricular, trabécula septo marginal, figura da trabécula septo marginal...............................................................................................48 Átrio esquerdo, interior do átrio esquerdo.................................................................49 Estruturas do átrio esquerdo, figura interior do átrio esquerdo..............................50 Ventrículo esquerdo, interior do ventrículo esquerdo...............................................51 Estruturas do ventrículo esquerdo, figura do interior do ventrículo esquerdo.......52 Valvas do tronco pulmonar e da aorta........................................................................53 Valvas cardíacas, figura do coração e grandes vasos.................................................54 Vascularização do coração, irrigação arterial do coração, figura valva da aorta e artéria coronária, artéria coronária direita................................................................55 Ramos da artéria coronária direita.............................................................................56 Figura doa ramos da artéria coronária direita...........................................................57 Artéria coronária esquerda..........................................................................................58 Figura da artéria coronária esquerda, ramos da artéria coronária esquerda, variações da artéria coronária esquerda.....................................................................59 Circulação colateral coronária, figura artérias coronárias.......................................60 Focos cardíacos..............................................................................................................61 Drenagem venosa do coração, seio coronário, veias tributárias do seio coronário, figura do seio coronário................................................................................................62 Veia cardíaca magna, drenagem linfática do coração................................................63 Figura veias cardíacas, veias que drenam para o seio coronário..............................64 Complexo estimulante do coração, nó sinoatrial, figura do complexo estimulante65 Nó atrioventricular........................................................................................................66 Inervação do coração, inervação simpática, inervação parassimpática...................67Figura nervos e plexo cardíaco, elementos do complexo estimulantes do coração..68 Figura dos elementos do complexo estimulante do coração, esqueleto fibroso do..69 Conjunto de sustentação, ponto central do esqueleto fibroso...................................70 Conjunto septal, conjunto atrial...................................................................................71 Figura do esqueleto fibroso do coração, circulação do sangue..................................72 Tipos de circulações, circulação pulmonar.................................................................73 Figura da circulação pulmonar, circulação sistêmica................................................74 Figura da circulação sistêmica, circulação colateral..................................................75 Circulação colateral, circulação porta, figura sistema porta na hipófise.................76 Figura circulação portal do fígado, vasos sanguíneos................................................77 Vasos sanguíneos, tipos de vasos sanguíneos, túnicas das artérias...........................78 Figura a circulação........................................................................................................79 Artérias, figura estruturas do vaso sanguíneo, as grandes artérias elásticas..........80 Artérias musculares médias, pequenas artérias e arteríolas, anastomoses..............81 Figura parte sistêmica do sistema circulatório, calibre das artérias........................82 Elasticidades das artérias, ramos das artérias............................................................83 Ramos colateral, figura dos ramos colaterais, ramos recorrentes, ramos terminais. Figura dos ramos das artérias, veias............................................................................84 Figura artérias e veias, vênulas, as veias médias........................................................85 Grandes vasos, números de veias, figura veias acompanhantes................................86 Capilares sanguíneos, figura bomba musculovenosa.................................................87 Forma das veias.............................................................................................................88 Calibre das veias, veias tributárias ou afluentes, números de veias.........................89 Situações das veias.........................................................................................................90 Figura rede capilares, diferenças entre artérias e veia..............................................91 SISTEMA CIRCULATÓRIO CONCEITO FUNÇÕES SISTEMA CARDIO VASCULAR DIVISÕES DO SISTEMA CIRCULATÓRIO SINTEMA LINFÁTICO DIFERENÇA ENTRE SISTEMA LIFÁTICO e SISTEMA SANGUÍNEO LINFONODOS FLUXO DA LINFA PLEXO LINFÁTICO VASOS LINFÁTICOS, LINFA LINFONODOS LINFÓCITOS ÓRGÃOS LINFOIDES TIMO MEDULA ÓSSEA VERMELHA BAÇO TONSILA FARÍNGEA TONSILA PALATINA DUCTOS LINFÁTICOS DIREITO DUCTO TORÁCICO FUNÇÕES DA LINFA SISTEMA CIRCULATÓRIO, DIVISÃO DO SISTEMA CIRCULATÓRIO MEDIASTINO LOMITES DO MEDIASTINO MEDIASTINO SUPERIOR MEDIASTINO INFERIO PERICÁRDIO CAVIDADE DO PERCÁRDIO IRRIGAÇÃO DO PERICARDIO DRENAGEM VENOSA DO PERICÁDIO INERVAÇÃO DO PERICÁRDIO IMPORTÂNCIA CIRÚRGICA DO SEIO TRANSVERSO IRRIGAÇÃO E DRENAGEM VENOSA DO PERICÁRDIO 06 SISTEMA CIRCULATÓRIO Conceito É um sistema de túbulos hermeticamente fechado (sem comunicação com o exterior), constituído por túbulos, que no seu interior circula humores (sangue ou linfa). Os túbulos são chamados de vasos (artérias, veias e ductos). Os humores são sangue e a linfa. O sistema circulatório É o sistema que transporta líquido por todo o corpo; é formado pelo coração, pelos vasos sanguíneos e vasos linfáticos. O coração e os vasos sanguíneos formam a rede de transporte de sangue. Por intermédio desse sistema, o coração bombeia sangue ao longo da vasta rede de vasos sanguíneos do corpo. O sangue conduz nutrientes, oxigênio e resíduos que entram e saem das células. SISTEMA CARDIO VASCULAR É um sistema de túbulos fechados cujo seu interior circula sangue e tem como bomba propulsora o coração. DIVISÕES DO SISTEMA CIRCULATÓRIO SISTEMA LINFÁTICO SISTEMA SANGUÍNEO 07 FUNÇÕES do SISTEMA CIRCULATÓRIO Carreamento de elementos necessários para o metabolismo celular Transporte de nutrientes até as células Levar e recolher os restos metabólicos das células Transporte de hormônios Divisões do sistema circulatório Sistema linfático Sistema sanguíneo SISTEMA LINFÁTICO Embora o sistema linfático esteja presente em quase todo o corpo, a maior parte não é visível no cadáver. Ainda assim é essencial para a sobrevivência. O conhecimento da anatomia do sistema linfático é importante para os clínicos. A hipótese de Starling (ver ―Capilares sanguíneos‖, anteriormente) explica como a maior parte dos líquidos e eletrólitos que entram nos espaços extracelulares provenientes dos capilares sanguíneos também é reabsorvida por eles. No entanto, até 3 litros de líquido deixam de ser reabsorvidos pelos capilares sanguíneos todos os dias. Além disso, parte da proteína plasmática passa para os espaços extracelulares, e o material originado nas próprias células teciduais que não atravessa as paredes dos capilares sanguíneos, como o citoplasma das células que se desintegram, entra continuamente no espaço em que vivem as células. Se houvesse acúmulo desse material nos espaços extracelulares, haveria osmose inversa, atraindo ainda mais líquido e provocando edema (excesso de líquido intersticial, que se manifesta na forma de inchaço). Entretanto, em condições normais o volume de líquido intersticial permanece quase constante e geralmente não há acúmulo de proteínas e resíduos celulares nos espaços extracelulares devido ao sistema linfático. Assim, o sistema linfático constitui um tipo de sistema de ―hiperfluxo‖ que permite a drenagem do excesso de líquido tecidual e das proteínas plasmáticas que extravasam para a corrente sanguínea, e também a remoção de resíduos resultantes da decomposição celular e infecção. Os componentes importantes do sistema linfático são (figura I 27). SISTEMA LINFÁTICO É um sistema formado por vasos e órgãos linfódes e nele circula a linfa; é basicamente um sistema que auxiliar de drenagem, ou seja, auxiliar do sistema venoso. Nem todas as moléculas do líquido tecidual passam para os capilares sanguíneos. É o caso de moléculas de grande tamanho (lipídios), que são recolhidas em capilares especiais os capilares linfáticos, de onde a linfa segue para vasos linfáticos, e destes para tronco linfático, os mais volumosos e que, por sua vez, alcançam a linfa em veias de médio ou grande calibra. Os capilares linfáticos são mais calibrosos e mais irregulares que os sanguíneos e terminam em um fundo cego: geralmente são encontrados na maioria das áreas onde estão situados os capilares sanguíneos. São extremamente abundantes junto aos grandes vasos do tórax, do abdome e da pelve, e ao longo dos ramos de artérias que irrigam órgão visceral. Os vasos linfáticos possuem válvulas em forma de bolso, como as das veias, e elas asseguram o fluxo da linfa em um único sentido, ou seja, para o coração. Como o calibre do vaso é menor no nível da localização das válvulas, ele se apresenta irregular e lembra as contas de um rosário. O maior tronco linfático recebeo nome de ducto torácico, e geralmente desemboca na junção de veias jugular interna com a veia subclávia do lado esquerdo (ângulo venoso esquerdo). O ducto torácico drena a linfa de quase todo o corpo, enquanto outro ducto importante, o ducto linfático direito, drena a linfa da metade direita da cabeça, do pescoço e do tórax, do pulmão direito, do lado direito do coração, da face diafragmática do fígado e do membro superior direito, desembocando na origem das veias braquiocefálica direita. Os vasos linfáticos estão ausentes na parte central do SN (SNC), na medula óssea vermelha, e nos músculos estriados esqueléticos (mas não no tecido conjuntivo de revestimento) e em estruturas avasculares. DIFERENÇA ENTRE SISTEMA LINFÁTICO E SISTEMA SANGUÍNEO O sistema linfático assemelha-se ao sistema snguíneo em nuito aspecto, mas defere em outros. Assim, o sistema linfático está constituído de capilaras onde ocorre a absorção do líquido tecidua, mas estes capilares são de fundo cego. Por outro lado, o sistema linfático não possui om órgão central bombeador, apenas conduz a linfa para vasos mais calibrosos que desembocam principalmente em veis do pescoço. Uma outra importante diferença é que aos vasos linfáticos associando- se a estruturas denominadas linfonodos. LINFONODOS Estão interpostos no trajeto dos vasos linfáticos e agem como uma barreira ou filtro contra a penetração na corrente circulatória de microorganismi, toxias ou substãncias estranhas ao organismo. Os linfonodos são, portanto, elementos de defesa para o organismo e, para tanto, possuem glóbulos brancos, principalmente linfócitos, a partir de um centro germinativo existente em cada linfonodo, alem de produzirem anticorpos. Os linfonodos variam muito em forma e coloração; ocorrem geralmente em grupos, embora passam se apresentar isolados. Um linfonodos típico é ovóide , comparável a um ―grão de feijão‖. Em sua margem côncava, penetra uma artéria e saem veias e um ducto linfático eferente, uma área conhecida como hilo. Pela margem convex penetra muitos ductos linfáticos aferentes. O linfonodo é revestido por uma cápsual fubrosa ausente apenas no hilo e da qual partem trabéculas que septam o linfonodo. Frequentemente, os linfonodos estão localizados ao longo do trajeto de vasos sanguíneos, como ocorre no pescoço e nas cavidades torácica, abdominal e pélvica. Na axila e na região inguinal são abundantes, e são em geral palpáveis. Como reação a uma inflamação, o linfonodo pode intumescer (aumentar de volume; inchar (-se), dilatar (-se)) e se tornar doloroso, fenômeno conhecido com o nome de ―íngua‖. FLUXO DA LINFA O fluxo da linfa é relativamente lento durante os péríodo de inatividade de uma áreas ou de um órgão. A tividade muscular provoca o aparecimento de fluxo mais rápido e regular. A circulação da linfa aumenta durante o peristaltismo (movimento das víceras do tubo digertório) e também com aumento do movimentos respiratórios e a contração da musculatura lisa da parede dos troncos linfáticos. É também influenciada pela pulsação arteria nos casos em que os troncos e os ductos linfáticos apresentam íntima relação com as artérias. 09 Figura I. 27 Sistema linfático. A. Padrão de drenagem linfática. Com exceção do quadrante superior direito do corpo (rosa), a linfa drena para o ângulo venoso esquerdo através do ducto torácico. O quadrante superior direito drena para o ângulo venoso direito, geralmente através de um ducto linfático direito. A linfa normalmente atravessa vários grupos de linfonodos, em uma ordem geralmente previsível, antes de entrar no sistema venoso. B. Esquema ilustrativo do fluxo linfático dos espaços extracelulares através de um linfonodo. As setas pretas pequenas indicam o fluxo (saída) de líquido intersticial dos capilares sanguíneos e (absorção) pelos capilares linfáticos. 10 Plexo linfático, redes de capilares linfáticos cegos que se originam nos espaços extracelulares (intercelulares) da maioria dos tecidos. Como são formados por um endotélio muito fino, que não tem membrana basal, proteínas plasmáticas, bactérias, resíduos celulares, e até mesmo células inteiras (principalmente linfócitos), entram neles com facilidade junto com o excesso de líquido tecidual; Vasos linfáticos, uma rede presente em quase todo o corpo, com vasos de paredes finas que têm muitas válvulas linfáticas. Em indivíduos vivos, há saliências nos locais de cada uma das válvulas, que estão bem próximas, o que deixa os vasos linfáticos com a aparência de um colar de contas. Os capilares e os vasos linfáticos estão presentes em quase todos os lugares onde há capilares sanguíneos, com exceção, por exemplo, dos dentes, ossos, medula óssea e todo o sistema nervoso central (o excesso de líquido tecidual drena para o líquido cerebrospinal); Linfa, o líquido tecidual que entra nos capilares linfáticos e é conduzido por vasos linfáticos. Geralmente, a linfa transparente, aquosa e ligeiramente amarela tem composição semelhante à do plasma sanguíneo. Linfonodos, pequenas massas de tecido linfático, encontradas ao longo do trajeto dos vasos linfáticos, que filtram a linfa em seu trajeto até o sistema venoso (Figura I. 27B); Linfócitos, células circulantes do sistema imune que reagem contra materiais estranhos. Órgãos linfoides, partes do corpo que produzem linfócitos, como timo, medula óssea vermelha, baço, tonsilas e os nódulos linfáticos solitários e agregados nas paredes do sistema digestório e no apêndice vermiforme. 11 Órgãos linfoides Timo Medula óssea vermelha Baço Tonsilas faríngeas Tonsilas palatinas Nódulos linfáticos TIMO Órgão linfóide, formando por massa irregular, situado no mediastino superior, logo posterior ao osso esterno. O timo cresce após o nascimento até atingir seu maior tamanho na puberdade. A seguir, começa a regredir, e grande parte de suas substância é substituída por tecido adiposo e fibroso: estretanto, parte do tecido tómico pode persistir no adulto. MEDULA ÓSSEA A medula óssea é constituída por um tecido esponjoso mole localizado no interior dos ossos longos. É nela que o organismo produz praticamente todas as células do sangue: glóbulos vermelhos (Eritrócitos), glóbulos brancos (Leucócitos) e plaquetas (Trombócitos). 12 Ossos que encontramos medula óssea vermelha Osso esterno As costelas As vértebras O osso ilíaco Ossos longos A medula óssea está localizada no interior dos ossos. Ela pode ser do tipo amarela cuja constituição é de tecido adiposo, sendo conhecida popularmente como tutano; ou vermelha, sendo responsável pela formação de células sanguíneas, repondo-as continuamente. No estágio embrionário, a medula é predominantemente do tipo vermelha; mas, aos poucos, ela deixa de produzir células sanguíneas em alguns ossos, acumulando gordura em seu interior. Dessa forma, a medula vermelha passa a ser encontrada somente em algumas estruturas ósseas, geralmente longas, como costelas, vértebras, esterno, clavícula, crânio, ossos pélvicos e extremidades do fêmur e úmero. A medula óssea vermelha é constituída por um tipo de tecido conjuntivo especial denominado tecido hematopoiético ou hemocitopoético. Ela é rica em células- tronco medulares, capazes de formar tipos celulares sanguíneos distintos: hemácias, plaquetas e os glóbulos brancos (granulócitos: neutrófilos, basófilos e eosinófilos; e agranulócitos: monócitos e linfócitosB e T). Uma questão interessante é que em situações específicas, como anemias ou em hemorragias muito intensas, a medula amarela é capaz de se converter em medula vermelha, produzindo tais células. No entanto, há casos em que tal comportamento da medula é insuficiente para promover seu bom funcionamento, sendo necessário que a pessoa receba um transplante de medula óssea. Portadores de doenças hematológicas, autoimunes, imunodeficiências, e aqueles acometidos por certos tipos de câncer; são os principais candidatos a esse tipo de procedimento. Infelizmente mais da metade das pessoas com tais problemas não possui parentes compatíveis. Por esse motivo é que existem campanhas que incentivam a doação voluntária, já que quanto maior o número de indivíduos cadastrados, maior é a chance de esses pacientes encontrarem a solução para seu problema de saúde (atualmente, a probabilidade de se encontrar um doador compatível é em torno de 1 em 100 mil). 13 BAÇO É um órgão linfóide´,situado no lado esquerdo da cavidade abdominal (hipocóndrio esquerdo), junto ao diafragma, ao nível das 9ª , 10ª e 11 costelas. Apresenta duas face distintas, uma relacionada com o diafrágma, a face diafragmática, e outra voltade para as vísceras abdominais, a face viscera. Nesta face verifica-se a presença de uma fenda, o hilo do baço (hilo esplênico), onde penetram vasos e nervos. O baço é drenado pela veia esplênica, tributária da veia porta. 14 Tonsilas são órgãos constituídos por aglomerados de tecido linfoides localizados abaixo do epitélio da boca e da faringe. São distinguíveis a tonsila faríngea, as tonsilas palatinas e as linguais. Ao contrário dos linfonodos, as tonsilas não ficam no trajeto de vasos linfáticos. Produzem linfócitos, muitos dos quais penetram no epitélio e o atravessam, caindo na boca e na faringe. Os vasos linfáticos superficiais, mais numerosos que as veias no tecido subcutâneo e que se anastomosam livremente, acompanham a drenagem venosa e convergem para ela. Esses vasos finalmente drenam nos vasos linfáticos profundos que acompanham as artérias e também recebem a drenagem de órgãos internos. É provável que os vasos linfáticos profundos também sejam comprimidos pelas artérias que acompanham o que leva ao ordenhamento da linfa ao longo desses vasos que têm válvulas, da mesma forma descrita antes sobre as veias acompanhantes. Os vasos linfáticos superficiais e profundos atravessam os linfonodos (geralmente vários conjuntos) em seu trajeto no sentido proximal, tornando-se maiores à medida que se fundem com vasos que drenam regiões adjacentes. Os grandes vasos linfáticos entram em grandes vasos coletores, denominados troncos linfáticos, que se unem para formar o ducto linfático direito ou ducto torácico (Figura I. 27A): 15 Tonsilas faríngeas Tonsilas Palatinas O ducto linfático direito drena linfa do quadrante superior direito do corpo (lado direito da cabeça, pescoço e tórax, além do membro superior direito). Na raiz do pescoço, entra na junção das veias jugular interna direita e subclávia direita, o ângulo venoso direito O ducto torácico drena linfa do restante do corpo. Os troncos linfáticos que drenam a metade inferior do corpo unem-se no abdome, algumas vezes formando um saco coletor dilatado, a cisterna do quilo. A partir desse saco (se presente), ou da união dos troncos, o ducto torácico ascende, entrando no tórax e atravessando-o para chegar ao ângulo venoso esquerdo (junção das veias jugular interna esquerda e subclávia esquerda). 16 Região drenada pelo ducto linfático direito (quadrante superior direito) Membro superior do lado direito Cabeça e pescoço do lado direito Tórax do lado direito Região drenada pelo ducto torácico (restante do corpo) Todo o membro inferior Pelve Abdome Tórax do lado esquerdo Cabeça e pescoço do lado esquerdo Membro superior do lado esquerdo Figura do ducto linfático direito e ducto torácico. 17 Embora esse seja o padrão de drenagem típico da maior parte da linfa, os vasos linfáticos comunicam-se livremente com as veias em muitas partes do corpo. Sendo assim, a ligadura de um tronco simpático ou mesmo do próprio ducto torácico pode ter apenas um efeito transitório enquanto se estabelece um novo padrão de drenagem por intermédio das anastomoses linfaticovenosas — e posteriormente interlinfáticas — periféricas. Outras funções do sistema linfático incluem: Absorção e transporte da gordura dos alimentos. Capilares linfáticos especiais, denominados lácteos, recebem todos os lipídios e vitaminas lipossolúveis absorvidos pelo intestino. Em seguida, o líquido leitoso, quilo, é conduzido pelos vasos linfáticos viscerais para o ducto torácico, e daí para o sistema venoso; Formação de um mecanismo de defesa do corpo. Quando há drenagem de proteína estranha de uma área infectada, anticorpos específicos contra a proteína são produzidos por células imunologicamente competentes e/ou linfócitos e enviados para a área infectada. 18 SISTEMA CIRCULATÓRIO O sistema circulatório e a manutenção da vida do organismo são proporcionado pela adequada nutrição celular. A função básica do sistema circulatório é a de levar material nutritivo e oxigenado às célujas. Assim, o sangue circulante transporta material nutritivo que foi absorvido pela digestão dos alimentos às células de todas as partes do organismo. Da mesma forma, o oxigênio que é incorporado ao sngue, quando este circula pelos pulmões, será levado a todas as células. Além desta função primordial, o sangue circulante transporta também os produtos residuais do metabolismo celular, deste os locais onde foram produzidos até os órgãos encarregados da eliminação. O sangue possui células especializadas na defesa organica contra substâncias estranhas e microorganismo e conduz hormônios deste a produção nos órgãos endócrinos até as estruturas alvos. O sistema circulatório é um sistema de túbulos fechado, sem comunicação com o exterior, dos quais no seu interior circulam humores (sangue ou linfa). Os túbulos são chamdos de vasos e os humores são o sangue e a linfa. Para que estes humores possam circular através dos vasos, há um orgão central, o coração, que funciona como uma bomba contrátil-propulsora. Como é um sistema tubular hermeticamente fechado, as trocas entre o sangue e os tecidos vão ocorre em extensas redes de vasos de calibre reduzido e de paredes muito finas, os capilares. Por meio de permeabilidade seletiva, que se processa através de fenômenos físico- químico complexos, material nutritivo e oxigênio passando dos capilares para os tecidos, e produtos de resíduos metábólicos, inclusive CO2, passam dos tecidos para o interior dos capilares. Certos componentes do sangue e da linfa são células produzidas pelo organismo nos chamados órgãos hematopéticos incluindo no estudo do sistema circulatório. O corpo de um indivíduo adulto tem, em média, cinco litros de sangue, circulando continuamente. DIVIÃO DO SISTEMA CIRCULATÓRIO Pelo exposto, conclui-se que o sistema circulatório está assim constituído: Sistema sanguíneo Sistema linfático E órgãos hematopoiéticos a) Sistema sanguíneo, cujos componentes são os vasos, condutores de sangue (átéria, veias e capilares) e o coração (que pode ser considerado um vaso modificado); b) Sistema linfático, formado pelos vasos condutoresda linfa (capilares linfáticos, vasos linfáticos e troncos linfáticos) e por órgão linfóides (timo, linfonodos, tonsilas palatinas, tonsilas farígeas e o baço); c) Órgão hematopoiéticos, representados pelos órgão linfáticos (medula óssea vermelha). 19 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O MEDIASTINO MEDIASTINO espaço compreendido entre os dois pulmões e os sacos pleurais. O mediastino, ocupado pela massa de tecido entre as duas cavidades pulmonares, é o compartimento central da cavidade torácica (Figura 1.42). É coberto de cada lado pela parte mediastinal da pleura parietal e contém todas as vísceras e estruturas torácicas, exceto os pulmões. O mediastino estende-se da abertura superior do tórax até o diafragma inferiormente e do esterno e cartilagens costais anteriormente até os corpos das vértebras torácicas posteriormente. Ao contrário da estrutura rígida observada no cadáver fixado, o mediastino em pessoas vivas é uma região com alta mobilidade, porque contém principalmente estruturas viscerais ocas (cheias de líquido ou ar) unidas apenas por tecido conectivo frouxo, não raro infiltrado com gordura. As principais estruturas no mediastino também são circundadas por vasos sanguíneos e linfáticos, linfonodos, nervos e gordura. Figura 1.42 Subdivisões e níveis do mediastino. As subdivisões do mediastino são mostradas como se a pessoa estivesse em decúbito dorsal. O nível das vísceras em relação às subdivisões definidas pelos pontos de referência na caixa torácica depende da posição do indivíduo porque os tecidos moles do mediastino pendem com a força da gravidade. Limites do mediastino Limite superior Limite inferior Limite anterior Limite posterior Abertura superior do tórax Músculo diafragma Osso esterno e cartilagens costais Corpo das vertebras torácicas A frouxidão do tecido conectivo e a elasticidade dos pulmões e da pleura parietal de cada lado do mediastino permitem a acomodação do movimento, bem como de alterações de volume e pressão na cavidade torácica, como as decorrentes de movimentos do diafragma, da parede torácica e da árvore traqueobronquial durante a respiração, contração (batimentos) do coração e pulsações das grandes artérias, e passagem de substâncias ingeridas através do esôfago. O tecido conectivo torna-se mais fibroso e rígido com a idade; assim, as estruturas do mediastino tornam-se menos móveis. Para fins descritivos, o mediastino é dividido em partes superior e inferior (Figura 1.42). O mediastino superior estende-se inferiormente da abertura superior do tórax até o plano horizontal, que inclui o ângulo do esterno anteriormente e atravessa aproximadamente a junção (disco IV) das vértebras T IV e T V posteriormente, em geral denominado plano transverso do tórax. O mediastino inferior — situado entre o plano transverso do tórax e o diafragma é subdividido, ainda, pelo pericárdio em partes anterior, média e posterior. O pericárdio e seu conteúdo (o coração e as raízes de seus grandes vasos) constituem o mediastino médio. Algumas estruturas, como o esôfago, seguem verticalmente através do mediastino e, portanto, ocupam mais de um compartimento mediastinal. 21 MEDIASTINO SUPERIOR O mediastino inferior- situado entre o plano transverso do tórax e o diafragma é subdividido, ainda pelo pericárdio em partes: mediastino anterior, mediastino médio e mediastino posterior. O pericárdio e seu conteúdo (o coração e as raízes de seus grandes vasos) constituem o mediastino médio- Algumas estruturas, como o esôfago, sege verticalmente através do mediastino e, portanto, ocupam mais de um compartimento mediastinal. 22 MEDIASTINO INFERIOR PERICÁRDIO O mediastino médio inclui o pericárdio, o coração e as raízes de seus grandes vasos (Figura 1.34) — parte ascendente da aorta, tronco pulmonar e VCS — que entram e saem do coração. O pericárdio é uma membrana fibrosserosa que cobre o coração e o início de seus grandes vasos (Figuras 1.33B e 1.43). O pericárdio é um saco fechado formado por duas camadas. A camada externa resistente, o pericárdio fibroso, é contínua com o centro tendíneo do diafragma (Figura 1.32). A face interna do pericárdio fibroso é revestida por uma membrana serosa brilhante, a lâmina parietal do pericárdio seroso. Essa lâmina é refletida sobre o coração nos grandes vasos (aorta, tronco e veias pulmonares e veias cavas superior e inferior) como a lâmina visceral do pericárdio seroso. O pericárdio seroso é composto principalmente por mesotélio, uma única camada de células achatadas que formam um epitélio de revestimento da face interna do pericárdio fibroso e da face externa do coração. O pericárdio fibroso é: • Contínuo superiormente com a túnica adventícia (tecido conectivo perivascular) dos grandes vasos que entram e saem do coração e com a lâmina pré-traqueal da fáscia cervical • Fixado anteriormente à face posterior do esterno pelos ligamentos esternopericárdicos, cujo desenvolvimento varia muito. • Unido posteriormente por tecido conectivo frouxo às estruturas no mediastino posterior. 23 • Contínuo inferiormente com o centro tendíneo do diafragma (Figura 1.43C e D). A parede inferior (assoalho) do saco pericárdico fibroso apresenta-se bem fixada e confluente (parcialmente fundida) centralmente com o centro tendíneo do diafragma. O local de continuidade foi denominado ligamento pericardicofrênico; entretanto, o pericárdio fibroso e o centro tendíneo não são estruturas separadas que sofreram fusão secundária, nem são separáveis por dissecção. Graças às fixações descritas, o coração está relativamente bem preso no lugar dentro desse saco fibroso. O pericárdio é influenciado por movimentos do coração e dos grandes vasos, do esterno e do diafragma. Figura 1.43 A. O coração ocupa o mediastino médio e é envolvido pelo pericárdio, formado por duas partes. O pericárdio fibroso externo e resistente estabiliza o coração e ajuda a evitar a dilatação excessiva. ―Entre o pericárdio fibroso e o coração há um saco colapsado‖, o pericárdio seroso. O coração embrionário invagina a parede do saco seroso (B) e logo praticamente oblitera a cavidade pericárdica (C), deixando apenas um espaço virtual entre as camadas de pericárdio seroso. C e D. O ligamento pericardicofrênico é a continuidade do pericárdio fibroso com o centro tendíneo do diafragma. O coração e as raízes dos grandes vasos no interior do saco pericárdico apresentam relação anterior com o esterno, às cartilagens costais e as extremidades anteriores das costelas III a V no lado esquerdo (Figura 1.44). O coração e o saco pericárdico estão situados obliquamente, cerca de dois terços à esquerda e um terço à direita do plano mediano. Se você girar o rosto para a esquerda cerca de 45° sem girar os ombros, a rotação da cabeça é semelhante à rotação do coração em relação ao tronco. O pericárdio fibroso protege o coração contra o superenchimento súbito, porque é inflexível e intimamente relacionado aos grandes vasos que o perfuram superiormente. A parte ascendente da aorta leva o pericárdio superiormente, além do coração, até o nível do ângulo do esterno. 24 A cavidade do pericárdio é um espaço virtual entre as camadas opostas das lâminas parietal e visceral do pericárdio seroso. Normalmente contém uma fina película de líquido que permite ao coração se movimentar e bater sem atrito. A lâmina visceral do pericárdio serosoforma o epicárdio, a mais externa das três camadas da parede cardíaca. Estende- se sobre o início dos grandes vasos e torna-se contínuo com a lâmina parietal do pericárdio seroso (1) no local onde a aorta e o tronco pulmonar deixam o coração e (2) no local onde a VCS, a veia cava inferior (VCI) e as veias pulmonares entram no coração. O seio transverso do pericárdio é uma passagem transversal dentro da cavidade pericárdica entre esses dois grupos de vasos e as reflexões do pericárdio seroso ao seu redor. A reflexão do pericárdio seroso ao redor do segundo grupo de vasos forma o seio oblíquo do pericárdio. Os seios do pericárdio formam-se durante o desenvolvimento do coração em consequência do pregueamento do tubo cardíaco primitivo. À medida que o tubo cardíaco se dobra, sua extremidade venosa desloca-se em sentido posterossuperior (Figura 1.45), de modo que a extremidade venosa do tubo coloca-se adjacente à extremidade arterial, separadas apenas pelo seio transverso do pericárdio (Figura 1.46). Assim, o seio transverso situa-se posteriormente às partes intrapericárdicas do tronco pulmonar e parte ascendente da aorta, anteriormente à VCS e superiormente aos átrios. À medida que as veias do coração se desenvolvem e se expandem uma reflexão pericárdica ao seu redor forma o seio oblíquo do pericárdio, um recesso semelhante a uma bolsa larga na cavidade pericárdica posterior à base (face posterior) do coração, formada pelo átrio esquerdo (Figuras 1.45 e 1.46). O seio oblíquo é limitado lateralmente pelas reflexões pericárdicas que circundam as veias pulmonares e a VCI, e posteriormente pelo pericárdio que cobre a face anterior do esôfago. O seio oblíquo pode ser aberto inferiormente e permite a passagem de vários dedos; entretanto, não é possível passar o dedo ao redor de nenhuma dessas estruturas porque o seio é um saco cego (fundo de saco). A irrigação arterial do pericárdio (Figura 1.47) provém principalmente de um ramo fino da artéria torácica interna, a artéria pericardicofrênica, que não raro acompanha o nervo frênico, ou pelo menos segue paralelamente a ele, até o diafragma. Contribuições menores de sangue provêm da(s): • Artéria musculofrênica, um ramo terminal da artéria torácica interna. • Artérias bronquial, esofágica e frênica superior, ramos da parte torácica da aorta. • Artérias coronárias (apenas a lâmina visceral do pericárdio seroso), os primeiros ramos da aorta. 25 A drenagem venosa do pericárdio é feita por: • Veias pericardicofrênicas, tributárias das veias braquiocefálicas (ou torácicas internas). • Tributárias variáveis do sistema venoso ázigo (analisadas adiante, neste capítulo). A inervação do pericárdio provém dos: • Nervos frênicos (C3–C5), origem primária das fibras sensitivas; as sensações álgicas conduzidas por esses nervos são comumente referidas na pele (dermátomos C3–C5) da região supraclaviculares ipsolateral (parte superior do ombro do mesmo lado). Figura 1.44 Saco pericárdico em relação ao esterno e aos nervos frênicos. Esta dissecção expõe o saco pericárdico posteriormente ao corpo do esterno, desde logo acima do ângulo do esterno até o nível da sínfise xifosternal. Cerca de um terço do saco pericárdico (e, portanto, do coração) situa-se à direita da linha mediana e dois terços à esquerda (detalhe). 26 Figura 1.45 Desenvolvimento do coração e pericárdio. O tubo cardíaco embrionário longitudinal causa invaginação do saco pericárdico que tem duas camadas (semelhante à colocação da salsicha no pão de cachorro-quente). A seguir, o tubo cardíaco primitivo curva-se ventralmente, aproximando as extremidades arterial e venosa primitivas do coração e criando o seio transverso do pericárdio primitivo (T) entre elas. Com o crescimento do embrião, as veias se expandem e se afastam, inferior e lateralmente. O pericárdio refletido ao redor delas forma os limites do seio oblíquo do pericárdio. VCI = veia cava inferior; VCS = veia cava superior. Figura 1.46 Interior do saco pericárdico. Para retirar o coração do saco, foram seccionados os oito vasos que perfuram o saco. O seio oblíquo do pericárdico é circunscrito por cinco veias. A veia cava superior (VCS), o tronco pulmonar e, principalmente, a aorta têm porções intrapericárdicas. O ponto mais alto do saco pericárdico é a junção entre a parte ascendente e o arco da aorta. O seio transverso do pericárdio é limitado anteriormente pelo pericárdio seroso que cobre a face posterior do tronco pulmonar e a parte ascendente da aorta, posteriormente por aquele que cobre a VCS e inferiormente pelo pericárdio visceral que cobre os átrios. VCI, veia cava inferior. INERVAÇÃO DO CORAÇÃO • Nervos vagos, função incerta; • Troncos simpáticos, vasomotores. A inervação do pericárdio pelos nervos frênicos e o trajeto desses nervos somáticos entre o coração e os pulmões fazem pouco sentido quando não se leva em conta o desenvolvimento do pericárdio fibroso. A membrana (membrana pleuropericárdica) que inclui o nervo frênico é dividida ou separada da parede do corpo em desenvolvimento pela formação das cavidades pleurais, que se ampliam para acomodar os pulmões que crescem rápido (Figura 1.48). Os pulmões se desenvolvem nos canais pericardioperitoneais que seguem de ambos os lados do intestino anterior, unindo as cavidades torácica e abdominal de cada lado do septo transverso. Os canais (cavidades pleurais primordiais) são pequenos demais para acomodar o rápido crescimento dos pulmões, e começam a invadir o mesênquima da parede do corpo em sentido posterior, lateral e anterior, dividindo-o em duas camadas: uma camada externa que se torna a parede torácica definitiva (costelas e músculos intercostais) e uma camada interna ou profunda (as membranas pleuropericárdicas) que contém os nervos frênicos e forma o pericárdio fibroso (Moore, Persaud e Torchia, 2012). Assim, o saco pericárdico pode ser uma sede de dor, do mesmo modo que a caixa torácica ou a pleura parietal, embora essa dor tenda a ser referida em dermátomos da parede do corpo — áreas sensitivas mais comuns. 28 Figura 1.47 Irrigação arterial e drenagem venosa do pericárdio. As artérias do pericárdio são derivadas principalmente das artérias torácicas internas, com pequenas contribuições de seus ramos musculofrênicos e da parte torácica da aorta. As veias são tributárias das veias braquiocefálicas. Figura 1.48 Desenvolvimento do pericárdio fibroso e deslocamento do nervo frênico. O crescimento exuberante dos pulmões nas cavidades pleurais primitivas (canais pleuroperitoneais) separa as pregas pleuropericárdicas da parede do corpo, criando as membranas pleuropericárdicas. As membranas incluem o nervo frênico e dão origem ao pericárdio fibroso que envolve o coração e separa as cavidades pleural e pericárdica. 29 Importância cirúrgica do seio transverso do pericárdio O seio transverso do pericárdio é muito importante para os cirurgiões cardíacos. Após a abertura anterior do saco pericárdico, pode-se introduzir um dedo através do seio transverso do pericárdio posteriormente à parte ascendente da aorta e ao tronco pulmonar (Figura B1. 17). O cirurgião usa um clampe cirúrgico ou posiciona uma ligadura ao redor desses grandes vasos, insere os tubos de um aparelho de circulação extracorpórea e, depois, fecha a ligadura, para interromper ou desviar a circulação de sangue nessas artérias durante cirurgia cardíaca, como a cirurgia de revascularização do miocárdio.Figura B 1.16 Posição das vísceras torácicas em decúbito dorsal e em posição ortostática. Importância cirúrgica do seio transverso do pericárdio 30 Figura B 1.17 Seio transverso do pericárdio 31 CORAÇÃO LOCALIZAÇÃO MORFOLOGIA INTERNA DO CORAÇÃO CAMADAS DO CORAÇÃO ESQUELETO FIBROSO FORMA DO CORAÇÃO VASOS DA BASE DO CORAÇÃO FACES DO CORAÇÃO ÁTRIO DIREITO ESTRUTURAS DO ÁTRO DIREITO VENTRÍCULO DIREITO ESTRUTURAS DO VENTRÍCULO DIREITO ÁTRIO ESQUERDO ESTRUTURA DO ÁTRIO ESQUERDO VENTRÍCULO ESQUERDO ESTRUTURAS DO VENTRÍCULO ESQUERDO VALVAS DO TRONCO PULMONAR E DA AORTA VALVAS CARDÍACAS VASCULATURA DO CORAÇÃO ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA RAMOS DA ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA RAMOS DA ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA VARIAÇÕES DAS ARTÉRIAS CORONÁRIAS CIRCULAÇÃO COLATERAL CORONÁRIANA FOCOS CARDÍACOS DRENAGEM VENOSA DO CORAÇÃO VEIAS TRIBUTÁRIAS DO SEIO CORONÁRIO DRENAGEM LINFÁTICA DO CORAÇÃO COMPLEXO ESTIMULANTE DO CORAÇÃO INERVAÇÃO DO CORAÇÃO ELEMENTOS DO COMPLEXO ESTIMULANTE DO CORAÇÃO ESQUELETO FIBROSO DO CORAÇÃO CIRCULAÇÃO DO SANGUE TIPOS DE CIRCULAÇÃO VASOS SANGUÍNEOS TÍNICAS (CAMADAS) DAS ARTÉRIAS ARTÉRIAS CALIBRE DAS ARTÉRIAS ELASTICIDADE DAS ARTÉRIAS RAMOS DAS ARTÉRIAS VEIAS CAPILARES SANGUÍNEOS FORMA DAS VEIAS CALIBRE DAS VEIAS VEIAS TRIBUTÁRIAS OU AFLUENTES NÚMERO DE VEIAS SITUAÇÕES DAS VEIAS DIFERENÇAS DE ARTÉRIAS E VEIAS CORAÇÃO O coração, que é um pouco maior do que uma mão fechada é uma bomba dupla, autoajustável, de sucção e pressão, cujas partes trabalham em conjunto para impulsionar o sangue para todos os locais do corpo. O lado direito do coração (coração direito) recebe sangue pouco oxigenado (venoso) do corpo pelas VCS e VCI e o bombeia através do tronco e das artérias pulmonares para ser oxigenado nos pulmões (Figura 1.49A). O lado esquerdo do coração (coração esquerdo) recebe sangue bem oxigenado (arterial) dos pulmões através das veias pulmonares e o bombeia para a aorta, de onde é distribuído para o corpo. O órgão central do sistema circulatório é descrito aqui em seus aspectos mais gerais. O coração é uma bomba contrátil-propulsora. Embora o seu peso oscile emtre 280 e 340 g, pode pesar muito mais quando exigido continuamente, como em atletas e trabalhadores que exercem intensa atividade física. Neste caso não há aumento do número de fibras musculares cardíacas, isto é, uma hiperplasia, mas sim uma hipertrofia (aumento da espessura e comprimento) das fibras musculares. O tecido muscular que forma o coração é de tipo especial-tecido muscular estriado cardíaco, e constitui a sua camada média ou miocárdio. Forrando internamente o miocárdio existe endotélio, contínuo com a camada íntima dos vasos que chegam ou saem do coração. Estas camadas internas recebe o nome de endocárdio. Extremamente ao miocárdio, há uma camada serosa revestindo-o denominada epicárdio. O coração possui uma contratilidade própria ou inerente de modo que, quando removido de um animal, como a rã, por exemplo, e perfundido em uma solução salina aquosa isotônica ou soro fisiológico, continua a bater ritmicamente. O miocárdio é altamente especializado e consiste de fibras que ramificam e se conectam por seus ramos com fibras adjacentes. Esta continuidade funcional através de todo o miocárdio significa que o coração se comporta como uma unidade, ou seja, um estímulo adequado provoca a contração de todo o órgão (lei do tudo ou nada). Compreende-se que o coração, que começa a bater no peito no 7º mês de vida intrauterino e continua depois do nascimento até a morte, necessita de grande quantidade de oxigênio, garantido pelo suprimento sanguíneo fornecido pelas artérias coronárias que irriga. A cavidade do coração é subdividida em quatro câmaras (dois átrios e dois ventrículos) e entre átrios e ventrículos existem orifícios com dispositivos orientadores da corrente sanguínea: são as valvas. HIPERPLASIA: aumento benigno de um tecido devido à multiplicação das células que o compõem; hipertrofia numérica. O coração, que é um pouco maior do que uma mão fechada é uma bomba dupla, autoajustável, de sucção e pressão, cujas partes trabalham em conjunto para impulsionar o sangue para todos os locais do corpo. O lado direito do coração (coração direito) recebe sangue pouco oxigenado (venoso) do corpo pelas VCS e VCI e o bombeia através do tronco pulmonar e das artérias pulmonares para ser oxigenado nos pulmões (Figura 1.49A). O lado esquerdo do coração (coração esquerdo) recebe sangue bem oxigenado (arterial) dos pulmões através das veias pulmonares e o bombeia para a aorta, de onde é distribuído para o corpo. 34 O coração é um órgão muscular oco que funciona como uma bomba propulsora possui quatro câmaras (dois átrios e dois ventrículos) O coração tem quatro câmaras: átrios direito e esquerdo e ventrículos direito e esquerdo. Os átrios são câmaras de recepção que bombeiam sangue para os ventrículos (as câmaras de ejeção). As ações sincrônicas das duas bombas atrioventriculares (AV) cardíacas (câmaras direita e esquerda) constituem o ciclo cardíaco (Figura 1.49B a F). O ciclo começa com um período de alongamento e enchimento ventricular (diástole) e termina com um período de encurtamento e esvaziamento ventricular (sístole). Figura 1.49 Ciclo cardíaco. O ciclo cardíaco descreve a movimentação completa do coração ou os batimentos cardíacos e inclui o período que vai do início de um batimento cardíaco até o início do próximo. O ciclo consiste em diástole (relaxamento e enchimento ventricular) e sístole (contração e esvaziamento ventricular). O coração direito (lado azul) é a bomba do circuito pulmonar; o coração esquerdo (lado vermelho) é a bomba do circuito sistêmico. 35 LOCALIZAÇÃO O coração fica localizado no interior da cavidade torácica, posterior ao osso esterno, superior ao músculo diafragma, sobre o qual em parte repousa no espaço compreendido entre os dois pulmões e os sacos pleurais denominado mediastino (mediastino médio inferior). Sua maior porção se encontra à esquerda do plano mediano. O coração fica disposto obliquamente, de forma que a base se situa à direita e posteriormente e o ápice à esquerda e anteriormente. O maior eixo do coração-eixo longitudinal (da base ao ápice) é, pois oblíquo e forma um ângulo de aproximadamente 40º com plano horizontal e também como o plano mediano do corpo. MORFOLOGIA INTERNA DO CORAÇÃO Quando as paredes do coração são abertas, verifica-se que a cavidade cardíaca apresenta septo, subdividindo-a em quatro câmaras (dois átrios e dois ventrículos). O septo horizontal, septo atrioventricular, divide o coração em duas porções, superior e inferior. A porção superior apresenta um septo sagital, o septo interatrial, que divide duas câmaras: átrio direito e átrio esquerdo. Cada átrio possui um apêndice, o qual visto na superfície externa do coração, se assemelha a uma orelha de animal e recebe, por isso, o nome de aurícula (do laim auris, orelha). 36 Câmaras do coração (4 câmaras) 2 Átrios (Câmaras receptoras) 2 Ventrículos (câmaras ejetoras) Átrio direito Átrio esquerdo Ventrículo direito Ventrículo esquerdoDois sons cardíacos (bulhas cardíacas) são auscultados com um estetoscópio: um som tum (1 o ) quando o sangue é transferido dos átrios para os ventrículos e um som tá (2 o ) quando os ventrículos ejetam o sangue do coração. Os sons do coração são produzidos pelo estalido de fechamento das valvas unidirecionais que normalmente impedem o refluxo do sangue durante as contrações do coração. A parede de cada câmara cardíaca tem três camadas, da superficial para a profunda (Figura 1.43): 1. Endocárdio, uma fina camada interna (endotélio e tecido conectivo subendotelial) ou membrana de revestimento do coração que também cobre suas valvas. 2. Miocárdio, uma camada intermediária helicoidal e espessa, formada por músculo cardíaco. 3. Epicárdio, uma camada externa fina (mesotélio) formada pela lâmina visceral do pericárdio seroso. As paredes do coração são formadas principalmente por miocárdio espesso, sobretudo nos ventrículos. A contração dos ventrículos produz um movimento de torção devido à orientação helicoidal dupla das fibras musculares cardíacas (Torrent- Guasp et al., 2001) (Figura 1.50). Inicialmente, esse movimento ejeta o sangue dos ventrículos enquanto a camada espiral externa (basal) contrai primeiro estreitando e depois encurtando o coração, reduzindo o volume das câmaras ventriculares. A contração sequencial contínua da camada espiral interna (apical) alonga o coração, seguida por alargamento enquanto o miocárdio relaxa rapidamente, aumentando o volume das câmaras para receber sangue dos átrios. As fibras musculares cardíacas estão fixadas ao esqueleto fibroso do coração (Figura 1.51). Essa é uma estrutura complexa de colágeno denso que forma quatro anéis fibrosos que circundam os óstios das valvas, um trígono fibroso direito e outro esquerdo (formados por conexões entre os anéis), e as partes membranáceas dos septos interatrial e interventricular. O esqueleto fibroso do coração: Mantém os óstios das valvas AV e arteriais permeáveis e impede que sejam excessivamente distendidos por um aumento Do volume de sangue bombeado através deles Oferece fixação para as válvulas das valvas Oferece fixação para o miocárdio, que, quando não espiralado, forma uma faixa miocárdica ventricular contínua originada principalmente no anel fibroso da valva do tronco pulmonar e inserida principalmente no anel fibroso da valva da aorta (Figura 1.50); Forma um ―isolante‖ elétrico, separando os impulsos conduzidos mioentericamente dos átrios e ventrículos, de forma que a contração dessas câmaras seja independente, e circundando e dando passagem à parte inicial do feixe AV do complexo estimulante do coração (apresentado adiante, neste capítulo). Na parte externa, os átrios são demarcados dos ventrículos pelo sulco coronário e os ventrículos direito e esquerdo são separados pelos sulcos interventriculares (IV) anterior e posterior (Figura 1.52B e D). O coração parece trapezoide em uma vista anterior ou posterior (Figura 1.52A), mas seu formato tridimensional é semelhante ao de uma pirâmide tombada com o ápice (voltado anteriormente e para a esquerda), uma base (oposta ao ápice, na maioria das vezes voltada posteriormente) e quatro faces. Figura 1.50 Estrutura do miocárdio e esqueleto fibroso do coração. A organização helicoidal (espiral dupla) do miocárdio (modificada de Torrent-Guasp et al., 2001). A incisão do miocárdio superficial ao longo do sulco interventricular anterior (linha vermelha tracejada) e retirada a partir de sua origem no anel fibroso do tronco pulmonar (TP) mostra as espirais duplas espessas da faixa miocárdica ventricular. A faixa miocárdica ventricular é desenrolada progressivamente. Uma faixa de fibras quase horizontais forma uma espiral basal externa (marrom-escura) que compreende a parede externa do ventrículo direito (segmento direito; sd) e a camada externa da parede externa do ventrículo esquerdo (segmento esquerdo; se). A espiral apical mais profunda (marrom-clara) compreende a camada interna da parede externa do ventrículo esquerdo. As fibras entrecruzadas formam o septo interventricular. Assim, o septo, como a parede externa do ventrículo esquerdo, também tem uma camada dupla. A contração sequencial da faixa miocárdica permite o funcionamento dos ventrículos como bombas de sucção e impulsão paralelas; quando se contraem, os ventrículos não apenas sofrem colapso, mas também torção. mpa = músculos papilares anteriores; mpp = músculos papilares posteriores. Figura 1.51 Esqueleto fibroso do coração. O esqueleto fibroso isolado é formado por quatro anéis fibrosos (ou dois anéis e duas ―pequenas coroas‖), cada um deles circunda uma valva; dois trígonos; e as porções membranáceas dos septos interatrial, interventricular e atrioventricular. FORMA O coração tem a forma aproximadamente de um cone truncado (pirâmide), apresenta uma base, um ápice e quatro faces. A base do coração não tem uma delimitação nítida, isto porque corresponde à área ocupada pelas raízes dos grandes vasos da base do coração, isto é, vasos que através dos quais o sangue chega ou sai do coração. VASOS DA BASE DO CORAÇÃO 40 Veias pulmonares (direitas) Tronco pulmonar Artéria aorta ascendente Veia cava superior Veias pulmonares (esquerdas) Veia cava inferior Vista anterior do coração Vista posterior do coração Veia cava superior Artéria pulmonar esquerda Vasos da base do coração Tronco pulmonar Artéria aporta ascendente Veia cava superior Veia cava inferior Veias pulmonares esquerdas (2) Veias pulmonares direitas (2) Artéria pulmonar direita Artéria pulmonar esquerda O ápice do coração (Figura 1.52B): • É formado pela parte inferolateral do ventrículo esquerdo • Situa-se posteriormente ao 5 o espaço intercostal esquerdo em adultos, em geral a aproximadamente 9 cm (a largura de uma mão) do plano mediano • Permanece imóvel durante todo o ciclo cardíaco • É o local de intensidade máxima dos sons de fechamento da valva atrioventricular esquerda (mitral) (batimento apical); o ápice está situado sob o local onde os batimentos cardíacos podem ser auscultados na parede torácica. A base do coração (Figura 1.52C e D): • É a face posterior do coração (oposta ao ápice) • É formada principalmente pelo átrio esquerdo, com menor contribuição do átrio direito. • Está voltada posteriormente em direção aos corpos das vértebras T VI a T IX e está separado delas pelo pericárdio, seio oblíquo do pericárdico, esôfago e aorta. • Estende-se superiormente até a bifurcação do tronco pulmonar e inferiormente até o sulco coronário • Recebe as veias pulmonares nos lados direito e esquerdo de sua porção atrial esquerda e as veias cavas superior e inferior nas extremidades superior e inferior de sua porção atrial direita. Figura 1.52 Formato, orientação, faces e margens do coração. A e B. São mostradas a face esternocostal do coração e a relação dos grandes vasos. Os ventrículos dominam essa face (dois terços correspondem ao ventrículo direito e um terço, ao ventrículo esquerdo). C e D. São mostradas as faces pulmonar (esquerda) e diafragmática (inferior) e a base do coração, bem como as relações dos grandes vasos. As quatro faces do coração (Figura 1.52A–D) são: 1. Face esternocostal (anterior), formada principalmente pelo ventrículo direito; 2. Face diafragmática (inferior), formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e em parte pelo ventrículo direito; está relacionadaprincipalmente ao centro tendíneo do diafragma; 3. Face pulmonar direita, formada principalmente pelo átrio direito. 4. Face pulmonar esquerda, formada principalmente pelo ventrículo esquerdo; forma a impressão cardíaca do pulmão esquerdo. 42 Faces do coração Face esternocostal Face diafragmática Face pulmonar direita Face pulmonar esquerda O coração parece trapezoide nas vistas anterior (Figura 1.52A e B) e posterior (Figura 1.52C e D). As quatro margens do coração são: 1. Margem direita (ligeiramente convexa), formada pelo átrio direito e estendendo-se entre a VCS e a VCI; 2. Margem inferior (quase horizontal), formada principalmente pelo ventrículo direito e pequena parte pelo ventrículo esquerdo; 3. Margem esquerda (oblíqua, quase vertical), formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e pequena parte pela aurícula esquerda; 4. Margem superior, formada pelos átrios e aurículas direita e esquerda em vista anterior; a parte ascendente da aorta e o tronco pulmonar emergem dessa margem e a VCS entra no seu lado direito. Posteriormente à aorta e ao tronco pulmonar e anteriormente à VCS, essa margem forma o limite inferior do seio transverso do pericárdio. O tronco pulmonar, com aproximadamente 5 cm de comprimento e 3 cm de largura, é a continuação arterial do ventrículo direito e divide-se em artérias pulmonares direita e esquerda. O tronco e as artérias pulmonares conduzem o sangue pouco oxigenado para oxigenação nos pulmões (Figuras 1.49A e 1.52B). ÁTRIO DIREITO O átrio direito forma a margem direita do coração e recebe sangue venoso da VCS, VCI e seio coronário (Figura 1.52B e D). A aurícula direita, semelhante a uma orelha, é uma bolsa muscular cônica que se projeta do átrio direito como uma câmara adicional, aumenta a capacidade do átrio e se superpõe à parte ascendente da aorta. O interior do átrio direito (Figuras 1.53A e B) apresenta: Uma parte posterior lisa, de paredes finas (o seio das veias cavas), onde se abrem as veias cavas (VCS e VCI) e o seio coronário, que trazem sangue pouco oxigenado para o coração. Uma parede anterior muscular, rugosa, formada pelos músculos pectíneos. Um óstio AV direito, através do qual o átrio direito transfere para o ventrículo direito o sangue pouco oxigenado que recebeu. As partes lisa e áspera da parede atrial são separadas externamente por um sulco vertical superficial, o sulco terminal (Figura 1.52C), e internamente por uma crista vertical, a crista terminal (Figura 1.53A). A VCS se abre na parte superior do átrio direito no nível da 3 a cartilagem costal direita. A VCI se abre na parte inferior do átrio direito quase alinhada com a VCS, no nível aproximado da 5 a cartilagem costal. 43 ESTRUTURAS DO ÁTIO DIREITO Figura 1.53 Átrio direito. A. A parede externa do átrio direito foi incisada desde a aurícula direita até a face diafragmática. A parede foi afastada para mostrar a parte de parede lisa do átrio, o seio das veias cavas, formado pela absorção do seio venoso do coração embrionário. Todas as estruturas venosas que entram no átrio direito (veias cavas superior e inferior e seio coronário) se abrem no seio das veias cavas. A fossa oval superficial é o local de fusão da valva embrionária do forame oval com o septo interatrial. B. O sangue da veia cava superior (VCS) é direcionado para o óstio atrioventricular direito, enquanto o sangue da veia cava inferior (VCI) é direcionado para a fossa oval, como era antes do nascimento. 44 Átrio direito Músculo pectíneo Fossa oval Óstio do seio coronário Óstio da veia cava superior Óstio da veia cava inferior O óstio do seio coronário, um tronco venoso curto que recebe a maioria das veias cardíacas, situa-se entre o óstio AV direito e o óstio da VCI. O septo interatrial que separa os átrios tem uma depressão oval, do tamanho da impressão digital de um polegar, a fossa oval, que é um remanescente do forame oval e sua valva no feto. A compreensão plena das características do átrio direito requer o conhecimento do desenvolvimento do coração; ver, no boxe azul, ―Embriologia do átrio direito‖, mais adiante. VENTRÍCULO DIREITO O ventrículo direito forma a maior parte da face esternocostal do coração, uma pequena parte da face diafragmática e quase toda a margem inferior do coração (Figura 1.52B). Superiormente, afila-se e forma um cone arterial (infundíbulo), que conduz ao tronco pulmonar (Figura 1.54). No ventrículo direito existem elevações musculares irregulares (trabéculas cárneas) em sua face interna. Uma crista muscular espessa, a crista supraventricular, separa a parede muscular rugosa na parte de entrada da câmara da parede lisa do cone arterial, ou parte de saída. A parte de entrada do ventrículo recebe sangue do átrio direito através do óstio AV direito (tricúspide) (Figura 1.55A), localizado posteriormente ao corpo do esterno no nível do 4 o e 5 o espaços intercostais. O óstio AV direito é circundado por um dos anéis fibrosos do esqueleto fibroso do coração (Figura 1.51). O anel fibroso mantém o calibre do óstio constante (suficientemente grande para permitir a passagem das pontas de três dedos), resistindo à dilatação que poderia resultar da passagem de sangue através dele com pressões variadas. A valva atrioventricular direita (tricúspide) (Figuras 1.54 e 1.55) protege o óstio AV direito. As bases das válvulas estão fixadas ao anel fibroso ao redor do óstio. Como o anel fibroso mantém o calibre do óstio, as válvulas fixadas se tocam da mesma forma a cada batimento cardíaco. As cordas tendíneas fixam- se às margens livres e às superfícies ventriculares das válvulas anterior, posterior e septal, de forma semelhante à fixação das cordas em um paraquedas (Figura 1.54A). As cordas tendíneas originam-se dos ápices dos músculos papilares, que são projeções musculares cônicas com bases fixadas à parede ventricular. Os músculos papilares começam a se contrair antes da contração do ventrículo direito, tensionando as cordas tendíneas e aproximando as válvulas. Como as cordas estão fixadas a faces adjacentes de duas válvulas, elas evitam a separação das válvulas e sua inversão quando é aplicada tensão às cordas tendíneas e mantida durante toda a contração ventricular (sístole) — isto é, impede o prolapso (entrada no átrio direito) das válvulas da valva atrioventricular direita quando a pressão ventricular aumenta. Assim, a regurgitação (fluxo retrógrado) de sangue do ventrículo direito para o átrio direito durante a sístole ventricular é impedida pelas válvulas (Figura 1.55C). 45 Figura 1.54 Interior do ventrículo direito. A parede esternocostal do ventrículo direito foi excisada. A. A valva atrioventricular direita (tricúspide) na entrada do ventrículo (óstio atrioventricular [AV] direito) está aberta e a valva pulmonar na saída para o tronco pulmonar está fechada, como ocorre durante o enchimento ventricular (diástole). O cone arterial afunilado liso é a via de saída da câmara. B. O sangue proveniente das faces posterior e inferior entra na câmara, fluindo anteriormente e para a esquerda (em direção ao ápice); o sangue que flui para o tronco pulmonar segue superior e posteriormente. VCI = veia cava inferior; VCS = veia cava superior. Três músculos papilares no ventrículo direito correspondem às válvulas da valva atrioventricular direita (Figura 1.54A): 1. O músculo papilar anterior, o maior e mais proeminente dos três, origina-se da parede anteriordo ventrículo direito; suas cordas tendíneas se fixam nas válvulas anterior e posterior da valva atrioventricular direita; 2. O músculo papilar posterior, menor do que o músculo anterior pode ter várias partes; origina-se da parede inferior do ventrículo direito, e suas cordas tendíneas se fixam nas válvulas posterior e septal da valva atrioventricular direita. 3. O músculo papilar septal origina-se do septo interventricular, e suas cordas tendíneas se fixam às válvulas anterior e septal da valva atrioventricular direita. 46 ESTRUTURAS DO VENTÍCULO DIREITO Ventrículo direito Valva tricúspide Cordas tendíneas Músculos papilares (3 M. papilares) Trabécula septomarginal Cúspide anterior Cúspide posterior Cúspide septal Músculo papilar anterior Músculo papilar posterior Músculo papilar septal Figura 1.55 Valvas do coração e grandes vasos. A. As valvas coronárias são mostradas in situ. AV = atrioventricular. B. No início da diástole (relaxamento e enchimento ventriculares), as valvas da aorta e do tronco pulmonar são fechadas; logo depois, as valvas atrioventriculares direitas (tricúspide) e esquerdas (mitral) se abrem (também mostradas na Figura 1.49). C. Logo após o início da sístole (contração e esvaziamento ventriculares), as valvas atrioventricular direita e esquerda se fecham e as valvas da aorta e do tronco pulmonar se abrem. O septo interventricular (SIV), composto pelas partes muscular e membranácea, é uma divisória oblíqua forte entre os ventrículos direito e esquerdo (Figuras 1.54A e 1.57), formando parte das paredes de cada um. Em vista da pressão arterial muito maior no ventrículo esquerdo, a parte muscular do SIV, que constitui a maior parte do septo, tem a espessura igual ao restante da parede do ventrículo esquerdo (duas a três vezes mais espessa que a parede do ventrículo direito) e salienta-se para a cavidade do ventrículo direito. Superior e posteriormente, uma membrana fina, parte do esqueleto fibroso do coração (Figura 1.51), forma a parte membranácea do SIV, muito menor. No lado direito, a válvula septal da valva atrioventricular direita (Figura 1.54) está fixada ao meio dessa parte membranácea do esqueleto fibroso. Isso significa que, inferiormente à válvula, a membrana é um septo interventricular, mas superiormente à válvula, é um septo atrioventricular, que separa o átrio direito do ventrículo esquerdo. A trabécula septomarginal (banda moderadora) é um feixe muscular curvo que atravessa o ventrículo direito da parte inferior do SIV até a base do músculo papilar anterior. Essa trabécula é importante porque conduz parte do ramo direito do fascículo AV, uma parte do complexo estimulante do coração até o músculo papilar anterior (ver ―Complexo Estimulante do Coração‖, mais adiante). Este ―atalho‖ através da câmara parece reduzir o tempo de condução, permitindo a contração coordenada do músculo papilar anterior. Trabécula septomarginal (banda modeladora) O átrio direito se contrai quando o ventrículo direito está vazio e relaxado; assim, o sangue é forçado a passar através desse orifício para o ventrículo direito, afastando as válvulas da valva atrioventricular direita como cortinas. A entrada de sangue no ventrículo direito (via de entrada) ocorre posteriormente; e quando o ventrículo se contrai, a saída de sangue para o tronco pulmonar (via de saída) ocorre superiormente e para a esquerda (Figura 1.54B). Consequentemente, o sangue faz um trajeto em formato de U no ventrículo direito, mudando de direção em cerca de 140°. Essa mudança de direção é acomodada pela crista supraventricular, que direciona o fluxo de entrada para a cavidade principal do ventrículo e o fluxo de saída para o cone arterial em direção ao óstio do tronco pulmonar. O óstio de entrada (AV) e o óstio de saída (pulmonar) estão distantes cerca de 2 cm. A valva do tronco pulmonar (Figuras 1.54B e 1.55) no ápice do cone arterial situa-se no nível da 3 a cartilagem costal esquerda. ÁTRIO ESQUERDO O átrio esquerdo forma a maior parte da base do coração (Figura 1.52C e D). Os pares de veias pulmonares direita e esquerda, avalvulares, entram no átrio de paredes finas (Figura 1.56). No embrião, há apenas uma veia pulmonar comum, e também somente um tronco pulmonar. As paredes dessa veia e de quatro de suas tributárias foram incorporadas à parede do átrio esquerdo, do mesmo modo que o seio venoso foi incorporado ao átrio direito. A parte da parede derivada da veia pulmonar embrionária tem paredes lisas. A aurícula esquerda muscular, tubular, sua parede trabeculada com músculos pectíneos, forma a parte superior da margem esquerda do coração e cavalga a raiz do tronco pulmonar (Figura 1.52A e B). Representa os remanescentes da parte esquerda do átrio primitivo. Uma depressão semilunar no septo interatrial indica o assoalho da fossa oval (Figura 1.56A); a crista adjacente é a valva do forame oval. O interior do átrio esquerdo apresenta: • Uma parte maior com paredes lisas e uma aurícula muscular menor, contendo músculos pectíneos. • Quatro veias pulmonares (duas superiores e duas inferiores) que entram em sua parede posterior lisa (Figura 1.56A–C) • Uma parede ligeiramente mais espessa do que a do átrio direito 49 ESTRUTURAS DO ÁTRIO ESQUERDO Figura 1.56 Interior do átrio e ventrículo esquerdos do coração. A. São mostrados os elementos das faces internas do átrio esquerdo e da via de entrada do ventrículo esquerdo. AV, atrioventricular. B. O padrão de fluxo sanguíneo através do lado esquerdo do coração. C. Nas partes A e B, o coração foi incisado verticalmente ao longo de sua margem esquerda e depois transversalmente através da parte superior de sua base, passando entre as veias pulmonares superior e inferior esquerdas. • Um septo interatrial que se inclina posteriormente e para a direita • Um óstio AV esquerdo através do qual o átrio esquerdo transfere o sangue oxigenado que recebe das veias pulmonares para o ventrículo esquerdo (Figura 1.56B). 50 Átrio esquerdo Parede é lisa 4 Veias pulmonares Parede ligeiramente mais espessa que a do átrio direito VENTRICULO ESQUERDO O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração, quase toda sua face esquerda (pulmonar) e margem esquerda e a maior parte da face diafragmática (Figuras 1.52 e 1.57). Como a pressão arterial é muito maior na circulação sistêmica do que na circulação pulmonar, o ventrículo esquerdo trabalha mais do que o ventrículo direito. O interior do ventrículo esquerdo apresenta (Figura 1.57): • Paredes duas a três vezes mais espessas do que as paredes do ventrículo direito • Paredes cobertas principalmente por uma tela de trabéculas cárneas que são mais finas e mais numerosas do que as do ventrículo direito • Uma cavidade cônica mais longa do que a do ventrículo direito • Músculos papilares anteriores e posteriores maiores do que os do ventrículo direito • Uma parte de saída, superoanterior, não muscular, de parede lisa, o vestíbulo da aorta, levando ao óstio da aorta e à valva da aorta; • Uma valva atrioventricular esquerda com duas válvulas que guarda o óstio AV esquerdo (Figuras 1.55 e 1.57A) • Um óstio da aorta situado em sua parte posterossuperior direita e circundado por um anel fibroso ao qual estão fixadas as válvulas direita, posterior e esquerda da valva da aorta; a parte ascendente da aorta começa no óstio