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UFRJ 1 Heloisa Teixeira Firmo hfirmo@gmail.com hfirmo@poli.ufrj.br 2562-7991 Tema 6: Aproveitamentos Hidrelétricos: Vertedouros UFRJ 2 Vertedouros: Sumário 1. Bibliografia. 2. Principais estruturas. 3. Dimensionamento. 4. Estrutura de controle. 5. Geometria. UFRJ 3 1. Bibliografia. USBR – Design of Small Dams. Manuais ELB (Inventário, PCH, Viabilidade, Projeto Básico). Schreiber, Usinas Hidrelétricas. Zulcy de Souza, Centrais Hidrelétricas, Editora Edgar Blücher, Ltda. Trindade Neves, Hidráulica Geral Lencastre, Manual de Hidráulica UFRJ 4 2. Principais estruturas. Vertedouro - definição: Estrutura extravasora de cheias, que permite a passagem da água para jusante. Garantia de integridade de uma barragem, para as vazões máximas ocorridas, sendo um importante dispositivo de segurança. UFRJ 5 2. Principais estruturas. É constituído por 4 estruturas básicas: Estrutura hidráulica de aproximação ; Estrutura de controle (crista livre ou comporta); rápido; Estrutura de dissipação. UFRJ 6 2. Principais estruturas. Estrutura de aproximação: As velocidades de entrada devem ser limitadas e as transições devem ser suaves de forma a minimizar as perdas de carga e obter uma distribuição uniforme do escoamento, junto à ESTRUTURA DE CONTROLE. UFRJ 7 2. Principais estruturas. Estrutura de controle: É a parte mais importante do extravasor, pois regula as vazões que saem do reservatório; Nas estruturas de descarga as relações entre Carga e Vazão podem ser fixas , como no caso das soleiras normais e não controladas , ou podem variar, no caso de soleiras com comportas , em função da abertura das mesmas UFRJ 8 2. Principais estruturas. As estruturas extravasoras deverão ser dimensionadas para a descarga de projeto amortecida no reservatório, definida nos estudos hidrológicos. UFRJ 9 2. Principais estruturas. A partir desse dado e dos níveis d´água no reservatório e a jusante, deverá ser definida a geometria das estruturas e dos dispositivos de dissipação de energia , conforme os critérios de projeto. O comportamento hidráulico e as dimensões nas usinas de grande porte devem ser confirmadas por meio de estudos em modelo reduzido. UFRJ 10 3. Dimensionamento. Definição das dimensões principais: Dados hidrológicos; Curva-chave; Avaliação da vazão de projeto Métodos estatísticos: PMP + chuva-deflúvio Cálculo do amortecimento da cheia de projeto. UFRJ 11 3. Dimensionamento. Além do problema de galgar a barragem, uma exagerada subida dos NA a montante poderá causar inundações inconvenientes a jusante. A passagem pelo vertedouro de vazões maiores do que a de projeto poderá causar a jusante prejuízos importantes, erosões localizadas mais profundas, extensas e perigosas e inundações mais graves. Por excesso de vazão é possível até haver danos na própria estrutura do vertedor (galgamento das paredes do canal). Se for superdimensionado, é anti-econômico. Portanto, deve estar dimensionado de forma adequada. UFRJ 12 3. Dimensionamento. pedrazzi_cap14.pdf UFRJ 14 3. Dimensionamento http://www.fcth.br/Cursos/cursos/phd5706/capacidade_de_reservatorios.pdf UFRJ 15 3. Dimensionamento. VAZÃO DE UM VERTEDOR Q = C . L´. H3/2 onde : Q = Vazão em m3/s; C = Coeficiente de descarga (entre 1,65 e 2,25) L´ = Largura efetiva do extravasor (m) H = Carga no extravasor (distância vertical (m) da crista da soleira do extravasor ao nível das águas do reservatório) UFRJ 16 3. Dimensionamento. O valor do coeficiente de descarga C é influenciado por fatores tais como: a) a profundidade da linha d´água no canal de acesso; b) relação entre a forma da crista projetada e a forma da linha d´água ideal; c) inclinação do paramento de jusante; d) geometria à jusante da crista; e) grau de submergência à jusante; f) Forma da soleira; g) NA de jusante; h) Velocidade d´água à jusante. UFRJ 17 Vazão de um vertedor com comporta Q = m. L´.(2g H)1/2 Equação do orifício onde : Q = Vazão em m3/s; m = Coeficiente de descarga (entre 0,6 e 0,8) L´ = Largura efetiva do extravasor (m) H = Carga no extravasor (distância vertical (m) da crista da soleira do extravasor ao nível das águas do reservatório) 3. Dimensionamento. UFRJ 18 3. Dimensionamento. LARGURA DE SOLEIRA L´ = Lr - 2(n.Kp + Ka) . H Onde: n = número de pilares Kp = coeficiente de forma, localização e esbeltez do pilar; Ka = coeficiente de geometria da aproximação e ângulo formado entre o muro de aproximação e o escoamento; H = carga sobre a soleira. UFRJ 19 4. Estrutura de controle. Estrutura de controle: Deverá ser verificada a possibilidade de CAVITAÇÃO da calha, prevendo-se caso seja necessário , dispositivos de aeração. UFRJ 20 4. Estrutura de controle. Estrutura de controle: Deverão ser definidas cotas e disposição das canais de aproximação e restituição , fundações , galerias de acesso e drenagem , bem como ser indicados os sistemas recomendados de drenagem e tratamento profundo das fundações . Importância das regras de operação do vertedouro de forma a não gerar cheias artificais para jusante. UFRJ 21 4. Estrutura de controle. O projeto do VERTEDOURO deverá minimizar os efeitos da erosão devido às altas velocidades de escoamento e às pressões negativas ( efeito de CAVITAÇÃO ).O revestimento de concreto da calha deverá ser estável e passível de manutenção , mesmo após descargas prolongadas UFRJ 22 4. Estrutura de controle Parede delgada ou espessa http://www.fcth.br/Cursos/cursos/phd5706/capacidade_de_reservatorios.pdf UFRJ 23 4. Estrutura de controle Gráficos de pressões na estrutura Design of Small Dams - USBR UFRJ 24 5. Geometria A melhor geometria para um descarregador é a que se assemelha à face inferior da lâmina vertente em queda livre. Os estudos, em modelos reduzidos, feitos nos E.U.A e na Europa levaram à adoção da equação teórica, referente às chamadas soleiras normais onde não ocorrem depressões ou sobrepressões, conhecida como "Perfil Creager". Vertedouro policêntrico http://www.fcth.br/Cursos/cursos/phd5706/phd5706_extravasores.PDF UFRJ 26 5. Geometria Design of Small Dams - USBR UFRJ 27 5. Geometria Lâmina afogada Design of Small Dams - USBR UFRJ 28 PCH Bonfante - MG- Vertedor Labirinto UFRJ 29 PCH Bonfante - MG- Vertedor Labirinto 30 Hoover dam - http://forum.outerspace.terra.com.br/showthread.php?t=359264 31 Hoover dam - http://forum.outerspace.terra.com.br/showthread.php?t=359264 UFRJ 32 5. Geometria Tulipa Design of Small Dams- USBR UFRJ 33 5. Geometria Tulipa VAZÃO DE UM VERTEDOR TULIPA Q = C . L´. H3/2 onde : Q = Vazão em m3/s; C = Coeficiente de descarga L´ = Largura efetiva do extravasor = 2 Π R(m) R = raio da circunferência da tulipa (m); H = Carga no extravasor (distância vertical (m) da crista da soleira do extravasor ao nível das águas do reservatório) Barragem Euclides da Cunha, tipo fio d´água, rio Pardo, SP. Entrou em operação em 1960.Rompimento da barragem Euclides da Cunha (1977), paralisou a UHE entre 77 e 80 e levou à construção de um vertedouro tulipa. http://www.fcth.br/Cursos/cursos/phd5706/phd5706_extravasores.PDF UFRJ http://www.ehr.ufmg.br/docsehr/posgrad181.pdf http://casadokct.blogspot.com/2008_08_19_archive.html Barragem Euclides da Cunha, tipo fio d´água, rio Pardo, SP. Entrou em operação em 1960. Rompimento da barragem Euclides da Cunha (1977), paralisou a UHE entre 77 e 80 e levou à construção de um vertedouro tulipa. http://www.fcth.br/Cursos/cursos/phd5706/phd5706_extravasores.PDF Inicio obras civis 1955 Entrada em operação 24/11/1960 Rompimento da barragem 20/01/1977 Reentrada em operação 1979/1980 A História do Início do controle de cheias no Setor Elétrico Brasileiro Bacia do Rio Pardo UHE EUCLIDES DA CUNHA Fonte: palestra Paulo Diniz ONS – DRHIMA-Poli/UFRJ, 2011 UFRJ 41 A História do Início do controle de cheias no Setor Elétrico Brasileiro Fonte: palestra Paulo Diniz ONS – DRHIMA-Poli/UFRJ, 2011 Tulipa - UHE Caconde SP http://www.fcth.br/Cursos/cursos/phd5706/phd5706_extravasores.PDF 43 A História do Início do controle de cheias no Setor Elétrico Brasileiro Fonte: palestra Paulo Diniz ONS – DRHIMA-Poli/UFRJ, 2011 •Vista aérea da Usina Euclides da Cunha com chuva intensa. •Às 12:00 horas o nível montante encontrava-se 1,70 m abaixo do nível máximo normal (665,50) e com abertura de comportas em 0,5 m •Às 14:10 foi atingido o nível máximo normal e as comportas estavam com abertura de 1,0 m 44 A História do Início do controle de cheias no Setor Elétrico Brasileiro Fonte: palestra Paulo Diniz ONS – DRHIMA-Poli/UFRJ, 2011 •Às 16:40 foi atingido o nível máximo maximorum (667,50) e as comportas estavam com apenas 3,0 m de abertura •Às 16:55 foi desligada a Usina Caconde na tentativa de reduzir a vazão afluente, apesar do tempo de trânsito ser de 9 horas 45 A História do Início do controle de cheias no Setor Elétrico Brasileiro Fonte: palestra Paulo Diniz ONS – DRHIMA-Poli/UFRJ, 2011 •Às 20:30 foi atingido o coroamento da barragem (670,00), as comportas estavam com abertura de 4,3 m ( 50% da capacidade do vertedor em torno de 1.020m³/s) •Com o início do galgamento da barragem as comportas ficaram impedidas de movimentação e a sala de máquinas foi inundada 46 A História do Início do controle de cheias no Setor Elétrico Brasileiro Fonte: palestra Paulo Diniz ONS – DRHIMA-Poli/UFRJ, 2011 •Às 21:15 foram desligadas as turbinas, tornando mais rápido o galgamento da barragem •Às 03:00 o nível do lago se encontrava 1,26m acima do coroamento, sendo evacuada a usina •Às 03:43 precisamente, inicia-se o rompimento da barragem de terra da usina Euclides da Cunha em uma faixa de 100m de extensão e aproximadamente 3 m de altura na ombreira direita UFRJ 47 A História do Início do controle de cheias no Setor Elétrico Brasileiro Fonte: palestra Paulo Diniz ONS – DRHIMA-Poli/UFRJ, 2011 • Por volta das 06:00 do dia 20 (quinta-feira) o rio já havia escavado os 60 m de altura da barragem. 48 A História do Início do controle de cheias no Setor Elétrico Brasileiro Fonte: palestra Paulo Diniz ONS – DRHIMA-Poli/UFRJ, 2011 •Ao amanhecer da quinta-feira 20 de janeiro de 1977 esta era a vista da Usina Euclides da Cunha Barragem Euclides da Cunha, tipo fio d´água, rio Pardo, SP. Entrou em operação em 1960. Rompimento da barragem Euclides da Cunha (1977), paralisou a UHE entre 77 e 80 e levou à construção de um vertedouro tulipa. http://www.fcth.br/Cursos/cursos/phd5706/phd5706_extravasores.PDF Barragem Euclides da Cunha, tipo fio d´água, rio Pardo, SP. Entrou em operação em 1960. Rompimento da barragem Euclides da Cunha (1977), paralisou a UHE entre 77 e 80 e levou à construção de um vertedouro tulipa. http://www.fcth.br/Cursos/cursos/phd5706/phd5706_extravasores.PDF UFRJ 51 UFRJ 52 5. Geometria Tipo Galeria http://www.fcth.br/Cursos/cursos/phd5706/phd5706_extravasores.PDF UFRJ 53 5. Geometria Estrutura de dissipação; Jato lançado (salto em esqui). Bacias de dissipação- na bacia de dissipação convencional, temos a passagem de um escoamento em regime supercrítico a um subcrítico com a conseqüente formação, na maioria dos casos, de um ressalto hidráulico; Ressalto – Súbita mudança do nível da água num canal em superfície livre, passagem de uma altura inferior à crítica para uma altura superior à crítica, acompanhada de dissipação de energia (calor); UFRJ 54 5. Geometria Ressalto hidráulico: Foram executados muitos ensaios em modelos reduzidos dos quais resultaram muitas fórmulas para a determinação do comprimento do ressalto que diferem razoavelmente entre si. O ressalto é um fenômeno muito turbulento e ao rolo d´água sobrepõe-se uma camada d´água emulsionada que forma espuma. Por isso é difícil definir-se exatamente o começo e o fim do ressalto. 5. Geometria: bacias de dissipação e o ressalto hidráulico UFRJ 56 5. Geometria Ressalto hidráulico: Grandezas: largura; profundidade; y1, y2 – dado y1 , largura, geometria, qual y2 que garante ressalto Se está mal dimensionado: EROSÃO. Quando falta profundidade: afundar o canal na extensão do ressalto até chegar à profundidade necessária y2 formando um poço chamado bacia de dissipação. UFRJ 57 5. Geometria Bacia de dissipação: água sai das comportas em regime rápido mas no rio corre sempre regime lento. A redução da alta velocidade no rio e a dissipação correspondente de energia efetuam-se de um modo eficiente através do ressalto decorrente da brusca elevação d´água; forma-se um rolo d´água sobreposto ao jato descendo do vertedouro. A fricção entre o jato e o rolo transforma a energia cinética da água parcialmente em calor. UFRJ 58 5. Geometria Diagramas 6.43 (Schreiber) servem para a fixação do valor do coeficiente C (considerando escoamento a jusante) a – velocidade supercrítica b – forma-se ressalto incompleto; c - forma-se ressalto completo; d - forma-se ressalto afogado; e – não forma-se ressalto, o jato solta-se da soleira , corre por cima da água do canal , por curta distância e depois se mistura com água mais lenta (salto de esqui). UFRJ 59 5. Geometria: Salto de ski (exigem boa rocha) UFRJ 60 5. Geometria: dissipação de energia com salto em esqui. Itaipu UFRJ 61 Itaipu 5. Geometria: dissipação de energia com salto em esqui. UFRJ 62 Itaipu 5. Geometria: dissipação de energia com salto em esqui. UFRJ 63 Itaipu 5. Geometria: dissipação de energia com salto em esqui. UFRJ 64 5. Geometria: Bacias de dissipação UFRJ 65 5. Geometria: bacias de dissipação 1) Bacia tipo I (1,2 < Fr < 2,5) F = v/ (gy)1/2 2) As alturas conjugadas guardam a seguinte relação: y2 >= y1 U2 >= U1 Não há necessidade de bacias especiais. A plataforma horizontal deverá ter comprimento: L > 4 y2 UFRJ 66 5. Geometria: bacias de dissipação 2) Bacia tipo II (2,5 < Fr < 4,5) São as que apresentam o menor desempenho hidráulico, porque a onda se forma em simultâneo com o ressalto. Geralmente procura-se modificar o Fr a fim de se sair deste tipo de ressalto. 5. Geometria: bacias de dissipação 3) Bacias tipo III e IV ( Fr > 4,5) Nestas bacias predomina o verdadeiro ressalto. Quando U1 <= 15 m/s o USBR recomendao tipo III que possui blocos de queda, amortecedores e soleira terminal que permitem diminuir o comprimento da bacia. Quando U1 > 15 m/s o USBR recomenda a bacia tipo IV que não tem blocos amortecedores, o comprimento do fundo é maior, mas a soleira é dentada. UHE Porto Colombia 320 MW http://www.furnas.com.br/ UHE Porto Colombia 320 MW http://www.furnas.com.br/ UHE Porto Colombia 320 MW http://www.polmil.sp.gov.br/unidades/cpfm/hidreletrica_colombia .htm UHE Porto Colombia 320 MW http://www.polmil.sp.gov.br/unidades/cpfm/hidreletrica_ colombia.htm UHE Porto Colombia 320 MW http://www.polmil.sp.gov.br/unidades/cpfm/hidreletrica_colombia.htm Vista geral do modelo tridimensional (escala: 1:100) da UHE de Porto Colombia no laboratório de Furnas/LAHE. Vista geral da bacia de dissipação da UHE de Porto Colombia vertendo 4.000m3/seg. Vista geral da bacia de dissipação da UHE de Porto Colombia vertendo 4.000m3/seg. UFRJ Erosões na bacia de dissipação Porto Colômbia Porto Colômbia: Erosões e reconstrução da bacia de dissipação
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