Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Giardia spp. Taxonomia Filo Sarcomastigophora Subfilo Mastigophora Classe Zoomastigophorea Ordem Diplomonadina Família Hexamitidae Gênero Giardia Levine,1985 Filice, 1952 Introdução Parasito de intestino delgado – variedade de vertebrados e anfíbios Cistos - forma resistente e infectante (fezes formadas) Trofozoítos - forma móvel (fezes diarréicas) Distribuição cosmopolita Não possuem complexo de Golgi e mitocôndrias Possuem flagelo recorrente em uma fenda citossólica Habitam ambientes anóxicos (sem oxigênio) Relacionamento homem X animal – zoonose? Água - importante veículo de transmissão Espécies de Giardia e seus hospedeiros 1681: Antonie van Leeuwenhoek 1859:Vilem Lambl 1922: Hegner Rígida especificidade do hospedeiro Giardia bovis, Giardia canis, Giardia cati, Giardia lamblia 1952: Filice Critérios morfológicos do protozoário Giardia agilis, Giardia muris, Giardia duodenalis (G. lamblia ou G. intestinalis) G. psittaci, G. ardeae, G. microti Espécies reconhecidas e hospedeiros de espécies de Giardia Espécies Hospedeiros Muitos mamíferos incluindo humanos, animais de pecuária e animais domésticos Camundongos Roedores selvagens selvagens Psitacídeos Garças Anfíbios G. duodenalis (sin. G. intestinalis, G. lamblia) G. muris G. microti G. psittaci G. ardeae G. agilis MONIS, P. T.; THOMPSON, R. C. A., 2003 Morfologia do trofozoíto de três espécies de Giardia De Kulda and Nohýnková, 1996 apud Monis; Thompson, 2003 Genótipos G. duodenalis G. duodenalis: complexo de espécies composto por sete (A – G) assemblages (grupos) Assemblages: A (“Polish”) - Zoonótico Subgrupo A-I Isolados de humanos e animais Dispersão recente Subgrupo A-II Humanos (animais?) Assemblage B (“Belgian”) : Zoonótico Linhagem genética antiga, Humanos e animais, Alta diversidade genética Assemblage C e D (G. canis) Cães, coiotes e lobos Assemblage E (G. bovis) Animais de casco ( bovinos predominante) Assemblage F (G. catti) Gatos Assemblage G (G. simondi) Roedores Morfologia Nu – núcleos MB – corpo mediano Fg – flagelos CW – parede celular bem definida Ax – axonemas AD – disco adesivo ventral/ suctorial 12 a 15μm x 6 a 8μm 8 a 12μm x 7 a 10μm A – flagelo anterior P – flagelo posterior-lateral V – flagelo ventral C – flagelo caudal D – disco ventral CY – cisto TR – trofozoíto fl – flagelo BENCHIMOL, M. et al, 2004 MÜLLER, N.; VON ALLMEN, N., 2005 Fig. 5. Microscopia eletrônica de varredura of Giardia sob tratamento com nocodazole. (A) Célula típica não tratada mostrando sua forma de pera, 4 pares de flagelos (F) e flagelo lateral (LF), e o disco adesivo na face ventral (VD) MARIANTE, R. D. et al., 2005 Biologia de Giardia duodenalis Organismo no homem Multiplicação por fissão binária no intestino delgado Trofozoítos na mucosa do intestino delgado Ingestão Excreção Excistamento no intestino delgado Cisto Trofozoíto Desintegração Organismos no ambiente externo Smith et al.(2007) Aspectos patogênicos Não invade as células epiteliais do intestino Aderência às microvilosidades das células epiteliais do intestino – porção inicial Lesões no epitélio Disco adesivo ventral Possível mecanismo de adesão Borda ventrolateral Fig. 4. (B) Aumento maior de A mostrando a ligação direta da borda ventrolateral à superfície dos pilares. ERLANDSEN, S. L.; RUSSO, A. P.; TURNER, J. N., 2004 Aumento da permeabilidade Rompimento das junções oclusivas (ZO-1) Fig. 2. Micrografias representativas de varredura de laser confocal de monocamadas de epitélio duodenal humano SCBN imunocorados para junções de oclusão ZO-1 e e fotografados no mesmo aumento. Preparações eram controles não manipulados (A), co-incubados com sonicados de G. lamblia S2 por 24 h (B), co-incubados com trofozoítos vivos de G. lamblia S2 por 24 h (C). BURET, A. G. et al., 2002 Lesões nas microvilosidades área de absorção - digestão Lesão do enterócito permeabilidade epitelial Atrofia das vilosidades absorção dos nutrientes Inibição da atividade enzimática - dissacaridases, lipases e proteases área de absorção motilidade intestinal diarréia Barreiras naturais Muco Peristaltismo Proteases Lipases Sais biliares Microbiota intestinal Células de Paneth Resposta imune inata Óxido nítrico Espécies reativas de oxigênio Lactoferrina Defensinas Fagócitos Mastócitos Células dendríticas Resposta imune adaptativa Anticorpos (IgA) Respostas de células T Infecção Horas Dias Semanas Tempo Sintomas induzidos Cisto Excizoíto ROXSTRÖM-LINDQUIST, K. et al., 2006 Resposta imune Sintomas Assintomáticos - resposta imune, idade, virulência da cepa, dose infectante Sintomáticos Diarréia aguda e auto-limitante / persistente / intermitente Vômito (não em ruminantes) Perda de peso Fezes com odor fétido Gases, distensão e dores abdominais Complicações Mal absorção de gorduras e nutrientes Vitaminas lipossolúveis (A,D,E, K), B12, ferro e lactose Redução no desenvolvimento de indivíduos jovens 19 Histopatologia infiltrado inflamatório – lâmina própria Edema da mucosa Perda das microvilosidades ↑ produção de muco Necrose e destacamento da mucosa Obstrução de pequenos vasos Casos graves Barreira de protozoários + histopatologia má absorção ARAÚJO, N. S., 2006 Fig. 7: Imagens obtidas por Microscopia Eletrônica de Varredura de fragmentos intestinais de gerbils (Meriones unguiculatus), grupo controle e inoculados experimentalmente, com diferentes doses de trofozoítos do isolado humano Portland-1 de Giardia duodenalis. A) Grupo controle no 5º d.a.i (500X). Escassez de muco recobrindo a mucosa intestinal. B) Grupo B no 5º d.a.i (500x). Observar densa camada de muco recobrindo todo o fragmento. C) Grupo E no 23º d.a.i (1000x). Em destaque, trofozoítos imersos em muco na porção apical do vílon. ARAÚJO, N. S., 2006 Epidemiologia Estimativa mundial: 2,8 x 106 casos por ano Países desenvolvidos: 2 – 5% Países em desenvolvimento: 20 – 30% Área geográfica População estudada Metodologia utilizada ↑ prevalência: animais e humanos jovens 13,8 a 63,6% - até 1 ano Ciclo no cão/gato Ciclo no gado Ciclo(s) no ambiente selvagem Ciclo no humano Frequência de transmissão ? Frequência de transmissão ? Frequência de transmissão ? Frequência de transmissão ? Direta ou pela água Direta ou pela água Direta ou pela água Direta ou ocasionalmente pela água THOMPSON, R. C. A., 2004 Ciclos de transmissão Homem Indiretamente - ingestão de cistos (água ou alimento) Diretamente – ambiente – baixo nível higienico – pessoa - pessoa Piscinas, água de irrigação, saneamento básico precário Adubos de fezes contaminadas – contaminação ambiental Bovinos Bezerros – alta intensidade de excreção Adultos – cronicos – manutenção da infecção Significância econômica Importânte para infecção humana? Ciclos de transmissão Cães e gatos Parasito entérico comum – alta prevalência Assintomáticos Higiene e aglomeração Transmissão – água, alimento e pelos proprietários Animal-homem / Homem – animal Animais Silvestres Contaminação dos mananciais de água Fatores que aumentam a ocorrência de Giardíase Alta densidade populacional – criação intensiva Contaminação ambiental Localidade e tipo de hospedeiro Forma cística resistente ( até dois meses) água ou alimentos contaminados – indiretamente canis, bezerreiros, creches – diretamente ↓ condições de higiene Ciclo dos animais e dos humanos – Zoonose? Cães Superpopulação em abrigos Prevalência subestimada ↓ sensibilidade Natureza intermitente da eliminação dos cistos MUNDIM, M. J. S. et al., 2007 Diagnóstico Laboratorial de G. duodenalis Exame de Fezes;Exame de fluído duodenal e histologia; Imunoensaios enzimáticos; Diagnósticos moleculares. Controle Higienização das instalações com remoção diária das fezes Proteção da água de beber Cistos resistem à cloração e à maioria dos desinfetantes, mas não à fervura Limpeza e desinfecção da região perianal diminuir a transmissão de cistos 31 vacina comercial Fonte: http://www.fortdodge.com.br/pets/giardiavax/sobre/index.html Observação: Resposta imune humoral (Ac) - importante Não impede infecção Reduz eliminação de cistos e sintomas Rara recomendação – Conhecimento? Credibilidade? GiardiaVax - trofozoítos inativados Forma de aplicação – Injeção subcutânea com segunda dose de 2 a 4 semanas após a primeira Revacinação anual recomendada. 32
Compartilhar