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Prévia do material em texto

PORTUGUÊS PROF. MANOEL SOARES
F C C – 01
Atenção: As questões de números 1 a 8 referem-se ao texto seguinte.
Fotografias
Toda fotografia é um portal aberto para outra dimensão: o passado. A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do tempo, transformando o que é naquilo que já não é mais, porque o que temos diante dos olhos é transmudado imediatamente em passado no momento do clique. Costumamos dizer que a fotografia congela o tempo, preservando um momento passageiro para toda a eternidade, e isso não deixa de ser verdade. Todavia, existe algo que descongela essa imagem: nosso olhar. Em francês, imagem e magia contêm as mesmas cinco letras: image e magie. Toda imagem é magia, e nosso olhar é a varinha de condão que descongela o instante aprisionado nas geleiras eternas do tempo fotográfico.
Toda fotografia é uma espécie de espelho da Alice do País das Maravilhas, e cada pessoa que mergulha nesse espelho de papel sai numa dimensão diferente e vivencia experiências diversas, pois o lado de lá é como o albergue espanhol do ditado: cada um só encontra nele o que trouxe consigo. Além disso, o significado de uma imagem muda com o passar do tempo, até para o mesmo observador.
Variam, também, os níveis de percepção de uma fotografia. Isso ocorre, na verdade, com todas as artes: um músico, por exemplo, é capaz de perceber dimensões sonoras inteiramente insuspeitas para os leigos. Da mesma forma, um fotógrafo profissional lê as imagens fotográficas de modo diferente daqueles que desconhecem a sintaxe da fotografia, a “escrita da luz”. Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível à magia de uma foto.
(Adaptado de Pedro Vasquez, em Por trás daquela foto. São Paulo: Companhia das Letras, 2010)
O segmento do texto que ressalta a ação mesma da percepção de uma foto é:
(A) A câmara fotográfica é uma verdadeira máquina do tempo.
(B) a fotografia congela o tempo.
(C) nosso olhar é a varinha de condão que descongela o instante aprisionado.
(D) o significado de uma imagem muda com o passar do tempo.
(E) Mas é difícil imaginar alguém que seja insensível à magia de uma foto.
No contexto do último parágrafo, a referência aos vários níveis de percepção de uma fotografia remete
(A) à diversidade das qualidades intrínsecas de uma foto.
(B) às diferenças de qualificação do olhar dos observadores.
(C) aos graus de insensibilidade de alguns diante de uma foto.
(D) às relações que a fotografia mantém com as outras artes.
(E) aos vários tempos que cada fotografia representa em si mesma.
Atente para as seguintes afirmações:
I. 	Ao dizer, no primeiro parágrafo, que a fotografia congela o tempo, o autor defende a ideia de que a realidade apreendida numa foto já não pertence a tempo algum.
II. 	No segundo parágrafo, a menção ao ditado sobre o albergue espanhol tem por finalidade sugerir que o olhar do observador não interfere no sentido próprio e particular de uma foto.
III. 	Um fotógrafo profissional, conforme sugere o terceiro parágrafo, vê não apenas uma foto, mas os recursos de uma linguagem específica nela fixados.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma SOMENTE em
(A) I e II.
(B) II e III.
(C) I.
(D) II.
(E) III.
No contexto do primeiro parágrafo, o segmento Todavia, existe algo que descongela essa imagem pode ser substituído, sem prejuízo para a correção e a coerência do texto, por:
(A) Tendo isso em vista, há que se descongelar essa imagem.
(B) Ainda assim, há mais que uma imagem descongelada.
(C) Apesar de tudo, essa imagem descongela algo.
(D) Há, não obstante, o que faz essa imagem descongelar.
(E) Há algo, outrossim, que essa imagem descongelará.
O verbo indicado entre parênteses deverá ser flexionado no plural para preencher corretamente a lacuna da frase:
(A) 	Nem todos discriminam, numa foto, os predicados mágicos que a ela se ...... (atribuir) nesse texto.
(B) 	Os tempos que ...... (documentar) uma simples foto, aparentemente congelada, são complexos e estimulantes.
(C) 	A associação entre músicos e fotógrafos profissionais ...... (remeter) às especificidades de cada tipo de sintaxe.
(D) 	A poucos ...... (costumar) ocorrer que as fotografias podem enfeixar admiráveis atributos estéticos, como obras de arte que são.
(E) 	Imaginem-se os sustos que não ...... (ter) causado aos nativos de tribos remotas a visão de seus rostos fotografados!
Existe transposição de uma voz verbal para outra em:
(A) 	Variam os níveis de percepção de uma fotografia = São vários os níveis de percepção de uma fotografia.
(B) 	As fotografias são uma espécie de espelhos = As fotografias tornam-se uma espécie de espelhos.
(C) 	A percepção de uma imagem muda com o passar do tempo = O passar do tempo muda a percepção de uma imagem.
(D) 	Os olhares hão de descongelar cada imagem = Cada imagem há de ser descongelada pelos olhares.
(E) 	Certas fotos se assemelham a espelhos = Há espelhos aos quais certas fotos se tornam semelhantes.
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
(A) 	Apesar de se ombrearem com outras artes plásticas, a fotografia nos faz desfrutar e viver experiências de natureza igualmente temporal.
(B) 	Na superfície espacial de uma fotografia, nem se imagine os tempos a que suscitarão essa imagem aparentemente congelada...
(C) 	Conquanto seja o registro de um determinado espaço, uma foto leva-nos a viver profundas experiências de caráter temporal.
(D) 	Tal como ocorrem nos espelhos da Alice, as experiências físicas de uma fotografia podem se inocular em planos temporais.
(E) 	Nenhuma imagem fotográfica é congelada suficientemente para abrir mão de implicâncias semânticas no plano temporal.
Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase:
(A) 	As fotografias, por prosaicas que possam ser, representam um corte temporal, brecha no tempo por onde entra nosso olhar, capturado que foi pela magia da imagem e por ela instado a uma viagem imaginária.
(B) 	As fotografias, por prosaicas que possam ser representam um corte temporal; brecha no tempo, por onde entra nosso olhar capturado, que foi pela magia da imagem, e por ela instado a uma viagem imaginária.
(C) 	As fotografias por prosaicas, que possam ser, representam um corte temporal: brecha no tempo por onde entra nosso olhar, capturado que foi, pela magia da imagem, e por ela instado a uma viagem imaginária.
(D) 	As fotografias por prosaicas, que possam ser representam, um corte temporal, brecha no tempo por onde entra nosso olhar capturado, que foi pela magia da imagem e por ela instado a uma viagem imaginária.
(E) 	As fotografias por prosaicas que possam ser, representam um corte temporal, brecha no tempo por onde entra nosso olhar, capturado, que foi pela magia da imagem e, por ela, instado a uma viagem imaginária.
Atenção: As questões de números 9 a 15 referem-se ao texto seguinte.
Discriminar ou discriminar?
Os dicionários não são úteis apenas para esclarecer o sentido de um vocábulo; ajudam, com frequência, a iluminar teses controvertidas e mesmo a incendiar debates. Vamos ao Dicionário Houaiss, ao verbete discriminar, e lá encontramos, entre outras, estas duas acepções: a) perceber diferenças; distinguir, discernir; b) tratar mal ou de modo injusto, desigual, um indivíduo ou grupo de indivíduos, em razão de alguma característica pessoal, cor da pele, classe social, convicções etc.
Na primeira acepção, discriminar é dar atenção às diferenças, supõe um preciso discernimento; o termo transpira o sentido positivo de quem reconhece e considera o estatuto do que é diferente. Discriminar o certo do errado é o primeiro passo no caminho da ética. Já na segunda acepção, discriminar é deixar agir o preconceito, é disseminar o juízo preconcebido. Discriminar alguém: fazê-lo objeto de nossa intolerância.
Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a desigualdade. Nesse caso, deixar de discriminar (no sentido dediscernir) é permitir que uma discriminação continue (no sentido de preconceito). Estamos vivendo uma época em que a bandeira da discriminação se apresenta em seu sentido mais positivo: trata-se de aplicar políticas afirmativas para promover aqueles que vêm sofrendo discriminações históricas. Mas há, por outro lado, quem veja nessas propostas afirmativas a forma mais censurável de discriminação... É o caso das cotas especiais para vagas numa universidade ou numa empresa: é uma discriminação, cujo sentido positivo ou negativo depende da convicção de quem a avalia. As acepções são inconciliáveis, mas estão no mesmo verbete do dicionário e se mostram vivas na mesma sociedade.
(Aníbal Lucchesi, inédito)
A afirmação de que os dicionários podem ajudar a incendiar debates confirma-se, no texto, pelo fato de que o verbete discriminar
(A) 	padece de um sentido vago e impreciso, gerando por isso inúmeras controvérsias entre os usuários.
(B) 	apresenta um sentido secundário, variante de seu sentido principal, que não é reconhecido por todos.
(C) 	abona tanto o sentido legítimo como o ilegítimo que se costuma atribuir a esse vocábulo.
(D) 	faz pensar nas dificuldades que existem quando se trata de determinar a origem de um vocábulo.
(E) 	desdobra-se em acepções contraditórias que correspondem a convicções incompatíveis.
Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a desigualdade.
Da afirmação acima é coerente deduzir esta outra:
(A) 	Os homens são desiguais porque foram tratados com o mesmo critério de igualdade.
(B) 	A igualdade só é alcançável se abolida a fixação de um mesmo critério para casos muito diferentes.
(C) 	Quando todos os desiguais são tratados desigualmente, a desigualdade definitiva torna-se aceitável.
(D) 	Uma forma de perpetuar a igualdade está em sempre tratar os iguais como se fossem desiguais.
(E) 	Critérios diferentes implicam desigualdades tais que os injustiçados são sempre os mesmos.
Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:
(A) iluminar teses controvertidas (1º parágrafo) = amainar posições dubitativas.
(B) um preciso discernimento (2º parágrafo) = uma arraigada dissuasão.
(C) disseminar o juízo preconcebido (2º parágrafo) = dissuadir o julgamento predestinado.
(D) a forma mais censurável (3º parágrafo) = o modo mais repreensível.
(E) As acepções são inconciliáveis (3º parágrafo) = as versões são inatacáveis.
As normas de concordância verbal encontram-se plenamente observadas em:
(A) 	A utilidade dos dicionários, mormente quando se trata de palavras polissêmicas, manifestam-se nas argumentações ideológicas.
(B) 	Não se notam, entre os preconceituosos, qualquer disposição para discutir o sentido de um juízo e as consequências de sua difusão.
(C) 	Não convém aos injustiçados reclamar por igualdade de tratamento quando esta pode levá-los a permanecer na situação de desigualdade.
(D) 	Como discernimento e preconceito são duas acepções de discriminação, hão que se esclarecer o sentido pretendido.
(E) 	Uma das maneiras mais odiosas de refutar os argumentos de alguém surgem na utilização de preconceitos já cristalizados.
Estamos vivendo uma época em que a bandeira da discriminação se apresenta em seu sentido mais positivo: trata-se de aplicar políticas afirmativas para promover aqueles que vêm sofrendo discriminações históricas.
Mantém-se adequada correlação entre tempos e modos verbais com a substituição das formas sublinhadas no trecho acima, na ordem dada, por:
(A) Estávamos - apresentava - tratava-se - vinham
(B) Estaríamos - apresentara - tratava-se - viessem
(C) Estaremos - apresente - tratar-se-ia - venham
(D) Estávamos - apresentou - tratar-se-á - venham
(E) Estaremos - apresentara - tratava-se - viessem
É preciso reelaborar, para sanar falha estrutural, a redação da seguinte frase:
(A) 	O autor do texto chama a atenção para o fato de que o desejo de promover a igualdade corre o risco de obter um efeito contrário.
(B) 	Embora haja quem aposte no critério único de julgamento, para se promover a igualdade, visto que desconsideram o risco do contrário.
(C) 	Quem vê como justa a aplicação de um mesmo critério para julgar casos diferentes não crê que isso reafirme uma situação de injustiça.
(D) 	Muitas vezes é preciso corrigir certas distorções aplicando-se medidas que, à primeira vista, parecem em si mesmas distorcidas.
(E) 	Em nossa época, há desequilíbrios sociais tão graves que tornam necessários os desequilíbrios compensatórios de uma ação corretiva.
Está correto o emprego da expressão sublinhada em:
(A) 	Os dicionários são muito úteis, sobretudo para bem discriminarmos o sentido das palavras em cujas resida alguma ambiguidade.
(B) 	O texto faz menção ao famoso caso das cotas, pelas quais muitos se contrapuseram por considerá-las discriminatórias.
(C) 	Por ocasião da defesa de políticas afirmativas, com as quais tantos aderiram, instaurou-se um caloroso debate público.
(D) 	Um dicionário pode oferecer muitas surpresas, dessas em que não conta quem vê cada palavra como a expressão de um único sentido.
(E) 	Esclarece-nos o texto as acepções da palavra discriminação, pela qual se expressam ações inteiramente divergentes.
F C C – 02
Atenção: As questões de números 1 a 8 referem-se à crônica abaixo, publicada em 28/08/1991. 
Bom para o sorveteiro
Por alguma razão inconsciente, eu fugia da notícia. Mas a notícia me perseguia. Até no avião, o único jornal abria na minha cara o drama da baleia encalhada na praia de Saquarema. Afinal, depois de quase três dias se debatendo na areia da praia e na tela da televisão, o filhote de jubarte conseguiu ser devolvido ao mar. Até a União Soviética acabou, como foi dito por locutores especializados em necrológio eufórico. Mas o drama da baleia não acabava. Centenas de curiosos foram lá apreciar aquela montanha de força a se esfalfar em vão na luta pela sobrevivência. Um belo espetáculo. 
À noite, cessava o trabalho, ou a diversão. Mas já ao raiar do dia, sem recursos, com simples cordas e as próprias mãos, todos se empenhavam no lúcido objetivo comum. Comum, vírgula. O sorveteiro vendeu centenas de picolés. Por ele a baleia ficava encalhada por mais duas ou três semanas. Uma santa senhora teve a feliz ideia de levar pastéis e empadinhas para vender com ágio. Um malvado sugeriu que se desse por perdida a batalha e se começasse logo a repartir os bifes. 
Em 1966, uma baleia adulta foi parar ali mesmo e em quinze minutos estava toda retalhada. Muitos se lembravam da alegria voraz com que foram disputadas as toneladas da vítima. Essa de agora teve mais sorte. Foi salva graças à religião ecológica que anda na moda e que por um momento estabeleceu uma trégua entre todos nós, animais de sangue quente ou de sangue frio. 
Até que enfim chegou uma traineira da Petrobrás. Logo uma estatal, ó céus, num momento em que é preciso dar provas da eficácia da empresa privada. De qualquer forma, eu já podia recolher a minha aflição. Metáfora fácil, lá se foi, espero que salva, a baleia de Saquarema. O maior animal do mundo, assim frágil, à mercê de curiosos. À noite, sonhei com o Brasil encalhado na areia diabólica da inflação. A bordo, uma tripulação de camelôs anunciava umas bugigangas. Tudo fala. Tudo é símbolo.
(Otto Lara Resende, Folha de S. Paulo) 
O cronista ressalta aspectos contrastantes do caso de Saquarema, tal como se observa na relação entre estas duas expressões: 
(A) 	drama da baleia encalhada e três dias se debatendo na areia. 
(B) 	em quinze minutos estava toda retalhada e foram disputadas as toneladas da vítima. 
(C) 	se esfalfar em vão na luta pela sobrevivência e levar pastéis e empadinhas para vender com ágio. 
(D) 	o filhote de jubarte conseguiu ser devolvido ao mar e lá se foi, espero que salva, a baleia de Saquarema. 
(E) 	Até que enfim chegou uma traineira da Petrobrás e Logo uma estatal, ó céus. 
Atente para as seguintes afirmações sobre o texto:I. 	A analogia entre a baleia e a União Soviética insinua, entre outros termos de aproximação, o encalhe dos gigantes. 
II. 	As reações dos envolvidos no episódio da baleia encalhada revelam que, acima das diferentes providências, atinham-se todos a um mesmo propósito. 
III. 	A expressão Tudo é símbolo prende-se ao fato de que o autor aproveitou o episódio da baleia encalhada para também figurar o encalhe de um país imobilizado pela alta inflação. 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em 
(A) 	I, II e III. 
(B) 	I e III, apenas. 
(C) 	II e III, apenas. 
(D) 	I e II, apenas. 
(E) 	III, apenas. 
Foram irrelevantes para a salvação da baleia estes dois fatores: 
(A) 	o necrológio da União Soviética e os serviços da traineira da Petrobrás. 
(B) 	o prestígio dos valores ecológicos e o empenho no lúcido objetivo comum. 
(C) 	o fato de a jubarte ser um animal de sangue frio e o prestígio dos valores ecológicos. 
(D) 	o fato de a Petrobrás ser uma empresa estatal e as iniciativas que couberam a uma traineira. 
(E) 	o aproveitamento comercial da situação e a força descomunal empregada pela jubarte. 
Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: 
(A) 	em necrológio eufórico (1º parágrafo) = em façanha mortal. 
(B) 	Comum, vírgula (2º parágrafo) = Geral, mas nem tanto. 
(C) 	que se desse por perdida a batalha (2º parágrafo) = que se imaginasse o efeito de uma derrota. 
(D) 	estabeleceu uma trégua entre todos nós (3º parágrafo) = derrogou uma imunidade para nós todos. 
(E) 	é preciso dar provas da eficácia (4º parágrafo) = convém explicitar os bons propósitos. 
Estão plenamente observadas as normas de concordância verbal em: 
(A) 	À noite, davam-se aos trabalhos de poucos e à diversão de muitos uma trégua oportuna, para tudo recomeçar na manhã seguinte. 
(B) 	Aos esforços brutais da jubarte não correspondiam qualquer efeito prático, nenhum avanço obtinha o gigante encalhado na areia. 
(C) 	Sempre haverá de aparecer aqueles que, diante de um espetáculo trágico, logram explorá-lo como oportunidade de comércio. 
(D) 	Como se vê, cabe aos bons princípios ecológicos estimular a salvação das baleias, seja no alto-mar, seja na areia da praia. 
(E) 	Da baleia encalhada em 1966 não restou, lembra-nos o autor, senão as postas em que a cruel voracidade dos presentes retalhou o animal.
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o último parágrafo do texto. 
(A) 	Apesar de tratar do drama ocorrido com uma baleia, o cronista não deixa de aludir a circunstâncias nacionais, como o impulso para as privatizações e os custos da alta inflação. 
(B) 	Mormente tratando de uma jubarte encalhado, o cronista não obsta em tratar de assuntos da pauta nacional, como a inflação ou o processo empresarial das privatizações. 
(C) 	Vê-se que um cronista pode assumir, como aqui ocorreu, o papel tanto de um repórter curioso como analisar fatos oportunos, qual seja a escalada inflacionária ou a privatização. 
(D) 	O incidente da jubarte encalhado não impediu de que o cronista se valesse de tal episódio para opinar diante de outros fatos, haja vista a inflação nacional ou a escalada das privatizações. 
(E) 	Ao bom cronista ocorre associar um episódio como o da jubarte com a natureza de outros, bem distintos, sejam os da economia inflacionada, sejam o crescente prestígio das privatizações. 
Analisando-se aspectos sintáticos de frases do texto, é correto afirmar que em 
(A) 	Muitos se lembravam da alegria voraz com que foram disputadas as toneladas da vítima as formas verbais sublinhadas têm um mesmo sujeito. 
(B) 	todos se empenhavam no lúcido objetivo comum configura-se um caso de indeterminação do sujeito. 
(C) 	uma tripulação de camelôs anunciava umas bugigangas a voz verbal é ativa, sendo umas bugigangas o objeto direto. 
(D) 	eu já podia recolher a minha aflição não há a possibilidade de transposição para outra voz verbal. 
(E) 	Logo uma estatal, ó céus o elemento sublinhado exerce a função de adjunto adverbial de tempo. 
Está inadequada a correlação entre tempos e modos verbais no seguinte caso: 
(A) 	Muitos se lembrariam da alegria voraz com que eram disputadas as toneladas da vítima. 
(B) 	Foi salva graças à religião ecológica que andava na moda e que por um momento estabelecera uma trégua entre todos. 
(C) 	Um malvado sugere que se dê por perdida a batalha e comecemos logo a repartir os bifes. 
(D) 	Depois de se haver debatido por três dias na areia da praia a jubarte acabara sendo salva por uma traineira que vinha socorrê-la. 
(E) 	Já informado do salvamento da baleia, o cronista teve um sonho em que o animal lhe surgiu com a força de um símbolo. 
Atenção: As questões de números 9 a 15 referem-se ao texto abaixo. 
A razão do mérito e a do voto
Um ministro, ao tempo do governo militar, irritado com a campanha pelas eleições diretas para presidente da República, buscou minimizar a importância do voto com o seguinte argumento: − Será que os passageiros de um avião gostariam de fazer uma eleição para escolher um deles como piloto de seu voo? Ou prefeririam confiar no mérito do profissional mais abalizado? 
A perfídia desse argumento está na falsa analogia entre uma função eminentemente técnica e uma função eminentemente política. No fundo, o ministro queria dizer que o governo estava indo muito bem nas mãos dos militares e que estes saberiam melhor que ninguém prosseguir no comando da nação.
Entre a escolha pelo mérito e a escolha pelo voto há necessidades muito distintas. Num concurso público, por exemplo, a avaliação do mérito pessoal do candidato se impõe sobre qualquer outra. A seleção e a classificação de profissionais devem ser processos marcados pela transparência do método e pela adequação aos objetivos. Já a escolha da liderança de uma associação de classe, de um sindicato deve ocorrer em conformidade com o desejo da maioria, que escolhe livremente seu representante. Entre a especialidade técnica e a vocação política há diferenças profundas de natureza, que pedem distintas formas de reconhecimento. 
Essas questões vêm à tona quando, em certas instituições, o prestígio do "assembleísmo" surge como absoluto. Há quem pretenda decidir tudo no voto, reconhecendo numa assembleia a "soberania" que a qualifica para a tomada de qualquer decisão. Não por acaso, quando alguém se opõe a essa generalização, lembrando a razão do mérito, ouvem-se diatribes contra a "meritocracia". Eis aí uma tarefa para nós todos: reconhecer, caso a caso, a legitimidade que tem a decisão pelo voto ou pelo reconhecimento da qualificação indispensável. Assim, não elegeremos deputado alguém sem espírito público, nem votaremos no passageiro que deverá pilotar nosso avião. 
(Júlio Castanho de Almeida, inédito) 
Deve-se presumir, com base no texto, que a razão do mérito e a razão do voto devem ser consideradas, diante da tomada de uma decisão, 
 
(A) 	complementares, pois em separado nenhuma delas satisfaz o que exige uma situação dada. 
(B) 	excludentes, já que numa votação não se leva em conta nenhuma questão de mérito. 
(C) 	excludentes, já que a qualificação por mérito pressupõe que toda votação é ilegítima. 
(D) 	conciliáveis, desde que as mesmas pessoas que votam sejam as que decidam pelo mérito. 
(E) 	independentes, visto que cada uma atende a necessidades de bem distintas naturezas.
Atente para as seguintes afirmações:
 
I. 	A argumentação do ministro, referida no primeiro parágrafo, é rebatida pelo autor do texto por ser falaciosa e escamotear os reais interesses de quem a formula. 
II. 	O autor do texto manifesta-se francamente favorável à razão do mérito, a menos que uma situação de real impasse imponha a resolução pelo voto. 
III. 	A conotação pejorativa que o uso de aspas confere ao termo "assembleísmo" expressa o ponto de vista dos que desconsideram a qualificação técnica. 
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em 
(A)I. 
(B) 	II. 
(C) III. 
(D) 	I e II. 
(E) 	II e III. 
Considerando-se o contexto, são expressões bastante próximas quanto ao sentido: 
(A) 	fazer uma eleição e confiar no mérito do profissional.
(B) 	especialidade técnica e vocação política.
(C) 	classificação de profissionais e escolha da liderança.
(D) 	avaliação do mérito e reconhecimento da qualificação.
(E) 	transparência do método e desejo da maioria.
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher de modo adequado a lacuna da seguinte frase: 
(A) 	As acusações que ...... (promover) quem defende o "assembleísmo" baseiam-se na decantada "soberania" das assembleias. 
(B) 	Não ...... (convir) aos radicais da meritocracia admitir que pode haver boas resoluções obtidas pelo critério do voto. 
(C) 	Por que ...... (haver) de caber a um simples passageiro as responsabilidades do comando de uma aeronave? 
(D) 	O que aos bons políticos não ...... (poder) faltar, sobretudo nos momentos de decisão, é o espírito público. 
(E) 	Não ...... (caber) às associações de classe, em assembleias, avaliar o mérito técnico, julgar a qualificação profissional de alguém. 
Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase: 
(A) 	A argumentação na qual se valeu o ministro baseava-se numa analogia em cuja pretendia confundir função técnica com função política. 
(B) 	As funções para cujo desempenho exige-se alta habilitação jamais caberão a quem se promova apenas pela aclamação do voto. 
(C) 	Para muitos, seria preferível uma escolha baseada no consenso do voto do que a promoção pelo mérito onde nem todos confiam. 
(D) 	A má reputação de que se imputa ao "assembleísmo" é análoga àquela em que se reveste a "meritocracia". 
(E) 	A convicção de cuja não se afasta o autor do texto é a de que a adoção de um ou outro critério se faça segundo à natureza do caso.
Está inteiramente adequada a pontuação do seguinte período: 
(A) 	Em qualquer escalão do governo costuma haver mais cedo, ou mais tarde, atritos entre o pessoal técnico-administrativo estabilizado, por concurso, e o pessoal indicado para cargos de confiança que ficam ao sabor, das conveniências políticas. 
(B) 	Em qualquer escalão, do governo, costuma haver mais cedo ou mais tarde, atritos entre o pessoal técnico-administrativo estabilizado por concurso, e o pessoal indicado para cargos de confiança, que ficam ao sabor das conveniências políticas. 
(C) 	Em qualquer escalão do governo, costuma haver, mais cedo ou mais tarde, atritos entre o pessoal técnico-administrativo, estabilizado por concurso, e o pessoal indicado para cargos de confiança, que ficam ao sabor das conveniências políticas. 
(D) 	Em qualquer escalão do governo costuma haver, mais cedo ou mais tarde, atritos, entre o pessoal técnico-administrativo, estabilizado por concurso e o pessoal, indicado para cargos de confiança, que ficam ao sabor das conveniências políticas. 
(E) 	Em qualquer escalão do governo costuma haver mais cedo, ou mais tarde atritos, entre o pessoal técnico-administrativo estabilizado, por concurso, e o pessoal indicado, para cargos de confiança, que ficam ao sabor das conveniências políticas.
Atente para a redação do seguinte comunicado: 
Viemos por esse intermédio convocar-lhe para a assembleia geral da próxima sexta-feira, aonde se decidirá os rumos do nosso movimento reinvindicatório. 
As falhas do texto encontram-se plenamente sanadas em: 
(A) 	Vimos, por este intermédio, convocá-lo para a assembleia geral da próxima sexta-feira, quando se decidirão os rumos do nosso movimento reivindicatório.
(B) 	Viemos por este intermédio convocar-lhe para a assembleia geral da próxima sexta-feira, onde se decidirá os rumos do nosso movimento reinvindicatório.
(C) 	Vimos, por este intermédio, convocar-lhe para a assembleia geral da próxima sexta-feira, em cuja se decidirão os rumos do nosso movimento reivindicatório.
(D) 	Vimos por esse intermédio convocá-lo para a assembleia geral da próxima sexta-feira, em que se decidirá os rumos do nosso movimento reivindicatório.
(E) 	Viemos, por este intermédio, convocá-lo para a assembleia geral da próxima sexta-feira, em que se decidirão os rumos do nosso movimento reinvindicatório.
F C C – 03
Atenção: As questões de números 1 a 4 referem-se ao texto abaixo. 
Receita de casa
Juro que entendo alguma coisa de arquitetura urbana, embora alguns pobres arquitetos profissionais achem que não. 
Assim vos direi que a primeira coisa a respeito de uma casa é que ela deve ter um porão, um bom porão com entrada pela frente e saída pelos fundos. Esse porão deve ser habitável porém inabitado; e ter alguns quartos sem iluminação alguma, onde se devem amontoar móveis antigos, quebrados, objetos desprezados e baús esquecidos. Deve ser o cemitério das coisas. Ali, sob os pés da família, como se fosse no subconsciente dos vivos, jazerão os leques, as cadeiras, as fantasias do carnaval do ano de 1920, as gravatas manchadas, os sapatos que outrora andaram em caminhos longe. 
(Adaptado de Rubem Braga, Casa dos Braga – Memórias de infância) 
Depreende-se do texto que, para o autor, o porão é o espaço de uma casa 
(A) 	destinado ao despejo de coisas inúteis, inexpressivas e sem vida, que nenhum membro da família vê sentido em preservar. 
(B) 	caracterizado tanto pelo aspecto sombrio como pelos mais variados vestígios de um tempo morto, ali acumulados. 
(C) 	reservado às vivas lembranças de uma época mais feliz, que a família faz absoluta questão de não esquecer. 
(D) 	resguardado de qualquer vestígio do presente que possa macular a história solene dos antepassados, ali recolhida e administrada. 
(E) 	esvaziado de sentido, tanto pelo fato de não ser funcional como por parecer um desses museus que a ninguém mais interessa visitar. 
O porão, ao ser caracterizado pelo autor, reveste-se de qualidades tais que o aproximam da condição humana, tal como sugerem os elementos 
(A) arquitetura urbana e um bom porão. 
(B) deve ser habitável e ter alguns quartos.
(C) o cemitério das coisas e no subconsciente dos vivos. 
(D) sem iluminação e onde se devem amontoar móveis antigos. 
(E) sob os pés da família e entrada pela frente e saída pelos fundos.
Está plenamente correta a pontuação do seguinte período: 
(A) 	Confessando não sem ironia, que entende de arquitetura, o cronista Rubem Braga, mestre do gênero propõe uma receita de casa, em que o porão, área frequentemente desprezada, ganha ares de profundidade e mistério. 
(B) 	Confessando, não sem ironia, que entende de arquitetura o cronista, Rubem Braga, mestre do gênero, propõe uma receita de casa, em que, o porão, área frequentemente desprezada, ganha ares de profundidade e mistério. 
(C) 	Confessando não sem ironia que entende de arquitetura, o cronista Rubem Braga, mestre do gênero, propõe: uma receita de casa em que, o porão área frequentemente desprezada, ganha ares de profundidade, e mistério. 
(D) 	Confessando, não sem ironia que, entende de arquitetura, o cronista Rubem Braga – mestre do gênero – propõe uma receita, de casa, em que o porão (área frequentemente desprezada), ganha ares de profundidade e mistério. 
(E) 	Confessando, não sem ironia, que entende de arquitetura, o cronista Rubem Braga, mestre do gênero, propõe uma receita de casa em que o porão, área frequentemente desprezada, ganha ares de profundidade e mistério.
A frase em que ambos os elementos sublinhados são complementos verbais é: 
(A) 	Assim vos confesso que entendo de arquitetura, apesar das muitas opiniões em contrário. 
(B) 	Ninguém se impressiona tanto com um velho porão como este velho cronista, leitor amigo. 
(C) 	O porão deverá jazer sob os pés da família como jazem os cadáveres num cemitério. 
(D) 	Que atração exercem sobre o cronista as gravatas manchadas, quando desce a um porão... 
(E) 	Já não se fazem porões, hoje em dia, já não há qualquer mistério ou evocação mágicanuma casa moderna.
Atenção: As questões de números 5 a 9 referem-se ao texto abaixo. 
E, subitamente, é a era do Automóvel. O monstro transformador irrompeu, bufando, por entre os descombros da cidade velha, e como nas mágicas e na natureza, aspérrima educadora, tudo transformou com aparências novas e novas aspirações. Quando os meus olhos se abriram para as agruras e também para os prazeres da vida, a cidade, toda estreita e toda de mau piso, eriçava o pedregulho contra o animal de lenda, que acabava de ser inventado em França. Só pelas ruas esguias dois pequenos e lamentáveis corredores tinham tido a ousadia de aparecer. Um, o primeiro, de Patrocínio, quando chegou, foi motivo de escandalosa atenção. Gente de guarda-chuva debaixo do braço parava estarrecida como se tivesse visto um bicho de Marte ou um aparelho de morte imediata. Oito dias depois, o jornalista e alguns amigos, acreditando voar com três quilômetros por hora, rebentavam a máquina de encontro às árvores da rua da Passagem. O outro, tão lento e parado que mais parecia uma tartaruga bulhenta, deitava tanta fumaça que, ao vê-lo passar, várias damas sufocavam. A imprensa, arauto do progresso, e a elegância, modelo do esnobismo, eram os precursores da era automobílica. Mas ninguém adivinhava essa era. Quem poderia pensar na futura influência do Automóvel diante da máquina quebrada de Patrocínio? Quem imaginaria velocidades enormes na corriola dificultosa que o conde Guerra Duval cedia aos clubes infantis como um brinco idêntico aos baloiços e aos pôneis mansos? Ninguém! Absolutamente ninguém. [...]
Para que a era se firmasse fora preciso a transfiguração da cidade. [...] Ruas arrasaram-se, avenidas surgiram, os impostos aduaneiros caíram, e triunfal e desabrido o automóvel entrou, arrastando desvairadamente uma catadupa de automóveis. Agora, nós vivemos positivamente nos momentos do automóvel, em que o chofer é rei, é soberano, é tirano. 
(João do Rio. A era do automóvel. Crônicas. São Paulo: Companhia das Letras. 2005. p. 17-18) 
A afirmativa correta é: 
(A) 	A crônica aborda transformações decorrentes da chegada do automóvel às ruas do Rio de Janeiro. 
(B) 	João do Rio mostra uma cidade multifacetada, dividida entre poderosos e humildes. 
(C) 	A elegância dos hábitos da sociedade carioca da época é destaque no desenvolvimento do texto. 
(D) 	O cronista se desencanta com as ruas malcuidadas da cidade, que impedem a circulação de veículos. 
(E) 	A crônica é uma reportagem sobre os perigos do tráfego de automóveis nas ruas do Rio. 
É correto perceber na crônica de João do Rio 
(A) 	ceticismo quanto ao poder de uma nova invenção e à sua eventual influência no futuro da cidade, despreparada para tais novidades. 
(B) 	crença na possível destruição de valores sociais decorrente da busca irrefreável pelo progresso e do orgulho pessoal trazido pela posse do automóvel. 
(C) 	entusiasmo pelas medidas que deveriam ser tomadas no sentido de preparar uma cidade antiga para a modernidade representada pelo automóvel. 
(D) 	censura à inadequação do comportamento de alguns proprietários de automóveis que ostentavam seu poder em uma época de austeridade. 
(E) 	viés irônico em algumas observações a respeito do incipiente poder e da inimaginável influência do automóvel nos rumos da cidade.
Com as questões apresentadas no final do 1º parágrafo do texto, o autor 
(A) 	expõe o seu descrédito ao relatar as consequências do uso de automóveis em ruas não pavimentadas para o tráfego desses veículos. 
(B) 	pressupõe posicionamento contrário ao domínio do automóvel nas ruas do Rio, dadas as consequências desastrosas provocadas pelos primeiros veículos. 
(C) 	alude à impossibilidade, naquele momento, de prever as mudanças que ocorreriam no Rio de Janeiro, incluindo soluções urbanísticas. 
(D) 	conclui que tais acontecimentos não seriam tão inesperados e surpreendentes em uma cidade não mais caracterizada por um modelo antigo de vida. 
(E) 	deixa evidente que o Rio de Janeiro daquela época não comportaria a presença dos automóveis em suas ruas estreitas e cheias de pedregulhos.
Considerando-se o contexto, há noção de consequência no segmento: 
(A) 	... como nas mágicas e na natureza ...
(B) 	... a cidade (...) eriçava o pedregulho contra o animal de lenda ...
(C) 	... que acabava de ser inventado em França.
(D) 	... várias damas sufocavam.
(E) 	Mas ninguém adivinhava essa era.
Considere as afirmativas feitas a seguir. Está INCORRETO o que consta em: 
(A) 	O adjetivo áspero está flexionado no grau superlativo, em sua forma sintética: aspérrima educadora. 
(B) 	A imprensa, arauto do progresso, e a elegância, modelo do esnobismo... 
Os segmentos grifados se classificam sintaticamente como complementos nominais das expressões a que se referem. 
(C) 	... que acabava de ser inventado em França.
 	Ruas arrasaram-se... 
 	As formas verbais grifadas são exemplo de voz passiva. 
(D) 	Ninguém! Absolutamente ninguém. 
O ponto de exclamação denota ênfase do autor. 
(E) 	Para que a era se firmasse fora preciso a transfiguração da cidade. 
O emprego da forma verbal grifada denota ação passada, anterior a outra, também passada. 
Atenção: As questões de números 10 a 13 referem-se ao texto abaixo. 
Ao contrário do que se pensa, a carreira de Clarice Lispector não foi uma sucessão de facilidades. Já o seu livro de estreia, Perto do coração selvagem, esbarrou na incompreensão de alguns críticos e foi recusado por mais de uma editora. 
A voz nova e solitária em seguida iria encontrar obstáculos na publicação de seus outros livros. O lustre levou anos até aparecer. Clarice se encontrava no exterior e os amigos aqui no Rio tentavam encontrar um editor de boa vontade. Fernando Sabino, que costumava ser invencível nessa matéria, ainda não tinha a experiência que só depois viria a ter, e fazia as vezes de agente literário da amiga, nem sempre bem-sucedido. O nome de Clarice, prejudicado pela sua ausência, tinha aqui pequena repercussão. 
Quem sabe das dificuldades que Clarice enfrentou vê com alegria o reconhecimento que seu nome alcança e sua irradiação pelo mundo. Personalíssima na dicção brasileira, a universalidade de sua obra vai ampliando o clube de seus devotos. No Canadá, Claire Varin aprendeu português para lê-la no original. E descobriu a idade da escritora, que nasceu em 1920 e não em 1925, como está dito por toda parte. Se foi Clarice que mudou a data, já não faz sentido manter o erro por simples respeito a uma faceirice momentânea.
(Adaptado de Otto Lara Resende. Bom dia para nascer. São Paulo: Cia. das Letras, 2011. p. 218-220) 
A voz nova e solitária em seguida iria encontrar obstáculos na publicação de seus outros livros.
O tempo verbal empregado pelo autor na frase acima indica 
(A) ação posterior a outra, ambas localizadas no passado. 
(B) dúvida sobre a possibilidade de um fato vir a ocorrer. 
(C) forma polida de indicar um desejo no presente. 
(D) fato que depende de certa condição para ocorrer. 
(E) ação anterior a outra ocorrida no passado.
Atente para as afirmações abaixo. 
I. 	No segmento fazia as vezes de agente literário da amiga, nem sempre bem-sucedido, a falta do sinal de crase no trecho grifado indica que seu uso é facultativo nessa expressão. 
II. 	Em quem sabe das dificuldades que Clarice enfrentou vê com alegria o reconhecimento que seu nome alcança e sua irradiação pelo mundo, o pronome grifado pode se referir tanto a Clarice como a nome. 
III. 	Em já não faz sentido manter o erro por simples respeito a uma faceirice momentânea, o segmento grifado pode ser substituído, sem prejuízo para a correção e o sentido original, por um breve ardil. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
(A) II e III. 
(B) I e II. 
(C) I e III. 
(D) II. 
(E) III. 
... vê com alegria o reconhecimento que seu nome alcança e sua irradiação pelo mundo. 
Transpondo-se a frase acima para a voz passiva, a forma verbalresultante será: 
(A) 	são vistos. 
(B) 	é visto. 
(C) 	é vista. 
(D) 	eram vistos. 
(E) 	viam-se. 
Substituindo-se o elemento grifado pelo segmento que está entre parênteses, o verbo que deverá flexionar-se no plural está em: 
(A) 	Clarice (Juntamente com o marido, Clarice) se encontrava no exterior... 
(B) 	A voz nova e solitária (A voz que poucos conheciam) em seguida iria encontrar obstáculos ... 
(C) 	O nome de Clarice (A ficção de autoras intimistas)
[...] tinha aqui pequena repercussão. 
(D) 	... como está dito por toda parte (em todos os jornais). 
(E) 	Ao contrário do que se (os desavisados) pensa ...
...... Florença e Flandres deu-se a irradiação ...... cultura renascentista ...... toda a Europa.
(Adaptado do dicionário Houaiss, verbete: irradiação) 
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: 
(A) 	Por - da - à
(B) 	Da - à - por
(C) 	À - pela - de
(D) 	De - da - para
(E) 	Para - à - de
Atenção: As questões de números 15 a 19 referem-se ao texto abaixo. 
Minha última consideração é sobre o negro no samba. E uma vez mais, há que bendizer os poetas. Cartola diz: "Habitada por gente simples e tão pobre, que só tem o sol que a todos cobre, como podes Mangueira cantar?" 
A indagação vai além da Mangueira. Como podem os do morro fazer com que cantem os do asfalto? Amplie-se a indagação. Como puderam os negros, ao longo de séculos de tanto sofrimento, construir uma cultura poderosa, da qual somos todos herdeiros? Amplie-se a indagação para o país. Como uma história como a nossa – tão dura e, por tanto tempo, tão brutal – pôde construir uma cultura tão rica? 
É nisso que temos muito a aprender com as Escolas. A começar pelo senso de disciplina e de organização que as leva a realizar, no Rio de Janeiro, o maior espetáculo de arte popular do mundo. Além da disciplina e da organização, a maior beleza das Escolas, creio, é a alegria e o orgulho de serem o que são. Alegria e orgulho que expressam nas cores que adotam e no toque das baterias que elevam o tambor ancestral a extrema sofisticação. Pelo rufar dos tambores e o som dos tamborins, o povo identifica a Escola, antes mesmo que possa vê-la. 
Ninguém se surpreenda, portanto, se, ao cantar sua Escola, o poeta invocar os céus, os santos e os orixás. Se invocar a "graça divina". Se disser de sua Escola que "vista assim do alto mais parece um céu no chão". Se discorrer sobre os grandes temas da história, se cantar o nome de Joaquim José da Silva Xavier e os grandes heróis da pátria. Ninguém se surpreenda se o poeta disser que as cores da sua Escola são como o manto azul de Nossa Senhora Aparecida, abrindo a "procissão do samba". 
As Escolas afirmam suas raízes e sua identidade e, ao fazê-lo, afirmam também as raízes e a identidade do Brasil. 
Nascidas do povo mais humilde do Brasil, as Escolas afirmam a vocação dos brasileiros, de todos os brasileiros, para a grandeza. E o fazem com a dignidade e a elegância de quem oferece ao mundo um belo exemplo de humanidade. 
(Trecho do discurso de Francisco Weffort, na entrega da Ordem do Mérito Cultural, 07 de novembro de 2001. 
TAM. Almanaque Brasil de Cultura Popular. São Paulo: Andreato, fevereiro de 2002. p. 17) 
O desenvolvimento do texto é feito a partir 
(A) 	da incredulidade quanto à disposição do povo brasileiro, diante de tantas dificuldades, em manter a alegria que demonstra nos desfiles das escolas de samba. 
(B) 	de considerações sobre a cultura brasileira e, em especial, sobre a miscigenação que caracteriza o povo brasileiro. 
(C) 	de uma visão poética da realidade brasileira, que se transfigura na grandiosidade mostrada pelas escolas de samba durante o carnaval. 
(D) 	de uma dúvida genuína e presente nas considerações apresentadas a seguir, diante da contraditória questão que surge já no início da exposição. 
(E) 	do desdobramento de uma citação feita pelo autor no 1º parágrafo que, por meio de uma gradação, se estende a manifestações da cultura brasileira.
É correto afirmar que o 4º parágrafo deve ser entendido como 
(A) 	exemplo da ingenuidade e de certo despreparo, em relação aos fatos históricos, daqueles que se organizam nas escolas de samba. 
(B) 	censura ao ecletismo religioso, habitual nas manifestações populares, que acaba misturando conceitos de forma inadequada. 
(C) 	enumeração de qualidades que se esperam do povo brasileiro, especialmente daquelas pessoas envolvidas com o espetáculo das escolas de samba. 
(D) 	exemplificação que busca sintetizar a alegria, o orgulho e a religiosidade do povo brasileiro, realçando essas qualidades. 
(E) 	alusão às dificuldades ainda hoje enfrentadas pelos negros, que só conseguem superá-las com o luxo oferecido pelos desfiles de carnaval. 
Considere as definições abaixo: 
I. 	senso (estético): capacidade de apreciar a beleza pelo prazer que ela proporciona. 
 	censo (demográfico): conjunto de dados característicos dos habitantes de uma localidade ou país. 
II. 	cobre: forma flexionada do verbo cobrir. 
cobre: metal usado em condutores de eletricidade. 
III. 	manto: veste feminina, larga, comprida e sem mangas, usada por cima do vestido. manto: por extensão, o que cobre, revestimento. 
Constitui exemplo de homonímia o par que se encontra em 
(A) 	III, apenas. 
(B) 	I e II, apenas. 
(C) 	I e III, apenas. 
(D) 	II e III, apenas. 
(E) 	I, II e III.
Há sentido de oposição entre os segmentos grifados em: 
(A) 	Como podem os do morro fazer com que cantem os do asfalto?
(B) 	Como uma história como a nossa – tão dura e, por tanto tempo, tão brutal – pôde construir...
(C) 	Além da disciplina e da organização, a maior beleza das Escolas, creio, é a alegria e o orgulho de serem o que são.
(D) 	Pelo rufar dos tambores e o som dos tamborins, o povo identifica a Escola... 
(E) 	... se cantar o nome de Joaquim José da Silva Xavier e os grandes heróis da pátria.
Nascidas do povo mais humilde do Brasil, as Escolas afirmam a vocação dos brasileiros, de todos os brasileiros, para a grandeza. 
A oração grifada acima tem sentido ...... e, ao reescrevê-la com o emprego da conjunção adequada, a oração resultante deverá iniciar-se por ...... . 
As lacunas estarão corretamente preenchidas, respectivamente, por: 
(A) 	final 		- Para que tivessem nascido 
(B) 	temporal 	- Enquanto tinham nascido 
(C) 	concessivo 	- Ainda que tenham nascido 
(D) 	consecutivo 	- Desde que tenham nascido 
(E) 	condicional 	- Caso tenham nascido 
Atenção: As questões de números 20 a 25 referem-se ao texto abaixo. 
Fim de linha
A invenção da máquina de escrever é atribuída ao inglês Henry Mills, em 1713. Era destinada a cegos, chegou a ser patenteada, mas jamais saiu do papel. A partir daí, a intermediação da mecânica no milenar ofício de escrever empunhando pincéis, penas, tintas, lápis, carvão e tantos outros artefatos manuais foi dando saltos. Assiste-se, agora, ao fechamento da última fábrica de máquina de escrever mecânica do mundo. 
Ainda há gente, como o professor de filosofia Richard Polt, de Cincinatti, que a usa. “Frequentemente desligo o computador para escrever o primeiro esboço de algum trabalho mais sério numa máquina mecânica. É a maneira mais garantida de não cair na tentação de abrir e-mails ou ficar me distraindo na internet. O bom das máquinas antigas é que você só pode fazer uma coisa com elas: escrever.” 
Polt mantém um site na internet que abriga material de consolo para quem sofre de abstinência de conquistas passadas. “Máquinas de escrever manuais são para os ousados, os audaciosos, os que arriscam. Os perfeccionistas, em suma. Por quê? Uma vez que uma tecla é acionada, não há mais volta. Se você errar, só lhe restará recolher-se à sua vergonha e tentar camuflar o erro”, escreveu um frequentador assíduo. 
Mas ainda há linhas de montagem de máquinas de escrever elétricas e eletrônicas que continuam a pleno vapor. Sua principal clientela é cativa. Literalmente: vive atrásdas grades. 
Proibida de usar computador, a população carcerária americana é garantia de longa vida para uma indústria tão confinada quanto seus usuários. 
(Adaptado da revista Piauí 57, junho de 2011) 
Informa-se, nesse texto: 
I. 	Por muito tempo importante na intermediação do ato de escrever, a máquina de escrever mecânica chega ao fim da linha, por razões que o autor não achou necessário esmiuçar. 
II. 	Os nostálgicos do tempo em que imperava a máquina de escrever mecânica não deixam de apresentar alguns argumentos objetivos em favor de seu uso, como a concentração exclusiva na tarefa de escrever. 
III. 	Ainda cabe – e ao que tudo indica caberá por um bom tempo – um papel relevante às máquinas de escrever elétricas ou eletrônicas, em consequência da peculiar condição dos detentos americanos. 
Está correto o que se afirma em
(A) 	I, II e III. 
(B) 	I e II, apenas. 
(C) 	II e III, apenas. 
(D) 	I e III, apenas. 
(E) 	II, apenas. 
Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido deste segmento do 3º parágrafo: 
(A) 	abriga material de consolo = desfecha matérias remanescentes 
(B) 	abstinência de conquistas passadas = discrição de vitórias pregressas 
(C) 	Os perfeccionistas, em suma = os obstinados, por exemplo 
(D) 	recolher-se à sua vergonha = reduzir seu próprio vexame 
(E) 	tentar camuflar o erro = buscar dissimular o engano
Para efeito de estilo, o autor se vale de palavras ou expressões ambíguas, que possibilitam dupla leitura e servem a mais de um contexto. É o que ocorre nestes dois casos: 
(A) 	Era destinada a cegos // chegou a ser patenteada
(B) 	artefatos manuais // cair na tentação
(C) 	mantém um site na internet // um frequentador assíduo
(D) 	Sua principal clientela é cativa // uma indústria tão confinada
(E) 	Mas ainda há linhas de montagem // é garantia de longa vida
Máquinas de escrever manuais são para os audaciosos. 
Uma vez que a tecla é acionada, não há mais volta. 
O trecho acima foi reconstruído de modo a não comprometer a correção e a coerência da forma original em: 
(A) 	Cabem aos corajosos valer-se das máquinas de escrever manuais. Tanto assim que ao se acionar a tecla, não há retorno. 
(B) 	Destinam-se aos corajosos as máquinas de escrever manuais. Tão logo seja batida a tecla, não há como reparar. 
(C) 	Máquinas de escrever à mão convêm a quem lhes persista. Sendo movida, uma tecla não volta mais. 
(D) 	Só os intrépidos se valem de máquinas manuais de escrever. Conquanto acionada uma tecla, não há mais saída. 
(E) 	Reservam-se as máquinas de escrever mecânicas a quem as ouse utilizar. Desde que acionada uma tecla, nada a contornará. 
NÃO admite transposição para a voz passiva o que se lê em: 
I. 	A partir daí, a intermediação da mecânica foi dando saltos. 
II. 	Ainda há quem a usa. 
III. 	Máquinas de escrever mecânicas são para os ousados. 
IV. 	Sua principal clientela é cativa. 
Atende corretamente ao enunciado APENAS o que está em 
(A) I e II. 
(B) 	I e III. 
(C) III e IV. 
(D) 	II e IV. 
(E) 	II e III. 
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do plural para preencher adequadamente a lacuna da frase: 
(A) 	É grande o prazer que ...... (proporcionar) ao professor valer-se de máquinas de escrever mecânicas para redigir textos mais complexos. 
(B) 	As tentações a que não ...... (costumar) furtar-se um usuário do computador não se colocam para os que usam máquina de escrever. 
(C) 	Não ...... (competir) aos jovens de hoje ponderar as vantagens ou as desvantagens de uma engenhoca a que nunca foram apresentados. 
(D) 	Será que ...... (haver) de consolar um prisioneiro americano essas duvidosas vantagens do uso das máquinas de escrever? 
(E) 	Sobre muito poucos ...... (poder) ainda exercer algum fascínio o uso das já arqueológicas máquinas de escrever mecânicas. 
Atenção: As questões de números 26 a 30 referem-se ao texto abaixo. 
Manuel Bandeira publicou diversos textos durante o “mês modernista”, espaço aberto para o movimento no jornal carioca A Noite, em dezembro de 1925. O poeta era então assíduo frequentador do restaurante Reis, no velho centro do Rio. Eram dias de vida boêmia, e, apesar de todo o resguardo que tocava a um “tísico profissional”, Bandeira descia do morro do Curvelo ao sorvedouro da Lapa e vizinhanças, à vida pobre e corriqueira aos pés da Glória, onde a poesia se mesclava a um pouco de tudo. O poeta já não é o ser exclusivamente voltado para si mesmo, na busca da expressão da pura subjetividade, mas antes um sujeito que se abre ao mundo. 
Uma tal atitude, cheia de consequências para a poesia brasileira, tinha enormes implicações. Implicava algo geral e, ao mesmo tempo, muito particular: uma abertura maior da vida do espírito para a realidade de um país largamente desconhecido de si mesmo e para a novidade de fatos palpáveis da existência material de todo dia, tal como afloravam chocantes no espaço modernizado das cidades. 
A fratura da antiga convenção poética coincidia com a brecha do novo, por onde os fatos do dia penetravam no universo da arte, exigindo um tratamento artístico igualmente renovado. 
(Adaptado de Davi Arrigucci. Humildade, paixão e morte. São Paulo: Cia. das Letras, 1990. p.92-93)
A atitude a que o autor se refere no início do 2º parágrafo é a de 
(A) 	desvendar os mistérios da existência por meio da poesia. 
(B) 	buscar matéria poética nos fatos triviais do cotidiano. 
(C) 	encontrar inspiração para o fazer artístico nos sentimentos pessoais. 
(D) 	cultivar a vida boêmia como fonte de inspiração para o fazer poético. 
(E) 	recorrer à criação poética para escapar das agruras do cotidiano. 
Atente para as afirmações abaixo. 
I. 	Uma tal atitude, cheia de consequências para a poesia brasileira, tinha enormes implicações. 
 	As vírgulas poderiam ser substituídas por travessões, sem prejuízo para a correção e a lógica. 
II. 	O poeta já não é o ser exclusivamente voltado para si mesmo, na busca da expressão da pura subjetividade, mas antes um sujeito que se abre ao mundo.
 	As vírgulas poderiam ser suprimidas, sem prejuízo para a correção e a lógica. 
 III. A fratura da antiga convenção poética coincidia com a brecha do novo, por onde os fatos do dia penetravam no universo da arte, exigindo um tratamento artístico igualmente renovado.
 	 A vírgula colocada imediatamente depois de arte poderia ser substituída por dois-pontos, sem prejuízo para a correção e a lógica. 
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e III. 
(B) I e II. 
(C) II e III. 
(D) I. 
(E) III.
O restaurante Reis, ...... o poeta era assíduo frequentador, ficava no velho centro do Rio. 
Preenche corretamente a lacuna da frase acima: 
(A) 	o qual. 
(B) 	no qual. 
(C) 	de que. 
(D) 	de cujo. 
(E) 	em que. 
... e, apesar de todo o resguardo que tocava a um “tísico profissional”... 
Mantendo-se a correção e a lógica, o verbo grifado acima pode ser substituído por: 
(A) 	competia. 
(B) 	encarregava. 
(C) 	atingia. 
(D) 	impelia. 
(E) 	fustigava. 
Em épocas passadas, alguns poetas se ...... atrelados a convenções literárias tão rígidas que, em alguns casos, os ...... de encontrar uma voz original e única. 
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: 
(A) 	mantém - impedirão 
(B) 	manteram - impediam 
(C) 	mantiveram - impediram 
(D) 	manteriam - impedira 
(E) 	mantinham - impedia 
F C C – 04
Atenção: As questões de números 1 a 4 referem-se ao texto abaixo. 
Creio que, pelo gosto de Gastão Cruls, a modernização do Rio se teria feito, desde os dias do Engenheiro Passos, com muito menor sacrifício do caráter e das tradições da cidade à mística do Progresso com P maiúsculo. Mas nunca se esquece ele de que, sob as descaracterizações e inovações brutais e tantas vezes desnecessárias por que vem passando a mais bela das cidades do Brasil, continua a haver um Rio de Janeirodo tempo dos Franceses, dos Vice-reis, de Dom João VI, dos Jesuítas, dos Beneditinos, dos começos da Santa Casa [...] 
Por mais que tudo isso venha desaparecendo dos nossos olhos e se dissolvendo em passado, em antiguidade, em raridade de museu, continua a ser parte do espírito do Rio de Janeiro. Pois as cidades são como as pessoas, em cujo espírito nada do que se passou deixa inteiramente de ser. O Rio descaracterizado de hoje guarda no seu íntimo para os que, como Gastão Cruls, sabem vê-lo histórica e sentimentalmente, uma riqueza de característicos irredutíveis ou indestrutíveis, que as páginas de Aparência do Rio de Janeiro nos fazem ver ou sentir. E este é o maior encanto do guia da cidade que o autor de A Amazônia que eu vi acaba de escrever: dar-nos, através da aparência do Rio de Janeiro, traços essenciais do passado e do caráter da gente carioca. Comunicar-nos do Rio de Janeiro que Gastão Cruls conhece desde seus dias de menino de morro ilustre – menino nascido à sombra do Observatório – alguma coisa de essencial. Alguma coisa do que a cidade parece ter de eterno e que vem de certa harmonia misteriosa a que tendem o branco, o preto, o roxo e o moreno – principalmente o moreno – da cor da pele dos seus homens e das suas mulheres, com o azul e o verde quente de suas águas e de suas matas. 
(Rio, setembro, 1948) 
Obs.: Texto transcrito de acordo com as atuais normas ortográficas. 
(Gilberto Freyre, Trecho do Prefácio. In: Cruls, Gastão. Aparência do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: José Olympio, 
Coleção documentos brasileiros, 2. ed., v. 1, 1952. p. 15-17) 
O texto deixa claro, principalmente, que a cidade do Rio de Janeiro 
(A) 	acaba por perder suas características mais importantes em benefício de um discutível progresso, que põe em risco sua beleza natural. 
(B) 	representa, de maneira visível, as tradições do povo brasileiro e, portanto, é essencial a manutenção das suas características urbanas originais. 
(C) 	precisa preservar sua identidade original, pois a natureza, que lhe garante o título de a mais bela cidade do Brasil, deve ser tida como intocável. 
(D) 	mantém elementos tradicionais, ao lado de uma necessária transformação, ainda que essa transformação possa descaracterizá-la em alguns aspectos. 
(E) 	deve voltar-se para a modernidade, assim como as pessoas, em uma evolução natural e necessária para a adequação aos tempos atuais. 
Os dois-pontos que aparecem no 2º parágrafo denotam 
(A) 	inclusão de segmento especificativo. 
(B) 	interrupção intencional do fluxo expositivo. 
(C) 	intercalação de ideia isolada no contexto. 
(D) 	constatação de fatos pertinentes ao assunto. 
(E) 	enumeração de elementos da cidade e do povo.
Com as alterações propostas entre parênteses para o segmento grifado nas frases abaixo, o verbo que se mantém corretamente no singular é: 
(A) 	a modernização do Rio se teria feito (as obras de modernização)
(B) 	Mas nunca se esquece ele de que (esses autores)
(C) 	por que vem passando a mais bela das cidades do Brasil (as mais belas cidades do Brasil) 
(D) 	continua a haver um Rio de Janeiro do tempo dos Franceses (tradições no Rio de Janeiro)
(E) 	do que a cidade parece ter de eterno (as belezas da cidade) 
... e que vem de certa harmonia misteriosa a que tendem o branco, o preto, o roxo e o moreno...
O segmento grifado preenche corretamente a lacuna da frase: 
(A) 	As autoridades contavam ...... se fizessem consultas à população para definir os projetos de melhoria de toda a área. 
(B) 	As transformações ...... se refere o historiador descaracterizaram toda a área destinada, de início, a pesquisas. 
(C) 	A necessidade de inovações foi o argumento ...... se valeram os urbanistas para defender o projeto apresentado. 
(D) 	A ninguém ocorreu demonstrar ...... não seria possível impedir a derrubada de algumas antigas construções. 
(E) 	Seriam necessários novos e diferentes projetos urbanísticos, ...... permanecessem intocadas as construções originais.
Atenção: As questões de números 5 a 10 referem-se ao texto abaixo. 
Cafezinho
Leio a reclamação de um repórter irritado que precisava falar com um delegado e lhe disseram que o homem havia ido tomar um cafezinho. Ele esperou longamente, e chegou à conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando café. 
Tinha razão o rapaz de ficar zangado. Mas com um pouco de imaginação e bom humor podemos pensar que uma das delícias do gênio carioca é exatamente esta frase: – Ele foi tomar café. 
A vida é triste e complicada. Diariamente é preciso falar com um número excessivo de pessoas. O remédio é ir tomar um “cafezinho”. Para quem espera nervosamente, esse “cafezinho” 
é qualquer coisa infinita e torturante. Depois de esperar duas ou três horas dá vontade de dizer: – Bem, cavalheiro, eu me retiro. Naturalmente o Sr. Bonifácio morreu afogado no cafezinho. 
Ah, sim, mergulhemos de corpo e alma no cafezinho. Sim, deixemos em todos os lugares este recado simples e vago: – Ele saiu para tomar um café e disse que volta já. 
Quando a Bem-amada vier com seus olhos tristes e perguntar: – Ele está? – alguém dará o nosso recado sem endereço. Quando vier o amigo e quando vier o credor, e quando vier o parente, e quando vier a tristeza, e quando a morte vier, o recado será o mesmo: – Ele disse que ia tomar um cafezinho... 
Podemos, ainda, deixar o chapéu. Devemos até comprar um chapéu especialmente para deixá-lo. Assim dirão: – Ele foi tomar um café. Com certeza volta logo. O chapéu dele está aí... Ah! Fujamos assim, sem drama, sem tristeza, fujamos assim. A vida é complicada demais. Gastamos muito pensamento, muito sentimento, muita palavra. O melhor é não estar. 
Quando vier a grande hora de nosso destino nós teremos saído há uns cinco minutos para tomar um café. Vamos, vamos tomar um cafezinho. 
Rio, 1939. 
(Rubem Braga. O Conde e o passarinho & Morro do isolamento. Rio de Janeiro: Record, 2002. p.156-7) 
Com relação ao episódio com que inicia a crônica, o autor se mostra 
(A) 	crítico intransigente tanto do comportamento do delegado, por ter deixado o repórter esperando por tanto tempo, como da atitude deste último, que não soube considerar a situação com ironia e bom humor. 
(B) 	propenso a julgar a reação do repórter de modo muito mais severo do que a conduta do delegado, sugerindo ter havido grande exagero na afirmação de que este passara o dia inteiro tomando café. 
(C) 	solidário com o repórter na raiva que este experimentou ao esperar inutilmente pelo delegado e, ainda que de modo bem humorado, inteiramente avesso aos desvios de conduta de uma autoridade. 
(D) 	indiferente à irritação do repórter e condescendente em relação à ausência do delegado, acreditando que as complicações da vida justificam inteiramente a necessidade de se recorrer à desculpa do café. 
(E) 	compreensivo em relação à cólera do repórter, mas disposto a tomar o pretexto do café de que se vale o delegado para considerar, de modo bastante irônico, as razões de seu uso generalizado. 
Quando vier o amigo e quando vier o credor, e quando vier o parente, e quando vier a tristeza, e quando a morte vier, o recado será o mesmo: – Ele disse que ia tomar um cafezinho...
Do teor da crônica e da enumeração presente no segmento acima, pode-se depreender corretamente: 
(A) 	O reconhecimento de que a vida é triste não acaba com o desejo de perpetuá-la. 
(B) 	A misantropia pode levar a uma tristeza que só termina com a morte. 
(C) 	As desculpas dadas de modo muito frequente acabam perdendo todo o sentido. 
(D) 	A introversão exagerada estende a aversão tanto às coisas más quanto às boas. 
(E) 	Os que nos procuram não costumam se esforçar de modo efetivo para nos encontrar.
Os verbos que exigem o mesmo tipo de complemento estão empregados nos segmentos transcritos em: 
(A) 	A vida é triste e complicada. // ... mergulhemos de corpo e alma no cafezinho. 
(B) 	... alguém dará o nosso recado sem endereço. // A vida é triste e complicada. 
(C) 	Tinharazão o rapaz... // Depois de esperar duas ou três horas...
(D) 	Para quem espera nervosamente... // Depois de esperar duas ou três horas...
(E) 	Tinha razão o rapaz... // ... mergulhemos de corpo e alma no cafezinho.
A frase que admite transposição para a voz PASSIVA é: 
(A) 	Quando a Bem-amada vier com seus olhos tristes...
(B) 	O chapéu dele está aí...
(C) 	... chegou à conclusão de que o funcionário... 
(D) 	Leio a reclamação de um repórter irritado...
(E) 	... precisava falar com um delegado...
Devemos até comprar um chapéu especialmente para deixá-lo. Assim dirão...
Mantendo-se a correção e o sentido original, as frases acima estão reunidas num único período em: 
(A) 	Devemos até comprar um chapéu especialmente para deixá-lo e ainda assim dirão... 
(B) 	Devemos até comprar um chapéu especialmente para deixá-lo, pois assim dirão... 
(C) 	Devemos até comprar um chapéu especialmente para deixá-lo, conquanto assim dirão... 
(D) 	Devemos até comprar um chapéu especialmente para deixá-lo: porquanto assim dirão... 
(E) 	Devemos até comprar um chapéu especialmente para deixá-lo, por que assim dirão...
... e chegou à conclusão de que o funcionário passou o dia inteiro tomando café.
Do mesmo modo que se justifica o sinal indicativo de crase em destaque na frase acima, está correto o seu emprego em: 
(A) 	e chegou à uma conclusão totalmente inesperada. 
(B) 	e chegou então à tirar conclusões precipitadas. 
(C) 	e chegou à tempo de ouvir as conclusões finais. 
(D) 	e chegou finalmente à inevitável conclusão. 
(E) 	e chegou à conclusões as mais disparatadas. 
Atenção: As questões de números 11 a 16 referem-se ao texto abaixo. 
Esquerda e direita
O DNA é de esquerda ou de direita? Ele fornece argumentos para todos. Prova que todos nascem com o mesmo sistema de códigos genéticos, e portanto são iguais – ponto para a esquerda –, mas que cada indivíduo tem uma senha diferente, ponto para a direita. Na velha questão biologia × cultura, o DNA dá razão a quem diz que características adquiridas não são hereditárias, nenhuma experiência cultural afeta os genes transmitidos e a humanidade não ficará mais virtuosa – muito menos socialista – com o tempo. Mas a própria descoberta do DNA e todas as projeções do que se tornou possível com a manipulação do material genético mostram como o ser humano pode, sim, interferir na sua própria evolução, e como existe nele uma determinação inata para o autoaperfeiçoamento. Parafraseando Marx: os cientistas sempre se preocuparam em compreender o ser humano, agora devem tratar de mudá-lo. 
A indefinição dos nossos genes é apenas mais um numa longa lista de paradoxos que nos dividem. É “de esquerda” ser a favor do aborto e contra a pena de morte, enquanto direitistas 
defendem o direito do feto à vida, porque é sagrada, e ao mesmo tempo o direito do Estado de tirá-la, embora não gostem que o Estado interfira em outras áreas. A direita valoriza o indivíduo acima da sociedade, que seria uma abstração, mas aceita a desigualdade social, ou o sacrifício de muitos indivíduos pelo sucesso de poucos, como natural. A esquerda muitas vezes atribui a um líder superpersonalizado a incongruente realização de um humanismo igualitário. 
Feliz é a mosca, que tem mais ou menos a nossa estrutura genética, mas absolutamente nenhum interesse nas suas implicações. 
(Adaptado de Luís Fernando Veríssimo. O mundo é bárbaro) 
O autor admite que, com a descoberta e com a possibilidade de manipulação do sistema de códigos genéticos (DNA), 
(A) 	não haverá mais como estabelecer qualquer distinção entre o que sempre foi “de direita” e o que sempre se definiu como “de esquerda”. 
(B) 	acabarão de vez os desequilíbrios sociais, pois será possível superar as desigualdades com base em seguros critérios de justiça, que são hereditários. 
(C) 	os homens poderão favorecer determinados aspectos de sua evolução, atendendo assim a uma inclinação da espécie para seu próprio aprimoramento. 
(D) 	tanto a esquerda como a direita deixarão de encontrar argumentos para suas posições, de vez que é a ação do código genético que determina uma opção política. 
(E) 	ficará ainda mais acirrada a oposição entre a esquerda e a direita, pois uma e outra reivindicarão para si o direito de gerenciar os dividendos de uma ciência tão lucrativa.
Atente para as seguintes afirmações: 
I. 	Um dos vários paradoxos enunciados no texto é o de que a esquerda, que valoriza a vida, acaba defendendo posição similar à da direita, nos casos do aborto e da pena de morte. 
II. 	Ao contrário da direita, a esquerda encoraja as iniciativas do Estado, quando estas promovem a valorização do indivíduo sem abonar, no entanto, qualquer forma de personalismo. 
III. 	A paráfrase de uma afirmação de Marx deixa ver que este alimentava a convicção de que os homens são capazes de se transformarem a si mesmos, em sua trajetória. 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em 
(A) 	III, apenas. 
(B) 	I e II, apenas. 
(C) 	II e III, apenas. 
(D) 	I e III, apenas. 
(E) 	I, II e III.
Considerando-se o contexto, deve-se entender que o segmento 
(A) 	Ele fornece argumentos para todos refere-se à alternância de poder entre a esquerda e a direita, ao longo da história. 
(B) 	ponto para a esquerda revela a indicação de um fato que favorece, a princípio, uma posição ideológica dos socialistas. 
(C) 	Na velha questão biologia × cultura alude à clássica disputa entre as ciências humanas e as ciências exatas. 
(D) 	A indefinição dos nossos genes diz respeito ao estado ainda incipiente e vacilante das pesquisas no campo da genética. 
(E) 	A direita valoriza o indivíduo acima da sociedade, que seria uma abstração acentua a supremacia de uma típica tese coletivista.
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para preencher adequadamente a lacuna da frase: 
(A) 	Não ...... (corresponder) aos surpreendentes desdobramentos da descoberta do DNA análoga evolução no plano das questões éticas. 
(B) 	Mesmo a um pesquisador de ponta não ...... (haver) de convir as disputas éticas, pois ele ainda engatinha nessa nova descoberta. 
(C) 	De todas as projeções que se ...... (fazer) a partir da manipulação do DNA, a mais assustadora é a programação de tipos pessoais. 
(D) 	A um direitista não ...... (deixar) de assustar, quando isso não lhe convém, iniciativas econômicas que o Estado reivindica para si. 
(E) 	Não ...... (parecer) uma incongruência, para os esquerdistas, os excessos personalistas do líder de um movimento socialista. 
Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto: 
(A) 	Habitualmente humorista, nem por isso Luís Fernando Veríssimo se exime ao tecer críticas sérias, postulando assim um equilíbrio entre o riso e a contenção jocosa. 
(B) 	O homem ainda está longe de ratificar o alcance da descoberta do DNA, onde as projeções mais ousadas fazem lembrar a ficção científica, ou mesmo muito além dela. 
(C) 	Interessou ao autor debater, uma vez mais, a eterna cisânia entre esquerda e direita, a estar sendo alimentada pela evolução das descobertas do DNA e pelas projeções de onde derivam. 
(D) 	Ao se reportar às posições de direita e de esquerda, o autor identificou contradições em ambas, deixando claro que a nenhuma cabe reivindicar o mérito da coerência absoluta. 
(E) 	As moscas, quem diria, ostentam nossa mesma estrutura genética, afirma o autor, mas nem sequer se comprazem ou o lamentam, pois não implicam nada que não lhes diga respeito. 
Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais em: 
(A) 	Os cientistas devem, a partir de agora, tratar de mudar o ser humano, mesmo que até hoje não revelariam mais do que um pálido esforço ao buscar compreendê-lo. 
(B) 	O que for de esquerda ou de direita teria sido agora relativizado pelas descobertas do DNA, cujas projeções têm esvaziado essa clássica divisão. 
(C) 	Se os cientistas vierem a se preocuparcom as questões ideológicas de que as futuras descobertas se revestissem, terão corrido o risco de partidarizar a ciência. 
(D) 	Felizes são as moscas, que nem precisavam saber nada de política ou de DNA para irem levando sua vida em conformidade com o que a natureza lhes determinasse como destino. 
(E) 	A esquerda já chegou a glorificar a ação de líderes personalistas, cujo autoritarismo obviamente excedia os limites de uma sociedade que se queria justa e igualitária. 
Atenção: As questões de números 17 a 22 referem-se ao texto abaixo. 
Joaquim Manuel de Macedo ficou famoso por causa de A Moreninha (1844), romance que virou sinônimo do gênero romântico no Brasil e já fez muitas moçoilas e rapazes barbados chorarem. Dr. Macedinho, como era popularmente conhecido, editaria a obra às próprias custas e não se arrependeria: o livro converteu-se em nosso primeiro best-seller. A despeito do sucesso, o ganha-pão do escritor seria obtido a partir da atividade como jornalista, articulista e cronista. Médico de formação, Macedo enveredaria pela literatura de maneira ampla. Num momento em que parecia natural cruzar a ponte entre jornalismo e literatura, Macedinho sagrou-se personagem descolado no Rio de Janeiro de Pedro II.
E começou cedo: com apenas 24 anos, além de se dedicar ao romance, passou às páginas de jornal. Porém, se sua obra ficcional é conhecida, a produção jornalística é pouco divulgada. A desproporção é gritante, uma vez que o escritor publicou durante quatro décadas em vários órgãos cariocas. Apenas no sisudo Jornal do Comércio, reduto conservador dos mais estáveis, Macedo foi presença cativa durante 25 anos, sem interrupção. Suas colunas ocupavam o espaço prestigioso do rodapé da primeira página de domingo, dia em que a circulação duplicava. 
Macedo era mesmo um agitador. Ajudou a criar uma tradição para nossas artes, letras e história. Nosso escritor usaria de suas boas relações e da sua literatura ágil para fortalecer seu grupo, empenhado na construção cultural do país. 
(Lilia Moritz Schwarcz. O Estado de S. Paulo, sabático, S6, 26 de março de 2011, com adaptações)
Destaca-se no texto 
(A) 	a existência de um vasto público voltado para a leitura de obras de caráter romântico, ainda no século XIX. 
(B) 	o papel desempenhado por romancistas na difusão do hábito de leitura entre rapazes e moças durante o século XIX. 
(C) 	a participação de Macedo como importante colunista no Rio de Janeiro, centro difusor de cultura durante o Império. 
(D) 	a influência de uma imprensa politizada na vida do Rio de Janeiro, responsável pela divulgação de romances no século XIX. 
(E) 	a agitação cultural do Rio em pleno século XIX, que obrigou Macedo a optar pela atividade jornalística.
De acordo com o texto, é correto afirmar que 
(A) 	o romancista, por ser médico, ainda que conceituado, precisou editar obras de seu próprio bolso, diante de um público leitor pouco receptivo. 
(B) 	a sociedade do Rio de Janeiro do Império apreciava romances românticos, em oposição ao realismo veiculado nos noticiários, embora os jornalistas fossem bastante admirados. 
(C) 	o vasto círculo de relações sociais de Macedo fez com que ele se transformasse em figura reconhecida nos meios literários pelo valor de suas crônicas. 
(D) 	o valor literário da enorme produção jornalística de Macedo é superior ao de suas obras de ficção, apesar do estrondoso sucesso de A Moreninha. 
(E) 	a pouca divulgação da produção jornalística de Macedo é injustificável diante do reconhecimento do público e de sua permanência na imprensa da época. 
O assunto central aponta para o papel de Macedo como 
(A) 	autor do primeiro best-seller da literatura brasileira. 
(B) 	escritor atuante, tanto nos meios literários como na atividade jornalística. 
(C) 	médico popularmente reconhecido no Rio de Janeiro da época. 
(D) 	militante político responsável por diferentes causas sociais. 
(E) 	defensor de uma visão romântica da vida cotidiana brasileira. 
... editaria a obra às próprias custas e não se arrependeria: o livro converteu-se em nosso primeiro best-seller. 
Os dois-pontos introduzem segmento 
(A) 	que denota o tempo decorrido entre a publicação da obra e a aceitação do público. 
(B) 	conclusivo, com ressalva ao que foi expresso anteriormente. 
(C) 	concessivo, pela oposição de sentido marcado na negação do verbo anterior. 
(D) 	que, embora redundante, tem o objetivo de realçar a importância da informação. 
(E) 	explicativo, em que se percebe noção de causa. 
A despeito do sucesso, o ganha-pão do escritor seria obtido...
O elemento grifado acima pode ser corretamente substituído, sem alteração do sentido original, por 
(A) 	Em razão do 
(B) 	Conquanto o 
(C) 	Em que pese o 
(D) 	Em vista do 
(E) 	A partir do 
... dia em que a circulação duplicava.
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o grifado acima está em: 
(A) 	... e já fez muitas moçoilas e rapazes barbados chorarem.
(B) 	... editaria a obra às próprias custas ...
(C) 	... a produção jornalística é pouco divulgada.
(D) 	Macedo era mesmo um agitador.
(E) 	Nosso escritor usaria de suas boas relações ...
Atenção: As questões de números 23 a 26 referem-se ao texto abaixo.
O caso Montaigne na tradição literária da amizade não é propriamente uma exceção. Como os povos felizes, que – já se disse – não têm história: os sentimentos vitais, contentes e continentes, poucas vezes, enquanto vigem, dublam-se em reflexão e discurso. Por isso, certamente, a clave da perda marca tanto essa literatura e a tinge tão estranhamente de melancolia. (É que talvez os relevos dos grandes sentimentos humanos só se deixem mesmo apalpar pelo avesso: a falta permite, mais facilmente, sondar a profundidade do pleno, a dor, do contentamento.) Com efeito, ao pensarmos nos grandes textos sobre a amizade, vêm-nos de imediato à lembrança a bela dissertação do Lélio de Cícero, brotada do interior de seu luto pela morte de Cipião, o sensível capítulo das Confissões de Santo Agostinho dedicado à memória do amigo, ou mesmo o Fédon de Platão e seu relato pungente da morte de Sócrates. Montaigne tem pois predecessores ilustres, e, explicitamente, incorpora o seu texto nessa linhagem. 
E, no entanto, ao ler seu ensaio (livro I, 28), sentimos que dissoa bastante do andamento mais moderado dessas composições da tradição. Sua dissertação, sentimos logo, engata alturas mais elevadas, vibra de modo mais intenso. Montaigne radicaliza. Com ele a grandeza daquelas amizades se expande num elemento mais vasto, desafia a moderação, vai ao superlativo. A estreita proximidade das almas se ultrapassa; chega à fusão e assim toca o sublime. 
(Fragmento adaptado de Sérgio Cardoso. Paixão da igualdade, paixão da liberdade: a amizade em Montaigne. 
Os sentidos da paixão. S.Paulo: Cia. das Letras, 1987. p.162-3)
Com a comparação feita no início do texto, o autor sugere que 
(A) 	a felicidade é uma quimera tanto para o indivíduo quanto para os povos, o que é comprovado pelas memórias individuais e pelos registros históricos. 
(B) 	o indivíduo tem em comum com um povo o hábito de não refletir sobre os acontecimentos senão nos momentos de maior felicidade. 
(C) 	a história de indivíduos e povos é uma oscilação constante entre momentos de felicidade e momentos de dor. 
(D) 	o sentimento de amizade que une os indivíduos não é diferente daquele que unifica um povo, vínculo responsável pela felicidade de todos. 
(E) 	os períodos de felicidade, ao contrário dos momentos de dor, não costumam ser registrados nem pelos povos, nem pelos indivíduos.
Dentre as características da dissertação de Montaigne que podem ser apreendidas do texto, é correto mencionar: 
(A) 	A tendência ao misticismo, inteiramente ausente dos relatos de seus predecessores, mesmo o de Santo Agostinho. 
(B) 	A opção por um relato mais imponente e vigoroso, em lugar do tom comedido que seus predecessores adotam. 
(C) 	O predomínio da imaginação,

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