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Fichamento:Fichamento: STAIGER STAIGER ,, Emil. “Estilo lírico: Emil. “Estilo lírico: a recordação.” In: Conceitos Fundamentais daa recordação.” In: Conceitos Fundamentais da Potica.Potica. ESTI!" !#RIC": ESTI!" !#RIC": A REC"R$A%A REC"R$A%&"&" •• '(anderers )ac*tlied' + 'Canção )oturna do ,iandante' + considerada um dos'(anderers )ac*tlied' + 'Canção )oturna do ,iandante' + considerada um dos e-emlos mais uros de estilo lírico. /Pa0. 12e-emlos mais uros de estilo lírico. /Pa0. 12 •• OposOposição ição á á leituleitura ra especiaespecializadlizadaa: : “" “" cocon*n*ececededor or tetem m rara3434es es aara ra nãnão o dedessrere3a3ar r oo 5ul0amento 5ul0amento do do amador6 amador6 ois ois seu seu con*ecimecon*ecimento nto s7 s7 aut8ntico6 aut8ntico6 en9uanto en9uanto ele ele continuacontinua tamm amador. ;as tal<e3 se5a ossí<el solucionar a contenda. Seria necess=rio aenastamm amador. ;as tal<e3 se5a ossí<el solucionar a contenda. Seria necess=rio aenas 9ue o con*ecedor recon*ecesse 9ue não *= 9ue o con*ecedor recon*ecesse 9ue não *= a9ui onomatoias.” /Pa0.>2a9ui onomatoias.” /Pa0.>2 •• “$a ica de ?omero con*ecem@se <=rios <ersos onomatoaicos como o amoso e“$a ica de ?omero con*ecem@se <=rios <ersos onomatoaicos como o amoso e comatido *e-Bmetro da tradução alemã de ,oss6 re9entemente citado: '?urti0 mitcomatido *e-Bmetro da tradução alemã de ,oss6 re9entemente citado: '?urti0 mit $onner0e$onner0eolter entrollte der olter entrollte der tcDisc*e ;armor.tcDisc*e ;armor.' /'Clere r' /'Clere rola<a com estrondo de tro<ão oola<a com estrondo de tro<ão o traiçoeiro m=rmore.'2 "u $um*in Drac*t er im Fali' /desencadeia@se em estritotraiçoeiro m=rmore.'2 "u $um*in Drac*t er im Fali' /desencadeia@se em estrito aaado26 9ue tradu3 mara<il*osamente em alemão o 0re0o. "u ainda o <erso 9ueaaado26 9ue tradu3 mara<il*osamente em alemão o 0re0o. "u ainda o <erso 9ue descre<e a corte amorosa de Caliso a lisses: Aie dH malaDoisi Da aimlíoisi l70oisi...descre<e a corte amorosa de Caliso a lisses: Aie dH malaDoisi Da aimlíoisi l70oisi... "s meios sonoros da lín0ua a9ui "s meios sonoros da lín0ua a9ui são alicados a um acontecimento. Se di0o são alicados a um acontecimento. Se di0o alicados a'alicados a' mostro com isso 9ue a lín0ua e o acontecimento descrito são di<ersos um do outro.mostro com isso 9ue a lín0ua e o acontecimento descrito são di<ersos um do outro. $i3emos6 com ra3ão6 9ue a lín0ua 'rerodu3' o ocorrido. " conceito 'imitatio' est= em$i3emos6 com ra3ão6 9ue a lín0ua 'rerodu3' o ocorrido. " conceito 'imitatio' est= em escol*ido.” /Pa0. >2escol*ido.” /Pa0. >2 •• Forma e conteúdo como forma inseparável: Forma e conteúdo como forma inseparável: “A imitação lin0ística uma tarea at certo “A imitação lin0ística uma tarea at certo onto undamen onto undament=<el: a se98ncia dos d=ct=<el: a se98ncia dos d=ctilos rerodu3 o estrondo do m=tilos rerodu3 o estrondo do m=rmore6 a ri9ue3armore6 a ri9ue3a dadas s <o0<o0aisais6 6 as as artartimaiman*an*as s sedsedutoutoras ras de de CalCalisiso. o. EssEssas as cocommro<ro<açaç4es 4es não não c*c*e0ae0am m aa melindrar nin0um6 ois o leitor ressu4e 9uase semre a intencionalidade6 ou elomelindrar nin0um6 ois o leitor ressu4e 9uase semre a intencionalidade6 ou elo menos 5ul0a a ossí<el6 e ao oeta elas <8m aenas reorçar a ale0ria de ter conse0uidomenos 5ul0a a ossí<el6 e ao oeta elas <8m aenas reorçar a ale0ria de ter conse0uido coisa tão ela. )o estilo lírico6 entretanto6 não se d= a 're'@rodução lin0ística de umcoisa tão ela. )o estilo lírico6 entretanto6 não se d= a 're'@rodução lin0ística de um ato. )ão se ode aceitar 9ue na '(anderers )ac*tlied' esti<esse de um lado o clima doato. )ão se ode aceitar 9ue na '(anderers )ac*tlied' esti<esse de um lado o clima do creJsculo e do outro a creJsculo e do outro a lín0ua com todos os seus sons6 ronta lín0ua com todos os seus sons6 ronta a ser alicada.” /Pa0.>2a ser alicada.” /Pa0.>2 • O poema não é reprodução linguística de um fato: “Antes6 a r7ria noite 9ue soa como lín0ua. " oeta não reali3a' coisa al0uma. Ainda não *= a9ui um derontar@se o5eti<o /Ge0ener2. A lín0ua dissol<e@se no clima creuscular e o creJsculo na lín0ua. Por isso6 a indicação das ralaç4es sonoras isoladas est= adada a dececionar. K interretação seara em artes distintas o 9ue em sua ori0em eni0maticamente uma s7 coisa. Alm disso6 ela não ode nunca des<endar todo o mistrio da ora lírica. Pois esse estado de unicidade /Einssein2 mais íntimo 9ue a mais sa0a3 ersic=cia de esíritoL caa3 de notar como uma ace 'ala' muito mais 9ue 9ual9uer descrição isionMmica e a alma mais rounda 9ue 9ual9uer tentati<a de interretação sicol70ica.” /Pa0.>2 • “" <alor dos <ersos líricos 5ustamente essa unidade entre a si0niicação das ala<ras e sua mJsica. N uma mJsica esontBnea6 en9uanto a onomatoia + mutatis mutandis e sem <aloração + seria comar=<el O mJsica descriti<a. )ada mais eri0oso 9ue uma tal maniestação direta do clima esiritual. “ /Pa0.>2 • “Cada ala<ra ou mesmo cada sílaa na oesia lírica insustituí<el e imrescindí<el.” /Pa0.>2 • Dificuldade de tradução de um poema lírico: ”,ersos líricos6 entretanto6 9uando t8m 9ue ser declamados6 s7 soam corretamente6 en9uanto ressur0em de rounda sumersão6 de uma 9uietude isolada do mundo6 mesmo 9uando se trata de <ersos ale0res. Eles recisam do encantamento da insiração6 e 9ual9uer suseita de intencionalidade continua a9ui em desacordo. Isso 9ue diiculta ou mesmo imossiilita a tradução em lín0uas estran0eiras.” /Pa0.>2 • Escutar e entender mesmo sem entender a língua - !armonia de som e significação: “Por sua <e36 o todo est= comletamente transormado. Se6 como <imos6 a tradução de <ersos líricos 9uase imratic=<el6 tamm or outro lado mais disens=<el 9ue a de icos ou dram=ticos6 ois todos 5ul0am sentir ou ressentir al0o ao escut=@los6 mesmo 9uando não con*ecem a lín0ua estran0eira. "u<em os sons e ritmos6 e sentem@se tocados ela disosição /Stimmun02 do oeta6 sem necessitarem de comreensão l70ica. A9ui se insinua a ossiilidade de uma comreensão sem conceitos. Parece conser<ar@se no lírico um remanescente da e-ist8ncia aradisíaca. A mJsica esse remanescente6 lin0ua0em 9ue se comunica sem ala<ras6 mas 9ue se e-ande tamm entoando@as. " r7rio oeta conessa@o6 9uando com4e a canção /!ied2 9ue destina ao canto.” /Pa0.2 • “)o canto6 *= uma elaoração da cur<a mel7dica6 do ritmo. " conteJdo da rase assa a ter menor imortBncia ara o ou<inte. Acontece6 Os <e3es6 9ue o r7rio cantor não sae em de 9ue se ala no te-to. Amor + morte + =0ua6 9ual9uer idia mais ou menos roícia l*e asta. )os inter<alos6 ele se0ue cantando desreocuadamente e continua ereitamente inte0rado no todo. Ele se c*ocaria se l*e dissessem 9ue não comreendera a canção. N e<idente 9ue com isso ele não dedica o tratamento de<ido ao todo da criação artísticaL ois tamm as ala<ras e o conteJdo das rases ertencem6 como l70ico6 O canção.” /Pa0.2 • "nidade lírica: “)em somente a mJsica das ala<ras6 nem somente sua si0niicação era3em o mila0re da lírica6 mas sim amos unidos em um.” “)a criação lírica6 metro6 rima e ritmo sur0em em uníssono com as rases. )ão se distin0uem entre si6 e assim não e-iste orma a9ui e conteJdo ali.” /Pa0.2 • “$i3em 9ue uma oesia ela6 e ensam aenas na sensação6 ala<ras e <ersos. )in0um ensa6 entretanto6 9ue a <erdadeira orça e <alor de uma oesia est= na situação6 em seus moti<os.” /Pa0.Q2 • Drama e épico - mesma forma# $írico - %ada poema possui uma forma . : “Parece conse98ncia l70ica6 9ue de<e *a<er em criaç4es líricas tantas estruturas mtricas 9uantos ossí<eis climas /Stimmun0en2 a e-ressar@se. )a *ist7ria da !írica6 notamse <estí0ios detal ato. A !írica causa<a diiculdades O Potica anti0a6 9ue rocura<a classiicar os 08neros de acordo com características mtricas6 5ustamente ela <ariedade de metros e-istentes6 '<arietate carminum'. “/Pa0.2 • & variedade é característica do g'nero lírico: (Finalmente a otica encontra a mel*or saída6 di3endo 9ue esta '<ariedade' uma característica do 08nero. As denominaç4es de estroes6 'ascleiadia'6 'alcaica'6 's=ica'6 mostram 9ue anti0amente6 elo menos cada mestre do melo canta<a em seu r7rio tom6 um ideal 9ue ressur0iu na idade mdia.” /Pa0.2 • O poema lírico é um poema curto: “Toda comosição lírica aut8ntica de<e ser de e9ueno taman*o. " oeta lírico não rodu3 coisa al0uma. Ele aandona@se + literalmente /Stimmun02 + O insiração. Ele insira ao mesmo temo clima e lin0ua0em. )ão tem condiç4es de diri0ir@se a um nem a outra. Seu oetar in<olunt=rio. "s l=ios dei-am escaar o '9ue est= na onta da lín0ua'. ;4riDe6 5ustamente6 oi um oeta 9ue de al0um modo urilou suas oesias.” /Pa0.2 • “Como sur0ir canç4es mais lon0as 9ue não dei-em erderse o sentido de um todo comacto Somente a reetição imede a oesia lírica de desa3er@se. ;as a reetição resta@se i0ualmente a 9ual9uer criação otica. A mais comum o comasso6 a reetição de id8nticas unidades de temo.” /Pa0.U2 • “N essencial ara discernir@se o estilo do oeta oser<ar se o comasso e o ritmo em declamação normal estão r7-imos6 ou muito distintos entre si.” /Pa0.V2 • “Wuanto mais lírica a oesia6 mais e<ita esta uma reetição neutra de comassos6 não ara aro-imar@se da rosa6 mas em a<or de um ritmo 9ue <aria de acordo com a 'disosição. anímica' “/Pa0.V2 • “A reetição rítmica6 a dissimular as di<er08ncias da mensa0em6 o4e@se O resist8ncia da lin0ua0em6 9ue se esorça or semre rosse0uir. Tal reetição s7 ossí<el em uma ora lírica.” /Pa0.X2 • “A reetição lírica não tra3 nada de no<o com as mesmas ala<ras. N a sin0ularidade da mesma disosição interior 9ue ressoa de no<o.” /Pa0.X2 • “A musicalidade aaa a si0niicação das ala<ras.” /Pa0.Y2 • )efrão: “" oeta toca de no<o conscientemente a corda 9ue esta<a soando esontBnea em seu coração e escuta o tom ela se0unda6 terceira6 9uarta e 9uinta <e3es. " 9ue l*e escaa como lin0ua0em rerodu3 o mesmo clima anímico6 ossiilitando uma <olta ao momento da insiração lírica. )esse meio temo6 ele ode narrar al0o ou reletir sore a disosição anímica /Stimmun02.” /Pa0.Y2 • “?= reetiç4es de outra escie6 como or e-emlo no rondel6 9ue descre<e um mo<imento circular ou 9ue retorna li0ado de al0um modo a <ersos anteriores” /Pa0.Y2 • )ima: “A rima s7 sur0e como realidade na literatura cristã6 e arece destinada a sustituir a <ariedade mtrica da lírica anti0a6 9ue <ai aos oucos desaarecendo. N como se a mJsica a0ora rocedesse de no<a onte. N or isso 9ue oesias 9ue rocuram coordenar os dois mtodos6 como estroes s=icas rimadas6 não conse0uem um eeito animador6 arecendo e-a0eradamente traal*adas. Aesar disso6 a rima6 cadenciando o im dos <ersos6 ode aresentar 9ualidades mtricas e-cecionais.” /Pa0.>2 • "nidade e coesão: “A unidade e coesão do clima lírico de suma imortBncia num oema6 ois o conte-to l70ico6 9ue semre eseramos de uma maniestação lin0ística6 9uase nunca elaorado em tais casos6 ou o aenas imrecisamente.” /Pa0.>2 • “A lin0ua0em lírica arece desre3ar as con9uistas de um ro0resso lento em direção O clare3a6 + da construção arat=tica O *iottica6 de ad<rios a con5unç4es6 de con5unç4es temorais a causais.” /Pa0.>2 • “Z...[ ensar e cantar são duas ati<idades 9ue não coe-istem *armonicamente.” /Pa0.>2 • “Z... [ o conceito 'arat=tico' não deine satisatoriamente a lin0ua0em lírica6 ois a ica tamm arat=tica6 tanto 9ue se costuma di3er 9ue 9uanto mais arat=tico6 mais ico. )o 08nero ico6 orm6 as artes são autMnomas6 no lírico não o são. )a oesia moderna6 re<ela@se isso at orto0raicamente em eríodos inteiros searados aenas or <ír0ulas.” /Pa0.Q2 • “Para o oeta lírico não e-iste uma sustBncia6 mas aenas acidentes6 nada 9ue erdure6 aenas coisas assa0eiras. Para ele6 uma mul*er não tem 'coro'6 nada resistente6 nada de contornos. Tem tal<e3 um ril*o nos ol*os e seios 9ue o conundem6 mas não tem um usto no sentido de uma orma l=stica e nen*uma isionomia marcante. ma aisa0em tem cores6 lu3es6 aromas6 mas nem c*ão6 nem terra como ase. “/Pa0.U2 • “A oesia lírica carece tão ouco de cone-4es l70icas6 9uanto o todo de undamentação.” /Pa0.U2 • “)a oesia ica 9uando6 onde e 9uem terão 9ue estar mais ou menos esclarecidos antes da *ist7ria iniciar@se. Com muito mais ra34es6 o autor dram=tico tem 9ue ressuor a e-ist8ncia de um teatro6 e o 9ue alta O undamentação do todo acrescentado osteriormente.” /Pa0.U2 • “Z...[ o oeta não conscienti3a a roced8ncia de sua insiração. Alm disso odem a38@lo6 ois são de imediato comreensí<eis atra<s do te-to. Comreensão imediata e não 0raças ao relacionamento eito elo leitor com ato semel*ante de sua e-ist8ncia. )esses casos6 5ustamente6 não *= areensão ura. " 9ue ermite 9ual9uer relacionamento suerestimado6 ou desre3ado. Geralmente não ossí<el esse relacionamento e 9uando ele e-iste6 o leitor s7 osteriormente d=@se conta de 9ue os <ersos causaram@l*e ale0ria ou consolo or9ue tamm ele <i<e id8nticos condicionamentos. A uma leitura aut8ntica6 o r7rio leitor <ira con5untamente sem saer or9ue6 ou mel*or6 sem 9ual9uer ra3ão l70ica. Somente 9uem não <ira em uníssono com a ora e-i0e ra34es. Somente o 9ue não conse0ue articiar diretamente do clima lírico6 ter= 9ue o considerar ossí<el e deender= de uma comreensão.” /Pa0.UU2 • O poema lírico é solitário: “Ao oeta lírico6 roriamente6 não imorta se um leitor tamm <ira6 se ele discute a <erdade de um estado lírico. " oeta lírico solit=rio6 não se interessa elo JlicoL cria ara si mesmo. ;as uma tal airmação e-i0e esclarecimentos. Comosiç4es líricas tamm ulicam@se. A col*eita de anos e anos reunida e entre0ue a um Jlico. Wuando o <olume est= ronto6 o 9ue 9ue o o<o a3 com ele Podem@se declamar oesias líricas6 mas6 aenas como tamm se ode ler um drama teatral. Recita do um oema lírico não ode ser areciado como merece. m declamador a recitar6 diante de uma sala c*eia6 oesias e-clusi<amente líricas transmite 9uase semre uma imressão enosa. Z...[ ;as um trec*o lírico s7 desaroc*a inteiramente na 9uietude de uma <ida solit=ria. E mesmo este desaroc*ar não sorte 9ue se5a dada todos os dias ao leitor. Fol*eamos uma coletBnea de canç4es. )ada nos como<e. "s <ersos nos soam <a3ios e surreendemo@nos com o oeta <aidoso 9ue se deu ao traal*o de escre<er tais coisas6 catalo0=@las e entre0=@las a seus contemorBneos e O osteridade. Suitamente6 orm6 numa *ora esecial6 uma estroe ou toda uma oesia como<e@nos. A esta 5untam@se outras6 e c*e0amos 9uase a recon*ecer 9ue um 0rande oeta 9ue nos ala. N o eeito de uma arte 9ue nem nos retm como a ica6 nem e-cita e causa tensão6 como a dram=tica.” /Pa0.UU2 “" lírico nos incutido. Para a insinuação ser eica3 o leitor recisa estar indeeso6 receti<o. Isso acontece + 9uando sua alma est= ainada com a do autor. Portanto a oesia lírica maniestase como arte da solidão6 9ue em estado uro recetada aenas or essoas 9ue interiori3am essa solidão.” /Pa0.UV2 • “A canção de amor6 em 9ue um oeta diri0e@se O amada com um íntimo <oc86 ter= 9ue ser incluída a9ui. m <oc8 lírico s7 ossí<el 9uando amada e oeta ormam 'um coração e uma alma'. " lamento do amor não corresondido di3 um '<oc8'6 9ue o eu sae não ter= eco. " ou<inte ode naturalmente ser rearado ara a 'disosição anímica'.”/Pa0.UV2 • “A idia de lírico e-clui todo eeito ret7rico. Wuem de<er=ser erceido tão somente or essoas analo0amente disostas6 não necessita undamentar. A undamentação numa oesia lírica soa tão indelicada 9uanto a atitude de um aai-onado 9ue declara seu amor O amada6 e-ondo ra34es l70icas ara isso. Assim como ele não recisa de um arra3oado6 tamm não necessita esorçar@se or e-licar ala<ras <eladas.” /Pa0.UV2 • “A9uele 9ue se encontra em id8ntica disosição aeti<a6 tra3 consi0o uma c*a<e 9ue l*e ornece uma mel*or <isão do 9ue a do mundo ordenado e da rele-ão coerente. " leitor se sentir= como se ti<esse ele r7rio comosto a canção. Ele a reetiu de si ara si6 sae@a de cor sem a arender6 e alucia os <ersos como se rotassem de si mesmo. \ustamente or9ue a oesia lírica toca@nos tão imediatamente6 seu con*ecimento indireto6 discursi<o6 ocasiona diiculdades.” /Pa0.UV2 • “Z...[ a Esttica ocua@se reeri<elmente do drama6 en9uanto a !írica tem não raro uma e-ist8ncia a7cria e tratada com certo emaraço.” /Pa0.UX2 • “Z...[ a oesia autenticamente lírica sin0ular e irrerodu3í<el. Como um indi<iduum ineaile desencadeia disosiç4es inteiramente no<as6 5amais at então e-istentes. Precisa6 toda<ia6 ser areensí<el e conortar o leitor com a idia de 9ue sua alma mais rica do 9ue ele mesmo suusera at então. A oesia lírica tem6 ortanto6 9ue satisa3er e-i08ncias anta0Mnicas. Por outro lado6 leitores e-erientes consideram 9uase tudo 9ue l*es mostram ruim. Wuando surreendem uma oa oesia t8m <ontade de 0ritar: 'mila0re6 mila0re]'. ;uito 5usto6 ois 9ual9uer <erso lírico aut8ntico 9ue se sustenta or mil8nios um mila0re ine-lic=<el.” /Pa0.UX2 • “nidade entre a mJsica das ala<ras e de sua si0niicaçãoL atuação imediata do lírico sem necessidade de comreensãoL eri0o de derramar@se6 retido elo rerão e reetiç4es de outro tioL renJncia O coer8ncia 0ramatical6 l70ica e ormalL oesia da solidão comartil*ada aenas elos oucos 9ue se encontram na mesma 'disosição anímica'L tudo isto indica 9ue em oesia lírica não *= distanciamento.” /Pa0.UX @ adatado2 • “" leitor de oesia lírica não se coloca O distBncia. )ão ossí<el 'tomar@se osição contr=ria' ao elemento lírico de uma oesia.” /Pa0.UX2 • “Z...[ os <ersos ecoam em n7s como <indos de nosso r7rio íntimo.” /Pa0.UX2 • “)a oesia lírica6 a mJsica da lin0ua0em ad9uire enorme imortBncia.” /Pa0.UX2 • “Z...[ nem toda a mJsica ode ser considerada lírica. Z... [ ;as lírica a9uela mJsica 9ue Sc*iller condenou com ala<ras rudes nos ensaios 'Sore o Sulime': 'Tamm a mJsica dos modernos arece tender rincialmente ara a sensualidade e com isso lison5eia o 0osto dominante 9ue não 9uer ser como<ido6 emocionado roundamente6 nem enaltecido6 aenas acariciado. Assim reere@se semre o melodioso /Sc*mel3ende2 e mesmo 9uando *= um orte sussurro na sala de concerto6 todos se tornam suitamente ou<intes 9uando se desemen*a uma assa0em melodiosa. Aarece 0eralmente uma e-ressão de sensualidade 9uase animalesca em todas as aces + os ol*os amortecidos asseiam descontrolados6 a oca are@se cuiçosamente6 o coro tomado de tremor <olutuoso6 o *=lito enra9uecido e clere6 em resumo todos os sintomas do 8-tase. Pro<a caal de 9ue os sentidos deleitaram@se em 0o3o6 o esírito6 orm6 ou o rincíio da lierdade no *omem arreatado ela <iol8ncia do instinto sensual.' /Pa0.UY2 • “!írica a9uela mJsica da lin0ua0em 9ue ?erder tamm descre<e6 de modo semel*ante a Sc*iller6 orm com ala<ras de aro<ação entusi=stica: 'Estes tons6 estes 0estos6 a9ueles mo<imentos simles da melodia6 essa mudança sJita6 essa <o3 a sussurrar6 9ue mais sei eu Entre crianças e na sensiilidade do o<o + entre mul*eres6 essoas de sentimentos delicados6 doentes6 solit=rios e taciturnos + atuam mil <e3es mais 9ue a r7ria <erdade conse0uiria atuar se sua <o3 le<e e melodiosa soasse dos cus. Estas ala<ras6 este tom6 o desenrolar desta romança aterradora enetra<am nossa alma6 9uando em nossa meninice os ou<íamos ela rimeira <e36 semre acoman*ados or noç4es <a0as de temor6 de cerimMnia6 susto6 a<or ou ale0ria. A ala<ra soa e como um e-rcito de antasmas ele<am@se de sJito todos em sua ma5estade ne0ra do tJmulo da alma em 9ue dormiam. Anu<iam o uro e claro conceito da ala<ra 9ue s7 odia ser areendido sem eles: a ala<ra desaarece e soa o tom da sensiilidade. m sentimento misterioso nos domina: o le<iano aa<ora@se e treme6 não or seus ensamentos e sim elas sílaas e sons da meniniceL oi uma orça m=0ica do oeta6 do recitador6 tornar@nos crianças de no<o. )ão *ou<e rele-ão nem ensamentos como ase6 aenas a lei da nature3a: '" tom da sensiilidade de<e transortar a criatura em sintonia ara o mesmo tom'.”/Pa0.UY2 • “A distBncia entre ora e ou<inte6 ine-iste entre oeta e a9uilo de 9ue ele ala. " oeta lírico di3 9uase semre 'eu'. ;as o emre0a dierentemente de um autor de autoio0raia. S7 se ode escre<er sore a r7ria <ida 9uando a oca aordada icou ara atr=s e o eu ode ser <isto e descrito de um onto de oser<ação mais alto. /Pa0.UY @ adatado2 • “" autor lírico não se 'descre<e' or9ue não se 'comreende'. As ala<ras 'descre<er' e 'comreender' ressu4em um derontar@se o5eti<o. Se a rimeira se resta a comosiç4es autoio0r=icas6 a Jltima ser<e ara um di=rio em 9ue o *omem se ode dar conta de *oras tamm 5= assadas.” /Pa0.UY2 • *empo gramatical do lírico: “" resente domina de tal modo 9ue seria surluo citar e-emlos. Aro<eitamos mais oser<ando 9ue o retrito tem tamm um sentido dierente do retrito ico. “ /Pa0.2 “" assado como o5eto de narração ertence a mem7ria. " assado como tema do lírico um tesouro de recordação.” /Pa0.U12 • “Aromas6 mais 9ue imress4es 7ticas ertencem O recordação. Pode ser 9ue não conser<emos um aroma na mem7ria6 mas sem dJ<ida o conser<amos na recordação. “/Pa0.U12 • +O g'nero lírico não é o,etivo+: “Esta a 7rmula 0eralmente emre0ada desde a Esttica Idealista. E-ressa airmati<amente6 a 7rmula ter= 9ue ser: o 08nero lírico su5eti<o. $aí decorre uma sudi<isão da oesia em: lírica + oesia su5eti<aL ica + oesia o5eti<aL drama + uma síntese de amas em 9ue o mtodo de rele-ão idealista ac*a@se reairmado se0undo os dualismos eu@não@eu6 esíritonature3a ou ela dialtica *e0eliana.” /Pa0.U>2 • “)o ico6 reresenta@se o coro. Por isso6 na realidade ica as coisas se nos aresentam como mundo e-terior. " mesmo não se d= na realidade lírica. Aí ainda não *= o5etos. Portanto não ode tamm *a<er ainda su5eito.” /Pa0.U2 • .oesia lírica: o,etiva ou su,etiva Interna ou e-terna: “Se a oesia lírica não o5eti<a6 não tem or isso 9ue ser su5eti<a. Se ela não reresenta o mundo e-terior tamm não reresenta contudo o interior. " 9ue se d= 9ue 'interno' e 'e-terno'6 'su5eti<o' e 'o5eti<o' não estão asolutamente di<ersiicados em oesia lírica. N di0no de nota como na 'Esttica' de ,isc*er essa idia desonta6 ara6 entretanto6 icar de no<o oscura e indeinida em <irtude de seu conceito de su5eti<idade. ,isc*er introdu3 a !írica assim: 'A simles síntese do su5eito com o o5eto6 se0undo a 9ual o rimeiro suordina@se ao se0undo /na eoia26 não satisa3 ao esírito da arteL este re9uer al0o mais ele<ado6 de acordo com o 9ual o mundo6 com sua ess8ncia desli3a elo su5eito e enetrado or ele'. Essa Jltima cl=usula imortanteL mas 9uase não oser<ada. '" in0ressar do mundo no Su5eito' 9uase s7 se adata O ess8ncia da !írica. )a aresentação da ;Jsica6 ,isc*er airma tamm al0o semel*ante: 'Falta ao sentimento a lu3 do c*o9ue entre su5eito e o5etoL ele comorta@se em relação O consci8ncia como o sono ara com o estado de alerta: o su5eito mer0ul*a em si mesmo e erde a oosição ara com o mundo e-terior 'm" rente a rente /Ge0ener2 desaarece realmente6 <erdade. ;as não or9ue o su5eito mer0ul*aem si mesmo6 como disse ,isc*er. Seria i0ualmente certo e errado di3er 9ue ele mer0ul*a no mundo e-terior6 ois no enMmeno lírico6 o 'eu' não um 'm7i' 9ue ermanece consciente em sua identidade6 mas um '5e' 9ue não se conser<a6 9ue se desa3 em cada momento da e-ist8ncia. C*e0ou a *ora de e-licarmos o conceito undamental da 'disosição anímica' /Stimmun02. )ão a constatação de uma situação da alma. A 'disosição' 5= oi6 ali=s6 comreendida como tal6 como o5eto artiicial da oser<ação. "ri0inalmente6 orm6 a disosição não nada 9ue e-ista 'dentro' de n7sL e sim6 na disosição estamos mara<il*osamente 'ora'6 não diante das coisas mas nelas e elas em n7s. A disosição areende a realidade diretamente6 mel*or 9ue 9ual9uer intuição ou 9ual9uer esorço de comreensão. N ortanto l70ico 9ue a lín0ua ale tanto da disosição da noite como da disosição da alma. Amos são uma e a mesma coisa sem 9ual9uer distinção.” /Pa0.U2 • “" oeta lírico nem torna resente al0o assado6 nem tamm o 9ue acontece a0ora. Amos estão i0ualmente r7-imos deleL mais r7-imos 9ue 9ual9uer resente. Ele se dilui aí6 9uer di3er ele 'recorda'. 'Recordar' de<e ser o termo ara a alta de distBncia entre su5eito e o5eto6 ara o um@nooutro lírico. Fatos resentes6 assados e at uturos odem ser recordados na criação lírica.” /Pa0.UQ2 • ”" oeta lírico como<e@se6 en9uanto o místico conser<a uma serenidade imertur=<el em $eus”. /Pa0.V2 • O poeta lírico é ,rando: “'^rando' no sentido de 9ue os contornos do eu6 da r7ria e-ist8ncia6 não são irmemente delineados. /Pa0.VU2 • “N de oesias líricas 9ue destacamos o enMmeno lírico. Portanto não odemos dei-ar de c*amar a atenção ara a contradição e-istente entre o lírico e toda a ess8ncia da lin0ua0em. Atra<s da lín0ua6 or e-emlo6 como 7r0ão do con*ecimento olemi3amos com a realidade e estaelecemos al0umas relaç4es entre as coisas. A r7ria lín0ua ser<e como o instrumento da an=lise6 ara em se0uida6 de no<o6 reunir ela mesma os elementos distintos em construç4es rasais. A 'disosição anímica'6 ao contr=rio6 oi caracteri3ada como o um@no@outro 9ue não necessita de relacionamentos6 or9ue tudo 5= est= de antemão irmanado no mesmo clima aeti<o /Stimmun02. Cada ala<ra isolada um re0istro e ordena o mundo assa0eiro das aar8ncias como al0o duradouro. Wuem est= disosto num clima lírico6 orm6 res<ala semre6 e no momento em 9ue se i-a a re0istrar al0o6 9uera@se o encantamento. Assim ele se encontra6 realmente6 suocado or al0o característico da lin0ua0em6 or sua intencionalidade 9ue cria ori0atoriamente um conronto o5eti<o /Ge0ener26 e or sua 'l70ica'6 se l70os /de le0o2 9uer di3er 'o astraído do todo'. Wuando ele se 9uer e-rimir liricamente6 tem 9ue conse0uir6 ortanto6 ouscar como l*e or ossí<el este traço 5ustamente essencial da lin0ua0em.” /Pa0.VY2 • “)os oemas 9ue terminam com uma e-licação do sentimento6 sur0e de no<o a ami8ncia <elada da lin0ua0em6 rincialmente as orças conceituais: dei-a de e-istir o oema lírico. Em oemas aos 9uais altam ala<ras no im6 transorda elo contr=rio a interioridade da alma6 9ue descon*ece 9uais9uer 9ualidades analíticas. " oema lírico dei-a de e-istir.” /Pa0.V12 • “Poeti3ar lírico a9uele em si imossí<el alar da alma6 9ue não 9uer 'ser tomado ela ala<ra'6 no 9ual a r7ria lín0ua 5= se en<er0on*a de sua realidade rí0ida6 e reere urtar@se a todo intento l70ico e 0ramatical.” /Pa0.V12 • “Z...[ cada oesia articia6 em maior ou menor escala6 de todos os tr8s 08neros liter=rios6 5= 9ue nen*um deles6 como ora artística aseada na lín0ua6 conse0ue urtar@se totalmente O ess8ncia da lin0ua0em.” /Pa0.V12 • “" autor lírico não constr7i coisa al0uma6 mas naturalmente tamm não destr7i. " oeta lírico6 arrastado ela corrente da e-ist8ncia e es9uecendo a cada momento o anterior6 sem ser ortanto caa3 de estaelecer 9ual9uer relacionamento6 não conse0ue erceer contradiç4es.” /Pa0.V> @ adatado2 • “Eoia e dramas t8m uma unção *ist7rica. $e uma canção não se dedu3 nada. Ela comosta6 dei-a@nos imassí<eis6 conta com a admiração de al0uns. ;as nin0um ode determinar sua <ida se0undo uma canção6 como se ode or e-emlo escol*er um *er7i a artir de uma ora ica ou de um drama. A canção não nos ser<e de modelo nem6 ao contr=rio6 caa3 de *orrori3ar@nos. )ão nos aconsel*a6 9uando temos 9ue tomar uma decisão6 en9uanto 9ue uma rase ode em nos encora5ar em al0uma ro<a diícil. As canç4es não se a3em necess=rias. )ão resol<em rolemas. )ão odemos recorrer a elas.” /Pa0.V>2 • “A oesia lírica nada domina6 não tem o5eto em 9ue incidir 9ual9uer escie de orça6 e 9ue6 enim6 c*eia de alma mas não tem esírito.” /Pa0.V>2 Referências bibliográficas • STAIGER , Emil. “Estilo lírico: a recordação.” In: Conceitos Fundamentais da Potica.