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Aulas Legislação societária e comercial I

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CRÉDITO
Ciências ContábeisCiências Contábeis
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LEGISLAÇÃO SOCIETÁRIA 
É o conjunto de normas ou leis que versam sobre a
constituição, legalização, estruturação, funcionamento,
contabilização, reorganização, dissolução, liquidação e
extinção das sociedades em geral.
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NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
DIREITODIREITO
O termo direito provém da palavra latina directum, que
significa reto, no sentido de retidão, o certo, o correto, o
mais adequado.
“O conjunto de normas de conduta obrigatórias
estabelecidas ou autorizadas pelo próprio Estado e
garantidas pelo seu poder“ (Latorre).
“Corresponde à exigência essencial e indeclinável de uma
convivência ordenada, pois nenhuma sociedade poderia
subsistir sem um mínimo de ordem, de direção, de
solidariedade” (Miguel Reale).
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“Direito é visto como leilei ee ordemordem, isto é, um conjunto de
regras obrigatórias que garante a convivência social graças
ao estabelecimento de limites à ação de cada um de seus
membros” (Miguel Reale).
Destacam-se dois tipos de direito de uma forma geral: o
direito natural e o direito positivo.
Natural – é o direito que nasce com o próprio homem. São as normas
derivadas da natureza – leis naturais que orientam o comportamento
humano, os direitos fundamentais.
Positivo – é o direito regrado, criado e escrito pelos homens através de
normativos e legislação que indicam e individualizam as situações e
preceitos a serem seguidos ou cumpridos – normas criadas e postas em
vigor pelo Estado.
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Com a evolução das questões sociais, fez-se necessária uma
divisão do direito positivo em público e privado.
Direito Público – ramo do direito composto pelas normas jurídicas
que tem por matéria o interesse do Estado, tais como a função e
organização, a ordem e segurança internas, a paz social, etc. Tais
normas regulam as relações entre o Estado e os particulares, visando
sempre a concretização do interesse público, conforme as previsões
da lei.
Direito Privado – é formado por normas jurídicas que tem por
matéria os particulares e as relações entre eles estabelecidas, cujos
interesses sejam privados.
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A partir do momento em que muitos juristas e autores
começaram a tomar consciência dos novos direitos que se
formaram com o desenvolvimento das sociedades de massa
(especialmente o Direito do Consumidor e o Direito Ambiental),
surgiu um novo conceito que possibilitou a elaboração de uma
nova classificação, moderna e globalizada, do Direito.
Esta nova classificação é agora capaz de dar conta dos
problemas que os limites entre DireitoDireito PúblicoPúblico e DireitoDireito PrivadoPrivado
colocavam, pois surgem os chamados DireitosDireitos DifusosDifusos
(aqueles cujos titulares não podem ser especificados – os
direitos são indivisíveis – ex.: todos indeterminadamente estão
sujeitos à publicidade enganosa; o direito de respirar ar puro é
de todos, etc.)
DIREITO
Conjunto de normas jurídicas 
vigentes em um país
POSITIVONATURAL
Leis naturais que orientam o 
comportamento humano
PÚBLICO
PRIVADO
DIFUSO
Normas criadas e postas em 
vigor pelo Estado
Normas jurídicas envolvendo o 
Estado ... Tutela o interesse público
Normas jurídicas envolvendo os 
particulares ... Tutela o interesse privado
Não podem ser atribuídos a um 
grupo específico de pessoas
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DIREITO 
POSITIVO
PÚBLICO
PRIVADO
DIFUSO
INTERNO
EXTERNO
INTERNO
INTERNO
EXTERNO
DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO TRIBUTÁRIO
DIREITO PROCESSUAL
DIREITO PENAL
DIREITO ELEITORAL
DIREITO MILITAR
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
DIREITO CIVIL
DIREITO COMERCIAL (Empresarial)
DIREITO DO TRABALHO
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
DIREITO ECONÔMICO
DIREITO DO CONSUMIDOR
DIREITO AMBIENTAL
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
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ESTADOESTADO
“É uma instituição política que, dirigida por um governo
soberano, detém o monopólio da força física, em
determinado território, subordinando a sociedade que nele
vive” (Max Weber).
É um povo, situado em um território e submetido a um
governo dotado de soberania.
Alguns autores acrescentam um quarto elemento no
conceito de Estado: a finalidade – de atender o interesse
do povo (José Afonso da Silva). No entanto, é majoritária a
ideia de que finalidade está dentro de governo, uma vez
que este só existe para atender aos fins da sociedade.
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ESTADO DE DIREITO
É aquele em que o poder exercido é limitado pela Ordem
Jurídica vigente, que irá dispor, especificamente, desde a
forma de atuação do Estado, suas funções e limitações, até
às garantias e direitos dos cidadãos. Tanto o Estado quanto
seus indivíduos, são submetidos ao Direito.
O Estado, assim, não poderá impor suas vontades que não
tiverem fixadas em lei, e nem poderá atuar contra as leis
existentes. O Estado, além de acatar as leis, deverá
proteger sua população, concedendo-lhe segurança e sendo
eficiente na busca do bem comum.
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“Na doutrina liberal, Estado de direito significa não só a
subordinação dos poderes públicos de qualquer grau às leis
gerais do país, limite que é puramente formal, mas também
subordinação das leis ao limite material do reconhecimento de
alguns direitos fundamentais considerados constitucionalmente, e,
portanto, em linha de princípio ‘invioláveis’” (Norberto Bobbio).
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NAÇÃO
Agrupamento ou organização de uma sociedade que
partilha dos mesmos costumes, características, idioma,
cultura e que já possui uma determinada tradição histórica;
tem seu conceito ligado à identidade, à cultura e aos
aspectos históricos. Uma nação se mantém unida pelos
hábitos, tradições, religião, língua e consciência nacional.
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CIDADANIA
É o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e
sociais estabelecidos na Constituição de um país. Também
pode ser definida como a condição do cidadão, indivíduo
que vive de acordo com um conjunto de estatutos
pertencentes a uma comunidade política e socialmente
articulada.
“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à
pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do
governo de seu povo” (Dalmo de Abreu Dallari).
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Para Thomas Humphrey Marshall (formulador da teoria da
cidadania), existe distinção entre as várias dimensões da
cidadania. Para ele, existe a cidadania política, que
corresponde ao reconhecimento do direito de eleger
representantes nos órgãos do Estado, nas assembléias
legislativas; a cidadania civil, que coincide com a
capacidade de estipular contratos e de vincular-se, mediante
consenso próprio, a empenhos e prestações nos confrontos
com outros sujeitos, e, a cidadania social, que designa o
conjunto de expectativas que cada cidadão exprime perante
o Estado, para obter a garantia de segurança de vida e de
trabalho, necessários para dar dignidade e liberdade à
existência individual (José Murilo de Carvalho).
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NORMA JURÍDICA E RELAÇÃO JURÍDICA
As normas jurídicas são estruturas fundamentais do Direito
e nas quais são gravados preceitos e valores que vão
compor a ordem jurídica. Ela é responsável por regular a
conduta do indivíduo e por fixar enunciados sobre a
organização da sociedade e do Estado, impondo aos que a
ela infringem, as penalidades previstas, como forma de se
buscar a Justiça.
“Norma jurídica é norma de Direito, do qual se constitui na
expressão formal, que, como norma geral e abstrata, forma
o conteúdo do direito positivo e se destina a dirimir e regular
as ações na vida social” (Mayrink da Costa).
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“Relação jurídica é aquela através da qual juridicamente se
vinculam duas pessoas, tendopor objeto um interesse.”
(Paulo Emílio Ribeiro de Vilhena).
“Relação jurídica é um vínculo entre as pessoas, em
virtude do qual uma delas pode pretender algo a que a outra
está obrigada” (Friedrich Carl von Savigny).
Sujeitos da relação jurídica:
Relação de homem para homem cada qual possui uma
situação jurídica própria, consistente na posição ocupada na
relação jurídica como titular de direitos e deveres. A situação
jurídica ativa corresponde à posição de agente portador de
direito subjetivo, enquanto a situação jurídica passiva, a de
possuidor de dever jurídico.
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a) Sujeito ativo - é o credor da prestação ou obrigação principal
ou o beneficiário principal da relação. Titular do direito
subjetivo, com o poder de exigir o cumprimento da prestação.
b) Sujeito passivo - titular do dever jurídico, devedor da
prestação principal (dar, fazer e não fazer).
c) Vínculo de atributividade – ligação entre os sujeitos,
reconhecida juridicamente. Pode ocorrer por meio de lei ou
acordo de vontades, na figura dos contratos. A inexistência do
vínculo acarreta a inexistência da relação jurídica.
d) Objeto - elemento motriz da relação, é a pessoa, a prestação
ou a coisa sobre a qual recai o vínculo de atributividade. A
relação jurídica gira em torno do objeto.
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PERSONALIDADE CIVIL DAS PESSOAS
“A personalidade civil da pessoa começa do nascimento
com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os
direitos do nascituro” (aquele que está por nascer) (art. 2º, CC).
“Os direitos da personalidade são os direitos subjetivos da
pessoa de defender o que lhe é próprio, ou seja, a
identidade, a liberdade, a sociabilidade, a reputação, a
honra, a autoria etc. Por outras palavras, os direitos da
personalidade são direitos comuns da existência, porque
são simples permissões dadas pela norma jurídica, a cada
pessoa, de defender um bem que a natureza lhe deu, de
maneira primordial e direta” (Goffredo Telles Jr).
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Personalidade jurídica é a aptidão genérica para adquirir
direitos e contrair deveres (Caio Mário da Silva Pereira). Ideia
ligada à de pessoa, é reconhecida atualmente a todo ser
humano e independe da consciência ou vontade do
indivíduo: recém-nascidos, loucos e doentes inconscientes
possuem, todos, personalidade jurídica. Esta é, portanto, um
atributo inseparável da pessoa, à qual o direito reconhece a
possibilidade de ser titular de direitos e obrigações.
Também é atribuída a entes morais, constituídos por
agrupamentos de indivíduos que se associam para
determinado fim (associações e afins) ou por um patrimônio
que é destinado a uma finalidade específica (fundações e
congêneres) – as chamadas pessoas jurídicas (ou morais),
por oposição aos indivíduos, pessoas naturais (ou físicas).
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“Para a doutrina tradicional ‘pessoa’ é o ente físico ou
coletivo suscetível de direitos e obrigações, sendo sinônimo
de sujeito de direito. Sujeito de direito é aquele que é sujeito
de um dever jurídico, de uma pretensão ou titularidade
jurídica, que é o poder de fazer valer, através de uma ação,
o não-cumprimento do dever jurídico, ou melhor, o poder de
intervir na produção da decisão judicial” (Diego Espín Cánovas).
Pessoa física é a pessoa natural, isto é, todo indivíduo
(homem ou mulher), desde o nascimento até a morte. A
personalidade civil da pessoa começa do nascimento com
vida. Para efeito de exercer atividade econômica, a pessoa
física pode atuar como autônomo ou como sócio de
empresa ou sociedade simples, conforme o caso.
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Pessoa física (pessoa natural) é um ser humano percebido
através dos sentidos e sujeito às leis físicas. Contrasta com
a pessoa jurídica, que é uma organização que a lei trata,
para alguns propósitos, como se fosse uma pessoa distinta
de seus membros, responsáveis ou donos.
Todo direito pressupõe um titular que possa exercê-lo (que
tenha capacidade jurídica). Às pessoas, como sujeitos de direitos,
é que são reconhecidas as faculdades ou poderes de ação.
Pessoa é ente a que se atribuem direitos e deveres. Todo
ente humano é pessoa. Toda pessoa é capaz de direitos e
deveres na ordem civil. Podem assim ser sujeitos de direito
as pessoas físicas (entes humanos) e as pessoas jurídicas.
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CÓDIGO CIVIL
(Lei nº 10.406/2002)
Art. 1º. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
Art. 2º. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida;
mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos
da vida civil os menores de dezesseis anos.
Art. 4º. São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os
exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxicos;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.
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Art. 5º. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a
pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de
emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos
tenha economia própria.
Art. 6º. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se
esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura
de sucessão definitiva.
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Art. 7º. Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de
ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de
vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for
encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos,
somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e
averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
Art. 8º. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se
podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros,
presumir-se-ão simultaneamente mortos.
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Art. 9º. Serão registrados em registro público:
I - os nascimentos, casamentos e óbitos;
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o
divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;
II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a
filiação;
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FONTES DO DIREITO
São fontes do direito as origens do direito, ou seja, o lugar
ou a matéria prima pela qual nasce o direito; são os diversos
modos pelos quais se estabelecem as regras jurídicas.
Estas fontes podem ser materiais ou formais.
Fontes materiais – fatos que inspiram o legislador a editar
leis – fatores sociais, psicológicos, econômicos, históricos,
etc., que irão influenciar na criação da norma jurídica.
Fontes formais – são aquelas impostas pelo ordenamento
jurídico, pelas quais o direito se manifesta; são as formas de
exteriorização nas normas jurídicas.
Podem ser primárias ou secundárias.
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a) fontes Formais Primárias:
• Constituição da República Federativa do Brasil;
• Leis Comerciais;
• Lei 10.406/02 (Código Civil) arts. 966 à 1195;
• Lei 6.404/76 (Leis das Sociedades Anônimas);
• Lei 11.101/05 (Lei da Falência e Recuperação);
• Lei 9.179/96 (Lei da Propriedade Industrial);
• Lei 5.474/68 (Lei das Duplicatas);
• Lei 556/1850 (Código Comercial) arts. 457 à 913;
• Decreto 57.663/66 (Lei Uniforme de Genebra);
• Tratados e Convenções Internacionais.
b) fontes Formais Secundárias:
• Leis Civis;
• Usos e Costumes do Comércio;
• Analogia;
• Princípios gerais do direito;
• Jurisprudência
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Fonte: André Luiz Santa Cruz Ramos
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O artigo 4º da LICC dispõe que quando a lei for omissa, o
juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.
Integração legal – visa suprir lacunas na Lei:
• Analogia (a um caso concreto, aplica-se legislação relativa a um caso semelhante);
• Equidade (criação de solução própria quando a lei for omissa).
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ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
1. Administração Pública: direta, indireta, autárquica, fundacional e
sociedade de economia mista (vinculação de todos os Poderes; Estatuto
dos Servidores Públicos Civis/Militares)
2. Órgãos de Governo (função Executiva)
3. Órgãos Judiciais (função judiciária)
4. Funções Essenciais da Administração da Justiça (Ministério
Público; Advocacia Pública; Advocacia e Defensoria Pública)
Princípio da Indelegabilidade de Atribuições
“Cláusula pétrea”: Separação de Poderes e Soberania Popular
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PoderesPoderes dada UniãoUnião::
“São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
legislativo, o Executivo e o Judiciário” (art. 2º da CF).
Estrutura do Poder Legislativo:
• Legislativo federal: Tem uma estrutura bicameral (bicameralismo federativo). O
Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que é formado pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado Federal (art. 44 da CF).
• Legislativo estadual: Tem uma estrutura unicameral (unicameralismo). O Poder
legislativo é exercido pela Assembleia Legislativa, que é composta pelos Deputados
Estaduais.
• Legislativo distrital: Tem uma estrutura unicameral (unicameralismo). O Poder
legislativo é exercido pela Câmara Legislativa, composta pelos Deputados Distritais.
• Legislativo municipal: Tem uma estrutura unicameral (unicameralismo). O Poder
legislativo é exercido pela Câmara dos Vereadores, que é composta pelos Vereadores.
“A lei disporá sobre eleições para a Câmara territorial e sua competência
deliberativa” (art. 33, §3º da CF).
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Representantes:
• Deputados Federais: São representantes do povo.
• Senadores: São representantes dos Estados-membros e do Distrito Federal.
• Deputados Estaduais: São representantes do povo do Estado.
• Deputados Distritais: São representantes do povo do Distrito Federal.
• Vereadores: São representantes do povo do Município.
Sistema eleitoral:
• Deputados Federais: Elegem-se pelo sistema proporcional, assim as
cadeiras se distribuem na proporção dos votos obtidos pelo Partido (art. 45
da CF). Depende do número de votos que a legenda obtiver.
• Senadores: Elegem-se pelo sistema majoritário, assim o Senador que obter
o maior número de votos será eleito (art. 46 da CF).
• Deputados Estaduais: Elegem-se pelo sistema proporcional.
• Deputados Distritais: Elegem-se pelo sistema proporcional.
• Vereadores: Elegem-se pelo sistema proporcional.
“São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
legislativo, o Executivo e o Judiciário” (art. 2º da CF).
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Número:
• Deputados Federais: O número de Deputados será estabelecido
em lei complementar proporcionalmente à população, não podendo
nenhuma unidade da Federação ter número inferior a 8 e nem
superior a 70 Deputados (art. 45, §1º da CF).
• Conforme a Lei complementar 78/93, o número de Deputados não ultrapassará a
513 Deputados. A regra que fixa o número de Deputados consta da Constituição
material.
• O critério proporcional à população leva em consideração inclusive quem não é
nacional. Seria mais lógico se fosse proporcional ao número de eleitores.
• A regra que estabelece mínimo de 8 e máximo de 70 quebra o aspecto aritmético
da proporcionalidade. Tal regra foi objeto de ação de inconstitucionalidade, mas o
processo foi extinto sem julgamento do mérito, pois não há normas
inconstitucionais decorrentes de poder constituinte originário (pedido
juridicamente impossível).
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• Senadores: O número de Senadores esta fixado na Constituição
Federal, sendo 3 em cada Estado ou Distrito Federal (art. 46, §1º da
CF).
• Tendo em vista que o Brasil compõe-se de 26 Estados e 1 Distrito Federal, há 81
Senadores. A regra que fixa o número de Senadores consta da Constituição
Formal.
• A hegemonia dos Estados mais populosos na Câmara dos Deputados é
neutralizada no Senado, visto que a representação nesta casa é igualitária ou
paritária (3 Senadores por estado).
• Deputados Estaduais: O número de Deputados estaduais
corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos
Deputados e, atingido o número de 36, será acrescido de tantos
quantos forem os Deputados Federais acima de 12 (art. 27 da CF).
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• Deputados Distritais: Vale a mesma regra dos Estados (art. 32,
§3º da CF).
• Vereadores: O número de vereadores será proporcional à
população do Município, observados os seguintes limites (art. 29, IV
da CF):
• Mínimo de 9 e máximo de 21 nos Municípios de até 1 milhão de habitantes (art.
29, IV, “a” da CF)
• Mínimo de 33 e máximo de 41 nos Municípios de mais de 1 milhão e menos de 5
milhões de habitantes (art. 29, IV, “b” da CF)
• Mínimo de 42 e máximo de 55 nos Municípios de mais de 5 milhões de habitantes
(art. 29, IV, “c” da CF).
“Cada território elegerá quatro Deputados” (art. 45, §2º da CF).
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Mandato:
• Deputados Federais: Têm mandato de quatro anos.
• Tendo em vista que uma legislatura tem a duração de 4 anos, uma sessão
legislativa de 1 ano e um período de 6 meses, o Deputado é eleito para uma
legislatura que compreende 4 sessões legislativas e 8 períodos (art. 44,
parágrafo único da CF).
• Senadores: Têm mandato de 8 anos.
• O Senador é eleito para 2 legislaturas, 8 sessões legislativas e 16 períodos (art.
46, §1º da CF).
• A representação de cada Estado e Distrito Federal será renovada de 4 em 4
anos, alternadamente, por 1 e 2/3 (art. 46, §2º da CF). Na criação de novos
Estados, o 3º colocado recebe o mandato para 4 anos e os 2 primeiros para 8
anos, dando-se assim a alternância.
• O Senador é eleito com 2 suplentes, que assumirão o seu lugar no caso de
afastamento (art. 46, §3º da CF).
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• Deputados Estaduais: Têm mandato de 4 anos (art. 27, §1º da CF).
• Deputados Distritais: Mesma regra dos Estados (art. 32, §3º da CF).
• Vereadores: Têm mandato de 4 anos
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O Distrito Federal não é um Estado e nem possui municípios, é um
território autônomo composto por 30 Regiões administrativas (cidades-
satélites); exceto Brasília, a capital federal e sede do governo do Distrito
Federal.
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PROCESSO LEGISLATIVO: FORMAÇÃO DAS ESPÉCIES NORMATIVAS
Conjunto de atos realizados pelos órgãos do Poder Legislativo, de
acordo com regras previamente fixadas, para elaborar normas
jurídicas (emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias
e outros tipos normativos dispostos no art. 59 da Constituição Federal).
• Emendas à Constituição (quorum especial)
• Leis Complementares (maioria absoluta membros presentes; conteúdo
material em previsão taxativa)
• Leis Ordinárias (maioria simples dos parlamentares)
• Leis Delegadas (resoluçãoautorizando o Executivo legislar)
• Medida Provisória (competência do Presidente da República; eficácia
dependente de conversão em lei; limitações materiais)
• Decretos Legislativos (efeitos jurídicos das MPs)
• Resoluções (organização e autonomia internas do Parlamento; suspensão
lei declarada inconstitucional pelo STF)
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FASES DO PROCESSO LEGISLATIVO DAS LEIS ORDINÁRIAS
• Iniciativa, dos órgãos dos três Poderes, ou popular;
• Constitutiva, deliberação parlamentar (discussão [emendas] e
votação em um turno, na Casa iniciadora e na Casa revisora) e
deliberação executiva (sanção [ato de aprovação do projeto de lei pelo
Executivo] ou veto [ato pelo qual o chefe do executivo demonstra sua insatisfação
com a versão do projeto], parcial ou total, em 15 dias, pelo Presidente
da República);
• Complementar, promulgação [ato pelo qual se atesta a existência da lei]
e, após, publicação c/ vigência imediata, ou 45 dias ou após o
prazo da vacatio legis.
• Possível regime de urgência nos projetos de iniciativa do Presidente da
República (45 dias em cada Casa).
(Artigo [caput] – parágrafo – inciso – alínea – item)
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Hierarquia legislativa aplicada ao Direito comum:Hierarquia legislativa aplicada ao Direito comum:
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TEORIA GERAL DE NEGÓCIO JURÍDICO
É o conjunto de conceitos dos quais se extraem os princípios
básicos que tem como objeto o estudo do negócio jurídico.
Atos e fatos jurídicos
As pessoas (naturais ou jurídicas), ao desenvolverem suas atividades
na sociedade, podem com estas gerar consequências jurídicas.
Essas atitudes juridicamentejuridicamente relevantesrelevantes são denominadas fatos
jurídicos (Ahyrton Lourenço Neto).
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Elementos e classificação dos atos jurídicos
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Fato – é um acontecimento qualquer.
Ato – é uma conduta ou um comportamento adotado por
uma pessoa.
Fato jurídico – é todo acontecimento que gerará uma
repercussão jurídica, pois vai criar, modificar ou extinguir
direitos. Divide-se em fatos da natureza [sentido estrito] ou
ato jurídico [pessoa].
Negócio jurídico – manifestação de vontade que cria,
modifica ou extingue direitos.
Nos atos jurídicos em sentido estrito, todos os efeitos estão previstos em lei; no
negócio jurídico, os efeitos poderão estar previstos em lei.
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Negócio jurídico
Todo fato jurídico consistente em declaração de vontade, a
que o ordenamento jurídico atribui os efeitos designados
como queridos, respeitados os pressupostos de existência,
validade e eficácia, impostos pela norma jurídica que sobre
ele incide (Antônio Junqueira de Azevedo).
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Fatos jurídicos naturais
Os fatos jurídicos naturais, também denominados fatos jurídicos em
sentido estrito, são as situações sociais juridicamente relevantes que
decorrem, em regra, da própria natureza, sem intervenção humana.
Fatos naturais ordinários
São os fatos naturais “previsíveis” ou “comuns”, como o nascimento,
maioridade, morte, decurso do tempo, aluvião, avulsão (CC, arts. 1.250 e
1.251).
Fatos naturais extraordinários
São os fatos naturais que decorrem de “eventos não previsíveis” ou
“especiais”, tais como terremoto, maremoto, raio, tempestades
destruidoras, ou seja, casos fortuitos ou de força maior.
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Validade dos negócios jurídicos
A validade é a qualidade que o negócio jurídico deve ter ao
entrar no mundo jurídico, consistente em estar de acordo
com as regras jurídicas (Antônio Junqueira Azevedo).
O negócio jurídico deve cumprir determinados requisitos
para que seja considerado válido; do contrário, poderão ser
nulos ou anuláveis.
SãoSão requisitosrequisitos dede validadevalidade (art(art.. 104104,, CC)CC)::
• Agente capaz.
• Objeto lícito, possível, determinado ou determinável.
• Forma prescrita ou não defesa em lei.
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Responsabilidade civil e exclusão da ilicitude
Responsabilidade civil é a obrigação de reparar o dano que
uma pessoa causa a outra (Caio Mário).
A teoria da responsabilidade civil procura determinar em que
condições uma pessoa pode ser considerada responsável
pelo dano sofrido por outra pessoa e em que medida está
obrigada a repará-lo.
A reparação do dano é feita por meio da indenização, que é
quase sempre pecuniária. O dano pode ser à integridade
física, à honra ou aos bens de uma pessoa.
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Código civil :
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular
de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a
pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente
quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não
excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.

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