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UFRJ Graduação em Farmácia Farmacologia da inflamação: antiinflamatórios não esteroidais (AINEs) Prof. Dr. Jorge Tributino ICB-UFRJ 1 22 COX-1 COX-2 COOH OOH O O PGG2 COOH O O OHPGH2 HO O COOH OH PGI2 (Prostaciclina) Inibição da agregação OH O COOHO TXA2 OH O COOH OH HO TXB2 cPLA2Fosfolipídeos de membrana Agregação plaquetária Vasoconstricção potencializam o edema COOH OOH 5-HPETE COOH O LTA4 COOH OH OH LTB4 Cys Gly Glu COOH OH LTC4 Cys Gly COOH OH LTD4 Cys COOH OH LTE4 Vasoconstricção, broncoespasmo aumento da permeabilidade Quimiotaxia 5- Lipoxigenase (FLAP) Síntese de prostaglandinas- A Cascata Do Ácido Araquidônico Ácido Araquidônico COOH PGF 2 COOH OH HO HO PGE2 COOH OHHO O PGD2 COOH OH HO O COX-3 X AINES 2 Prostaglandinas Efeito antiinflamatório PGE2 no centro termoregulador Efeito analgésicoPGE2 nas fibras C/Aδ Efeito antipirético TXA2 da plaqueta Efeito anti-agregante plaquetário Mecanismo de ação dos AINES Inibem a enzima cicloxigenase 3 60% de homologia entre as duas isoformas Estímulo inflamatório ÁCIDO ARAQUIDÔNICO Estímulo fisiológico COX-3 FUNÇAO FISIOLÓGICA????? Variante da COX-1 expressa constitutivamente no cérebro e no coração 4 1) AINES clássicos ou não seletivos- inibem ambas as isoformas de COX (exceto dipirona e paracetamol) 2) AINES seletivos para COX-2 Classificação de AINES ↓PGE2 Renal: Vasoconstrição ↓FSR ↓FG ↓PGE2 Útero gravídeo: ↓contrações Retenção de Na+/fluídos (edema) Prolongamento do trabalho Efeitos adveros associados para todos os AINES 5 6 Efeitos adversos dos AINES clássicos ou não seletivos (exceção: dipirona e paracetamol) Principal efeito adverso dos AINES Clássicos: indução de úlcera, gastrite e hemorragias gastrointestinais. ↑ a produção de HCl ↓a produção de muco Úlcera e gastrite PGE2 e PGI2 Proteção da mucosa gástrica Seletividade COX-2 Efeitos gastroirritantes 6 ↓TXA2 da plaqueta: Efeitos hemorrágicos Efeitos colaterais dos AINES clássicos ou não seletivos (exceção: dipirona e paracetamol) Inibidores seletivos de COX-2 Aumento da incidência de doenças cardiovasculares associadas a tromboembolismo 7 O O OH3C O H Ácido acetil salicílico Aspirina® 1. Salicilatos 2. Ácido acetilsalicílico (AAS), salicilato de sódio, salsalato, diflunisal, sulfasalazina, olsalazina. •AAS acetila irreversivelmente ambas as isoformas de COX (SER530 na COX-1 e SER516 na COX-2) •Único AINE com esse mecanismo •Lançado no mercado em 1899 •Precursor de todos os AINEs •Hipersensibilidade ao AAS- geralmente comum a todos os AINES •Contra-indicados para crianças- Síndrome de Reye (encefalopatia, disfunção hepática, infiltração gordurosa no fígado e coma após infecções virais). Principais classes de AINES não seletivos 8 1. Salicilatos AAS Inibe a agregação plaquetária Prevenção de reinfarto – AAS infantil (Efeito antiagregante obtido em doses menores que as doses antiinflamatórias) Plaqueta somente expressa COX-1 A Inibição de COX-1 inibe a produção de TXA2 (Indutor de agregação plaquetária) Contra indicado em caso de suspeita de dengue Dengue hemorrágica – risco de sangramento Inibição de agregação plaquetária em pacientes com hemorragia potencialmente fatal!!! 9 10 Farmacocinética Boa absorção por via oral Aspirina é ácido fraco e se liga amplamente a proteínas plasmáticas (50- 80%) Compete com outros fármacos pela ligação a ptns plasmáticas Desloca anticoagulantes podendo ocasionar risco de sangramento (ainda inibe a agreg. Plaquetária) Interações semelhantes com metotrexato, sulfonamidas e hipoglicemiantes orais Metabolizado pelo fígado a ácido salicílico e excretado na forma livre (10%) ou conjugado com glicina para formar o ácido salicilúrico (75%). Produtos de hidroxilação do ácido salicílico são metabólitos minoritários Outros efeitos adversos dos salicilatos Reações de hipersensibilidade a salicilatos – sintomas: urticária, edema, rinite, rashes cutâneos, broncoconstrição e choque anafilático Asma induzida por AINES Salicismo (causado por doses altas por longos períodos): sintomas- tonturas, náusea, vomito, diarréia e confusão mental 11 12 2. Fenamatos Ácido mefenâmico e meclofenâmico e diclofenaco •Ác mefenâmico utilizado pra dismenorréia: Ponstan® •↓ a formação de PGF 2 e controla dismenorréia •Ác. Meclofenâmico: Utilizado para o tratamento da artrite reumatóide e osteoartrite e dismenorréia O OH N H CH3 CH3 ácido mefenâmico O OH N H CH3 ClCl ácido meclofenâmico O OH N H CH3 CH3 ácido mefenâmico O OH N H CH3 ClCl ácido meclofenâmico Ac. Mefenâmico Bem absorvidos por via oral pico plasmático de 2-4 horas 78,5% ligado a ptns plasmáticas T1/2 plamático de 4 horas Oxidação regioseletiva da metila em 3` e conjugação com ácido glicurônico 12 Ác mefenâmico – 99% ligado a ptn plasmática Pico plasmático em 2 horas após adm v.o. T1/2 plasmático de2 horas 75% da dose adm. é excretada pela urina O metabólito majoritário é o produto da oxidação da metila em 3’ Metabólito majoritário ativo 13 3. Derivados do ácido acético Derivados indolil acéticos - Indometacina e Sulindaco e Etodolaco N H3CO OH O CH3 O Cl Indometacina Índice alto de toxicidade gástrica (35 a 50% dos pacientes) F O OH SH3C O CH3 (Z) sulindaco S H3C H3C S O O (Pró-fármaco) ca. 500 vezes + ativo F O OH SH3C O CH3 (Z) sulindaco S H3C H3C S O O (Pró-fármaco) ca. 500 vezes + ativo Tentativa de desenvolver fármaco menos tóxico que a indometacina. Pró-farmaco sulfóxido que é convertido ao metabólito ativo sulfeto •Indometacina mais potente que o AAS na inibição de COX •Efeito dos derivados indolil acéticos é mais pronunciado que os salicilatos na artrite reumatóide •Etodolaco- inibidor seletivo de COX-2 ↓incidência de efeitos gastroirritantes14 Outros derivados do ácido acético (derivados heteroarilacéticos) •Mais potente que o AAS, a indometacina e o naproxeno na inibição da COX •Indicado para o tratamento da artrite reumatóide, osteoartrite e espondilite ancilosante. •Alguns trabalhos mostrando o diclofenaco levemente mais seletivo pra COX-2 (??? Controvérsia) N H ClCl O OK diclofenaco de potássio N H ClCl O ONa diclofenaco de sódio Voltaren® Cataflan® N H ClCl O OK diclofenaco de potássio N H ClCl O ONa diclofenaco de sódio Voltaren® Cataflan® Diclofenaco, cetorolaco e tolmetina Cetorolaco Analgésico >>antiinflamatório Tolmetina Utilizada para o tratamento da artrite reumatóide 15 •Perfil antiinflamatório bastante parecido para todos os derivados dessa classe •Inibição de COX-1 geralmente menos potente que da aspirina com exceção do naproxeno. •Mesmas indicações terapêuticas que os salicilatos 4. Derivados do ácido propiônico (derivados aril-propiônicos) Cetoprofeno, ibuprofeno, suprofeno, flurbiprofeno, fenoprofeno e naproxeno Cetoprofeno (Orudis®, Wyeth-Ayerst) CH3 O OH O CH3 O OH O S Suprofeno (Profenal®, Alcon) CH3 O OHO Fenoprofeno (Nalfon®, Dista) CH3 O OH H3CO Naproxeno (Naprosin®, Syntex) CH3 O OH FFlurbiprofeno (Ansaid®, Upjohn) 20 x + potente AAS 165.Derivados do ácido enólico- Oxicans Piroxicam e meloxicam •Piroxicam muito mais antiinflamatório que analgésico •Utilizado para o tratamento de artrite reumatóide •Meloxicam apresenta seletividade de 10X para a COX-2 6. Classe das Pirazolonas Fenilbutazona, oxifenilbutazona, aminopirina e dipirona N N O O CH3 fenilbutazona N N O O CH3 HO oxifenilbutazona N N O H3C CH3 N CH3 CH3 aminopirina N N O O CH3 fenilbutazona N N O O CH3 HO oxifenilbutazona N N O H3C CH3 N CH3 CH3 aminopirina N N O O CH3 fenilbutazona N N O O CH3 HO oxifenilbutazona N N O H3C CH3 N CH3 CH3 aminopirina N N O H3C CH3 N CH3 CH3 aminopirina N S CH3 O O OH O N H N piroxicam N S CH3 O O OH O N H N piroxicam N S CH3 O O OH O N H S N CH3 meloxicam N S CH3 O O OH O N H S N CH3 meloxicam 17 18 Dipirona sódica (Novalgina®) •Excelente antipirético e analgésico •Inibição fraca da COX in vitro •Inibição significativa da COX-3-possivel mecanismo de ação •Pirazolonas banidas do mercado americano por causar agranulocitose irreversível •Bastante utilizada na Europa, Ásia e América Latina 7. Derivados do para-aminofenol Paracetamol (Tylenol®) •Excelente analgésico e antipirético •Fraco perfil antiinflamatório •Possível mecanismo de ação inibição da COX-3 18 19 Chandrasekaran, H.V. et al.(2002) PNAS 99 (21) 13926-13931 Perfil de inibição da COX-3 pelo paracetamol e pela dipirona 19 Formação de metabólitos eletrofílicos que provocam hepatotoxicidade N-acetiparaquinonaimina (NAPQI) (metabólito tóxico) Tratamento para o envenenamento com paracetamol- N-acetilcisteína Reposição de grupamentos sulfidrila depletados pelo excesso de paracetamol20 21 Inibidores seletivos de COX-2 Meloxican e etodolaco e diclofenaco(???) – Citados anteriormente Nimesulida (Scaflam®) – Seletividade baixa COX-2 (aproxim. 5X) Mecanismo antioxidante importante para o perfil antiinflamatório Diaril heterocíclicos (COXIBES) 21 Diaril heterocíclicos (COXIBES) Menores riscos de indução de distúrbios gastrintestinais Utilizados cronicamente para o tratamento de artrite 22 Diferenças nos sítios ativos das isoformas de cicloxigenase 23 Inibidores COX-2 seletivos são muito volumosos e precisam da bolsa lateral no receptor para poder inibir a enzima. Têm difícil acesso ao sítio ativo da COX-1 O O OH3C O H Aspirina 24 25 PGI2 Endotélio vascular TXA2 Plaqueta Antiagregante Pró-agregante TXA2 PGI2 Rofecoxibe – Muito seletivo para COX-2 Rofecoxibe- Retirado do mercado em 30/09/2004 Valdecoxibe- Retirado do mercado em 07/04/2005 25 26 Prexige- Lumiracoxibe- retirado do mercado nacional em 6/10/2008 27 Arcoxia retirado do mercado a apresentação de 120 mg Mantidas as apresentações de 60 e 90 mg em 6/10/2008 28 100-200 mg 60-90 mg Comercializados na lista C1- receituário branco com retençao de receita 29 30 Aparentemente uma inibição muito seletiva da COX-2 não é desejável terapeuticamente Efeitos cardiovasculares observados com uso crônico Usos terapêuticos de curta duração apresentam menos risco O risco de eventos tromboembólicos não deve ser descartados em pacientes com cardiopatias e tromboembolismo. COX não seletivos são mais baratos 30
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