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ORÇAMENTO E FINANÇAS PÚBLICAS-ANOTAÇÕES DA DISCIPLINA

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AULA 1 – ORÇAMENTO PÚBLICO
Orçamento público é um instrumento de planejamento e execução das finanças públicas. Na atualidade, o conceito está intimamente ligado à previsão das Receitas e à fixação das Despesas públicas.
Alguns aspectos importantes a serem observados pelos governantes ao elaborarem seus instrumentos de planejamento:
Formular o planejamento estratégico nacional;
Formular planos nacionais, setoriais e regionais de desenvolvimento econômico e social; 
Formular o PPA, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais;
Gerenciar o processo de planejamento e orçamento federal.
Podemos destacar três aspectos importantes do orçamento:
Político: quando os parlamentares se reúnem para colocar o orçamento eles estão defendendo determinadas categorias da sociedade e suas demandas.
Econômico:toda vez que o poder público reserva uma parte dos seus recursos para investir em determinadas áreas da economia do seu estado, do seu município ou da União, ele está levando em consideração fatores econômicos.
Técnico:há necessidade de que seja observada a técnica orçamentária no momento de classificar cada despesa e cada receita no orçamento.
O orçamento tem caráter autorizativo para execução das políticas públicas; sem orçamento não há margem legal para os governantes manterem o custeio da máquina pública, tampouco para realizarem as obras e serviços de que necessita a população.
PLANO PLURIANUAL
Tem por finalidade estabelecer de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras dela decorrentes e para as reativas aos programas de duração continuada (par. 1º do art. 165 da CF/88).
- Instrumento de médio prazo
- Inovação da CF/88
- Tem o prazo de 4 anos, iniciando-se no 2º ano de um mandato e encerrando-se no 1º ano do mandato seguinte.
- A finalidade do PPA é estabelecer de forma regionalizada:
Diretrizes- normas gerais
Metas- medida dos objetivos
- Também devem constar no PPA:
Despesas de capital
Outras delas decorrentes
Programas de duração continuada
LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS
Anualmente o poder público estabelece as prioridades e as metas que devem ser observadas no momento da elaboração e execução dos orçamentos, os quais são definidos na LDO.
- A LDO é um instrumento norteador da LOA, dispondo para cada exercício financeiro, sobre:
As prioridades e metas da Administração federal
A estrutura e organização dos orçamentos
- As prioridades e metas da Administração federal envolve:
A dívida pública federal
As despesas com pessoal e encargos sociais
A política de aplicação de recursos das agências financeiras oficiais de fomento
As alterações na Legislação tributária
LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL
Com a finalidade de viabilizar a concretização de situações planejadas no PPA e torna-las em realidade, levando sempre em consideração o que consta na LDO, são elaborados os orçamentos, com vistas a alcançar determinados objetivos. Desse modo a Lei Orçamentaria Anual – LOA, funciona como instrumento de execução dos orçamentos públicos.
O art. 165, §5°, incisos I a III da CF prevê que a LOA compreenderá:
Orçamento fiscal
Orçamento de investimentos
Orçamento da seguridade social
CLASSIFICAÇÃO DOS ORÇAMENTOS
 Os orçamentos públicos podem ser classificados em:
Orçamento tradicional: Este orçamento caracterizava-se por ser um documento onde constava apenas a previsão da receita e a autorização da despesa, classincando-as como objeto do gasto e distribuindo-as pelos diversos órgãos, para o período de um ano.
Orçamento de base zero: O orçamento base zero ou por estratégia não é um tipo de orçamento, como o orçamento-programa ou o orçamento tradicional, mas sim uma técnica para a elaboração do orçamento-programa.o objetivo principal do OBZ é a justificativa do “gasto” de acordo com as necessidades e os recursos disponíveis e corresponde a um “meio de eliminar programas e projetos não econômicos.
Orçamento de desempenho: é o processo orçamentário que se caracteriza por apresentar duas dimensões do orçamento: o objeto de gasto e um programa de trabalho, contendo as ações desenvolvidas. Nesse tipo de orçamento, o gestor começa a se preocupar com o que o Governo realiza e não com o que compra, ou seja, preocupa-se agora em saber “as coisas que o Governo faz e não as coisas que o Governo compra”.
Orçamento-programa: pode ser entendido como um plano de trabalho, um instrumento de planejamento da ação do governo, através da identificação dos seus programas de trabalho, projetos e atividades, além do estabelecimento de objetivos e metas a serem implementados, bem como a previsão dos custos relacionados.
CICLO ORÇAMENTÁRIO
O sistema de planejamento e de orçamento envolve um conjunto articulado de tarefas complexas e um cronograma gerencial e operacional com especificação de etapas, de produtos e da participação dos agentes.
De modo geral o ciclo orçamentário se apresenta da seguinte maneira:
Elaboração do projeto de lei orçamentária pelo executivo;
Apreciação, emendas e votação pelo legislativo;
Sanção pelo chefe do executivo e publicação da lei;
Execução das ações previstas na lei;
Acompanhamento e avaliação por parte dos controles interno e externo.
AULA 2 - RECEITAS PÚBLICAS
 Receita pública é o montante total em dinheiro recolhido pelo tesouro nacional, incorporado ao patrimônio do Estado, que serve para custear as despesas públicas e as necessidades de investimentos públicos. Regulamentada pela lei do Orçamento, Lei 4.320 de 17/ 03/64 em seu capítulo III cujo título é “Da receita”.
Em sentido amplo receita pública é o recolhimento de bens aos cofres públicos, sendo sinônimo de ingresso ou entrada. Se desdobram em receitas orçamentárias, quando representam disponibilidades de recursos financeiros para o erário, e ingressos extraorçamentários, quando representam apenas entradas compensatórias.
INGRESSOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS
Recursos financeiros que apresentam caráter temporário e não integram a LOA. O Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivos exigíveis e cujas restituições não se sujeitam à autorização legislativa. Exemplos: Depósitos em Caução, Fianças, Operações de Crédito por ARO, emissão de moeda e outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros.
RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS
Disponibilidades de recursos financeiros que ingressam durante o exercício e constituem elemento novo para o patrimônio público. Instrumento por meio do qual se viabiliza a execução das políticas públicas, a receita orçamentária é fonte de recursos utilizada pelo Estado em programas e ações cuja finalidade precípua é atender às necessidades públicas e demandas da sociedade.
CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS
Há diversos critérios utilizados para classificação da receita, entre eles está a classificação alemã ou clássica:
Receitas públicas originárias: são as arrecadadas por meio da exploração de atividades econômicas pela Administração Pública. Resultam, principalmente, de rendas do patrimônio mobiliário e imobiliário do Estado (receita de aluguel), de preços públicos, de prestação de serviços comerciais e de venda de produtos industriais ou agropecuários.
Receitas públicas derivadas: são as obtidas pelo poder público por meio da soberania estatal. Decorrem de norma constitucional ou legal e, por isso, são auferidas de forma impositiva, como, por exemplo, as receitas tributárias e as de contribuições especiais.
Classificação econômica ou quanto a natureza:
Receitas correntes:são arrecadadas dentro do exercício, aumentam as disponibilidades financeiras do Estado, em geral com efeito positivo sobre o Patrimônio Líquido, e constituem instrumento para financiar os objetivos definidos nos programas e ações correspondentes às políticas públicas. São Receitas Correntes as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito públicoou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes.
Receitas de capital:aumentam as disponibilidades financeiras do Estado. Porém, de forma diversa das Receitas Correntes, as Receitas de Capital não provocam efeito sobre o Patrimônio Líquido. São aquelas provenientes de operações de crédito, alienações de bens, amortizações de empréstimos concedidos, transferências de capital e outras receitas de capitais.
ETAPAS DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA
As etapas da receita seguem a ordem de ocorrência dos fenômenos econômicos, levando-se em consideração o modelo de orçamento existente no País. Dessa forma, a ordem sistemática inicia-se com a etapa de previsão e termina com a de recolhimento.
Previsão: implica planejar e estimar a arrecadação das receitas que constará na proposta orçamentária. Isso deverá ser realizado em conformidade com as normas técnicas e legais correlatas e, em especial, com as disposições constantes na LRF.
Lançamento: ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta. Lançamento é ainda o procedimento administrativo que verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determina a matéria tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica o sujeito passivo e, sendo o caso, propõe a aplicação da penalidade cabível.
Arrecadação: Corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro Nacional pelos contribuintes ou devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras autorizadas pelo ente.
Recolhimento: Consiste na transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro Nacional, responsável pela administração e controle da arrecadação e pela programação financeira, observando-se o princípio da unidade de tesouraria ou de caixa, conforme determina o art. 56 da Lei nº 4.320, de 1964.
AULA 3 – DESPESAS PÚBLICAS
Despesa pública é o conjunto de dispêndios realizados pelos entes públicos para custear os serviços públicos (despesas correntes) prestados à sociedade ou para a realização de investimentos (despesas de capital). 
As despesas públicas devem ser autorizadas pelo Poder Legislativo, por meio do ato administrativo chamado orçamento público. Exceção diz respeito às despesas extraorçamentárias.
As despesas públicas devem obedecer aos seguintes requisitos:
Utilidade:atender a um número significativo de pessoas;
Legitimidade:atender a uma necessidade pública real;
Discussão pública:ser discutida e aprovada pelo Poder Legislativo e pelo Tribunal de Contas do respectivo ente;
Possibilidade contributiva:possibilidade de a população atender à carga tributária decorrente da despesa;
Oportunidade;
Hierarquia de gastos;e
Ser estipulada (prevista) em lei.
DESPESA ORÇAMENTÁRIA
Toda transação que depende de autorização legislativa, na forma de consignação de dotação orçamentária, para ser efetivada.
DESPESA EXTRAORÇAMENTÁRIA
É aquela paga à margem da lei orçamentária e, portanto, independente de autorização legislativa, pois se constitui em saídas do passivo financeiro, compensatórias de entradas no ativo financeiro, oriundas de receitas extraorçamentárias, correspondendo à restrição ou entrega de valores recebidos, como cauções, depósitos, consignações e outros.
CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS
As despesas orçamentárias classificam-se em categorias econômicas, também chamadas de natureza da despesa e tem como objetivo responder à sociedade o que será adquirido e qual o efeito econômico do gasto público. Dividem-se, de acordo com o art. 12 da Lei 4.320/1964, conforme o esquema abaixo:
Despesas correntes: todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.
Despesas de custeio: destinadas à manutenção dos serviços criados anteriormente à Lei Orçamentária Anual (LOA), e correspondem, dentre outros gastos, os com pessoal, material de consumo, serviços de terceiros e gastos com obras de conservação e adaptação de bens imóveis;
Transferências correntes: são despesas que não correspondem à contraprestação direta de bens ou serviços por parte do Estado e que são realizadas à conta de receitas cuja fonte seja transferências correntes. Subdividem-se em:
Subvenções sociais: destinadas a cobrir despesas de custeio de instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, desde que sem fins lucrativos;
Subvenções econômicas: destinadas a cobrir despesas de custeio de empresas públicas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.
Despesas de capital: despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.
Despesas de investimentos: despesas necessárias ao planejamento e execução de obras, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente, constituição ou aumento do capital do Estado que não sejam de caráter comercial ou financeiro, incluindo-se as aquisições de imóveis considerados necessários à execução de tais obras;
Inversões financeiras: são despesas com aquisição de imóveis, bens de capital já em utilização, títulos representativos de capital de entidades já constituídas (desde que a operação não importe em aumento de capital), constituição ou aumento de capital de entidades comerciais ou financeiras (inclusive operações bancárias e de seguros). Em suma, são operações que importem a troca de dinheiro por bens.
Transferências de capital: transferência de numerário a entidades para que estas realizem investimentos ou inversões financeiras. Nessas despesas, incluem-se as destinadas à amortização da dívida pública. Podem ser:
Auxílios: se derivadas da lei orçamentária;
Contribuições: derivadas de lei anterior à lei orçamentária.
DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA
Ao elaborar a LOA, são previstas as dotações de despesas que serão inicialmente aprovadas na lei e que serão executadas durante o exercício financeiro, intituladas dotações orçamentárias. Tais dotações podem revelar-se insuficientes para a realização dos programas de trabalho ou pode ocorrer a necessidade de realização de despesa não autorizada inicialmente.
A LOA poderá ser alterada “no decorrer da sua execução por meio de créditos adicionais, que são autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na LOA” (Brasil, 2017b, p. 100). Tais créditos, podem ser de três espécies:
Suplementares: destinam-se ao reforço de uma dotação orçamentária já existente
Especiais: destinam-se a cobrir despesas sem dotação orçamentária específica (atendem a uma necessidade não contemplada no orçamento)
Extraordinários: pressupõem uma situação de urgência ou imprevisão, tal como guerra, comoção interna ou calamidade pública.
Os créditos suplementares e especiais dependem de autorização legislativa, ao passo que os extraordinários são abertos por decreto do Executivo, que deles dará ciência imediata ao Legislativo. Os créditos adicionais, uma vez aprovados, incorporam-se ao orçamento do exercício.
ETAPAS OU ESTÁGIOS DAS DESPESAS
Fixação: é em realidade a primeira etapa ou estágio desenvolvido pela despesa orçamentária, é cumprida por ocasião da edição da discriminação das tabelas explicativas, baixadas na Lei do Orçamento. Seja dito de passagem que ela é precedida por toda uma gama de procedimentos que vão desde a elaboração das propostas, a mensagem do poder executivo, o projeto de lei, a discursão pelo Poder Legislativo e a consequente aprovação e promulgação, transformando-a em Lei Orçamentária.
Empenho:É o ato emanado da autoridade competente que cria para o Poder Público a obrigação de pagamento. Empenhar uma despesa consiste na emissão de uma Nota de Empenho. Divide-se em:
Autorização
Emissão
Assinatura
Controle interno
Contabilização
Liquidação: Consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base documentos comprobatórios do crédito, com o fim de apurar a origem e o objeto do pagamento, a importância a ser paga e a quem ela deve ser paga a fim de que a obrigação seja extinguida.A liquidação terá por base o contrato, o ajuste ou acordo, a nota de empenho e os comprovantes de entrega do material ou da prestação do serviço. Divide-se em:
Recebimento da mercadoria ou dos serviços;
Inspeção e liberação;
Laudo de medição;
Atestado de prestação de serviço;
Requisição de pagamento;
Controle interno;
Autorização de pagamento; e
Cheque.
Pagamento:Fase onde o credor comparece diante do agente pagador, identifica-se e recebe o numerário que lhe corresponde para que se extinga determinada obrigação. Segundo o art. 65 da Lei n. 4.320/1964, “o pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento”. Divide-se em:
Liquidação da obrigação;
Quitação do credor; e
Contabilização.
RESTOS A PAGAR
Conforme ensina o art. 36 da Lei n. 4.320/1964, “consideram-se restos a pagar as despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas”. Podem ser:
Não processados:empenhados, mas não liquidados nem pagos.
Processados: empenhados e liquidados, mas não pagos.
AULA 4 – DÍVIDA PÚBLICA
Dívida pública é o conjunto de obrigações financeiras do setor público contraídas junto a terceiros para cobrir déficits, ou seja, quando as receitas de um determinado ente público não são suficientes para arcar com todas as despesas. Em outras palavras, a dívida pública representa numericamente uma relação na qual figura de um lado um devedor, ente público (União, estados, DF ou municípios), e de outro lado vários credores, que podem ser bancos, fundos de pensão ou mesmo pessoas físicas.
A dívida pública pode ser:
Dívida flutuante: compreende os compromissos exigíveis, cujo pagamento independe de autorização orçamentária, assim entendidos: a) os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida; b) os serviços da dívida; c) os depósitos, inclusive consignações em folha; d) as operações de crédito por antecipação de receita; e) o papel moeda ou moeda fiduciária.
Dívida fundada ou consolidada: é todo montante computado, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses.
Dívida fundada líquida: é o montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses.
Dívida mobiliária:Chamamos de “dívida pública mobiliária a parte da dívida fundada ou consolidada representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central, estados e municípios.
A dívida pública pode ser classificada ainda como:
Dívida interna: é a parte da dívida pública que representa o somatório dos débitos, resultantes de empréstimos e financiamentos contraídos por um governo, com entidades financeiras e indivíduos (no Brasil, através do Tesouro Direto) de seu próprio país.As dividas internas podem ter três origens, são elas, o financiamento de gastos públicos com bens e serviços como educação e obras, gastos com juros de dívidas anteriores e a política cambiale monetária que ocorre no caso do banco central. A dívida interna abrange as administrações federais, estaduais e municipais e também suas empresas estatais. Também fazem parte deste valor os saldos os fundos públicos, previdência social e das contas de autoridade monetária.
Dívida externa: é o somatório dos débitos de um país, resultantes de empréstimos e financiamentos contraídos no exterior pelo próprio governo, por empresas estatais ou privadas. Esses recursos podem ser provenientes de governos, entidades financeiras internacionais (FMI, Banco Mundial, etc.), bancos ou empresas privadas
AULA 5 – PROCESSO LEGISLATIVO DO ORÇAMENTO PÚBLICO
A inciativa de cada projeto de lei (referente ao PPA, LDO, LOA) é do Poder Executivo, e a responsabilidade por elaborar os orçamentos dos demais poderes recai sobre eles, sendo necessário encaminhá-los ao Executivo, que os compatibiliza e envia ao Legislativo para apreciação, emendas (se for ocaso) e aprovação. 
É profícuo salientar que, para cada instrumento de planejamento, o poder executivo é obrigado a seguir uma sistemática preestabelecida na Constituição Federal, sendo necessário o cumprimento de prazos para envio de cada projeto de lei ao Legislativo. No entanto, e não menos importante, tem o Poder Legislativo prazos para aprovar tais projetos e devolvê-los ao Executivo para sanção e publicação, sob pena de ter o recesso parlamentar suspenso até a aprovação.
Importante: É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria dos planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares. Também não é possível que projeto de lei de inciativa popular verse sobre o tema, sob pena de afrontar a competência exclusiva do presidente da República.
Processo Legislativo: Sucessão de atos, fatos e decisões que vão da apresentação de proposição legislativa por agente constitucionalmente capaz, até a sanção ou promulgação da norma legal.
Normas legislativas: expressas na Constituição Federal, nas leis e nos Regimentos do Congresso Nacional – RCCN, da Câmara dos Deputados – RICD e do Senado Federal – RISF.
Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização -  CMO:  criada pela Constituição Federal de 1988 (art. 166, § 1º), compõe-se 42 membros titulares, sendo 31 Deputados e 11 Senadores, com igual número de suplentes.
A CMO tem por competência examinar e emitir parecer sobre:
            - planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos no art.166, § 1º, inciso I, da Constituição Federal;
            - contas prestadas pelos poderes da República nos termos do caput e do § 2º do art.  56 da Lei Complementar nº 101, de 2000 (LRF);
            - projetos  de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais (suplementar e especial);
            - créditos extraordinários (créditos adicionais) encaminhados ao Congresso Nacional através de medidas provisórias;
            - avisos do Congresso Nacional que tratam de subtítulos relativos a obras e serviços com indícios de irregularidades graves informados pelo Tribunal de Contas da União;
            - relatórios pertinentes ao acompanhamento e à fiscalização da execução orçamentária e financeira, nos termos dos arts. 70 a 72 e 166, § 1º, inciso II, da Constituição Federal;
            - relatórios de gestão fiscal previstos no art. 54 da Lei Complementar nº 101, de 2000 e na lei de diretrizes orçamentárias;
            - relatórios referentes aos atos de limitação de empenho e movimentação financeira, nos termos do art. 9º da Lei Complementar nº 101, de 2000;
            - informações prestadas pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional, nos termos dos §§ 4º e 5º do art. 9º da Lei Complementar nº 101, de 2000; e
            - demais atribuições constitucionais e legais.
PRAZOS DE ENCAMINHAMENTOS DE PROJETOS
I - O projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa; 
II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa; 
III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa (BRASIL, 1988).
PROPOSIÇÃO DE EMENDAS
De acordo com a Constituição, a emendaparlamentar é o instrumento que o Congresso Nacional possui para participar da elaboração do orçamento anual. Por meio das emendas os parlamentares procuram aperfeiçoar a proposta encaminhada pelo Poder Executivo, visando uma melhor alocação dos recursos públicos.
As emendas podem ser:
Emendas de texto: propõem alteração no texto do projeto.
Emendas à receita:alteram a estimativa de receita.
Emenda à despesa:remanejamento, apropriação e cancelamento.
Remanejamento:propõe acréscimo ou inclusão de dotações e, simultaneamente, como fonte exclusiva de recursos, a anulação equivalente de dotações constantes do projeto, exceto as da Reserva de Contingência.
Apropriação:propõe acréscimo ou inclusão de dotações e, simultaneamente, como fonte de recursos, a anulação equivalente de recursos integrantes da Reserva de Recursos e outras dotações, definidas no Parecer Preliminar.
Cancelamento: propõe, exclusivamente, a redução de dotações constantes do projeto
AULA 6 – ESTRUTURA DO ESTADO E PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
ESTRUTURA DO ESTADO
Estado: “ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado território”.
Elementos fundamentais que constituem o Estado:
Soberania
Território
Povo
Finalidade
Entes ou unidades Federativas:
União
Estados
Distrito Federal
Municípios
Princípios centrais do Estado Brasileiro:
República
Federação
Soberania Popular
Fundamentos da República Federativa do Brasil:
I – a soberania; 
II – a cidadania; 
III – a dignidade da pessoa humana;
 IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
 V – o pluralismo político.
Poderes do Estado:
Legislativo- Elabora e modifica as leis
Executivo – se preocupa com as políticas sociais e executa as leis
Judiciário – responsável pelo julgamento dos crimes e a constitucionalidade das leis
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Princípio da Programação: “programar é selecionar objetivos que se procuram alcançar, assim como determinar as ações que permitam atingir tais fins e calcular e consignar os recursos humanos, materiais e financeiros, para a efetivação dessas ações”
Princípio da Unidade ou totalidade: A base do princípio da unidade ou totalidade tem origem na definição de que o orçamento deve ser uno, de forma que cada ente da federação fica com a responsabilidade de elaborar um único orçamento. Ou seja, este princípio visa evitar múltiplos orçamentos dentro da mesma pessoa política. Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem integrar um único documento legal dentro de cada nível federativo.
Princípio da Universalidade: estabelece que a Lei Orçamentária Anual (LOA), de cada ente da federação “deverá conter todas as receitas e as despesas de todos os Poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder público. Assim sendo, deverão ser incluídos no orçamento todos os aspectos do programa de cada órgão, principalmente aqueles que envolvam qualquer transação financeira ou econômica.
Princípio da anualidade ou periodicidade: está intimamente ligado à noção de que previsão ou estimativas das receitas e a fixação das despesas devem referir-se a um período de tempo determinado. Em decorrência deste princípio, em geral, os créditos aprovados na lei orçamentária e suas alterações tem a vigência restrita ao exercício financeiro. A exceção à regra é a possibilidade de reabertura de créditos especiais e extraordinários pelos saldos utilizados no exercício, quando autorizados nos últimos quatro meses, conforme dispõe o § 2º do artigo 167 da Constituição Federal.
Princípio da exclusividade: não pode conter no orçamento, matérias que não lhe sejam pertinentes. Assim é a lição do art. 165, § 8º. da CF, o qual estabelece que a Lei Orçamentária Anual (LOA), “não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito.
Princípio do Orçamento Bruto: estabelecido no artigo 6º. da Lei n. 4.320, de 1964, traz em seu bojo a informação de que “todas as receitas e despesas constarão da Lei de orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções”. Esta regra pretende impedir a inclusão, no orçamento, de importâncias líquidas, isto é, a inclusão apenas do saldo positivo ou negativo do confronto entre as receitas e despesas de determinado serviço público.
LEGISLAÇÃO ORÇAMENTÁRIA
Além dos próprios instrumentos orçamentários (PPA, LDO e LOA) destacam-se algumas legislações referentes ao Orçamento público:
CF/88 – Em especial o art. 165
Lei n° 4.320, de 17.03.1964: Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
Lei Complementar n° 101, de 04.05.2000: Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

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