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VESTIBULAR 2/2013 LÍNGUA PORTUGUESA, CONHECIMENTOS GERAIS, MATEMÁTICA, CIÊNCIAS E REDAÇÃO LEIA COM ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES A SEGUIR. Aguarde a ordem do chefe de sala para abrir este caderno de provas. Ao iniciar, verifique se este caderno contém 30 (trinta) questões e duas propostas do tema de redação. Verifique, também, na folha de respostas, se as informações relativas a você estão corretas. Caso haja falha de impressão em seu caderno de provas e(ou) haja algum dado a ser retificado em sua folha de respostas, solicite ao chefe de sala que tome as providências cabíveis. A folha de respostas não pode ser dobrada, amassada, rasurada, manchada ou conter qualquer registro fora dos locais destinados às respostas. Você dispõe de 4 (quatro) horas para fazer as provas objetivas e a redação. Controle o tempo, pois não haverá prorrogação desse prazo. Na duração das provas, está incluído o tempo destinado à entrega do material, à identificação – que será feita no decorrer das provas – e ao preenchimento da folha de respostas e da folha de redação. Não se esqueça, ao término das provas, de devolver, devidamente preenchidas, a folha de respostas e a folha de redação. Somente será permitido levar este caderno de provas após 3 (três) horas e 30 (trinta) minutos do início das provas. Nas questões do tipo A, marque na folha de respostas, na coluna com o código V, o campo correspondente, caso julgue o item VERDADEIRO; ou na coluna com o código F, o campo correspondente, caso julgue o item FALSO. Nas questões do tipo B, marque na folha de respostas, na coluna com o código V (primeira coluna), o algarismo da dezena; e na coluna com o código F (segunda coluna), o algarismo da unidade. Para marcar corretamente o campo na folha de respostas, cubra, fortemente, com caneta esferográfica azul ou preta, o espaço a ele correspondente. Para sua orientação, veja, nos exemplos a seguir, como marcar as questões tipo A e tipo B. Exemplo de questão Tipo A Exemplo de questão Tipo B A cidade de Brasília, inaugurada em 21 de abril de 1960, destaca-se entre as demais por diversos motivos. Com base nessa afirmação, julgue os itens a seguir. Na equação seguinte, determine o valor de x: 01 10 2 =−x . Resolução: 0.( ) Cidade de estilo arquitetônico diferente das demais capitais brasileiras. V F V F z b z b 1.( ) Capital mais populosa do Estado Brasileiro. c z 5 1021 10 201 10 2 =⇒ =⇒=⇒=− x xxx c c d z Resposta: 05 d d 2.( ) A cidade brasileira com maiores problemas de poluição. z e e e f f f f 3.( ) A cidade onde está a sede do Poder Executivo Federal. g g g z h h h h Obs. 1a COLUNA – Marcação do item – VERDADEIRO i i Obs. 1a COLUNA – DEZENAS i i j j j j 2a COLUNA – Marcação do item – FALSO k k 2a COLUNA – UNIDADES k k Realização: A pl ic aç ão : 5 /5 /2 01 3 Universidade Católica de Brasília Pró-Reitoria de Graduação FUNDAÇÃO UNIVERSA | UCB VESTIBULAR 2/2013 1 LÍNGUA PORTUGUESA Texto para responder às questões de 1 a 3. 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 É verdade que o conceito de arte foi mistificado e houve época mesmo em que a habilidade técnica era tida como arte. Mas tudo isso foi posto abaixo pelos verdadeiros artistas. Aliás, a revolução estética, que marcou o início da arte moderna, consistiu precisamente em repelir essa falsa concepção de arte. Picasso disse certa vez: “Estou pintando uma tela, vou pôr ali um azul; se não tenho azul, ponho um verde”. Essa frase, que pode parecer uma piada, é de fato a desmistificação da atividade artística. O que ele disse, de fato, foi que a criação artística nasce de um jogo de acaso e necessidade. É que, ao iniciar o quadro, a tela está em branco, tudo ali pode acontecer, mas, desde o momento em que se lança a primeira pincelada, reduz-se a probabilidade e começa o processo que irá tornando necessário o que era mero acaso. Isso porque a pintura é uma linguagem, com leis e exigências, que não estão escritas, em função das quais a obra ganha coerência e significação. Expressão, em princípio, tudo é, já que o que existe expressa algo, tem um significado, seja um gato, uma pedra, uma mancha na parede. Mas são diferentes o significado natural que cada coisa tem e o significado criado pelo músico ao trabalhar a linguagem musical, pelo poeta ao trabalhar a linguagem literária, pelo pintor ao trabalhar a linguagem pictórica. Em suma, ainda que você admita que pôr casais nus num museu expresse algo, não negará que aqueles casais não são obra de nenhum artista como os quadros que estão ali nas paredes. Qualquer pessoa que tenha um mínimo conhecimento de arte sabe que a expressividade de uma obra artística é resultado da capacidade do autor de lidar com os elementos constitutivos de sua linguagem: a linha, a forma, as cores, a matéria pictórica, incutindo-lhes uma significação que só existirá ali. Exemplo: a noite estrelada que Van Gogh pintou é uma invenção única dele que a linguagem da arte possibilita. Não é simplesmente uma ideia, mas o produto de uma ação manual, técnica e semântica no âmbito de um universo linguístico chamado pintura. É diferente de simplesmente ter uma ideia, cuja criação em nada depende de você ter ou não capacidade técnica de realizá-la ou o domínio de uma linguagem, qualquer que seja. O artista conceitual não precisa saber fazer, não precisa fazer e, como não possui linguagem, usa o que já existe e que não foi ele quem fez. De onde vem então o significado do que não foi feito? A significação de uma coisa, um corpo, um objeto, decorre de sua inserção no sistema simbólico humano. Por exemplo, estar nu em um museu tem significação diferente de estar nu em seu quarto. A diferença óbvia é que o museu é um lugar público, o que torna a nudez chocante. Então, pergunto, por que ficar nu no museu é obra de arte e, no quarto, não? A resposta óbvia é que, para tornar-se “arte”, o nu necessita da instituição museu, ou seja, seu significado não é inerente a ele e, sim, à situação em que se encontra. Isso o torna essencialmente diverso do que conhecemos como obra de arte, cujo significado estético só existe nela, na obra e, mais que isso, é expressão de uma linguagem que é anterior a ela e que se amplia nela e em cada nova obra que o artista crie. A Mona Lisa não precisa do Louvre para ser obra de arte; é o Louvre que precisa dela para ser museu. Ferreira Gullar. Chovendo no molhado. Internet: <www1.folha.uol.com.br> (com adaptações). Acesso em 26/3/2013. QUESTÃO 1______________________________________________________________________________________________ Considerando o texto, julgue os itens a seguir. 0.( ) Depreende-se do primeiro parágrafo que, após muitos períodos de mistificação ou falsificação, foi só na era moderna que surgiram obras de arte verdadeiras. 1.( ) O termo “essa falsa concepção de arte” (linha 3) faz referência à habilidade técnica tida como arte, ou seja, o esteticismo, que foi um dos valores abandonados pelos artistas que promoveram a “revolução estética” (linha 2) que deu início à arte moderna. 2.( ) Infere-se, do primeiro parágrafo, que a época em que a “habilidade técnica era tida como arte” (linha 1) faz menção ao movimento parnasiano do século XIX, contra o qual os modernistas investiram ao promoverem a revolução estética no início do século XX. 3.( ) Ferreira Gullar, o autor do texto, integrou o grupo de poetas modernistas na segunda fase do movimento; sua obra colaborou para a consolidação dos valores da arte moderna. 4.( ) O exemplo de Picasso, citado no segundo parágrafo, exemplifica a “desmistificaçãoda atividade artística” (linha 5), porque, em sua fala, o pintor rejeita a imitação de modelos para a obra de arte e aceita a concepção de que cada obra tem suas próprias regras de composição. FUNDAÇÃO UNIVERSA | UCB VESTIBULAR 2/2013 2 QUESTÃO 2______________________________________ Considerando os aspectos semânticos e sintáticos do texto, julgue os itens seguintes. 0.( ) A reescritura à princípio, tudo é expressão, uma vez que o que existe tem um significado, expressa algo, seja um gato, uma pedra, uma mancha na parede. (linhas 10 e 11) não altera a significação do trecho original e nem desobedece às regras da norma culta da língua. 1.( ) A reescritura do trecho você pode admitir que pôr casais nus num museu expresse algo, porém não negará que aqueles casais não são obra de nenhum artista como os quadros que estão ali nas paredes. (linhas 13 e 14) altera as relações sintáticas do período, mas mantém a ideia de oposição entre as orações. 2.( ) Entende-se, do quarto parágrafo, que a originalidade é um dos valores artísticos que notabilizaram a obra do pintor Van Gogh, citada no texto. 3.( ) Em “Não é simplesmente uma ideia, mas o produto de uma ação manual” (linhas 17 e 18), o emprego da vírgula antes do conectivo “mas” é opcional. 4.( ) Em acordo com o texto, ao “pôr casais nus num museu” (linha 13), o artista cria uma obra de arte conceitual, pois explora basicamente o significado natural que cada coisa tem: “ficar nu no museu é obra de arte e, no quarto, não” (linha 24). QUESTÃO 3______________________________________ Considerando a leitura do texto, julgue os itens subsequentes. 0.( ) Depreende-se do trecho “O artista conceitual não precisa saber fazer, não precisa fazer e, como não possui linguagem, usa o que já existe e que não foi ele quem fez.” (linhas 20 e 21) que o mais importante para a arte conceitual são as ideias, a execução material da obra fica em segundo plano e tem pouca relevância. 1.( ) No trecho “para tornar-se ‘arte’, o nu necessita da instituição museu, ou seja, seu significado não é inerente a ele” (linhas 25 e 26), o sentido da palavra “inerente” corresponde ao de dispensável ou indiferente. 2.( ) A palavra destacada no trecho “Isso o torna essencialmente diverso do que conhecemos como obra de arte” (linha 26) retoma o fato de que a aceitação da nudez em uma obra de arte depende do contexto em que ela é exibida. 3.( ) No trecho “obra de arte, cujo significado estético só existe nela, na obra e, mais que isso, é expressão de uma linguagem que é anterior a ela e que se amplia nela e em cada nova obra que o artista crie.” (linhas de 26 a 28), todas as palavras destacadas remetem a um antecedente de natureza substantiva. 4.( ) A seguinte reescritura A Mona Lisa não precisa do Louvre para ser obra de arte, mas é o Louvre que precisa dela para ser museu. (linhas 28 e 29) explicita a relação de significação estabelecida entre as orações do período. QUESTÃO 4 _____________________________________ Dois pesos e duas medidas 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 Não há nada errado com a expressão “dois pesos e duas medidas”, que denuncia, como se sabe, uma injustiça e uma desonestidade — o julgamento de atos semelhantes segundo critérios diversos, conforme seus autores sejam mais ou menos simpáticos a quem julga. Essa é sem dúvida a forma clássica da expressão, que tem origem bíblica e é empregada em diversas línguas: em inglês, para citar apenas um exemplo, fala-se em two weights and two measures. As críticas à expressão, que circulam há algum tempo em certos textos, são fruto da sabichonice que costuma turvar os debates sobre a língua. Segundo tal corrente, a expressão correta seria “um peso e duas medidas”, pois só esta enfatiza o fato de estarmos diante de um mesmo mérito (um peso) e dois julgamentos diferentes. Tomado isoladamente, o argumento até faz sentido, mas em termos históricos é um equívoco. A expressão não se refere a duas medições para o mesmo peso, mas a dois pesos e dois metros, artimanhas de comerciante desonesto. Muita gente boa acaba enganada em sua boa-fé por invenções desse tipo. Como aquela outra, sabe-se lá baseada em quê, segundo a qual o ditado correto é “Quem tem boca vaia Roma” — e não “Quem tem boca vai a Roma”. No caso presente, faltou combinar com a Bíblia, onde se lê, no Deuteronômio (25:13-16), a passagem que deu origem a “dois pesos e duas medidas”: “Não carregueis convosco dois pesos, um pesado e o outro leve, nem tenhais à mão duas medidas, uma longa e uma curta. Usai apenas um peso, um peso honesto e franco, e uma medida, uma medida honesta e franca, para que vivais longamente na terra que Deus vosso Senhor vos deu. Pesos desonestos e medidas desonestas são uma abominação para Deus vosso Senhor”. Sérgio Rodrigues. Curiosidades etimológicas. Internet: <www.todoprosa.com.br> (com adaptações). Acesso em 30/3/2013. Com base no texto, julgue os itens que se seguem. 0.( ) A predominância da função metalinguística na linguagem do texto caracteriza-se pela preocupação com a origem e o significado da expressão dois pesos e duas medidas. 1.( ) Ao afirmar que a expressão denuncia “uma injustiça e uma desonestidade — o julgamento de atos semelhantes segundo critérios diversos, conforme seus autores sejam mais ou menos simpáticos a quem julga” (linhas de 2 a 5), torna-se evidente a interpretação subjetiva do autor. 2.( ) Ao considerar que “Tomado isoladamente, o argumento até faz sentido” (linha 15), o autor admite que haja coerência em alterar a expressão original quando a intenção é recriminar o fato de um mesmo mérito ser apreciado por alguns e desprezado por outros. 3.( ) Em “Muita gente boa acaba enganada em sua boa-fé por invenções desse tipo.” (linhas 19 e 20), a expressão grifada refere-se às “artimanhas de comerciante desonesto” (linha 18). 4.( ) Embora predomine no texto a linguagem formal, percebem-se nele marcas da coloquialidade, como as palavras ou expressões “sabichonice” (linha 10), “gente boa” e “boa-fé” (linha 19). FUNDAÇÃO UNIVERSA | UCB VESTIBULAR 2/2013 3 Texto para responder às questões 5 e 6. 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos, um estilo tão empeçado, um estilo tão dificultoso, um estilo tão afetado, um estilo tão encontrado a toda a arte e a toda a natureza? Boa razão é também esta. O estilo há de ser muito fácil e muito natural. Por isso Cristo comparou o pregar ao semear: Exiit, qui seminat, seminare. Compara Cristo o pregar ao semear, porque o semear é uma arte que tem mais de natureza que de arte. Nas outras artes tudo é arte: na música tudo se faz por compasso, na arquitetura tudo se faz por regra, na aritmética tudo se faz por conta, na geometria tudo se faz por medida. O semear não é assim. É uma arte sem arte, caia onde cair. Vede como semeava o nosso lavrador do Evangelho. “Caía o trigo nos espinhos e nascia”: Aliud cecidit inter spinas, et simul exortae spinae. “Caía o trigo nas pedras e nascia”: Aliud cecidit super petram, et ortum. “Caía o trigo na terra boa e nascia”: Aliud cecidit in terram bonam, et natum. Ia o trigo caindo e ia nascendo. Assim há de ser o pregar. Hão de cair as coisas e hão de nascer; tão naturais que vão caindo, tão próprias que venham nascendo. Que diferente é o estilo violento e tirânico quehoje se usa! [...] Sim, Padre; porém esse estilo de pregar não é pregar culto. Mas fosse! Este desventrado estilo que hoje se usa, os que o querem honrar chamam-lhe culto, os que o condenam chamam-lhe escuro, mas ainda lhe fazem muita honra. O estilo culto não é escuro, é negro, e negro boçal e muito cerrado. É possível que somos portugueses e havemos de ouvir um pregador em português e não havemos de entender o que diz?! Assim como há Lexicon para o grego e Calepino para o latim, assim é necessário haver um vocabulário do púlpito. Eu ao menos o tomara para os nomes próprios, porque os cultos têm desbatizado os santos, e cada autor que alegam é um enigma. Assim o disse o “Cetro Penitente”, assim o disse o “Evangelista Apeles”, assim o disse a “Águia de África”, o “Favo de Claraval”, a “Púrpura de Belém”, a “Boca de Ouro”. Há tal modo de alegar! O “Cetro Penitente” dizem que é David, como se todos os cetros não foram penitência; o “Evangelista Apeles”, que é S. Lucas; o “Favo de Claraval”, S. Bernardo; a “Águia de África”, Santo Agostinho; a “Púrpura de Belém”, S. Jerônimo; a “Boca de Ouro”, S. Crisóstomo. E quem quitaria ao outro cuidar que a “Púrpura de Belém” é Herodes, que a “Águia de África” é Cipião, e que a “Boca de Ouro” é Midas? Se houvesse um advogado que alegasse assim a Bártolo e Baldo, havíeis de fiar dele o vosso pleito? Se houvesse um homem que assim falasse na conversação, não o havíeis de ter por néscio? Pois o que na conversação seria necedade, como há de ser discrição no púlpito? Padre Antônio Vieira. Sermão da Sexagésima. In: Sermões. Porto: Lello & Irmão Editores, 1959 (com adaptações). QUESTÃO 5 _____________________________________ No seu Sermão da Sexagésima, o padre Antônio Vieira discorre sobre a arte da pregação religiosa. Considerando os aspectos morfossintáticos do texto, julgue os itens a seguir. 0.( ) No primeiro parágrafo, ao comparar a ação de pregar à de semear, o padre Vieira defende a facilidade e a naturalidade como características do estilo de um sermão religioso. 1.( ) No trecho “um estilo tão encontrado a toda a arte e a toda a natureza” (linhas 3 e 4), padre Vieira critica a insistência na temática da arte e da natureza nos sermões proferidos nos púlpitos das igrejas. 2.( ) No primeiro parágrafo, inspirado no evangelho cristão, Vieira opõe a obediência às regras de composição que regem a produção de obras do campo da música, da arquitetura ou da geometria à improvisação da ação de semear, feita ao acaso, sem qualquer objetivo pré-definido e, desse modo, propõe a liberdade de composição dos sermões. 3.( ) Nas formas verbais destacadas no trecho “Assim há de ser o pregar. Hão de cair as coisas e hão de nascer” (linhas 18 e 19), observa-se o emprego do verbo haver como verbo auxiliar, em concordância gramatical com o sujeito das ações. 4.( ) O mesmo processo de formação das palavras destacadas em “Compara Cristo o pregar ao semear” (linhas 6 e 7) foi empregado na palavra “cultos” em “os cultos têm desbatizado os santos” (linha 32). QUESTÃO 6 _____________________________________ Considerando o texto e a obra do autor, julgue os itens seguintes. 0.( ) Ao empregar a palavra “desventrado” (linha 23) para se referir ao estilo dos sermões religiosos do seu tempo, Vieira critica a falta de conteúdo dos autores que seguiam o cultismo barroco. 1.( ) No texto, o destaque do destinatário da mensagem evidencia-se em procedimentos como o uso reiterado de frases interrogativas (linhas de 1 a 4, e de 43 a 48), do imperativo “Vede” (linha 12) e do vocativo “Padre” (linha 22) e confirma a predominância da função conativa na linguagem do sermão. 2.( ) No trecho “O estilo culto não é escuro, é negro, e negro boçal e muito cerrado. É possível que somos portugueses e havemos de ouvir um pregador em português e não havemos de entender o que diz?!” (linhas de 25 a 29), Vieira faz crítica ao emprego de variantes regionais na linguagem dos sermões dos padres que pregavam na colônia brasileira como um dos aspectos que prejudicavam o seu entendimento. 3.( ) No segundo parágrafo, Vieira critica o uso abusivo de circunlóquios ou rodeios de palavras praticado pelos padres em seus sermões ao substituírem nomes próprios de personagens bíblicos ou de santos do cristianismo por títulos ou expressões que os caracterizem; uma vez que podem não ser entendidos ou permitem uma interpretação errônea: os fiéis poderiam relacioná-los a entidades pagãs como, por exemplo, Midas. 4.( ) A exemplo do fragmento, Vieira condenou os exageros cometidos pelos autores cultistas e valorizou a atitude intelectual e a argumentação lógica na prosa conceptista barroca de seus sermões religiosos, sempre destituídos de qualquer ornamentação da linguagem. FUNDAÇÃO UNIVERSA | UCB VESTIBULAR 2/2013 4 Texto para responder às questões 7 e 8. Olá, Negro! 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 Os netos de teus mulatos e de teus cafuzos e a quarta e a quinta gerações de teu sangue sofredor tentarão apagar tua cor! E as gerações dessas gerações quando apagarem a tua tatuagem execranda, não apagarão de suas almas, a tua alma, negro! Pai-João, Mãe-Negra, Fulô, Zumbi, negro-fujão, negro cativo, negro rebelde negro cabinda, negro congo, negro ioruba, negro que foste para o algodão de U.S.A. para os canaviais do Brasil, para o tronco, para o colar de ferro, para a canga de todos os senhores do mundo; eu melhor compreendo agora os teus blues nesta hora triste da raça branca, negro! Olá, Negro! Olá, Negro! A raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro! E és tu que a alegras ainda com os teus jazzes com os teus sons, com os teus lundus! Os poetas, os libertadores, os que derramaram babosas torrentes de falsa piedade não compreendiam que tu ias rir! E o teu riso, e a tua virgindade e os teus medos e a tua bondade mudariam a alma branca cansada de todas as ferocidades! [...] Olá, Negro! Apanhavas com vontade de cantar, choravas com vontade de sorrir com vontade de fazer mandinga para o branco ficar bom, para o chicote doer menos, para o dia acabar e negro dormir! Não basta iluminares hoje as noites dos brancos com teus jazzes com tuas danças, com tuas gargalhadas! Olá, Negro! O dia está nascendo! O dia está nascendo ou será a tua gargalhada que vem vindo? Olá, Negro! Olá, Negro! Jorge de Lima. Poemas negros. Internet: <http://mjdantas.blogspot.com.br> (com adaptações). Acesso em 30/3/2013. QUESTÃO 7_____________________________________________ Considerando o poema de Jorge de Lima e os aspectos da obra do autor, julgue os itens a seguir. 0.( ) Há, no poema, índices da modernidade do século XX que atualizam a questão do preconceito racial. 1.( ) O poema apresenta um dos temas recorrentes da obra do poeta Jorge de Lima: a denúncia do preconceito racial da sociedade brasileira. 2.( ) O primeiro livro de poesias de Jorge de Lima apresentou versos escritos com o rigor parnasiano; depois, a exemplo do poema apresentado, o poeta aderiu à temática social e aos versos livres, integrando a primeira geração modernista. 3.( ) Jorge de Lima e Murilo Mendes aderiram à corrente espiritualista da poesia da segunda fase modernista e produziram vários poemas de temática religiosa, alguns em colaboração. 4.( ) Por influência dos escritores regionalistas, Jorge de Lima também escreveu romances do nordeste, resgatando tradições e o folclore da região em que nasceu. QUESTÃO 8 __________________________________ Acerca do poema apresentado, julgue os itenssubsequentes. 0.( ) Em “não apagarão de suas almas, a tua alma, negro!” (verso 6) e “A raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro!” (verso 17), a variação do pronome de terceira e de segunda pessoa realça o tema do confronto entre o negro escravo, invocado em segunda pessoa, e o branco feitor, referido em terceira pessoa. 1.( ) O tom de militância, de luta contra a opressão, é evidenciado na interpelação “Olá, Negro!” — anunciada no título e repetida ao longo do poema — e na enumeração contida entre os versos de 7 a 10, que sugere a inclusão de todos os negros: indivíduos notáveis ou comuns, oriundos de diferentes nações africanas. 2.( ) A “tatuagem execranda” (verso 5) faz menção ao passado de escravidão do negro. 3.( ) Em “Os poetas, os libertadores, os que derramaram / babosas torrentes de falsa piedade” (versos 20 e 21), por meio da ironia, o autor faz a crítica explícita da defesa meramente demagógica da poesia abolicionista romântica. 4.( ) A resistência do negro escravo ao sofrimento é marcada na alternância antitética das palavras destacadas em “Apanhavas com vontade de cantar, / choravas com vontade de sorrir” (versos 26 e 27). FUNDAÇÃO UNIVERSA | UCB VESTIBULAR 2/2013 5 CONHECIMENTOS GERAIS QUESTÃO 9______________________________________ Guerra da Coreia (1950/53) e seus desdobramentos geopolíticos atuais (2013) O controle territorial da península coreana era pautado em dinastias até o final do século XIX, quando se tornou Império. Em 1905, o Japão forçou a Coreia a assinar um tratado, tornando-a um protetorado japonês. Em 1910, o Japão anexou o território coreano. Internet: <http://marcosbau.com.br> (com adaptações). Acesso em 14/4/2013. O texto deixa claro que o conflito entre as Coreias do Norte e do Sul e demais países envolvidos é mais antigo que as notícias vinculadas na mídia na atualidade. A respeito desse tema, julgue os itens a seguir. 0.( ) As duas Coreias foram divididas quando o Japão foi derrotado na Segunda Guerra Mundial. A península coreana foi dividida no parelho 38º Norte, estabelecendo uma área de influência soviética (ao norte) e outra norte-americana (ao sul). 1.( ) Desde o momento da divisão da península coreana, existiu um período histórico de paz entre o Norte e o Sul da península. Essa paz só foi rompida recentemente, em 2013, com ameaças de ataques dos norte-coreanos aos Estados Unidos da América (EUA). 2.( ) A Coreia do Norte, baseando-se no fato de que não houve um armistício (acordo de cessar-fogo) entre ela e os países envolvidos no conflito, anunciou, em março de 2013, que romperá com todos os pactos de não agressão com a vizinha Coreia do Sul que, por sua vez, afirmou que todo e qualquer ataque do país rival será respondido à altura. 3.( ) Os EUA, conscientes do seu poder bélico e econômico, têm adotado uma política de neutralidade em relação às ameaças de ataque de mísseis da Coreia do Norte. 4.( ) A Coreia do Norte conta, no seu programa de desenvolvimento de mísseis nucleares, com o apoio de várias nações que também possuem conflito com a Coreia do Sul e o Japão, entre eles a China e diferentes países islâmicos. QUESTÃO 10_____________________________________ Escoamento da supersafra de grãos do país congestiona Porto de Santos (21/3/2013) O escoamento da supersafra de grãos do país já causa problemas de congestionamento no Porto de Santos. Filas de caminhões ocupam grande parte das vias no entorno do terminal. A situação também é crítica nas rodovias que levam ao Porto. De acordo com a Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes, os congestionamentos na Rodovia Cônego Domênico Rangoni, principal via de ligação portuária para chegar à margem esquerda do terminal, têm sido constantes, na média de 20 quilômetros, e chegaram nesta quinta-feira, às 11h53, a 25 quilômetros. Internet: <http://www.correiobraziliense.com.br>. Acesso em 13/4/2013 (com adaptações). Com base no texto e considerando a agricultura e a estrutura portuária do Brasil, julgue os itens seguintes. 0.( ) Infere-se do texto que o congestionamento de veículos de transporte e posterior embarque de grãos no Porto de Santos deve-se à supersafra de soja colhida no país em 2013. 1.( ) O problema apontado no processo de exportação de produtos primários afeta o mercado de commodities do país, uma vez que os grãos são um produto importante para o comércio internacional do Brasil. 2.( ) É correto inferir que uma das causas da dificuldade de exportação de grãos e dos grandes congestionamentos gerados nesse processo está relacionada à escolha histórica do país por uma malha de transportes rodoviários. 3.( ) O problema apresentado no texto está diretamente relacionado à escolha do Porto de Santos para o escoamento da safra de grãos. 4.( ) O Porto de Itaqui, no Maranhão, seria uma boa alternativa para o escoamento da safra de grãos. Essa viabilidade evitaria os congestionamentos rodoviários e facilitaria as exportações primárias do país. QUESTÃO 11 ____________________________________ população (em milhões) Com base no comportamento demográfico da população brasileira, expresso no gráfico, julgue os itens que se seguem. 0.( ) Infere-se do gráfico que a expectativa de vida é maior para a população do sexo feminino. 1.( ) O aumento da expectativa de vida da população brasileira deve ser atribuído, entre outras causas, à redução na taxa de mortalidade. 2.( ) O ainda elevado percentual de população jovem (0-19 anos) possibilitará um grande crescimento econômico e social no futuro do país. Eles representam a faixa etária que mais recebe investimentos em educação e qualificação para o trabalho. 3.( ) A redução na taxa de natalidade, constatada na base da pirâmide, reflete a atual situação da mulher brasileira, que atua de forma significativa no mercado de trabalho do país. 4.( ) A população adulta do Brasil é sobrecarregada de tributos quando ocorre o aumento da expectativa de vida dos habitantes. FUNDAÇÃO UNIVERSA | UCB VESTIBULAR 2/2013 6 QUESTÃO 12 ____________________________________ As principais fontes de energia do Brasil são: o petróleo, a água, o carvão mineral, a lenha e o carvão vegetal, o álcool, o xisto e a energia nuclear. Quanto a esse assunto, julgue os itens a seguir. 0.( ) A energia nuclear, por ter sua matéria prima classificada como recurso natural renovável, tem um uso promissor no Brasil. 1.( ) Com a descoberta de petróleo na região do pré-sal e sua consequente exploração em larga escala, o Brasil tornou-se autossuficiente na produção de petróleo e gás natural. 2.( ) O aumento da construção de hidrelétricas no Brasil esbarra no problema ambiental. Grande parte dos recursos hídricos ainda não utilizados no país encontra-se na Região Norte e a construção de barragens provocaria um impacto ambiental significativo na floresta equatorial amazônica. 3.( ) O uso do xisto betuminoso tende a aumentar de forma significativa no Brasil. Além de produzir um óleo semelhante ao petróleo, sua extração não provoca impacto ambiental. 4.( ) Os constantes apagões de energia, registrados em diferentes lugares do Brasil, resultam da escolha equivocada do uso da água como fonte de energia elétrica. QUESTÃO 13 ____________________________________ O conceito de mídias sociais precede a Internet e as ferramentas tecnológicas — ainda que o termo não fosse utilizado. Trata-se da produção de conteúdos de forma descentralizada. Significa aprodução de muitos para muitos. Mídias sociais são os meios de interação entre pessoas, pelos quais elas criam, compartilham, trocam e comentam conteúdos em comunidades e redes virtuais. Internet: <http://pt.wikipedia.org> (com adaptações). Acesso em 14/4/2013. Com relação ao texto, julgue os itens subsequentes. 0.( ) As mídias sociais atuam em diferentes setores da sociedade: entretenimento, educação, economia, política etc. 1.( ) Por serem distributivas, as mídias sociais dificultam o acesso a conteúdos considerados impróprios de acordo com conceitos estabelecidos em diferentes sociedades. 2.( ) A edição das mídias sociais, assim como das mídias clássicas (TV, rádio, revistas etc.) continua sob o controle de grandes grupos econômicos. 3.( ) Mesmo no mundo globalizado, ainda existem países que exercem o controle, total ou parcial, do acesso da população às mídias sociais. 4.( ) O poder econômico da população de um país ainda interfere no seu maior ou menor acesso às redes sociais. QUESTÃO 14 ____________________________________ O Segundo Reinado no Brasil foi marcado por resquícios da escravidão e pelo início da construção da cidadania. Acerca desse assunto, julgue os itens seguintes. 0.( ) Já na segunda metade do século XIX, ocorreu um pequeno surto de industrialização e urbanização no Brasil. O cacau e a borracha ganharam destaque na produção agrícola e a mão de obra escrava foi gradualmente substituída pela assalariada, composta, predominantemente, por imigrantes. 1.( ) Os imigrantes, como trabalhadores livres e brancos, no Brasil do século XIX, contavam com boa condição de vida, participação política e econômica na sociedade brasileira. 2.( ) A produção cafeeira no oeste paulista, ao contrário da antiga área produtora no Vale do Paraíba, pode contar com a mão de obra livre dos imigrantes europeus e a infraestrutura do Porto de Santos para exportação do produto. 3.( ) A produção de algodão no Brasil, no final do século XIX, foi estimulada pela indústria têxtil inglesa, e o Brasil passou a ser o maior exportador de algodão para a crescente indústria de tecidos que levou a Inglaterra a passar pela Revolução Industrial. 4.( ) Irineu Evangelista dos Santos, o Barão de Mauá, esteve à frente do primeiro surto industrial brasileiro, em meados do século XIX. Esse processo de industrialização caracterizou-se por uma política econômica voltada para o mercado interno e desatrelada do interesse da economia capitalista internacional. QUESTÃO 15 ____________________________________ No que se refere ao tema abordado no cartum, julgue os itens a seguir. 0.( ) O final da Guerra Fria foi marcado por muitos e frustrados acordos de paz. 1.( ) Os dirigentes de países europeus, temerosos de o continente ser palco de uma guerra nuclear, forçaram a aproximação entre Ronald Reagan e o dirigente soviético Mikhail Gorbatchev, em meados da década de 1980, para novas tentativas de acordo de paz entre as potências dominantes na Guerra Fria. 2.( ) Os conflitos da Guerra Fria ficaram limitados aos constantes ataques políticos entre os Estados Unidos da América e a antiga União Soviética. 3.( ) O embargo econômico dos Estados Unidos da América a Cuba ocorreu em um contexto exclusivo, em que não houve interferência da Guerra Fria. 4.( ) No contexto da Guerra Fria, durante a Primavera de Praga (1968), a Tchecoslováquia, liderada por Alexander Dubcek, recebeu total apoio da União Soviética, uma vez que esse momento político objetivava imprimir no país um socialismo mais humanizado, com ampla participação de operários, intelectuais e artistas. FUNDAÇÃO UNIVERSA | UCB VESTIBULAR 2/2013 7 MATEMÁTICA QUESTÃO 16_____________________________________ Considere a sequência numérica seguinte: (an) = (2, 8, 5, 4, 8, 2, 11, 1, ...) Em relação a essa sequência e a seus termos an, considerando que a regularidade que se pode observar será mantida, julgue os itens a seguir. 0.( ) A sequência corresponde a uma função de domínio natural estritamente crescente. 1.( ) + −−2 1 2 1k ka a = 3, ∀k ∈ IN*. 2.( ) A sequência (bn) na qual bn = pa p2 ,∀ ∈ IN* é uma progressão geométrica de razão negativa. 3.( ) a12 < 0,2. 4.( ) A soma de todos os termos da sequência (bn), citada no item 2, é igual a 16. QUESTÃO 17_____________________________________ Na figura acima, o ângulo �ABC mede 60°, M é o ponto médio do lado BC, N é o ponto médio do lado AC e AB = 8. Em relação a essa figura, julgue os itens seguintes. 0.( ) AM = 8. 1.( ) A área do triângulo AMN é igual à metade da área do triângulo ABM. 2.( ) O ângulo MÂN é maior que o ângulo lACM . 3.( ) MN ⊥ AC. 4.( ) MN ⋅ AB = BM ⋅ MC. QUESTÃO 18_____________________________________ Um garoto, que estava no topo de um edifício residencial de 9,75 m de altura, chutou uma bola em direção a um terreno plano e desocupado que fica ao lado desse edifício. A bola atingiu o solo a 13 m da parede lateral do edifício, sobre a qual o garoto havia chutado a bola. O ponto mais alto da trajetória da bola localizou-se a 5 m daquela mesma parede e nesse ponto a bola estava a 16 m de altura do solo, suposto plano e horizontal. Em relação à situação descrita e à função do tipo y = ax² + bx + c, cujo gráfico corresponde à trajetória da bola em um referencial cartesiano, orientado no sentido positivo das medidas citadas, cuja origem está na base da parede do edifício citada no texto e cujo eixo das ordenadas coincide com esta mesma parede, julgue os itens subsequentes. 0.( ) A distância linear entre o ponto no qual a bola foi chutada e o ponto mais alto de sua trajetória é maior que 8 m. 1.( ) A trajetória da bola contém o ponto de coordenadas (0, 13). 2.( ) O coeficiente a da função é tal que existe um número real k para o qual a = k². 3.( ) O coeficiente b da função é positivo. 4.( ) Os coeficientes da função são tais que a + b + c = 12. RASCUNHO FUNDAÇÃO UNIVERSA | UCB VESTIBULAR 2/2013 8 QUESTÃO 19_____________________________________ Considere um octaedro regular cuja aresta mede 12 cm. Esse octaedro está inscrito em uma esfera de raio R. Em relação à geometria dessas figuras, julgue os próximos itens. 0.( ) O octaedro tem, exatamente, oito pontos em comum com a superfície da esfera. 1.( ) R = 6 3 cm. 2.( ) O volume do octaedro é V = 288 2 cm³. 3.( ) A superfície total do octaedro é igual a 36 3 cm². 4.( ) A parte do volume da esfera que é exterior ao octaedro é maior que 1.152 2 cm³. QUESTÃO 20_____________________________________ Na tabela a seguir, encontram-se os registros dos tipos sanguíneos de uma população. tipo homens mulheres AB 45 52 A 64 92 B 72 98 O 35 42 Em relação aos dados apresentados, julgue os itens a seguir. 0.( ) Os dados da tabela formam uma série numérica cuja moda é 98. 1.( ) No conjunto dos dados da tabela, a frequência percentual da classe dos homens com sangue do tipo AB é igual a 9%. 2.( ) A população representada na tabela é predominantemente feminina e na parcela feminina da população o tipo sanguíneo O corresponde a menos de 15%. 3.( ) Se for feito um gráfico de setores para representar os dados apresentados na tabela, o setor que corresponde à característica: homem com sangue do tipo O, deve ser feito com um ângulo menor que 25°. 4.( ) A característica que é moda na tabela é ser mulher com sangue do tipo B. QUESTÃO 21_____________________________________ O tamanho T de espécies vegetais pode ser determinado,durante uma parte da vida do vegetal, por uma expressão do tipo: T(t) = T0 ⋅ ert, na qual T0 é o tamanho que a planta tinha ao iniciar esse período de vida, r é a taxa de crescimento que ela apresenta, e é a base do sistema de logaritmos naturais (ln x) e t é o tempo decorrido. Em relação ao que essa função representa, julgue os itens subsequentes. 0.( ) Como e é um número positivo, a função T(t) acima é uma função estritamente crescente. 1.( ) O gráfico da função T(t) é um arco de parábola cuja concavidade deve estar voltada para cima, uma vez que a função representa o crescimento das plantas. 2.( ) Se uma planta dobrou de tamanho em oito dias, a taxa de crescimento diário desta planta, determinada pela função T(t), é r = ln 20,125. 3.( ) Se a variação de tamanho descrita pela função T(t) fosse mantida por toda a vida do vegetal, ele cresceria além de suas próprias possibilidades de sustentação. 4.( ) Plantas que apresentam crescimento mais rápido terão um valor de r maior que o de plantas cujo crescimento é mais lento. RASCUNHO FUNDAÇÃO UNIVERSA | UCB VESTIBULAR 2/2013 9 QUESTÃO 22_____________________________________ Uma nutricionista desejava testar a futura aceitação de uma barra de cereais que ela pretendia produzir comercialmente. Ela preparou cinco amostras com as diferentes possibilidades de composição da barra de cereais e então organizou dois testes com voluntários. O primeiro teste visava avaliar qual das amostras teria melhor aparência e o segundo avaliaria qual delas seria reconhecida como a de melhor sabor. A fim de evitar a associação das diferentes amostras de um teste para outro pelos voluntários, ela usou um código alfanumérico para identificar as amostras. No primeiro teste, as amostras foram numeradas como 101, 102, 103, 104 e 105. Já no segundo teste, as amostras eram identificadas apenas por uma letra de a até e. Para cada um dos voluntários, a nutricionista usou uma correspondência diferente entre números e letras para uma mesma amostra do produto. Calcule então o número máximo de voluntários que ela pôde usar nesse experimento e divida o resultado por 2. Marque na folha de respostas, desprezando, se houver, a parte decimal do resultado final. QUESTÃO 23_____________________________________ Considere o que foi apresentado na questão anterior. Uma das amostras testadas será escolhida ao acaso para um segundo teste com vários consumidores, a fim de comparar os resultados com o teste que será feito com a amostra escolhida no experimento descrito acima. Qual é a probabilidade, em porcentagem, de que a amostra escolhida aleatoriamente seja a que teve a pior aceitação no teste realizado? Marque na folha de respostas, desprezando, se houver, a parte decimal do resultado final. CIÊNCIAS QUESTÃO 24 ____________________________________ Considerando o gene representado, que produz duas proteínas, uma de 600 aminoácidos e outra de 530 aminoácidos, julgue os itens seguintes. 0.( ) O esquema representa um gene bacteriano. 1.( ) O gene não existe, porque um gene não pode produzir dois tipos de proteína. 2.( ) As regiões codificadoras são os exons e os introns são não codificadores. 3.( ) Um indivíduo com deleção (perda) de vinte bases no início do exon 3 produzirá proteína(s) defeituosa(s). 4.( ) Os três exons possuem segmentos de DNA codificantes e não codificantes. QUESTÃO 25 ____________________________________ Considerando um menino com síndrome de Down com trissomia livre, julgue os itens a seguir. 0.( ) O diagnóstico clínico pode ser confirmado pelo exame de cariótipo. 1.( ) A constituição cromossômica provável do menino é 47, XX. 2.( ) O excesso de cromossomos pode ter-se originado na meiose I ou II. 3.( ) O cromossomo extra é um cromossomo 13. 4.( ) A síndrome de Down é uma doença monogênica. QUESTÃO 26 ____________________________________ As relações ecológicas são formas de interação entre os seres vivos. Com relação aos tipos de relações ecológicas, julgue os itens subsequentes. 0.( ) Líquens são exemplos de parasitismo. 1.( ) Predação é uma interação em que uma espécie mata e devora a outra. 2.( ) Nas colônias, os indivíduos unidos atuam em conjunto, como ocorre com os corais. 3.( ) Comensalismo é uma relação em que uma espécie se beneficia dos restos de alimentação de outra sem prejudicá-la. 4.( ) Nas sociedades como a das abelhas, um indivíduo vive à custa do outro, causando prejuízos. RASCUNHO FUNDAÇÃO UNIVERSA | UCB VESTIBULAR 2/2013 10 QUESTÃO 27_____________________________________ Considere que uma esfera abandonada em um grande tanque com água percorra 24 m até atingir o fundo. A massa específica dessa esfera é de 8 g/cm3 e seu volume é de 800 cm3. Desprezando as forças de atrito e considerando a aceleração da gravidade (g) igual a 10 m/s2 e a massa específica da água igual a 103 kg/m3, julgue os itens a seguir. 0.( ) A força resultante que atua na esfera corresponde tão somente à força peso. 1.( ) A força resultante que atua na esfera é de 56N. 2.( ) A aceleração da esfera é de 8,75 m/s-2. 3.( ) A velocidade com que a esfera toca o fundo do tanque é de 2 30 m/s-1. 4.( ) O tempo que a esfera gasta para atingir o fundo do tanque é menor que dois segundos. QUESTÃO 28_____________________________________ Mack Plank, em 1901, e Albert Einstein, em 1905, iniciaram a formulação da teoria dos quanta. Segundo essa teoria, a radiação eletromagnética é emitida, e propaga-se descontinuamente, em pequenos pulsos de energia chamados pacotes de energia, quanta ou fótons. Assim, a onda eletromagnética apresenta também um caráter corpuscular. Planck descobriu que todos os fótons, associados a uma frequência particular (f) de luz, possuem a mesma energia (E), diretamente proporcional a f. Isto é, E = hf, em que h é uma constante universal, chamada constante de Planck, e vale 6,63 ⋅ 10-34 J.s ou 4,14 ⋅ 10-15 eV⋅s. Emico Okuno, Iberê L. Caldas e Cecil Chow. Física para ciências biológicas e biomédicas. Harbra, 1986 (com adaptações). Com auxílio das informações presentes no texto, calcule o comprimento de onda (λ) da radiação eletromagnética associada a um fóton de 2 eV, considerando a velocidade da radiação eletromagnética igual a 3 ⋅ 108 m/s. Divida o resultado obtido por 10-7 e marque na folha de respostas, desprezando, se houver, a parte decimal do resultado final. RASCUNHO FUNDAÇÃO UNIVERSA | UCB VESTIBULAR 2/2013 11 QUESTÃO 29_____________________________________ Os biflavonoides são compostos polifenólicos de ocorrência natural onipresentes nas plantas vasculares que têm apresentado propriedades biológicas promissoras. Os dímeros de flavonoides resultam da ligação de duas unidades de flavona, flavanona, flavanonol, flavonol ou auronas ou misturas dessas, além de ocorrerem, menos comumente, os dímeros de chalconas e isoflavonas. A seguir, é apresentada a estrutura química de um biflavonoide. R. O. Ferreira, M. G. de Carvalho e T. M. S. da Silva. Ocorrência de biflavonoides em Clusiaceae: aspectos químicos e farmacológicos. In: Química Nova, v. 35, n.º 11, 2012, p. 2.271-2.277 (com adaptações). Com relação aos compostos orgânicos apresentados no texto e demais assuntos correlatos, julgue os itens a seguir. 0.( ) Os flavonoides são insolúveis em água, pois são compostos polifenólicos. 1.( ) Na molécula apresentada, os grupos OH ligados ao anel benzênico indicam a presença da função álcool. 2.( ) A diversidadeestrutural dos biflavonoides é devida, principalmente, aos diferentes padrões de hidroxilação dessas moléculas. 3.( ) Considerando as massas molares (em g mol–1) do hidrogênio, do carbono e do oxigênio, respectivamente iguais a 1, 12 e 16, a massa molar da molécula ilustrada é igual a 285 g mol–1. 4.( ) No biflavonoide apresentado, as ligações duplas alternadas indicam a presença de ressonância, ou seja, uma mistura de estruturas com o mesmo arranjo de átomos, mas com diferentes arranjos de elétrons. QUESTÃO 30_____________________________________ O sulfato de bário é um composto cristalino de cor branca ou amarelada, insípido, inodoro, insolúvel em água. É um composto bastante estável e não tóxico. Na medicina, é utilizado como agente de contraste para exames com raios-X. Na indústria de papel, como aditivo ou revestimento para papéis brancos. Também é utilizado em cosméticos, cerâmicas e muitos outros produtos. Alguns compostos inorgânicos. Internet: <www.mspc.eng.br> (com adaptações). Acesso em 2/4/2013. Em uma produção desse agente de contraste, foram inicialmente utilizados 100 mL de BaCℓ2 0,43 mol L–1 e excesso de solução aquosa de H2SO4. Verificou-se que todo o bário em solução havia sido precipitado. Calcule, em gramas, a massa do sulfato de bário formada após todo o processo reacional. Para isso, considere a massa molar do oxigênio igual a 16 g mol–1, a massa molar do enxofre igual a 32 g mol–1 e a massa molar do bário igual a 137 g mol–1. Marque na folha de respostas, desprezando, se houver, a parte decimal do resultado final. RASCUNHO FUNDAÇÃO UNIVERSA | UCB VESTIBULAR 2/2013 12 R E D A Ç Ã O CRITÉRIOS DE CORREÇÃO Pontuação Norma culta 9 Organização sintática (mecanismos de articulação frasal: subordinação, coordenação; paralelismos sintático e semântico; concordância nominal e verbal; regência nominal e verbal). 9 Aspectos gráficos (pontuação; ortografia; emprego de maiúsculas; acentuação gráfica). 20 Tema/Texto 9 Adequação ao tema (pertinência quanto ao tema proposto)*. 9 Adequação à proposta (pertinência quanto ao gênero proposto)*. 9 Organização textual (paragrafação; periodização). 20 Argumentação 9 Especificação do tema, conhecimento do assunto, seleção de ideias distribuídas de forma lógica, concatenadas e sem fragmentação. 9 Apresentação de informações, fatos e opiniões pertinentes ao tema, com articulação e consistência de raciocínio, sem contradição, estabelecendo um diálogo contemporâneo. 20 Coesão / Coerência 9 Coesão textual (retomada pronominal; substituição lexical; elipses; emprego de anafóricos; emprego de articuladores/conjunções; emprego de tempos e modos verbais; emprego de processos lexicais: sinonímia, antonímia, hiperonímia, hiponímia). 9 Coerência argumentativa (seleção e ordenação de argumentos; relações de implicação ou de adequação entre premissas e as conclusões que delas se tiram ou entre afirmações e as consequências que delas decorrem). 20 Elaboração crítica 9 Elaboração de proposta de intervenção relacionada ao tema abordado. 9 Pertinência dos argumentos selecionados fundamentados em informações de apoio, estabelecendo relações lógicas, que visem propor valores e conceitos. 20 * Em caso de inadequação ao tema ou à proposta, o candidato perde integralmente os 20 pontos referentes aos critérios Tema/Texto. FUNDAÇÃO UNIVERSA | UCB VESTIBULAR 2/2013 13 • Escolha apenas uma das duas propostas, apresentadas a seguir, para desenvolver sua redação, com extensão máxima de 30 (trinta) linhas. • O texto deverá ser manuscrito, em letra legível, com caneta esferográfica azul ou preta. • A folha de redação não poderá ser assinada, rubricada nem conter qualquer palavra ou marca que o identifique, sob pena de anulação do texto. PROPOSTA I A revista The Economist publicou (em 21/4/2012) um especial a respeito do que ela chamou de “terceira revolução industrial”. A primeira, com as máquinas tocadas a vapor, a segunda, com a linha de montagem e, agora, a terceira, dependente de computadores, mas, sobretudo das impressoras em 3D. Nos seus primórdios, elas eram apenas capazes de moldar blocos de um material, mas evoluíram para serem impressoras em 3D por camadas. Trocado em miúdos, isso significa que essas impressoras receberão os insumos de um produto em seus cartuchos e, a partir daí, serão capazes de “imprimir” (que, no caso, quer dizer fabricar) desde telefones celulares até carrocerias de automóvel ou pás de hélices internas de motores de jato. Tecnologicamente, tudo isso parece milagroso, chega-se ao cada vez mais complexo por meio de produtos ainda mais complexos, só que, a cada dia, mais acessíveis aos usuários finais. Daqui a alguns anos, você não só não precisará sair de casa para receber seu telefone celular (que hoje você já pode receber entregue por uma transportadora), mas poderá receber eletronicamente o “arquivo” de fabricação do telefone e fabricá-lo em casa em sua impressora 3D em camadas. Em outras palavras, muitas fábricas serão trazidas para dentro de sua casa. Imagine-se, nos dias de sua infância, podendo produzir em casa os brinquedos que quisesse. Alexandre Barros. Fábricas serão trazidas para dentro de sua casa. Internet: <http://opiniaoenoticia.com.br> (com adaptações). Acesso em 29/3/2013. Cody Wilson, um estudante de Direito na Universidade do Texas, arrendou uma impressora 3D Stratasys há poucos meses. Ele queria imprimir uma arma. Mais que isso, ele e o grupo que ele fundou, Distributed Defense (Defesa Distribuída), pretendiam desenvolver projetos para a impressão 3D de armas e peças de armas e distribuir esses projetos on-line. Os motivos de Wilson são abertamente políticos: ele diz que quer “(expandir) uma esfera livre de ação [...] em contraste com o regime regulamentar previsto [...]. Qualquer um pode tê-la (uma arma caseira), qualquer um pode imprimi-la, qualquer pessoa pode usá-la”. A Stratasys não achou graça. Wilson disse que eles pegaram a impressora de volta antes que ele pudesse terminar a sua instalação. Não satisfeita, a implacável Distributed Defense juntou dinheiro suficiente para, primeiro, alugar algumas impressoras 3D nos arredores de Austin, no Texas, e depois, para comprar duas das mesmas. No início deste mês, Wilson e seus funcionários testaram com sucesso um carregador de plástico para uma AR-15, um dos fuzis mais populares no mundo, com 30 munições, que imprimiram na empresa. Eles chamaram a câmara de “Cuomo”, em homenagem ao governador de Nova York, que defendeu uma legislação que proíbe carregadores em fuzis com mais de sete espaços para balas. Outros empreendedores também já imprimiram com êxito a culatra, o gatilho e a alça da mira, embora não a câmara ou o cano de uma arma. Isso é muito mais difícil, mas os rápidos avanços da tecnologia estão deixando muita gente nervosa. Ready, Print, Fire. In: The Economist. Internet: <http://opiniaoenoticia.com.br> (com adaptações). Acesso em 29/3/2013. Um homem americano teve 75% do seu crânio substituído por uma prótese feita em impressora 3D. O implante realizado pela primeira vez no mundo foi comandado pela empresa Oxford Performance Materials. A empresa foi a responsável por fabricar o material da prótese. Em fevereiro, a equipe recebeu autorização do governo dos Estados Unidos para fornecer ossos feitos em impressora 3D. Na primeira etapa do processo, o crânio do homem foi escaneado para criar uma réplica digital. Isso permitiu que a prótese fosseimpressa com perfeição. A réplica é feita de polietercetonacetona (ou PEKK), que provou ser o material adequado para implantes humanos. A prótese tem uma textura especial e furos com o objetivo de estimular o crescimento natural das células e dos ossos do paciente. Homem tem 75% do crânio feito em impressora 3D. In: Info Exame. Internet: <http://papodehomem.com.br> (com adaptações). Acesso em 29/3/2013. Considerando que os textos apresentados têm caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo argumentativo acerca do seguinte tema: O limite das novas tecnologias deverá ser a imaginação? FUNDAÇÃO UNIVERSA | UCB VESTIBULAR 2/2013 14 PROPOSTA II O problema da recuperação de viciados em drogas, recentemente trazido à tona pela possibilidade de internação compulsória no Distrito Federal, levantou debates na Câmara Legislativa. O deputado Benedito Domingos sugeriu a criação de uma “bolsa antidrogas” para que os usuários tenham condições financeiras de se internarem. Já a deputada Arlete Sampaio pediu cautela na discussão sobre internação compulsória. “É muito mais importante trabalhar para que a pessoa resolva deixar a droga sozinha do que interná-la à força. É preciso muito cuidado para não escolhermos simplesmente a saída mais fácil”, ponderou Arlete. Jornal Coletivo. Internet: <http://coletivo.maiscomunidade.com> (com adaptações) Acesso em 31/3/2013. Tivemos de chegar à metástase do crack para que, de repente, o Brasil acordasse para o problema da droga. Mas antes tarde etc. Nos jornais e on-line, pululam amadorismos bem intencionados. Pessoas que só sabem de droga pelos manuais, por alguma breve experiência com maconha na juventude ou por passar de carro pelas proximidades de uma cracolândia pontificam a respeito. Ao cantar de um galo a distância, julgam ouvir a palavra “higienismo” e logo se põem contra a internação involuntária. As famílias dos dependentes sabem melhor do que falam — sua experiência de ter em casa um escravo do crack ainda não foi, nem de longe, tratada pela literatura. E por que “em casa”, perguntará você, se o dependente se muda para a cracolândia? Porque a casa é para onde ele sempre volta, para pegar ou tomar o que ainda possa ser vendido e lhe valer uma pedra — dos bens e joias da família a lustres, móveis, esquadrias. Tais famílias não suportam ver seu filho ou neto receber “alta” e ser devolvido às ruas pelos que o internaram apenas um mês antes — para abrir novas vagas, denunciam elas, e maquiar as estatísticas de “atendimento”. Se isso de fato estiver acontecendo, é lamentável — mas não basta para desqualificar todo o sistema de internação, que apenas começa a ser posto em prática. Também não tem sentido o raciocínio de que, como historicamente o homem sempre se drogou, não adiantam os bilhões investidos na repressão, porque ele voltará a se drogar, não importa com o quê. Bem, o homem também sempre ficou doente. Significa que a medicina e a pesquisa científica devem fechar as portas pois, não importam os seus avanços, o homem voltará a ficar doente e morrerá? Uma “alta” prematura é quase sinônimo de recaída. Mas o abandono na rua já é uma condenação à morte. Ruy Castro. Condenação à morte. Internet: <http://www1.folha.uol.com.br> (com adaptações). Acesso em 28/3/2013. O artigo 5.º da Constituição diz que todos somos livres e que temos direito (e não obrigação) à vida. Essa liberdade inclui o direito de fazermos com nossas vidas o que quisermos. Se eu quiser viver na miséria, viver na rua ou me matar, eu posso. A lei não pode me obrigar a trabalhar, a viver em uma casa ou me punir se eu tentar me matar. Por outro lado, a lei não pode me garantir o contrário: ela não pode me garantir que eu serei bem sucedido, que eu viverei em uma mansão ou que eu não morrerei ao sair de casa hoje. O que ela garante é que, se eu precisar e quiser tratamento médico, haverá (ou deveria haver) um hospital para me ajudar; se eu precisar e quiser um abrigo, haverá (ou deveria haver) um albergue público para me acolher. Se alguém ameaça minha vida, posso recorrer à polícia para me proteger. Ou seja, a lei garante um mínimo de proteção se eu precisar e quiser utilizá-la e garante que se eu não quiser utilizar tal “rede de proteção”, eu não serei obrigado a fazê-lo. Por conta disso, se eu quiser me matar tomando algum medicamento ou me tornar incapacitado, posso. Não deveria (regra moral), mas posso (regra legal). Podemos internar os viciados à força? In: Folha de São Paulo. Internet: <http://direito.folha.uol.com.br> (com adaptações). Acesso em 28/3/2013. Considerando que os textos apresentados têm caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo argumentativo acerca do seguinte tema: Uma sociedade tem o direito de julgar — e de regular — os modos de viver e de morrer das pessoas? FUNDAÇÃO UNIVERSA | UCB VESTIBULAR 2/2013 15 RASCUNHO 1 5 10 15 20 25 30