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SISTEMA CIRCULATÓRIO

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SISTEMA CIRCULATÓRIO 
 
 
 
 
SISTEMA CIRCULATÓRIO 
Roteioro..........................................................................................................................06 
Conceito, funções do sistema circulatório, divisão do sistema circulatório.............07 
Sistema linfático.............................................................................................................08 
Diferença entre sistema linfático e sistema sanguíneo, linfonodos, fluxo da linfa...09 
Figura do sistema linfático............................................................................................10 
Plexo linfático, vasos linfáticos, linfa, linfonodos, linfócitos, órgãos linfoides.........11 
Figura do timo, timo, figura da medula óssea vermelha, medula óssea vermelha, 
osso que encontramos medula óssea vermelha...........................................................12 
Medula óssea, localização, constituição, função..........................................................13 
Figura do baço, baço.....................................................................................................14 
Figura da tonsila faríngea e tonsilas palatina, tonsilas, vasos linfáticos 
superficiais......................................................................................................................15 
Ducto linfático direito, região drenada pelo ducto linfático direito, ducto torácico, 
região drenada pelo ducto torácico..............................................................................16 
Figura do ducto linfático direito e ducto torácico......................................................17 
Funções do sistema linfático, figura região drenada pelo ducto linfático direito e 
ducto torácico.................................................................................................................18 
Sistema circulatório, divisão do sistema circulatório, sistema linfático, órgãos 
hematopoéticos.............................................................................................................. 19 
Figura subdivisões e níveis do mediastino, limites do mediastino.............................20 
Figura do mediastino, Mediastino superior................................................................21 
Figura do mediastino superior, mediastino inferior...................................................22 
Figura do mediastino inferior, ppericárdio.................................................................23 
Figura o coração ocupa o mediastino médio, o coração e as raízes dos grandes 
vasos no interior do saco pericárdio, pericárdio fibroso............................................24 
Cavidade do pericárdio, lâmina visceral do pericárdio seroso irrigação arterial do 
pericárdio.......................................................................................................................25 
Drenagem venosa do pericárdio, inervação do pericárdio, nervo frênico, figura 
saco pericárdio em relação ao osso esterno e ao nervo frênico.................................26 
Figura desenvolvimento do coração e pericárdio, figura do saco pericárdio..........27 
Inervação do pericárdio................................................................................................28 
Figura irrigação arterial e drenagem venosa do pericárdio, desenvolvimento do 
pericárdio fibroso..........................................................................................................29 
Importância cirúrgica do seio transverso do pericárdio............................................30 
Figura do seio transverso do pericárdio......................................................................31 
Coração...........................................................................................................................34 
O coração tem quatro câmaras, figura ciclo cardíaco...............................................35 
Localização, figura da localização do coração, morfologia interna do coração, 
câmaras do coração.......................................................................................................36 
Bulhas cardíacas, câmaras do coração........................................................................37 
Figura estruturas do miocárdio e esqueleto fibroso do coração...............................38 
Figura do esqueleto fibroso do coração, forma, figura do esqueleto fibroso do 
coração............................................................................................................................39 
Valvas do coração..........................................................................................................40 
Ápice do coração, base do coração, figura dos vasos da base do coração................41 
Figura formato, orientação, faces e margens do coração, faces do coração...........42 
Margens do coração, tronco pulmonar, átrio direito, interior do átrio direito.......43 
Estruturas do átrio direito, figura do átrio direito.....................................................44 
Óstio do seio coronário, ventrículo direito, valvas atrioventricular direita.............45 
Figura interior do ventrículo direito, músculos papilares do ventrículo direito.....46 
Estruturas do ventrículo direito, figura das valvas do coração................................47 
Grandes vasos, septo interventricular, trabécula septo marginal, figura da 
trabécula septo marginal...............................................................................................48 
Átrio esquerdo, interior do átrio esquerdo.................................................................49 
Estruturas do átrio esquerdo, figura interior do átrio esquerdo..............................50 
Ventrículo esquerdo, interior do ventrículo esquerdo...............................................51 
Estruturas do ventrículo esquerdo, figura do interior do ventrículo esquerdo.......52 
Valvas do tronco pulmonar e da aorta........................................................................53 
Valvas cardíacas, figura do coração e grandes vasos.................................................54 
Vascularização do coração, irrigação arterial do coração, figura valva da aorta e 
artéria coronária, artéria coronária direita................................................................55 
Ramos da artéria coronária direita.............................................................................56 
Figura doa ramos da artéria coronária direita...........................................................57 
Artéria coronária esquerda..........................................................................................58 
Figura da artéria coronária esquerda, ramos da artéria coronária esquerda, 
variações da artéria coronária esquerda.....................................................................59 
Circulação colateral coronária, figura artérias coronárias.......................................60 
Focos cardíacos..............................................................................................................61 
Drenagem venosa do coração, seio coronário, veias tributárias do seio coronário, 
figura do seio coronário................................................................................................62 
Veia cardíaca magna, drenagem linfática do coração................................................63 
Figura veias cardíacas, veias que drenam para o seio coronário..............................64 
Complexo estimulante do coração, nó sinoatrial, figura do complexo estimulante65 
Nó atrioventricular........................................................................................................66 
Inervação do coração, inervação simpática, inervação parassimpática...................67Figura nervos e plexo cardíaco, elementos do complexo estimulantes do coração..68 
Figura dos elementos do complexo estimulante do coração, esqueleto fibroso do..69 
Conjunto de sustentação, ponto central do esqueleto fibroso...................................70 
Conjunto septal, conjunto atrial...................................................................................71 
Figura do esqueleto fibroso do coração, circulação do sangue..................................72 
Tipos de circulações, circulação pulmonar.................................................................73 
Figura da circulação pulmonar, circulação sistêmica................................................74 
Figura da circulação sistêmica, circulação colateral..................................................75 
Circulação colateral, circulação porta, figura sistema porta na hipófise.................76 
Figura circulação portal do fígado, vasos sanguíneos................................................77 
Vasos sanguíneos, tipos de vasos sanguíneos, túnicas das artérias...........................78 
Figura a circulação........................................................................................................79 
Artérias, figura estruturas do vaso sanguíneo, as grandes artérias elásticas..........80 
Artérias musculares médias, pequenas artérias e arteríolas, anastomoses..............81 
Figura parte sistêmica do sistema circulatório, calibre das artérias........................82 
Elasticidades das artérias, ramos das artérias............................................................83 
Ramos colateral, figura dos ramos colaterais, ramos recorrentes, ramos terminais. 
Figura dos ramos das artérias, veias............................................................................84 
Figura artérias e veias, vênulas, as veias médias........................................................85 
Grandes vasos, números de veias, figura veias acompanhantes................................86 
Capilares sanguíneos, figura bomba musculovenosa.................................................87 
Forma das veias.............................................................................................................88 
Calibre das veias, veias tributárias ou afluentes, números de veias.........................89 
Situações das veias.........................................................................................................90 
Figura rede capilares, diferenças entre artérias e veia..............................................91 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA CIRCULATÓRIO 
 CONCEITO 
 FUNÇÕES 
 SISTEMA CARDIO VASCULAR 
 DIVISÕES DO SISTEMA CIRCULATÓRIO 
 SINTEMA LINFÁTICO 
 DIFERENÇA ENTRE SISTEMA LIFÁTICO e SISTEMA SANGUÍNEO 
 LINFONODOS 
 FLUXO DA LINFA 
 PLEXO LINFÁTICO 
 VASOS LINFÁTICOS, 
 LINFA 
 LINFONODOS 
 LINFÓCITOS 
 ÓRGÃOS LINFOIDES 
 TIMO 
 MEDULA ÓSSEA VERMELHA 
 BAÇO 
 TONSILA FARÍNGEA 
 TONSILA PALATINA 
 DUCTOS LINFÁTICOS DIREITO 
 DUCTO TORÁCICO 
 FUNÇÕES DA LINFA 
 SISTEMA CIRCULATÓRIO, 
 DIVISÃO DO SISTEMA CIRCULATÓRIO 
 MEDIASTINO 
 LOMITES DO MEDIASTINO 
 MEDIASTINO SUPERIOR 
 MEDIASTINO INFERIO 
 PERICÁRDIO 
 CAVIDADE DO PERCÁRDIO 
 IRRIGAÇÃO DO PERICARDIO 
 DRENAGEM VENOSA DO PERICÁDIO 
 INERVAÇÃO DO PERICÁRDIO 
 IMPORTÂNCIA CIRÚRGICA DO SEIO TRANSVERSO 
 IRRIGAÇÃO E DRENAGEM VENOSA DO PERICÁRDIO 
 
 
 
06 
SISTEMA CIRCULATÓRIO 
Conceito 
É um sistema de túbulos hermeticamente fechado (sem comunicação com o 
exterior), constituído por túbulos, que no seu interior circula humores (sangue ou 
linfa). 
Os túbulos são chamados de vasos (artérias, veias e ductos). 
Os humores são sangue e a linfa. 
O sistema circulatório 
É o sistema que transporta líquido por todo o corpo; é formado pelo 
coração, pelos vasos sanguíneos e vasos linfáticos. O coração e os vasos sanguíneos 
formam a rede de transporte de sangue. Por intermédio desse sistema, o coração 
bombeia sangue ao longo da vasta rede de vasos sanguíneos do corpo. O sangue 
conduz nutrientes, oxigênio e resíduos que entram e saem das células. 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA CARDIO VASCULAR 
É um sistema de túbulos fechados cujo seu interior circula sangue e tem como 
bomba propulsora o coração. 
DIVISÕES DO SISTEMA CIRCULATÓRIO 
SISTEMA LINFÁTICO 
SISTEMA SANGUÍNEO 
 
 
 
 
07 
FUNÇÕES 
do 
SISTEMA CIRCULATÓRIO 
 
Carreamento de elementos necessários para o metabolismo celular 
 
Transporte de nutrientes até as células 
 
Levar e recolher os restos metabólicos das células 
 
Transporte de hormônios 
 
Divisões do sistema circulatório 
Sistema linfático 
 
 
Sistema sanguíneo 
SISTEMA LINFÁTICO 
Embora o sistema linfático esteja presente em quase todo o corpo, a maior parte 
não é visível no cadáver. Ainda assim é essencial para a sobrevivência. O 
conhecimento da anatomia do sistema linfático é importante para os clínicos. A 
hipótese de Starling (ver ―Capilares sanguíneos‖, anteriormente) explica como a 
maior parte dos líquidos e eletrólitos que entram nos espaços extracelulares 
provenientes dos capilares sanguíneos também é reabsorvida por eles. No entanto, 
até 3 litros de líquido deixam de ser reabsorvidos pelos capilares sanguíneos todos 
os dias. Além disso, parte da proteína plasmática passa para os espaços 
extracelulares, e o material originado nas próprias células teciduais que não 
atravessa as paredes dos capilares sanguíneos, como o citoplasma das células que 
se desintegram, entra continuamente no espaço em que vivem as células. Se 
houvesse acúmulo desse material nos espaços extracelulares, haveria osmose 
inversa, atraindo ainda mais líquido e provocando edema (excesso de líquido 
intersticial, que se manifesta na forma de inchaço). Entretanto, em condições 
normais o volume de líquido intersticial permanece quase constante e geralmente 
não há acúmulo de proteínas e resíduos celulares nos espaços extracelulares devido 
ao sistema linfático. 
Assim, o sistema linfático constitui um tipo de sistema de ―hiperfluxo‖ que 
permite a drenagem do excesso de líquido tecidual e das proteínas plasmáticas que 
extravasam para a corrente sanguínea, e também a remoção de resíduos 
resultantes da decomposição celular e infecção. Os componentes importantes do 
sistema linfático são (figura I 27). 
SISTEMA LINFÁTICO 
É um sistema formado por vasos e órgãos linfódes e nele circula a linfa; é 
basicamente um sistema que auxiliar de drenagem, ou seja, auxiliar do sistema 
venoso. Nem todas as moléculas do líquido tecidual passam para os capilares 
sanguíneos. É o caso de moléculas de grande tamanho (lipídios), que são recolhidas 
em capilares especiais os capilares linfáticos, de onde a linfa segue para vasos 
linfáticos, e destes para tronco linfático, os mais volumosos e que, por sua vez, 
alcançam a linfa em veias de médio ou grande calibra. Os capilares linfáticos são 
mais calibrosos e mais irregulares que os sanguíneos e terminam em um fundo 
cego: geralmente são encontrados na maioria das áreas onde estão situados os 
capilares sanguíneos. São extremamente abundantes junto aos grandes vasos do 
tórax, do abdome e da pelve, e ao longo dos ramos de artérias que irrigam órgão 
visceral. Os vasos linfáticos possuem válvulas em forma de bolso, como as das veias, 
e elas asseguram o fluxo da linfa em um único sentido, ou seja, para o coração. 
Como o calibre do vaso é menor no nível da localização das válvulas, ele se 
apresenta irregular e lembra as contas de um rosário. O maior tronco linfático 
recebeo nome de ducto torácico, e geralmente desemboca na junção de veias 
jugular interna com a veia subclávia do lado esquerdo (ângulo venoso esquerdo). O 
ducto torácico drena a linfa de quase todo o corpo, enquanto outro ducto 
importante, o ducto linfático direito, drena a linfa da metade direita da cabeça, do 
pescoço e do tórax, do pulmão direito, do lado direito do coração, da face 
diafragmática do fígado e do membro superior direito, desembocando na origem 
das veias braquiocefálica direita. Os vasos linfáticos estão ausentes na parte central 
do SN (SNC), na medula óssea vermelha, e nos músculos estriados esqueléticos 
(mas não no tecido conjuntivo de revestimento) e em estruturas avasculares. 
 
DIFERENÇA ENTRE SISTEMA LINFÁTICO E SISTEMA SANGUÍNEO 
O sistema linfático assemelha-se ao sistema snguíneo em nuito aspecto, mas 
defere em outros. Assim, o sistema linfático está constituído de capilaras onde 
ocorre a absorção do líquido tecidua, mas estes capilares são de fundo cego. Por 
outro lado, o sistema linfático não possui om órgão central bombeador, apenas 
conduz a linfa para vasos mais calibrosos que desembocam principalmente em veis 
do pescoço. Uma outra importante diferença é que aos vasos linfáticos associando-
se a estruturas denominadas linfonodos. 
 
LINFONODOS 
 
Estão interpostos no trajeto dos vasos linfáticos e agem como uma barreira 
ou filtro contra a penetração na corrente circulatória de microorganismi, toxias ou 
substãncias estranhas ao organismo. Os linfonodos são, portanto, elementos de 
defesa para o organismo e, para tanto, possuem glóbulos brancos, principalmente 
linfócitos, a partir de um centro germinativo existente em cada linfonodo, alem de 
produzirem anticorpos. Os linfonodos variam muito em forma e coloração; 
ocorrem geralmente em grupos, embora passam se apresentar isolados. Um 
linfonodos típico é ovóide , comparável a um ―grão de feijão‖. Em sua margem 
côncava, penetra uma artéria e saem veias e um ducto linfático eferente, uma área 
conhecida como hilo. Pela margem convex penetra muitos ductos linfáticos 
aferentes. O linfonodo é revestido por uma cápsual fubrosa ausente apenas no hilo 
e da qual partem trabéculas que septam o linfonodo. Frequentemente, os 
linfonodos estão localizados ao longo do trajeto de vasos sanguíneos, como ocorre 
no pescoço e nas cavidades torácica, abdominal e pélvica. Na axila e na região 
inguinal são abundantes, e são em geral palpáveis. Como reação a uma inflamação, 
o linfonodo pode intumescer (aumentar de volume; inchar (-se), dilatar (-se)) e se 
tornar doloroso, fenômeno conhecido com o nome de ―íngua‖. 
 
FLUXO DA LINFA 
O fluxo da linfa é relativamente lento durante os péríodo de inatividade de 
uma áreas ou de um órgão. A tividade muscular provoca o aparecimento de fluxo 
mais rápido e regular. A circulação da linfa aumenta durante o peristaltismo 
(movimento das víceras do tubo digertório) e também com aumento do 
movimentos respiratórios e a contração da musculatura lisa da parede dos troncos 
linfáticos. É também influenciada pela pulsação arteria nos casos em que os 
troncos e os ductos linfáticos apresentam íntima relação com as artérias. 
 
 
 
 
 
 
 
09 
 
Figura I. 27 Sistema linfático. A. Padrão de drenagem linfática. Com exceção 
do quadrante superior direito do corpo (rosa), a linfa drena para o ângulo venoso 
esquerdo através do ducto torácico. O quadrante superior direito drena para o 
ângulo venoso direito, geralmente através de um ducto linfático direito. A linfa 
normalmente atravessa vários grupos de linfonodos, em uma ordem geralmente 
previsível, antes de entrar no sistema venoso. B. Esquema ilustrativo do fluxo 
linfático dos espaços extracelulares através de um linfonodo. As setas pretas 
pequenas indicam o fluxo (saída) de líquido intersticial dos capilares sanguíneos e 
(absorção) pelos capilares linfáticos. 
 
10 
 
 Plexo linfático, redes de capilares linfáticos cegos que se originam nos 
espaços extracelulares (intercelulares) da maioria dos tecidos. Como são 
formados por um endotélio muito fino, que não tem membrana basal, 
proteínas plasmáticas, bactérias, resíduos celulares, e até mesmo células 
inteiras (principalmente linfócitos), entram neles com facilidade junto com 
o excesso de líquido tecidual; 
 
 Vasos linfáticos, uma rede presente em quase todo o corpo, com vasos de 
paredes finas que têm muitas válvulas linfáticas. Em indivíduos vivos, há 
saliências nos locais de cada uma das válvulas, que estão bem próximas, o 
que deixa os vasos linfáticos com a aparência de um colar de contas. Os 
capilares e os vasos linfáticos estão presentes em quase todos os lugares 
onde há capilares sanguíneos, com exceção, por exemplo, dos dentes, ossos, 
medula óssea e todo o sistema nervoso central (o excesso de líquido tecidual 
drena para o líquido cerebrospinal); 
 
 Linfa, o líquido tecidual que entra nos capilares linfáticos e é conduzido por 
vasos linfáticos. Geralmente, a linfa transparente, aquosa e ligeiramente 
amarela tem composição semelhante à do plasma sanguíneo. 
 
 Linfonodos, pequenas massas de tecido linfático, encontradas ao longo do 
trajeto dos vasos linfáticos, que filtram a linfa em seu trajeto até o sistema 
venoso (Figura I. 27B); 
 
 Linfócitos, células circulantes do sistema imune que reagem contra 
materiais estranhos. 
 
 Órgãos linfoides, partes do corpo que produzem linfócitos, como timo, 
medula óssea vermelha, baço, tonsilas e os nódulos linfáticos solitários e 
agregados nas paredes do sistema digestório e no apêndice vermiforme. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
Órgãos linfoides 
Timo 
 
Medula óssea vermelha 
 
Baço 
 
Tonsilas faríngeas 
 
Tonsilas palatinas 
 
Nódulos linfáticos 
 
TIMO 
 
 Órgão linfóide, formando por massa irregular, situado no mediastino 
superior, logo posterior ao osso esterno. O timo cresce após o nascimento até 
atingir seu maior tamanho na puberdade. A seguir, começa a regredir, e grande 
parte de suas substância é substituída por tecido adiposo e fibroso: estretanto, 
parte do tecido tómico pode persistir no adulto. 
 
MEDULA ÓSSEA 
 
A medula óssea é constituída por um tecido esponjoso mole localizado no interior 
dos ossos longos. É nela que o organismo produz praticamente todas as células do 
sangue: glóbulos vermelhos (Eritrócitos), glóbulos brancos (Leucócitos) e 
plaquetas (Trombócitos). 
 
 
 
12 
Ossos que encontramos medula óssea vermelha 
Osso esterno 
 
As costelas 
 
As vértebras 
 
O osso ilíaco 
 
Ossos longos 
A medula óssea está localizada no interior dos ossos. Ela pode ser do tipo amarela 
cuja constituição é de tecido adiposo, sendo conhecida popularmente como tutano; 
ou vermelha, sendo responsável pela formação de células sanguíneas, repondo-as 
continuamente. 
No estágio embrionário, a medula é predominantemente do tipo vermelha; mas, 
aos poucos, ela deixa de produzir células sanguíneas em alguns ossos, acumulando 
gordura em seu interior. Dessa forma, a medula vermelha passa a ser encontrada 
somente em algumas estruturas ósseas, geralmente longas, como costelas, 
vértebras, esterno, clavícula, crânio, ossos pélvicos e extremidades do fêmur e 
úmero. 
A medula óssea vermelha é constituída por um tipo de tecido conjuntivo especial 
denominado tecido hematopoiético ou hemocitopoético. Ela é rica em células-
tronco medulares, capazes de formar tipos celulares sanguíneos distintos: 
hemácias, plaquetas e os glóbulos brancos (granulócitos: neutrófilos, basófilos e 
eosinófilos; e agranulócitos: monócitos e linfócitosB e T). 
Uma questão interessante é que em situações específicas, como anemias ou em 
hemorragias muito intensas, a medula amarela é capaz de se converter em medula 
vermelha, produzindo tais células. No entanto, há casos em que tal comportamento 
da medula é insuficiente para promover seu bom funcionamento, sendo necessário 
que a pessoa receba um transplante de medula óssea. Portadores de doenças 
hematológicas, autoimunes, imunodeficiências, e aqueles acometidos por certos 
tipos de câncer; são os principais candidatos a esse tipo de procedimento. 
Infelizmente mais da metade das pessoas com tais problemas não possui parentes 
compatíveis. Por esse motivo é que existem campanhas que incentivam a doação 
voluntária, já que quanto maior o número de indivíduos cadastrados, maior é a 
chance de esses pacientes encontrarem a solução para seu problema de saúde 
(atualmente, a probabilidade de se encontrar um doador compatível é em torno de 
1 em 100 mil). 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
BAÇO 
 
É um órgão linfóide´,situado no lado esquerdo da cavidade abdominal 
(hipocóndrio esquerdo), junto ao diafragma, ao nível das 9ª , 10ª e 11 costelas. 
Apresenta duas face distintas, uma relacionada com o diafrágma, a face 
diafragmática, e outra voltade para as vísceras abdominais, a face viscera. Nesta 
face verifica-se a presença de uma fenda, o hilo do baço (hilo esplênico), onde 
penetram vasos e nervos. O baço é drenado pela veia esplênica, tributária da veia 
porta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
Tonsilas são órgãos constituídos por aglomerados de tecido linfoides 
localizados abaixo do epitélio da boca e da faringe. São distinguíveis a tonsila 
faríngea, as tonsilas palatinas e as linguais. Ao contrário dos linfonodos, as tonsilas 
não ficam no trajeto de vasos linfáticos. Produzem linfócitos, muitos dos quais 
penetram no epitélio e o atravessam, caindo na boca e na faringe. 
Os vasos linfáticos superficiais, mais numerosos que as veias no tecido 
subcutâneo e que se anastomosam livremente, acompanham a drenagem venosa e 
convergem para ela. Esses vasos finalmente drenam nos vasos linfáticos profundos 
que acompanham as artérias e também recebem a drenagem de órgãos internos. É 
provável que os vasos linfáticos profundos também sejam comprimidos pelas 
artérias que acompanham o que leva ao ordenhamento da linfa ao longo desses 
vasos que têm válvulas, da mesma forma descrita antes sobre as veias 
acompanhantes. Os vasos linfáticos superficiais e profundos atravessam os 
linfonodos (geralmente vários conjuntos) em seu trajeto no sentido proximal, 
tornando-se maiores à medida que se fundem com vasos que drenam regiões 
adjacentes. Os grandes vasos linfáticos entram em grandes vasos coletores, 
denominados troncos linfáticos, que se unem para formar o ducto linfático direito 
ou ducto torácico (Figura I. 27A): 
 
15 
Tonsilas faríngeas 
Tonsilas Palatinas 
 O ducto linfático direito drena linfa do quadrante superior direito do corpo 
(lado direito da cabeça, pescoço e tórax, além do membro superior direito). 
Na raiz do pescoço, entra na junção das veias jugular interna direita e 
subclávia direita, o ângulo venoso direito 
 
 
 
 
 
 
 
 O ducto torácico drena linfa do restante do corpo. Os troncos linfáticos que 
drenam a metade inferior do corpo unem-se no abdome, algumas vezes 
formando um saco coletor dilatado, a cisterna do quilo. A partir desse saco 
(se presente), ou da união dos troncos, o ducto torácico ascende, entrando 
no tórax e atravessando-o para chegar ao ângulo venoso esquerdo (junção 
das veias jugular interna esquerda e subclávia esquerda). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
Região drenada pelo ducto linfático direito 
(quadrante superior direito) 
Membro superior do lado direito 
 
Cabeça e pescoço do lado direito 
 
Tórax do lado direito 
Região drenada pelo ducto torácico 
(restante do corpo) 
Todo o membro inferior 
 
Pelve 
 
Abdome 
 
Tórax do lado esquerdo 
 
Cabeça e pescoço do lado esquerdo 
 
Membro superior do lado esquerdo 
 
 
Figura do ducto linfático direito e ducto torácico. 
17 
 Embora esse seja o padrão de drenagem típico da maior parte da linfa, os 
vasos linfáticos comunicam-se livremente com as veias em muitas partes do 
corpo. Sendo assim, a ligadura de um tronco simpático ou mesmo do 
próprio ducto torácico pode ter apenas um efeito transitório enquanto se 
estabelece um novo padrão de drenagem por intermédio das anastomoses 
linfaticovenosas — e posteriormente interlinfáticas — periféricas. 
 
Outras funções do sistema linfático incluem: 
 
 Absorção e transporte da gordura dos alimentos. Capilares linfáticos 
especiais, denominados lácteos, recebem todos os lipídios e vitaminas 
lipossolúveis absorvidos pelo intestino. Em seguida, o líquido leitoso, quilo, é 
conduzido pelos vasos linfáticos viscerais para o ducto torácico, e daí para o 
sistema venoso; 
 
 Formação de um mecanismo de defesa do corpo. Quando há drenagem de 
proteína estranha de uma área infectada, anticorpos específicos contra a 
proteína são produzidos por células imunologicamente competentes e/ou 
linfócitos e enviados para a área infectada. 
 
 
18 
SISTEMA CIRCULATÓRIO 
 O sistema circulatório e a manutenção da vida do organismo são 
proporcionado pela adequada nutrição celular. A função básica do sistema 
circulatório é a de levar material nutritivo e oxigenado às célujas. Assim, o sangue 
circulante transporta material nutritivo que foi absorvido pela digestão dos 
alimentos às células de todas as partes do organismo. Da mesma forma, o oxigênio 
que é incorporado ao sngue, quando este circula pelos pulmões, será levado a todas 
as células. Além desta função primordial, o sangue circulante transporta também 
os produtos residuais do metabolismo celular, deste os locais onde foram 
produzidos até os órgãos encarregados da eliminação. O sangue possui células 
especializadas na defesa organica contra substâncias estranhas e microorganismo e 
conduz hormônios deste a produção nos órgãos endócrinos até as estruturas alvos. 
O sistema circulatório é um sistema de túbulos fechado, sem comunicação com o 
exterior, dos quais no seu interior circulam humores (sangue ou linfa). Os túbulos 
são chamdos de vasos e os humores são o sangue e a linfa. Para que estes humores 
possam circular através dos vasos, há um orgão central, o coração, que funciona 
como uma bomba contrátil-propulsora. Como é um sistema tubular 
hermeticamente fechado, as trocas entre o sangue e os tecidos vão ocorre em 
extensas redes de vasos de calibre reduzido e de paredes muito finas, os capilares. Por 
meio de permeabilidade seletiva, que se processa através de fenômenos físico-
químico complexos, material nutritivo e oxigênio passando dos capilares para os 
tecidos, e produtos de resíduos metábólicos, inclusive CO2, passam dos tecidos 
para o interior dos capilares. Certos componentes do sangue e da linfa são células 
produzidas pelo organismo nos chamados órgãos hematopéticos incluindo no 
estudo do sistema circulatório. 
O corpo de um indivíduo adulto tem, em média, cinco litros de sangue, circulando 
continuamente. 
 
DIVIÃO DO SISTEMA CIRCULATÓRIO 
 Pelo exposto, conclui-se que o sistema circulatório está assim constituído: 
 
 Sistema sanguíneo 
 Sistema linfático 
 E órgãos hematopoiéticos 
a) Sistema sanguíneo, cujos componentes são os vasos, condutores de sangue 
(átéria, veias e capilares) e o coração (que pode ser considerado um vaso 
modificado); 
 
b) Sistema linfático, formado pelos vasos condutoresda linfa (capilares 
linfáticos, vasos linfáticos e troncos linfáticos) e por órgão linfóides (timo, 
linfonodos, tonsilas palatinas, tonsilas farígeas e o baço); 
 
c) Órgão hematopoiéticos, representados pelos órgão linfáticos (medula óssea 
vermelha). 
19 
 
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O MEDIASTINO 
 
MEDIASTINO espaço compreendido entre os dois pulmões e os sacos pleurais. 
 
O mediastino, ocupado pela massa de tecido entre as duas cavidades 
pulmonares, é o compartimento central da cavidade torácica (Figura 1.42). É 
coberto de cada lado pela parte mediastinal da pleura parietal e contém todas as 
vísceras e estruturas torácicas, exceto os pulmões. O mediastino estende-se da 
abertura superior do tórax até o diafragma inferiormente e do esterno e cartilagens 
costais anteriormente até os corpos das vértebras torácicas posteriormente. Ao 
contrário da estrutura rígida observada no cadáver fixado, o mediastino em 
pessoas vivas é uma região com alta mobilidade, porque contém principalmente 
estruturas viscerais ocas (cheias de líquido ou ar) unidas apenas por tecido 
conectivo frouxo, não raro infiltrado com gordura. As principais estruturas no 
mediastino também são circundadas por vasos sanguíneos e linfáticos, linfonodos, 
nervos e gordura. 
 
Figura 1.42 Subdivisões e níveis do mediastino. As subdivisões do mediastino são 
mostradas como se a pessoa estivesse em decúbito dorsal. O nível das vísceras em 
relação às subdivisões definidas pelos pontos de referência na caixa torácica 
depende da posição do indivíduo porque os tecidos moles do mediastino pendem 
com a força da gravidade. 
 
 
 
 
Limites do mediastino 
Limite superior 
 
Limite inferior 
 
Limite anterior 
 
Limite posterior 
Abertura superior do tórax 
 
Músculo diafragma 
 
Osso esterno e cartilagens costais 
 
Corpo das vertebras torácicas 
 
A frouxidão do tecido conectivo e a elasticidade dos pulmões e da pleura parietal 
de cada lado do mediastino permitem a acomodação do movimento, bem como de 
alterações de volume e pressão na cavidade torácica, como as decorrentes de 
movimentos do diafragma, da parede torácica e da árvore traqueobronquial 
durante a respiração, contração (batimentos) do coração e pulsações das grandes 
artérias, e passagem de substâncias ingeridas através do esôfago. O tecido 
conectivo torna-se mais fibroso e rígido com a idade; assim, as estruturas do 
mediastino tornam-se menos móveis. Para fins descritivos, o mediastino é dividido 
em partes superior e inferior (Figura 1.42). 
O mediastino superior estende-se inferiormente da abertura superior do 
tórax até o plano horizontal, que inclui o ângulo do esterno anteriormente e 
atravessa aproximadamente a junção (disco IV) das vértebras T IV e T V 
posteriormente, em geral denominado plano transverso do tórax. O mediastino 
inferior — situado entre o plano transverso do tórax e o diafragma é 
subdividido, ainda, pelo pericárdio em partes anterior, média e posterior. O 
pericárdio e seu conteúdo (o coração e as raízes de seus grandes vasos) 
constituem o mediastino médio. Algumas estruturas, como o esôfago, seguem 
verticalmente através do mediastino e, portanto, ocupam mais de um 
compartimento mediastinal. 21 
MEDIASTINO SUPERIOR 
 
O mediastino inferior- situado entre o plano transverso do tórax e o 
diafragma é subdividido, ainda pelo pericárdio em partes: mediastino anterior, 
mediastino médio e mediastino posterior. O pericárdio e seu conteúdo (o coração e 
as raízes de seus grandes vasos) constituem o mediastino médio- Algumas 
estruturas, como o esôfago, sege verticalmente através do mediastino e, portanto, 
ocupam mais de um compartimento mediastinal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
MEDIASTINO INFERIOR 
 
 
PERICÁRDIO 
O mediastino médio inclui o pericárdio, o coração e as raízes de seus grandes 
vasos (Figura 1.34) — parte ascendente da aorta, tronco pulmonar e VCS — 
que entram e saem do coração. 
O pericárdio é uma membrana fibrosserosa que cobre o coração e o início de 
seus grandes vasos (Figuras 1.33B e 1.43). O pericárdio é um saco fechado formado 
por duas camadas. A camada externa resistente, o pericárdio fibroso, é contínua 
com o centro tendíneo do diafragma (Figura 1.32). A face interna do pericárdio 
fibroso é revestida por uma membrana serosa brilhante, a lâmina parietal do 
pericárdio seroso. Essa lâmina é refletida sobre o coração nos grandes vasos (aorta, 
tronco e veias pulmonares e veias cavas superior e inferior) como a lâmina visceral 
do pericárdio seroso. O pericárdio seroso é composto principalmente por mesotélio, 
uma única camada de células achatadas que formam um epitélio de revestimento 
da face interna do pericárdio fibroso e da face externa do coração. O pericárdio 
fibroso é: 
• Contínuo superiormente com a túnica adventícia (tecido conectivo 
perivascular) dos grandes vasos que entram e saem do coração e com a 
lâmina pré-traqueal da fáscia cervical 
• Fixado anteriormente à face posterior do esterno pelos ligamentos 
esternopericárdicos, cujo desenvolvimento varia muito. 
• Unido posteriormente por tecido conectivo frouxo às estruturas no 
mediastino posterior. 
 
 23 
• Contínuo inferiormente com o centro tendíneo do diafragma (Figura 1.43C 
e D). 
 
A parede inferior (assoalho) do saco pericárdico fibroso apresenta-se bem 
fixada e confluente (parcialmente fundida) centralmente com o centro tendíneo 
do diafragma. O local de continuidade foi denominado ligamento 
pericardicofrênico; entretanto, o pericárdio fibroso e o centro tendíneo não são 
estruturas separadas que sofreram fusão secundária, nem são separáveis por 
dissecção. Graças às fixações descritas, o coração está relativamente bem preso 
no lugar dentro desse saco fibroso. O pericárdio é influenciado por 
movimentos do coração e dos grandes vasos, do esterno e do diafragma. 
 
 
 
Figura 1.43 A. O coração ocupa o mediastino médio e é envolvido pelo pericárdio, 
formado por duas partes. O pericárdio fibroso externo e resistente estabiliza o 
coração e ajuda a evitar a dilatação excessiva. ―Entre o pericárdio fibroso e o 
coração há um saco colapsado‖, o pericárdio seroso. O coração embrionário 
invagina a parede do saco seroso (B) e logo praticamente oblitera a cavidade 
pericárdica (C), deixando apenas um espaço virtual entre as camadas de 
pericárdio seroso. C e D. O ligamento pericardicofrênico é a continuidade do 
pericárdio fibroso com o centro tendíneo do diafragma. 
 
O coração e as raízes dos grandes vasos no interior do saco pericárdico 
apresentam relação anterior com o esterno, às cartilagens costais e as 
extremidades anteriores das costelas III a V no lado esquerdo (Figura 1.44). O 
coração e o saco pericárdico estão situados obliquamente, cerca de dois terços à 
esquerda e um terço à direita do plano mediano. Se você girar o rosto para a 
esquerda cerca de 45° sem girar os ombros, a rotação da cabeça é semelhante à 
rotação do coração em relação ao tronco. 
O pericárdio fibroso protege o coração contra o superenchimento súbito, 
porque é inflexível e intimamente relacionado aos grandes vasos que o perfuram 
superiormente. A parte ascendente da aorta leva o pericárdio superiormente, 
além do coração, até o nível do ângulo do esterno. 
 
 
 
24 
A cavidade do pericárdio é um espaço virtual entre as camadas opostas 
das lâminas parietal e visceral do pericárdio seroso. Normalmente contém uma 
fina película de líquido que permite ao coração se movimentar e bater sem 
atrito. 
A lâmina visceral do pericárdio serosoforma o epicárdio, a mais externa 
das três camadas da parede cardíaca. Estende- se sobre o início dos grandes 
vasos e torna-se contínuo com a lâmina parietal do pericárdio seroso (1) no 
local onde a aorta e o tronco pulmonar deixam o coração e (2) no local onde a 
VCS, a veia cava inferior (VCI) e as veias pulmonares entram no coração. O 
seio transverso do pericárdio é uma passagem transversal dentro da cavidade 
pericárdica entre esses dois grupos de vasos e as reflexões do pericárdio seroso 
ao seu redor. A reflexão do pericárdio seroso ao redor do segundo grupo de 
vasos forma o seio oblíquo do pericárdio. Os seios do pericárdio formam-se 
durante o desenvolvimento do coração em consequência do pregueamento do 
tubo cardíaco primitivo. À medida que o tubo cardíaco se dobra, sua 
extremidade venosa desloca-se em sentido posterossuperior (Figura 1.45), de 
modo que a extremidade venosa do tubo coloca-se adjacente à extremidade 
arterial, separadas apenas pelo seio transverso do pericárdio (Figura 1.46). 
Assim, o seio transverso situa-se posteriormente às partes intrapericárdicas do 
tronco pulmonar e parte ascendente da aorta, anteriormente à VCS e 
superiormente aos átrios. 
À medida que as veias do coração se desenvolvem e se expandem uma 
reflexão pericárdica ao seu redor forma o seio oblíquo do pericárdio, um 
recesso semelhante a uma bolsa larga na cavidade pericárdica posterior à 
base (face posterior) do coração, formada pelo átrio esquerdo (Figuras 1.45 e 
1.46). O seio oblíquo é limitado lateralmente pelas reflexões pericárdicas que 
circundam as veias pulmonares e a VCI, e posteriormente pelo pericárdio 
que cobre a face anterior do esôfago. O seio oblíquo pode ser aberto 
inferiormente e permite a passagem de vários dedos; entretanto, não é 
possível passar o dedo ao redor de nenhuma dessas estruturas porque o seio 
é um saco cego (fundo de saco). 
A irrigação arterial do pericárdio (Figura 1.47) provém principalmente de 
um ramo fino da artéria torácica interna, a artéria pericardicofrênica, que 
não raro acompanha o nervo frênico, ou pelo menos segue paralelamente a 
ele, até o diafragma. Contribuições menores de sangue provêm da(s): 
• Artéria musculofrênica, um ramo terminal da artéria torácica interna. 
• Artérias bronquial, esofágica e frênica superior, ramos da parte torácica da 
aorta. 
• Artérias coronárias (apenas a lâmina visceral do pericárdio seroso), os 
primeiros ramos da aorta. 
 
 
 
 
 25 
A drenagem venosa do pericárdio é feita por: 
• Veias pericardicofrênicas, tributárias das veias braquiocefálicas (ou 
torácicas internas). 
• Tributárias variáveis do sistema venoso ázigo (analisadas adiante, neste 
capítulo). 
A inervação do pericárdio provém dos: 
• Nervos frênicos (C3–C5), origem primária das fibras sensitivas; as 
sensações álgicas conduzidas por esses nervos são comumente referidas 
na pele (dermátomos C3–C5) da região supraclaviculares ipsolateral 
(parte superior do ombro do mesmo lado). 
 
Figura 1.44 Saco pericárdico em relação ao esterno e aos nervos frênicos. Esta 
dissecção expõe o saco pericárdico posteriormente ao corpo do esterno, desde logo 
acima do ângulo do esterno até o nível da sínfise xifosternal. Cerca de um terço do 
saco pericárdico (e, portanto, do coração) situa-se à direita da linha mediana e dois 
terços à esquerda (detalhe). 
 
 
 
 26 
 
Figura 1.45 Desenvolvimento do coração e pericárdio. O tubo cardíaco 
embrionário longitudinal causa invaginação do saco pericárdico que tem duas 
camadas (semelhante à colocação da salsicha no pão de cachorro-quente). A seguir, 
o tubo cardíaco primitivo curva-se ventralmente, aproximando as extremidades 
arterial e venosa primitivas do coração e criando o seio transverso do pericárdio 
primitivo (T) entre elas. Com o crescimento do embrião, as veias se expandem e se 
afastam, inferior e lateralmente. O pericárdio refletido ao redor delas forma os 
limites do seio oblíquo do pericárdio. VCI = veia cava inferior; VCS = veia cava 
superior. 
 
Figura 1.46 Interior do saco pericárdico. Para retirar o coração do saco, foram 
seccionados os oito vasos que perfuram o saco. O seio oblíquo do pericárdico é 
circunscrito por cinco veias. A veia cava superior (VCS), o tronco pulmonar e, 
principalmente, a aorta têm porções intrapericárdicas. O ponto mais alto do saco 
pericárdico é a junção entre a parte ascendente e o arco da aorta. O seio 
transverso do pericárdio é limitado anteriormente pelo pericárdio seroso que 
cobre a face posterior do tronco pulmonar e a parte ascendente da aorta, 
posteriormente por aquele que cobre a VCS e inferiormente pelo pericárdio 
visceral que cobre os átrios. VCI, veia cava inferior. 
INERVAÇÃO DO CORAÇÃO 
• Nervos vagos, função incerta; 
• Troncos simpáticos, vasomotores. 
 A inervação do pericárdio pelos nervos frênicos e o trajeto desses nervos 
somáticos entre o coração e os pulmões fazem pouco sentido quando não se leva 
em conta o desenvolvimento do pericárdio fibroso. A membrana (membrana 
pleuropericárdica) que inclui o nervo frênico é dividida ou separada da parede 
do corpo em desenvolvimento pela formação das cavidades pleurais, que se 
ampliam para acomodar os pulmões que crescem rápido (Figura 1.48). Os 
pulmões se desenvolvem nos canais pericardioperitoneais que seguem de ambos 
os lados do intestino anterior, unindo as cavidades torácica e abdominal de cada 
lado do septo transverso. Os canais (cavidades pleurais primordiais) são 
pequenos demais para acomodar o rápido crescimento dos pulmões, e começam 
a invadir o mesênquima da parede do corpo em sentido posterior, lateral e 
anterior, dividindo-o em duas camadas: uma camada externa que se torna a 
parede torácica definitiva (costelas e músculos intercostais) e uma camada 
interna ou profunda (as membranas pleuropericárdicas) que contém os nervos 
frênicos e forma o pericárdio fibroso (Moore, Persaud e Torchia, 2012). Assim, 
o saco pericárdico pode ser uma sede de dor, do mesmo modo que a caixa 
torácica ou a pleura parietal, embora essa dor tenda a ser referida em 
dermátomos da parede do corpo — áreas sensitivas mais comuns. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
 
Figura 1.47 Irrigação arterial e drenagem venosa do pericárdio. As artérias do 
pericárdio são derivadas principalmente das artérias torácicas internas, com 
pequenas contribuições de seus ramos musculofrênicos e da parte torácica da 
aorta. As veias são tributárias das veias braquiocefálicas. 
 
 
Figura 1.48 Desenvolvimento do pericárdio fibroso e deslocamento do nervo 
frênico. O crescimento exuberante dos pulmões nas cavidades pleurais primitivas 
(canais pleuroperitoneais) separa as pregas pleuropericárdicas da parede do 
corpo, criando as membranas pleuropericárdicas. As membranas incluem o 
nervo frênico e dão origem ao pericárdio fibroso que envolve o coração e separa 
as cavidades pleural e pericárdica. 
 
 
29 
Importância cirúrgica do seio transverso do pericárdio 
O seio transverso do pericárdio é muito importante para os cirurgiões 
cardíacos. Após a abertura anterior do saco pericárdico, pode-se introduzir um 
dedo através do seio transverso do pericárdio posteriormente à parte ascendente 
da aorta e ao tronco pulmonar (Figura B1. 17). O cirurgião usa um clampe 
cirúrgico ou posiciona uma ligadura ao redor desses grandes vasos, insere os tubos 
de um aparelho de circulação extracorpórea e, depois, fecha a ligadura, para 
interromper ou desviar a circulação de sangue nessas artérias durante cirurgia 
cardíaca, como a cirurgia de revascularização do miocárdio.Figura B 1.16 Posição das vísceras torácicas em decúbito dorsal e em posição 
ortostática. 
Importância cirúrgica do seio transverso do pericárdio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
Figura B 1.17 Seio transverso do pericárdio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 CORAÇÃO 
 LOCALIZAÇÃO 
 MORFOLOGIA INTERNA DO CORAÇÃO 
 CAMADAS DO CORAÇÃO 
 ESQUELETO FIBROSO 
 FORMA DO CORAÇÃO 
 VASOS DA BASE DO CORAÇÃO 
 FACES DO CORAÇÃO 
 ÁTRIO DIREITO 
 ESTRUTURAS DO ÁTRO DIREITO 
 VENTRÍCULO DIREITO 
 ESTRUTURAS DO VENTRÍCULO DIREITO 
 ÁTRIO ESQUERDO 
 ESTRUTURA DO ÁTRIO ESQUERDO 
 VENTRÍCULO ESQUERDO 
 ESTRUTURAS DO VENTRÍCULO ESQUERDO 
 VALVAS DO TRONCO PULMONAR E DA AORTA 
 VALVAS CARDÍACAS 
 VASCULATURA DO CORAÇÃO 
 ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA 
 RAMOS DA ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA 
 ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA 
 RAMOS DA ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA 
 VARIAÇÕES DAS ARTÉRIAS CORONÁRIAS 
 CIRCULAÇÃO COLATERAL CORONÁRIANA 
 FOCOS CARDÍACOS 
 DRENAGEM VENOSA DO CORAÇÃO 
 VEIAS TRIBUTÁRIAS DO SEIO CORONÁRIO 
 DRENAGEM LINFÁTICA DO CORAÇÃO 
 COMPLEXO ESTIMULANTE DO CORAÇÃO 
 INERVAÇÃO DO CORAÇÃO 
 ELEMENTOS DO COMPLEXO ESTIMULANTE DO CORAÇÃO 
 ESQUELETO FIBROSO DO CORAÇÃO 
 CIRCULAÇÃO DO SANGUE 
 TIPOS DE CIRCULAÇÃO 
 VASOS SANGUÍNEOS 
 TÍNICAS (CAMADAS) DAS ARTÉRIAS 
 ARTÉRIAS 
 CALIBRE DAS ARTÉRIAS 
 ELASTICIDADE DAS ARTÉRIAS 
 RAMOS DAS ARTÉRIAS 
 VEIAS 
 CAPILARES SANGUÍNEOS 
 FORMA DAS VEIAS 
 CALIBRE DAS VEIAS 
 VEIAS TRIBUTÁRIAS OU AFLUENTES 
 NÚMERO DE VEIAS 
 SITUAÇÕES DAS VEIAS 
 DIFERENÇAS DE ARTÉRIAS E VEIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CORAÇÃO 
O coração, que é um pouco maior do que uma mão fechada é uma bomba 
dupla, autoajustável, de sucção e pressão, cujas partes trabalham em 
conjunto para impulsionar o sangue para todos os locais do corpo. O lado 
direito do coração (coração direito) recebe sangue pouco oxigenado (venoso) do 
corpo pelas VCS e VCI e o bombeia através do tronco e das artérias 
pulmonares para ser oxigenado nos pulmões (Figura 1.49A). O lado esquerdo 
do coração (coração esquerdo) recebe sangue bem oxigenado (arterial) dos 
pulmões através das veias pulmonares e o bombeia para a aorta, de onde é 
distribuído para o corpo. 
O órgão central do sistema circulatório é descrito aqui em seus aspectos 
mais gerais. O coração é uma bomba contrátil-propulsora. Embora o seu peso 
oscile emtre 280 e 340 g, pode pesar muito mais quando exigido continuamente, 
como em atletas e trabalhadores que exercem intensa atividade física. Neste caso 
não há aumento do número de fibras musculares cardíacas, isto é, uma hiperplasia, 
mas sim uma hipertrofia (aumento da espessura e comprimento) das fibras 
musculares. O tecido muscular que forma o coração é de tipo especial-tecido 
muscular estriado cardíaco, e constitui a sua camada média ou miocárdio. Forrando 
internamente o miocárdio existe endotélio, contínuo com a camada íntima dos 
vasos que chegam ou saem do coração. Estas camadas internas recebe o nome de 
endocárdio. Extremamente ao miocárdio, há uma camada serosa revestindo-o 
denominada epicárdio. O coração possui uma contratilidade própria ou inerente de 
modo que, quando removido de um animal, como a rã, por exemplo, e perfundido 
em uma solução salina aquosa isotônica ou soro fisiológico, continua a bater 
ritmicamente. O miocárdio é altamente especializado e consiste de fibras que 
ramificam e se conectam por seus ramos com fibras adjacentes. Esta continuidade 
funcional através de todo o miocárdio significa que o coração se comporta como 
uma unidade, ou seja, um estímulo adequado provoca a contração de todo o órgão 
(lei do tudo ou nada). Compreende-se que o coração, que começa a bater no peito 
no 7º mês de vida intrauterino e continua depois do nascimento até a morte, 
necessita de grande quantidade de oxigênio, garantido pelo suprimento sanguíneo 
fornecido pelas artérias coronárias que irriga. A cavidade do coração é subdividida 
em quatro câmaras (dois átrios e dois ventrículos) e entre átrios e ventrículos 
existem orifícios com dispositivos orientadores da corrente sanguínea: são as 
valvas. 
HIPERPLASIA: aumento benigno de um tecido devido à multiplicação das 
células que o compõem; hipertrofia numérica. 
O coração, que é um pouco maior do que uma mão fechada é uma bomba 
dupla, autoajustável, de sucção e pressão, cujas partes trabalham em conjunto 
para impulsionar o sangue para todos os locais do corpo. O lado direito do coração 
(coração direito) recebe sangue pouco oxigenado (venoso) do corpo pelas VCS e 
VCI e o bombeia através do tronco pulmonar e das artérias pulmonares para ser 
oxigenado nos pulmões (Figura 1.49A). O lado esquerdo do coração (coração 
esquerdo) recebe sangue bem oxigenado (arterial) dos pulmões através das veias 
pulmonares e o bombeia para a aorta, de onde é distribuído para o corpo. 
34 
O coração é um órgão muscular oco que funciona como uma bomba 
propulsora possui quatro câmaras (dois átrios e dois ventrículos) 
O coração tem quatro câmaras: átrios direito e esquerdo e ventrículos 
direito e esquerdo. Os átrios são câmaras de recepção que bombeiam sangue 
para os ventrículos (as câmaras de ejeção). As ações sincrônicas das duas 
bombas atrioventriculares (AV) cardíacas (câmaras direita e esquerda) 
constituem o ciclo cardíaco (Figura 1.49B a F). O ciclo começa com um período 
de alongamento e enchimento ventricular (diástole) e termina com um período 
de encurtamento e esvaziamento ventricular (sístole). 
Figura 1.49 Ciclo cardíaco. O ciclo cardíaco descreve a movimentação completa do 
coração ou os batimentos cardíacos e inclui o período que vai do início de um 
batimento cardíaco até o início do próximo. O ciclo consiste em diástole 
(relaxamento e enchimento ventricular) e sístole (contração e esvaziamento 
ventricular). O coração direito (lado azul) é a bomba do circuito pulmonar; o 
coração esquerdo (lado vermelho) é a bomba do circuito sistêmico. 
35 
LOCALIZAÇÃO 
O coração fica localizado no interior da cavidade torácica, posterior ao osso 
esterno, superior ao músculo diafragma, sobre o qual em parte repousa no espaço 
compreendido entre os dois pulmões e os sacos pleurais denominado mediastino 
(mediastino médio inferior). Sua maior porção se encontra à esquerda do plano 
mediano. O coração fica disposto obliquamente, de forma que a base se situa à 
direita e posteriormente e o ápice à esquerda e anteriormente. O maior eixo do 
coração-eixo longitudinal (da base ao ápice) é, pois oblíquo e forma um ângulo de 
aproximadamente 40º com plano horizontal e também como o plano mediano do 
corpo. 
 
 
MORFOLOGIA INTERNA DO CORAÇÃO 
 
Quando as paredes do coração são abertas, verifica-se que a cavidade 
cardíaca apresenta septo, subdividindo-a em quatro câmaras (dois átrios e dois 
ventrículos). O septo horizontal, septo atrioventricular, divide o coração em duas 
porções, superior e inferior. A porção superior apresenta um septo sagital, o septo 
interatrial, que divide duas câmaras: átrio direito e átrio esquerdo. Cada átrio possui 
um apêndice, o qual visto na superfície externa do coração, se assemelha a uma 
orelha de animal e recebe, por isso, o nome de aurícula (do laim auris, orelha). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
Câmaras do coração 
(4 câmaras) 
2 Átrios (Câmaras receptoras) 
 
 
 
 
2 Ventrículos (câmaras ejetoras) 
Átrio direito 
 
Átrio esquerdo 
Ventrículo direito 
 
Ventrículo esquerdoDois sons cardíacos (bulhas cardíacas) são auscultados com um estetoscópio: 
um som tum (1
o
) quando o sangue é transferido dos átrios para os ventrículos 
e um som tá (2
o
) quando os ventrículos ejetam o sangue do coração. Os sons 
do coração são produzidos pelo estalido de fechamento das valvas 
unidirecionais que normalmente impedem o refluxo do sangue durante as 
contrações do coração. 
A parede de cada câmara cardíaca tem três camadas, da superficial para a 
profunda (Figura 1.43): 
1. Endocárdio, uma fina camada interna (endotélio e tecido conectivo 
subendotelial) ou membrana de revestimento do coração que também 
cobre suas valvas. 
2. Miocárdio, uma camada intermediária helicoidal e espessa, formada por 
músculo cardíaco. 
 
3. Epicárdio, uma camada externa fina (mesotélio) formada pela lâmina 
visceral do pericárdio seroso. 
As paredes do coração são formadas principalmente por miocárdio espesso, 
sobretudo nos ventrículos. A contração dos ventrículos produz um movimento 
de torção devido à orientação helicoidal dupla das fibras musculares cardíacas 
(Torrent- Guasp et al., 2001) (Figura 1.50). Inicialmente, esse movimento ejeta o 
sangue dos ventrículos enquanto a camada espiral externa (basal) contrai 
primeiro estreitando e depois encurtando o coração, reduzindo o volume das 
câmaras ventriculares. A contração sequencial contínua da camada espiral 
interna (apical) alonga o coração, seguida por alargamento enquanto o 
miocárdio relaxa rapidamente, aumentando o volume das câmaras para 
receber sangue dos átrios. 
As fibras musculares cardíacas estão fixadas ao esqueleto fibroso do coração 
(Figura 1.51). Essa é uma estrutura complexa de colágeno denso que forma 
quatro anéis fibrosos que circundam os óstios das valvas, um trígono fibroso 
direito e outro esquerdo (formados por conexões entre os anéis), e as partes 
membranáceas dos septos interatrial e interventricular. O esqueleto fibroso do 
coração: 
Mantém os óstios das valvas AV e arteriais permeáveis e impede que sejam 
excessivamente distendidos por um aumento 
 Do volume de sangue bombeado através deles 
 Oferece fixação para as válvulas das valvas 
 Oferece fixação para o miocárdio, que, quando não espiralado, forma 
uma faixa miocárdica ventricular contínua originada principalmente no 
anel fibroso da valva do tronco pulmonar e inserida principalmente no 
anel fibroso da valva da aorta (Figura 1.50); 
 Forma um ―isolante‖ elétrico, separando os impulsos conduzidos 
mioentericamente dos átrios e ventrículos, de forma que a contração 
dessas câmaras seja independente, e circundando e dando passagem à 
parte inicial do feixe AV do complexo estimulante do coração 
(apresentado adiante, neste capítulo). 
Na parte externa, os átrios são demarcados dos ventrículos pelo sulco 
coronário e os ventrículos direito e esquerdo são separados pelos sulcos 
interventriculares (IV) anterior e posterior (Figura 1.52B e D). O coração parece 
trapezoide em uma vista anterior ou posterior (Figura 1.52A), mas seu formato 
tridimensional é semelhante ao de uma pirâmide tombada com o ápice (voltado 
anteriormente e para a esquerda), uma base (oposta ao ápice, na maioria das 
vezes voltada posteriormente) e quatro faces. 
 
Figura 1.50 Estrutura do miocárdio e esqueleto fibroso do coração. A organização 
helicoidal (espiral dupla) do miocárdio (modificada de Torrent-Guasp et al., 2001). 
A incisão do miocárdio superficial ao longo do sulco interventricular anterior (linha 
vermelha tracejada) e retirada a partir de sua origem no anel fibroso do tronco 
pulmonar (TP) mostra as espirais duplas espessas da faixa miocárdica ventricular. A 
faixa miocárdica ventricular é desenrolada progressivamente. Uma faixa de fibras 
quase horizontais forma uma espiral basal externa (marrom-escura) que 
compreende a parede externa do ventrículo direito (segmento direito; sd) e a 
camada externa da parede externa do ventrículo esquerdo (segmento esquerdo; se). 
A espiral apical mais profunda (marrom-clara) compreende a camada interna da 
parede externa do ventrículo esquerdo. As fibras entrecruzadas formam o septo 
interventricular. Assim, o septo, como a parede externa do ventrículo esquerdo, 
também tem uma camada dupla. A contração sequencial da faixa miocárdica 
permite o funcionamento dos ventrículos como bombas de sucção e impulsão 
paralelas; quando se contraem, os ventrículos não apenas sofrem colapso, mas 
também torção. mpa = músculos papilares anteriores; mpp = músculos papilares 
posteriores. 
 
Figura 1.51 Esqueleto fibroso do coração. O esqueleto fibroso isolado é formado 
por quatro anéis fibrosos (ou dois anéis e duas ―pequenas coroas‖), cada um deles 
circunda uma valva; dois trígonos; e as porções membranáceas dos septos 
interatrial, interventricular e atrioventricular. 
FORMA 
O coração tem a forma aproximadamente de um cone truncado (pirâmide), 
apresenta uma base, um ápice e quatro faces. A base do coração não tem uma 
delimitação nítida, isto porque corresponde à área ocupada pelas raízes dos 
grandes vasos da base do coração, isto é, vasos que através dos quais o sangue 
chega ou sai do coração. 
 
VASOS DA BASE DO CORAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
Veias pulmonares 
(direitas) 
Tronco pulmonar 
Artéria 
aorta ascendente 
Veia 
cava superior 
Veias pulmonares 
(esquerdas) 
Veia 
cava inferior 
Vista anterior do coração 
Vista posterior do coração 
Veia 
cava superior 
Artéria 
pulmonar esquerda 
Vasos da base do coração 
Tronco pulmonar 
 
 
Artéria aporta ascendente 
 
Veia cava superior 
 
Veia cava inferior 
 
Veias pulmonares esquerdas (2) 
 
Veias pulmonares direitas (2) 
Artéria pulmonar direita 
 
Artéria pulmonar esquerda 
O ápice do coração (Figura 1.52B): 
• É formado pela parte inferolateral do ventrículo esquerdo 
• Situa-se posteriormente ao 5
o
 espaço intercostal esquerdo em adultos, em 
geral a aproximadamente 9 cm (a largura de uma mão) do plano mediano 
• Permanece imóvel durante todo o ciclo cardíaco 
• É o local de intensidade máxima dos sons de fechamento da valva 
atrioventricular esquerda (mitral) (batimento apical); o ápice está situado 
sob o local onde os batimentos cardíacos podem ser auscultados na 
parede torácica. 
A base do coração (Figura 1.52C e D): 
• É a face posterior do coração (oposta ao ápice) 
• É formada principalmente pelo átrio esquerdo, com menor contribuição do 
átrio direito. 
• Está voltada posteriormente em direção aos corpos das vértebras T VI a T 
IX e está separado delas pelo pericárdio, seio oblíquo do pericárdico, 
esôfago e aorta. 
• Estende-se superiormente até a bifurcação do tronco pulmonar e 
inferiormente até o sulco coronário 
• Recebe as veias pulmonares nos lados direito e esquerdo de sua porção 
atrial esquerda e as veias cavas superior e inferior nas extremidades 
superior e inferior de sua porção atrial direita. 
 
 
 
 
Figura 1.52 Formato, orientação, faces e margens do coração. A e B. São 
mostradas a face esternocostal do coração e a relação dos grandes vasos. Os 
ventrículos dominam essa face (dois terços correspondem ao ventrículo direito e 
um terço, ao ventrículo esquerdo). C e D. São mostradas as faces pulmonar 
(esquerda) e diafragmática (inferior) e a base do coração, bem como as relações 
dos grandes vasos. 
As quatro faces do coração (Figura 1.52A–D) são: 
1. Face esternocostal (anterior), formada principalmente pelo ventrículo 
direito; 
2. Face diafragmática (inferior), formada principalmente pelo ventrículo 
esquerdo e em parte pelo ventrículo direito; está relacionadaprincipalmente ao centro tendíneo do diafragma; 
3. Face pulmonar direita, formada principalmente pelo átrio direito. 
4. Face pulmonar esquerda, formada principalmente pelo ventrículo esquerdo; 
forma a impressão cardíaca do pulmão esquerdo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 42 
Faces do coração 
Face esternocostal 
 
 Face diafragmática 
 
Face pulmonar direita 
 
Face pulmonar esquerda 
 
O coração parece trapezoide nas vistas anterior (Figura 1.52A e B) e 
posterior (Figura 1.52C e D). As quatro margens do coração são: 
1. Margem direita (ligeiramente convexa), formada pelo átrio direito e 
estendendo-se entre a VCS e a VCI; 
2. Margem inferior (quase horizontal), formada principalmente pelo ventrículo 
direito e pequena parte pelo ventrículo esquerdo; 
3. Margem esquerda (oblíqua, quase vertical), formada principalmente pelo 
ventrículo esquerdo e pequena parte pela aurícula esquerda; 
4. Margem superior, formada pelos átrios e aurículas direita e esquerda em 
vista anterior; a parte ascendente da aorta e o tronco pulmonar emergem 
dessa margem e a VCS entra no seu lado direito. Posteriormente à aorta e 
ao tronco pulmonar e anteriormente à VCS, essa margem forma o limite 
inferior do seio transverso do pericárdio. 
O tronco pulmonar, com aproximadamente 5 cm de comprimento e 3 cm de 
largura, é a continuação arterial do ventrículo direito e divide-se em artérias 
pulmonares direita e esquerda. O tronco e as artérias pulmonares conduzem o 
sangue pouco oxigenado para oxigenação nos pulmões (Figuras 1.49A e 1.52B). 
ÁTRIO DIREITO 
O átrio direito forma a margem direita do coração e recebe sangue venoso da 
VCS, VCI e seio coronário (Figura 1.52B e D). A aurícula direita, semelhante 
a uma orelha, é uma bolsa muscular cônica que se projeta do átrio direito 
como uma câmara adicional, aumenta a capacidade do átrio e se superpõe à 
parte ascendente da aorta. 
O interior do átrio direito (Figuras 1.53A e B) apresenta: 
 Uma parte posterior lisa, de paredes finas (o seio das veias cavas), onde 
se abrem as veias cavas (VCS e VCI) e o seio coronário, que trazem 
sangue pouco oxigenado para o coração. 
 Uma parede anterior muscular, rugosa, formada pelos músculos 
pectíneos. 
 Um óstio AV direito, através do qual o átrio direito transfere para o 
ventrículo direito o sangue pouco oxigenado que recebeu. As partes lisa 
e áspera da parede atrial são separadas externamente por um sulco 
vertical superficial, o sulco terminal (Figura 1.52C), e internamente por 
uma crista vertical, a crista terminal (Figura 1.53A). A VCS se abre na 
parte superior do átrio direito no nível da 3
a
 cartilagem costal direita. A 
VCI se abre na parte inferior do átrio direito quase alinhada com a 
VCS, no nível aproximado da 5
a
 cartilagem costal. 
 
 
43 
ESTRUTURAS DO ÁTIO DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.53 Átrio direito. A. A parede externa do átrio direito foi incisada desde a 
aurícula direita até a face diafragmática. A parede foi afastada para mostrar a 
parte de parede lisa do átrio, o seio das veias cavas, formado pela absorção do 
seio venoso do coração embrionário. Todas as estruturas venosas que entram no 
átrio direito (veias cavas superior e inferior e seio coronário) se abrem no seio das 
veias cavas. A fossa oval superficial é o local de fusão da valva embrionária do 
forame oval com o septo interatrial. B. O sangue da veia cava superior (VCS) é 
direcionado para o óstio atrioventricular direito, enquanto o sangue da veia cava 
inferior (VCI) é direcionado para a fossa oval, como era antes do nascimento. 
 
44 
Átrio direito 
Músculo pectíneo 
 
Fossa oval 
 
Óstio do seio coronário 
 
Óstio da veia cava superior 
 
Óstio da veia cava inferior 
 
O óstio do seio coronário, um tronco venoso curto que recebe a maioria das 
veias cardíacas, situa-se entre o óstio AV direito e o óstio da VCI. O septo 
interatrial que separa os átrios tem uma depressão oval, do tamanho da 
impressão digital de um polegar, a fossa oval, que é um remanescente do 
forame oval e sua valva no feto. A compreensão plena das características do 
átrio direito requer o conhecimento do desenvolvimento do coração; ver, no 
boxe azul, ―Embriologia do átrio direito‖, mais adiante. 
VENTRÍCULO DIREITO 
O ventrículo direito forma a maior parte da face esternocostal do coração, 
uma pequena parte da face diafragmática e quase toda a margem inferior do 
coração (Figura 1.52B). Superiormente, afila-se e forma um cone arterial 
(infundíbulo), que conduz ao tronco pulmonar (Figura 1.54). No ventrículo 
direito existem elevações musculares irregulares (trabéculas cárneas) em sua 
face interna. Uma crista muscular espessa, a crista supraventricular, separa a 
parede muscular rugosa na parte de entrada da câmara da parede lisa do 
cone arterial, ou parte de saída. A parte de entrada do ventrículo recebe 
sangue do átrio direito através do óstio AV direito (tricúspide) (Figura 1.55A), 
localizado posteriormente ao corpo do esterno no nível do 4
o
 e 5
o
 espaços 
intercostais. O óstio AV direito é circundado por um dos anéis fibrosos do 
esqueleto fibroso do coração (Figura 1.51). O anel fibroso mantém o calibre do 
óstio constante (suficientemente grande para permitir a passagem das pontas 
de três dedos), resistindo à dilatação que poderia resultar da passagem de 
sangue através dele com pressões variadas. 
A valva atrioventricular direita (tricúspide) (Figuras 1.54 e 1.55) protege 
o óstio AV direito. As bases das válvulas estão fixadas ao anel fibroso ao redor 
do óstio. Como o anel fibroso mantém o calibre do óstio, as válvulas fixadas se 
tocam da mesma forma a cada batimento cardíaco. As cordas tendíneas fixam-
se às margens livres e às superfícies ventriculares das válvulas anterior, 
posterior e septal, de forma semelhante à fixação das cordas em um 
paraquedas (Figura 1.54A). As cordas tendíneas originam-se dos ápices dos 
músculos papilares, que são projeções musculares cônicas com bases fixadas à 
parede ventricular. Os músculos papilares começam a se contrair antes da 
contração do ventrículo direito, tensionando as cordas tendíneas e 
aproximando as válvulas. Como as cordas estão fixadas a faces adjacentes de 
duas válvulas, elas evitam a separação das válvulas e sua inversão quando é 
aplicada tensão às cordas tendíneas e mantida durante toda a contração 
ventricular (sístole) — isto é, impede o prolapso (entrada no átrio direito) das 
válvulas da valva atrioventricular direita quando a pressão ventricular 
aumenta. Assim, a regurgitação (fluxo retrógrado) de sangue do ventrículo 
direito para o átrio direito durante a sístole ventricular é impedida pelas 
válvulas (Figura 1.55C). 45 
 
Figura 1.54 Interior do ventrículo direito. A parede esternocostal do ventrículo 
direito foi excisada. A. A valva atrioventricular direita (tricúspide) na entrada do 
ventrículo (óstio atrioventricular [AV] direito) está aberta e a valva pulmonar na 
saída para o tronco pulmonar está fechada, como ocorre durante o enchimento 
ventricular (diástole). O cone arterial afunilado liso é a via de saída da câmara. B. 
O sangue proveniente das faces posterior e inferior entra na câmara, fluindo 
anteriormente e para a esquerda (em direção ao ápice); o sangue que flui para o 
tronco pulmonar segue superior e posteriormente. VCI = veia cava inferior; VCS 
= veia cava superior. 
Três músculos papilares no ventrículo direito correspondem às válvulas da 
valva atrioventricular direita (Figura 1.54A): 
1. O músculo papilar anterior, o maior e mais proeminente dos três, origina-se 
da parede anteriordo ventrículo direito; suas cordas tendíneas se fixam 
nas válvulas anterior e posterior da valva atrioventricular direita; 
2. O músculo papilar posterior, menor do que o músculo anterior pode ter 
várias partes; origina-se da parede inferior do ventrículo direito, e suas 
cordas tendíneas se fixam nas válvulas posterior e septal da valva 
atrioventricular direita. 
3. O músculo papilar septal origina-se do septo interventricular, e suas cordas 
tendíneas se fixam às válvulas anterior e septal da valva atrioventricular 
direita. 46 
ESTRUTURAS DO VENTÍCULO DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ventrículo direito 
Valva tricúspide 
 
 
 
Cordas tendíneas 
 
 
Músculos papilares 
(3 M. papilares) 
 
 
Trabécula septomarginal 
 
Cúspide anterior 
 
Cúspide posterior 
 
Cúspide septal 
Músculo papilar anterior 
 
Músculo papilar posterior 
 
Músculo papilar septal 
Figura 1.55 Valvas do coração e grandes vasos. A. As valvas coronárias são 
mostradas in situ. AV = atrioventricular. B. No início da diástole (relaxamento e 
enchimento ventriculares), as valvas da aorta e do tronco pulmonar são fechadas; 
logo depois, as valvas atrioventriculares direitas (tricúspide) e esquerdas (mitral) se 
abrem (também mostradas na Figura 1.49). C. Logo após o início da sístole 
(contração e esvaziamento ventriculares), as valvas atrioventricular direita e 
esquerda se fecham e as valvas da aorta e do tronco pulmonar se abrem. 
O septo interventricular (SIV), composto pelas partes muscular e 
membranácea, é uma divisória oblíqua forte entre os ventrículos direito e 
esquerdo (Figuras 1.54A e 1.57), formando parte das paredes de cada um. 
Em vista da pressão arterial muito maior no ventrículo esquerdo, a parte 
muscular do SIV, que constitui a maior parte do septo, tem a espessura igual 
ao restante da parede do ventrículo esquerdo (duas a três vezes mais espessa 
que a parede do ventrículo direito) e salienta-se para a cavidade do 
ventrículo direito. Superior e posteriormente, uma membrana fina, parte do 
esqueleto fibroso do coração (Figura 1.51), forma a parte membranácea do 
SIV, muito menor. No lado direito, a válvula septal da valva atrioventricular 
direita (Figura 1.54) está fixada ao meio dessa parte membranácea do 
esqueleto fibroso. Isso significa que, inferiormente à válvula, a membrana é 
um septo interventricular, mas superiormente à válvula, é um septo 
atrioventricular, que separa o átrio direito do ventrículo esquerdo. 
A trabécula septomarginal (banda moderadora) é um feixe muscular 
curvo que atravessa o ventrículo direito da parte inferior do SIV até a base 
do músculo papilar anterior. Essa trabécula é importante porque conduz 
parte do ramo direito do fascículo AV, uma parte do complexo estimulante do 
coração até o músculo papilar anterior (ver ―Complexo Estimulante do 
Coração‖, mais adiante). Este ―atalho‖ através da câmara parece reduzir o 
tempo de condução, permitindo a contração coordenada do músculo papilar 
anterior. 
 
Trabécula septomarginal 
(banda modeladora) 
O átrio direito se contrai quando o ventrículo direito está vazio e 
relaxado; assim, o sangue é forçado a passar através desse orifício para o 
ventrículo direito, afastando as válvulas da valva atrioventricular direita 
como cortinas. A entrada de sangue no ventrículo direito (via de entrada) 
ocorre posteriormente; e quando o ventrículo se contrai, a saída de sangue 
para o tronco pulmonar (via de saída) ocorre superiormente e para a 
esquerda (Figura 1.54B). Consequentemente, o sangue faz um trajeto em 
formato de U no ventrículo direito, mudando de direção em cerca de 140°. 
Essa mudança de direção é acomodada pela crista supraventricular, que 
direciona o fluxo de entrada para a cavidade principal do ventrículo e o fluxo 
de saída para o cone arterial em direção ao óstio do tronco pulmonar. O óstio 
de entrada (AV) e o óstio de saída (pulmonar) estão distantes cerca de 2 cm. A 
valva do tronco pulmonar (Figuras 1.54B e 1.55) no ápice do cone arterial 
situa-se no nível da 3
a
 cartilagem costal esquerda. 
ÁTRIO ESQUERDO 
O átrio esquerdo forma a maior parte da base do coração (Figura 1.52C e D). 
Os pares de veias pulmonares direita e esquerda, avalvulares, entram no átrio 
de paredes finas (Figura 1.56). No embrião, há apenas uma veia pulmonar 
comum, e também somente um tronco pulmonar. As paredes dessa veia e de 
quatro de suas tributárias foram incorporadas à parede do átrio esquerdo, do 
mesmo modo que o seio venoso foi incorporado ao átrio direito. A parte da 
parede derivada da veia pulmonar embrionária tem paredes lisas. A aurícula 
esquerda muscular, tubular, sua parede trabeculada com músculos pectíneos, 
forma a parte superior da margem esquerda do coração e cavalga a raiz do 
tronco pulmonar (Figura 1.52A e B). Representa os remanescentes da parte 
esquerda do átrio primitivo. Uma depressão semilunar no septo interatrial 
indica o assoalho da fossa oval (Figura 1.56A); a crista adjacente é a valva do 
forame oval. 
O interior do átrio esquerdo apresenta: 
• Uma parte maior com paredes lisas e uma aurícula muscular menor, 
contendo músculos pectíneos. 
• Quatro veias pulmonares (duas superiores e duas inferiores) que entram 
em sua parede posterior lisa (Figura 1.56A–C) 
• Uma parede ligeiramente mais espessa do que a do átrio direito 
 
 
 
 
 
 49 
ESTRUTURAS DO ÁTRIO ESQUERDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.56 Interior do átrio e ventrículo esquerdos do coração. A. São mostrados 
os elementos das faces internas do átrio esquerdo e da via de entrada do ventrículo 
esquerdo. AV, atrioventricular. B. O padrão de fluxo sanguíneo através do lado 
esquerdo do coração. C. Nas partes A e B, o coração foi incisado verticalmente ao 
longo de sua margem esquerda e depois transversalmente através da parte 
superior de sua base, passando entre as veias pulmonares superior e inferior 
esquerdas. 
• Um septo interatrial que se inclina posteriormente e para a direita 
• Um óstio AV esquerdo através do qual o átrio esquerdo transfere o sangue 
oxigenado que recebe das veias pulmonares para o ventrículo esquerdo 
(Figura 1.56B). 
 50 
Átrio esquerdo 
Parede é lisa 
 
4 Veias pulmonares 
 
Parede ligeiramente mais espessa 
que a do átrio direito 
VENTRICULO ESQUERDO 
O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração, quase toda sua face esquerda 
(pulmonar) e margem esquerda e a maior parte da face diafragmática (Figuras 
1.52 e 1.57). Como a pressão arterial é muito maior na circulação sistêmica do 
que na circulação pulmonar, o ventrículo esquerdo trabalha mais do que o 
ventrículo direito. 
O interior do ventrículo esquerdo apresenta (Figura 1.57): 
• Paredes duas a três vezes mais espessas do que as paredes do ventrículo 
direito 
• Paredes cobertas principalmente por uma tela de trabéculas cárneas que 
são mais finas e mais numerosas do que as do ventrículo direito 
• Uma cavidade cônica mais longa do que a do ventrículo direito 
• Músculos papilares anteriores e posteriores maiores do que os do 
ventrículo direito 
• Uma parte de saída, superoanterior, não muscular, de parede lisa, o 
vestíbulo da aorta, levando ao óstio da aorta e à valva da aorta; 
• Uma valva atrioventricular esquerda com duas válvulas que guarda o óstio 
AV esquerdo (Figuras 1.55 e 1.57A) 
• Um óstio da aorta situado em sua parte posterossuperior direita e 
circundado por um anel fibroso ao qual estão fixadas as válvulas direita, 
posterior e esquerda da valva da aorta; a parte ascendente da aorta 
começa no óstio