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PRÁTICA SIMULADA IV (CÍVEL). CASO CONCRETO SEMANA 11 RECURSO DE APELAÇÃO Antônio Augusto, ao se mudar para seu novo apartamento, recém-comprado, adquiriu, em 20/10/2015, diversos eletrodomésticos de última geração, dentre os quais uma TV de LED com sessenta polegadas, acesso à Internet e outras facilidades, pelo preço de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Depois de funcionar perfeitamente por trinta dias, a TV apresentou superaquecimento que levou à explosão da fonte de energia do equipamento, provocando danos irreparáveis a todos os aparelhos eletrônicos que estavam conectados ao televisor. Não obstante a reclamação que lhes foi apresentada em 25/11/2015, tanto o fabricante (MaxTV S.A.) quanto o comerciante de quem o produto fora adquirido (Lojas de Eletrodomésticos Ltda.) permaneceram inertes, deixando de oferecer qualquer solução. Diante disso, em 10/03/2016, Antônio Augusto propôs ação perante Vara Cível em face tanto da fábrica do aparelho quanto da loja em que o adquiriu, requerendo: (i) a substituição do televisor por outro do mesmo modelo ou superior, em perfeito estado; (ii) indenização de aproximadamente trinta e cinco mil reais, correspondente ao valor dos demais aparelhos danificados; e (iii) indenização por danos morais, em virtude de a situação não ter sido solucionada em tempo razoável, motivo pelo qual a família ficou, durante algum tempo, sem usar a TV. O juiz, porém, acolheu preliminar de ilegitimidade passiva arguída, em contestação, pela loja que havia alienado a televisão ao autor, excluindo-a do polo passivo, com fundamento nos artigos 12 e 13 do Código de Defesa do Consumidor. Além disso, reconheceu a decadência do direito do autor, alegada em contestação pela fabricante do produto, com fundamento no Art. 26, inciso II, do CDC, considerando que decorreram mais de noventa dias entre a data do surgimento do defeito e a do ajuizamento da ação. A sentença não transitou em julgado. Na qualidade de advogado(a) do autor da ação, indique o meio processual adequado à tutela do seu direito, elaborando a peça processual cabível no caso, excluindo-se a hipótese de embargos de declaração, indicando os seus requisitos e fundamentos nos termos da legislação vigente. 1 AO EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO PERTENCENTE À VARA CÍVEL Nº_ DA COMARCA DE ___/___ Processo nº. ___ ANTÔNIO AUGUSTO, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), registrado no cadastro de pessoas físicas sob o nº.__ e no registro geral de nº.___, (endereço eletrônico), residente e domiciliado na Rua__, nº__, bairro__, na cidade de ___/__, CEP:__, vem por seu advogado, inconformado com a sentença de fls..., nos autos da AÇÃO___, movida em face de MAXTV S.A e LOJAS DE ELETRODOMÉSTICOS LTDA, cujas qualificações já constam nos presentes autos, tempestivamente, após devido preparo, interpor: RECURSO DE APELAÇÃO, para o Tribunal de Justiça do Estado__. Apresentando as razões, em anexo. Diante do exposto, requer que o presente recurso seja recebido nos efeitos previstos em leis, isto é devolutivo e suspensivo. Espera deferimento. Local e data. Advogado OAB/UF n___ 2 I. DOS REQUISITOS OBJETIVOS DE ADMISSIBILIDADE 1.2. DA TEMPESTIVIDADE O presente recurso é tempestivo, uma vez que a sentença foi publicada na data de ___, e houve a intimação dos termos da decisão em ___, tendo a interposição do presente recurso ocorrida em ___, portanto em atendimento ao disposto no artigo 1.003 do CPC. Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão. (...) § 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias. (CPC/15) 1.3. DO PREPARO O preparo do recurso foi devidamente pago conforme comprovação em fls.__, com amparo do artigo 1.007 do CPC 3 II. RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO Apelante: ANTÔNIO AUGUSTO Apelados: MAXTV S.A e LOJAS DE ELETRODOMÉSTICOS LTDA Ação: ___ Processo nº ___ Egrégio Tribunal, Não merece prosperar a sentença proferida pelo juiz a quo pelas razões a seguir expostas: III. BREVE SINOPSE FÁTICA DA DEMANDA O apelante comprou em 20/10/2015, diversos eletrodomésticos de última geração, dentre os quais uma TV de LED com sessenta polegadas, com acesso à Internet e outras facilidades, pelo preço de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), tendo esta funcionado perfeitamente por trinta dias, quando então apresentou superaquecimento que levou à explosão da fonte de energia do equipamento, provocando danos irreparáveis a todos os aparelhos eletrônicos que estavam conectados ao televisor. O Apelante apresentou reclamação às Apeladas em 25/11/2015, as quais permaneceram inertes, sem oferecerem qualquer solução. Irresignado, o Autor movera ação cível em face das rés em 10/03/2016, requerendo: a substituição do televisor por outro do mesmo modelo ou superior, em perfeito estado; indenização de aproximadamente trinta e cinco mil reais, correspondente ao valor dos demais aparelhos danificados; e indenização por danos morais, em virtude de a situação não ter sido solucionada em tempo razoável, motivo pelo qual toda a família ficou, durante algum tempo, sem usar a TV. 4 O juízo de piso, porém, acolheu a preliminar de ilegitimidade passiva arguida, em contestação, pela loja que havia alienado a televisão ao autor, excluindo-a do polo passivo, com fundamento nos artigos 12 e 13 do Código de Defesa do Consumidor. Além disso, reconheceu a decadência do direito do autor, alegada em contestação pela fabricante do produto, com fundamento no Art. 26, inciso II, do CDC, considerando que decorreram mais de noventa dias entre a data do surgimento do defeito e a do ajuizamento da ação. Era o que se tinha a relatar de mais essencial, passa-se agora a exposição do mérito da espécie. IV. RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA DA SENTENÇA DE PRIMEIRO GRAU 4.1. DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA LOJA DE ELETRODOMÉSTICOS LTDA O juízo de conhecimento acolheu a preliminar de ilegitimidade passiva arguida em contestação pela ora apelada, Loja de Eletrodomésticos ltda, que alienou a televisão ao Apelante, excluindo-a do polo passivo, com fulcro nos artigos 12 e 13 do Código de Defesa do Consumidor. Não prospera tal entendimento. Trata-se, no caso em questão, da ocorrência de responsabilidade solidária por decorrência de vício do produto e, ou em ainda, pode-se citar caracterização de um fato, pois por milagre a explosão não causara danos físicos ao consumidor e sua família, assim, tendo em vista que a loja referida é conhecidamente fornecedora de eletrodomésticos, dentre eles, TVs da marca “MAXTV S.A”, deve, com isso, ser reconhecida à luz do disposto nos artigos 3º, 12 e 18 da Lei nº 8.078/90 (CDC). Veja-se: Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que 5 desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. (CDC) Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos,bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. (CDC) Em assim sendo, resta-se demonstrada a responsabilidade do agente fornecedor no caso em tela, levando em conta a ocorrência do fato do produto na lide, e por conseguinte, que deve aquele pertencer ao polo passivo desta demanda, de modo que disponha ao autor a possibilidade de substituição dos eletrodomésticos danificados. 4.2. DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL ORIUNDA DO FATO DE PRODUTO DURÁVEL. O entendimento do Julgado de primeira instância reconheceu a decadência do direito do autor, alegada em contestação pela fabricante do 6 produto, com fundamento no Art. 26, inciso II, do CDC, considerando que decorreram mais de noventa dias entre a data do surgimento do defeito e a do ajuizamento da ação. Não se sustenta tal conclusão, vez que no caso em tela ocorre nítida ocorrência de fato do produto, quando a TV explode em tal severidade de grau que danifica irreparavelmente todos os aparelhos eletrônicos ligados a ela, registrando nesse fato, grande risco a toda família do Apelante como a ele mesmo. Portanto, requer-se o reconhecimento da prescrição quinquenal oriunda do fato do produto, nos termos do artigo 27 do CDC: Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. (CDC) V. DO PEDIDO DE NOVA DECISÃO Ínclitos Julgadores, por todo o exposto, o Apelante passa a requerer o conhecimento do presente recurso e, ao fim, pelo seu provimento em todos os seus termos, para que, constatando-se o processo em condições de imediato julgamento, esta Colenda corte profira seu entendimento, com esteio no artigo 1.013, parágrafo 3º do CPC, ou, caso entenda-se diversamente, que se remeta o feito ao do juízo de primeira instância, a fim de que proferira nova sentença. Nestes termos, pede e espera deferimento. Local e data. Advogado OAB/UF nº. 7
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