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apostila Psicologia e Comportamento Organizacional

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Regina Mara Malpighi Santos
Psicologia e 
Comportamento 
Organizacional
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Psicologia e 
Comportamento Organizacional, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao 
aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila 
é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos 
multidisciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o 
suplemento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo 
para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
ApReSentAção
 SUMÁRIo
IntRoDUção .................................................................................................................................................... 5
1 pSICoLoGIA: ConCeIto e HIStÓRIA ........................................................................................... 7
1.1 Histórico ...............................................................................................................................................................................7
1.2 Primeiras Escolas em Psicologia Científica ..............................................................................................................9
1.3 Principais Escolas na Psicologia do Século XX .................................................................................................... 10
1.4 Psicologia Científica X Senso Comum .................................................................................................................... 13
1.5 Resumo do Capítulo ..................................................................................................................................................... 15
1.6 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 15
2 AtRIBUIçÕeS e ÁReAS De AtUAção DoS pSICÓLoGoS ..........................................17
2.1 Resumo do Capítulo ..................................................................................................................................................... 19
2.2 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 20
3 teoRIAS DA peRSonALIDADe .......................................................................................................21
3.1 Teoria Psicanalítica ........................................................................................................................................................ 21
3.2 Teoria Analítica ............................................................................................................................................................... 23
3.3 Teoria Humanista da Personalidade de Carl Rogers ......................................................................................... 25
3.4 Teoria da Personalidade .............................................................................................................................................. 25
3.5 Resumo do Capítulo ..................................................................................................................................................... 26
3.6 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 27
4 InteLIGÊnCIA .............................................................................................................................................29
4.1 Resumo do Capítulo ..................................................................................................................................................... 31
4.2 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 31
5 LInGUAGeM .................................................................................................................................................33
5.1 Resumo do Capítulo ..................................................................................................................................................... 34
5.2 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 34
6 eMoçÕeS .......................................................................................................................................................35
6.1 Resumo do Capítulo ..................................................................................................................................................... 36
6.2 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 37
7 CoMUnICAção .........................................................................................................................................39
7.1 Comunicação Intercultural ........................................................................................................................................ 40
7.2 Comunicação Eficaz ...................................................................................................................................................... 41
7.3 Resumo do Capítulo ..................................................................................................................................................... 41
7.4 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 42
8 o InDIVÍDUo e A oRGAnIZAção ................................................................................................43
8.1 Fundamentos do Comportamento Individual ................................................................................................... 43
8.2 Atitudes, Valores, Percepção e Aprendizagem ................................................................................................... 44
8.3 Resumo do Capítulo ................................................................................................................................................46
8.4 Atividades Propostas...............................................................................................................................................46
9 teoRIA DA MotIVAção ................................................................................................................ 47
9.1 Teoria das Hierarquias das Necessidades de Maslow ..................................................................................47
9.2 Teoria dos Dois Fatores (Herzberg) ....................................................................................................................48
9.3 Teoria ERG (Clayton Alderfer) ...............................................................................................................................499.4 Teoria da Equidade ..................................................................................................................................................49
9.5 Resumo do Capítulo ................................................................................................................................................50
9.6 Atividade Proposta ..................................................................................................................................................50
10 CoMpoRtAMento oRGAnIZACIonAL .......................................................................... 53
10.1 Diferenças entre Grupos e Equipes .................................................................................................................53
10.2 O Grupo e sua Estrutura ......................................................................................................................................54
10.3 Resumo do Capítulo .............................................................................................................................................56
10.4 Atividades Propostas ............................................................................................................................................56
11 MUDAnçA oRGAnIZACIonAL .............................................................................................. 57
11.1 Resumo do Capítulo .............................................................................................................................................58
11.2 Atividades Propostas ............................................................................................................................................59
12 LIDeRAnçA ........................................................................................................................................... 61
12.1 Características e Estilo do Líder ........................................................................................................................61
12.2 Líderes no Século XX ............................................................................................................................................62
12.3 Confiança ..................................................................................................................................................................63
12.4 Resumo do Capítulo .............................................................................................................................................65
12.5 Atividades Propostas ............................................................................................................................................65
13 CULtURA oRGAnIZACIonAL .................................................................................................. 67
13.1 Resumo do Capítulo .............................................................................................................................................68
13.2 Atividades Propostas ............................................................................................................................................68
14 ConSIDeRAçÕeS FInAIS ............................................................................................................ 69
ReSpoStAS CoMentADAS DAS AtIVIDADeS pRopoStAS ..................................... 71
ReFeRÊnCIAS ............................................................................................................................................. 77
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5
IntRoDUção
Caro(a) aluno(a),
O objetivo geral, do curso, é oferecer subsídios para um estudo sobre a ciência Psicologia e sua 
aplicabilidade no dia a dia, analisando conceitos importantes para a compreensão do comportamento 
do ser humano.
A apostila, assim como o curso, abordará a história da Psicologia, as principais influências ao longo 
dos anos, as atitudes, percepções, motivações e satisfação do indivíduo no contexto onde está inserido. 
Abordaremos as teorias e conceitos por diferentes autores, fazendo uma relação com o indivíduo, a so-
ciedade e a organização.
Dentro dessa perspectiva, o conteúdo está organizado de forma a promover uma relação entre o 
ser humano e sua complexidade, além de mostrar as transformações das teorias ao longo dos processos 
estudados.
 Dessa forma, analisaremos as funções e aplicações da Psicologia em diferentes atuações, a impor-
tância das teorias da personalidade para conhecer a si mesmo e o outro, os conceitos sobre inteligência, 
linguagem e comunicação para compreendermos melhor o comportamento do ser humano.
Discutiremos a importância de uma base para o desenvolvimento comportamental e cognitivo do 
indivíduo, a importância de se sentir e pertencer a um grupo, para sua própria realização e satisfação, 
além de compreendermos como isso influencia e afeta o comportamento dentro da sociedade e da or-
ganização onde se está alocado, aumentando ou diminuindo a sua produtividade e seu desempenho. 
Após isso, veremos as teorias motivacionais na visão de diferentes autores, os conceitos sobre lide-
rança, e sua importância na condução de um grupo além das suas influências, mudanças individuais e 
organizacionais, cultura organizacional e as psicopatologias que podem contribuir com o desempenho 
do indivíduo, entendendo assim o quanto pode afetar a organização, o outro e a si próprio.
Finalizando, buscamos trazer uma melhor compreensão da Psicologia, através do estudo do indiví-
duo como um todo, desmistificando conceitos errôneos e a credibilidade junto às demais ciências.
Será um prazer estarmos juntos neste módulo, espero contribuir com o desenvolvimento dos seus 
conhecimentos, colocando-me à sua disposição para eventuais dúvidas.
Grande abraço
Profa. Regina
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7
1 pSICoLoGIA: ConCeIto e HIStÓRIA
Querido(a) aluno(a), 
Você sabe o que é Psicologia? Etimologica-
mente falando, é formada por duas palavras gre-
gas, Psiché que significa alma, espírito, e Logos que 
é estudo, discurso. Assim pode-se dizer que Psico-
logia é o “estudo da alma”.
 Atualmente, a Psicologia é conhecida como 
a ciência que estuda o comportamento e os pro-
cessos mentais. Pode-se entender por comporta-
mento tudo aquilo que um organismo faz e que 
pode ser observado, e processos mentais são as ex-
periências, as sensações, percepções, pensamen-
tos, sentimentos que vivenciamos e expressamos 
através do comportamento.
Várias ciências estudam o homem, como a 
Antropologia, Economia, Sociologia dando dife-
rentes visões. Para Bock (2005), o objeto de estudo 
da Psicologia vai depender da área de cada um, se 
perguntarmos a um psicólogo comportamental 
qual o seu objeto de estudo este dirá é o estudo do 
comportamento. Se perguntarmos a um Psicólogo 
psicanalista, este dirá que é o estudo do incons-
ciente.
 Portanto a diversidade de objetos de estudo 
é devido ao pouco tempo de existência da Psico-
logia como ciência e porque os fenômenos psico-
lógicos são diversos acarretando a construção de 
várias teorias para explicá-los. 
Você já deve ter ouvido falar que a história da 
Psicologia tem por volta de dois milênios e se inicia 
com os filósofos gregos.
Filósofos como Platão e Aristóteles começa-
ram a estudar o homem e sua interioridade. A alma 
ou espírito era concebido como parte imaterial do 
ser humano e envolvia: pensamento, sentimentos 
de amor e ódio, irracionalidade, desejo, sensação 
e percepção. Os filósofos pré-socráticos definiam a 
relação do homem com o mundo através da per-
cepção. 
Desde esta época já existia uma oposição en-
tre os idealistas: o mundo existe porque o homem 
o vê. A ideia forma o mundo. Já os materialistas 
consideram que o homem vê um mundo que já 
existe. A matéria que forma o mundodepende da 
percepção de cada um.
Veja os principais pontos da Filosofia que 
contribuíram com a Psicologia:
Sócrates (469-399 a.C.) preocupava- se 
com os limites que separa o homem dos animais. 
A principal característica humana era a razão, que 
era definida como peculiaridade do homem ou 
como essência do ser humano. A razão permite ao 
homem sobrepor-se aos instintos, que é a base da 
irracionalidade.
Platão (427-347 a.C.), discípulo de Sócrates 
procurou definir um lugar para a razão no corpo. 
Definiu esse lugar como sendo a cabeça, onde se 
encontrava a alma do homem. A medula seria a 
ligação da alma e do corpo. Ele entendia a alma 
como separada do corpo, com a morte o corpo- a 
matéria desaparecia e a alma ficava livre para ocu-
par outro corpo.
1.1 Histórico
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8
Regina Mara Malpighi Santos
Aristóteles (384-322 a.C.) importante pen-
sador da história da filosofia inovou quando pos-
tulou que o corpo e a alma não poderiam ser dis-
sociados. A psyché seria o princípio ativo da vida. 
Tudo que cresce, reproduz e se alimenta possui a 
sua psyché. 
Segundo ele, a divisão dos vegetais, animais 
e homens quanto à alma seria:
ƒƒ Vegetais: teriam uma alma vegetativa e 
a função de alimentação e reprodução.
ƒƒ Animais: possuem uma alma vegetativa 
e sensitiva e teriam a função de percep-
ção e movimento.
ƒƒ Homem: teria a alma vegetativa, sensi-
tiva e a racional e diferente dos demais, 
teria a função pensante.
 
Você se lembra de que a idade Média e o Im-
pério Romano foram importantes, pois uma das 
principais características desse período foi o apa-
recimento e desenvolvimento do cristianismo que 
possuía uma força religiosa que passava a ser a for-
ça política dominante. 
Neste sentido, dois grandes filósofos repre-
sentaram esse período: Santo Agostinho (354-430) 
e São Tomás de Aquino (1225-1274). 
Santo Agostinho, inspirado em Platão, tam-
bém fazia a separação entre alma e corpo. A alma 
era a sede da razão e comprovava uma manifesta-
ção divina no homem. A alma era imortal porque 
ligava o homem a Deus e também era a sede do 
pensamento. 
São Tomás de Aquino vive numa época 
em que nascia o protestantismo, transição para o 
capitalismo, da revolução francesa e revolução in-
dustrial na Inglaterra. A crise econômica leva a so-
ciedade ao questionamento dos conhecimentos 
produzidos pela igreja. 
Assim como Aristóteles, ele também fez a 
distinção entre essência e existência. O homem na 
sua essência busca a perfeição através de sua exis-
tência. Só Deus seria capaz de reunir a essência e a 
existência igualmente. 
Portanto, a busca da perfeição pelo homem 
seria a busca de Deus e através de argumentos ra-
cionais procurava justificar os dogmas da igreja, 
garantindo o monopólio dela no estudo do psi-
quismo. 
Como você deve estar lembrado foi na época 
do Renascimento que vários eventos importantes 
ocorreram, tais como: descoberta de novas terras 
(América), do caminho para as Índias, rota do Pací-
fico, acúmulo de riqueza de nações em formação 
(França, Itália, Espanha, Inglaterra); com isso come-
ça uma nova organização econômica e social tra-
zendo a valorização do homem. 
A história nos conta que vários avanços ocor-
rem, fortalecendo a construção de conhecimentos 
científicos. O filósofo René Descartes (1596-1659) 
contribui postulando a separação entre mente e 
corpo, observa que o homem possui uma substân-
cia material e uma substância pensante.
 Gostaria que você pensasse em uma máqui-
na, como essa funciona? O corpo sem espírito é 
máquina sem motor, é morto. Esse dualismo per-
mitiu o estudo do homem possibilitando o avanço 
da anatomia e da fisiologia, que contribuíram em 
muito com a Psicologia. 
No século XIX, o capitalismo trouxe o proces-
so de industrialização, no qual a ciência deveria dar 
respostas e soluções práticas.
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Psicologia e Comportamento Organizacional
9
Em meados do século XIX, a ciência passa a 
ter um papel fundamental, pois leva o homem ver 
a construção de novos conhecimentos que antes 
eram regidos por dogmas religiosos.
Temas que antes eram estudados pelos filó-
sofos, passam a ser estudada também pela Fisio-
logia e Neurofisiologia, descobrindo, por exemplo, 
que a doença mental poderia ter ação de diversos 
fatores sobre as células cerebrais. Na Neuroanato-
mia a atividade motora nem sempre estaria ligada 
à consciência. Na Psicofísica, o estudo da fisiologia 
do olho e a percepção das cores acabam contri-
buindo com a Psicologia Científica.
Vários outros estudiosos e pesquisadores 
começam a definir o objeto de estudo da Psicolo-
gia: comportamento, vida psíquica e consciência, 
passando a formular métodos de estudos e teorias, 
estabelecer critérios básicos importantes como co-
nhecimento científico, dados que possam ser com-
provados e servirem de experimentos para novas 
pesquisas.
Você já deve ter ouvido falar que foi na Ale-
manha, fim do século XIX, início do século XX, que 
Wundt, Weber e Fechner juntos na Universidade 
de Leipzig ajudam a Psicologia a ganhar status de 
ciência e se libertar da Filosofia, surgindo novas 
abordagens ou influências que vão dar origem a 
teorias que permanecem até hoje.
Funcionalismo - William James (1842-1910): 
é considerada a primeira escola a se preocupar 
com “o que fazem os homens?” e “por que fazem?” 
(BOCK, 2005). Segundo o autor, a consciência é o 
centro de suas preocupações e busca a compreen-
são de seu funcionamento na medida em que a usa 
para adaptar-se ao meio. James buscou entender 
os processos mentais como atividades necessá-
rias para os seres vivos, dotados de emoção, ação, 
conhecimento e razão, procurando explicar que a 
mente funciona de forma continua, seletiva, e ca-
pacita o homem a fazer escolhas. 
Estruturalismo - Edward Titchner (1867-
1927) preocupou-se em conhecer a consciência, 
nos aspectos estruturais - sistema nervoso central, 
onde para determinar a estrutura da mente, na 
tentativa de compreender os fenômenos mentais 
produzidos pelos estímulos ambientais. O conhe-
cimento era desenvolvido em laboratório, ficando 
conhecido como Pai da Psicologia Experimental. 
Defendeu como método de estudo a intros-
pecção (“olhar para dentro”) onde sujeitos procura-
vam descrever as suas sensações através das carac-
terísticas dos estímulos a que eram submetidos, ser 
contar o que já conheciam anteriormente.
A escola tomou como característica os ter-
mos que formam a estrutura da consciência ou 
mente: imagem, pensamento e sentimento através 
de uma experimentação ou observação.
O objeto de estudo era a experiência em si 
que acontece antes da reflexão, a experiência ime-
diata, livre de qualquer interpretação que possa in-
cluir as sensações, sentimentos e emoções.
Segundo Titchner, a mente é a junção de to-
dos os fenômenos mentais, que podem ser dividi-
do em sensação, imagens e sentimentos, podendo 
ter qualidade, intensidade, duração e vivacidade.
Portanto, nomear a sensação, identificar a in-
tensidade com que ela se apresenta e registrar sua 
duração são trabalhos do sujeito experimental na 
Psicologia.
Associacionismo - Edward L. Thorndike 
(1874-1949) formulou a primeira teoria da apren-
dizagem na Psicologia. Para qualquer indivíduo 
aprender precisa passar por processo de associar 
as ideias ao conteúdo, isto é, todo comportamen-
to tende a ser repetido se não for castigado, o que 
denominou Lei do Efeito que seria o organismo as-
sociar situações a outras semelhantes.
 
1.2 Primeiras Escolas em Psicologia Científica
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
10
Regina Mara Malpighi Santos
Behaviorismo - John B. Watson (1913): pala-
vra de origem inglesa que em português significa 
“comportamento”. Afirma que o objetode estudo 
é o comportamento observável, seja nos homens 
como nos animais, pensamentos ou linguagem, 
não passam de respostas fisiológicas complexas a 
estímulos externos. 
Neste sentido procurou determinar as leis 
que regiam a relação entre a ocorrência de certos 
eventos ambientais (estímulos) e o comportamen-
to observável (respostas). 
Todo o comportamento é aprendido, o ho-
mem é um produto das experiências. 
Para Watson, o objeto de estudo da psicolo-
gia era todo tipo de comportamento (o agir, o ser 
e suas explicações); e não só como sentimentos ou 
expressamos os pensamentos, até então os únicos 
objetos da psicologia.
Precisava também encontrar um novo obje-
to de estudo da psicologia que explicassem o com-
portamento, mas que não fossem conceitos men-
tais, como sentimento, percepção, cognição.
Caro(a) aluno(a), na Rússia, um fisiologista 
chamado Ivan P. Pavlov realizava experimentos 
com cães, o que ajudou a descrever o condiciona-
mento. Ele percebeu que o cão salivava na presen-
ça de cheiros, visualização da carne. Concluiu que 
o reflexo da saliva estava ligado a outros estímulos 
como o visual, olfativo e auditivo e que poderiam 
estar ligados ou não a comida.
Chamou de reflexo condicionado ou respos-
ta condicionada – o estímulo apresentado para de-
terminado comportamento (cão salivar).
Então Watson passou a utilizar os conceitos 
estudados sobre o reflexo, para explicar tudo aqui-
lo que ele chamava de comportamento, interes-
sante isso, não?
B.F.Skinner, behaviorista metodológico, con-
siderava que a base do comportamento visível tem 
ligação com o desempenho resultante da ação e 
para estudar este processo de aprendizagem, de-
senvolveu uma caixa em formato de cubo, que fi-
cou conhecida como “Caixa de Skinner”. 
A caixa, geralmente, é construída com di-
mensões específicas, com fundo removível, porta 
transparente, jogo de luzes no teto, barra na parede 
lateral, a e um aparelho que quantifica a frequência 
com que à barra é acionada. 
Com a caixa, Skinner fez experimento com 
uma ”cobaia” (rato privado de alimento e água por 
um determinado período, ao pressionar a barra o 
mecanismo era acionado liberando uma gota de 
água). 
Pode-se dizer que o pressionar ou não a barra 
foi aleatório, ao acaso, uma exploração do ambien-
te onde estava. Então, a análise experimental do 
comportamento é a relação de dependência esta-
belecida entre a ‘resposta’ do sujeito (pressionar a 
barra) e a consequência vinda de seu ambiente.
O processo de aprendizado de um novo 
comportamento é feito por reforços diferenciais, 
chamado de modelagem, onde algumas respostas 
são reforçadas e outras não, possibilitando que o 
organismo se aproxime cada vez mais da resposta 
final.
1.3 Principais Escolas na Psicologia do Século XX
Saiba maisSaiba mais
Saiba maisSaiba mais
Reforço, seja qualquer um, pode ser de-
finido como um evento que ocorre após 
a ‘resposta’ do organismo. Toda conse-
qüência de uma ação, que aumenta a 
freqüência de uma resposta (comporta-
mento).
A aprendizagem dos comportamentos é 
a ação do organismo sobre o meio e o 
efeito resultante é a satisfação de algu-
ma necessidade. 
(BOCK, 2005)
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
Psicologia e Comportamento Organizacional
11
 Veja que as respostas intermediárias não 
constituem erros, e sim variações próprias aos or-
ganismos vivos e complementares ao processo de 
seleção. 
Querido(a) aluno(a), os reforços podem ocor-
rer de duas formas: positivo ou negativo. O positi-
vo é quando todo ou qualquer evento aumento a 
possibilidade de uma resposta, por exemplo, tudo 
aquilo que fortalece um comportamento (elogio, 
dinheiro, reconhecimento) e o negativo, todo o 
evento que aumenta a probabilidade da resposta 
que o remove, isto é, quando você coloca o seu 
despertador ou celular para tocar pela manhã, ao 
escutar seu som você o desliga, porque aquele som 
representa que você terá que levantar, portanto a 
ação do organismo tem como consequência da re-
moção de algo já presente. 
Para Skinner existem os reforçadores primá-
rios, secundários e generalizados. Os primários 
podem ser o alimento e o afeto. Ambos podem 
ser usados para aumentar a frequência de uma res-
posta. 
Vamos exemplificar através da rotina diária, 
filho precisa ir para a escola e não terminou a lição, 
a mãe só deixa o filho almoçar quando este termi-
nar o dever de casa.
 Já os demais reforçadores, dependem dos 
primários para se tornarem efetivos, isto é, eles pre-
cisam acompanhar os primários por certo tempo 
para que possam agir por si. 
No dia a dia a atenção que recebemos de 
outra pessoa é um grande exemplo de reforçador 
secundário. Esses reforçadores podem ser apresen-
tados de forma contínua ou intermitente.
ƒƒ Extinção – é o conjunto de relação de um 
indivíduo com o ambiente para eliminar 
uma resposta e o reforço é interrompido 
abruptamente.
ƒƒ Punição – retirar um estímulo reforçador 
positivo a uma dada resposta, acarre-
tando a diminuição temporária da fre-
quência dessa mesma resposta. Pode-se 
exemplificar com o trânsito, com todas 
as multas aplicadas não motiva os moto-
ristas a mudarem o comportamento no 
trânsito.
Gestalt – Ernest Mach (1838-1916), Max 
Wertheimer (1880-1943) e Kurt Kofka (1886-1941). 
A palavra “gestalt” de origem alemã não pos-
sui uma tradução para o português, mas pode sig-
nificar “forma”, “configuração”, “padrão” ou “estrutu-
ra”. 
A teoria da gestalt considera a percepção 
como um todo, e parte deste todo para explicar as 
partes; enquanto que os associacionistas partiam 
das partes para explicar o todo.
O todo é percebido antes das partes que o 
constituem. A forma corresponde à maneira como 
as partes estão dispostas no todo. O todo não é a 
soma das partes, na realidade, elas organizam-se 
segundo determinadas leis. 
Observe que para os gestaltistas a nossa ex-
periência depende dos modelos, das estruturas 
que os estímulos despertam, na organização da 
nossa experiência. O nosso comportamento – aqui 
e agora é considerado como a figura, o foco da al-
teração e os outros eventos são o fundo – fome, 
música, ruídos etc.
Segundo a Gestalt tudo o que vemos ou per-
cebemos está relacionado com a totalidade do 
campo de observação. A percepção que você tem 
depende da configuração do processo mental de 
cada um.
O comportamento de um indivíduo pode-
ria ser analisado em função do campo psicológico 
onde ele está atuando em determinado momento, 
em função das relações com o meio e com outras 
pessoas.
O processo de percepção ocorre como uma 
ilusão, é o resultado de uma ação e reação.
Todos os fatos mentais, estado emocional, 
forte desejo ou atitude, pode ser visto como influ-
ência em uma resposta perceptiva.
Estudos realizados sobre a percepção vêm 
colaborando para entender melhor o comporta-
mento humano e explicar os porquês e como per-
cebemos os eventos, pessoas e objetos no meio 
ambiente. 
 A Gestalt estava preocupada em compreen-
der quais eram os processos psicológicos envolvi-
dos na ilusão de ótica, quando o estímulo físico é 
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
12
Regina Mara Malpighi Santos
percebido pelo sujeito com uma forma diferente 
do que ele é na realidade.
O caso clássico é o cinema, como citado por 
Bock (2005). A fita cinematográfica é composta de 
fotogramas com imagens estáticas. O movimento 
que vemos na tela é uma ilusão de ótica causada 
pelo fenômeno da pós-imagem da retina, porque 
qualquer imagem que vemos demora um pouco 
para se ‘apagar’ da nossa retina. As imagens vão se 
sobrepondo em nossa retina e o que percebemos 
é um movimento. Mas o que de fato é projetado 
na tela é uma fotografia estática, tal como uma 
sequência de slides. 
A Gestalt estuda a organização da nossa per-cepção através de um conjunto de leis que foram 
denominadas de:
ƒƒ Leis da proximidade – perante elementos 
diversos têm tendência a agrupar aque-
les que se encontram mais próximos. 
ƒƒ Leis da semelhança – perante elementos 
diversos têm tendência a agrupar por se-
melhanças.
ƒƒ Leis da continuidade – perante algo ina-
cabado têm tendência a acabar.
ƒƒ Lei da Forma e Fundo – quando observa-
mos algo, separamos espontaneamente 
a “figura” do “fundo”.
Psicanálise – Sigmund Freud (1856-1939) 
nasceu em Freiberg, Moravia, hoje Eslováquia, filho 
mais velho de pais judeus. Estudou Medicina em 
Viena onde teve maior interesse na neurologia.
Pacientes com distúrbios nervosos apresen-
tavam ideias que poderiam estar reprimidas e eram 
expressas através dos sintomas como: dificuldades 
de expressão do pensamento, rigidez muscular. 
Freud através da prática médica usa a hipno-
se para descobrir a origem dos sintomas. Desenvol-
veu um novo método, a associação livre onde os 
pacientes repousavam sobre um divã e eram en-
corajados a dizer tudo que vinha à mente, todos e 
quaisquer pensamentos, inclusive os seus sonhos. 
Desenvolve em 1900 a primeira concepção 
sobre a estrutura e funcionamento da personalida-
de (como veremos nas teorias da personalidade – 
psicanalítica).
Humanista – Maslow e Rogers
Os humanistas surgem no meado do século 
XX com o argumento de que o ser humano im-
plica mais em satisfazer ou controlar seus desejos 
animais do que procurar prazer ou evitar a dor. Co-
meçam a trabalhar questões relacionadas a todos 
os seres humanos, como ajudarem uns aos outros, 
pertencer a uma família e à sociedade.
Uma das premissas fundamentais da teoria 
de Carl Rogers é o pressuposto de que as pessoas 
usam sua experiência para se definir. Assim as pes-
soas plenamente funcionais ou psicologicamente 
saudáveis, apresentam as seguintes características:
ƒƒ Mente aberta para aceitar qualquer tipo 
de experiência e de novidades;
ƒƒ Tendência a viver plenamente cada mo-
mento;
ƒƒ Capacidade para se orientar pelos pró-
prios instintos e não pelas opiniões ou 
razões de outras pessoas;
ƒƒ Senso de liberdade em pensamento e 
ação;
ƒƒ Alto grau de criatividade; 
ƒƒ A necessidade contínua de maximizar o 
seu potencial.
Rogers passa a ser o único a questionar a va-
lidade do conhecimento objetivo, na tentativa de 
compreender a experiência de outra pessoa. Usa o 
conhecimento como interpessoal tornando a es-
sência da terapia centrada no cliente. É a prática da 
compreensão empática. Penetrar no mundo subje-
tivo do outro para ver se a compreensão da opinião 
dele é correta ou se concorda com o próprio ponto 
de vista, no sentido de compreender a experiência 
do outro como correta ou não, fazendo um auto-
questionamento.
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Psicologia e Comportamento Organizacional
13
O tipo de conhecimento que vamos acumu-
lando no nosso cotidiano é chamado de senso co-
mum. É passado de geração para geração, como 
um hábito ou um costume tradicional. Quando a 
dona de casa usa a garrafa térmica para manter o 
café quente, sabe por quanto tempo ele permane-
cerá razoavelmente quente, sem fazer nenhum cál-
culo complicado e, muitas vezes, desconhecendo 
completamente as leis da termodinâmica. 
O conhecimento do senso comum é intuitivo, 
espontâneo, de tentativas e erros. É um conheci-
mento importante porque sem ele a nossa vida no 
dia a dia seria muito complicada. O senso comum 
percorre um caminho que vai do hábito à tradição, 
que passa de geração para geração. Integra de um 
modo o conhecimento humano.
A utilização de termos como ‘rapaz comple-
xado’, ‘mulher louca’, ‘menino hiperativo’, expressa 
a comunicação do senso comum acerca do com-
portamento humano, que muitas vezes não ocorre 
de maneira científica. Os termos podem até ser da 
psicologia científica, mas são usados sem a preocu-
pação de definir as palavras.
Quando buscamos definir, descrever e prever 
comportamentos estamos fazendo ciência. O cien-
tista do comportamento (da psicologia) não fica 
satisfeito com conceitos generalizados e rotulados 
(complexado, louco, “nasceu assim”) sem compro-
misso e apenas baseados em ‘achismos’ e observa-
ções superficiais. Ele quer observações sistematiza-
das, conhecimento metodológico, experimentado, 
testado, comprovado. Ex: ‘mulher louca’, o que é 
loucura? Quais os sintomas? Que tipo de loucura? 
Quando fazemos ciência, baseamo-nos na 
realidade cotidiana e pensamos sobre ela. Quando 
bem utilizada, a ciência permite que o saber seja 
transmitido, verificado, utilizado e desenvolvido. 
Não se pode entender comportamento sem 
um contexto, sem a descrição de eventos antece-
dentes e consequentes do evento descrito. Por isso 
os conceitos de comportamento e ambiente são 
interdependentes, um não pode ser definido sem 
referência ao outro. 
O agir, o sentir e o pensar estão em função 
de variáveis ambientais (meio ambiente) que são 
os eventos antecedentes e consequentes. Note 
bem que não é o homem e sim o comportamen-
to do homem que está sendo interagindo cons-
tantemente com os estímulos que antecedem o 
seu comportamento, e o seu comportamento está 
constantemente tendo consequências no ambien-
te e sendo interagido por elas.
1.4 Psicologia Científica X Senso Comum
DicionárioDicionário
Ciência é um conjunto de conhecimentos so-
bre fatos ou aspectos da realidade obtidos por 
meio de metodologia científica.
Saiba maisSaiba mais
Saiba maisSaiba mais
Psicologia é ciência 
1. Por que tem um objeto específico 
de estudo: o homem - ser huma-
no em seu sentido amplo. 
2. Utiliza uma linguagem precisa e 
rigorosa: não utiliza termos do 
senso comum sem preocupação 
conceitual.
3. Utiliza métodos e técnicas espe-
cíficas: entrevistas estruturais, 
testes, técnicas de terapia, den-
tre outras, obtidas de maneiras 
programadas, sistemáticas e con-
troladas, para que se permita a 
verificação da validade da ciência 
e permitindo a reprodução da ex-
periência.
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14
Regina Mara Malpighi Santos
Meio ambiente (estímulos) as influências 
sobre o organismo que determinam o comporta-
mento; tudo aquilo que afeta o comportamento. 
Um estímulo é um ‘pedaço’ do ambiente que pode 
ser interno ou externo ao organismo.
Os homens agem sobre o mundo, modifi-
cam-no e, por sua vez são modificados pelas con-
sequências de sua ação (SKINNER, 1978). Assim, 
além conhecer o organismo e as suas interações, é 
necessário conhecer os diversos ambientes o qual 
um organismo pode se interagir. 
O ambiente que o indivíduo interage pode 
ser analisado sob dois prismas:
ƒƒ Ambiente externo, o físico e social, que é 
alterado pelo comportamento por meio 
das ações mecânicas sobre ele e pelas in-
terações do indivíduo com o social.
ƒƒ Ambiente interno o biológico e histórico, 
formado pelos processos biológicos e as 
experiências passadas de cada indivíduo, 
pois o organismo transporta consigo os 
resultados de suas interações passadas. 
O homem moderno deve ser entendido sob 
um aspecto biopsicossocial. Toda história de vida 
deve ser analisada sob influências biológicas, psi-
cológicas e sociais, aspectos esse que são interli-
gados. Ele recebe influências do seu organismo 
internamente (genética, vírus, bactérias, doenças 
congênitas, defeitos estruturais), da sua percepção 
própria, experiências e vivências de mundo (ações, 
pensamentos e sentimentos) e da sua interação 
com os diversos grupos (família, amigos), a socie-
dade e sua cultura.
Também o homem biopsicossocial recebe 
diferentes influências do meio ao longo de sua 
vida. Muitas áreas são importantes para a análise 
do comportamento humano, tais como: afetiva, 
familiar, conjugal, sexual, interpessoal (amizades), 
lazer,social, escolar, religiosa, trabalho, biológica 
(doenças), ambiente cultural, questões morais, re-
gras sociais, costumes.
Você deve estar se perguntando: Se o ho-
mem é o objeto de estudo, por que estudar ani-
mais na psicologia? 
Porque apesar de existir vários experimentos 
psicológicos que utilizam animais, o enfoque está 
nos processos psicológicos básicos que acontece 
tanto em animais como nos humanos (ex. medo), 
levando-se em conta que o animal passa a ser mais 
fácil de ser manuseado e de se impor limite quanto: 
ƒƒ 1° Ética – Muitas pesquisas não podem 
ser realizadas com seres humanos 
ƒƒ 2° Praticidade – Os animais são bem 
cooperativos, por ser mais cômodo e 
podem ser estudados com facilidade du-
rante longos períodos. 
ƒƒ 3° Facilidade – Em detectar processos 
básicos comportamentais e mentais em 
animais e transpor os achados para seres 
humanos, tais como: movimentos, fome, 
sono ou sede.
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Psicologia e Comportamento Organizacional
15
1.5 Resumo do Capítulo
Querido(a) aluno(a), 
Neste capítulo estudamos o nascimento da Psicologia e o quanto a Filosofia contribuiu com os seus 
pensadores para o desenvolvimento e questionamento do ser humano. 
Vimos como as evoluções ao longo do tempo e os avanços tecnológicos e científicos ajudaram o 
homem a refletir e questionar sobre qual papel deve exercer ou influenciar no meio onde está inserido.
Observamos os avanços e as influências no desenvolvimento para uma melhor compreensão do 
ser humano através das diferentes escolas em seu comportamento, notando que o homem precisa man-
ter uma relação com esse meio onde ele é estimulado a dar diferentes respostas, a entender, e diferenciar 
o todo em sua essência. 
Para isso, a psicologia foi se fortalecendo como ciência, pois saiu dos questionamentos e passou a 
ser experimentada em laboratórios, com técnicas e teorias diferenciadas com uma linguagem rigorosa, 
comprovada e científica através de dados recolhidos anteriormente.
Agora que terminamos este capítulo, vamos verificar se você fixou bem o conteúdo. Assim, respon-
da às perguntas abaixo:
1. Qual a importância de conhecer o desenvolvimento histórico da Psicologia?
2. Quais critérios que a Psicologia deveria satisfazer para ser considerada uma “ciência”?
3. Quais as principais teorias em Psicologia no século XX?
1.6 Atividades Propostas
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17
Prezado(a) aluno(a),
Neste capítulo veremos que psicólogos e 
psiquiatras muitas vezes ocupam empregos seme-
lhantes. Ambos os profissionais podem trabalhar 
em campos ligados à saúde mental, diagnostican-
do e tratando de pessoas com problemas psicoló-
gicos leves e graves. A grande diferença entre esses 
especialistas esta na sua formação.
Pode-se definir como Psicólogo aquela pes-
soa que passa cerca de cinco anos na faculdade 
aprendendo sobre comportamento normal e anor-
mal, sobre diagnóstico e tratamento para vários 
comportamentos humanos. Após se formarem de-
vem, por questão ética, se especializar e aprofun-
dar sua formação em uma ou mais áreas.
Psiquiatra é aquela pessoa que estuda medi-
cina, se qualifica ou especializa em uma instituição 
de saúde mental, hospital ou clínica, para tratar de 
distúrbios emocionais, utilizando da farmacotera-
pia (remédios), cirurgia e eletroconvulsoterapia, 
dentre outros processos médicos. 
Como a formação do psiquiatra é em medici-
na, seu foco é voltado para a cura de problemas do 
corpo, isto é, a causa de distúrbios comportamen-
tais está nas alterações bioquímicas e neurológicas.
O Psicólogo trabalha em diferentes áreas 
como profissional, atua no âmbito da educação, 
saúde, lazer, trabalho, segurança, justiça, comuni-
dades e comunicação com o objetivo de promover, 
em seu trabalho, o respeito à dignidade e integri-
dade do ser humano.
Veja a seguir quais são as atribuições profis-
sionais do psicólogo:
ƒƒ Estuda e analisa os processos intrapesso-
ais e relações interpessoais, possibilitan-
do a compreensão do comportamento 
humano individual e de grupo, no âm-
bito das instituições de várias naturezas, 
onde quer que se deem estas relações. 
ƒƒ Aplica conhecimento teórico e técnico 
da psicologia, com o objetivo de identi-
ficar e intervir nos fatores determinantes 
das ações e dos sujeitos, em suas histó-
rias pessoais, familiares e sociais, vincu-
lando-as também a condições políticas, 
históricas e culturais.
ƒƒ Analisa a influência de fatores hereditá-
rios, ambientais e psicossociais sobre os 
sujeitos na sua dinâmica intrapsíquica e 
nas suas relações sociais, para orientar-se 
no psicodiagnóstico e atendimento psi-
cológico;
ƒƒ Promove a saúde mental na prevenção e 
no tratamento dos distúrbios psíquicos, 
atuando para favorecer um amplo de-
senvolvimento psicossocial;
ƒƒ Elabora e aplica técnicas de exame psi-
cológico, utilizando seu conhecimento 
e práticas metodológicas específicas, 
para conhecimento das condições do 
desenvolvimento da personalidade, dos 
processos intrapsíquicos e das relações 
interpessoais, efetuando ou encami-
nhando para atendimento apropriado, 
conforme a necessidade;
ƒƒ Formula hipóteses e a sua comprovação 
experimental, observando a realidade e 
efetivando experiências de laboratórios e 
de outra natureza, para obter elementos 
relevantes ao estudo dos processos de 
desenvolvimento, inteligência, aprendi-
zagem, personalidade e outros aspectos 
do comportamento humano e animal.
2 AtRIBUIçÕeS e ÁReAS De AtUAção DoS pSICÓLoGoS 
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18
Regina Mara Malpighi Santos
Observe que cada dia mais a atuação do pro-
fissional psicólogo tem se expandido para outras 
áreas, como organizações, hospitais, escolas, tribu-
nais de Justiça, marketing, esportes, aviação e en-
genharia, dentre outros. Devido a essa ampliação e 
as formas diferentes de atuação exigidas, torna-se 
necessário cada vez mais uma atenção focalizada 
para os valores e princípios fundamentais ao exer-
cício ético da profissão. Esse exercício ético tem 
como base filosófica conduzir o indivíduo ao bem-
-estar evitando ao máximo o sofrimento psíquico. 
 Como você vem notando, o psicólogo de-
sempenha suas funções ou tarefas profissionais 
tanto individualmente como com equipes multi-
profissionais e para tanto pode exercer a atividade 
como:
1. Psicólogo do Trabalho e/ou Organiza-
cional – Em empresas públicas ou privadas fazen-
do a implantação da política de recursos humanos 
das organizações, descrição e análises de trabalho, 
recrutamento e seleção de pessoal, utilizando mé-
todos e técnicas de avaliação, programas de trei-
namento e formação de mão de obra, avaliação 
pessoal, capacitação e desenvolvimento de recur-
sos humanos, segurança, organização do trabalho 
e definição de papéis ocupacionais: produtividade, 
remuneração, incentivo, rotatividade, absenteísmo 
e evasão, identificação das necessidades humanas 
em face da construção de projetos e equipamen-
tos de trabalho (ergonomia), programas educa-
cionais, culturais, recreativos e de higiene mental, 
com vistas a assegurar a preservação da saúde e da 
qualidade de vida do trabalhador, processo de des-
ligamento de funcionários, no que se refere à de-
missão e ao preparo para aposentadoria, visando à 
elaboração de novos projetos de vida.
2. Psicólogo da Saúde e Hospitalar – Atua 
em Hospitais, Ambulatórios, Centros e postos de 
saúde a fim de identificar e compreender os fatores 
emocionais que intervém na saúde geral do indiví-
duo.
3. Psicólogo Clínico – Trabalha em consul-
tórios ou clínicas especializadas realizando terapia 
individual, de grupo, casal, familiar, infantil, sexual 
e dependendo da demanda psicológica, faz acom-
panhamento psicológico, intervenção psicoterápi-
ca individual ou em grupo, pormeio de diferentes 
abordagens teóricas, entrevistas, observação, tes-
tes e dinâmica de grupo, com vistas à prevenção e 
tratamento de problemas psíquicos.
4. Psicólogo Educacional – Atua em cre-
ches, escolas desenvolvendo com os pais, alunos, 
diretores, professores, técnicos e pessoal adminis-
trativo diferentes atividades visando a prevenir, 
identificar e resolver problemas psicossociais que 
possam bloquear, na escola, o desenvolvimento 
de potencialidades, a autorrealização e o exercício 
da cidadania consciente, compreensão e mudança 
do comportamento de educadores e educandos, 
no processo de ensino, aprendizagem, interven-
ção psicopedagógica individual ou em grupo, pro-
gramas de orientação profissional, programas de 
orientação profissional, elaboração de planos e po-
líticas referentes ao Sistema Educacional, visando 
promover a qualidade, a valorização e a democrati-
zação do ensino.
5. Psicólogo Jurídico, Forense e Penitenci-
ário – Pode atuar em varas da criança e do adoles-
cente, de família, cível, criminal, penitenciárias, nas 
instituições governamentais e não governamentais 
planejando e executando políticas de cidadania, 
direitos humanos e prevenção da violência, dando 
orientação de dados psicológicos, repassado não 
só para os juristas como também aos sujeitos que 
carecem de tal intervenção, formulação, revisões e 
interpretação das leis, avaliam as condições inte-
lectuais e emocionais de crianças, adolescentes e 
adultos em conexão com processos jurídicos, seja 
por deficiência mental e insanidade, testamentos 
contestados, aceitação em lares adotivos, posse e 
guarda de crianças ou determinação da responsa-
bilidade legal por atos criminosos, perito judicial 
nas varas cíveis, criminais, justiça do trabalho, da 
família, da criança e do adolescente, elaborando 
laudos, pareceres e perícias a serem anexados aos 
processos, atendimento e orientação a detentos e 
seus familiares, programas socioeducativos desti-
nados à criança de rua, abandonadas ou infratoras, 
tarefas educativas e profissionais que os internos 
possam exercer nos estabelecimentos penais.
6. Psicólogo do Trânsito – Atua em clínicas 
de trânsito realizando exames psicológicos (psico-
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Psicologia e Comportamento Organizacional
19
técnicos). Pode elaborar e implantar questões re-
ferentes à transmissão, recepção e retenção de in-
formações, campanhas de prevenção de acidentes, 
educação no trânsito, comportamento individual e 
coletivo na situação de trânsito, especialmente nos 
complexos urbanos, implicações psicológicas do 
alcoolismo e de outros distúrbios nas situações de 
trânsito.
7. Psicólogo do Esporte – Atua em associa-
ções esportivas, clubes esportivos realizando exa-
me das características psicológicas dos esportis-
tas, visando o diagnóstico individual ou do grupo, 
realização pessoal, melhoria do desempenho do 
esportista e em grupo, favorecendo a otimização 
das relações entre esportistas, pessoal técnico e di-
rigentes. Elabora estudos das variáveis psicológicas 
que interferem no desempenho de suas atividades 
específicas (treinos, torneios e competições), opor-
tunizando a formação através da prática das ativi-
dades esportivas e seus aspectos psicológicos.
Segundo Bock (2005), alguns dos “desconhe-
cimentos” da Psicologia têm levado os psicólogos 
a buscarem respostas em outros campos do saber 
humano. Com isso, algumas práticas não psicoló-
gicas têm sido associadas às práticas psicológicas, 
como por exemplo, o tarô, a astrologia, a quiro-
mancia, a numerologia, entre outras práticas adivi-
nhatórias/místicas. 
Estas não são práticas psicológicas! São ou-
tras formas de saber que não podem ser confundi-
das com a Psicologia, pois não são construídas no 
campo da ciência, a partir de métodos e princípios 
científicos, e estão em oposição aos princípios da 
psicologia que vê o homem não como um ser com 
destino pronto, mas sim como um ser que constrói 
seu futuro ao agir sobre o mundo e receber as in-
fluências deste mundo.
É preciso ponderar que esse campo frontei-
riço entre a psicologia científica e a especulação 
mística deve ser tratado com o devido cuidado. 
Portanto, não se deve misturar a psicologia com 
práticas adivinhatórias ou místicas que estão ba-
seadas em pressupostos diversos e opostos ao da 
psicologia.
 Por outro lado, é preciso estar aberto para o 
novo, atento a novos conhecimentos que, tendo 
sido estudados no âmbito da ciência, podem trazer 
novos saberes, ou seja, novas respostas para per-
guntas ainda não respondidas. 
Saiba maisSaiba mais
Saiba maisSaiba mais
A Psicologia não consegue explicar mui-
tas coisas sobre o homem, pois é uma 
ciência relativamente nova, com pouco 
mais de cem anos. Além disso, novas 
perguntas sempre surgirão, não esgo-
tará o que há para ser conhecido, pois a 
humanidade está em permanente mu-
dança, quebrando paradigmas, criando 
novas expectativas, novos alvos e procu-
rando novas motivações.
Caro(a) aluno(a), 
Neste capítulo traçamos os diferentes segmentos da Psicologia e suas atuações como uma ciência 
multiprofissional, pois ao estudar o comportamento do ser humano vemos como este pode moldar e se 
moldado no meio onde vive.
Por se tratar de uma ciência nova temos que tomar cuidado com certos segmentos que se dizem 
da psicologia, mas são tratados com certa obscuridade ou misticismo.
2.1 Resumo do Capítulo
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20
Regina Mara Malpighi Santos
Para finalizar o capítulo, vamos realizar alguns exercícios para verificar o seu aprendizado. Respon-
da às questões abaixo:
1. Como se distingue o psicólogo, do psiquiatra e do psicanalista?
2. O que faz o psicólogo nas organizações?
2.2 Atividades Propostas
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21
Caro(a) aluno(a), 
A personalidade pode ser conceituada como 
um agrupamento de características internas e ex-
ternas peculiares e permanentes do caráter de uma 
pessoa que influenciaram o comportamento em si-
tuações diferentes. Para Schultz (2002), a avaliação 
da personalidade pode ser através de técnicas e 
testes apropriados.
Observe abaixo os fatores que influenciam a 
personalidade:
ƒƒ Influências Hereditárias à na determina-
ção do temperamento estão às variações 
individuais do organismo, concretamen-
te a constituição física e o funcionamen-
to dos sistemas nervoso e endócrino, que 
são em grande parte hereditários.
ƒƒ Meio Social à família, grupos e cultura a 
que se pertence – desempenha um pa-
pel determinante na construção da per-
sonalidade. A personalidade forma-se 
num processo interativo com os sistemas 
de vida que a envolvem: a família, o gru-
po de pares etc. O tipo de ambiente e de 
clima vivenciado influencia a personali-
dade.
ƒƒ Experiências Pessoais à são todas as 
vivências que ocorrem na nossa vida. A 
qualidade das relações precoces e o pro-
cesso de vinculação na relação da díade 
mãe/ filho parecem ser fundamentais na 
estruturação e organização da personali-
dade. A complexidade das relações fami-
liares vai influenciar as capacidades cog-
nitivas, linguísticas e afetivas, processos 
de autonomia, de socialização, de cons-
trução de valores das crianças e jovens.
3 teoRIAS DA peRSonALIDADe
Freud nasceu em 6 de maio de 1856, hoje Re-
pública Checa, Pribor. Estudou Medicina e em 1896 
convenceu-se que os conflitos sexuais eram a cau-
sa básica de todas as neuroses.
No sistema de Freud, representações mentais 
de estímulos internos como fome levam o indiví-
duo a tomar determinada atitude. O impulso de 
assegurar a sobrevivência do indivíduo e da espé-
cie satisfazendo a necessidade de água, comida e 
sexo, denominou como sendo o instinto de vida. 
Para ele a forma de energia psíquica manifestada 
pelos instintos de vidaque empurra a pessoa para 
comportamento e pensamentos prazerosos foi 
denominado de libido. O investimento de ener-
gia psíquica em um objeto ou pessoa denominou 
como catexia.
Há ainda o instinto de morte que é o impulso 
inconsciente na direção de degeneração, destrui-
ção e agressão. O impulso agressivo é a compulsão 
de destruir, subjugar e matar.
O conceito original de Freud dividia a perso-
nalidade em três níveis: consciente, pré-consciente 
e inconsciente. O consciente seria o significado 
normal do cotidiano, incluindo as sensações e ex-
periências das quais estamos cientes em todo o 
momento. O pré-consciente é o depósito de lem-
3.1 Teoria Psicanalítica
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22
Regina Mara Malpighi Santos
branças, percepções e ideias das quais não estamos 
cientes, mas que podemos trazer para o consciente. 
O inconsciente é o deposito de forças que não po-
demos controlar ou ver, é a morada dos instintos.
Mais tarde revisou este conceito e introduziu 
três estruturas básicas na personalidade. Denomi-
nou como ID o aspecto da personalidade aliado 
aos instintos, fonte de energia psíquica, que ope-
ra de acordo com o principio do prazer, portanto 
o ID opera para evitar a dor e maximizar o prazer. 
A segunda estrutura básica denominou de EGO, 
o aspecto racional da personalidade, responsável 
pela orientação e controle dos instintos de acordo 
com o principio da realidade. E a terceira estrutura 
denominou como SUPEREGO, o aspecto da moral 
da personalidade, a introjeção de valores e padrões 
dos pais e da sociedade.
O Ego fica no meio, pressionado por essas for-
ças e como resultado surge a ansiedade: temor do 
aparente, temor sem razão. A ansiedade é um sinal 
de que há um perigo, uma ameaça ao EGO que pre-
cisa ser neutralizado ou evitado.
Freud postulou mecanismos de defesa para 
ajudar a aliviar a ansiedade, observou que raramen-
te utilizamos um e sim vários deles ao mesmo tem-
po.
Como mecanismos de defesa temos: 
ƒƒ Repressão: negação inconsciente da exis-
tência de algo que causa a ansiedade. 
ƒƒ Negação: existência de uma ameaça ex-
terna a um evento traumático
ƒƒ Projeção: atribuição de um impulso per-
turbador a outra pessoa
ƒƒ Racionalização: a reinterpretação de um 
comportamento para torná-lo mais acei-
tável e menos ameaçador
ƒƒ Deslocamento: deslocamento do impul-
so do ID de um objeto ameaçador e in-
disponível para outro disponível.
ƒƒ Sublimação: Deslocamento do impulso 
do ID transformando a energia instintiva 
em comportamento socialmente aceitá-
vel.
Duane (2002) diz que, para Freud, todas as 
crianças passam pelos estágios: oral, anal, fálico e 
genital, nos quais a gratificação dos instintos do ID 
depende da estimulação das áreas corresponden-
tes ao corpo.
Quando há uma fixação, uma permanência 
em uma das fases psicossexuais do desenvolvi-
mento da criança isso pode ser devido à frustração 
ou à satisfação excessiva.
Fases de desenvolvimento
A fase oral vai de 0-1 ano de idade e tem 
como característica a boca como a principal zona 
erógena, o prazer é obtido pela sucção, morder 
e engolir. Quando as pessoas ficam fixadas nesta 
fase, tendem a ser pessimistas, hostis, agressivas e 
contestadoras.
A fase anal vai de 1-3 anos e tem como ca-
racterística o treinamento dos hábitos de higiene 
– treino ao toilete. A fixação nesta fase leva a pes-
soa a ser um indivíduo teimoso, mesquinho, rígido 
e compulsivamente limpo.
A fase fálica vai de 4-5 anos e sua caracterís-
tica é a fantasia incestuosa, desejo inconsciente 
do menino pela mãe acompanhado do anseio de 
substituir o pai, o chamado de Complexo de Édi-
po. Complexo de Eletra é o desejo inconsciente da 
menina pelo pai acompanhado do desejo de subs-
tituir a mãe. Fixação nesta fase é a importância da 
resolução com o sexo oposto na idade adulta.
A fase da latência vai dos 5 anos até a puber-
dade, é o período da sublimação do instinto sexual, 
que é trocado pelas atividades escolares, hobbies, 
esportes e no desenvolvimento de amizades com 
pessoas do mesmo sexo.
A fase genital vai da adolescência até a ida-
de adulta e sua característica é o desenvolvimento 
da identidade do papel sexual e de relações sociais 
adultas.
Saiba maisSaiba mais
Saiba maisSaiba mais
Personalidade vem de persona, que se 
refere à máscara, como utilizadas em 
carnavais ou por atores de uma peça. 
Portanto, quando enfrentamos o mun-
do exterior, mostramos a personalidade 
através das máscaras, aquilo que pode 
ser visível aos outros.
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Psicologia e Comportamento Organizacional
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Fundada no início do século XX pelo psicólo-
go e psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), 
um dos mais proeminentes discípulos de Freud. 
Exerceu a Psicanálise de 1909 a 1913, ano em que 
rompeu com Freud e fundou a Psicologia Analítica.
O eixo central da Psicologia Analítica é o Pro-
cesso de Individuação: tendência instintiva e tele-
ológica do ser humano, através de processos de 
autorregulação, desenvolver suas potencialidades 
inatas em direção à realização da totalidade psíqui-
ca (autodesenvolvimento, autorrealização e auto-
conhecimento).
Para Jung a libido compreende não só a ener-
gia sexual, mas, também, energias associadas ao 
instinto de sobrevivência, à motivação, às relações 
afetivas, desejos de autorrealização, autoconheci-
mento e vivências espirituais.
A psique, segundo a teoria analítica, está es-
truturada em três elementos: consciente, incons-
ciente pessoal e inconsciente coletivo.
ƒƒ Consciente: sistema do aparelho psíqui-
co que mantém contato com o mundo 
interior (processos psíquicos, internos) 
e exterior (meio ambiente e social) do 
sujeito. Na consciência destacam-se os 
fenômenos de percepção intrínseca e 
extrínseca, senso de identidade, atenção, 
raciocínio e memória, entre outras fun-
ções cognitivas e emocionais. As pessoas 
são conscientes apenas de uma pequena 
parte de sua vida psíquica. O consciente 
tem como centro organizador o Eu.
ƒƒ Inconsciente pessoal: é a camada mais 
superficial do inconsciente, cuja fronteira 
com o consciente é bastante imprecisa. 
Nele permanecem os conteúdos incons-
cientes derivados da vida do indivíduo 
- sua formação é, portanto, a posteriori 
ao nascimento. Esses conteúdos são for-
mados por percepções subliminares e 
combinações de ideias com energia psí-
quica insuficiente para irromperem na 
consciência, experiências devida “esque-
cidas” pela memória consciente, recor-
dações dolorosas se serem relembradas, 
repressões sexuais, desejos reprimidos, 
qualidades da personalidade - positivas 
e negativas - desconhecidas pelo Eu e, 
principalmente, grupos de representa-
ções carregados de forte carga emocio-
nal e incompatíveis com a atitude cons-
ciente (complexos, cujas bases são os 
arquétipos - localizados no Inconsciente 
coletivo).
Geralmente esses conteúdos não pos-
suem energia psíquica suficiente para 
permanecerem no campo da consciên-
cia, entretanto, podem adquirir a energia 
necessária para emergir na consciência 
na forma de lembranças, sonhos, fanta-
sias, devaneios e comportamentos.
Quando irrompem na consciência po-
dem possuir um significativo grau de au-
tonomia, chegando até a tomar sua pos-
se temporária.
ƒƒ Inconsciente coletivo: é a camada mais 
profunda do inconsciente, é a base da 
psique. É constituído por arquétipos 
(núcleos instintivos passados de forma 
psicobiológica de geração a geração, tra-
zendo padrões de comportamento her-
dados desde o surgimento da humanida-
de e mesmo antes dela, no período em 
que o homem ainda era animal - a gêne-
se do Inconsciente coletivo é, portanto, a 
priori ao nascimento).
Os arquétipos constituem a base dos com-
plexos situados no inconsciente pessoal, são inú-
meros, incontáveis,entretanto Jung identificou al-
guns que estão em permanente contato com o Eu. 
3.2 Teoria Analítica
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Regina Mara Malpighi Santos
São eles: a persona, a sombra, a anima, o animus e 
o self.
O Self - também denominado de si mesmo - é 
o centro organizador não só do inconsciente (pes-
soal e coletivo), mas, também, de toda a psique. É 
do Self que surge a consciência e o Eu.
O termo persona origina-se do teatro grego 
antigo e significa máscara. Arquétipo associado ao 
comportamento de contato com o mundo exterior 
necessário à adaptação do indivíduo às exigências 
do meio social onde vive. A persona corresponde 
a uma significativa parcela do comportamento do 
sujeito enquanto personagem coletiva.
A alma, em oposição à persona, corresponde 
ao comportamento do sujeito enquanto persona-
gem individual, sua real personalidade. Uma pes-
soa pode ter um determinado comportamento 
em sociedade (persona) e, outro, completamente 
oposto, em casa (alma).
Convém esclarecer que nem todo comporta-
mento social é manifestação da persona, também 
pode ser uma expressão da alma. A persona possui 
dois aspectos: positivo e negativo.
O aspecto positivo está associado à adapta-
ção do sujeito ao seu meio social. O aspecto nega-
tivo surge quando o Eu se identifica com a persona, 
fazendo com que a pessoa se distancie e desconhe-
ça sua real personalidade, a alma. Muitas vezes é di-
fícil para um observador externo identificar numa 
pessoa o que é sua persona e o que é sua alma. 
Ao se manifestar geralmente de modo in-
consciente - sem que o Eu não tenha consciência 
de sua existência - a persona revela seu significa-
tivo grau de autonomia na psique. Quando torna-
da consciente - assimilada pelo Eu - a persona traz 
benefícios ao autoconhecimento e à melhoria das 
relações interpessoais.
A persona possui dois aspectos: positivo e 
negativo. O aspecto positivo está associado às vir-
tudes que o indivíduo desconhece existir em sim 
mesmo. O aspecto negativo está associado aos de-
feitos de caráter que o indivíduo desconhece exis-
tir em si mesmo.
A anima corresponde ao princípio feminino 
presente na psique do homem. Arquétipo asso-
ciado à personificação da natureza feminina no 
inconsciente masculino. Manifesta-se no compor-
tamento masculino através de expressões emocio-
nais.
Projeta-se em figuras femininas: mãe, irmã, 
namorada, esposa, amante, mulher desejada, mu-
lheres admiradas (nos sentidos eróticos, heroicos, 
intelectuais e espirituais).
A anima condensa todas as experiências que 
o homem vivenciou no seu encontro com a mulher 
durante milênios e é a partir desse imenso material 
inconsciente que é modelada a imagem de mulher 
que o homem procura. 
O animus condensa todas as experiências 
que a mulher vivenciou no seu encontro com o 
homem durante milênios e é a partir desse imenso 
material inconsciente que é modelada a imagem 
de homem que a mulher procura.
Quando tornado consciente - assimilada pelo 
Eu - o animus traz benefícios ao autoconhecimento 
e à melhoria das relações interpessoais.
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Psicologia e Comportamento Organizacional
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Carl Rogers nasceu em 1902, subúrbio de 
Chicago. Estudou psicologia e lecionou durante 
alguns anos especializando-se na terapia centrada 
ao cliente na parte clínica.
Acreditava que as pessoas são motivadas por 
uma tendência inata de realizar-se, manter e apri-
morar o self. À medida que os bebês desenvolvem 
uma parte de suas experiências tornam-se dife-
renciadas das demais. O eu, mim, me é o self. É a 
imagem do que somos, do que deveríamos se e do 
gostaríamos de ser.
Na terapia centrada na pessoa, o terapeu-
ta oferece consideração incondicional ao cliente, 
que seria a aprovação concedida independente 
do comportamento da pessoa. As pessoas de ple-
no funcionamento experimentam um senso de 
liberdade e possuem a capacidade de viver rica e 
criativamente a todo o momento. O cliente na te-
rapia rogeriana é o responsável pela mudança de 
sua personalidade. O único modo de avaliar é em 
termos das experiências subjetivas, os eventos na 
vida da pessoa conforme ela os percebe e aceita 
como reais.
3.3 Teoria Humanista da Personalidade de 
Carl Rogers
Erik Erikson ampliou e aprimorou a teoria de 
Freud dando a personalidade uma visão continua, 
onde o EGO é parte independente da personali-
dade não sendo dependente nem submissa ao ID. 
Segundo ele as forças culturais e históricas têm um 
impacto muito grande, o desenvolvimento huma-
no, regido por sequência de etapas que dependem 
de fatores genéticos e/ou hereditários.
Na sua teoria os estágios psicossexuais do 
desenvolvimento estão divididos em oito sendo:
1. Confiança x desconfiança (até um ano 
de idade) – Durante o primeiro ano de 
vida da criança esta é dependente das 
pessoas, para cuidar dela quanto à ali-
mentação, higiene, locomoção, apren-
dizado de palavras e seus significados, 
bem como dar estímulos para perceber 
que existe um mundo ao seu redor. As-
sim o amadurecimento ocorrerá de for-
ma equilibrada transmitindo a criança 
segurança, afeto, confiança nas pessoas 
e no mundo que a cerca.
2. Autonomia x Vergonha e Dúvida (se-
gundo e terceiro ano) – Neste período a 
criança passa a ter controle de suas ne-
cessidades fisiológicas, responder por 
sua higiene pessoal, o que lhe dá auto-
nomia, confiança e liberdade para tentar 
outras coisas sem medo de errar. Porém 
se esta é criticada, ridicularizada pode 
desenvolver vergonha, dúvida quanto à 
sua capacidade de ser autônoma, o que 
pode provocar dependência; que seria 
voltar ao estágio anterior.
3. Iniciativa x Culpa (quarto e quinto ano) 
– Neste período a criança passa a perce-
ber as diferenças sexuais, os papéis que 
são desempenhados por mulheres e ho-
mens na sua cultura – o que Freud cha-
ma de conflito edipiano. Se a sua curio-
sidade “sexual” e intelectual, natural, for 
reprimida e castigada poderá desenvol-
ver sentimento de culpa e diminuir sua 
iniciativa de explorar novas situações ou 
de buscar novos conhecimentos.
4. Construtividade x Inferioridade (dos 6 
aos 11 anos) – É o período onde a criança 
é alfabetizada, aumentando o convívio 
com outras pessoas, que não são seus 
3.4 Teoria da Personalidade
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Regina Mara Malpighi Santos
familiares, possibilitando uma maior so-
ciabilização, trabalho em conjunto, co-
operatividade e o desenvolvimento de 
outras habilidades. Se surgir dificulda-
des o próprio grupo irá criticar, podendo 
vivenciar a inferioridade em vez da cons-
trutividade.
5. Identidade x Confusão de Papéis (dos 
12 aos 18 anos) – Aqui o indivíduo ex-
perimenta diferentes desafios, com suas 
próprias atitudes, com seus amigos, com 
pessoas do sexo oposto e até mesmo 
a busca de uma carreira, da profissão. 
Quando encontra apoio nas pessoas à 
sua volta pode desenvolver o sentimen-
to de identidade pessoal, caso contrário, 
pode se tornar uma pessoa desorganiza-
da, sem respostas para suas questões ou 
perdendo a referência.
6. Intimidade x Isolamento (jovem adul-
to) – Nesta fase, além de profissional, o 
indivíduo também é algo em torno da 
construção de relações profundas e du-
radouras, podendo vivenciar momentos 
de grande intimidade e entrega afetiva. 
Quando ocorre uma decepção, a ten-
dência é o isolamento temporário ou 
duradouro.
7. Produtividade x Estagnação (meia-ida-
de) – As pessoas nesta fase podem se 
dedicar a sociedade e realizar valiosas 
contribuições, sem grande preocupação 
com o conforto físico e material.
8. Integridade x Desesperança (velhice) – 
Quando o indivíduo aceita o envelheci-
mento, ocorre um sentimento de produ-
tividade e valorização do que foi vivido, 
sem arrependimentos e lamentaçõessobre oportunidades perdidas ou erros 
cometidos haverá integridade e ganhos 
para passar por essa fase, mas se isso não 
ocorre pode desenvolver um sentimen-
to de tempo perdido, impossibilidade 
de começar de novo trazendo tristeza e 
desesperança.
A personalidade é os atributos de uma pessoa, que engloba qualidades sociais e emocionais in-
fluenciando o comportamento em diferentes situações.
Vimos aqui a visão de Freud e seus pressupostos básicos: id, ego, superego, e em outro postulado 
fala do consciente, inconsciente e subconsciente. Demonstrou também que a personalidade se desen-
volve através de fases do desenvolvimento da criança.
Jung discípulo de Freud difere em sua teoria no inconsciente coletivo como sendo depósito de 
experiências passadas – os arquétipos, persona, anima, animus. Os arquétipos representam a unidade, 
harmonia da personalidade total.
Para Erikson a personalidade é dividida em oito fases e o desenvolvimento é regido por forças ge-
néticas, mas o ambiente ajuda a determinar se serão ou não realizadas. As forças básicas são a esperança, 
o amor e a vontade.
Rogers defende a teoria de que a personalidade depende do ponto de vista do próprio indivíduo; e 
as suas experiências que promovem a realização serão buscadas e as que impedem, evitadas.
3.5 Resumo do Capítulo
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Psicologia e Comportamento Organizacional
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Agora, vamos recapitular os pontos trabalhados fazendo alguns exercícios:
1. Compare a personalidade na visão de Freud, Jung e Erick Erickson, citando as principais dife-
renças entre elas.
2. Quais as influências importantes na formação da personalidade?
3.6 Atividades Propostas
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Inteligência é a função psicológica respon-
sável pela capacidade que temos de compreender 
o significado das coisas, de conceituar. No proces-
so de conhecimento temos de um lado o objeto a 
ser conhecido, externo à inteligência, e do outro a 
inteligência, o instrumento mental que alcança o 
conceito desse mesmo objeto. Conceituar a inte-
ligência é fazê-la objeto e instrumento simultane-
amente, é ter consciência do instrumento mental 
que nos permite conhecer o mundo e que está in-
tegrado à própria consciência.
A inteligência tem por função o estabeleci-
mento de relações entre meios e fins para a solu-
ção de um problema ou de uma dificuldade. Essa 
definição concebe, portanto, a inteligência como 
uma atividade eminentemente prática e a distin-
gue de duas outras que também possuem finalida-
de adaptativa e relacionam meios e fins: o instinto 
e o hábito.
Caro(a) aluno(a), quando você contrai a pu-
pila, quando os olhos são expostos à luz e dilata 
quando entra na escuridão, ou quando é levado a 
afastar rapidamente a mão de uma superfície mui-
to quente que possa te queimar, o que é isso? 
É o instinto, é inato. Ao contrário do hábito 
que é adquirido. Observe quem adquire o hábito 
de dirigir um veículo, muda as marchas, pisa na 
embreagem, no acelerador ou no freio sem preci-
sar pensar nessas operações, faz automaticamente, 
criou hábito.
Instinto e hábito são formas de comporta-
mento onde a principal característica é ser espe-
cializados ou específicos. Tome como exemplo o 
aprender a nadar, mas esse hábito não o faz saber 
andar de bicicleta.
A inteligência difere do instinto e do hábito 
por sua flexibilidade, pela capacidade de encontrar 
novos meios para um novo fim. Ela ajuda a adaptar 
os meios existentes para uma finalidade nova, dan-
do a possibilidade de enfrentar situações novas, 
inventando outras soluções, outras escolhas com 
vários meios possíveis. 
Inteligência seria a habilidade de aprender a 
partir de uma experiência, conhecimento para se 
adaptar a novas situações.
Binet e Simon em 1904 criaram os primeiros 
testes de inteligência, tendo como objetivo a ve-
rificação do progresso de crianças deficientes do 
ponto de vista intelectual. Realizaram-se assim 
programas especiais para o progresso dessas crian-
ças, tornando os testes necessários para a avaliação 
quanto à eficiência desses programas, avaliando 
assim o progresso obtido.
Pesquisaram o quociente de inteligência 
mediante uma escala que media a capacidade do 
conhecimento de crianças comparando as idades 
cronológicas. Assim sendo, consideram o QI sau-
dável dentro dos parâmetros 90-120, sendo que 
variações para baixo ou para cima estariam relacio-
nadas com defasagens/incapacidades e por outro 
lado, genialidades/alta capacitação de expansão 
pessoal.
Assim, outros psicólogos começaram a de-
senvolver teste para medir a inteligência dos indiví-
duos, que são chamados de testes de inteligência.
Várias pesquisas têm sido elaboradas na ten-
tativa de relacionar a inteligência com variáveis 
físicas, sexo, cultura e características da personali-
dade. O que se tem verificado é que em geral, as 
meninas são superiores nos testes que requerem 
aptidões linguísticas e memória verbal, isto explica 
a razão delas começarem a falar mais cedo em rela-
ção aos meninos, sendo esses superiores nos testes 
que medem aritmética e matemática em geral.
4 InteLIGÊnCIA
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Regina Mara Malpighi Santos
Acredita-se que isso é uma influência cultu-
ral, pela estimulação dada aos meninos para lida-
rem melhor com o dinheiro e medidas em geral. 
Crianças que veem de lares com estatutos sócio 
econômicos mais elevados conseguem melhores 
resultados nos testes de inteligência.
Assim a inteligência é capaz de criar instru-
mentos, dar função nova, sentido novo a coisas já 
existentes, para que sirvam de meios a novos fins.
Várias experiências foram realizadas para es-
tudar a inteligência com alguns animais, especial-
mente os chimpanzés demonstrando que estes 
eram capazes de comportamentos inteligentes. A 
experiência realizada pelo psicólogo Kölher é con-
siderada clássica, foi colocar um chimpanzé numa 
pequena sala, pondo a seu lado certo número de 
caixotes e prendeu-se uma banana no teto. Após 
saltos instintivos para agarrar a banana, o chim-
panzé consegue empilhar os caixotes, subir neles e 
agarrar o alimento.
Colocado um chimpanzé numa pequena 
sala, nas mesmas circunstâncias anteriores, mas 
oferecendo bambus em vez de caixotes, o chim-
panzé termina por encaixar os bambus uns nos 
outros, formando um instrumento para apanhar a 
banana. 
O fato de que o chimpanzé percebe um cam-
po perceptivo, e não objetos isolados, é demons-
trado quando, no lugar dos bambus, são colocados 
arames, que o animal enganchará uns nos outros 
para colher a fruta; ou quando, no lugar dos caixo-
tes, são colocadas mesinhas de tamanhos diferen-
tes, que podem ser empilhadas pelo animal para 
agarrar a banana.
O que você acha que aconteceu? Depois de 
comer a banana, o chimpanzé nada faz com os cai-
xotes, os bambus, os arames ou as mesas. Ficam à 
sua volta como objetos sem sentido. 
Pense em uma criança nas mesmas circuns-
tâncias, ao contrário dos chimpanzés depois de 
conseguir o que deseja, por exemplo, pegar os 
pirulitos pendurados, exa-
minará os objetos. Deverá 
explorar aquilo que a cer-
ca, se descobrir que são 
desmontáveis, o que ela 
fará? Tentará fazer com os 
caixotes, uma mesa, uma 
escada, e com os bambus e 
os arames, uma rede.
Observe que essa diferença nos comporta-
mentos do chimpanzé e da criança revela que esta 
última, ultrapassa a situação imediata de fome e 
de uso direto dos objetos, que prevê uma situação 
futura para a qual encontra uma solução, transfor-
mando os objetos em instrumentos.
A criança antecipa uma situação, transforma 
os dados de uma situação presente, fabricando 
meios para certos fins que ainda estão ausentes. 
Pode se lembrar da situação passada, organizar ou-
tra a partir dos dados lembrados, esperados e

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